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36 Ano IV, N o Dezembro de 2012 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita Centro de Artes da Maré Lona Cultural Herbert Vianna 3 ANOS! No mês de aniversário do Maré , três professores contam sobre o uso do jornal em sala de aula, como material de apoio. pág. 8 e 9 Educação Supletivo forma 305 jovens. Pág. 3 Atenção, taxistas Espaço para a categoria no Guia de Serviços - sugestão de uma leitora Pág. 2 Queremos ver seu Natal Envie as fotos de sua festa pág. 16 Pág. 15 Programa Criança Petrobras na Maré (PCP-Maré) promo- ve uma série de atividades em sete escolas e em uma creche local, com o objetivo de fortalecer o ensino pú- blico. Entre as ações estão os Grupos de Pais, que pro- porcionam a aproximação da escola com a família em prol do sucesso escolar dos alunos. Pág. 4 e 5 Nosso Maré ouviu o que os espe- cialistas têm a dizer sobre a inter- nação compulsória de usuários de crack em situação de rua. Se- gundo especialistas, falta política pública adequada a essas pesso- as e não apenas interessada em retirá-las das ruas com a ajuda da força policial. Pág. 6 e 7 Sobrou dinheiro no fim do mês? Guardar um pouquinho, nem que seja de moeda em moeda, pode ajudar a planejar melhor o orçamento da família. Pág. 10 a 12 Lugar de pai e mãe também é na escola Internação obrigatória não é solução De grão em grão... a galera enche o porquinho Elisângela Leite Elisângela Leite Fabíola Loureiro Rosilene Miliotti / Imagens do Povo - fotomontagem Rovena Rosa Tânia Rêgo / ABr.

Maré de Notícias #36

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Leia no Maré de Notícias: economia, escola, internação obrigatória, educação, natal e aniversário de 3 anos do jornal.

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36Ano IV, No Dezembro de 2012 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita

Centro de Artes da MaréLona Cultural Herbert Vianna

3 ANOS!No mês de aniversário do Maré,três professores contam sobre ouso do jornal em sala de aula,como material de apoio. pág. 8 e 9

EducaçãoSupletivo forma 305 jovens. Pág. 3

Atenção, taxistas

Espaço para a categoria no Guia de Serviços - sugestão de uma leitora Pág. 2

Queremos ver seu Natal

Envie as fotos de sua festa pág. 16

Pág. 15

Programa Criança Petrobras na Maré (PCP-Maré) promo-ve uma série de atividades em sete escolas e em uma creche local, com o objetivo de fortalecer o ensino pú-blico. Entre as ações estão os Grupos de Pais, que pro-porcionam a aproximação da escola com a família em prol do sucesso escolar dos alunos. Pág. 4 e 5

Nosso Maré ouviu o que os espe-cialistas têm a dizer sobre a inter-nação compulsória de usuários de crack em situação de rua. Se-gundo especialistas, falta política pública adequada a essas pesso-as e não apenas interessada em retirá-las das ruas com a ajuda da força policial. Pág. 6 e 7

Sobrou dinheiro no fim do mês? Guardar um pouquinho, nem que seja de moeda em moeda, pode ajudar a planejar melhor o orçamento da família. Pág. 10 a 12

Lugar de pai e mãe também é na escola

Internação obrigatória não é solução

De grão em grão...a galera enche o porquinho

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Repórteres e redatores Hélio Euclides

(Mtb – 29919/RJ)Rosilene Miliotti

Fabíola Loureiro (Estagiária)

Fotógrafa Elisângela Leite

Projeto gráficoe diagramação

Pablo Ramos

Logotipo Monica Soffiatti

Colaboradores Anabela Paiva

Aydano André MotaFlávia Oliveira

Observatório de Favelas

Impressão Gráfica Jornal do Commércio

Tiragem 40.000 exemplares

Leia nosso Maré na internet e baixe o PDF:www.redesdamare.org.br.

Expediente

Instituição Proponente Redes de Desenvolvimento da Maré

Diretoria Andréia Martins

Eblin Joseph Farage (Licenciada) Eliana Sousa Silva

Edson Diniz Nóbrega Júnior Fernanda Gomes da Silva

Helena EdirPatrícia Sales Vianna

Coordenação de ComunicaçãoMirella Domenich

Instituição Parceira Observatório de Favelas

Apoio Ação Comunitária do Brasil

Administraçãodo Piscinão de Ramos

Associação Comunitária

Roquete Pinto

Associação de Moradores e Amigos do Conjunto Bento Ribeiro Dantas

Associação dos Moradores e Amigos do Conjunto Esperança

Associação de Moradores do Conjunto Marcílio Dias

Associação de Moradores do Conjunto Pinheiros

Associação de Moradores do Morro do Timbau

Associação de Moradores do Parque Ecológico

Associação de Moradores do Parque Habitacional

da Praia de Ramos

Associação de Moradores do Parque Maré

Associação de Moradores do Parque Rubens Vaz

Associação de Moradoresdo Parque União

Associação de Moradores

da Vila do João

Associação Pró-Desenvolvimento da Comunidade de Nova Holanda

Biblioteca Comunitária Nélida Piñon

Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa

Conexão G

Conjunto Habitacional Nova Maré

Conselho de Moradores da Vila dos Pinheiros

Luta pela Paz

União de Defesa e Melhoramentos do Parque

Proletário da Baixa do Sapateiro

União Esportiva Vila Olímpica da Maré

Editora executiva e jornalista responsável

Silvia Noronha (Mtb – 14.786/RJ)

Redes de Desenvolvimento da Maré Rua Sargento Silva Nunes, 1012,

Nova Holanda / Maré CEP: 21044-242 (21) 3104.3276 (21)3105.5531

www.redesdamare.org.br [email protected]

Os artigos assinados não representam a opinião do jornal.

