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Miguel Torga
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MIGUEL TORGA
E.B. 2,3/S Mestre Martins Correia – Golegã
Língua Portuguesa
Daniela Feijão Nº6 / João Madeira Nº11 / Márcia Maltez Nº14 Prof. Maria José Duarte
Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, nasceu em São
Martinho de Anta no dia 12 de Agosto de 1907, e morreu em Coimbra no dia
17 de Janeiro de 1995.
Foi um dos mais influentes poetas e escritores portugueses do século XX.
Destacou-se como poeta, contista e memorialista, mas escreveu também
romances, peças de teatro e ensaios.
BIOGRAFIA
Casou-se com Andrée Crabbé em 1940 que viera a Portugal fazer um curso de verão na Universidade de Coimbra. O casal teve uma filha, Clara Rocha,
nascida a 3 de Outubro de 1955.
Ama a cidade de Coimbra, onde exerce a sua profissão de médico a partir de 1939 e onde escreve a maioria dos seus livros.
Autor produtivo, publicou mais de cinquenta livros ao longo de seis décadas e foi várias vezes indicado para o Prémio Nobel da Literatura.
Torga, sofrendo de cancro, publicou o seu último trabalho em 1993, vindo a falecer em Janeiro de 1995. A sua campa rasa em São Martinho de Anta tem
uma torga plantada a seu lado, em honra ao poeta.
BIOGRAFIA
Em 1934, aos 27 anos, Adolfo Correia Rocha cria o pseudónimo "Miguel" e
"Torga".
Miguel, em homenagem a dois grandes vultos da cultura ibérica: Miguel de
Cervantes e Miguel de Unamuno. Já Torga é uma planta brava da montanha,
que deita raízes fortes sob a aridez da rocha, de flor branca, arroxeada ou cor
de vinho, com um caule incrivelmente rectilíneo.
ORIGEM DO PSEUDÓNIMO
A obra de Torga tem um carácter humanista.
Foi nas serras trasmontanas, entre os trabalhadores rurais, que Torga conheceu
o valor de cada homem, como criador e propagador da vida e da natureza.
Sem o homem, não haveria searas, não haveria vinhas, não haveria toda a
paisagem duriense, feita de socalcos nas rochas, obra magnífica de muitas
gerações de trabalho humano.
A OBRA DE TORGA
1930 - Rampa
1936 - O outro livro de Job
1944 - Libertação
1958 - Orfeu rebelde
1962 - Câmara ardente
1965 - Poemas ibéricos
1997- ―Poesia Completa‖, volume I
2000- ―Poesia Completa‖, volume II
POESIA
1931 - Pão Ázimo.
1934 - A Terceira Voz.
1937 - Os Dois Primeiros Dias.
1938 - O Terceiro Dia da Criação do Mundo.
1940 - Bichos.
1941 - Contos da Montanha. "Diário I"
1942 - Rua.
1943 - O Senhor Ventura. "Diário II"
PROSA
1945 - Vindima.
1949 - "Diário IV".
1950 - Portugal
1951 - Pedras Lavradas. "Diário V".
1953 - "Diário VI".
1974 - O Quinto Dia da Criação do Mundo.
1976 - Fogo Preso.
1982 - Fábula de Fábulas.
PROSA
Foi bonito
O meu sonho de amor.
Floriram em redor
Todos os campos em pousio.
Um sol de Abril brilhou em pleno estio,
Lavado e promissor.
Só que não houve frutos
Dessa primavera.
A vida disse que era
Tarde demais.
E que as paixões tardias
São ironias
Dos deuses desleais.
Miguel Torga, in 'Diário XV'
FRUSTRAÇÃO
É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...
Miguel Torga, in 'Diário XII'
VIAGEM
MÃE
Mãe:
Que desgraça na vida aconteceu,
Que ficaste insensível e gelada?
Que todo o teu perfil se endureceu
Numa linha severa e desenhada?
Como as estátuas, que são gente nossa
Cansada de palavras e ternura,
Assim tu me pareces no teu leito.
Presença cinzelada em pedra dura,
Que não tem coração dentro do peito.
Chamo aos gritos por ti — não me
respondes.
Beijo-te as mãos e o rosto — sinto frio.
Ou és outra, ou me enganas, ou te escondes
Por detrás do terror deste vazio.
Mãe:
Abre os olhos ao menos, diz que sim!
Diz que me vês ainda, que me queres.
Que és a eterna mulher entre as mulheres.
Que nem a morte te afastou de mim!
Miguel Torga, in 'Diário IV'