22
Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 25, 26 e 27 de março de 2014 POSSIBILIDADES PRÁTICAS DE REDUÇÃO DO GASTO PÚBLICO COM A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NAS ÁREAS ADMINISTRATIVAS DO SETOR PÚBLICO E ESTRATÉGIAS DE CONTABILIZAÇÃO DOS RESULTADOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS FRANCISCA CÂNDIDA CANDEIAS DE MORAES HELOÍSA CANDIA HOLLNAGEL

POSSIBILIDADES PRÁTICAS DE REDUÇÃO DO GASTO … · ÁREAS ADMINISTRATIVAS DO SETOR PÚBLICO E ESTRATÉGIAS DE CONTABILIZAÇÃO DOS RESULTADOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS

  • Upload
    dokien

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF – 25, 26 e 27 de março de 2014

POSSIBILIDADES PRÁTICAS DE REDUÇÃO DO GASTO

PÚBLICO COM A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NAS

ÁREAS ADMINISTRATIVAS DO SETOR PÚBLICO E

ESTRATÉGIAS DE CONTABILIZAÇÃO DOS RESULTADOS

ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS

FRANCISCA CÂNDIDA CANDEIAS DE MORAES HELOÍSA CANDIA HOLLNAGEL

2

Painel 30/089 Discutindo política de sustentabilidade na Administração Pública

POSSIBILIDADES PRÁTICAS DE REDUÇÃO DO GASTO PÚBLICO

COM A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NAS ÁREAS ADMINISTRATIVAS DO SETOR PÚBLICO E ESTRATÉGIAS DE CONTABILIZAÇÃO DOS RESULTADOS ECONÔMICOS,

SOCIAIS E AMBIENTAIS

Francisca Cândida Candeias de Moraes Heloísa Candia Hollnagel

RESUMO A gestão dos resíduos sólidos tornou-se uma questão premente na sociedade contemporânea. No âmbito estatal esse tema merece maior relevância, em especial porque este sistema é financiado pelas contribuições diretas de toda a sociedade; mas não basta reduzir o volume de recursos financeiros aplicados, é preciso identificar formas de reutilização interna dos resíduos gerados e, em sua impossibilidade, de redirecionamento de tais resíduos para o benefício social, como previsto na legislação vigente. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (LF 12.305/2010) tornou a Contabilidade Ambiental fundamental para tomada de decisão e avaliação de programas de gestão de resíduos. Este estudo mostra o potencial resultado financeiro da aplicação prática dos 5 R’s previstos na Agenda Ambiental Pública (A3P), aplicados às áreas administrativas a partir de pesquisa telematizada de experiências exitosas divulgadas na Internet e artigos acadêmicos. Os resultados indicam que, em alguns casos, a simples mudança de hábitos e a adoção de procedimentos internos com enfoque na sustentabilidade promovem um significativo retorno financeiro, a diminuição do consumo dos recursos naturais e a ampliação da contribuição social do Estado. Adicionalmente, é apresentada uma proposta de roteiro para a implantação de tais medidas em setores administrativos dos órgãos públicos federais, estaduais e municipais.

3

INTRODUÇÃO

As reflexões sobre os modelos de crescimento e desenvolvimento e o

aumento da pressão exercida pela ocupação humana no planeta levaram ao

crescimento da consciência acerca dos padrões de vida incompatíveis com o

processo de resiliência e regeneração dos ecossistemas. Essas ponderações, que

aumentaram a partir da década de 1970, preconizavam um tipo de desenvolvimento

que garantisse a qualidade de vida para as gerações atuais e futuras. A partir do

Relatório Brundtland de 1987 – resultado da Comissão Mundial para o Meio

Ambiente e Desenvolvimento, publicado com o título Nosso Futuro Comum (Our

Common Future: CMMAD, 1991), o conceito de Desenvolvimento Sustentável foi

consolidado como uma estratégia de consenso entre países desenvolvidos e em

fase de desenvolvimento, culminando na realização da Rio-92 e acordos

estabelecidos entre as nações participantes.

Define-se por Desenvolvimento Sustentável um modelo econômico,

político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaz as necessidades das

gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer

suas próprias necessidades. Entretanto, esse conceito tem se mostrado em

desacordo com a realidade e a geração excessiva dos resíduos sólidos é um dos

maiores desafios da sociedade contemporânea, em função do crescimento da

produção, do gerenciamento inadequado e da falta de áreas para disposição final de

forma ambientalmente adequada (JACOBI & BESEN, 2011).

O caminho adotado por alguns países é de disciplinar juridicamente a

gestão dos resíduos. No Brasil, após 20 anos de discussões e tramitações no

Congresso Nacional foi sancionada pelo então presidente Luis Inácio Lula da Silva,

a Lei nº 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS). A partir da

PNRS foram estabelecidos novos princípios legais nacionais que alteraram a forma

como a sociedade, as empresas e o próprio Estado avaliam a problemática da

gestão dos resíduos sólidos, considerando especialmente os aspectos de:

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; possibilidade de

logística reversa; implantação de sistemas de coleta seletiva e articulação com

catadores; redução do consumo; planos públicos nas três esferas de poder para os

resíduos sólidos e a substituição de lixões por aterros sanitários controlados.