Parceiros:

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OA caminho da facul!Trezentos jovens da Maré festejam a conclusão do Ensino Médio,

alguns já pensando na faculdade

Humor: “Se beber não confunda” - André de Lucena

Cartas

Editorial

Alô alô taxistas da Maré!

Olá pessoal, tudo bem? Sou moradora da Nova Holanda e leitora do Maré de Notícias. Gostaria de sugerir uma matéria no jornal com alguns serviços, por exemplo, os telefo-nes dos taxistas de nossa comunidade. Faço essa solicitação, pois nem sempre conse-guimos profissionais dispostos a entrar em nossa comunidade tarde da noite. Também seria importante para emergências. Recen-temente meu pai fez uma cirurgia e neces-sitava de repouso, porém precisava fazer a revisão e o taxista que costumamos conta-tar tinha outro compromisso. Tivemos que recorrer a uma amiga, que graças a Deus estava de folga naquele dia.

Bem, taxista foi só um exemplo, mas existem vários outros serviços de que necessitamos. Um guia de serviço seria legal! Beijos e obrigada,

Marilene Correia

Três anos de jornal

Há três anos circulava pela pri-meira vez pelas nossas ruas o Maré de Notícias, veículo co-munitário mensal de distribuição gratuita que, na verdade, nasceu sem nome (leia na pág. 9). Na re-portagem de lançamento, na Ed. nº 1, resumimos os objetivos do novo jornal, entre eles mostrar notícias positivas da Maré e apre-sentar questões relativas ao co-tidiano local, a partir da ótica do morador. O perfil editorial, portan-to, respeitava o resultado de uma pesquisa feita com a população das 16 comunidades.

Trinta e seis meses depois, sen-timos nas ruas, nos e-mails e telefonemas o reconhecimento conquistado pelo Maré, mas sa-bemos que o jornal é um veículo eternamente em construção. Isto porque ele será cada vez mais autêntico quanto mais pessoas puderem participar dele suge-rindo matérias, emitindo opinião, contando histórias, enviando po-esia etc.

Gostaríamos de agradecer a todos que já contribuem para isso e convidamos mais moradores e trabalhadores para ampliar esta rede de comunicação comunitária.

Boas festas e feliz 2013a todos e todas!

Atenção, Taxistas da Maré!

O Maré de Notícias está preparando uma re-lação de taxistas que circulam pelas nossas comunidades e que possam atender aos cha-mados dos moradores. Entrem em contato com a Redação (tel: 3104-3276 / e-mail: [email protected]).

Resposta da Redação:

Marilene, excelente sugestão. Muitas dicas serão encontradas gratuitamente no Guia Comercial e de Serviços que a Redes está para lançar em breve. Quanto aos taxistas, vamos preparar uma relação para publicar na edição de janeiro. Faremos outras, certamente. Obrigadíssima!

Fabíola Loureiro

O dia 1º de dezembro foi marcado pela emoção na formatura de aproxima-

damente 300 alunos do Supletivo Maré, que aconteceu no Auditório do Centro Tecnológico da Universi-

dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Este é o segundo ano do supletivo, que surgiu a partir de demandas levanta-

“Fiz o 1° ano até chegar aos nove meses de gravidez, mas minha filha nasceu e parei de estudar. Com essa oportunidade consegui terminar meus estudos e agora quero dar continuidade fazendo o curso Pré-Vestibular, pois tenho vontade de fazer faculdade de Informática ou de Estética. Na formatura fiquei muito emocionada e feliz, foi legal jogar o chapéu (capelo) pro alto no fim da cerimônia igual a gente vê nos filmes. Finalmente conclui meus estudos.”

Eliane Barreto Pinheiro

“Morei um tempo na rua, comecei a trabalhar com malabares e circo e, aos 17 anos, comecei o supletivo mais não terminei. Antes eu estudava porque era obrigado pelo meu pai, que mesmo tendo estudado até a 4° série, queria ver todos os filhos formados no 2° grau. Com 18 anos comecei a me interessar por cursos e oficinas, devido ao gosto da arte circense e do teatro e, aos 20 anos vim para o Rio de Janeiro. Fiquei sabendo do curso na Maré por uma namorada que tive. Corri atrás dessa oportunidade e levei a sério, pois terminar o 2° grau era o primeiro objetivo de muitos outros que tenho. A formatura me emocionou. Não imaginava que teria uma formatura mesmo terminando os estudos tarde. E ainda ser escolhido para representar a turma sendo o Orador e ver minhas tias presentes na cerimônia me deixou muito feliz. Dificuldades a gente sempre vai ter e essa foi uma vitória que conquistamos.” Jorge da Silva Lira

das pelo projeto A Maré que Queremos, que reúne associações de moradores e instituições locais com o objetivo de lu-tar por melhorias estruturantes para as comunidades.

O ensino supletivo é uma modalidade educativa e tem como meta suprir os períodos não concluídos na escola por adolescentes ou adultos, por diversos motivos, entre eles questões familiares, profissionais e falta de tempo por causa do trabalho ou de perspectiva em relação aos estudos.

Turma que cursou o Supletivo na Ação Comunitária do Brasil, na Vila do João

Com a intenção de oferecer uma oportunidade de concluir os estudos, para depois cursar a universidade, o Supletivo Maré, organizado pela Redes, oferece o Ensino Fundamental e Médio para os moradores com idades entre 18 e 23 anos. Em 2011 houve 520 inscritos e 183 se formaram. Este ano foram 570 inscrições, chegando a 305 formandos. As turmas aconteceram em diferentes locais da comunidade, como nas associações de moradores, igrejas, Lona Cultural e na Ação Comunitária do Brasil.

O artista circense Jorge da Silva Lira, de 23 anos, disse que nunca teve problema para estudar, mesmo sendo de uma família pobre da periferia do Distrito Federal. Ele e seus irmãos estudavam e tiravam boas notas, mas aos 14 anos ele parou os estudos, pois começou a ter vários conflitos em casa, de onde acabou fugindo.

