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O olhar do mundo Down A exposição “Olhar para ver” traz obras do curso de fotografia para pessoas com síndrome de Down. Pág. 4 e 5 Seus Direitos Direito previdenciário. Pág. 6 e 7 Por dentro da Maré Maré pede nova clínica da família, aniversário da Vila do João, Encontros sobre direitos no CRMM e muito mais! Pág. 12 a 14 Receita Torta alemã Pág. 15 45 Ano IV, N o setembro de 2013 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita Centro de Artes e Lona da Maré Pág. 15 Novo sistema de transporte complementar vai mexer com o dia a dia de moradores e traba- lhadores da Maré, que passarão a ter apenas duas linhas de vans. As kombis vão parar de circular. Os percursos já foram definidos pela prefeitura, mas ainda não têm data de imple- mentação. O Maré foi às ruas ouvir a opinião das pessoas que, em geral, reclamam de ter de passar a usar mais ônibus. De positivo, as vans aceitarão Riocard e circularão 24h. Conheça os novos percursos, tim tim por tim tim. Pág. 8 a 10 Adilson, da Comlurb, o gari boa praça, reco- lhe, limpa e até conserta brinquedos encon- trados no lixo para presentear a garotada da Maré. Pág. 3 Mais de 5 mil foram às ruas pedir o fim da homofobia nas favelas. Ca- sais heterossexuais também partici- param da Parada LGBT e se solida- rizaram com o direito de orientação sexual de cada um. Pág. 11 ...É o fim do caminho Gari faz a alegria da criançada Parada Gay lota as ruas Shirley Medeiros Elisângela Leite Rosilene Miliotti Elisângela Leite Lucielma Rodrigues Elisângela Leite Geovane, passageiro da linha 818 (Norte Shopping), que vai acabar

Maré de Notícias #45

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O olhar domundo Down

A exposição “Olhar para ver” traz obras do curso de fotografia para pessoas com

síndrome de Down. Pág. 4 e 5

Seus DireitosDireito previdenciário. Pág. 6 e 7

Por dentroda Maré

Maré pede nova clínica da família, aniversário da Vila do João, Encontros sobre direitos no CRMM e muito mais!

Pág. 12 a 14

Receita

Torta alemã Pág. 15

45Ano IV, No setembro de 2013 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita

Centro de Artes e Lona da Maré Pág. 15

Novo sistema de transporte complementar vai mexer com o dia a dia de moradores e traba-lhadores da Maré, que passarão a ter apenas duas linhas de vans. As kombis vão parar de circular. Os percursos já foram definidos pela prefeitura, mas ainda não têm data de imple-mentação. O Maré foi às ruas ouvir a opinião das pessoas que, em geral, reclamam de ter de passar a usar mais ônibus. De positivo, as vans aceitarão Riocard e circularão 24h. Conheça os novos percursos, tim tim por tim tim. Pág. 8 a 10

Adilson, da Comlurb, o gari boa praça, reco-lhe, limpa e até conserta brinquedos encon-trados no lixo para presentear a garotada da Maré. Pág. 3

Mais de 5 mil foram às ruas pedir o fim da homofobia nas favelas. Ca-sais heterossexuais também partici-param da Parada LGBT e se solida-rizaram com o direito de orientação sexual de cada um. Pág. 11

...É o fim do caminho

Gari faz a alegriada criançada

Parada Gay lota as ruas

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Geovane, passageiro da linha 818(Norte Shopping), que vai acabar

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AgradecimentosRecebemos os exemplares da ActionAid todos os meses, periodicamente. Distribuímos o jornal para todos(as) os(as) funcionários(as) e estagiários(as) da equipe. Para nós é essencial recebermos este material.

O Maré de Notícias fornece informações que nos possi-bilita acompanhar as ações e informações da Maré e os principais temas que estão na agenda de lutas dos mo-

CARTAS

radores, permitindo uma sen-sibilização e mobilização de funcionários(as) para os te-mas abordados.

O jornal também é uma ótima fonte para levantamento de dados e informações sobre a Maré. Parabéns a todos(as) da equipe que participam direta e indiretamente da produção do jornal!

Gabriela Pinto, do Programade Direito à Cidade da ActionAid

“Favelado. Afinal, o que é”

Acabei de chegar do trabalho e, como sempre, minha mãe me avisa a chegada do jornal. Minha curiosi-dade é sempre grande, pois além de gostar de saber das “novidades” da Maré, sei que assuntos extre-mamente relevantes para todos nós são expostos mensalmente.

Fiquei tão empolgada que decidi escrever agora para vocês, pois li o artigo “Favelado. Afinal, o que é isso?”, do historiador Marcelo Bel-fort (Ed. 44, de agosto, pág. 10 e 11), e recordei exatamente as situ-ações pelas quais também passei e sei que muitos de nós, morado-res da Maré e de todas as favelas do Rio, também passaram e pas-sam. Emocionei-me, pois Marcelo “fala”, apesar de todas as dificulda-des que tivemos e temos, da con-vivência com tanta Gente Boa e das lembranças da nossa infância.

Realmente é algo que só quem viveu e vive sabe o valor, o VA-LOR da Liberdade e Criatividade. Combustíveis valiosos. Parabéns Marcelo, muito bom mesmo! Para-béns, pessoal do Núcleo de Me-mória (Numim) e Redes! Quando li seu artigo, lembrei-me de algo que escrevi neste ano, na véspera do dia de São Sebastião. Gostaria de compartilhar. Espero que gos-tem! (Nota da Redação: A poesia está na pág. 16)

Sara Alves, moradora daVila do João

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Redes de Desenvolvimento da Maré Rua Sargento Silva Nunes, 1012,

Nova Holanda / Maré CEP: 21044-242 (21) 3104.3276 (21)3105.5531

www.redesdamare.org.br [email protected]

Os artigos assinados não representam a opinião do jornal.

