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matriz curricular nacional
para aes formativas dos profissionais de rea de segurana pblica
matrz currcular naconal
para aes formatvas dos profssonas DA rea de segurana pblca
Braslia, DF
2014
MINISTRIO DA JUSTIA
Secretaria Nacional de Segurana Pblica
PRESIDENTA DA REPBLICA
Dilma Rousseff
MINISTRO DA JUSTIA
Jos Eduardo Cardozo
SECRETRIA NACIONAL DE SEGURANA PBLICA
Regina Maria Filomena de Luca Miki
DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE PESQUISA, ANLISE DA INFORMAO
E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL EM SEGURANA PBLICA DEPAID
Isabel Seixas de Figueiredo
COORDENADOR GERAL DE ANLISE E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL EM SEGURANA PBLICA
Jos Francisco da Silva
Braslia, DF
2014
MINISTRIO DA JUSTIA
Secretaria Nacional de Segurana Pblica
matrz currcular naconal
para aes formatvas dos profssonas DA rea de segurana pblca
Braslia, DF
2014
MINISTRIO DA JUSTIA
Secretaria Nacional de Segurana Pblica
Ministrio da JustiaSecretaria Nacional de Segurana Pblica SENASPDepartamento de Pesquisa, Anlise da Informao e Desenvolvimento de Pessoal em Segurana Pblica DEPAIDCoordenao Geral de Anlise e Desenvolvimento de Pessoal em Segurana PblicaEsplanada dos Ministrios, Bloco T, Palcio da Justia Raymundo Faoro, Edifcio sede , 5 andar, sala 500. Braslia, DF, CEP 70064-9002014 Secretaria Nacional de Segurana Pblica
Todos os direitos reservados. permitida a reproduo total ou parcial desta obra, desde que seja citada a fonte e no seja para venda ou qualquer fim comercial.Tiragem: 8.000 exemplaresImpresso no Brasil
EDIO E DISTRIBUIOSecretaria Nacional de Segurana Pblica /Ministrio da Justia
EQUIPE RESPONSVELAndra da Silveira Passos; Charles de Azevedo Gonalves; Dayane Gomides Cavalcante; Deborah Correia de Freitas; Derik Reis do Nascimento; Filipe Marinho de Brito; Leandro Arbogast da Cunha; Maria de Ftima Pires de Campos de Godoy; Maristela Amaral Gois; Marta Alves de Souza; Rogers Elizandro Jarbas; Tibrio Trigueiro Felix da Silva; Vanderson Ribeiro; Viviane Pereira Peixoto
CONSULTORA PEDAGGICAProfa. MSc. Bernadete M. Pessanha Cordeiro
REVISO E EDIOAndra da Silveira Passos
PROJETO GRFICOAline Piazzi e Gustavo Gontijo
DIAGRAMAOGustavo Gontijo
Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca do Ministrio da Justia
363.22 M433c Matriz curricular nacional para aes formativas dos profissionais da rea de segurana pblica / Secretaria Nacional de Segurana Pblica, coordenao: Andra da Silveira Passos... [et al.]. Braslia : Secretaria Nacional de Segurana Pblica, 2014.
362 p.
ISBN: 978-85-85820-76-3
1.Seguranapblica-qualificaoprofissional2.Policiacivil- currculo. 3. Policial militar - currculo. 4. Segurana pblica - mtodo de ensino. I. Ministrio da Justia.
CDD
SUMRIO
1.1 A NOVA MATRIZ CURRICULAR NACIONAL:
O PROCESSO DE ELABORAO E OS PONTOS FORTALECIDOS 15
1.1.1 Novos Tempos, Novas Exigncias 18
1.2 O PERFIL PROFISSIOGRFICO
E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS 20
1.2.1 Competncias Relacionadas s Tarefas Desenvolvidas pelos Policiais Civis e Militares 21
1.2.2 Competncias Relacionadas s Tarefas Desenvolvidas pelos Bombeiros Militares 30
1.3 PRINCPIOS DA MATRIZ 37
1.3.1 Princpios ticos 38
1.3.2 Princpios Educacionais 38
1.3.3 Princpios Didtico-Pedaggicos 39
1.4 OBJETIVOS 40
1.4.1 Objetivo Geral 40
1.4.2 Objetivos Especficos 40
1.5 A DINMICA CURRICULAR:
EIXOS ARTICULADORES E REAS TEMTICAS 41
1.5.1 Eixos Articuladores 41
1.5.2 reas Temticas 44
1.6 ORIENTAES TERICO-METODOLGICAS 52
1.6.1 Os Processos de Ensino e Aprendizagem e o Desenvolvimento de Competncias 52
1.6.2 Contextualizao, Interdisciplinaridade e Transversalidade 56
1.6.3 Metodologia e Tcnicas de Ensino 59
1.6.4 Sistema de Avaliao da Aprendizagem e a Formao de Novas Competncias 64
1.7 DIRETRIZES PEDAGGICAS DA SENASP 65
1.7.1 Das Referncias e dos Princpios a Serem Seguidos 66
1.7.2 Do Desenho dos Currculos, Programas e Planos de Ensino 67
1.7.3 Da Metodologia de Ensino 69
1.7.4 Das Prescries a Serem Consideradas no Planejamento e Execuo das Aes Formativas 71
1.7.5 Malhas Curriculares Para as Aes Formativas de Segurana Pblica 73
1.7.6 Ementas das Disciplinas 78
1.7.7 Referncias Bibliogrficas 80
2.1 REA TEMTICA I - SISTEMAS, INSTITUIES
E GESTO INTEGRADA EM SEGURANA PBLICA 86
2.1.1 Disciplina: Estado, Sociedade e Segurana Pblica 87
2.1.2 Disciplina: Sistema de Segurana Pblica 90
2.1.3 Disciplina: Fundamentos da Gesto Pblica 94
2.1.4 Disciplina: Gesto Integrada e Comunitria 98
2.2 REA TEMTICA II - VIOLNCIA, CRIME E CONTROLE SOCIAL 102
2.2.1 Disciplina: Abordagem Histrica, Social e Psicolgica da Violncia e da Criminalidade 103
2.2.2 Disciplina: Criminologia Aplicada Segurana Pblica 107
2.3 REA TEMTICA III - CONHECIMENTOS JURDICOS 111
2.3.1 Disciplina: Direitos Humanos 112
2.3.2 Disciplina: Fundamentos Jurdicos da Atividade Policial 119
2.4 REA TEMTICA IV - MODALIDADES
DE GESTO DE CONFLITOS E EVENTOS CRTICOS 123
2.4.1 Disciplina: Preveno, Mediao e Resoluo de Conflitos 124
2.4.2 Disciplina: Resoluo de Problemas e Tomada de Deciso 127
2.4.3 Disciplina: Anlise de Cenrios e Riscos 130
2.4.4 Disciplina: Gerenciamento Integrado de Crises e Desastres 133
2.5 REA TEMTICA V - VALORIZAO
PROFISSIONAL E SADE DO TRABALHADOR 137
2.5.1 Disciplina: Relaes Interpessoais 138
2.5.2 Disciplina: Sade e Segurana Aplicadas ao Trabalho 142
2.5.3 Disciplina: Educao Fsica 146
2.6 REA TEMTICA VI - COMUNICAO, INFORMAO
E TECNOLOGIAS EM SEGURANA PBLICA 150
2.6.1 Disciplina: Lngua e Comunicao 151
2.6.2 Disciplina: Documentao Tcnica 1 156
2.6.3 Disciplina: Telecomunicaes 160
2.6.4 Disciplina: Tecnologias e Sistemas Informatizados 164
2.6.5 Disciplina: Gesto da Informao 168
2.6.6 Disciplina: Inteligncia de Segurana Pblica 172
2.6.7 Disciplina: Estatstica Aplicada Segurana Pblica 175
2.6.8 Disciplina: Introduo Anlise Criminal 178
2.7 REA TEMTICA VII - CULTURA, COTIDIANO E PRTICA REFLEXIVA 181
2.7.1 Disciplina: tica e Cidadania 182
2.7.2 Disciplina: Diversidade tnico-Sciocultural 186
2.7.3 Disciplina: Identidade e Cultura da Organizao Policial 190
2.7.4 Disciplina: Ordem Unida 193
2.8 REA TEMTICA VIII - FUNES, TCNICAS
E PROCEDIMENTOS EM SEGURANA PBLICA 196
2.8.1 Disciplina: Abordagem 197
2.8.2 Disciplina: Preservao e Valorizao da Prova 203
2.8.3 Disciplina: Atendimento Pr-Hospitalar 207
2.8.4 Disciplina: Uso Diferenciado da Fora 211
2.8.5 Disciplina: Defesa Pessoal Policial 215
2.8.6 Disciplina: Armamento, Munio e Tiro 219
2.8.7 Disciplina: Tcnicas de Imobilizaes Policiais e Utilizao de Algemas 223
3.1 REA TEMTICA I - SISTEMAS, INSTITUIES
E GESTO INTEGRADA EM SEGURANA PBLICA 230
3.1.1 Disciplina: Sistema de Segurana Pblica 231
3.1.2 Disciplina: Fundamentos da Gesto Pblica 235
3.1.3 Disciplina: Histria do Bombeiro no Mundo e no Brasil 239
3.1.4 Disciplina: Sistema de Defesa Civil 242
3.2 REA TEMTICA II - VIOLNCIA, CRIME E CONTROLE SOCIAL 245
3.2.1 Disciplina: Psicologia das Emergncias 246
3.3 REA TEMTICA III - CONHECIMENTOS JURDICOS 250
3.3.1 Disciplina: Direitos Humanos 251
3.3.2 Disciplina: Fundamentos Jurdicos da Atividade de Bombeiro Militar 258
3.3.3 Disciplina: Proteo Ambiental 262
3.4 REA TEMTICA IV - MODALIDADES DE GESTO
DE CONFLITOS E EVENTOS CRTICOS 265
3.4.1 Disciplina: Anlise de Cenrios e Riscos 266
3.4.2 Disciplina: Sistema de Comando de Incidentes - SCI 270
3.4.3 Disciplina: Atuao do Bombeiro Militar Diante de Desastres 274
3.5 REA TEMTICA V - VALORIZAO PROFISSIONAL
E SADE DO TRABALHADOR 277
3.5.1 Disciplina: Relaes Interpessoais 278
3.5.2 Disciplina: Sade e Segurana Aplicadas ao Trabalho 282
3.5.3 Disciplina: Educao Fsica 286
3.6 REA TEMTICA VI - COMUNICAO, INFORMAO
E TECNOLOGIAS EM SEGURANA PBLICA 290
3.6.1 Disciplina: Lngua e Comunicao 291
3.6.2 Disciplina: Documentao Tcnica 296
3.6.3 Disciplina: Telecomunicaes 300
3.6.4 Disciplina: Tecnologia da Informao e Comunicao 304
3.7 REA TEMTICA VII - CULTURA, COTIDIANO E PRTICA REFLEXIVA 308
3.7.1 Disciplina: tica e Cidadania 309
3.7.2 Disciplina: Diversidade tnico-Sociocultural 313
3.7.3 Disciplina: Identidade e Cultura da Organizao Bombeiro Militar 317
3.7.4 Disciplina: Ordem Unida 320
3.8 REA TEMTICA VIII - FUNES, TCNICAS
E PROCEDIMENTOS EM SEGURANA PBLICA 323
3.8.1 Disciplina: Cincias Aplicadas Atividade Bombeiro Militar 324
3.8.2 Disciplina: Atendimento Pr-Hospitalar 327
3.8.3 Disciplina: Salvamento Aqutico 334
3.8.4 Disciplina: Salvamento Terrestre 338
3.8.5 Disciplina: Salvamento Em Altura 342
3.8.6 Disciplina: Interveno em Emergncias com Produtos Perigosos 346
3.8.7 Disciplina: Preveno a Incndio 350
3.8.8 Disciplina: Fundamentos da Percia de Incndios 354
3.8.9 Disciplina: Combate a Incndio 358
APRESENTAO
A Matriz Curricular Nacional - doravante denominada Matriz - caracteriza-se por ser um
referencial terico-metodolgico para orientar as aes formativas - inicial e continua-
da - dos profissionais da rea de segurana pblica - Polcia Militar, Polcia Civil, Corpo
de Bombeiros Militar, independentemente do nvel ou da modalidade de ensino que se
espera atender. Seus eixos articuladores e reas temticas norteiam, hoje, os mais di-
versos programas e projetos executados pela Secretaria Nacional de Segurana Pblica
(SENASP).