4

Um avanço legal (Lei nº 12.305/2010, Art. 6º Parágrafo VIII) é a diferença

entre rejeito (resíduos sólidos que não possuem possibilidade de tratamento e

recuperação em vista da tecnologia disponível ou da viabilidade econômica) e

resíduo, um bem econômico e de valor social em função da sua potencialidade de

ser reutilizável e reciclável.

A redução, reutilização, reciclagem, a recuperação de energia e a recusa

em consumir produtos que gerem impactos socioambientais significativos – o conceito

dos 5Rs – são fundamentais na sensibilização da sociedade quando se trata de

resíduos sólidos. De acordo com o estabelecido no Art. 9º da Lei 12.305/2010,

considerando a priorização para a gestão dos resíduos sólidos, a hierarquia deve ser

a seguinte: Não geração - Redução – Reutilização – Reciclagem - Tratamento dos

resíduos sólidos - Disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Portanto, cabe destacar que a redução na fonte deve permanecer como

prioridade na gestão, seguida pelo reaproveitamento (considerado em suas três

dimensões: reutilização, reciclagem e recuperação de energia) até a disposição final

do rejeito. Em todos esses processos, existe a necessidade de articulação entre

todos os atores envolvidos, como consumidores, produtores/importadores e

administradores públicos, pois os princípios da responsabilidade pós – consumo; do

poluidor-pagador e do reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável

como um bem econômico, gerador de trabalho e renda; constituem grandes passos

da PNRS para alavancar a sustentabilidade na estruturação das cadeias de valor

desses produtos. Destaque-se a importância da Educação Ambiental no processo

de gerenciamento de resíduos, pois conforme Jacobi (2003), a partir dela se inicia o

processo de mudança de hábitos dos indivíduos.

A PNRS conta com a Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA

(Lei n° 9.795/1999), que define a educação ambiental como “processos por meio dos

quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,

habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio

ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua

sustentabilidade” (artigo 1º). Em consonância com a PNEA e a PNRS, o programa

da Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P criado em 1999 (como

conseqüência dos compromissos assumidos na Rio/ Eco-92 pelo Brasil) e

5

capitaneado pelo MMA representa um instrumento fundamental de capacitação dos

servidores públicos para uma nova cultura institucional, com inserção de critérios

socioambientais na administração pública. Os eixos temáticos da A3P são: uso

racional dos recursos naturais e bens públicos; gestão adequada dos resíduos

gerados; qualidade de vida no ambiente de trabalho; sensibilização e capacitação

dos servidores e licitações sustentáveis. Esse último aspecto se relaciona com a

nova proposta de consumo ético, que incorpora questões mais amplas que a não

agressão ao meio ambiente, defendendo o monitoramento da postura

organizacional, visando transações comerciais mais adequadas dentro do atual

sistema econômico (COSTA & TEODOSIO, 2011).

A Administração Pública é grande consumidora e usuária de inúmeros

recursos naturais, tendo papel decisivo na promoção e indicação de novos padrões

de produção e de consumo; portanto, deve ser exemplo na redução de impactos

socioambientais negativos gerados pela atividade pública (MMA, 2009), tendo como

principais estratégias: sensibilizar os servidores, adotar novos procedimentos

administrativos, estabelecer parcerias e metas (com critérios/ indicadores de

monitoramento), usar racionalmente os recursos disponíveis (energia, água, material

de expediente) e destinar adequadamente os materiais recicláveis (cooperativas de

catadores).

Com o foco nos pilares da sustentabilidade, o Decreto No 5.940/2006

instituiu a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades

da administração pública federal direta e indireta na fonte geradora e sua destinação

às associações e cooperativas de catadores.

A versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos apresenta as

metas de curto, médio e longo prazos para resíduos sólidos, como por exemplo,

manter os patamares de geração de resíduos sólidos urbanos (referência o ano de

2008 - equivale a uma taxa média de 1,1 kg/habitante/dia) com posterior redução e

Redução de 70% dos resíduos recicláveis secos dispostos em aterros sanitários,

com base na caracterização nacional em 20121

1 Publicação do Ministério do Meio Ambiente (MMA). 2010.

). Acesso em: 22 fev 2014.

6

A figura 1 mostra a taxa de recuperação do papel considerando o volume

de aparas recuperadas no país dividido pelo consumo aparente de papel. Pode ser

observado que em 2012 no Brasil essa taxa é de apenas 45,7%, enquanto outros

países têm taxas significativamente maiores: Coréia do Sul (91,6%), Alemanha

(84,8%), Japão (79,3%), Reino Unido (78,7%) e Espanha (73,8%).

