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O que é Sindrome de Rett?
Síndrome de Rett é uma doença genética rara não-hereditária que afeta, na
esmagadora maioria dos casos, pessoas do sexo feminino e a maneira como o
cérebro dessas pessoas se desenvolve.
A maioria dos bebês com síndrome de Rett parecem desenvolver-se normalmente
nos primeiros meses de vida, mas, depois do 6º mês, os primeiros sintomas
começam a aparecer. Ao longo do tempo, as crianças que nascem com a doença
passar a desenvolver problemas crescentes com movimentos, coordenação e
comunicação, podendo, inclusive, prejudicar a capacidade de usar as mãos, andar
e de comunicar-se com outras pessoas.
Por muitos anos, a síndrome de Rett foi erroneamente diagnosticada
comoautismo, paralisia cerebral ou, ainda, como um problema de
desenvolvimento desconhecido. Hoje, há muito mais informações disponíveis
sobre a doença e, apesar de ainda não haver cura, formas inovadoras de
tratamento têm sido estudadas.
Estágios
A síndrome de Rett é normalmente dividida em quatro estágios principais:
Estágio I: Nesta fase inicial da doença, os sinais e sintomas são sutis e
começam entre seis e 18 meses de idade. Os bebês nesta fase pode fazer
menos contato com os olhos e começam, também, a perder o interesse em
brinquedos e a apresentar atrasos em aprender a sentar ou engatinhar
Estágio II: A partir do primeiro ao quarto ano de idade, as crianças com
síndrome de Rett gradualmente perdem a capacidade de falar e de usar as
mãos propositadamente. No lugar deles, movimentos repetitivos e
involuntários das mãos começam a aparecer. Neste estágio, algumas
crianças com síndrome de Rett costumam segurar a respiração ou respirar
rápido demais, além de gritar ou chorar sem motivo aparente. Muitas vezes
é difícil para elas se moverem por conta própria
Estágio III: A terceira etapa da síndrome de Rett normalmente começa
entre os dois e os dez anos de idade e pode vingar por muito tempo. Aqui,
os problemas com movimentos continuam, mas o comportamento tende a
melhorar. As crianças nesta fase muitas vezes choram menos e se tornam
menos irritáveis. Além disso, ocorre também o aumento do contato visual,
em que elas passam a reutilizar os olhos e também as mãos para se
comunicar
Estágio IV: A última fase da síndrome de Rett é marcada pela mobilidade
reduzida, fraqueza muscular e escoliose. O entendimento, as capacidades
de comunicação e de movimentação das mãos geralmente não pioram
durante este estágio. Na verdade, os movimentos repetitivos da mão podem
até mesmo diminuir. No entanto, o risco de morte súbita é maior nessa fase.
Causas
A síndrome de Rett é causada por cerca de 200 mutações genéticas que ocorrem
no cromossomo sexual X, mais especificamente no gene MECP2, em
aproximadamente oito pontos específicos deste gene.
Além disso, a doença raramente pode ser hereditária. As mutações genéticas que
provocam a síndrome geralmente ocorrem de forma espontânea e aleatória.
Fatores de risco
A síndrome de Rett é uma doença muito rara. Sua incidência global é de
aproximadamente uma a cada 10 mil pessoas. Além disso, os dois únicos fatores
para a doença são: ser do sexo feminino e possuir mutações específicas no gene
MECP2, que podem levar ao desenvolvimento da doença.
Se a síndrome de Rett já é considerada uma doença rara em mulheres, em
pessoas do sexo masculino, então, ela é ainda mais. São pouquíssimos casos os
de homens que nasceram com a doença. Isso acontece porque indivíduos do sexo
masculino possuem cromossomos sexuais X e Y, de modo que, nas raras
ocasiões em que acontecem mutações no cromossomo X, as consequências
tendem a ser muito piores. A maioria morre antes mesmo do nascimento ou ainda
durante os primeiros meses de vida. Pode acontecer, também, de meninos não
desenvolverem uma versão tão destrutiva da síndrome de Rett. Esses casos, que
são ainda mais raros, permitem que a pessoa viva por muitos anos.
sintomas
Sintomas de Sindrome de Rett
A gestação de bebês com síndrome de Rett geralmente ocorre de forma normal.
Após o nascimento, a maioria das crianças com as mutações genéticas
correspondentes à síndrome parece crescer e se comportar normalmente durante
os primeiros seis meses de vida. Depois disso, no entanto, os primeiros sinais e
sintomas começam a aparecer. As alterações mais nítidas geralmente ocorrem
entre durante o primeiro ano, entre o 12º e o 18º mês.