Apresentada em 2003, num amplo seminrio nacional sobre segurana pblica, que
tinha por objetivo divulgar e estimular aes formativas no mbito do Sistema nico de
Segurana Pblica (SUSP), a Matriz sofreu sua primeira reviso em 2005, quando foram
agregados ao trabalho realizado pela SENASP outros dois documentos: as Diretrizes Pe-
daggicas para as Atividades Formativas dos Profissionais da rea de Segurana Pblica,
que contempla um conjunto de orientaes para o planejamento, o acompanhamento
e a avaliao das aes formativas e, a Malha Curricular que apresenta um ncleo co-
mum composto por disciplinas que congregam contedos conceituais, procedimentais
e atitudinais, cujo objetivo garantir a unidade de pensamento e ao dos profissionais
da rea de segurana pblica.
No perodo de 2005 a 2008, a SENASP, em parceria com o Comit Internacional da
Cruz Verme lha, realizou seis seminrios regionais, denominados Matriz Curricular em
Movimento, destinados equipe tcnica e aos docentes das instituies de ensino de se-
gurana pblica. As reflexes realizadas tiveram como base os trs documentos citados
anteriormente. Esses seminrios possibilitaram a apresentao dos fundamentos did-
tico-metodolgicos presentes na Matriz, a discusso sobre as disciplinas da malha curri-
cular e a transversalidade dos direitos humanos, bem como reflexes sobre a prtica pe-
daggica e sobre o papel intencional do planejamento e execuo das aes formativas.
As informaes colhidas nos seminrios e a demanda cada vez maior por apoio para
implantao da Matriz nos estados estimularam a equipe a lanar, em 2009, a verso atuali-
zada e ampliada da Matriz. Essa verso trazia em um s documento as orientaes que ser-
vem de referncia para as aes formativas dos profissionais da rea de segurana pblica.
No perodo de abril a junho de 2010 a SENASP, por meio de uma consultoria especia-
lizada, realizou a avaliao MCN, junto aos gestores, tcnicos e professores das institui-
es de ensino de segurana pblica de todo o pas.
Os resultados apresentados sobre a avaliao foram agrupados em duas dimen-
ses: educacional e estratgica. A dimenso educacional reuniu os aspectos relaciona-
dos s questes pedaggicas que necessitavam ser ampliadas e revistas. A dimenso
estratgica abrangeu os desafios relacionados gesto escolar.
Esses resultados serviram de subsdios para a criao da metodologia do processo
de reviso da Matriz realizado no perodo de 2011 a 2012.
Por ser um documento de abrangncia nacional e exigir a construo de consen-
so, a metodologia utilizada no trabalho de reviso da MCN privilegiou a participao de
diversos atores, com notrio saber e ou especializao tcnica, envolvidos no processo
de formao dos profissionais de segurana pblica. Os colaboradores foram divididos
em grupos de trabalhos com carter consultivo e/ou avaliativos - reunidos virtual e/ou
presencialmente - nas mais diversas etapas do processo de reviso.
O material consolidado, a partir dos grupos de trabalho, foi apresentado no Encon-
tro Tcnico da Matriz Curricular Nacional (MCN), realizado em setembro de 2012, cujo
objetivo foi validar o trabalho realizado e contribuir para a consolidao da verso final,
expressa nesse documento.
A nova verso da Matriz, alm de manter, sem alterao, a dinmica dos eixos arti-
culadores, das reas temticas e a orientao pedaggica, pois foram muito bem avalia-
das, passa a incluir em seu texto original os seguintes pontos:
Competncias profissionais extradas do perfil profissiogrfico;
Nova malha curricular (ncleo comum) que orientar os currculos de formao e
capacitao dos Policiais Civis e Militares, bem como a malha curricular elaborada,
especificamente, para a formao e capacitao dos Bombeiros Militares;
Carga horria recomendada para as disciplinas.
Reviso das referncias bibliogrficas com sugesto de novos ttulos;
Atualizao das diretrizes pedaggicas da SENASP que visam auxiliar o processo
de implementao.
Espera-se que este documento seja uma ferramenta de gesto educacional e peda-
ggica, com ideias e sugestes que possam estimular o raciocnio estratgico-poltico e
didtico-educacional necessrios reflexo e ao desenvolvimento das aes formativas
na rea de segurana pblica. Espera-se tambm que todo esse movimento chegue s
salas de aula, transformando a ao pedaggica e contribuindo para a excelncia da for-
mao e capacitao do profissional de segurana pblica.
1
15
1.1A NOVA MATRIZ CURRICULAR NACIONAL: O PROCESSO DE ELABORAO E OS PONTOS FORTALECIDOS
Os discursos e agendas - nacionais e internacionais - existentes sobre formao e ca-
pacitao dos profissionais da rea de segurana pblica apontam a necessidade de se
formar profissionais capazes de lidar com as diferentes formas de violncia, conflituali-
dades1 e criminalidade, buscando garantir a qualidade de vida e a integridade das pes-
soas, por meio de metodologias e tcnicas fundamentadas nos princpios da legalidade,
proporcionalidade e necessidade. (CORDEIRO, 2008, s.p.).
As agendas, em geral, recomendam que os currculos das aes de treinamento
contemplem, dentre outros, os seguintes pontos:
Reconhecimento das caractersticas da sociedade contempornea e das diversas
formas de violncia e criminalidade encontradas nos espaos urbanos e rurais.
Compreenso das formas de organizao do Estado Moderno e dos papis das ins-
tituies de segurana pblica, dos seus profissionais e da sociedade na construo
de uma cultura de paz para a humanidade.
Atuao a partir de metodologias que orientem o enfoque comunitrio, a colabora-
o e integrao das aes de justia e segurana.
Desenvolvimento de competncias e habilidades que favoream um perfil profissio-
nal que seja capaz de: comunicar-se de forma efetiva; relacionar-se com a comu-
nidade; mediar conflitos; atuar proativamente pautado nos princpios dos Direitos
1 vocbulo, utilizado pelo professor Jos Vicente Tavares dos Santos para designar
as formas de violncia, as metamorfoses do crime, da crise das instituies de
controle social e dos conflitos sociais presentes nesse novo cenrio.
1
A NOVA MATRIZ CURRICULAR NACIONAL: O PROCESSO DE ELABORAO E OS PONTOS FORTALECIDOS
16Humanos; administrar o uso da fora; utilizar tcnicas e tecnologias no letais; ge-
renciar crises; lidar com grupos vulnerveis; lidar com a complexidade, o risco e a
incerteza; utilizar tecnologias para planejar aes de preveno; investigar crimes
e solucion-los; utilizar metodologias que possibilitem identificar problemas, bem
como buscar, implementar e avaliar solues.
A efetivao de um currculo exige uma relao de congruncia entre: as intenciona-
lidades contextuais expressas nos fatos do cotidiano (dimenso contextual); os aportes
legais e conceituais (dimenso poltica) e as condies adequadas para a sua operacio-
nalizao no dia a dia (dimenso tcnico-metodolgica). Isso indica que as aes reali-
zadas nos espaos educativos devem estar voltadas para o desenvolvimento das com-
petncias profissionais necessrias atuao do profissional de segurana pblica no
contexto em que as necessidades e as exigncias sociais se estabelecem.
Sendo assim, como ponto de partida, no processo de reviso da Matriz Curricular
Nacional (MCN), utilizou-se o Estudo Profissiogrfico e Mapeamento de Competncias:
Perfil dos Cargos das Insituties Estaduais de Segurana Pblica elaborado pela SENASP.
Mas, como um currculo no apenas uma lista de competncias, foram organiza-
dos, ao longo de todo o processo de reviso, Grupos de Trabalhos2 - consultivos e/ou ava-
liativos - que funcionaram como um espao plural e coletivo de socializao de saberes
e ajudaram a fortalecer as escolhas pedaggicas da SENASP em relao a formao e a
capacitao do profissional da rea de segurana pblica. Sobre as quais cabe destacar:
A opo por uma viso crtica da educao, comprometida com a concepo de que
o profissional em formao um ser que pensa, sente e age, situacionalmente, de
modo que o currculo deve fortalecer a simbiose dos trs eixos que, segundo BALES-
TRERI (1998), fundamentam a formao do policial: tico, tcnico e legal.
A abordagem curricular pautada no paradigma da complexidade que contemple a
teoria e a prtica articuladas pela incluso da problematizao, tendo as metodo-
logias de ensino ativo como modelos de referncia para gerar situaes de aprendi-
zagem que possibilitem a transferncia de conhecimento, ou seja, a capacidade de
aplicar conhecimentos prvios em novos contextos, com o objetivo de identificar
similitudes e diferenas para agir na nova situao, gerando, portanto, adaptao a
quaisquer situaes inerentes s competncias profissionais e as novas competn-
cias que se fizerem necessrias.
A construo de um modelo de segurana do cidado, que abranja polticas sociais
e projetos sociais preventivos, protagonizados pela articulao de diferentes foras
sociais: administraes pblicas, associaes, terceiro setor, escolas, etc.
A ideia de que a implantao do currculo abranja uma organizao pautada em ei-
2 por ser um documento de abrangncia nacional e exigir a construo de consenso, a
metodologia utilizada no trabalho de reviso da MCN privilegiou a participao de diversos
atores envolvidos no processo de formao dos profissionais da rea de segurana pblica,
bem como de reas especficas, dentre elas: Inteligncia, Percia, Fora Nacional de Segurana
Pblica (FNSP), Rede de Altos Estudos em Segurana Pblica (RENAESP), dentre outros.
1.1
A NOVA MATRIZ CURRICULAR NACIONAL: O PROCESSO DE ELABORAO E OS PONTOS FORTALECIDOS
17xos e reas de aprendizagem, reunindo disciplinas afins que interagem e dependem
umas das outras, consolidando uma prtica pedaggica com viso global e inter-
disciplinar, favorecendo a construo do conhecimento e o desenvolvimento/aqui-
sio de competncias.
