PLATAFORMA DIGITAL DE INFORMAÇÕES: … · do Parque. A Figura 1 representa o modelo conceitual da plataforma. Como podemos observar, a PDI é composta por serviços, ou web services,

PLATAFORMA DIGITAL DE INFORMAÇÕES: ESTUDO DE CASO NO PARQUE TECNOLÓGICO ITAIPU

Simone Aparecida Pinto Romero, Jhonny Marcos Acordi Mertz, Marcos Daniel de

Moraes Insfran, Rodrigo Bueno Otto (Fundação Parque Tecnológico Itaipu; Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação)

Resumo: O Parque Tecnológico Itaipu é composto por diversas instituições que geram uma grande quantidade de informações e serviços cuja obtenção, muitas vezes, não é uma tarefa trivial. Diante disso, a construção de uma plataforma capaz de disponibilizar informações de utilidade pública de maneira digital, estruturada e atualizada, pode incentivar a criação de aplicações que facilitem o dia a dia dos habitantes do parque, tornando-se um diferencial para a melhoria e otimização de processos. Neste trabalho é apresentada a Plataforma Digital de Informações, a qual está sendo desenvolvida com o objetivo de disponibilizar informações úteis de maneira ágil e eficiente aos habitantes do Parque.

Palavras-chaves: Tecnologia da Informação e Comunicação; Inovação; Parque

Tecnológico; Desenvolvimento Local; Gestão da Informação

ISSN 1984-9354

X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014

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1. Introdução O Parque Tecnológico Itaipu (PTI) foi criado em 2003 pela Itaipu Binacional com o

objetivo de coordenar ações voltadas ao desenvolvimento regional. Localizado na cidade de Foz

do Iguaçu, no Paraná, o PTI atua nas áreas Educação, Ciência & Tecnologia e Empreendedorismo,

promovendo assim a geração de emprego, de conhecimento e de tecnologias, sempre com o foco

na realidade regional: água, energia e turismo. Desse modo, o PTI se consolidou como um polo

científico e tecnológico no Brasil e no Paraguai.

Instalado em uma área de mais de 116 hectares, o PTI abriga mais de 2 mil pessoas, grande

parte proveniente de parcerias com entidades governamentais, empresas privadas e instituições de

ensino e pesquisa, promovendo assim um ambiente de integração favorável ao desenvolvimento

científico-tecnológico e à geração de novos empreendimentos e inovações. Desse modo,

funcionários, empresários, estagiários, pesquisadores, professores e acadêmicos fazem parte do

conjunto de habitantes que circulam diariamente pelo Parque.

Esse crescente número de pessoas e entidades tem como resultado a geração de uma

grande quantidade de informações e serviços. No entanto, o acesso a essas informações, muitas

vezes, envolve atividades manuais e burocráticas, resultando assim em um processo lento e

ineficiente de aquisição, uma vez que, a maior parte destas é mantida de modo não digital.

Desse modo, neste trabalho é apresentado o desenvolvimento de uma Plataforma Digital de

Informações, a qual foi proposta com o intuito de facilitar o acesso a informações relevantes que

circulam no PTI, bem como incentivar o desenvolvimento de inovações tendo como base essas

informações. Essa iniciativa ressalta a capacidade da Tecnologia da Informação e Comunicação

(TIC) em proporcionar melhorias aos processos de gestão da informação em um ambiente

heterogêneo como o de um parque tecnológico.

2. TIC como Suporte à Gestão da Informação

A Tecnologia da Informação e Comunicação é a área da Informática que trata a

informação, classificando e organizando-a de forma a permitir a tomada de decisão em prol de

algum objetivo.

A TIC pode ser utilizada para definir o agrupamento de computadores, telecomunicações,

automação e recursos multimídia utilizados pelas organizações para fornecer dados, informações e

conhecimento (LAURINDO et. al., 2001). De modo mais amplo, pode-se afirmar que TIC abrange

uma gama de produtos de hardware e software capazes de coletar, armazenar, processar,


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manipular e acessar informações, que são utilizadas para controlar equipamentos e processos de

trabalho, bem como para conectar pessoas dentro das empresas e entre elas (MORAES et. al.,

2004).