Os principais sinais e sintomas da síndrome de Rett incluem:
Crescimento lento
O ritmo de crescimento do cérebro dos bebês com síndrome de Rett diminui após
o nascimento. Ter a cabeça menor do que o normal esperado para a idade é,
geralmente, o primeiro sinal que uma criança manifesta de síndrome de Rett. Isso
acontece normalmente acontece depois dos seis meses de idade. Conforme as
crianças vão crescendo, o retardo do crescimento passa a ser cada vez mais
evidente.
Perda de movimento e de coordenação
A perda mais significativa de habilidades motoras geralmente começa entre os 12
e 18 meses de idade. Os primeiros sinais costumam incluir a diminuição no
controle das mãos e a incapacidade crescente de engatinhar ou andar
normalmente. A princípio, essa perda das habilidades motora e de coordenação
ocorre rapidamente e, em seguida, continua de forma mais gradual.
Perda das habilidades de comunicação e de pensamento
Crianças com síndrome de Rett normalmente começam a perder a capacidade de
falar e de se comunicar de modo geral. Também podem perder o interesse por
outras pessoas, brinquedos e estímulos que normalmente chamariam a atenção
de uma criança. Alguns casos podem apresentar mudanças rápidas, como a perda
súbita da fala, por exemplo. Com o tempo, a maioria das crianças gradualmente
recupera o contato visual com outras pessoas e aprendem a desenvolver
habilidades de comunicação não verbal.
Movimentos anormais das mãos
A movimentação estranha das mãos é uma das principais características da
síndrome de Rett. Conforme a doença progride, as crianças tendem a desenvolver
um determinado padrão de movimentos das mãos, como torção, apertos, palmas e
outros tipos.
Movimentos incomuns dos olhos
Crianças com síndrome de Rett tendem a apresentar movimentos incomuns dos
olhos. Elas costumam fitar alguém por muito tempo ou piscar e fechar um olho de
cada vez, para citar alguns exemplos.
Problemas respiratórios
É muito comum que crianças com síndrome de Rett também desenvolvam alguns
problemas do trato respiratório. Estes incluem a apneia, hiperventilação,
expiração forçada de ar, entre outros.
Irritabilidade
Crianças com síndrome de Rett tornam-se cada vez mais agitadas e facilmente
irritáveis conforme envelhecem. Crises de choro acompanhadas por gritos podem
começar subitamente e durar horas.
Comportamentos estranhos
Esse tipo de comportamento costuma incluir expressões faciais estranhas e longas
crises de riso, além de gritos que surgem sem nenhuma razão aparente e hábitos
de lamber as mãos ou agarrar os cabelos e as roupas, sem querer soltar.
Convulsões
A maioria das pessoas que têm síndrome de Rett costuma apresenta episódios
deconvulsão em algum momento de suas vidas. Os sintomas relacionados variam
de pessoa para pessoa, e eles podem incluir tanto espasmos musculares
periódicos quanto crises graves de epilepsia.
Escoliose
A curvatura anormal da coluna vertebral é comum em crianças com síndrome de
Rett. A escoliose normalmente começa entre os oito e os onze anos de idade.
Arritmias
O batimento cardíaco irregular é um dos principais problemas que ameaçam a vida
de muitas crianças e adultos com síndrome de Rett.
Prisão de ventre
A prisão de ventre também costuma ser um problema muito comum em pessoas
com síndrome de Rett.
diagnóstico e exames
Buscando ajuda médica
Os sinais da síndrome de Rett podem ser sutis durante as fases iniciais da doença.
Consulte um médico imediatamente se você notar problemas físicos ou mudanças
no comportamento de seu filho, tais como:
Crescimento lento da cabeça ou de outras partes do corpo
Diminuição da coordenação ou da mobilidade e presença de movimentos
repetitivos das mãos
Perda do contato visual e do interesse em brinquedos
Atraso no desenvolvimento da fala ou perda de habilidades de fala
Problemas de comportamento ou mudanças de humor constantes.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar síndrome de Rett são:
Clínico geral
Neurologista
Geneticista
Pediatra
Psiquiatra
Psicólogo
Reumatologista
Cardiologista
Ginecologista
Pneumologista
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo.
Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e
medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
Quando os sintomas de sua filha começaram?
Os sintomas de sua filha progrediram com o tempo?
Qual a intensidade dos sintomas?
Sua filha foi diagnosticada recentemente com alguma condição de saúde?
Qual?
Sua filha tem algum transtorno neurológico? Qual?
Você notou crescimento lento?
Você notou o surgimento de movimentos estranhos com as mãos?
Você notou comportamentos estranhos e perda de contato visual em sua
filha?
Sua filha começa a chorar ou gritar de repente e sem motivo aparente?
Com que frequências essas crises acontecem?
Quais outros sintomas o sua filha apresentou?
Sua filha faz uso de algum tipo de medicação? Qual?
Diagnóstico de Sindrome de Rett
Para diagnosticar sua filha com síndrome de Rett, é preciso observar cuidadosa e
atentamente o crescimento e o desenvolvimento de habilidades motoras e da fala.
