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O RENASCER VIANENSE O RENASCER VIANENSE ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DA ACADEMIA V IANENSE DE L ETRAS ANO IV Nº 12 VIANA-MA, MAIO DE 2006 SILÊNCIO DE PEDRA N osso jornal foi imaginado como o veículo de divulgação de nossa Academia e um meio de promo- ver a nossa história, nossa literatura e pu- blicar nossos projetos para elevação do prestígio cultural de Viana. Desde a primeira edição deste Jornal, temos feito denúncias, apelos e reivindi- cações ao povo e às autoridades vianen- ses. Até o momento a única resposta que obtivemos foi o silêncio. Um silêncio ab- soluto, de indiferença e de desestímulo. Nunca recebemos uma carta, um aplau- so, um voto de louvor pela nossa iniciati- va. Parece que nada significa para a clas- se estudantil e para os professores o que publicamos em nosso jornal. Nada. Inclu- sive nosso programa de recuperação cul- tural de Viana não teve qualquer resso- nância. Perdeu-se na extensão do seu lago e foi-se pela porteira do Maracu. Quando planejamos este veículo de comunicação foi com o objetivo de infor- mar e instruir, recuperando os fatos da nossa história e destacando os homens que engrandeceram nossa cidade. Não esta- mos à busca de aplausos. A ausência de- les não nos desestimula em prosseguirmos nossa luta. Mas, esse esforço que fazemos para manter esta publicação precisa de uma resposta estimulante por parte dos seus leitores. Uma resposta que nos confirme de que nossas mensagens chegaram ao destinatário, de que não estamos pregan- do num deserto nem perdendo tempo fa- lando de coisas inúteis. As várias emissoras de rádio da cida- de nunca se interessaram em debater os assuntos destacados em nosso jornal. Só a politiquice conta. É preciso que os jovens saibam que sem ideal e sem sonhos não há juventude. Nos- sa Academia é o resultado de um ideal de servir ao nosso torrão natal, de recuperar o prestígio que sempre teve no passado. Hoje, na Academia Maranhense de Le- tras, Viana é o único município maranhense que conta com três membros efetivos, aos quais, somando-se com os três já faleci- dos, atinge o número de seis imortais, sem contar com Celso Magalhães que é pa- trono de uma de suas cadeiras. Raimundo Lopes, de tão importante que foi e é (seu nome é quase esquecido em Viana) reu- niu o privilégio de ser titular/fundador de uma cadeira e, depois do seu falecimen- to, tornar-se patrono de outra, agora vaga com o falecimento de Josué Montello. Seu irmão, Antônio Lopes, também da Acade- mia, é um nome conceituado na história e nas letras do Maranhão. Esse destaque é para lembrar à juven- tude vianense do prestígio que Viana tem no cenário cultural maranhense. É para lembrar do contexto em que nosso jornal está inserido. Nosso trabalho continuará sem resposta ou não, mas muito nos en- tristece constatar a indiferença da popula- ção à nossa luta pela recuperação cultu- ral de Viana. SOLAR DOS LOPES DA CUNHA E sta propriedade pertenceu, no passado, aos Lopes da Cunha, tradicional família vianen- se. Aqui residiu o Dr. Manoel Lopes da Cu- nha (juiz de direito, futuro desembargador e go- vernador do Estado) e seus filhos Antônio e Rai- mundo Lopes da Cunha. O primeiro tornou-se renomado professor, jornalista, escritor e historia- dor. O segundo, também escritor, ganhou notori- edade por seus estudos no campo científico, prin- cipalmente nas áreas da Etnografia, Etnologia e Arqueologia. Nesta mesma casa também residiu, tempos depois, Benedito de Oliveira Gomes (deputado estadual e chefe político vianense) e sua carismá- tica esposa, Maroca Gomes, descendente direta dos Lopes da Cunha. Residência atual de D. Maria do Socorro Fer- nandes Gouveia e filhos, o antigo solar é preser- vado com carinho por seus atuais proprietários. Talvez por apresentar suas janelas e portas, sem molduras, em formato retangular (ao invés das tradicionais formas arredondadas), o prédio pas- se quase despercebido entre os autênticos exem- plares da arquitetura colonial vianense que che- garam intactos aos nossos dias. Por sua privilegiada localização, imponência e história, este prédio inclui-se entre o valioso patrimônio arquitetônico da cidade, a ser defen- dido e preservado por todos os vianenses de boa vontade. LUIZ ALEXANDRE POSSE DE HELENA CASTRO NA AVL Homenagem à enfermeira Enedina Raposo Na noite do dia 27 de maio próximo (sá- bado), na Igreja Matriz, acontecerá a 1ª reu- nião solene de 2006 da Academia Vianense de Letras, oportunida- de em que tomará pos- se na Cadeira de nº 24, a atual vereadora de São Luís, Helena Castro. Nascida em Viana e graduada em Enfer- magem, a ex-Secretá- ria de Saúde do Muni- cípio de São Luís, Helena Castro, fará seu discurso de posse, elogiando a vida e a obra social de sua patrona, Enedina Brenha Raposo (na foto ao lado de sua colega de profissão, Santinha Neves). O trabalho desenvolvido por D. Enedina, em Viana, ain- da é marcante na lembrança dos mais velhos. Enfermeira e parteira, D. Enedina dedicou grande parte de sua vida em prol da saúde dos vianenses, principalmente ajudando os filhos destes a virem ao mundo. Além dos amigos e admiradores da nova imortal, a AVL espera contar com grande presença do público nesta ceri- mônia solene de exaltação à cultura e aos valores da terra. Fundação Conceição do Maracu No dia 28 de janeiro do corrente ano, em assembléia geral realizada no Palácio Episcopal, foi oficialmente constituída e fundada a organização civil Fundação Conceição do Maracu – FCM. Originária da antiga Fundação Nezi- nho Sores, criada por José Antonio Cas- tro, Pedro Mendengo e Geraldo de Maje- la Viana Abreu, em 1997, no Rio de Ja- neiro, a nova entidade, cuja denomina- ção remonta às origens da cidade, tem entre seus objetivos principais trabalhar em prol do progresso de Viana, sem esquecer de seus valores do passado, no desafio pela construção de um futuro humano e solidário para a coletividade vianense. Naquela oportunidade, sob a presi- dência do eminente Padre Eider Furtado da Silva, foram aclamados, entre os pre- sentes, José Raimundo Santos, Rosa Ma- ria Pinto Silva e Janete Adriana Jansen para composição da diretoria provisória, a qual terá o encargo de presidir os tra- balhos – delegados a uma comissão es- pecial – de análise e estudo dos estatutos da recém-criada fundação. A AVL congratula-se com os membros da Fundação Conceição do Maracu, aus- piciando-lhes êxitos futuros e notáveis rea- lizações em benefício da cultura vianense. As enfermeiras Enedina Raposo e Santinha Neves GORDON GREATHOUSE