A manicure Eliane Barreto Pinheiro, também de 23 anos e moradora da Nova Holanda, não concluiu seus estudos porque se casou muito cedo, teve dois filhos e precisou trabalhar para sustentá-los. Voltou a estudar pela facilidade do horário (à noite e com aulas presenciais duas vezes na semana), permitindo que ela conciliasse com o trabalho.

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oTodo mundo já pra escola!Programa envolve pais, alunos, professores, diretores e equipes de

apoio administrativo de sete escolas e uma creche local

“É importante; sempre venho para discutir temas como bullying e violência doméstica. Recomendo a participação,

pois aprendemos muito e podemos repassar a outros.”

Núbia Marques, mãe de aluno

“Um dos fundamentos do PCP é o trabalho com a comunidade escolar. Não atuamos só com as crianças e sim

com todos os atores que compõe o ensino. Acreditamos que deve haver uma ação de todos, proporcionando a

aproximação da escola com a família em prol do sucesso escolar dos alunos.”

Júlia Ventura, coordenadora do PCP-Maré

(!)Conheça mais sobre o PCP-Maré

O PCP-Maré é uma parceria do Programa Petrobras Desenvolvimento & Cidadania, da Secretaria Municipal de Educação e da Redes de Desenvolvimento da Maré, que propõe contribuir para a melhoria da qualidade da educação pública de ensino fundamental no conjunto de 16 favelas localizadas na Maré. A atuação é promovida a partir de quatro eixos: ensino-aprendizagem, mobilização social, articulação institucional, interações educativas e diagnóstico do cenário da educação. Os atores envolvidos são: alunos, pais, responsáveis, professores, diretores, coordenadores e apoio administrativo, além da equipe do programa.

As atividades acontecem no 1º e 2º segmentos do ensino fundamental em sete escolas municipais: E. M. Bahia, E. M. Tenente General Napion, Ciep Elis Regina, E. M. Armando de Salles Oliveira, Ciep Ministro Gustavo Capanema, Ciep Leonel de Moura Brizola e Ciep Hélio Smidt. Nessas unidades são oferecidas oficinas de Artes Visuais, Grafite, Circo, Marefestação, Comunicação, Teoria e Prática Musical, Teoria Musical e Canto, Marecatu, Marebatuque, Iniciação Musical, Teatro, Contação de histórias, Hip hop Dance e Complementação Escolar.

Na Creche Comunitária Cléia Santos de Oliveira, as oficinas lecionadas são Iniciação Musical e Contação de histórias. Na sede da Redes acontecem as oficinas de Artes Visuais, Arte sobre Azulejos, Grafite, Cordas Dedilhadas, Break, Hip Hop Dance, Maracatu, Contação e criação de histórias e Preparatório para 6º ano.

Encontros promovem troca

A técnica de educação e saúde, Andrea Barbosa, elogia a iniciativa. Segundo ela, os temas são bem enfocados e o número de participantes possibilita a troca e a atenção de todos. “É melhor do que uma reunião de pais”, compara ela. Mas a bem da verdade as duas reuniões são importantes, cada uma com suas finalidades.

“Um dos fundamentos do PCP é o trabalho com a comunidade escolar. Não atuamos

só com as crianças e sim com todos os atores que compõem o ensi-

no. Acreditamos que deva haver uma ação de

todos, propor-cionando

a aproximação da escola com a família em prol do sucesso escolar dos alunos; só as-sim existe a educação”, ressalta a também coordenadora do programa, Júlia Ventura.

Os responsáveis envolvidos desenvolvem uma visão de formação, ação e mobilização. “É importante; sempre venho para discutir temas como bullying e violência domésti-ca. Recomendo a participação, pois apren-demos muito e podemos repassar a outros”, comenta uma das mães de aluno, Núbia Marques.

As reuniões são uma motivação para o en-volvimento na vida escolar, possibilitando transformações. Cláudia Conceição é mãe e avó de alunos. Para ela, os encontros favo-recem a convivência. “Se aprende muito do que é necessário, nos orienta

na vivência com as crianças”, re-

lata.

Hélio Euclides Elisângela Leite

A cada 15 dias, os Grupos de Pais, do Programa Criança Petrobras na Maré (PCP-Maré), reúnem em média 50 res-ponsáveis, além de representantes dos diversos segmentos que compõem a comunidade escolar: professores, pessoal de apoio, diretores. A ideia é tratar de temas variados que busquem intensificar uma organização coletiva. A grande motivação da Equipe Social do PCP é a percepção de que para envolver a criança e o adolescente de forma integral é necessário trabalhar com a sua família. Não basta tornar a escola mais interessante para a criança; é imprescindí-vel que seus responsáveis percebam a importância de sua permanência e contribuam para que isso aconteça.

“A proposta é trazer os pais para a vida escolar dos filhos. O grupo de pais quer mostrar a importância de estar lado a lado, com o desenvolvimento de temas do cotidiano que venham da escola e com continuidade em casa, aprofundando a participação dos responsáveis”, explica Maira Spilak, uma das coordenadoras do PCP-Maré, programa que atinge sete escolas públicas locais e uma creche comunitária.

“Trata-se de uma oportunidade de todos debaterem temas sobre a realidade das famílias. É um processo para se chegar a um grupo participativo”, explica a assistente social do projeto, Alessandra Alves.

Jussara Cosme, diretora do Ciep Elis Regina, entende que o trabalho se soma ao que é feito pelos professores. “É bom, pois não temos pernas para isso. Trabalhamos o pedagógico e aqui unimos ao temático”, observa.

Desenho de Andressa,uma das alunas do PCP

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Especialistas afirmam que política da prefeitura não é eficaz, pois falta a abordagem terapêutica dos usuários de crack

Internação compulsória é solução?