Parceiros:

Rosilene Miliotti Fabíola Loureiro (estagiária)

Fotógrafa Elisângela Leite

Projeto gráficoe diagramação

Pablo Ramos

Logomarca Monica Soffiatti

Colaboradores Anabela Paiva

André de LucenaAydano André Mota

Flávia Oliveira

Coordenadoresde distribuição

Luiz GonzagaSirlene Correa da Silva

Impressão Gráfica Jornal do Commércio

Tiragem 40.000 exemplares

Instituição Proponente Redes de Desenvolvimento da Maré

Diretoria Andréia Martins

Eblin Joseph Farage (Licenciada) Eliana Sousa Silva

Edson Diniz Nóbrega Júnior Helena Edir

Patrícia Sales Vianna

Coordenação de ComunicaçãoSilvia Noronha

Instituição Parceira Observatório de Favelas

Apoio Ação Comunitária do Brasil

Administraçãodo Piscinão de Ramos

Associação Comunitária

Roquete Pinto

Associação de Moradores e Amigos do Conjunto Bento Ribeiro Dantas

Associação dos Moradores e Amigos do Conjunto Esperança

Associação de Moradores do Conjunto Marcílio Dias

Associação de Moradores do Conjunto Pinheiros

Associação de Moradores do Morro do Timbau

Associação de Moradores do Parque Ecológico

Associação de Moradores do Parque Habitacional

da Praia de Ramos

Associação de Moradores do Parque Maré

Associação de Moradores do Parque Rubens Vaz

Associação de Moradoresdo Parque União

Associação de Moradores

da Vila do João

Associação Pró-Desenvolvimento da Comunidade de Nova Holanda

Biblioteca Comunitária Nélida Piñon

Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa

Conexão G

Conjunto Habitacional Nova Maré

Conselho de Moradores da Vila dos Pinheiros

Luta pela Paz

União de Defesa e Melhoramentos do Parque

Proletário da Baixa do Sapateiro

União Esportiva Vila Olímpica da Maré

Editora executiva e jornalista responsável

Silvia Noronha (Mtb – 14.786/RJ)

Repórteres e redatores Aramis Assis

Beatriz Lindolfo (estagiária) Hélio Euclides (Mtb – 29919/RJ)

EDIT

OR

IAL

Editorial

Conforme poderá ser visto na re-portagem de capa, a partir da pág. 8, os itinerários das novas linhas de transporte complementar não agradaram aos usuários do sis-tema na Maré, que temem tanto gastar mais tempo como enfrentar o desconforto que a mudança de-verá provocar na vida de muitos. A questão de fundo que se coloca - mais uma vez - é a falta de diálo-go dos representantes dos órgãos públicos com a população a ser afetada pela medida. A prática dos governos locais é a tomada de de-cisões de “cima pra baixo”. Quem tem o poder de decidir, decide e depois comunica.

Ou seja, ainda vivemos numa de-mocracia apenas representativa e pouco ou nada participativa e deli-berativa, na qual a população opi-na e é ouvida, gerando reflexões a respeito das políticas públicas a serem implementadas.

Por isso, defendemos sempre o diálogo e entendemos que este nem sempre representa mudan-ças imediatas. Sabemos que é um processo de mudança que deve ser construído.

A todos e todas, uma boa leitura!

HUMOR - André de Lucena:“Ideias brilhantes”

Expediente

Democracia participativa

Leia o Maré e baixe o PDF em www.redesdamare.org.br /redesdamare @redesdamare

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FILDiversão que vem do lixo

Gari chama a atenção por onde passa com seu trator cheio de brinquedos achados no lixo e entregues a crianças

Fabíola Loureiro Elisângela Leite

Adilson Pinheiro da Silva, de 45 anos, também conheci-do como Didi Cabeção, apelido dado pelos amigos ainda criança, trabalha na Comlurb há 22 anos. Diariamente sai com seu trator para recolher o lixo da Nova Holanda, Ru-bens Vaz e Parque União. Um urso enorme que fica na frente do trator chama a atenção dos moradores. O urso, assim como outros brinquedos e objetos que decoram o trator, foi encontrado no lixo. Na parte de cima ficava também uma boneca, que sumiu, e em seu lugar, Adilson colocou o Zangado, um dos anões da história infantil da Branca de Neve.

O ex-morador de Rubens Vaz – atualmente ele mora em Guapimi-rim – trabalhava em outras comunidades e há três anos foi transfe-rido para a Maré. Aqui, ele costuma encontrar brinquedos no meio do lixo, alguns novos, outros precisando apenas de um pequeno conserto, como uma costura, no caso dos bichinhos de pelúcia.

Com o tempo, o gari passou a colocar os brinquedos no trator e a distribuí-los para a criançada. Na Maré, este hábito teve início há um ano. “Quando passo com o trator, todos ficam olhando e as crianças esperando algum brinquedo”, conta ele. Adilson diz que muitos pais gostam e aprovam a ideia, porque além de alegrar a garotada é também uma forma de reciclar o que ele encontra pelo caminho.

Limpeza e conserto dos brinquedos

“Hoje em dia algumas crianças não brincam mais com brin-quedos, então sempre encontro muitos no lixo. Às vezes são brinquedos novos, que precisam apenas ser lavados ou con-sertados em alguma parte. Quando encontro bonecas, deixo com a minha cunhada, que lava e faz roupinhas e depois dou para as meninas”, conta Adilson.

Segundo ele, na Maré é fácil achar brinquedo no lixo. “O lixo daqui é ‘rico’ de brinquedo”, ressalta ele. Certa vez o gari encon-trou uma caixa com vários carrinhos e não pensou duas vezes em dá-los a um grupo de meninos. Ele conta ainda que já hou-ve casos de preconceitos, de alguns pais não aceitarem, por ser brinquedo que veio do lixo. Mesmo assim, a criançada corre para a rua toda vez que ouve o barulho do trator, na esperança de que Adilson possa estar trazendo mais brinquedos consigo.

“Quando passo com o trator, todos

ficam olhando e as crianças

esperando algum brinquedo”

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AIO A síndrome de Down

e o mundo da fotografiaA partir do Censo Maré foram identificadas 46 pessoas com síndrome de

Down na Maré. Sete participam de um curso de fotografia

Rosilene Miliotti

Alunos do Curso de Fotografia para Pessoas com Síndrome de Down, da Maré, estão organizando a exposição “Olhar para ver”, com as imagens fei-tas por eles durante as aulas. O obje-tivo do projeto é estimular a autono-mia das pessoas. São 26 alunos, sete deles moradores das comunidades da Maré, que, desde final de fevereiro, aguçam o olhar a partir de aulas teóri-cas e práticas, com saídas ao ar livre para o piscinão de Ramos e Jardim Botânico.