O RENASCER VIANENSEavlma.com.br/site/wp-content/uploads/2018/11/RENASCER-12.pdfCunha, ouvindo os gemidos do Heitor. Quan-do cheguei na Rua Grande, Chico Travassos me mostrou o dente,

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O RENASCER VIANENSEO RENASCER VIANENSEÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DA ACADEMIA V IANENSE DE LETRAS ANO IV Nº 12 VIANA-MA, MAIO DE 2006

SILÊNCIO DE PEDRA

Nosso jornal foi imaginado como oveículo de divulgação de nossaAcademia e um meio de promo-

ver a nossa história, nossa literatura e pu-blicar nossos projetos para elevação doprestígio cultural de Viana.

Desde a primeira edição deste Jornal,temos feito denúncias, apelos e reivindi-cações ao povo e às autoridades vianen-ses. Até o momento a única resposta queobtivemos foi o silêncio. Um silêncio ab-soluto, de indiferença e de desestímulo.Nunca recebemos uma carta, um aplau-so, um voto de louvor pela nossa iniciati-va. Parece que nada significa para a clas-se estudantil e para os professores o quepublicamos em nosso jornal. Nada. Inclu-sive nosso programa de recuperação cul-tural de Viana não teve qualquer resso-nância. Perdeu-se na extensão do seu lagoe foi-se pela porteira do Maracu.

Quando planejamos este veículo decomunicação foi com o objetivo de infor-mar e instruir, recuperando os fatos danossa história e destacando os homens queengrandeceram nossa cidade. Não esta-mos à busca de aplausos. A ausência de-les não nos desestimula em prosseguirmosnossa luta. Mas, esse esforço que fazemospara manter esta publicação precisa deuma resposta estimulante por parte dos seusleitores. Uma resposta que nos confirmede que nossas mensagens chegaram aodestinatário, de que não estamos pregan-do num deserto nem perdendo tempo fa-lando de coisas inúteis.

As várias emissoras de rádio da cida-de nunca se interessaram em debater osassuntos destacados em nosso jornal. Sóa politiquice conta.

É preciso que os jovens saibam que semideal e sem sonhos não há juventude. Nos-sa Academia é o resultado de um ideal deservir ao nosso torrão natal, de recuperar oprestígio que sempre teve no passado.

Hoje, na Academia Maranhense de Le-tras, Viana é o único município maranhenseque conta com três membros efetivos, aosquais, somando-se com os três já faleci-dos, atinge o número de seis imortais, semcontar com Celso Magalhães que é pa-trono de uma de suas cadeiras. RaimundoLopes, de tão importante que foi e é (seunome é quase esquecido em Viana) reu-niu o privilégio de ser titular/fundador deuma cadeira e, depois do seu falecimen-to, tornar-se patrono de outra, agora vagacom o falecimento de Josué Montello. Seuirmão, Antônio Lopes, também da Acade-mia, é um nome conceituado na história enas letras do Maranhão.