Hélio Euclides Tânia Rêgo/Abr

Na edição 20, de agosto de 2011, na re-portagem intitulada “Gente pra baixo do tapete”, o Maré de Notícias relatava que a prefeitura do Rio utilizava em suas ações o recolhimento compulsório de moradores de rua com uso policial. De lá para cá a situação só piorou. O nú-mero de usuários de crack aumentou, espaços públicos de acolhimento ade-quados não foram preparados e nem se pensou na forma de tratamento especí-fico. O assunto que hoje se encontra em evidência na sociedade é a internação compulsória. O usuário é internado em um local contra a sua vontade ou sob os seus protestos. Recentemente, o pro-blema chegou bem próximo da Maré, com o crescimento do número de usuá-rios de crack que se refugiaram na Ave-nida Brigadeiro Trompowski, em frente ao Parque União.

“A internação compulsória, tal como vem sendo defendida, é feita no atacado e não se

respeita a análise individual; não há um trabalho clínico bem feito. Já no acolhimento há uma

abordagem terapêutica.”Rodrigo Nascimento, psicólogo

“As pessoas que estão em situação de rua e são acolhidas nessas operações da prefeitura são levadas para um abrigo em Paciência,

localizado em um território em que há venda de drogas nas proximidades.”

Débora Rodrigues, assistente social

“A política de recolhimento realizada pela prefeitura é direcionada a uma determinada classe social: aqueles mais atingidos pela desigualdade social e econômica; e tem como objetivo a

limpeza das ruas da cidade com vistas aos grandes eventos.”Hilda Corrêa, do Cress/RJ

O tema da internação compulsória é polêmico e vem sendo defendido por veículos da mí-dia corporativa sem que seja promovida uma discussão sobre a eficácia dessa medida. De acordo com o psicólogo e pesquisador na ver-tente de Direitos Humanos do Observatório de Favelas, Rodrigo Nascimento, para ser bem sucedida, uma internação deve ser avaliada por uma equipe médica, que julgará, junto com o paciente – e se possível com sua famí-lia – a situação em que esta pessoa se encon-tra. “A internação compulsória, tal como vem sendo defendida, é feita no atacado e não se respeita a análise individual; não há um tra-balho clínico bem feito. Já no acolhimento há uma abordagem terapêutica”, diferencia. Ro-drigo defende ações que venham a contribuir para a localização das famílias e para inclu-são desses indivíduos em programas que promovam condições de vida mais digna e de outros direitos garantidos em lei.

Falta política pública adequada

A assistente social Débora Rodrigues defende investimentos em políticas públicas e o trata-mento com respeito aos dependentes, o que para ela não está acontecendo no Rio. Débora explica que não existe uma rede de atenção que atenda as pessoas que desejam trata-mento. “As pessoas que estão em situação de rua e são acolhidas nessas operações da prefeitura são levadas para um abrigo em Pa-ciência, localizado em um território em que há venda de drogas nas proximidades do abrigo. A cidade do Rio de Janeiro possui um CAP-Sad (Centros de Atenção Psicossocial para usuários de álcool e outras drogas) para cada 1,2 milhão de habitantes, o que é muito pou-co”, denuncia.

O Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro (Cress/RJ), junto com várias entidades da sociedade e especialistas, tem se posicionado desde 2011 contraria-mente à política de internação compulsória para crianças e adolescentes em situação de rua, que agora ocorre também com os adultos, todos supostamente usuários de crack. “A política de recolhimento realiza-da pela prefeitura do Rio de Janeiro é dire-cionada a uma determinada classe social: aqueles mais atingidos pela desigualdade social e econômica; e tem como objetivo a limpeza das ruas da cidade com vistas aos grandes eventos, favorecendo o lucro e a especulação imobiliária”, relata a conselhei-ra do Cress/RJ, Hilda Corrêa.

Sua colega, também conselheira, Silvia Calache, alerta que nem todas as pessoas que moram nas ruas usam drogas. São vá-rios os fatores que levam as pessoas a vive-rem nas ruas: desemprego, desavenças fa-miliares, direitos violados continuadamente.

“Defendemos que os volumosos recursos financeiros que são utilizados para esta po-lítica de internação devam ser redireciona-dos, com urgência, para a rede pública de políticas sociais”, ressalta. Para o Cress/RJ, o importante seria ampliar a rede de aten-ção psicossocial e de serviços que possam prover cuidados de urgência, emergência, atenção hospitalar, como as Residências Terapêuticas, Centros de Convivência e Unidades de Acolhimento Infanto-Juvenil e de Adultos.

A Secretaria Municipal de Assistência So-cial (SMAS) respondeu que todos os aco-lhidos são encaminhados para as unidades de abrigamento da Rede de Proteção So-cial, que eles passam por uma Central de Recepção onde inicialmente são entrevis-tados por assistentes sociais e psicólogos. Argumentou que em 30 de maio de 2011

começou a trabalhar com um novo Proto-colo de Abordagem Social que determina o abrigamento compulsório de crianças e adolescentes com alto grau de dependên-cia química.

A SMAS informou ainda que a região do Parque União e adjacências tem merecido atenção especial das equipes de aborda-gem social, com 27 operações consecutivas e mais de 600 pessoas recolhidas. A SMAS não se pronunciou em relação à internação compulsória de adultos.

A diretora da Redes da Maré, Patrícia Vian-na, visitou o local conhecido como cracolân-dia, próximo ao Parque União, e ficou per-plexa com a situação. “Fiquei mexida, pois estão largados lá. Senti neles uma falta de esperança”, desabafa.

Na próxima edição, em janeiro, o Maré de Notícias discutirá a superação de usuários de crack, que depois de receberem tratamento, ajudam outros dependentes.

Três imagens de uma ação da Polícia Civil e da Secretaria Municipal de Assistência Social que recolheu adultos em Manguinhos

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ParaO nosso

Fabíola Loureiro e Hélio Euclides

Neste mês de dezembro comemoramos três anos do Maré de Notícias. O jornal, que está em sua 36ª edição, foi idealizado para responder a uma demanda da população revelada por uma pesquisa implementada pela Redes da Maré: ao mesmo tempo em que os moradores e as moradoras têm o hábito de leitura de jornais, eles sentiam a necessidade de obter informações sobre a Maré.