A exposição será inaugurada no Centro Cul-tural dos Correios (a estatal patrocina o proje-to) e posteriormente será montada no Galpão Bela Maré, na Nova Holanda. O curso é ofere-cido pelo Observatório de Favelas em parceria com o Movimento Down e o Ateliê Espaço Te-rapêutico. Os professores são AF Rodrigues e Elisângela Leite (fotógrafa do Maré de Notícias e do Imagens do Povo).

O número de moradores da Maré com síndro-me de Down é de 46. Para que o número fosse exato, a Equipe Social da Redes da Maré visi-tou todas as casas de moradores identificados com Down no Censo Populacional da Maré,

cujos dados estão sendo computados neste segundo semestre.

A coordenadora da Equipe Social da Redes, Gisele Ri-beiro Martins, conta que as pessoas ainda confundem a síndrome de Down com dife-

rentes deficiências intelectuais. “Percebemos que há falta de informação e que as famílias protegem demais e limitam a autonomia des-sas pessoas, que deveriam ser estimuladas desde cedo, quando ainda crianças. A propos-ta da pesquisa é identificar e estimular que es-sas pessoas sejam mais autônomas”, explica.

Para isso, uma série de atividades estão sendo promovidas com o objetivo de melhorar a qua-lidade de vida dessas pessoas (leia abaixo). Caso você, morador da Maré, tenha alguém com síndrome de Down na família, procure a Equipe Social.

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AGENDA: Exposição“Olhar para ver”De 17 a 20 de setembro,no Centro Cultural dos Correios Rua Visconde de Itaboraí, 20 Centro(perto da Candelária, atrás do CCBB)Breve no Galpão Bela Maré, em dataa ser definida. Acompanhe peloFacebook: /redesdamare

Formação do Movimento Downpara profissionais das áreas desaúde e educaçãoDia 27/09, na UFRJ

Reunião com os responsáveisque já estão nos projetos doMovimento DownDia 09/10, na Redes da Maré

Mais informações: Equipe Socialda Redes da MaréTel: [email protected]

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TOS SEUS DIREITOS O mundo é nosso e o direito é de todos!

Coluna especial

Quinto tema:

Equipe Social da Redes da Maré [email protected]

O Que é Direito Previdenciário?Quais benefícios são garantidos?

O trabalhador que contribui mensalmente para a Previdência Social tem direito a auxílio doença, auxílio acidente, aposentadoria, salário maternidade e seguro desemprego, bem como outros benefícios

concedidos aos dependentes. Vamos conhecer cada um deles!

Aposentadoria

Aposentadoria por Idade - Trabalhadores da cidade e trabalhadores rurais podem se aposentar com idades diferentes.

Trabalhadores da cidade - Homens aos 65 anos e mulheres aos 60 anos de idade. Para solicitar a aposentadoria, esses segurados devem comprovar o pagamento de 180 contribuições mensais.

Trabalhadores rurais - Homens aos 60 anos e mulheres aos 55 anos de idade. São considerados segurados especiais quando trabalham em uma pequena propriedade, na área rural e com sua família. Nesse caso, não é preciso ter pago o INSS. Deve comparecer em um posto do INSS e comprovar o trabalho nessas condições.

Aposentadoria por Tempo de Contribuição - Para solicitar essa aposentadoria, o homem precisa ter 35 anos de contribuição ao INSS e a mulher, 30 anos. Não é preciso sair do trabalho. Os homens podem requerer aposentadoria proporcional aos 53 anos

de idade e 30 anos de contribuição e as mulheres aos 48 anos de idade e 25 de contribuição, ambos com um tempo adicional de contribuição que será calculado nas agências do INSS (adicional de 40% sobre o tempo

de contribuição que faltava em 16 de dezembro de 1998 para completar 30 anos).

Aposentadoria Especial - É o caso de pessoas que trabalham em ambientes que podem ser prejudiciais à saúde, como expostas a bactérias, barulhos muito altos, venenos ou micróbios.

Por isso, podem se aposentar com 15, 20 ou 25 anos de serviço. É preciso comprovar o tempo de trabalho e a exposição a agentes físicos, químicos ou biológicos pelo

período exigido. A obrigação dessa comprovação é do empregador.

Aposentadoria por Invalidez - É o caso de segurados do INSS que não podem mais exercer sua profissão por problemas de saúde. Em regra, é necessário

que o segurado tenha contribuído por 12 meses. Nos casos de doenças graves ou se o problema de saúde foi causado por acidente ou doença

adquirida no trabalho, não será necessário tempo de contribuição. Terá direito a acréscimo de 25% no valor da aposentadoria o segurado que precisar de assistência permanente de outra pessoa por causa de seu problema de saúde.

A Previdência Social é o seguro social que ga-rante proteção ao trabalhador e sua família. Como se trata de um seguro, todo trabalha-dor é obrigado a contribuir com um percen-tual proporcional a sua remuneração mensal. Toda pessoa que exerce atividade remune-rada é considerada segurado obrigatório pe-rante o Regime Geral de Previdência Social, devendo nele inscrever-se. O trabalhador que tem registro em Carteira de Trabalho e Previ-dência Social contribui automaticamente com

desconto no salário. Autônomos também po-dem contribuir para assegurar direitos como auxílio-doença e salário-maternidade. Além disso, o tempo de contribuição é contabilizado na hora de solicitar a aposentadoria.

O direito previdenciário garante ao trabalhador contribuinte da Previdência Social um benefício que o auxilia financeiramente em situações nas quais ele perde temporariamente ou definitiva-mente a capacidade de trabalho, seja por motivo

de doença, invalidez, idade avançada, morte, maternidade, reclusão ou por desemprego invo-luntário.

Curiosidade! Você sabe o que é o INSS? INSS é a sigla de Instituto Nacional do Seguro Social, antigo INPS. É a instituição do governo federal que recebe as contribuições dos trabalhadores e empregadores para a manutenção do Regi-me Geral da Previdência Social, sendo ele res-ponsável pelo pagamento dos benefícios.