Esse destaque é para lembrar à juven-tude vianense do prestígio que Viana temno cenário cultural maranhense. É paralembrar do contexto em que nosso jornalestá inserido. Nosso trabalho continuarásem resposta ou não, mas muito nos en-tristece constatar a indiferença da popula-ção à nossa luta pela recuperação cultu-ral de Viana.

SOLAR DOS LOPES DA CUNHA

Esta propriedade pertenceu, no passado, aosLopes da Cunha, tradicional família vianen-se. Aqui residiu o Dr. Manoel Lopes da Cu-

nha (juiz de direito, futuro desembargador e go-vernador do Estado) e seus filhos Antônio e Rai-mundo Lopes da Cunha. O primeiro tornou-serenomado professor, jornalista, escritor e historia-dor. O segundo, também escritor, ganhou notori-edade por seus estudos no campo científico, prin-cipalmente nas áreas da Etnografia, Etnologia eArqueologia.

Nesta mesma casa também residiu, temposdepois, Benedito de Oliveira Gomes (deputadoestadual e chefe político vianense) e sua carismá-tica esposa, Maroca Gomes, descendente diretados Lopes da Cunha.

Residência atual de D. Maria do Socorro Fer-nandes Gouveia e filhos, o antigo solar é preser-

vado com carinho por seus atuais proprietários.Talvez por apresentar suas janelas e portas, semmolduras, em formato retangular (ao invés dastradicionais formas arredondadas), o prédio pas-se quase despercebido entre os autênticos exem-plares da arquitetura colonial vianense que che-garam intactos aos nossos dias.

Por sua privilegiada localização, imponênciae história, este prédio inclui-se entre o valiosopatrimônio arquitetônico da cidade, a ser defen-dido e preservado por todos os vianenses de boavontade.

LUIZ ALEXANDRE

POSSE DE HELENACASTRO NA AVL

Homenagem à enfermeiraEnedina Raposo

Na noite do dia 27de maio próximo (sá-bado), na Igreja Matriz,acontecerá a 1ª reu-nião solene de 2006da Academia Vianensede Letras, oportunida-de em que tomará pos-se na Cadeira de nº24, a atual vereadorade São Luís, HelenaCastro.

Nascida em Vianae graduada em Enfer-magem, a ex-Secretá-ria de Saúde do Muni-cípio de São Luís, Helena Castro, fará seu discurso de posse,elogiando a vida e a obra social de sua patrona, EnedinaBrenha Raposo (na foto ao lado de sua colega de profissão,Santinha Neves).

O trabalho desenvolvido por D. Enedina, em Viana, ain-da é marcante na lembrança dos mais velhos. Enfermeira eparteira, D. Enedina dedicou grande parte de sua vida emprol da saúde dos vianenses, principalmente ajudando osfilhos destes a virem ao mundo.

Além dos amigos e admiradores da nova imortal, a AVLespera contar com grande presença do público nesta ceri-mônia solene de exaltação à cultura e aos valores da terra.

FundaçãoConceiçãodo Maracu

No dia 28 de janeiro do corrente ano,em assembléia geral realizada no PalácioEpiscopal, foi oficialmente constituída efundada a organização civil FundaçãoConceição do Maracu – FCM.

Originária da antiga Fundação Nezi-nho Sores, criada por José Antonio Cas-tro, Pedro Mendengo e Geraldo de Maje-la Viana Abreu, em 1997, no Rio de Ja-neiro, a nova entidade, cuja denomina-ção remonta às origens da cidade, tementre seus objetivos principais trabalhar emprol do progresso de Viana, sem esquecerde seus valores do passado, no desafiopela construção de um futuro humano esolidário para a coletividade vianense.

Naquela oportunidade, sob a presi-dência do eminente Padre Eider Furtadoda Silva, foram aclamados, entre os pre-sentes, José Raimundo Santos, Rosa Ma-ria Pinto Silva e Janete Adriana Jansenpara composição da diretoria provisória,a qual terá o encargo de presidir os tra-balhos – delegados a uma comissão es-pecial – de análise e estudo dos estatutosda recém-criada fundação.

A AVL congratula-se com os membrosda Fundação Conceição do Maracu, aus-piciando-lhes êxitos futuros e notáveis rea-lizações em benefício da cultura vianense.