A necessidade de reflexes e discusses sobre o currculo oculto3 presente nos ri-
tuais, prticas, relaes hierrquicas, regras e procedimentos, nos modos de orga-
nizar o espao e o tempo da escola, e que conformam saberes no desejados no
cotidiano escolar.
cada vez mais necessrio pensar a intencionalidade das atividades formativas,
pois o investimento no capital humano e a valorizao profissional tornam-se impres-
cindveis para atender as demandas, superar os desafios existentes e contribuir para a
efetividade das organizaes de segurana pblica.
Portanto, a Matriz Curricular Nacional tem por objetivo ser um referencial terico-
-metodolgico que oriente as aes formativas dos profissionais da rea de segurana
pblica -Polcia Civil, Polcia Militar e Corpo de Bombeiros Militar - independentemente
do nvel ou modalidade de ensino que se espera atender.
A palavra matriz remete-nos as ideias de criao e gerao, que norteiam uma
concepo mais abrangente e dinmica de currcu-
lo, o que significa propor instrumentos pedaggicos
que permitam orientar as prticas formativas para
as situaes de trabalho em segurana pblica, pro-
piciando a unidade na diversidade, a partir do dilo-
go entre os eixos articuladores e as reas temticas.
Os eixos articuladores estruturam o conjunto
de contedos transversais que permeiam as aes
formativas. Eles foram definidos a partir da relevn-
cia e pertinncia nas discusses sobre segurana p-
blica e a partir de sua relao com as problemticas
sociais, atuais e urgentes, de abrangncia nacional.
As reas temticas contemplam os contedos
indispensveis s aes formativas, que devem estar
alinhados ao conjunto de competncias cognitivas,
operativas e atitudinais.
orientao da construo de currculos, a partir de eixos articuladores e reas te-
mticas, associam-se orientaes para o desenvolvimento de capacidades gerais, adqui-
ridas progressivamente, e de competncias especficas necessrias para responder aos
desafios sem precedentes das aes concretas da rea de segurana pblica.
3 segundo Moreira (2006) o currculo oculto envolve atitudes e valores transmitidos, sublinarmente,
pelas relaes sociais e pelas rotinas do cotidiano escolar, no sendo explicitados nos planos e propostas,
e por isso pouco percebido pela comunidade escolar, mas de grande efeito na formao dos sujeitos.
ampliando a definioO termo matriz suscita a possibilidade de um arranjo
no-linear de elementos que podem representar
a combinao de diferentes variveis, o que significa que
a Matriz Curricular Nacional expressa um conjunto de
componentes a serem combinados na elaborao dos
currculos especficos, ao mesmo tempo em que oportuniza
o respeito s diversidades regionais, sociais, econmicas,
culturais e polticas existentes no pas, possibilitando a
utilizao de referncias nacionais que possam traduzir
pontos co muns que caracterizem a formao
em segurana pblica.
1.1
A NOVA MATRIZ CURRICULAR NACIONAL: O PROCESSO DE ELABORAO E OS PONTOS FORTALECIDOS
18De acordo com Perrenoud et al. (2001), o termo currculo no significa simplesmen-
te o conjunto das disciplinas de um curso, ou o conjunto de contedos programticos,
mas abrange tambm a expresso de princpios e metas do projeto educativo, que deve
ser flexvel, possibilitando a promoo de debates e sua reelaborao em sala de aula, a
partir da interao entre os sujeitos que compem o referido processo.
No sentido de valorizar a capacidade de utilizao crtica e criativa dos conhecimen-
tos, e no o simples acmulo de informaes, a Matriz Curricular Nacional fornece, no
mapeamento das competncias, nos significados dos eixos articuladores e das reas
temticas, no desenho da malha curricular, nas diretrizes pedaggicas e na proposta
metodolgica, subsdios e instrumentos que possibilitam s instituies de ensino de
segurana pblica a planejarem as aes formativas (inicial e continuada) para que os
profissionais da rea de segurana pblica possam, de maneira autnoma e respons-
vel, refletir e agir criticamente em situaes complexas e rotineiras de trabalho.
1.1.1 NOVOS TEMPOS, NOVAS EXIGNCIAS
A globalizao e os avanos das tecnologias da informao e da comunicao imprimem
s primeiras dcadas desse sculo a necessidade de repensar, dentre tantos outros as-
pectos, os processos formativos e suas formas de certificao.
No mbito da legislao educacional, desde 19714, reconhecida a especificidade do
ensino militar e ressaltada a pertinncia de uma legislao prpria. Contudo, a neces-
sidade de certificao e validade dos cursos, fora muros institucionais, contribuiu para
que as instituies de ensino de segurana pblica buscassem alguns caminhos poss-
o que competncia?Competncia entendida como a capacidade de mobilizar saberes para agir em
diferentes situaes da prtica profissional, em que as reflexes antes, durante e aps a
ao estimulem a autonomia intelectual.
No mbito desse documento, trabalharemos com trs conjuntos de competncias:
Competncias cognitivas: so competncias que requerem o desenvolvimento do
pensamento por meio da investigao e da organizao do conhecimento. Elas
habilitam o indivduo a pensar de forma crtica e criativa, posicionar-se, comunicar-
se e estar consciente de suas aes.
Competncias operativas: so as competncias que preveem a aplicao do
conhecimento terico em prtica responsvel, refletida e consciente.
Competncias atitudinais: so competncias que visam estimular a percepo da
realidade, por meio do conhecimento e do desenvolvimento das potencialidades
individuais; a conscientizao de sua pessoa e da interao com o grupo; a
capacidade de conviver em diferentes ambientes: familiar, profissional e social.
4 LDB 5672/71 e LDB 9394/96.
1.1
A NOVA MATRIZ CURRICULAR NACIONAL: O PROCESSO DE ELABORAO E OS PONTOS FORTALECIDOS
19veis para o reconhecimento de seus cursos: reconhecimento pelos Conselhos Estaduais
de Educao, ou atravs de parcerias com universidades ou, ainda, pela formulao de
legislao prpria no mbito dos estados federados.
Noutro diapaso, em 2010, a Portaria Interministerial n 258-A, resolve:
Art 1 - Criar, no Catlogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, o eixo tecnolgico
Segurana, bem como aprovar a incluso dos cursos superiores de tecnologia em segurana
pblica, com carga horria mnima de 1.600 horas, em servios penais, com carga horria
mnima de 1.600 horas e em segurana do trnsito, com carga horria mnima de 1.600 horas.
Tal advento, alm de reconhecer as diversas possibilidades de atuao dos profis-
sionais da rea de segurana pblica e de possibilitar que os cursos superiores de tecno-
logia em segurana pblica possam ser organizados sobre diferentes nfases, como por
exemplo, segurana e ordem pblica, segurana comunitria, defesa civil, polcia tc-
nico- cientfica e polcia investigativa, ainda deu incio a um processo sem precedentes
na histria da formao policial no Brasil, de interao entre as organizaes policiais e
inmeras instituies de ensino superior do pas.
Funo disso, vrias so as instituies de ensino de segurana pblica e institui-
es de ensino superior que ofertam, atualmente, cursos superiores de tecnologia em
segurana pblica alinhados ao Catlogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia.
(MEC, 2010), certificando os profissionais de segurana pblica e outros interessados,
como tecnlogos nesse mbito do conhecimento e ao humana.
Para alguns estudiosos tal certificao importante socialmente na medida em
que contribui para a valorizao profissional. Aliado a isso, h tambm correntes tanto
dentro do mbito da segurana pblica quanto do acadmico que entendem que esse
processo deva ir alm, em busca do reconhecimento da rea de segurana pblica como
cincia possibilitando assim, a ampliao e aprofundamento do estudo sobre os diver-
sos problemas e realidades nas quais atuam os profissionais dessa rea.
Em outro vis - e no menos importante - tal reconhecimento cria a possibilidade
de oferta de cursos de graduao e ps-graduao na rea de segurana pblica, produ-
zindo um alinhamento acadmico com outras reas do conhecimento e ocupando uma
lacuna que j h muito vem sendo preenchida em outros pases, notadamente os do eixo
anglo-saxo.
Como enfatiza Miguel (s.d.)
A segurana pblica um dos temas que vm sendo discutido em mbito acadmico,
em diversos espaos pblicos, ou no, e em Congressos Internacionais, resultando em
propostas de medidas para o controle do crime, o qual est cada vez mais globalizado. Nesse
sentido, discutem-se vrias teorias, procurando a melhor a ser aplicada nesse universo de
realidades, focando a aproximao dos responsveis profissionalmente pela segurana
pblica, os policiais, ou os encarregados de aplicar a lei, cada vez mais prximos do cidado
para a resoluo de problemas da comunidade, buscando-se a almejada sensao de
1.1
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
20segurana e qualidade de vida. (MIGUEL, Marco Antonio. Alves. Disponvel em: http://
www.polmil.sp.gov.br/unidades/apmbb/pdf/artigo_1.pdf. Acesso em: 22 out 2012).
Como consequncia dessa nova viso a respeito da educao em segurana pbli-
ca, algumas instituies e autores vm defendendo esta questo e organizando as ativi-
dades formativas, e mesmo suas leis de ensino considerando a segurana pblica como
cincia, a exemplo da Polcia Militar do Estado de So Paulo (PMESP).
Mais recentemente, o Ministrio da Educao (MEC) avaliou e reconheceu o pri-
meiro curso de Bacharelado em Cincias Policiais, ofertado pelo Instituto Superior de
Cincias Policiais da Polcia Militar do Distrito Federal, primeira Instituio de Ensino Su-
perior (IES) oriunda de uma organizao policial brasileira.
A possibilidade trazida por esse reconhecimento abre espao para a organizao
acadmica e cientfica do conhecimento produzido pela rea de segurana pblica e,
consequentemente, uma contribuio para a qualidade de vida, a cidadania e a constru-
o da cultura da paz na sociedade brasileira.
1.2 O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
As competncias descritas a seguir foram extradas, pelos grupos de trabalhos5, dos re-
latrios o Estudo Profissiogrfico e Mapeamento de Competncias: Perfil dos Cargos das
Instituies Estaduais de Segurana Pblica, elaborados pela SENASP.
As competncias
selecionadas foram
classificadas em trs
grandes grupos, toman-
do como base s dimen-
ses do conhecimento:
cognitivas, operativas e
atitudinais:
5 Os grupos de trabalhos que participaram das atividades descritas nesse relatrio foram
constitudos por policiais civis, policiais militares e bombeiros militares que atuam em
reas contempladas pelas disciplinas que compem as Malhas Curriculares da MCN.
relacionando importante ressaltar que essas competncias possuem uma relao estreita com
os eixos tico, legal e tcnico que, de acordo com Balestreri (1998), esto presentes
na formao do profissional da rea de segurana pblica; com os Quatro Pilares da
Educao propostos pela Unesco: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e
aprender a conviver; e com as dimenses do conhecimento: saber, saber fazer e saber ser.