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osAuxílio Doença - Esse auxílio é uma forma de o segurado receber seu

pagamento enquanto melhora de uma doença ou acidente de trabalho. Após agendar atendimento, o segurado irá a uma agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) levando todos os seus documentos de trabalho, comprovantes de pagamento do INSS e exames médicos. O INSS vai, através de um médico perito, confirmar seu estado de saúde. Durante o período em que receber o auxílio-doença, você deverá ser examinado por um médico do INSS e, se necessário, também terá que participar de um programa de reabilitação profissional, que é um curso que ajuda o trabalhador na reabilitação e retorno ao serviço. O INSS também pode chegar à conclusão, após o período de reabilitação, de que o segurado não tem mais condições de trabalhar. Nesse caso, ele será aposentado por invalidez.

Salário Maternidade - É o salário que a segurada do INSS recebe pelo período de 120 dias enquanto cuida do filho após o parto ou durante o processo de adoção de uma criança. O período pode iniciar 28 dias antes do parto. Se a criança nascer sem vida, a mulher também terá direito a licença. Para as trabalhadoras com carteira assinada e empregadas domésticas não é exigido tempo mínimo de contribuição. Para as outras trabalhadoras é exigido o mínimo de 10 contribuições. A mulher desempregada há menos de um ano também terá direito a receber o salário maternidade pelo período de 120 dias. Mulheres que sofrem aborto espontâneo ou permitido em lei têm direito ao salário-maternidade correspondente a duas semanas.

Seguro Desemprego - Benefício dado aos trabalhadores demitidos sem justa causa que possuíam contrato de trabalho por tempo indeterminado. O valor do benefício e o número de parcelas variam conforme a remuneração do trabalhador e o tempo de serviço no último emprego. O trabalhador tem do 7º ao 120º dia após a data da demissão do emprego para fazer o requerimento do benefício nas Delegacia Regional do Trabalho (DRT), no Sistema Nacional de Emprego (Sine) ou nas agências credenciadas da Caixa, no caso de trabalhador formal.

Pensão por Morte - Todo dependente tem direito à pensão por morte no caso do falecimento de um segurado do INSS. Se o segurado tem mais de um dependente, o valor mensal da pensão será dividido por todos. Se a pensão for solicitada até 30 dias após o falecimento, o dependente tem direito à pensão desde a data da morte do seu parente. Se esse prazo for perdido, o dependente passa a receber apenas a partir do dia em que pediu a pensão.

Auxílio-reclusão - Benefício pago a dependente de um segurado que foi preso. Para ter direito, o preso não poderá estar recebendo salário, auxílio-doença ou aposentadoria. É pago durante o período em que o segurado estiver preso.

Fique atento!!! Ao perder o emprego, o segurado empregado continua por um tempo mantendo seus direitos perante a Previdência Social. Esse tempo é chamado “período de graça” e geralmente é de 12 meses, mas pode ser prorrogado para 24 meses (dois anos) se o trabalhador já paga o INSS há mais de 10 anos e está desempregado. O segurado contribuinte individual também tem direito ao período de graça de seis meses após a cessação das contribuições ou da doença incapacitante

Se você tiver qualquer dúvida sobre benefícios ou quiser agendar atendimento ligue para Central de Atendimento da Previdência Social no numero 135 ou acesse o site: http://www.previdencia.gov.br/index.php

As agências do INSS possuem atendimento do Serviço Social com objetivo de oferecer assistência e orientação aos beneficiários.

Salário-família - O salário família é o benefício que o(a) segurado(a) da Previdência Social recebe mensalmente para cada um de seus filhos, enteados e tutelados, com até 14 anos de idade ou inválidos. Se a mãe e o pai forem segurados, ambos podem receber o benefício. No ano de 2013, o salário-família é de R$ 33,16 por filho para quem ganha até R$ 646,55. Para o trabalhador que recebe de R$ 646,55 até R$ 971,78, o valor do salário-família por filho é de R$ 23,36. Quem recebe acima não tem direito.

Fique ligado: os benefícios previdenciários também contemplam seus familiares, chamados de dependentes, com direito a pensão por morte, auxílio reclusão e salário-família. São dependentes: esposa ou marido, companheira ou companheiro, filhos menores de 21 anos, filhos inválidos de qualquer idade, pais, irmãos menores de 21 anos, irmão inválido e enteado.

Auxílio Acidente - Benefício concedido como indenização a trabalhadores, empregados, que recebem auxílio-doença por causa de algum acidente no trabalho e ficaram com problema permanente de saúde que não permite retornar à profissão anterior ou trabalhar normalmente. Esse benefício será pago mensalmente até a aposentadoria do trabalhador.

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Prefeitura reduz o número de itinerários. Ficaremos com apenas duas linhas de vans

Conheça os itinerários

Hélio Euclides Elisângela Leite

Na edição nº 38, de fevereiro deste ano, na reportagem intitulada “Ameaça ao ir e vir”, o Maré de Notícias relatava que a Prefeitura do Rio iria realizar uma licitação que poderia vir a prejudicar passageiros e também os motoristas de kombis. Passados sete meses, o governo municipal começa a divulgar os itinerários do Transporte Especial Complementar (TEC) e a colocar em prática o chamado Sistema de Transporte Público Local (STPL). A primeira localidade foi zona sul, agora segue por Méier e Jacarepaguá.

Os próximos passos serão Centro e Zona da Leopoldina. A Maré terá apenas duas linhas, ambas vão ligar a Bonsucesso. Uma sairá da Vila do Pinheiro, com passagem pela Vila do João. Outra partirá do Parque União, com trajeto em torno do Morro do Timbau. Ou seja, com a licitação, as linhas alternativas que ligam a Maré ao Norte Shopping, Olaria, Castelo e a Tijuca devem acabar. Estamos falando das kombis e das vans que hoje fazem ponto final na Vila do João, perto da Associação de Moradores e na entrada da comunidade; e na Rua Bittencourt Sampaio, na Nova Holanda.

Na época da abertura da licitação, a prefeitura informou que as novas linhas seriam opera-das apenas por vans, com aparelho de leitu-ra de Riocard, com dois turnos e circulação 24 horas, o que é positivo. Kombis não serão

mais aceitas. Além disso, a ideia da prefeitura é implementar um transporte apenas comple-mentar, dando fim ao sistema alternativo, que circulava pela cidade toda.