As enfermeiras EnedinaRaposo e Santinha Neves

GORDON GREATHOUSE

Page 2: O RENASCER VIANENSEavlma.com.br/site/wp-content/uploads/2018/11/RENASCER-12.pdfCunha, ouvindo os gemidos do Heitor. Quan-do cheguei na Rua Grande, Chico Travassos me mostrou o dente,

2 Viana – MA, maio de 2006

Reminiscências VianensesIbraim Mohana*

· Quem viu Chico Travassos praticando 16 pro-fissões para sustentar os dez filhos? Eu vi. Certavez, Heitor Piedade (o filho, futuro padre e ad-vogado) foi arrancar um dente com ele, semanestesia. Eu saí do Correio (que funcionavano casarão azulejado que pertencia ao Mun-diquinho Borges e depois a Bibi Silva, na Pra-ça Duque de Caxias) e vinha vindo pela tra-vessa que sai ao lado da casa da D. MarocaCunha, ouvindo os gemidos do Heitor. Quan-do cheguei na Rua Grande, Chico Travassosme mostrou o dente, vitorioso.

· Chico Travassos confeccionava balões de SãoJoão com 4 metros de comprimento (eu mes-mo o ajudei diversas vezes). Ele cortava cabe-lo, aplicava injeções, fazia calças e camisas e,às vezes, ensinava Geografia e História.

· Duas das filhas mais bonitas do Chico Travas-sos, Iaci e Nenê, eram muito “paqueradas” pe-los vendedores que chegavam a Viana, vindosde São Luís. Inclusive o Maia (futuro proprietá-rio do extinto Hotel Central), quando solteiro.

· Papai foi uma das primeiras pessoas a ter gela-deira a querosene, em Viana. Um domingo,pela manhã, fizemos a inauguração da “sor-veteria”, vendendo picolés de fôrma. Muitosvizinhos vinham nos pedir gelo, outros pediampara guardarmos carne (peixe não precisava,pois era aquela fartura todos os dias).

· Papai adquiriu e instalou um pequeno motor adiesel para fornecer luz elétrica em casa e car-regar as baterias do grande rádio que tínha-mos e que sintonizava o mundo inteiro.

· Durante a Copa do Mundo de 1938, realiza-da na França (quando o Brasil obteve a 3ªcolocação, a melhor conseguida até então),Miguel Abraão colocava o imenso rádio nobalcão da loja e a cidade inteira vinha ouviras maravilhas de Leônidas e Domingos daGuia. Papai dizia que Leônidas havia compra-do um “bangalô” (modelo de casa considera-do moderno, naquela época). Era o máximomorar num “bangalô.”

· Leônidas da Silva era chamado de “DiamanteNegro” ou “Homem Borracha” e foi o artilhei-ro da Copa de 1938, com 8 gols. Um dessesgols foi marcado com o pé descalço. No jogocontra a Polônia, Leônidas tornou-se o 1º jo-gador a marcar 4 gols em uma única partidade copa do mundo. Domingos da Guia, seucompanheiro de seleção, era carioca e tam-bém fez história no futebol brasileiro, jogandoas 4 partidas naquele mundial de 1938.

· Papai era agente do Banco do Brasil e, pare-ce-me, do Banco do Estado. Ele enchia arma-zéns enormes com arroz, babaçu, algodão etucum. O ensacamento dos produtos, para se-rem embarcados para São Luís, era uma ver-dadeira festa: 10 trabalhadores ensacando ecosturando as bocas dos sacos e 10 carroçastransportando para o porto. Viana ainda viviaexcelente movimento comercial, nesse tempo.As lanchas do Aracati Campos, todas com no-mes de estrelas, serviam de transporte de car-ga e passageiros para a capital.

· O célebre Aquiles Lisboa, médico e ex-gover-nador, que gostava de visitar Viana, escreveuuma série de artigos censurando a qualidadeda comida e da bebida, servidas nas lanchasdo Aracati Campos, o que motivou a compa-nhia a fazer uma mudança completa no car-dápio.

*Ibraim Mohana, filho dos libaneses Miguel Abraão eAnice Mohana, nasceu no ano de 1930, em Viana, ondemorou até os 10 anos de idade. Em 1941 veio estudar emSão Luís, como aluno interno do Colégio Maristas. Três anosdepois, mudar-se-ia com toda a família para São Paulo.

PARQUE DILÚ MELOGANHA NOVO VISUAL

FOTOS: GERALDO COSTA

A Prefeitura confirmou aencomenda de um busto

de bronze da famosamusicista, a ser descerrado

antes do final do ano.

P rincipal cartão pos-tal da cidade, oParque Dilú Melovem merecendo a

devida atenção da atualadministração municipal,através de ações concretasde manutenção e embele-zamento da área, comonova pintura, novo ajardi-namento, cimentação daquadra de esportes, asfal-tamento de suas vias ecolocação de painéis,que reverenciam a filhamais ilustre da terra.

Atendendo à solicita-ção especial da AVL, aPrefeitura confirmou aencomenda de um bus-to de bronze da famosamusicista, a ser descerra-do no referido local an-tes do final do ano. Des-ta maneira, além de enviarum lembrete às geraçõesvindouras, Viana estará de-finitivamente resgatando doesquecimento e fazendojustiça ao nome de umaartista que tão bem soubecantar e divulgar o berçonatal.