O papel desempenhado pela TIC nas organizações evoluiu significativamente ao longo do

tempo, passando do tradicional suporte administrativo para um papel estratégico dentro da

organização (LAURINDO et. al., 2001). A seguir podemos identificar três eras na utilização da

TIC nas organizações: (FERREIRA et. al. 2005):

Processamento de Dados (1960): foco na eficiência operacional através da automação dos

processos baseados na informação;

Sistemas de Informação Gerencial (1970): transformação de dados em informações, bem

como adequação dos sistemas de acordo com as necessidades da empresa, buscando

aumentar a eficácia da gestão pela satisfação de suas necessidades de informação;

Sistemas de Informação Estratégicos (1980): foco em aumentar a competitividade através

da mudança da natureza ou da condução dos negócios, por meio da utilização de sistemas

de apoio à tomada de decisões.

Assim, conforme mencionado em Laurindo (2001), a visão da TIC como arma estratégica

competitiva tem sido discutida e enfatizada, pois não só sustenta as operações de negócio

existentes, mas também permite que se viabilizem novas estratégias empresariais. No entanto, a

aplicação de TIC de forma isolada, por mais sofisticada que esta seja não pode alcançar vantagem

competitiva. Esta só pode ser obtida a partir da exploração contínua da TIC pela empresa

(LAURINDO et. al., 2001).

De acordo com Beuren (2000), a informação possibilita um maior controle dos processos e

estratégias empresariais, tornando-se um recurso valioso para auxílio ao processo de gestão. Além

disso, é capaz de provocar mudanças em todos os níveis organizacionais, uma vez que, o emprego

da informação como base para decisão requer que os diversos elementos que compõem o sistema

se adaptem a esse novo conceito.

Desse modo, o uso eficaz da TIC e a sua integração com a estratégia de negócio adotada,

vai além da ideia de ferramenta de produtividade, sendo muitas vezes um fator crítico de sucesso.

Assim, percebemos como TIC está presente na forma de realizar e gerenciar o trabalho, tornando-

se uma fonte de criação de novas estratégias e de novas estruturas organizacionais, pois permite

que as diversas áreas e processos sejam interligados e coordenados (ABREU et. al., 2012).

3. Plataforma Digital de Informações


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A Plataforma Digital de Informações (PDI) está sendo construída e organizada de modo

colaborativo, como parte de uma iniciativa do Programa de Inovação em Tecnologia da

Informação e Comunicação (INOVATIC), que visa aumentar a acessibilidade às informações que

circulam no PTI. A partir da estruturação e disponibilização desses dados de maneira ágil, fácil e

transparente aos usuários, espera-se incentivar a inovação e a criatividade dos interessados para o

desenvolvimento de aplicações que utilizem tais informações em benefício dos próprios habitantes

do Parque.

A Figura 1 representa o modelo conceitual da plataforma. Como podemos observar, a PDI

é composta por serviços, ou web services, que manipulam e disponibilizam um conjunto de

informações de determinado domínio. Desse modo, serão disponibilizadas pela plataforma apenas

informações cedidas pelas instituições, as quais são consideradas úteis ao dia a dia dos habitantes

do Parque.

Figura 1. Modelo Conceitual da Plataforma Digital de Informações (ROMERO et. al., 2013)

Cada serviço que compõem a PDI disponibiliza um conjunto de informações estruturadas

em um formato reconhecido por diversas tecnologias, as quais podem ser utilizadas para a

exibição e apresentação destas informações, de maneira mais amigável.


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A plataforma é open source e suas informações estão disponíveis para qualquer

desenvolvedor que deseje construir aplicações tendo como base esses dados. As aplicações são

então disponibilizadas na Internet ou em lojas virtuais de aplicativos, como a Play Store, do

Google, e a App Store, da Apple. Vale ressaltar que as informações disponibilizadas pela

plataforma são referentes ao PTI e às instituições nele localizadas e que, portanto, podem não ter

utilidade para outros domínios.

O INOVATIC é o responsável por manter a plataforma, porém as informações

disponibilizadas continuam sendo de responsabilidade de suas respectivas instituições. Da mesma

forma, as aplicações construídas com base na PDI são de inteira responsabilidade do

desenvolvedor que a originou.

4. Resultados e Discussões

A PDI foi estruturada com o intuito de melhorar os processos internos de aquisição de

dados, bem como o atendimento às necessidades dos habitantes do Parque, por meio da utilização

de TIC.