Para alguns destinos, o passageiro precisará gastar mais tempo e dinheiro, caso não possua Riocard. “Acho errado acabar as vans. Não tem ônibus direto para o shopping, terei que pegar duas conduções e mais duas para o retorno”, relata a passageira da linha 909, Elaine Vieira, que é moradora do Cachambi e trabalha na Maré. Para outros moradores a solução será a “viação canela”. “Os ônibus demoram. As kombis são mais rápidas e o preço, mais baixo. Se parar, vou a pé até Bonsucesso e depois pego uma condução para o meu destino”, prevê Diego Freitas, que também utiliza a mesma linha para o Norte Shopping.

Linha 8: MARÉ / BONSUCESSO(VIA HGB) CIRCULAR

ITINERÁRIO: Rua Roberto da Silveira - Av. Brigadeiro Trompowiski - Rua Ary Leão - Rua Portinari - Rua Darci Vargas - Rua Principal - Rua Praia de Inhaúma - Av. Bento Ribeiro Dantas - Viaduto de Manguinhos - Av. Gov. Carlos Lacerda Rua Eng. Artur Moura - Rua Leopoldo Bulhões - Av. Paris - Av. Roma - Av. Londres - Av. Brasil - Rua Aguiar Moreira - Av. Roma - Av. Londres - Av. Bruxelas – Rua Guilherme Maxwell – Praça Augusto Medeiros da Mota – Rua Cardoso de Morais - Rua Dona Isabel - Rua Leopoldo Bulhões - Rua Eurico Sousa Leão - Av. Gov. Carlos Lacerda (Linha Amarela) - Vd. de Manguinhos - Av. Bento Ribeiro Dantas - Av. Canal Rua Tancredo Neves - Rua Principal - Rua Darci Vargas - Rua Portinari - Rua Roberto da Silveira.

Linha 9: VILA DOS PINHEIROS /BONSUCESSO (VIA HGB) CIRCULAR

ITINERÁRIO: Travessa 15 - Via A 2 - Via Seletiva - Tv 35 - Via B Um - Via B3 - Via A1 - Rua Quatorze - Av. Brasil - Vd. de Manguinhos - Av. Gov. Carlos Lacerda (Linha Amarela) - Rua Eng. Artur Moreira Moura - Rua Leopoldo Bulhões - Rua Dona Isabel - Pça. das Nações - Av. Nova York - Av. Bruxelas - Rua Guilherme Maxwell – Praça Augusto Medeiros da Mota – Rua Cardoso de Morais - Rua Dona Isabel - Rua Leopoldo Bulhões - Rua Erico Sousa Leão - Av. Gov. Carlos Lacerda (Linha Amarela) - Vd. de Manguinhos - Av. Bento Ribeiro Dantas - Av. Canal - Via A1 - Travessa 35 - Via Seletiva - Via A2 - Tv. 15.

Parque União

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Prefeitura reduz o número de itinerários. Ficaremos com apenas duas linhas de vans

Vila do João

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BentoRibeiroDantas

Morrodo Timbau

Baixado Sapateiro

Nova Maré

Parque Maré

Nova Holanda

ParqueRubens Vaz

Parque União

VilaPinheiro

Salsa eMerengue

VilaPinheiro

(parque ecológico)

Mais passageiros nos ônibus

Ao falar de transporte, motoristas e passageiros são unânimes: acham que a retirada das kombis e da maior parte das vans tem o objetivo de privilegiar a circulação dos ônibus. Essa visão é reforçada quando eles observam as dificuldades enfrentadas pelos defensores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, na Câmara de Vereadores.

“O que o prefeito fez já era previsto antes da eleição, acabar com todas as autorizações dadas pela antiga gestão. Essa licitação é para tirar os legalizados do páreo”, opina o motorista da Cooperativa 404, Vila do João-Olaria, Bio Soares. “Não precisava de licitação. Era só continuar o trabalho antigo

de legalização. O que vai ficar são os ônibus, que são sucateados, demoram e são caros”, acrescenta o fiscal da CoopPaz320, Vila do João-Castelo, José Aragão, conhecido por Mister Bean.

Marcelo da Silva Correia, presidente da CoopPaz909, que liga Vila do João ao Norte Shopping, luta pelo transporte alternativo há oito anos. No início a linha era ‘cabritinho’ (que são kombis com faixas azul escuro nas laterais e circulam por meio de liminar. Os cabritinhos começaram em 1967, no Morro dos Cabritos, em Copacabana, por isso o transporte recebeu esse nome), depois foi

legalizada. “Acreditamos que serão cerca de 30 mil trabalhadores diretos e indiretos excluídos da licitação”, calcula. Segundo ele, a linha 909 transporta em média 600 pessoas por dia, duplicando nos finais de semana.

Para Francisco Oliveira, fiscal da Coop 818 que liga Nova Holanda ao Norte Shopping, o desemprego vai aumentar. “Dizem que no transporte alternativo só tem bandido. Incrível já que acordamos quatro horas da manhã para correr atrás do pão nosso de cada dia”, reclama.

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Ônibus lotados e com atraso

Heloisa Gonzaga, que trabalha na Tijuca e utiliza a linha alternativa 665, Vila do João-Saens Peña, não vê com bons olhos o ônibus que faz o mesmo trajeto. “A linha de ônibus é péssima, com muitos atrasos. Não há respeito com os passageiros, sem falar na lotação dos coletivos, na falta de educação dos motoristas e nas vezes em que eles não param quando estamos esperando no ponto. Os motoristas de ônibus da 665 ainda colocam pessoas por trás para não passar pela roleta e ficar com o dinheiro”, denuncia.

O término das linhas traz transtornos para todos. “Quando tem fiscalização e não circulam, já faz falta, imagine morar no alto do morro e ficar sem elas?”, questiona a passageira Janete Magre, que utiliza a linha

Morro do Timbau-Bonsucesso. Ana Paula Karpyn, que usa a mesma linha e também a Baixa do Sapateiro-Olaria, diz que com as kombis o bolso reclama menos. “Gosto pelo preço”, acentua.