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
211.2.1 COMPETNCIAS RELACIONADAS S TAREFAS DESENVOLVIDAS PELOS POLICIAIS CIVIS E MILITARES6
NCOMPETNCIAS COGNITIVAS*
Q
50 PM Ser capaz de agir demonstrando conhecimentos sobre a legislao, normas e regimentos internos aplicados funo.Ser capaz de agir demonstrando domnio sobre a legislao, normas e regimentos internos aplicados funo e seus trmites.
Q 6.1
29 PM Proceder ao encaminhamento de vtima para o juizado de pequenas causas, ao registrar ocorrncia de crimes de menor potencial ofensivo no local do fato.Proceder ao encaminhamento de vtima para o juizado de pequenas causas, ao registrar ocorrncia de crimes de menor potencial ofensivo.
Q 6.1
26 PM Ter a capacidade de interagir com rgos e integrantes dos sistemas judicirio, penitencirio e de defesa social.
Q 6.1
11 PM Ao compor sindicncia policial militar, demonstrar conhecimento sobre legislao de procedimentos administrativos disciplinares e sindicncia.Ter conhecimento sobre procedimentos administrativos disciplinares.
Q 6.1
13 PM Atuar com conhecimentos sobre criminologia, vitimologia e sociologia da violncia.
Q 6.1
71 PM Ser capaz de arrolar testemunhas e elementos informativos (CPP) para o flagrante.
Q 6.1
59 PC Atuar demonstrando conhecer o organograma e funcionamento das Polcias bem como o funcionamento da Justia.
Q 6.1
68 PC Ao entrevistar partes envolvidas (vitimas, autores, testemunhas, suspeitos, informantes, dentre outros) ou presos, identificar a natureza da infrao penal transgredida.
Q 6.1
88 PC / 91 PM Atuar demonstrando conhecimento sobre tica, cidadania e direitos humanos, respeitando-os.Ser capaz de respeitar os direitos humanos e cidadania na atuao profissional.
Q 6.1
45 PM Ser capaz de agir demonstrando conhecimentos sobre relaes humanas e noes de psicologia.
Q 6.1
N (Nmero): refere-se ao ranking atribudo s competncias tcnicas e comportamentais necessrias para
a execuo das tarefas dos profissionais de segurana pblica conforme publicado no Estudo Profissiogrfico
e Mapeamento de Competncias: Perfil dos Cargos das Instituies Estaduais de Segurana Pblica.
Q (Q 6 - Q 7): refere-se ao quadro de competncias tcnicas ou comportamentais comuns s polcias
civis e militares conforme publicado no Estudo Profissiogrfico e Mapeamento de Competncias: Perfil
dos Cargos das Instituies Estaduais de Segurana Pblica. Ressalta-se que algumas competncias
tiveram nova redao, de acordo com as legislaes mais recentes e com o entendimento dos
grupos de estudos especficos. Alm disso, foram agrupadas de acordo com suas interrelaes.
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
2238 PM Atuar demonstrando conhecimento sobre sociologia, histria, folclore
ou costumes da localidade ao interagir com a Comunidade.Q 6.1
69 PM Atuar de acordo com a filosofia do policiamento comunitrio.
Q 6.1
1 PC Atuar demonstrando noes de mecnica e de fsica, quando necessrio.
Q 6.1
7
NCOMPETNCIAS OPERATIVAS
Q
95 PM Ter a capacidade de zelar pela manuteno e guarda dos bens, equipamentos e demais materiais sob sua responsabilidade.
Q 6.2
PM Capacidade de zelar pela boa imagem da corporao. Capacidade de zelar pela boa imagem prpria e da instituio.
Q 6.2
74 PM Demonstrar conhecimento sobre tcnicas e procedimentos de preservao da ordem pblica.
Q 6.3 / Q 6.4
62 PM Ter a capacidade de utilizar a experincia pessoal e profissional ao planejar aes, seguindo normas, doutrinas e legislaes pertinentes segurana pblica.
Q 6.3
24 PM Ser capaz de agir demonstrando conhecimentos sobre metodologias e tcnicas de resolues de conflitos e/ou de interveno.Ser capaz de agir demonstrando conhecimentos sobre metodologias e tcnicas de resolues e gerenciamento de conflitos.
Q 6.3
38 PC Capacidade de identificar situaes de risco e antever sua ocorrncia.
Q 6.3
70 PM Ter a capacidade de avaliar o grau de risco da misso, considerando sua finalidade, objetivos e periculosidade.
Q 6.3
57 PC / 75 PM Ao realizar revista em suspeitos, ter conhecimento sobre as tcnicas de abordagem.Demonstrar domnio das tcnicas de abordagem.
Q 6.3
58 PC Ser capaz de aplicar tcnicas de abordagem policial, com apropriado comando de voz.
N (Nmero): refere-se ao ranking atribudo s competncias tcnicas e comportamentais necessrias para
a execuo das tarefas dos profissionais de segurana pblica conforme publicado no Estudo Profissiogrfico
e Mapeamento de Competncias: Perfil dos Cargos das Instituies Estaduais de Segurana Pblica.
Q (Q 6 - Q 7): refere-se ao quadro de competncias tcnicas ou comportamentais comuns s polcias
civis e militares conforme publicado no Estudo Profissiogrfico e Mapeamento de Competncias: Perfil
dos Cargos das Instituies Estaduais de Segurana Pblica. Ressalta-se que algumas competncias
tiveram nova redao, de acordo com as legislaes mais recentes e com o entendimento dos
grupos de estudos especficos. Alm disso, foram agrupadas de acordo com suas interrelaes.
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
2313 PC Ser capaz de aplicar tcnicas de imobilizao, se necessrio,
ao cumprir mandados de priso, atendendo os preceitos legais.
67 PM Demonstrar domnio no uso de armamentos e equipamentos utilizados pela instituio.
Q 6.3
22 PC / 56 PC / 77 PC Capacidade de manusear armas com menor potencial ofensivo.Capacidade de manusear armas letais.Capacidade de utilizar armas e munies, quando necessrio.
28 PM Atuar demonstrando conhecimento sobre tcnicas de tiro policial (tiro de preciso, sob estresse, tiro noturno, intuitivo, dentre outros).
Atuar demonstrando conhecimento sobre tcnicas de tiro policial.
Q 6.8
66 PM Ser capaz de atuar de acordo com o escalonamento do uso progressivo (diferenciado6) da fora. Ser capaz de atuar de acordo com o uso diferenciado da fora.
Q 6.3
46 PM Ser capaz de atuar com segurana em locais com ndice elevado de violncia e criminalidade, demonstrando conhecimento da situao.
Q 6.3
85 PM Ser capaz de respeitar e adotar os procedimentos de segurana no desempenho das tarefas inerentes ao cargo.
Q 6.3
34 PM Ter capacidade de agir utilizando equipamentos de proteo individual (EPIs), quando necessrio.Ter capacidade de agir utilizando equipamentos de proteo individual.
Q 6.3
17 PM Ter capacidade de aplicar as tcnicas de defesa pessoal. (treinamento continuado).
Q 6.3
60 PM Capacidade de demonstrar condicionamento fsico no desempenho das tarefas do cargo.
Q 6.3
12 PM Demonstrar conhecimentos sobre tcnicas de operaes especiais. (fundamentos).
Q 6.3
93 PM Capacidade de manter-se visvel, quando necessrio (ao presena, estar em local que facilite que as pessoas o vejam).Q 6.3
79 PM Ser capaz de identificar vtimas e suspeitos em potencial.
Q 6.3
84 PM Ser capaz de interagir e orientar vtimas de ocorrncias, vtimas potenciais ou pessoas fragilizadas.
Q 6.3
49 PM Ao fazer a escolta de presos, agir demonstrando conhecimento das normas de abordagem, procedimentos e tcnica de conduo e legislaes pertinentes (ex.: ECA).
Q 6.3
40 PM Agir demonstrando conhecimento sobre a rea geogrfica de atuao (rotas de fugas, itinerrios, densidades demogrficas, geografia do local, dentre outros).
Q 6.3
41 PM Demonstrar conhecimento sobre escolta, acompanhamento e cerco policial em diversas situaes.
Q 6.3
6 Uso diferenciado da fora (grifo nosso) - este termo foi alterado pela Portaria Interministerial n 4.226, de
31 de dezembro de 2010 que estabelece diretrizes sobre o Uso da Fora pelos Agentes de Segurana Pblica.
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
2443 PM Ao acompanhar oficial de justia em mandados de busca
e apreenso,demonstrar conhecimento sobre os procedimentos de busca e apreenso. Demonstrar conhecimento sobre os procedimentos de busca e apreenso.
Q 6.3
8 PC Ser capaz de aplicar conhecimentos de cursos especficos para atuar na vistoria e cadastro de veculos. Ter conhecimentos sobre vistoria e cadastro de veculos.
Q 6.3
62 PC / 88 PM Ao comparecer e preservar o local de crime ser capaz de aplicar tcnicas de preservao.Ser capaz de preservar o local do crime, quando necessrio. Ser capaz de preservar o local do crime.
Q 6.3
Demonstrar conhecimento bsico sobre diversos tipos de percia.
Q 6.3
29 PM Ter capacidade para agir demonstrando conhecimento sobre o perfil e modus operandi do criminoso ao proceder investigaes de infraespenais, ao localizar pessoas e em outras situaes diversas.Ter capacidade para agir demonstrando conhecimento sobre o perfil e modus operandi do criminoso.
Q 6.3
Ser capaz de conduzir os diferentes envolvidos delegacia.
Q 6.3
18 PM Ter capacidade de elaborar dados isolados, transformando-os rapidamente em informaes teis, segundo o contexto de atuao e a finalidade.
Ter capacidade de coletar/analisar dados isolados, transformando-os rapidamente em informaes teis, segundo o contexto de atuao e a finalidade.
Q 6.3
14 PM Ser capaz de gerenciar dados relativos segurana pblica (por exemplo, dados de geoprocessamento, mapas e boletins de ocorrncia, dentre outros).
Q 6.3
42 PM Aplicar conhecimentos de informtica ao realizar as tarefas inerentes ao cargo.
Q 6.3
28 PC Capacidade de utilizar sistemas de segurana da informao ao desempenhar uma ao.
Q 6.3
44 PM Ser capaz de fazer contato com outros tipos de policiamento para planejar operaes integradas.
Q 6.3
9 PC / 17 PC / 21 PM Ter capacidade de prestar primeiros socorros, aplicando tcnicas e procedimentos adequados situao. Ter noes de primeiros socorros.Atuar demonstrando conhecimentos sobre primeiros socorros.
Q 6.3
78 PC / 47 PM Ser capaz de elaborar relatrio, demonstrando conhecimento sobre os tipos de documentos e utilizando linguagem tcnica segundo padres de redao e de Lngua Portuguesa. Ser capaz de redigir documentos de maneira clara, respeitando os padres da norma culta e tcnicas de redao oficial da Lngua Portuguesa.
Q 6.4
59 PM Demonstrar conhecimento sobre a forma de preenchimento e finalidade dos documentos utilizados.
Q 6.4
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
25Ser capaz de relatar os fatos de forma clara, coesa e coerente autoridade.