Independente desta jus-ta homenagem, o RenascerVianense já havia se posi-

cionado contra a falta demanutenção na mais im-portante área de lazer dacidade que, com o passardos anos, apresentavacada vez mais sinais visíveisde abandono e deterioriza-ção.

Assim, superior ao mes-quinho e condenável cos-tume, muito usual entre ospolíticos da atualidade, ou

seja, o de não investir emobras que não tenham sidoconstruídas em sua própriaadministração, o prefeitoRilva Luís demonstrou suasensibilidade, ao atender aesta já antiga reivindicaçãodos vianenses.

É fato que muito aindaprecisa ser feito para queo Parque Dilú Melo possase transformar, realmente,

num motivo de orgulhopara a cidade. A CâmaraMunicipal, por exemplo,precisa criar urgentementeuma lei que proíba a cons-trução de pisos superioresnas casas ali localizadas, afim de que o parque nãosofra maior descaracteriza-ção. Consta que o projetoarquitetônico original pre-via a ocupação do parque

por bares, restaurantes,lojas de artesanatos, se-des de associações etc.e não casas de moradia,como acabou aconte-cendo.

Embora um poucoonerosa, uma sugestãoseria a indenização gra-dativa de alguns daque-les moradores, por par-te da atual e futuras ad-

ministrações municipais,objetivando a efetiva trans-formação da área num es-paço de total domínio pú-blico, destinado exclusiva-mente ao uso coletivo. A uti-lização do parque seria,dessa forma, voltada paraos interesses da coletivida-de e não para o benefícioe usufruto particular de pou-quíssimos privilegiados.

O RENASCER VIANENSEO RENASCER VIANENSE

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UM ACADÊMICO, UM PATRONO

Luiz Alexandre Raposo

Terceiro filho do português Arman-do Oliveira Gaspar e da vianen-se Conceição de Maria Pinheiro

Gaspar (Zizi), Carlos Thadeu Pinhei-ro Gaspar nasceu em Viana, a 5/12/1939, no histórico sobrado de azule-jos amarelos, quando ali ainda fun-cionava a famosa Fábrica SantaMaria. Embora tenha se mudado comos pais para São Luís, aos cinco anosde idade, suas primeiras lembrançasde vida são marcantes e remontamàs atividades próprias daquela casacomercial: a prensa e o descaroça-dor de algodão em funcionamento,o movimento dos caixeiros viajantesque chegavam e partiam, os animaisde montaria presos à velha argolaainda hoje existente na esquina dosobrado e a figura do pai, atarefadoà frente dos negócios.

De muda para a capital, a famíliaalojou-se, por longos anos, na casade nº 174 da Rua de Santo Antônio,onde também funcionaria a firma A.O. Gaspar. Aos dez anos, a partir doexame de admissão ao ginásio, o me-nino começou a trabalhar ao lado dopai. Sua contribuição, no início, con-sistia em varrer a sala, espanar osmóveis, lavar o banheiro e servir deofice-boy para os pagamentos embancos. Enquanto aluno do ColégioSão Luís (depois de passar pelos Ma-ristas), o jovem fazia as primeiras in-cursões no trabalho de carteira, redi-gindo, à mão, a escrituração mercan-til da firma. Tanto que, quando ingres-sou no Centro Caixeiral, para fazer ocurso de contabilidade, surpreendia oscolegas e professores pelos conheci-

mentos já ad-quiridos na prá-tica doméstica.

Aos 23anos, com odiploma decontador, alémde responsávelpela contabili-dade dos negó-cios da família,Carlos ofereciaseus serviçosprofissionaispara os clientesdo pai, visan-do aumentarsua ainda par-ca renda. Em1959 ingressa-ria na antigaFaculdade de Direito do Maranhão,onde se graduaria em 1963. Depoisviria a licenciatura e o bachareladoem História e Geografia.

Enquanto estudante, Carlos vol-taria de férias a Viana por várias ve-zes. A fazenda São João, de proprie-dade do avô materno, Delfim NevesPinheiro, localizada pelas imediaçõesdo antigo Caminho Grande, era olocal preferido para se hospedar. Alémdo ambiente natural, havia a agra-dável e inesquecível companhia dovelho avô português. Dessas estadas,ficariam registrados na memória umcarnaval dançado na “Gruta de Satã”(atual sede do Centro EducacionalAntônio Lopes), quando adolescen-te, e uma baita bebedeira em plenafesta de São Sebastião.

Nesse meio tempo, os negóciosda família prosperavam em São Luís.Dos secos e molhados, a firma A. O.