Moradores da Vila do João são prejudicados ainda pela localização do ponto de ônibus, que é distante, em frente à Fiocruz. “É um adianto (pegar a kombi). Infelizmente pode um dia acabar, então terei que andar léguas para pegar um ônibus e ainda mofar”, comenta a passageira da 320, Sueli Batista. A professora Cláudia Custódia usa a mesma van, junto com amigas de profissão. “A van hoje é a nossa única opção, pois o transporte de ônibus é horrível”, frisa.

Muitos pensam parecido. “As vans resolvem bastante, até porque não tem ônibus direto. A solução seria a legalização das existentes”,

defende Leilane Gomes. “As vans deixam aonde queremos. Sem elas, teria de pegar duas conduções”, ressalta Geovane Rezende, passageiro da linha 818. O fim do transporte que estão acostumados a utilizar deixa muita gente preocupada. É o caso de Nilzete da Silva Santos. “Hoje o pior é esperar ônibus cheio. Tinha que voltar a linha de Copacabana”, relembra ela.

Procurada, a Secretaria Municipal de Trans-porte informou apenas os dois itinerários que farão parte do TEC, que circularão pela Maré. Não comunicou nada sobre quando entrarão em vigor, e não confirmou se have-rá linha que cruze a Avenida Brasil fazendo a ligação Bonsucesso-Ilha do Governador. Até o fechamento da edição não conseguimos a informação sobre o TEC para Roquete Pinto, Praia de Ramos e Marcílio Dias.

Francisco Oliveira (ao centro), fiscal da Coop 818: preocupado também com o desemprego

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11Mais de 5 mil se reúnem na segunda

“Atos de homofobia ainda acontecem na

Maré, mas espero que um dia não exista

mais discriminação por cor, raça,

orientação sexual ou religião”

Rosilene Miliotti

Famílias inteiras dançavam todas as músicas, mas as da cantora Anitta deram o tom da festa. Gilmar Cunha, presidente do Conexão G, conta que esse evento é um ato político e não apenas uma festa. A Parada Gay marca o fim de um dia inteiro de trabalho de orientação de saúde e cidadania com objetivo de levar serviços e oportunidades ao pú-blico LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros).

As diferenças sociais e econômicas mostram que as barreiras que a população precisa enfrentar na favela são ainda maiores. “O gay na Zona Sul costuma ter nível superior, mas na favela dificilmente chega à universidade. O movimento LGBT começou com a classe média, mas estamos aqui para mostrar que não é somente uma questão da classe média. É preciso construir uma agenda de políticas públicas para a população LGBT de favela”, ressalta Gilmar.

Rosemberg Medeiros, que acompanhava o evento com sua esposa, achou a Parada uma brincadeira muito saudável. “A violência contra homossexuais é coisa de gente ignorante. Cada um gosta do que quiser. Eu não tenho homossexuais na família, mas meu vizinho é e nos damos muito bem”, afirma.

Igrejas da Maré se reuniram para fazer uma vigília por causa do evento. “Não tenho nada contra as igrejas ou qualquer religião. Somos filhos de Deus também e queremos respeito. É muito bonito ver pais, mães e crianças dentro dessa manifestação contribuindo para um Brasil menos desigual”, desabafa Gilmar.

O desfile começou na Rua Teixeira Ribeiro, na Nova Maré, e terminou na praça do Parque União com show de travestis. “Estou terminando o evento com tristeza por saber que atos de homofobia ainda acontecem na Maré, mas espero que um dia não exista mais discriminação por cor, raça, orientação sexual ou religião”, conclui Gilmar.

Dia 13 de outubro acontece a Parada Gay, em Copacabana.

“Igual a você, quero respeito”, esse foi o lemado evento organizado pela ONG Conexão G

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O público se produziu para

ficar bonito na festa, que

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O que acontece e o que não deixa de acontecer por aquiInscrições para alfabetizaçãode adultosEstão abertas as inscrições para nova turma de Alfabetização de Jovens e Adultos, ofere-cida gratuitamente pela Redes da Maré. As aulas acontecerão de segunda a quinta-feira, de 16h30 às 18h30, a partir de 16 de setem-

bro. São 20 vagas ao todo. Inscri-ção na Secretaria da Redes (Rua Sargento Silva Nunes, 1012, Nova Ho-landa). Os documentos necessários são fotocópia da identidade, CPF, comprovante de residência e uma foto. Mais informações pelo telefone: 3105-5531.

Moradores se mobilizam por nova clínica da família

Moradores da Vila do Pinheiro, Salsa e Merengue e Marrocos se uniram e fizeram um abaixo-assinado para acelerar a construção de uma nova clínica da família que atenda as comunidades. A unidade atual, situada dentro do Ciep Ministro Gustavo Capanema, no Pinheiro, se encontra com infraestrutura em condições precárias e carência de recursos humanos, apesar do empenho da equipe que trabalha no local. Há pedaços de teto desa-bado, além de o espaço ser pequeno para o número de famílias atendidas.

O abaixo-assinado, que conta com mais de 2.000 assinaturas de moradores, pais de alu-nos, funcionários do Ciep, lideranças comunitárias, deverá ser entregue na próxima reu-nião do Conselho Distrital de Saúde. A nova clínica será na Av. Bento Ribeiro Dantas, na entrada da Vila do Pinheiro, em um terreno ao lado da passarela da Linha Amarela, e a data de inauguração está prevista para março de 2014, segundo Maria de Fátima Gustavo Lopes, presidenta do conselho distrital.

Vila do João completa 31 anosNo dia 31 de agosto, a Vila do João esteve em festa, na comemoração de seu aniversá-rio. A comunidade celebrou bodas de Nácar, 31 anos de existência. O evento aconteceu na quadra, organizado pela Associação de Moradores com a colaboração de comercian-tes locais. Na parte da tarde, o espaço foi das crianças, com animação, brinquedos, recre-ação, distribuição de lanches e bolo. Para o público adulto, a festa foi à noite, com apre-sentações musicais, nos estilos gospel, sam-ba, forró, pagode e funk.

A festa marcou a inauguração da quadra, reconstruída pela NHJ do Brasil e batizada de Centro Esportivo e Cultural. A festividade ainda incluirá, durante o ano, a restauração da placa comemorativa do início das obras

da Vila do João, em 1981, que será coloca-da na frente da associação. A placa tinha sido pichada.