Q 6.4
55 PM Demonstrar domnio no uso operacional de veculos da instituio.
Q 6.5
79 PC Ao dirigir viaturas demonstrar conhecimentos sobre as principais vias de acesso e trnsito da cidade.
Q 6.5
83 PM Ter capacidade de repassar conhecimentos para a equipe, quando necessrio.Ter capacidade de repassar conhecimentos e informaes para a equipe, quando necessrio.
Q 6.6
32 PC Ser capaz de operar servios de comunicao (rdio e celulares e outros) em diversas situaes, demonstrando conhecimento da linguagem tcnica utilizada.
90 PM Ser capaz de utilizar equipamentos e meios de comunicao (rdio, internet, telefone e fax, dentre outros).
Q 6.6
Capacidade de ouvir atentamente e compreender.
Q 6.6
30 PM Capacidade de viso sistmica (ter compreenso do todo em uma determinada situao; ser capaz de combinar partes coordenadas entre si e que formam um conjunto).
Q 6.7
24 PC / 32 PM Capacidade de raciocnio espacial (visualizar a posio, organizao e modificao de um objeto no espao).
Q 6.7
23 PC / 31 PM Capacidade de raciocnio abstrato (estabelecer relaes em situaes novas para as quais se possua pouco conhecimento previamente aprendido).
Q 6.7
11 PC / 25 PM Capacidade de raciocnio numrico (compreender e manejar sistemas numricos, realizando operaes matemticas com exatido; capacidade de interpretar dados quantitativos).Capacidade de raciocnio numrico (compreender e manejar sistemas numricos, realizando operaes matemticas com exatido).
Q 6.7
15 PM Capacidade de raciocnio mecnico (compreender princpios de funcionamento de mecanismos simples ou complexos e para manipular ou consertar estes mecanismos).
Q 6.7
52 PM Ter raciocnio lgico (saber resolver problemas com objetividade, coerncia e rapidez).
Q 6.7
72 PC / 63 PM Capacidade de raciocnio verbal (expressar-se com facilidade, ter fluncia verbal e escrita).
Q 6.7
57 PM Ter raciocnio dedutivo (saber raciocinar por deduo).
Q 6.7
72 PM Capacidade de ateno concentrada (manter a ateno focada apenas em uma atividade, no permitindo que algo externo interfira).
Q 6.7
73 PM Capacidade de ateno difusa (manter a concentrao em uma dada atividade, ao mesmo tempo em que est atento ao que est acontecendo em sua volta).
Q 6.7
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
2653 PM Capacidade de memria visual, fisionmica e/ou auditiva (recordar
informaes, dados, fatos, conhecimentos percebidos e fisionomia de pessoas, mantendo a lembrana de qualquer coisa ou de algum).
Q 6.7
68 PM Capacidade de observao (reparar ou perceber caractersticas ou aspectos que ocorrem com as pessoas, situaes, fatos, objetos ou local/ambiente).
Q 6.7
76 PM Capacidade de objetividade (saber ser direto e preciso; manter o foco na tarefa, ser conciso).
Q 6.7
82 PM Capacidade de agir com rapidez de raciocnio.
Q 6.7
78 PM Capacidade de agir com celeridade (agir com rapidez e perspiccia).
Q 6.7
64 PC Acuidade visual (boa viso, diferenciar detalhes).
Q 6.7
76 PC / 89 PM Capacidade de planejamento.
65 PM Capacidade de anlise e sntese.
Q 6.7
56 PM Capacidade de persuaso e argumentao (poder de convencimento; capacidade de argumentar e contra-argumentar).
Q 6.7
66 Capacidade de adaptao a imprevistos.
Q 6.7
8
NCOMPETNCIAS ATITUDINAIS
Q
2 PM Agir com orientao para resultados.
Q 7
1 PM Capacidade de viso estratgica (estar atento ao todo, antevendo cenrios, coordenando atividades, metas e aes com viso de futuro).Capacidade de viso estratgica.
Q 7
N (Nmero): refere-se ao ranking atribudo s competncias tcnicas e comportamentais necessrias para
a execuo das tarefas dos profissionais de segurana pblica conforme publicado no Estudo Profissiogrfico
e Mapeamento de Competncias: Perfil dos Cargos das Instituies Estaduais de Segurana Pblica.
Q (Q 6 - Q 7): refere-se ao quadro de competncias tcnicas ou comportamentais comuns s polcias
civis e militares conforme publicado no Estudo Profissiogrfico e Mapeamento de Competncias: Perfil
dos Cargos das Instituies Estaduais de Segurana Pblica. Ressalta-se que algumas competncias
tiveram nova redao, de acordo com as legislaes mais recentes e com o entendimento dos
grupos de estudos especficos. Alm disso, foram agrupadas de acordo com suas interrelaes.
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
2719 PC / 6 PM Capacidade de discernimento (julgar e agir de forma clara, com base
na razo e sem deixar-se envolver por sentimentos e emoes).Capacidade de discernimento.
Q 7
17 PC / 7 PM Capacidade de agir proativamente.Capacidade de agir proativamente (buscar solues de problemas demonstrando determinao).
Q 7
20 PM Capacidade de agir com persistncia e determinao, demonstrando interesse e comprometimento com o trabalho.Q 7
1 PC / 3 PM Capacidade de resistncia frustrao (capacidade de enfrentamento a situaes de adversidade).
Q 7
33 PC / 34 PM Ter capacidade de manter sigiloCapacidade de manter sigilo.
Q 7
26 PM Capacidade de agir com imparcialidade (agir com neutralidade e impessoalidade).
Q 7
19 PM Capacidade de agir com pacincia.
Q 7
33 PM Capacidade de trabalhar em equipe.
Q 7
12 PC / 22 PM Ser flexvel.Capacidade de agir com flexibilidade (saber aceitar sugestes e crticas, bem como ajustar-se, de forma apropriada, a novos fatos, conceitos ou situaes).Capacidade de agir com flexibilidade.
Q 7
30 PM Capacidade de disciplina.
Q 7
28 PM Capacidade de agir com humildade (agir sem demonstrar vaidade; apresentar modstia e simplicidade na ao).Capacidade de agir com humildade.
Q 7
11 PC / 21 PM Ter controle emocional.Capacidade de ter controle emocional.
Q 7
34 PC / 31 PM Capacidade de agir com postura tica e profissional.Capacidade de agir com tica e profissionalismo.
Q 7
14 PC / 15 PM Ter dinamismo.Capacidade de agir com dinamismo (ser ativo e gil, envolvendo-se em diversas atividades ao mesmo tempo).Capacidade de agir com dinamismo.
Q 7
85 PC / 10 PM Ter capacidade de agir com criatividade e inovaoCapacidade de agir com criatividade e inovao.
Q 7
Capacidade de pronta reao.
Q 7
5 PM Capacidade de negociao (buscar o consenso de idias; demonstrar firmeza em seus posicionamentos, sem ser intransigente).Capacidade de negociao.
Q 7
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
2812 PM Capacidade de reagir a ameaas e enfrentar situaes, com prudncia
e coragem (dominar o medo em uma situao difcil; agir com cautela e precauo, procurando evitar riscos e consequncias desagradveis).Capacidade de reagir e enfrentar situaes de risco, com prudncia e coragem.
Q 7
16 PM Capacidade de agir com deferncia (capacidade de acatar normas e agir em conformidade com as mesmas).Capacidade de agir com deferncia.
Q 7
11 PM Capacidade de agir com assertividade (apresentar argumentos de forma convincente; defender opinies prprias, expressando-se de maneira enftica).Capacidade de agir com assertividade.
Q 7
8 PC / 8PM Capacidade de agir com versatilidade (adaptabilidade; ajustar-se a novas situaes mesmo que estas provoquem tenso, procedendo de acordo com o comportamento profissional esperado).Capacidade de agir com versatilidade.
Q 7
4 PM Ter manejo de estresse (saber controlar-se em situaes difceis/estressantes).
Q 7
14 PM Ter abertura para mudanas no uso de novas tecnologias relacionadas ao trabalho.
Q 7
31 PC / 27 PM Ter bom senso.Ser capaz de agir com bom senso.
Q 7
27 PC / 18 PM Ter capacidade de agir com empatia (entender e colocar-se no lugar do outro, compreendendo seus sentimentos, percepes e crenas).Capacidade de agir com empatia (entender e colocar-se no lugar do outro, compreendendo seus sentimentos e percepes/crenas gerais).Capacidade de agir com empatia.
Q 7
32 PM Ter capacidade de manter respeito hierarquia da corporao.Ter capacidade de manter respeito hierarquia da instituio.
Q 7
91 PC24 PM
Ter capacidade de comunicao (se expressar e se fazer entender).Capacidade de comunicao.
Q 7
35 PM Ser cordial (educado).
Q 7
9 PM Ser capaz de agir demonstrando controle da ansiedade.
Q 7
29 PM Ser capaz de agir com preocupao com a prpria segurana (primar pela sua integridade fsica, de forma precavida).Ser capaz de agir com preocupao com a prpria segurana.
Q 7
36 PM Ser capaz de agir com preocupao com a segurana de sua famlia.
Q 7
22 PC / 17 PM Capacidade de agir com senso crtico (ter postura crtica frente determinada situao ou evento, aps se cientificar das possveis consequncias).Capacidade de agir com senso crtico.
Q 7
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
2923 PM Capacidade de agir com discrio (agir com reserva/
discrio, salvaguardando o sigilo necessrio para tal; agir com prudncia e cuidado, sem chamar a ateno).Capacidade de agir com discrio.
Q 7
23 PC / 25 PM Ser capaz de separar a vida profissional da vida pessoal.
Q 7
80 PM Agir com eficincia no desempenho das atividades.
Q 7
27 PM Ao realizar as tarefas do cargo, analisar o trabalho e os resultados alcanados de forma crtica e criteriosa.
Q 7
13 PC / 92 PM Ter capacidade de relacionamento interpessoal.Capacidade de manter bom relacionamento interpessoal.
Q 7
PM Capacidade de agir com responsabilidade.
Q 7
97 PM Ser capaz de se relacionar com o pblico.
Q 7
Ser capaz de atender prontamente aos chamados.
Q 7
PM Capacidade de ser assduo e pontual.
Q 7
98 PM Capacidade de agir com urbanidade (agir com civilidade, ser polido e corts ao desempenhar suas atribuies).
Q 7
99 PM Capacidade de agir com zelo.
Q 7
84 PC / 96 PM Capacidade de organizao.
Q 7
77 PM Capacidade de manter-se motivado (capacidade de encontrar foras em si mesmo e entusiasmo mesmo diante dos desafios).
Q 7
86 PM Capacidade de tomada de deciso.
Q 7
36 PM Ser capaz de trabalhar de forma interdisciplinar.
Q 7
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
301.2.2 COMPETNCIAS RELACIONADAS S TAREFAS DESENVOLVIDAS PELOS BOMBEIROS MILITARES9
NCOMPETNCIAS COGNITIVAS
Q
15 Demonstrar domnio das legislaes pertinentes, atuando segundo normas e regulamentos vigentes na Corporao.Possuir conhecimento das legislaes, normas e regulamento pertinentes atividade de bombeiros.