O objetivo principal da PDI é ser uma ferramenta para a disponibilização de informações

cedidas pelas diversas instituições do Parque que são de grande utilidade para os habitantes, mas

que nem sempre são de fácil acesso. Como exemplo, podemos citar: horário do transporte interno;

cardápio dos restaurantes localizados no Parque; informações sobre as atividades desenvolvidas

nas áreas funcionais, programas e projetos da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI); bem

como informações sobre os projetos desenvolvidos pelas universidades que atuam no Parque

(ROMERO et. al., 2013).

Após o levantamento das principais necessidades dos habitantes, foram construídos os

primeiros serviços da PDI, os quais são descritos a seguir:

Transporte Interno: disponibiliza o horário do circular interno do PTI. Este serviço foi

disponibilizado visando sanar a dificuldade enfrentada, principalmente pelos universitários,

para o acesso rápido e fácil ao horário do transporte que, até então, era disponibilizado no

formato impresso somente no ponto de ônibus. Tais informações foram cedidas pela área de

Serviços Gerais e Logística da FPTI.

Cardápio dos Restaurantes: disponibiliza o cardápio diário dos restaurantes localizados no

PTI. O cardápio de cada restaurante é disponibilizado no formato impresso, sendo fixado na

porta do estabelecimento. A informação sendo disponibilizada desta maneira dificulta a


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escolha do usuário, considerando a distância física entre os estabelecimentos. Cada restaurante

é responsável por inserir as informações na plataforma.

Ramais dos Habitantes: disponibiliza os telefones dos colaboradores da Fundação Parque

Tecnológico Itaipu. A planilha com a relação dos ramais é disponibilizada, via email, para os

habitantes do Parque. No entanto, em determinadas circunstâncias, o usuário pode não ter

acesso a essa planilha de forma ágil. A área de Serviços Gerais e Logística é responsável por

inserir tais informações na plataforma, bem como por mantê-las atualizadas.

Localização PTI: tem por objetivo disponibilizar informações referentes à localização de

pessoas, entidades, programas e projetos no Parque. Conforme mencionado, o PTI está

instalado em uma área de mais de 116 hectares, além disso, as mudanças físicas dos

programas, projetos e áreas funcionais ocorrem com certa frequência. No entanto, essas

mudanças nem sempre são divulgadas e acabam ocasionando alguns transtornos. A área de

Serviços Gerais e Logística será responsável por inserir tais informações na plataforma, bem

como por mantê-las atualizadas.

Após a criação e divulgação dos primeiros serviços, desenvolvedores do Parque mostraram

interesse pela PDI e iniciaram o desenvolvimento de aplicações em benefício dos habitantes. A

seguir são apresentadas as aplicações desenvolvidas com base na PDI.

Na Figura 2, são apresentadas as telas dos aplicativos construídos com base no serviço

Transporte Interno. Todos os aplicativos foram construídos por alunos da Universidade Estadual

do Oeste do Paraná (UNIOESTE), cujos cursos na área de Engenharias e Ciências Exatas são

ministrados no PTI.


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Figura 2. Tela das aplicações construídas com base no serviço Transporte Interno

Na Figura 3, são apresentadas as telas dos aplicativos construídos com base no serviço

Cardápio dos Restaurantes. O aplicativo para a plataforma Android foi construído por bolsistas do

Centro Latino-Americano de Tecnologias Abertas do PTI. Já a versão para a plataforma iOS da

Apple, foi construída por bolsistas do INOVATIC.


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Figura 3. Tela das aplicações construídas com base no serviço Cardápio dos Restaurantes

Na Figura 4, são apresentadas as telas das aplicações construídas com base no serviço

Ramais dos Habitantes. O aplicativo para a plataforma Android foi construído por um colaborador

do Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação. Já o aplicativo para a plataforma iOS da Apple,

foi desenvolvido por bolsistas do INOVATIC.

Ainda se tratando do serviço Ramais dos Habitantes, também foi desenvolvida, por um

aluno da UNIOESTE, uma aplicação web para apresentar tais informações, conforme apresentado

na Figura 5.

O serviço Localização PTI está em fase de desenvolvimento, portanto, ainda não foram

construídas aplicações para apresentar tais informações.