A primeira edição, publicada em dezembro de 2009, saiu sem nome, mas lançava o concurso “Por um jornal da Maré: Diga que nome você quer”, para a escolha da marca do jornal. Mais de 500 pessoas participaram, e oito sugeriram o nome selecionado pela comissão julgadora. Na terceira edição o Maré de Notícias já estava batizado.

Hoje o jornal tem uma tiragem de 40 mil exemplares, todos eles distribuídos nas residências das 16 comunidades, nas associações de moradores, instituições parceiras e em algumas escolas locais. Nesses três anos, o jornal também ganhou visibilidade fora da Maré, tendo sido premiado pelo Conselho Regional de Serviço Social (Cress/RJ), além de ter pautado veículos da grande imprensa, que se interessaram pelos temas tratados no nosso jornal comunitário.

O Maré é disponibilizado ainda no site da Redes (www.redesdamare.org.br), podendo ser acessado por pessoas do mundo todo. Seu uso também tem ganhado as salas de aula. Conheça ao lado algumas

iniciativas:

Maré de Notícias

está fazendo aniversário;

já faz três anos que você, morador,

e nossas 16 comunidades, são a

béns!notícia mais importante.

Na Maré, na Babilônia e no Chapéu Mangueira

“Todo mês eu levo o jornal e realizo trabalhos em sala. Dar aulas de Biologia é falar da vida, do cotidiano. A forma como eu trabalho é respeitando o que os alunos acham interessante e o conhecimento prévio de cada um. Aqui na Maré utilizo o jornal desde sempre e na Babilônia e Chapéu-Mangueira desde o ano de 2011, sendo um meio de os alunos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) conhecerem um pouco a Maré. Essa última matéria sobre a abordagem policial fez com que meus alunos do EJA ficassem admirados sobre o fato de existir uma campanha para mostrar ao morador os direitos que eles têm, e a forma correta de agir nesses

casos. Já um pequeno texto sobre o Maré de Sabores rendeu um trabalho bem legal sobre as questões da alimentação saudável e pude também fazer uma relação com os inúmeros fast foods que têm pela cidade. O jornal é um recorte de algo que está acontecendo na cidade.”

Fábio Barglini é professor de Biologia e especialista em ensino de Ciências e Biologia. Ele

utiliza o jornal em suas aulas do curso Preparatório para o Ensino Médio e para o Pré-Vestibular,

ambos da Redes da Maré, e com uma turma de Educação de Jovens e Adultos no projeto do Sesi, nas comunidades Babilônia e Chapéu Mangueira,

no Leme.Aluno se vê nas

coisas boas da Maré

“Comecei a trabalhar com o jornal em sala de aula no Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). A

linguagem facilita o entendimento. Ele favorece a integração do aluno com a realidade. É uma fonte de informação de

grande força. Aqui no Ciep trabalhamos o jornal com as crianças. Já fizemos até uma apostila para os professores sobre como devemos trabalhar o jornal na sala de aula. No jornal, o aluno se vê não nas coisas ruins, que são divulgadas em outros veículos, mas nas coisas boas da Maré. Temos um trabalho político pedagógico chamado ‘No meio da Maré’, do ambiente que temos ao que queremos. Nesse âmbito, o jornal é importante, pois nos fornece dados sobre o bairro. Em junho deste ano realizamos o evento ‘A atuação transforma ’, braço do projeto político pedagógico Por uma escola sustentável. Para esse projeto, os alunos usaram o jornal como resgate de suas origens.”

Carmem Lúcia Ferreira da Silva é diretora do CiepMinistro Gustavo Capanema, da Vila do Pinheiro

Jornal na escola do Conjunto Esperança

“Eu sempre acreditei que trabalhar textos vivos, ou seja, a realidade do aluno é importante. Trabalhar o Maré de Notícias em sala de aula traz vários benefícios, como o incentivo à leitura e à informação sobre a comunidade, pois o jornal fala do morador que produz cultura e que busca melhorar sua qualidade de vida, ao contrário dos outros jornais nos quais a Maré é sempre citada como local de violência. O jornal introduz os vários gêneros textuais, como a charge, por exemplo. Meus alunos já produziram poesia, texto e desenho para o jornal. Eles ficam eufóricos quando suas produções são publicadas. Eles também gostam muito do humor no jornal, em especial das piadas, e dos enigmas, das palavras cruzadas, dos caça palavras. A partir dessa experiência do uso do jornal estou elaborando um projeto de mestrado que aborda

o ensino da língua portuguesa por meio de textos vivos. O desafio é que o jornal não seja apenas um instrumento de recurso didático usado na sala de aula só para se obter uma boa nota, e sim um instrumento de interação e informação. Eu já vejo isso, e avalio como resultado positivo quando o aluno posta o jornal no Facebook, por exemplo”

Hélio Euclides, jornalista, morador da Vila do Pinheiro, vencedor do Prêmio Visibilidade em 2011 e segundo lugar em 2012

Fotomontagem sobre imagem do Coletivo Filé de Peixe no Projeto Travessias das Artes na Maré (nov./2011). Foto: Rosilene Miliotti / Imagens do Povo

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Viviane Couto é professora do segundo segmento do Ensino Fundamental das

escolas Teotônio Vilela, no Conjunto Esperança, e

Ciep 476 - Elias Lazaroni, em Nova Campinas

É a Maré fazendo e contando

a própria história

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De porqu nho cheio

com a Gabi; outras vezes peço para ela inteirar nas compras. Assim, ela começa a ajudar nas contas de casa”, explica Antonia.