Q 8.1
73 Atuar demonstrando conhecer e respeitar os direitos humanos.
Q 8.1
65 Ao participar de atividades cvico-militares, demonstrar conhecimento de ordem unida e dos trmites de rotina (fardamento, viaturas).
Q 8.1
34 Atuar demonstrando conhecimento em computao e em informtica, quando necessrio.
Q 8.1
6 Atuar demonstrando noes de mecnica e de fsica, quando necessrio.Atuar demonstrando noes bsicas de mecnica e de fsica aplicadas a atividade de bombeiro.
Q 8.1
58 Ser capaz de operar servios de comunicao (rdio, celulares, e outros), demonstrando conhecimento da linguagem tcnica utilizada.
Q 8.1
Possuir conhecimentos bsicos de psicologia e psiquiatria.
Q 8.1
Possuir conhecimentos bsicos de sociologia e antropologia.
Q 8.1
N (Nmero): refere-se ao ranking atribudo s competncias tcnicas e comportamentais necessrias para
a execuo das tarefas dos profissionais de segurana pblica conforme publicado no Estudo Profissiogrfico
e Mapeamento de Competncias: Perfil dos Cargos das Instituies Estaduais de Segurana Pblica.
Q (Q 8 - Q 9): refere-se ao quadro de competncias tcnicas ou comportamentais bsicas s atividades
de formao do bombeiro militar conforme publicado no Estudo Profissiogrfico e Mapeamento de
Competncias: Perfil dos Cargos das Instituies Estaduais de Segurana Pblica. Ressalta-se que algumas
competncias tiveram nova redao, de acordo com as legislaes mais recentes e com o entendimento
dos grupos de estudos especficos. Alm disso, foram agrupadas de acordo com suas interrelaes.
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
31
N (Nmero): refere-se ao ranking atribudo s competncias tcnicas e comportamentais necessrias para
a execuo das tarefas dos profissionais de segurana pblica conforme publicado no Estudo Profissiogrfico
e Mapeamento de Competncias: Perfil dos Cargos das Instituies Estaduais de Segurana Pblica.
Q (Q 8 - Q 9): refere-se ao quadro de competncias tcnicas ou comportamentais bsicas s atividades
de formao do bombeiro militar conforme publicado no Estudo Profissiogrfico e Mapeamento de
Competncias: Perfil dos Cargos das Instituies Estaduais de Segurana Pblica. Ressalta-se que algumas
competncias tiveram nova redao, de acordo com as legislaes mais recentes e com o entendimento
dos grupos de estudos especficos. Alm disso, foram agrupadas de acordo com suas interrelaes.
NCOMPETNCIAS OPERATIVAS
Q
84 Aplicar os procedimentos de segurana ao realizar as tarefas inerentes ao cargo.
Q 8.3
42 Ser capaz de realizar atendimento pr-hospitalar e em outras situaes diversas demonstrando conhecimento sobre tipos de hemorragia, ferimentos, fraturas, cinemtica do trauma, doenas diversas sabendo diferenciar estmulos, sinais e sintomas.Ser capaz de aplicar procedimentos bsicos de atendimento pr-hospitalar.
Q 8.3
75 Ser capaz de agir em tarefas variadas reconhecendo a cena e a situao da ocorrncia, coletando dados e informaes referentes ao evento.Ser capaz de agir em tarefas variadas reconhecendo as condies de segurana, a cena e a situao da ocorrncia, coletando dados e informaes referentes ao evento.
Q 8.3
28 Conhecer o protocolo atualizado para cada situao.
Q 8.3
101 Ter capacidade de utilizar adequadamente o equipamento de proteo individual (EPI).
Q 8.3
33 Demonstrar conhecimento sobre tcnicas e normas reguladoras de preveno de incndios.Possuir noes bsicas de preveno e segurana contra incndios.
Q 8.3
69 Ser capaz de manusear equipamentos pertinentes e aplicar tcnicas de extino e combate a incndios diversos.Ser capaz de manusear equipamentos pertinentes e aplicar tcnicas e tticas de extino e combate a incndios diversos.
Q 8.3
45 Demonstrar domnio dos mtodos de evacuao de pessoas, aplicando-os a situaes diversas.
Q 8.3
71 Ser capaz de agir identificando riscos para si e para o pblico, mantendo a segurana do local.Ser capaz de agir identificando riscos para si, para a equipe e para o pblico, mantendo a segurana do local.
Q 8.3
17 Ter raciocnio mecnico (compreender princpios de funcionamento de mecanismos simples ou complexos, bem como conseguir manipular ou consertar esses mecanismos).Atuar demonstrando conhecimento de tcnicas bsicas de salvamento terrestre.
Q 8.3
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
32Atuar demonstrando conhecimento de tcnicas bsicas de salvamento aqutico.
Q 8.3
Atuar demonstrando conhecimento de tcnicas bsicas de salvamento em altura.
Q 8.3
Possuir conhecimentos bsicos de salvamento areo.
Q 8.3
Possuir conhecimentos bsicos de aes de defesa civil.
Q 8.3
Ser capaz de reconhecer ocorrncias com produtos perigosos de acordo com normas vigentes.
Q 8.3
82 Ser capaz de sinalizar o trnsito, se necessrio, na ausncia de autoridade competente para tal.
Q 8.3
99 Ser capaz de solicitar reforo de contingente de acordo com a necessidade.
Q 8.3
93 Ser capaz de solicitar apoio de outros rgos, se necessrio, buscando suporte sua ao.
Q 8.3
43 Ser capaz de elaborar relatrio, conhecendo os tipos de documentos e utilizando linguagem tcnica segundo padres de redao e de Lngua Portuguesa.
Q 8.4
77 Ter capacidade de orientar populares em situaes diversas, procurando demonstrar controle da situao e mantendo a segurana do local.Ser capaz de orientar populares em situaes diversas, procurando demonstrar controle da situao e mantendo a segurana do local
Q 8.4
92 Ter capacidade de tranquilizar parentes, familiares e vtimas, quando necessrio, demonstrando respeito e cordialidade.Ser capaz de orientar parentes, familiares e vtimas, quando necessrio, demonstrando respeito e cordialidade.
Q 8.4
86 Ser capaz de informar a vtima, e se necessrio, a pessoa responsvel por ela, sobre procedimentos que esto sendo efetuados.
Q 8.4
79 Ter capacidade de se comunicar (expressar) em situaes diversas.
Q 8.4
61 Ter resistncia fsica.
Q 8.5
39 Capacidade de raciocnio espacial (visualizar a posio, organizao e modificao de um objeto/pessoa no espao).
Q 8.6
72 Rapidez de raciocnio.
Q 8.6
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
3368 Capacidade de raciocnio lgico (saber resolver problemas
com objetividade, coerncia e rapidez).Capacidade de raciocnio lgico (saber resolver problemas com objetividade e coerncia).
Q 8.6
41 Capacidade de raciocnio numrico (compreender e manejar sistemas numricos, realizando operaes matemticas com exatido; capacidade de interpretar dados quantitativos).
Q 8.6
17 Capacidade de raciocnio mecnico (compreender princpios de funcionamento de mecanismos simples ou complexos, bem como conseguir manipular ou consertar esses mecanismos).
Q 8.6
24 Capacidade de raciocnio abstrato (estabelecer relaes abstratas e em situaes novas para as quais se possua pouco conhecimento previamente aprendido).
Q 8.6
32 Capacidade de anlise e de sntese.
Q 8.6
44 Ter viso sistmica (ter compreenso do todo em uma determinada situao; ser capaz de combinar partes coordenadas entre si e que formam um conjunto).
Q 8.6
70 Ateno concentrada (manter a ateno focada somente na tarefa que est realizando, no permitindo que algo externo interfira).
Q 8.6
66 Ateno difusa (manter a concentrao em uma dada tarefa ao mesmo tempo em que est atento ao que est acontecendo a sua volta).
Q 8.6
87 Capacidade de tomada de deciso.
Q 8.6
67 Capacidade de planejamento.
Q 8.6
51 Capacidade de memria visual, fisionmica e/ou auditiva (recordar informaes, dados, fatos, conhecimentos percebidos e fisionomia de pessoas, mantendo a lembrana de qualquer coisa ou de algum).Capacidade de memria visual e/ou auditiva (recordar informaes, dados, fatos, conhecimentos percebidos e fisionomia de pessoas, mantendo a lembrana de qualquer coisa ou de algum).
Q 8.6
64 Capacidade de persuaso e convencimento.
Q 8.6
88 Ter destreza manual.
Q 8.6
Ter capacidade de ouvir atentamente e compreender.
Q 8.6
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
34N
COMPETNCIAS ATITUDINAIS
Q
5 Ter capacidade de trabalhar sob presso.
Q 9
1 Ter manejo de estresse.
Q 9
11 Ter capacidade para lidar com a morte no dia a dia do trabalho.
Q 9
13 Ser dinmico.
Q 9
30 Deferncia (capacidade de cumprir ordens, respeitar a hierarquia e saber acatar as determinaes).
Q 9
27 Ter coragem.
Q 9
6 Ser meticuloso (detalhista).
Q 9
28 Agir com prudncia (cuidado).
Q 9
29 Ter perseverana.
Q 9
33 Agir com respeito ao prximo.
Q 9
15 Possuir autoconfiana adequada tarefa.
Q 9
2 Resistncia frustrao.
Q 9
26 Agir com disposio para o trabalho (energia, motivao).
Q 9
14 Ter discernimento (julgar e agir de forma clara, com base na razo e sem deixar-se envolver por sentimentos e emoes).Ter discernimento (julgar e agir de forma clara, com base na razo).
Q 9
N (Nmero): refere-se ao ranking atribudo s competncias tcnicas e comportamentais necessrias para
a execuo das tarefas dos profissionais de segurana pblica conforme publicado no Estudo Profissiogrfico
e Mapeamento de Competncias: Perfil dos Cargos das Instituies Estaduais de Segurana Pblica.
Q (Q 8 - Q 9): refere-se ao quadro de competncias tcnicas ou comportamentais bsicas s atividades
de formao do bombeiro militar conforme publicado no Estudo Profissiogrfico e Mapeamento de
Competncias: Perfil dos Cargos das Instituies Estaduais de Segurana Pblica. Ressalta-se que algumas
competncias tiveram nova redao, de acordo com as legislaes mais recentes e com o entendimento
dos grupos de estudos especficos. Alm disso, foram agrupadas de acordo com suas interrelaes.
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
3516 Ser imparcial.
Q 9
20 Ter controle emocional.
Q 9
10 Ter pacincia.
Q 9
24 Ter iniciativa.
Q 9
21 Ser claro, objetivo e conciso.
Q 9
32 Agir com postura tica e profissional.
Q 9
8 Assertividade (apresentar argumentos de forma convincente; defender opinies expressando-se de maneira enftica).
Q 9
12 Ser flexvel.
Q 9
17 Ter agressividade adequada tarefa (agir com atitude e firmeza, quando necessrio).Agir com atitude e firmeza.
Q 9
9 Ter proatividade.
Q 9
18 Ter capacidade de agir com empatia (entender e colocar-se no lugar do outro, compreendendo seus sentimentos, percepes e crenas).Ter capacidade de agir com empatia.