Gaspar (agoraacrescentadado Cia. Ltda.)partia para aprodução deóleo de baba-çu e, em 1978,adquiria a an-tiga Marauto(que teria a ra-zão social mu-dada para Au-vepar), ingres-sando assimno ramo devenda de auto-móveis. Por re-partição dosbens familia-res, Carlos fi-cou com a Au-

vepar, quando então teria oportuni-dade de mostrar seus talentos empre-sariais, ampliando a atuação da em-presa de simples concessionária daWolkswagem para o consórcio e lo-cação de veículos.

Nos anos 80, Carlos Gaspar jáera um nome respeitado nas áreasempresarial e intelectual do Mara-nhão. Na primeira, paralelo ao co-mércio de automotores, estenderiagradativamente seus negócios para afabricação de papel higiênico (AlpesCelulose de Papéis), para a constru-ção civil (Construtora Algas Engenha-ria Ltda.) e para o ramo dos super-mercados (Preço Bom Ltda.). Na se-gunda, depois de tornar-se membrodo Instituto Histórico e Geográfico doMaranhão, ingressava na AcademiaMaranhense de Letras para ocupar aCadeira de nº 34, que tem AntonioLobo como patrono.

CARLOS GASPARUm empresário de vocação literária

3Viana – MA, maio de 2006

Luiz Alexandre Raposo

N o ano do centenário de seu nascimento, o nome do Padre Ma-noel Nunes Arouche, cognomi-

nado o “Uirapuru da Eloqüência” peloacadêmico João Mendonça Cordeiro,continua inapagável na memória dos vi-anenses e na história da Oratória Sacrado Maranhão.

Nascido em 21/01/1906, na vizinhaSão Vicente de Férrer, o futuro padre erafilho de Mariano Faustino Arouche eMaria Estefânia Nunes Arouche. Depoisde concluir o curso primário em sua cida-de natal, transferiu-se para São Luís, a fimde cursar Humanidades, Filosofia e Teo-logia no Seminário Santo Antonio. Or-denado em 8/12/1929, aos 23 anos deidade, o jovem sacerdote exerceria du-rante o primeiro ano de trabalho a fun-ção de secretário da Câmara Eclesiásti-ca, em São Luís, até ser nomeado comovigário da Igreja de N. S. da Conceiçãode Viana, para onde veio em 1931.

Monsenhor Arouche, como ficariaconhecido por todos, não demorou aconquistar o respeito e a simpatia dopovo vianense. Colérico e carismático,pesavam a seu favor a indiscutível voca-ção para o pastoreio de almas, o espíri-to nato de liderança e o dom excepcio-nal da oratória. Seus sermões comovi-am e encantavam cultos e incultos, jo-vens e velhos, homens e mulheres. Di-zem os mais antigos, que ouvir uma ho-milia do Monsenhor Arouche era como

se abastecer namais pura e pro-funda fonte de fécristã.

Seu aposto-lado em Viana,no entanto, nãose restringiu so-mente à prega-ção evangélica.Preocupou-sesobremaneiracom a educaçãoda juventude, aponto de criarum curso co-mercial noturnopara os jovens jáengajados nocomércio locale posteriormen-te fundar a Esco-la Paroquial,Dom José Delgado, para o ensino docurso primário.

Do curso comercial surgiriam anti-gos expoentes do comércio vianense,como os ex-prefeitos José Mendes Pi-nheiro e Lino Mousinho Lopes. Já nocurso primário, os alunos mais aplica-dos recebiam o incentivo e o necessárioapoio para continuarem os estudos noSeminário Santo Antonio, em São Luís.Na época do Monsenhor Arouche, en-tre todas as cidades do interior do Esta-do, Viana conseguia manter o maior nú-mero de seminaristas internos naquelaimportante casa de formação. Tudo cus-

teado pelas do-ações arrecada-das pela Associ-ação de SãoJosé, junto aoscomerciantes efamílias tradici-onais do muni-cípio.

Homem deelevada culturae rara inteligên-cia, MonsenhorArouche sabiacercar-se dedoutores, de es-tudantes e dopovo simplessem instrução.Padre João Mo-hana dizia que,quando adoles-cente, costuma-

va sentir inveja ao presenciar o líder re-ligioso trocando livros com o Juiz deDireito, Almada Lima, com a PromotoraPública, Celeste Matos, ou com a jovemJosefina Haikel. Uma das amizades pes-soais mais notórias do Monsenhor foicom o pedreiro e excelente violonista,José Mendes, de quem era fã incondici-onal.

Exemplos de autenticidade cristãnão lhe faltaram em vida. Era comum oreligioso receber, em casa, mendigos eaté mesmo leprosos, ofertando-lhesabrigo e alimentação por vários dias.Monsenhor Arouche chegou a hospe-

dar, inclusive, as duas loucas mais co-nhecidas da cidade: Januária e Libânia.Quando seus paroquianos, preocupa-dos com sua segurança, procuravam lhedissuadir da tresloucada iniciativa, elecostumava responder brincando: “Paraum louco, basta outro louco!”