Figura 4. Tela dos aplicativos construídos com base no serviço Ramais dos Habitantes


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Figura 5. Tela da aplicação web construída com base no serviço Ramais dos Habitantes

5. Considerações Finais

A disponibilização de tais serviços incentivou o desenvolvimento de aplicativos para a

plataforma móvel, os quais auxiliam para a simplificação e desburocratização dos procedimentos

necessários para a aquisição de determinadas informações, facilitando assim o dia a dia dos

habitantes do Parque e promovendo maior acessibilidade aos dados.

As aplicações desenvolvidas com base na PDI foram bem aceitas pelos usuários, o que

motivou a expansão da mesma. Essa expansão está ocorrendo no âmbito da Usina Hidrelétrica

Itaipu, principal mantenedora do PTI, e também no âmbito regional.

O projeto voltado à mantenedora visa disponibilizar informações referentes aos horários e

itinerários dos coletivos responsáveis por fazer o transporte dos colaboradores da Usina.

Atualmente tal informação é disponibilizada apenas na rede interna da empresa, desse modo, caso

o usuário não esteja na empresa e necessite saber o horário ou o itinerário de determinada linha,

ele precisará entrar em contado com a Divisão de Transporte – SGST.AD, pois de outra maneira,

não terá acesso à informação desejada.

Já com relação aos projetos em âmbito regional, podemos citar a aplicação Guia

Gastronômico Foz, cujo objetivo é disponibilizar informações referentes aos estabelecimentos


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gastronômicos da cidade de Foz do Iguaçu. Tais informações foram adquiridas junto a Secretaria

Municipal de Turismo da cidade e podem ser consultados por meio do aplicativo, de mesmo

nome, que está disponível nos idiomas Português, Inglês e Espanhol, para a plataforma Android,

conforme apresentado nas Figuras 6 e 7.

A criação e disponibilização do serviço e da aplicação Guia Gastronômico Foz, atestou a

viabilidade de construção de uma Plataforma Digital de Informações Turísticas para

disponibilizar, além de informações gastronômicas, informações sobre a rede hoteleira e sobre os

atrativos turísticos da cidade, bem como montar e sugerir roteiros de visitação aos turistas. Após

sua estruturação, tal plataforma poderá ser expandida para as demais cidades turísticas do país.

Após a divulgação dos primeiros aplicativos, o INOVATIC passou a monitorar os índices

de satisfação dos habitantes do Parque, a fim de identificar novas demandas a serem atendidas

pela PDI.

Figura 6. Telas do aplicativo Guia Gastronômico Foz


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Figura 7. Telas do aplicativo Guia Gastronômico Foz

Referências Bibliográficas

ABREU, A. C. D.; HELOU, A. R. H. A.; LENZI, G. K. S.; SAISS, G. O Uso de Tecnologias de Informação na Administração Pública: O Caso do Procidadão. In: VII CNEG – Congresso Nacional de Excelência em Gestão. Rio de Janeiro, 2012.

BEUREN, I. M. Gerenciamento da Informação: Um Recurso Estratégico no Processo de Gestão Empresarial. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2000.

FERREIRA, L. B.; RAMOS, A. S. M. Tecnologia da Informação: Commodity ou Ferramenta Estratégica? Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação. São Paulo, v. 2, n. 1, p.69-79, 2005.

LAURINDO, F. J. B.; SHIMIZU, T.; CARVALHO, M. M.; RABECHINI JUNIOR, R. O Papel da Tecnologia da Informação (TI) na Estratégia das Organizações. Gestão & Produção. São Paulo, v. 8, n. 2, p.160-179, ago. 2001.


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MENDES, M. Gestão da Tecnologia da Informação. Revista Científica da UFPA. Belém, v. 06, n. 01, 2007. MORAES, G. D. A.; TERENCE, A. C. F.; ESCRIVÃO FILHO, E. A Tecnologia da Informação como Suporte à Gestão Estratégica da Informação na Pequena Empresa. Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação. São Paulo, v. 1, n. 1, p.27-43, 2004.

ROMERO, S. A. P.; MERTZ, J. M. A.; HERBIG, G. R. B.; MENDES, S. H. Desenvolvimento de um Protótipo de Plataforma Digital de Informações para o PTI. In: I ConTECE – Congresso de Tecnologias, Engenharias e Ciências Exatas. Foz do Iguaçu, 2013.

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