Q 9
31 Cordialidade e respeito.
Q 9
25 Ter agilidade.
Q 9
19 Adaptabilidade.
Q 9
3 Altrusmo.
Q 9
23 Civilidade.
Q 9
81 Capacidade de organizao.
Q 9
102 Saber trabalhar em equipe.
Q 9
97 Ter capacidade de agir com criatividade e inovao.
Q 9
1.2
O PERFIL PROFISSIOGRFICO E AS COMPETNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS
36A ttulo de melhor compreenso das competncias selecionadas pelo grupo, alm
da classificao pelas dimenses do conhecimento foram feitas ainda classificaes re-
lacionadas s dimenses organizacionais e de habilidades, como mostram os quadros
tericos a seguir.
QUADRO 1
DIMENSES ORGANIZACIONAIS:
DIMENSO REFERNCIA
Institucional Capacidades e habilidades voltadas para o trabalho em grupo, atuando positiva e assertivamente voltado para a misso institucional.
Profissional Capacidades e habilidades para lidar com os desafios profissionais fazendo e dizendo o que se tem como certo.
Pessoal Habilidades, valores e atitudes pessoais; bem estar fsico e emocional; disposio para o aprendizado contnuo.
Fonte: BRASIL. Ministrio da Justia. Secretaria Nacional de Segurana Pblica. Bases
Curriculares para Profissionais da rea de Segurana do Cidado. Braslia, 1999.
QUADRO 2
CLASSIFICAO POR HABILIDADES:
CLASSIFICAO REFERNCIA
Habilidades Tcnicas
Habilidades necessrias e inerentes aplicao de seus conhecimentos para o desempenho apropriado das funes do profissional de segurana.
Habilidades Administrativas
Habilidades administrativa e gerencial para o adequado exerccio de suas funes.
Habilidades Interpessoais
Habilidades de relacionamento com sua clientela, a saber, a populao em geral bem como de convivncia com os companheiros de corporao em seu ambiente social.
Habilidades Polticas
Habilidades associativas, o esprito de grupo e/ou corporativo bem como de integrao e associao com o pblico - alvo de sua ao profissional, ou seja, a populao em geral.
Habilidades Cognitivas
Habilidades que requerem o raciocnio lgico abstrato.
Fonte: BRASIL. Ministrio da Justia. Secretaria Nacional de Segurana Pblica. Bases
Curriculares para Profissionais da rea de Segurana do Cidado. Braslia, 1999.
1.2
PRINCPIOS DA MATRIZ
37 importante ressaltar que:
As divises apresentadas so meramente didticas, pois o objetivo que o processo
de ensino crie condies para que ocorra a mobilizao das competncias no pro-
cesso de aprendizagem, como ilustra a Figura 1;
Essas competncias no esgotam a possibilidade de ampliao de outras que ve-
nham atender as peculiaridade das instituies de ensino de segurana pblica
e que auxiliem no desenho dos currculos e na seleo de disciplinas que venham
atender as especificidades de cada cargo profissional.
1.3 PRINCPIOS DA MATRIZ
Os princpios da Matriz so preceitos que fundamentam a concepo das aes forma-
tivas para os profissionais da rea de segurana pblica. Para efeito didtico, eles esto
classificados em trs grandes grupos:
tico: os princpios contidos neste grupo enfatizam a relao existente entre as
aes formativas e a transversalidade dos direitos humanos, contribuindo para
orientar as aes dos profissionais da rea de segurana pblica num Estado Demo-
crtico de Direito.
Educacional: os princpios contidos neste grupo apresentam as linhas gerais sobre
as quais estaro fundamentadas as aes formativas dos profissionais da rea de
segurana pblica.
Figura 1: Mobilizao das competncias
competnciascognitivas
competnciasatitudinais
competnciasoperativas
legal tica
1.3
PRINCPIOS DA MATRIZ
38 Didtico-pedaggico: os princpios deste grupo orientam as aes e atividades re-
ferentes aos processos de planejamento, execuo e avaliao utilizados nas aes
formativas dos profissionais da rea de segurana pblica.
1.3.1 PRINCPIOS TICOS
Compatibilidade entre direitos humanos e eficincia policial: as habilidades
operativas a serem desenvolvidas pelas aes formativas de segurana pblica ne-
cessitam estar respaldadas pelos instrumentos legais de proteo e defesa dos di-
reitos humanos, pois direitos humanos e eficincia policial so compatveis entre si
e mutuamente necessrios. Esta compatibilidade expressa a relao existente entre
o Estado Democrtico de Direito e o cidado.
Compreenso e valorizao das diferenas: as aes formativas de segurana
pblica devem propiciar o acesso a contedos conceituais, procedimentais e atitu-
dinais que valorizem os direitos humanos e a cidadania, enfatizando o respeito
pessoa e justia social.
1.3.2 PRINCPIOS EDUCACIONAIS
Flexibilidade, diversificao e transformao: as aes formativas de segurana
pblica devem ser entendidas como um processo aberto, complexo e diversificado
que reflete, desafia e provoca transformaes na concepo e implementao das
polticas pblicas de segurana, contribuindo para a construo de novos paradig-
mas culturais e estruturais.
Abrangncia e capilaridade: as aes formativas de segurana pblica devem al-
canar o maior nmero possvel de instituies, de profissionais e de pessoas, por
meio da articulao de estratgias que possibilitem processos de multiplicao, fa-
zendo uso de tecnologias e didticas apropriadas.
Qualidade e atualizao permanente: as aes formativas de segurana pblica
devem ser submetidas periodicamente a processos de avaliao e monitoramento
sistemtico, garantindo, assim, a qualidade e a excelncia das referidas aes.
Articulao, continuidade e regularidade: a consistncia e a coerncia dos pro-
cessos de planejamento, acompanhamento e avaliao das aes formativas de-
vem ser alcanadas mediante o investimento na formao de docentes e na consti-
1.3
PRINCPIOS DA MATRIZ
39tuio de uma rede de informaes e inter-relaes que possibilitem disseminar os
referenciais das polticas democrticas de segurana pblica e alimentar o dilogo
enriquecedor entre as diversas experincias.
1.3.3 PRINCPIOS DIDTICO-PEDAGGICOS
Valorizao do conhecimento anterior: os processos de desenvolvimento das
aes didtico-pedaggicas devem possibilitar a reflexo crtica sobre as questes
que emergem ou que resultem das prticas dos indivduos, das instituies e do cor-
po social, levando em considerao os conceitos, as representaes, as vivncias
prprias dos saberes dos profissionais da rea de segurana pblica, concretamente
envolvidos nas experincias que vivenciam no cotidiano da profisso.
Universalidade: os conceitos, doutrinas e metodologias que fazem parte do curr-
culo das aes formativas de segurana pblica devem ser veiculados de forma pa-
dronizada, levando-se em considerao a diversidade que caracteriza o pas.
Interdisciplinaridade, transversalidade e reconstruo democrtica de sa-
beres: interdisciplinaridade e transversalidade so duas dimenses metodolgicas
- modo de se trabalhar conhecimento - em torno das quais o professor pode uti-
lizar o currculo diferentemente do modelo tradicional, contribuindo, assim, para
a excelncia humana, por meio das diversas possibilidades de interao, e para a
excelncia acadmica, por meio do uso de situaes de aprendizagem mais signifi-
cativas. Essas abordagens permitem que as reas temticas e os eixos articuladores
sejam trabalhados de forma sistmica, ou seja, a partir da interrelao dos campos
de conhecimentos.
vlido ressaltar que os diversos itinerrios formativos a serem elaborados com
base no referencial da Matriz devem contemplar os direitos humanos, a partir das abor-
dagens interdisciplinar e transversal. Ou seja, os temas relacionados aos direitos huma-
nos, principalmente os vinculados diferena sociocultural de gnero, de orientao
sexual, de etnia, de origem e de gerao, devem perpassar todas as disciplinas, trazen-
do tona valores humanos e questes que estabelecem uma relao dialgica entre os
campos de conhecimentos trabalhados nas aes formativas dos profissionais da rea
de segurana pblica.
1.3
OBJETIVOS
401.4 OBJETIVOS
1.4.1 OBJETIVO GERAL
As aes formativas de segurana pblica, planejadas com base na Matriz, tm como
objetivo geral favorecer a compreenso do exerccio da atividade de segurana pblica
como prtica da cidadania, da participao profissional, social e poltica num Estado De-
mocrtico de Direito, estimulando a adoo de atitudes de justia, cooperao, respeito
Lei, promoo humana e repdio a qualquer forma de intolerncia.
1.4.2 OBJETIVOS ESPECFICOS
As aes formativas de segurana pblica devero criar condies para que os profissio-
nais em formao possam:
Posicionar-se de maneira crtica, tica, responsvel e construtiva nas diferentes si-
tuaes sociais, utilizando o dilogo como importante instrumento para mediar
conflitos e tomar decises;
Perceber-se como agente transformador da realidade social e histrica do pas,
identificando as caractersticas estruturais e conjunturais da realidade social e as
interaes entre elas, a fim de contribuir ativamente para a melhoria da qualidade
da vida social, institucional e individual;
Conhecer e valorizar a diversidade que caracteriza a sociedade brasileira, posicio-
nando-se contra qualquer discriminao baseada em diferenas culturais, classe
social, crena, gnero, orientao sexual, etnia e outras caractersticas individuais
e sociais;
Conhecer e dominar diversas tcnicas e procedimentos, inclusive os relativos ao uso da
fora, e aos equipamentos e s armas de menor potencial ofensivo para o desempenho
da atividade de segurana pblica, utilizando-os de acordo com os preceitos legais;
Utilizar diferentes linguagens, fontes de informao e recursos tecnolgicos para
construir e afirmar conhecimentos sobre a realidade em situaes que requerem a
atuao das instituies e dos profissionais de segurana pblica.
1.4
A DINMICA CURRICULAR: EIXOS ARTICULADORES E REAS TEMTICAS
411.5 A DINMICA CURRICULAR: EIXOS ARTICULADORES E REAS TEMTICAS
A dinmica e a flexibilidade da Matriz se encontram nas infinitas possibilidades de inte-
rao existentes entre os eixos articuladores e as reas temticas. So essas interaes
que proporcionam a visualizao tanto de contedos que contribuam para a unidade de
pensamento e ao dos profissionais da rea de segurana pblica como de contedos
que atendam as peculiaridades regionais.
1.5.1 EIXOS ARTICULADORES
Os eixos articuladores da Matriz estruturam o conjunto dos contedos de carter trans-
versal definidos por sua pertinncia nas discusses sobre segurana pblica e por envol-
verem problemticas sociais de abrangncia nacional. Eles devem permear as diferentes
disciplinas, seus objetivos, contedos, bem como as orientaes didtico-pedaggicas.
So chamados de eixos articuladores na medida em que conduzem para a reflexo
sobre os papeis individuais, sociais, histricos e poltico do profissional e das instituies
de segurana pblica. Tm um carter orientado para o desenvolvimento pessoal e a
conduta moral e tica, referindo-se s finalidades gerais das aes formativas, estimu-
lando o questionamento permanente e reflexivo sobre as prticas profissionais e institu-
cionais no contexto social e poltico em que elas se do.