ECO

NO

MIA

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Rosilene Miliotti Elisângela Leite

A história do “porquinho”, como conhecemos, remonta ao século XV, quando os europeus guardavam suas economias em potes de argila laranja chamados de “pyggy banks” (no inglês arcaico, pygg denominava pote). Muito tempo depois, já no século XIX, oleiros receberam pedidos para a produção de “pyggy banks” e entenderam que deveriam fazer cofrinhos em forma de porco, porque em inglês porco se escreve “pig”. Os porquinhos agradaram principalmente as crianças e passaram a ser símbolo de economia em diversos países.

De moeda em moeda o cofrinho vai enchendo e realizando sonhos. Antonia de Sousa dos San-tos, moradora da Vila do Pinheiro, conta que sua filha, Gabriela, de 10 anos, começou a guar-dar dinheiro aos 4 anos de idade, quan-do ganhou do padrinho o primeiro porquinho. “Quando quer comprar uma coisa, ela pega o dinheiro e compra. Não guarda duran-te muito tempo”, conta a mãe. Vaidosa, Gabi compra, por exemplo, maquiagem.

“A gente incentiva que ela pense antes de gastar. Eu nunca fiz porquinho, mas sei que é importante guardar dinheiro, principalmente no banco porque evita que a gente gaste com qualquer coisa. Às vezes preciso de dinheiro e faço um empréstimo

Você sabe por que o porco virou símbolo de cofrinho? Descubra essa história curiosa e leia as dicas que preparamos para você encher o seu pote de moedas

Poupar quando sobra dinheiro

Flávia Oliveira, jornalista de economia do jornal O Globo e comentarista do Bom Dia Rio e da Globo News, explica que o cofrinho é uma brincadeira lúdica e o primeiro passo para a criança aprender a fazer economia.

Essa é uma cultura que o brasileiro adotou nos anos 1970, mas que caiu

em desuso nos anos 1980 por causa da inflação alta e da constante

troca de moedas. Nessa época, os cofrinhos desapareceram. “A Gabi não deve ter ideia de que há 20 anos o brasileiro não podia juntar dinheiro porque não tinha uma moeda que durasse tanto tempo. Com o fim da inflação, voltou a fazer sentido ter um cofrinho”, afirma.

“Poupar só é possível quando sobra dinheiro. Com o aumento

do emprego, do salário mínimo e dos programas de transferência de

(?) O tal do dragão:

Para a garotada, inflação é que

nem lenda. Afinal, a média de

aumento de preço dos bens e

serviços no Brasil gira em torno

de 5% ao ano. Porém, nos anos

1980 e 1990, a alta de preço era

sentida diariamente. No início de

1990, a inflação chegou a 81%

em apenas um mês.

Ou seja, é como se o litro de leite

custasse R$ 2 no dia primeiro de

dezembro e chegasse ao dia 30

sendo vendido a R$ 3,60. No mês

seguinte, vinha um novo aumento

e o leite passava a custar R$ 5, e

assim sucessivamente. Naquela

época, o salário minguava,

porque o poder de compra do

dinheiro diminuía um pouco a

cada dia.

i“Poupar só é possível

quando sobra dinheiro. Com o aumento do emprego, do salário mínimo e dos

programas de transferência de renda percebemos que o brasileiro está poupando

mais, apesar de muitas famílias perderam o controle dos seus gastos e estarem

inadimplentes.”Flávia Oliveira

“A gente incentiva que ela pense antes de gastar. Eu nunca fiz

porquinho, mas sei que é importante guardar dinheiro, principalmente

no banco porque evita que a gente gaste com qualquer coisa.”

Antonia, mãe da Gabi

renda percebemos que o bra-sileiro está poupando mais, apesar de muitas famílias per-derem o controle dos seus gas-tos para realizar sonhos e, com isso, estarem inadimplentes. Poupar e pagar à vista por um sonho é melhor do que se endi-vidar com juros que vão acabar comprometendo a renda”, su-gere Flávia.

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Na Maré é fácil encontrar porquinhos e outros formatos de cofre, como bujãozinho e caixas de madeira com cadeado de cores variadas e também com as dos times de futebol. Os preços variam de R$ 3 (de plástico) a R$ 35 (caixa de madeira com cadeado)

Para a jornalista, o porquinho é um bom presente para crianças e adultos, mas vale a pena fazer uma experiência e abrir uma conta no banco. “Guardar dinheiro no banco é mais seguro do que em casa e a poupança é a melhor modalidade de aplicação para quem não ganha muito, pois não tem valor mínimo para depositar, nem taxa de administração e não desconta Imposto de Renda. A poupança rende 2% ao ano, mais 70% da variação da Taxa

Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia, que é a taxa básica de juros do país, atualmente em 7,25% ao ano).

A poupança pode ser aberta para pessoas a partir de 0 ano (desde que assistidas pelos pais). É necessário apresentar (original e cópia) do CPF, carteira de identidade e comprovante de residência, que pode ser uma conta vencida há no

máximo 90 dias.

Aprovado o Planode Direitos Humanos da Maré

Centenas de pessoas estiveram envolvidas no processo de construção coletiva do texto do Plano Local de Direitos Humanos da Maré, que teve sua versão final aprovada no dia 28 de novembro no espaço Luta Pela Paz. A ideia é que o documento se desdobre, traga novas discussões e ações e seja entregue para o Poder Público.

O projeto é uma iniciativa do Iser, Redes da Maré, Observatório de Favelas e Luta Pela Paz, em parceria com a ONU Habitat. Também são parceiros a Ação Comunitária do Brasil, o Centro de Referência de Mulheres da Maré, o coletivo Entre sem Bater, a Vila Olímpica e o Vida Real.

O Plano é um projeto piloto, desenvolvido coletivamente pela comunidade ao longo de 2012, por meio de debates em encontros com diferentes grupos e organizações da Maré e também de oficinas com jovens. Foram estabelecidas diversas propostas de ação divididas em seis eixos temáticos: Espaços de Participação Popular; Grandes Empreendimentos, Moradia e Meio Ambiente; Garantir Direitos Respeitando as Diferenças; Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência; Educação em Direitos Humanos; Ditadura Civil-Militar e a Memória da Maré.