Um fato inusitado, acontecido duran-te os tradicionais festejos de São Sebas-tião e que teve como ator principal oPadre Manoel Arouche, acabaria fazen-do parte da memória coletiva vianense.Num janeiro de determinado ano, noqual o inverno não dava nenhum sinal ea seca nos campos já se tornava preocu-pante, no momento em que a procissãose recolhia em frente à igreja, o padreaproveitou para proferir um de seus elo-qüentes sermões, passando um enfático“carão” no santo. No meio daquela re-tórica oração, formou-se um temporalque, dizem, desabou sobre a cidade, tra-zendo chuva forte pelo resto da noite.

No dia 24/10/1958, quando oMonsenhor Arouche faleceu de infarto,aos 52 anos (dos quais 27 empregadosa serviço da comunidade vianense)abriu-se uma lacuna impreenchível navida religiosa local. É ponto pacífico,para muitos, que a história do catolicis-mo vianense se divide em dois períodosdistintos: antes e depois da passagemde Padre Manoel Arouche por Viana.

A Academia Vianense de Letras pres-tou, assim, justa e merecida homenagemao eleger o Monsenhor Arouche comoum de seus patronos.

MONSENHOR AROUCHEO Uirapuru da Eloqüência

Presidente do Clube dos DiretoresLojistas de São Luís (1985/ 1989) eda Associação Comercial do Mara-nhão (1990/1994), Carlos Gasparpossui ainda em seu vasto currículoatividades que incluem a de profes-sor das disciplinas História da Cultu-ra e História das Religiões (UFMA,1964/ 1980) até a de jornalista cola-borador de “O Imparcial”, onde es-creve, aos domingos, sobre temas va-riados desde 1991.

Aos 67 anos, depois de subme-ter-se, no ano passado, a uma cirur-gia para implante de três pontes desafena, decidiu diminuir o ritmo detrabalho. Atualmente, o empresárioCarlos Gaspar existe apenas pelamanhã. Pelo resto do dia, sob os cui-dados da filha, Socorro, e da esposa,Paula, o intelectual de olhar crítico eatento sobre os problemas do Mara-nhão e do Brasil pode, agora, entre-gar-se às coisas do espírito com mai-or intensidade. E projetos literáriospara o futuro não lhe faltam.

Autor de trabalhos como Refazen-do o Caminho, Dunshee de Abran-ches (discurso de posse no InstitutoHistórico e Geográfico do Mara-nhão), Catedral de Emoções (crôni-cas), Caminhos Percorridos (discur-sos) e Conto 13 Contos, o titular daCadeira nº 1 da Academia Vianensede Letras, cujo patrono é o memorá-vel professor e historiador, AntônioLopes, prepara-se para lançar, no fi-nal deste ano, O Sobrado Amarelo,obra que reúne crônicas sobre fatos epersonagens vianenses, algumas iné-ditas e outras já publicadas na colu-na semanal de “O Imparcial.”

O RENASCER VIANENSEO RENASCER VIANENSE

Page 4: O RENASCER VIANENSEavlma.com.br/site/wp-content/uploads/2018/11/RENASCER-12.pdfCunha, ouvindo os gemidos do Heitor. Quan-do cheguei na Rua Grande, Chico Travassos me mostrou o dente,

4 Viana – MA, maio de 2006

Olívia MendonçaHá trinta anos desaparecia a maior bordadeirado Bumba-meu-boi da Baixada Maranhense.

O RENASCER VIANENSEDiretor/Redator: Luiz Alexandre Endereço: Rua Antônio Lopes, 459 Rapôso Viana - MA CEP: 65.215-000

Luiz Alexandre Raposo

E mbora até os anos 70,o Bumba-meu-boi nãogozasse de tanto prestí-gio como na atualidade,

uma vianense dedicaria todasua vida à confecção das indu-mentárias que davam beleza ecolorido cintilante a essa festapopular.

Olívia Garcia Mendonça des-de cedo se esmerou no borda-do dos lombos dos bois que,anualmente, faziam a alegria dopovo mais simples do interior doEstado. Recheadas de canuti-lhos e miçangas, imagens deSão João menino, São Jorge,estrelas, meias-luas, pombinhasbrancas, castelos, igrejas ouqualquer outro desejo do donoda promessa tomavam formasob as mãos ágeis e habilidosasdessa artista vianense.

A descobertados canutilhos

Quando ainda não existiamos canutilhos e miçangas, oslombos dos bois eram decora-dos com purpurina, papel deseda e pedacinhos de espelhos.Por se tratar de uma brincadei-ra tipicamente noturna, que sedesenrolava à luz das fogueiras,o brilho nas costas do motivocentral da festa era sempre umrequisito de fundamental impor-tância para a beleza do evento.