Os quatro eixos que compem esta Matriz foram selecionados para orientar os cur-
rculos das aes formativas pela amplitude e possibilidades que apresentam para estru-
turao dos diversos processos pedaggicos. So eles:
Sujeito e Interaes no Contexto da Segurana Pblica;
Sociedade, Poder, Estado e Espao Pblico e Segurana Pblica;
tica, Cidadania, Direitos Humanos e Segurana Pblica;
Diversidade tnico-sciocultural, Conflitos e Segurana Pblica.
como desenvolver os eixos articuladores?Os eixos articuladores nas atividades curriculares das aes formativas podero ser
desenvolvidos por meio de seminrio, palestras, mesa redonda, workshop e outras
formas de organizao da aprendizagem, em espaos diversos do contexto escolar.
Podero estar vinculados a determinada disciplina do currculo ou formatado em
projetos e percursos interdisciplinares.
1.5
A DINMICA CURRICULAR: EIXOS ARTICULADORES E REAS TEMTICAS
42
1.5.1.1
SUJEITO E INTERAES NO CONTEXTO DA SEGURANA PBLICA
Este eixo articulador se justifica pela necessidade de considerar o profissional de segu-
rana pblica como sujeito que desenvolve sua funo em interao permanente com
outros sujeitos e com o ambiente.
A articulao dos contedos desse eixo dever abranger a discusso sobre os valo-
res a respeito de si prprio e as relaes estabelecidas no contexto do exerccio da sua
profisso. Os temas desse eixo so:
Sensibilizao, motivao pessoal e coletiva e integrao de grupo;
Identidade tnica e processos relacionais;
Aspectos humanos da profisso ou de procedimentos especficos;
Relaes humanas;
Autoconhecimento e valores;
Mdias e segurana pblica.
eixos articulados
reastemticas
sujeito e as interaes no contexto da
segurana pblica
sociedade, poder, espao
pblico e segurana
pblica
diversidade tnico-sociocultural, conflitos e segurana
pblica
tica, cidadania,
direitos humanos e segurana
pblica
Figura 2: Eixos articuladores
1.5
A DINMICA CURRICULAR: EIXOS ARTICULADORES E REAS TEMTICAS
431.5.1.2
SOCIEDADE, PODER, ESTADO, ESPAO PBLICO E SEGURANA PBLICA
o eixo que se traduz na exigncia de considerar as atividades de segurana pblica no
contexto da sociedade, no locus onde elas se do, oferecendo a possibilidade de conhe-
cer e refletir sobre a realidade social, sua organizao e suas tenses estudadas do ponto
de vista histrico, social, poltico, antropolgico e cultural; sobre conceitos polticos fun-
damentais como Democracia e Estado de Direito, considerando igualmente as ques-
tes referentes convivncia no espao pblico (local principal da atuao dos rgos de
segurana pblica e da coexistncia de interesses e intenes conflitantes).
So exemplos de temas desse eixo:
Elementos de Antropologia e de Histria;
Sociedade, povo e Estado Brasileiro;
Espao pblico, cidadania, democracia e Estado de Direito;
Constituio do Estado de Direito;
Formas de sociabilidade e utilizao do espao pblico;
Histria social e econmica do Brasil e dos estados;
Histria das instituies de segurana pblica;
Mobilidade social.
1.5.1.3
TICA, CIDADANIA, DIREITOS HUMANOS E SEGURANA PBLICA
Este eixo articulador visa estimular o desenvolvimento de conhecimentos, prticas e ati-
tudes relativas dimenso tica da existncia, da prtica profissional e da vida social,
pela importncia da reflexo sobre as articulaes entre as diferentes noes de tica,
cidadania e Direitos Humanos, bem como suas implicaes nos diferentes aspectos da
vida profissional e institucional no contexto das atividades de segurana pblica e sobre
os diversos contedos formativos, inclusive os de carter tcnico e operacional, buscan-
do a traduo concreta de princpios e valores na prtica cotidiana profissional.
So exemplos de temas desse eixo:
Valores presentes na sociedade;
Atuaes humanas frente a dilemas ticos;
tica, poltica, cidadania e segurana pblica;
Praticas dos profissionais da rea de segurana pblica de acordo com as normas
e dos valores dos direitos humanos;
Sustentabilidade social.
1.5
A DINMICA CURRICULAR: EIXOS ARTICULADORES E REAS TEMTICAS
441.5.1.4
DIVERSIDADE TNICO-SCIOCULTURAL,
CONFLITOS E SEGURANA PBLICA
Este eixo articulador trata do debate de questes voltadas diversidade que caracteriza
o espao social e cultural. Essa diversidade proposta como fonte permanente de en-
riquecimento e desafio para proporcionar ao profissional de segurana pblica instru-
mentos para ele conhecer e refletir sobre expresses da diversidade e do conflito como
fenmenos inerentes vida social e s relaes humanas e como direito fundamental
da cidadania no respeito e valorizao das diferenas. Este eixo visa estimular a reflexo
permanente sobre as intervenes dos rgos de segurana pblica frente s questes
de diferena sociocultural de gnero, de orientao sexual, de etnia, de origem, de com-
portamento e de todas que se tornam geradoras de conflitos marcados por intolerncia
e discriminao.
So exemplos de temas desse eixo:
Diversidade como fenmeno social e direito fundamental da cidadania;
Diversidade tnico-sociocultural;
Grupos vulnerveis ou em situao de vulnerabilidade;
Valorizao das diferenas e a atuao de rgos da segurana pblica;
Conflitos gerados pela intolerncia e a discriminao;
Mediao e negociao de conflitos;
Movimentos sociais e a atuao dos profissionais da rea de segurana pblica;
Multiculturalismo.
Diante das relaes inesgotveis entre os eixos articuladores, as reas temticas e
o contexto mais amplo, outras abordagens ticas e polticas sero exigidas para a har-
monizao dos interesses comuns, dos direitos dos indivduos com as necessidades da
sociedade, das comunidades e das organizaes em que os profissionais de segurana
pblica trabalham.
1.5.2 REAS TEMTICAS
As reas temticas devem contemplar os contedos indispensveis formao do pro-
fissional da rea de segurana pblica e sua capacitao para o exerccio da funo. Na
elaborao da Matriz foram elencadas oito reas temticas destinadas a acolher um
conjunto de reas de conhecimentos que sero tratados nos currculos dos cursos de
formao e capacitao do profissional da rea de segurana pblica.
1.5
A DINMICA CURRICULAR: EIXOS ARTICULADORES E REAS TEMTICAS
45As reas temticas designam tambm os espaos especficos da construo dos
currculos a serem elaborados pelas instituies de ensino de segurana pblica, em
conformidade com seus interesses, peculiaridades e especificidades locais.
Mesmo sendo utilizada como referncia para abrigar um conjunto de disciplinas
na malha curricular a ser apresentada neste documento, o uso do termo rea deu-se,
originalmente, em funo de a rea temtica identificar um conjunto de contedos a
serem tratados no currculo.
Cada rea temtica define um espao de contedos que devero ser trabalhados
pelas reas de conhecimento, possibilitando complementaes que atendam s expec-
tativas das diversas instituies, carreiras, demandas da sociedade e peculiaridades lo-
cais e/ou regionais.
As reas temticas propostas pela Matriz Curricular Nacional so:
Sistemas, Instituies e Gesto Integrada em Segurana Pblica;
Violncia, Crime e Controle Social;
Conhecimentos Jurdicos;
Modalidades de Gesto de Conflitos e Eventos Crticos;
Valorizao Profissional e Sade do Trabalhador;
sujeito e as interaes no contexto da segurana pblica
sociedade, poder, espao pblico
e segurana pblica
violncia, crime e controle social
conhecimentos jurdicos
modalidades de gesto de
conflitos e eventos crticos
valorizao profissional
e sade do trabalhador
comunicao informao e
tecnologia em segurana pblica
cultura, cotidiano e
prtica reflexiva
sistemas, instituies e
gesto integrada em segurana
pblica
diversidade tnico-sociocultural, conflitos e segurana pblica
tica, cidadania, direitos humanos
e segurana pblica
funes tcnicas e procedimentos
em segurana pblica
Figura 3: reas temticas
1.5
A DINMICA CURRICULAR: EIXOS ARTICULADORES E REAS TEMTICAS
46 Comunicao, Informao e Tecnologias em Segurana Pblica;
Cultura, Cotidiano e Prtica Reflexiva;
Funes, Tcnicas e Procedimentos em Segurana Pblica.
A rea temtica Funes, Tcnicas e Procedimentos em Segurana Pblica corres-
ponde concretizao final de todo o processo de formao destinado a instrumentali-
zar o profissional de segurana pblica para o desempenho de sua funo. A qualidade
desse desempenho est, contudo, vinculada s competncias cognitivas, operativas e
atitudinais contempladas pelas demais reas temticas.
1.5.2.1
SISTEMAS, INSTITUIES E GESTO INTEGRADA
EM SEGURANA PBLICA
Esta rea temtica possibilita a compreenso das estruturas organizacionais, da histria
e da dinmica das instituies de segurana pblica nos diversos sistemas existentes. Ela
inclui a discusso crtica e contextualizada da atuao dos diferentes rgos e carreiras
profissionais que compem as organizaes responsveis pelo policiamento ostensivo e
pela promoo e preservao da ordem pblica; pela atuao em casos de emergncias,
preveno e combate a incndios, afogamentos, resgate, alm da execuo das ativida-
des de defesa civil; destacando as competncias, os pontos de articulao existentes, as
interfaces e a interatividade das respectivas aes, com vistas a instrumentalizar o pro-
fissional para a participao no desenvolvimento das polticas integradas de segurana
pblica. Ela tambm prope estimular, especialmente na formao profissional inicial, o
conhecimento dos fatores sociais que afetam a atuao das organizaes de segurana
pblica, e mais amplamente do sistema de justia criminal, para a compreenso de sua
insero no sistema e para a anlise histrica e crtica das questes relativas s polticas
pblicas de segurana e do conceito de segurana pblica.
A gesto integrada em segurana pblica se constitui em importante contedo,
porquanto possibilita a compreenso crtica dos princpios, estruturas, processos e m-
todos adotados na formulao e implementao das polticas de segurana pblica.
Exemplos de temas a serem desenvolvidos nesta rea:
A formao da sociedade brasileira;
O conceito e os diferentes paradigmas de segurana pblica;
A histria das Instituies de segurana pblica;
A formulao, a implementao, a avaliao e o acompanhamento de polticas p-
blicas de segurana;
O sistema de defesa civil;
As funes e as atribuies das polcias civil e militar e do corpo de bombeiros militar
1.5
A DINMICA CURRICULAR: EIXOS ARTICULADORES E REAS TEMTICAS
47em uma sociedade democrtica;
A filosofia e os modelos de policiamento comunitrio;
A gesto integrada e a interatividade em segurana pblica;
O controle democrtico externo e interno das instituies de segurana pblica;
O poder de polcia, o poder da polcia e o poder discricionrio do policial;
A administrao e o servio pblico;
A gesto de recursos humanos, os planos de carreira e as relaes de trabalho;
O planejamento e