Além disso, durante a consulta com um especialista, ele deverá fazer uma série de
perguntas sobre os sintomas apresentados pela criança, além de levantar
informações sobre o histórico clínico e médico da paciente.
O médico poderá, ainda, solicitar a realização de exames específicos para
certificar-se de que nenhuma outra causa possa estar envolvida nos sinais e
sintomas manifestados. Outros testes também podem ajudar, como exames
auditivos, de urina, sangue e de imagem.
Por fim, testes genéticos poderão ser feitos para confirmar o diagnóstico. Este
teste consiste na análise do DNA do paciente, que é feita após a coleta de uma
amostra de sangue para ser examinada em laboratório.
tratamento e cuidados
Tratamento de Sindrome de Rett
O tratamento para síndrome de Rett requer cuidados médicos regulares, além de
terapia ocupacional e fisioterapia, e deve continuar mesmo depois de as crianças
crescerem e atingirem a idade adulta.
Os tratamentos que podem ajudar crianças e adultos com síndrome de Rett
incluem:
Medicações
Apesar de os medicamentos existentes hoje não serem capazes de curar a
síndrome de Rett, eles podem ajudar a controlar alguns dos sinais e sintomas
associados com a doença, como convulsões e rigidez muscular.
Fisioterapia e terapia ocupacional
A terapia física e do uso de cintas ou moldes específicos podem ajudar as crianças
que apresentam escoliose. Em alguns casos, a fisioterapia também pode ajudar a
manter o equilíbrio e flexibilidade, enquanto que a terapia ocupacional ajuda a
melhorar o uso intencional das mãos. Além disso, técnicas de fonoaudiologia
também podem ajudar a melhorar a vida de uma criança com síndrome de Rett,
ensinando formas não verbais de comunicação.
Boa nutrição
A nutrição adequada é extremamente importante tanto para o crescimento normal
quanto para a melhoria das habilidades mentais e sociais de uma criança com
síndrome de Rett. Algumas delas podem precisar de uma dieta com alto teor
calórico e muito bem equilibrada. Já outras podem necessitar de uma sonda para
conseguirem se alimentar adequadamente. Em casos mais graves, a alimentação
pode ser aplicada diretamente no estômago da paciente, num procedimento
conhecido como gastrostomia.
convivendo (prognóstico)
Convivendo/ Prognóstico
A síndrome de Rett é uma doença para a vida toda, por isso é fundamental
encontrar meios para que pacientes e seus familiares e amigos possam conviver
bem com os sinais e sintomas manifestados. Seguir o tratamento e as
recomendações médicas é o primeiro passo neste sentido. Procurar grupos de
apoio e ajuda psicológica às vezes também pode ajudar, bem como seguir uma
dieta equilibrada e que está de acordo com as necessidades específicas do
paciente.
Complicações possíveis
As principais complicações decorrentes da síndrome de Rett incluem:
Problemas de movimento (disfunção motora), como movimentos irregulares
das mãos e dificuldade para caminhar
Padrões de sono incomuns, como adormecer durante o dia ou acordar no
meio da noite
Convulsões graves, como epilepsia
Dificuldade para comer, o que leva à má nutrição e a um crescimento mais
lento
Constipação , que pode ser um problema sério e de longo prazo
Arritmia cardíaca
Osteoporose e chances maiores de queda e fraturas
Escoliose, que em casos mais graves exigem cirurgia
A vida útil encurtada e morte súbita e precoce.
Expectativas
A síndrome de Rett piora lenta e gradualmente da primeira infância até a
adolescência. A partir daí, os sintomas podem estabilizar-se e, em seguida,
melhorar. Problemas respiratórios tendem a diminuir no início da fase adulta, por
exemplo.
Já a regressão ou o atraso no desenvolvimento variam muito. Geralmente, uma
criança com síndrome de Rett é capaz de sentar-se corretamente, mas não
consegue engatinhar.
Da mesma forma, algumas crianças andam de maneira independente, enquanto
que outras simplesmente não aprendem a caminhar por conta própria pelo menos
até o final da infância ou início da adolescência. Para aquelas crianças que
aprendem a andar no tempo normal, algumas mantêm essa capacidade durante
toda a vida, enquanto que outras perdem a habilidade com o tempo.
A expectativa de vida para uma pessoa com síndrome de Rett ainda não está
totalmente esclarecida, embora se saiba que o tempo que um paciente viverá
costuma variar muito de pessoa para pessoa. As principais causas de morte em
pessoas com a doença são as complicações decorrentes de problemas cardíacos
e respiratórios.
prevenção
Prevenção
Por se tratar de uma doença genética, que envolve cerca de 200 mutações em um
único gene, não existem formas conhecidas de prevenção da síndrome de Rett.