O encontro também se tornou um espaço de luto e discussão sobre os desdobramentos da tentativa de realização da Conferência em 1º de setembro, quando uma operação militar resultou na morte de dois jovens. (Texto: Aramis Assis)

Ponte reformadano Salsa e Merengue

Depois de reivindicações em duas edições do Maré de Notícias (ed. nº 28, de abril passado, e nº 33, de setembro) sobre a ne-cessidade de restauração da ponte que liga o Salsa e Merengue à Vila do João, os mo-radores conquistaram a reforma. O piso da ponte era de compensado. Sob chuva, sol, e sendo utilizada por pedestres e também por motos, a passagem ficou deteriorada. A notícia boa é que o piso foi trocado. Agora é de metal, e a ponte foi toda reformada e pintada. (Texto: Hélio Euclides)

Ação de Promoçãoda Saúde

No dia 18 de dezembro, as Unida-des CMS Samora Machel, CMS Nova Holanda e CMS Hélio Smi-dt estarão realizando uma ação de promoção da saúde, por meio de palestras e oficinas, das 9h às 15h. O objetivo é alertar a popu-lação sobre os riscos da tubercu-lose, para que moradores e traba-lhadores locais possam buscar o tratamento adequado, que é públi-co e gratuito.

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Moradores antigos: Jair (è esqu.), Rubem (de camisa amarela) e Arnóbio (de azul)

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Ilha do Catalão

O ambientalista Roberto Vianna promoveu, em 24 de novembro, mais um passeio ecológico à bela Ilha do Catalão, situada na ponta da ilha do Fundão, juntamente com representantes de instituições da Maré, como o Grupo de Socorrista da Maré (Nusumar). No passeio, Roberto conta a verdadeira história de antigos moradores como o pai dele, dos tempos em que a ilha era um arquipélago. Segundo Roberto, outros passeios virão. Contato: [email protected]

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Concerto para o Sol com a Cia Trança de Folia Sábado, 15/12, às 18hO espetáculo, voltado para o público infantil, é delineado a partir de quatro contos populares, de diferentes lugares do mundo, que remetem a uma “época mítica” em que os bichos falavam. São histórias escolhidas pela sua beleza, simplicidade, humor e valores que estão nelas contidos.

Jongo da Serrinha Domingo, 16/12, às 18hEm sua trajetória de resistência, o Jongo da Serrinha se transformou em uma das mais genuínas referências da cultura carioca e vem se apresentando em diversas cidades do Brasil e exterior divulgando e preservando o ritmo com espetáculos de alta qualidade. Programa para jovens, crianças e adultos!

Recesso Neste fim de ano, o Centro de Artes da Maré (CAM) e a Escola Livre de Dança da Maré (ELDM) estarão em recesso a partir de 22 de dezembro, retornando em 7 de janeiro. A ELDM volta em 21 de janeiro, com exceção das aulas de dança de salão, que retornam em 1º de fevereiro. Mas fique de olho, pois de 7 a 21 de janeiro haverá algumas atividades da escola livre de dança na Redes.

Temporada Maré de Artes Cênicas Encerrando o ano em grande estilo

Dança contemporânea (12-18 anos) 18h30-20hDança de rua (Nível avançado) 20h-21h30Cineclube Maré Cine sempre às 17h30

Consciência corporal (a partir de 16 anos) 18h30-20hPercussão (Método O Passo) 20h-21h30

Introdução ao balé (a partir de 8 anos) 9h30-11h na RedesDança de rua (a partir de 10 anos) 17h-18h30

Consciência Corporal (7-12 anos) 18h30-20hDança criativa (7-12 anos) 18h30-20hDança contemporânea 20h-21h30

Introdução ao Balé (a partir de 8 anos) 17hs-18h30Dança de salão (a partir de 16 anos) 18h30-20h e 20h-21h30

OFICINAS REGULARES

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3as

4as

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6asR. Bitencourt Sampaio,181 Nova olanda

(21) 3105-7265

Confira a programação no local ou pelo telefone: 3105-7265 (de segunda a sexta, de 14h às 21h30)

PROGRAMAÇÃOFavela Rock

sexta, 14/12, às 20hIMPERDÍVEL:

Show do Fim do Mundo!

Stand-up Comedyquinta, 20/12, às 20h

Com o grupo Maré de Humor. Apre-sentando o espetáculo “Junto e Mistu-rado” com vários personagens que fa-zem parte do cotidiano da Maré. Será o segundo show de humor da Lona, contando com a participação do colu-nista do Maré de Notícias, Diogo dos Santos, que assina a seção de piadas da página 16. O evento que aconte-ceu em 9/11 levou 300 pessoas até a Lona. Sucesso total! Gargalhada ga-

rantida com entrada gratuita!Participação Especial do grupo de

pagode “Parabalar.”

Forró na Lona sexta, 28/12, às 20h

Venda de comidas nordestinas e mui-to forró e baião com o grupo “Os Três

Forrozeiros” e convidados.

Cineclube Rabiola Toda sexta-feira, 16h30

O melhor do cinema para a garotada.14/12: Bob Esponja 21/12: Rei Leão 28/12: Os Sem Floresta

Biblioteca Popular Municipal Jorge AmadoDe segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

R. Ivanildo Alves, s/n - Nova Maré - Tels.: 3105-6815 / [email protected]

FACE: Lona da Maré - ORKUT: Lona Cultural da Maré - Twitter: @lonadamareConsulte a programação em www.redesdamare.org.br

cultura

OFICINAS REGULARESViolão & Cavaquinho

2as - 15h às 17h3as - 18h às 20h

Circo 2as - 15 às 17h e 4as - 15 às 71h

Percussão2as e 3as - 9h às 11h30

Gastronomia4as - 9h às 12h e 13h às 16h

Gastronomia Cidadania4as - 13h às 15h

TeatroSábados - 10h às 12h

Dança de salãoSábados - 18h às 20h

Grafite & desenhoSábados - 12h30 às 13h30Construção de brinquedosSábados - 13h30 às 14h30

Contação de históriaSábados - 14h30 às 15h30

Herbert ViannaLona cultural

PROGRAME-SE !TODA A PROGRAMAÇÃO É GRATUITA !