A festa de aniversário acontece há oito anos e já entrou para o calendário da comunida-de. “Estou feliz, pois trabalhei na construção da Vila do João. Essa data tão especial para mim e moradores é um resgate da história”, destacou o presidente da Associação, Mar-co Antonio Barcellos, o Marquinho Gargalo. Na época da construção da comunidade pelo governo federal, estima-se que um ter-ço da população da Maré morava sobre pa-lafitas, principalmente na Baixa do Sapateiro e no Parque Maré. Parte dessas famílias foi transferida para o conjunto habitacional Vila do João.

Encontro da terceira idadeHelio do Alho pede para avisar que está dando aula de dança para a terceira idade todas as segundas-feiras, das 9h às 17h, na Escola de

Samba Estácio de Sá. Com mensalidade de R$ 10, o interessado pode escolher bolero, soltinho, forró, samba de gafieira e samba de salão. Na Av. Salvador de Sá, 260, no Largo do Estácio, ao lado do Hospital da PM. Mais informação: 7208-5596 (Hélio do Alho) e 9718-5141 (Zilda).

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sUma Maré de várias línguasDurante o período da Jornada Mundial da Juventude, em julho, centenas de jo-vens visitaram a Maré e muitos se hos-pedaram por aqui. O casal Marinalva Carmem de Melo e Antonio Cesário foi um dos que acolheram peregrinos. Na casa deles, ficaram 10 jovens da Repú-blica Dominicana, que inicialmente dor-miram na Escolinha Diamante Cor de Rosa e depois ficaram abrigados com o casal, na Nova Holanda.

“Foi uma interação. Eles são muito ale-gres e ficamos amigos, por isso cho-ramos quando eles foram embora. Foi muito bom receber os peregrinos na nossa casa”, lembrou Antonio. Muitos visitantes relataram que, apesar de os noticiários mostrarem um local violento, eles viram uma Maré acolhedora.

Os centros municipais de saúde Vila do João e Hélio Smidth receberão o status de Amigos da Amamentação. O título será concedido após a participação de funcionários das duas uni-dades em curso sobre a valorização do leite materno e início das atividades aprendidas. A primeira etapa do curso ocorreu de 12 a 16 de agosto. A segunda fase agraciará outros fun-cionários.

Uma das organizadoras do curso, a técnica em enfermagem e responsável pela amamen-tação da Área de Planejamento 3.1 (que inclui a Maré), Zilda Santos, da prefeitura, defende a multipli-cação de capacitadores atuando nesta área. “O leite materno traz inúmeros benefícios para as crian-ças, como a redução de doenças. É

Artes marciais na MaréO projeto Karatê na Maré existe desde 1999 e oferece au-las de Karatê, Muay Thai e Jiu Jitsu. O projeto foi criado por Valdinar de Sousa, professor de Karatê e presidente do Aliados Esportivos de Artes Marciais (AEAM). A men-salidade tem custo de R$ 35. As aulas acontecem de se-gunda a sábado, das 16h30 às 22h30, na Via A/2 nº 31, Vila do Pinheiro. Telefones: 7738-9510 (rádio) / 7940-1504 (Tim) / 7614-8580 (Claro) / 9833-8969 (Vivo).

Operação SorrisoA Operação Sorriso estará no Rio de Janeiro e realizará cerca de 100 cirurgias gratuitas de lábio leporino e fenda palatina. A seleção dos pacientes será nos dias 8 e 9 de outubro. Se você tem lábio leporino ou fenda palatina basta comparecer a Po-liclínica Piquet Carneiro, Avenida Marechal Rondon 381. Mais informações no site www.operacaosorri-so.org.br ou no telefone (21) 8515-8307.

a única alimentação que o bebê precisa. Além disso, para o planeta leva a sustentabilidade, com menos lixo cheios de latas e mamadei-ras”, afirmou.

Entre as alunas estava a auxiliar do cirurgião dentista do CMS Vila do João, Marilena Perei-ra, que espera contribuir para que mais mães possam amamentar. “Agora poderemos, com palavras certas, incentivar o leite materno. Sou da odontologia e o leite ajuda até na den-tição”, comenta ela.

Curso mostra o valor da amamentação

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“Pacificação” na balançaO primeiro a chegar para o encontro de líderes comunitários de fa-velas do Rio de Janeiro já deu o tom de boa parte da conversa que seria ouvida no sábado, 26 de agosto, no Centro de Artes da Maré (CAM), na Nova Holanda. “Desculpe o atraso. Estamos sem água há três dias; estamos tentando resolver o problema”, comentou Joaquim Coelho da Silva, presidente da Associação de Moradores dos Minei-ros, comunidade situada na parte alta do Complexo do Alemão.

Com o objetivo de debater a experiência vivida nas Unidades de Po-lícia Pacificadora (UPPs), o encontro “Diálogos necessários” reuniu dirigentes de Associações de Moradores, sendo sete de favelas com UPP. A maior parte dos visitantes era do Alemão e da Penha (Morro do Adeus, Grotão/Chatuba, Reservatório e Mineiros). Vieram também os presidentes das associações do Escondidinho, no Catumbi, e da Formiga, na Tijuca.

O que mais se ouviu foram relatos sobre a truculência dos po-liciais militares, a falta de um projeto social integrado e a conti-nuação da precariedade dos serviços públicos nas favelas, com raras exceções.

O próximo encontro deverá ocorrer em outubro, no Complexo do Ale-mão, em data a ser definida. A iniciativa é do coletivo A Maré que Queremos, que reúne a Redes da Maré, associações de moradores e instituições locais, que trabalham por um projeto estruturante para o bairro.

Encontros do CRMMO Centro de Referência de Mulheres da Maré – Carminha Rosa (CRMM) lançou o Projeto Jornada de Cidadania, que irá debater, com moradores da Maré, temas e disciplinas na área do direito, como direitos do trabalho, da família e da mulher. O próximo encontro será dia 26 de setembro, de 13h30 às 15h30, sobre a Lei Maria da Penha - Questões Práticas.

A ideia do CRMM é que os encontros ocorram na última quinta-feira de cada mês, sempre às 13h30. O primeiro aconteceu na quinta, 22 de agosto, sobre direito do trabalho, tema que será tratado novamen-te em breve. O objetivo dos organizadores é empoderar os morado-res, além de promover a cidadania. O CRMM fica na Rua 17, s/nº, Vila do João. Mais informações: 3104-9896.