Ao descobrir a fabricação doscoloridos e pequeninos cilindrosde vidro, através de revistas quechegavam a Viana, Olívia pas-sou a mandar comprá-los no Riode Janeiro, onde eram importa-dos da então Tchecoslováquia.Para intermediar a compra dapreciosa mercadoria, ela conta-va com o auxílio de Úrsula, umadoméstica que morava no Rio emcompanhia da família de seu cu-nhado, Dr. Sálvio Mendonça.Tempos depois, através de umamigo judeu comerciante na pra-ça carioca, a aquisição dos ca-nutilhos passaria para a respon-sabilidade do empresário Arman-do Gaspar.

A técnica dosbordados

No início, Olívia bordava amão, consumindo muitas horasnesse trabalho tão delicadoquanto demorado. A fim de ga-nhar tempo e efetuar um servi-

ço de melhor qualidade, de for-ma que os canutilhos ficassemmais firmes no veludo, ela ima-ginou prendê-los na máquina decostura. O problema era que oveludo impossibilitava o rascu-nho dos desenhos na sua facedireita. No bordado feito à mão,isso não chegava a atrapalhar,já que ela fazia os desenhos noavesso e enfiava a agulha porbaixo para delinear seus contor-nos no outro lado do tecido. Namáquina de costura, no entan-to, o método não funcionava.Pela própria espessura do velu-do, os desenhos não se faziamvisíveis na outra face, impossibi-litando totalmente o trabalho nahora de prender as fileiras de ca-nutilhos. Numa conversa casu-al com o cunhado, Nilton Aqui-no, surgiu a idéia para a solu-ção do impasse. O pintor lhesugeriu que alinhavasse as figu-ras desenhadas no avesso, a fimde orientar-se pelos pontos, nolado direito do veludo. Dessamaneira, poderia concluir o bor-dado na máquina de costuracom segurança.

O atelier

O domínio da técnica rápi-da e eficaz de bordar com a aju-da da maquina de costura fez afama da exímia bordadeira via-nense se espalhar pelos municí-pios vizinhos. Além dos lombosdos bois, Olívia confeccionavae bordava também as vestes doamo e dos vaqueiros participan-tes da brincadeira. Chapéus,peitorais, tangas e até os enfei-tes das botas eram confecciona-dos às centenas, transforman-do sua residência num atelierperene do Bumba-meu-boi. Emqualquer época do ano que sechegasse ali, tinha-se a impres-são de que as festas juninas es-tavam próximas. Podia ser Na-tal, carnaval ou Páscoa. Nadaroubava o clima que reinavaabsoluto naquela casa.

Para atender a grande de-manda das encomendas dospagadores de promessa não sóde Viana, mas de outras cida-des como Matinha, Monção, Pe-nalva, São Vicente de Férrer,Cajapió e todos os povoados evilarejos da região, Olívia mon-tou o que se chama hoje de umamicro-empresa. Sob seu coman-do, várias bordadeiras e apren-dizes, que se revezavam em oitomáquinas de costura, trabalha-vam diariamente para dar con-ta das encomendas. Ela davaforma aos desenhos e as ajudan-tes se encarregavam de preen-chê-los com os canutilhos e mi-çangas. Tudo sob sua rigorosaobservação.

As encomendas eram feitascom um ano de antecedência.Para compor o estoque de ma-téria-prima, Olívia adquiria pe-ças inteiras de veludos nas co-res preferidas dos brincantes:preto, azul-marinho, vinho e ver-melho. Os canutilhos e miçan-gas, comercializados em caixasde dois quilos, eram tambémcomprados em grandes quanti-dades e em cores de várias to-nalidades.

Olívia Mendonça chegava aconfeccionar dezenas de lombosde bois por ano, cada qual commotivos diferentes. Verdadeirasobras de arte que se perderamno tempo e no espaço. O maiscurioso é que ela não se preo-cupava em colocar nenhumamarca que pudesse, no futuro,facilitar a identificação de seusbordados.

O desaparecimentoda bordadeira

Nascida em 21 de fevereirode 1905 e casada com um pri-mo, Áureo Mendonça, Olívia eramãe de cinco filhos: Franciscode Assis (já falecido), Hildenê,Raimundo Antônio (Catu, tam-bém falecido), Ivone e Assunçãode Maria.

Para tristeza dos amantes doBumba-boi da Baixada, a bor-dadeira vianense faleceu aos 71anos de idade, vítima de edemapulmonar, no dia 26 de junhode 1976 (em pleno período dasfestas juninas), quando se en-contrava trabalhando em suamáquina de costura.

Captado pela sensibilidade do fotógrafo, Ribamar Alves, o registropara a posterioridade de D. Olívia Mendonça, dando os retoques

finais em uma de suas obras de arte.

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