Premiação o para blog do IV Centenário

Entre os 219 blogs inscritos para o Troféu Rioeduca 2012, o desenvolvido por alunos do grêmio estudantil da Escola Municipal IV Centenário foi o premiado na categoria Blog do Aluno. A premiação é concedida pela Secretaria Municipal de Educação com o objetivo de reconhecer e valorizar as práticas pedagógicas das escolas da Prefeitura que ajudam no desenvolvimento dos alunos. São reconhecidos os blogs produzidos por alunos, professores e escolas que contribuem para o aprendizado e para a integração com a comunidade.

Conheça o blog: www.geivcentenario.blogspot.com.br

O Natal está chegando. Veja só que criativo esse papai Noel feito de morangos, chantili e olhos de sementinha, postado no Facebook pela comunidade “Faça você mesmo”.

Rep

rod

ução

Há 14 anos, dois moradores da Rua Jorge Luiz (antiga Rua E), na Nova Holanda, pensaram em fazer algo para ajudar o próximo nas festas de fim de ano. Vino e Chicão se organizaram para recolher roupas e alimentos não perecíveis para doações em abrigos e orfanatos. Durante esse período, a campanha solidária de Natal foi crescendo e ganhando a confiança dos moradores da Nova Holanda. Algumas pessoas se juntaram a eles – filhos, sobrinhos, vizinhos e amigos – e se tornaram amigos desta campanha solidária. Na tragédia da Região Serrana e nas chuvas de verão, eles fizeram campanha S.O.S para os desabrigados. Foi um sucesso.

Todos os anos este ato de solidariedade é animado com muita música, com participação de cantores e grupos de pagode da comunidade que vão prestigiar com suas doações. É um momento de lazer para todos. Um dos momentos especiais da festa é a chegada de Papai Noel, que encanta a todos com sua alegria e distribui brinquedos para as crianças da comunidade.

Este ano, esta grande festa marcou o primeiro domingo de dezembro na esquina das ruas Sargento Silva Nunes e Jorge Luiz.

Wania Dias Silva,Leitora do Maré de Notícias

Ceia criativa e gostosa

Campanha de Natal mobiliza moradores

O que acontecee o que não deixa

de acontecer por aqui

A banda Korzus, de thrash metal, se apre-sentará na Lona da Maré pela primeira vez. O grupo paulista, famoso no Brasil e no mundo, fará um show de uma hora e meia, tempo normal de suas apresentações, com a grande diferença de por aqui a entrada ser gratuita. Bandas de abertura: Brutally Murdered, VodKaos, Severe Disgrace,

Dartherium.

korzus na maré

Divulgação

Henrique Gomes

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Rindoatoa)

Diogo dos Santos

na entrevista de emprego perguntam ao candidato se há recomendação. - sim - responde - No antigo emprego me recomendaram procurar outra firma...

Duas pulgas esperam por cachorro. Uma diz a outra: vamos nessa!A outra responde: vou no próximo que esse está lotado.

A mãe vê o garoto rezando, de joelhos. Não entende o motivo, mas Ele reza para que o Maracanã vá para Minas Gerais.Ele explica: É que escrevi isso na prova.

pra maré participar do maré

todos os meses! Garanta o seu jornal da sua

comunidade!Busque um exemplar na Associação de Moradores

há vagas no ponto tratamento eficaz reza forte

Mostre seu Natal aqui!Perguntaram ao Papai Noel se ele vai aparecer na edição

de janeiro do Maré de Notícias. Sabe o que ele respondeu? “Vou, vou, vou!”

Moradores, trabalhadores e amigos da Maré, façam como o bom velinho:enviem fotos do Natal na sua casa ou na rua para sair na edição de janeiro.

Avisem aos vizinhos e mandem as fotos até quinta, 03 de janeiro.Email: [email protected]

Ou deixe na Redes: Rua Sargento Silva Nunes, 1.012. Nova HolandaQualquer coisa nos ligue: 3104-3276.

Boas festas e feliz 2013!

No hospital o doente recebe uma boa notícia:- Você vai voltar a andar! ... e ele teve que vender o carro para pagar a operação!

Despertou para mundoO universo está em festaTocou os tambores nos quatroCantos do mundo, nos céus os clarins

É tempo de acabar com horroresE semearmos somente amoresO mundo está em comunhãoCom ternura, paz e esperança.Preste atenção

O olhar e o sorriso de uma criançaE santidade! É lindo! lindo!O universo está em festaNão queremos pranto, nem choro nem agonia

Sim, Alegria, Amor, paz e poesiaArredando com carinho, as pedrasDo caminho, expandindo as correntesQuão pétalas de rosa sob orvalho, perfumandoA madrugada, prata e ouro se fundem

Toda riqueza do mundo, elos eternosAs nações em júbilo e contribuiçõesSalve América! O servo do Senhor!O novo presidente Barack ObamaO sol rege maestrinamente, a lua,As estrelas brilham no azul românticoDo firmamento

Poema escrito em 07/11/2008, por ocasião da primeira eleição de Obama para presidente.

O esperando personagem que há muito América tinha em segredo, um homemSempre iluminado, amado.

Um alarido, um burburinho só, até aMajestade natureza ficou mais vaidosaCom acalanto dos pássarosAleluia! Aleluia!

“Barack Obama”O presidente dos Estados Unidos (O Brasil estende o coração)

Poesia: “Salve América”Ana Maria de Souza

Colaborou: Hélio Euclides