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Torta AlemãIngredientes:

- 200g de manteiga sem sal, gelada

- 1 xícara (chá) de leite- 1 lata de creme de leite sem soro

- 3 gotas de essência de baunilha- 2 pacotes de biscoito Maria (400g)- 150g de chocolate meio amargo- 1 caixa (200g) de creme de leite

RECEITA - Enviada pela Geisa da Empada, que também faz diversos doces na Le Papitos (na Rua Principal nº 73, na Nova Holanda)

R. Ivanildo Alves, s/n - Nova MaréTels.: 3105-6815 / 7871-7692

[email protected] FACE: Lona da Maré / Twitter: @lonadamare

Herbert ViannaLona cultural

PROGRAME-SE !

ENTRADA GRATUITA!

Veja a programação completaem www.redesdamare.org.br

cultura

Programação para setembro

Oficinas

Forró na Lona 6a, 27/09, às 20h

Com Os Três Forrozeiros

Cine Rabiola6as, às 16h30, para a garotada06/09 – Marte precisa de mães

13/09 – Os Croods20/09 – Universidade de monstros

27/09 – Oscar no oásis – Mais que calor!

Desenho BásicoA partir de 10 anos2as, de 10 às 12h

Prof.: Jandir Leite Moreira

Lona Música Livre 2a, 19/09, às 19h

Banda Los Chivitos e convidados

Favela Rock Show6a, 13/09, às 20h

Com as bandas ORRÖR | BÁGA | BODHUM

Oficina de MC’sA partir de 12 anos2as, 4as de 15 às 17h

Professor: Succo

Dança de salãoA partir de 16 anosSáb., de 18 às 20h

Prof.: Roberto Queiróz

Artesanato (Módulo I: Fuxico)

A partir de 14 anos2as, de 8 às 10h

Prof.: Jandir Leite Moreira

Dança de RuaSegundas, 17h30 às 18h30

iniciante18h30 às 19h30

avançado

Consciência CorporalTerças, 17h30 às 19h30

Com Lylien Vass

PercussãoTerças, 19h30 às 21h30Com Marcelo Sant’Anna

aulas recomeçam em 20 de agosto

Dança contemporâneaQuarta, 18h30 às 19h30

Com Jeane Lima

Dança criativaQuarta: 17h30 às 18h30

Com Jeane Lima

Corpo e ExpressãoSexta, 17h30 às 18h30

Com Talitta Chagas

Dança de salãoSexta, 18h30 às 20h30 Com Roberto Queiroz

OFICINAS

R. Bitencourt Sampaio, 181 Nova Holanda. Programação no local

ou pelo tel. 3105-7265 De 2 a a 6a, de 14h às 21h30

Modo de preparar:1 - Bata a manteiga e o açúcar na batedeira até obter um creme liso e fofo. Acrescente o cre-me de leite e a essência de baunilha e bata na mão. Reserve;2 - Coloque o leite em um prato fundo e umede-ça levemente os biscoitos;3 - Em uma forma de aro removível (22 a 23 cm de diâmetro), intercale camadas de creme e de biscoito, terminando com creme. Leve a geladeira por 3 horas;4 - Derreta o chocolate com o creme de leite em banho-maria, espere esfriar e cubra a torta. Leve a geladeira por mais 1 hora;5 - Ao desenformar, passe a faca entre o aro na torta para soltá-la inteira.Dica: Se preferir mais consistente, é só colocá--la por 2 horas no freezer e servir como sorvete.

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Rindoatoa)Eram três irmãos: o Pum, o Calaboca, e o Respeito. O Pum cometeu um crime e foi preso e o Calaboca e o Respeito foram soltá-lo da cadeia. O Respeito tinha medo de delegacia e então ficou na esquina e o Calaboca entrou. O delegado logo perguntou: — Qual é o seu nome? — Calaboca. — Uai. Cadê o Respeito? — Ficou na esquina. — O que você veio fazer aqui? — Soltar o Pum.

O bêbado entrou na contramão e o guarda o deteve:— Onde é que o senhor pensa que vai?— Bom... Eu ia ‘pruma’ festa, mas parece que ela já acabou... Ta todo mundo voltando.

Irmãos unidos

Bêbado

Grafite na Maré“Lembranças daMinha Infância!”

Envie seu desenho, foto, poesia, piada, receita ou sugestão de matéria.

Rua Sargento Silva Nunes, 1.012 – Nova Holanda Tel.: 3104-3276 – E-mail: [email protected]

Poesia enviada por Sara Alves, da Vila do João

Se no tempoeu pudesse voltar,ia logo arrumarum jeito de chamartodos os amigosque fizpra brincar.

Vamos amigos,criançar ?!!

Corda,bola,peteca,pedrinhas epanelinhaspra fazercomidinhacom a terrado chão da rua.

pra Maré participar do Maré

Garanta o seu jornal

da sua comunidade!Busque um exemplar na Associação de

Moradores

todos os meses!

VEM FAZER O MARÉCOM A GENTE !

Papel,tesoura,e canetinhaspra fazerroupinhasdas nossasbonequinhas.Enquantoos meninos brincamde Sempre Carniça!

CHEGA!!

Vamos armarum pique-tá ??Não.

Vamos armarpique-bandeira!Pra correr,

Quatro grafiteiros foram responsáveis por deixar muros e paredes da Nova Holanda e Rubens Vaz mais coloridos. Felipe Reis, Robson Pedro e Paulo Francisco, moradores da Maré; e Luís, que trabalha no Instituto Vida Real, foram convidados pelos jovens do Projeto Cara Nova, criado por alunos do Luta pela Paz, para pintar muros de moradores e comer-ciantes, durante o mês de agosto.

Adail de Medeiros, dono da Padaria e Confeitaria Medeiros Alves, na Rua Tatajuba, cedeu o espaço para a realização do grafite e colaborou com a compra do material. “Antes tinha uma pintura velha, mas com o grafite ficou mais bonito”, disse Adail.

nos divertir,cair no chãoe rolar de tanto rir.

“Vãobora! Vãobora!”

Pega!Pega!Pega!

Não vale!Tá fora da linha.

Ah, gente! Chega!Vamos jogaramarelinha?

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