Figura 1. Taxa de recuperação do papel, em porcentagem, considerando a razão entre o volume (em toneladas) de papel consumido pelo volume de consumo de aparas no país entre 1990 e 2012.

Fonte: Extraído de BRACELPA, 2012.

Considerando a destinação final dos resíduos sólidos no Brasil, houve

uma significativa melhoria da situação, com o aumento de, aproximadamente 73%

no número de cidades que realizam a coleta seletiva (de 443 para 766) em

comparação com 20102), sendo as aparas de papel/papelão os tipos de materiais

recicláveis mais coletados por sistemas municipais de coleta seletiva (em peso)-

45,9% do total.

De acordo com documentos disponíveis no sítio do Ministério do Meio

Ambiente – MMA sobre as conclusões da I Reunião do Grupo de Trabalho sobre

Papel Reciclado – Câmara Técnica de Economia e Meio Ambiente –

CTEMA/CONAMA – 20083 o papel participava de um dos cinco grupos de maior

consumo pela Administração Pública Federal, mas apesar disso, nos diagnósticos

2 Disponível em: http://www.cempre.org.br/ciclosoft_2012.php. Acesso em: 20 fev 2014.

3 Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/reuniao/dir1099/Relatorio1oGTPapelReciclado_28out08.pdf. Acesso em: 20 fev 2014

7

realizados na época, foi destacado que os procedimentos de coleta seletiva eram

ainda incipientes e não havia incentivo governamental à reciclagem.

Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é apresentar uma análise

financeira da aplicação prática dos 5 R’s (Reduzir, Repensar, Reaproveitar, Reciclar

e Recusar consumir produtos que gerem impactos socioambientais significativos)

previstos na Agenda Ambiental Pública (A3P), aplicados às áreas administrativas

públicas, a partir de ações diretas relacionadas ao uso dos recursos de forma

inteligente, considerando a redução no consumo e o aumento do reaproveitamento

do papel.

De acordo com o objeto principal do presente estudo, como metodologia,

realizou-se, inicialmente o levantamento bibliográfico detalhado de fontes primárias e

secundárias: documentos oficiais do Ministério do Meio Ambiente e de órgãos

governamentais brasileiros, empresas do setor e associações. Como fontes

secundárias, foram investigadas notícias da mídia que descreviam experiências

exitosas divulgadas na Internet e estudos de autores acadêmicos.

Para o estudo de caso, definiu-se o levantamento do benefício

econômico, social e ambiental com a quebra dos paradigmas vigentes na

administração pública, a partir da análise de potenciais mudanças no

comportamento dos servidores em relação ao uso do papel sulfite, um dos principais

insumos da gestão administrativa em todos os níveis de governo. Os dados

pesquisados e a metodologia utilizada para os cálculos constam do tópico “Estudo

de caso”.

Destaque-se que trata-se de uma abordagem inicial da mensuração

objetiva do problema e da avaliação financeira dos resultados, que posteriormente

será ampliada para incluir os demais enfoques da sustentabilidade (social e

ambiental).

8

MENSURAÇÃO DOS RESULTADOS DE AÇÕES SUSTENTÁVEIS

Indicadores podem medir a eficiência, eficácia e efetividade de processos

implementados para gestão e manejo de resíduos sólidos. Para a Organização para

a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um indicador deve ser

entendido como um parâmetro - ou valor derivado de parâmetros - que aponta e

fornece informações sobre o estado de um fenômeno com uma extensão

significativa (OECD, 1993). Os indicadores ambientais como a taxa de reuso de

papel e a porcentagem de papel encaminhado para reciclagem por meio da coleta

seletiva expressam informações úteis e relevantes, demonstrando, por meio de

cálculos objetivos e específicos, aspectos concretos que podem ser utilizados para

acompanhar e demonstrar o desempenho ambiental (KRAEMER, 2004).

A Contabilidade é uma ciência social que estuda e pratica as funções de

controle e de registro relativas aos atos e fatos de uma organização. Ao longo de

sua evolução, vem cada vez mais servindo como fonte de informação a seus

usuários (internos e externos) para a tomada de decisão. Os desafios atuais a serem

enfrentados estão relacionados à necessidade de integração das questões sociais e

ambientais nas decisões gerenciais (que contribuam tanto para o lucro quanto para

a promoção do desenvolvimento sustentável) e o aprimoramento da evidenciação

interna e externa, bem como da transparência das organizações por meio das

demonstrações contábeis. Nesse contexto, destaca-se que a Contabilidade

Ambiental tem o papel fundamental de fornecer informações adequadas sobre a

mensuração dos eventos econômicos relacionados ao meio ambiente, permitindo

uma correta avaliação do patrimônio da entidade. Da mesma forma, pode oferecer

informações que auxiliem o gestor na tomada de decisões que contribuam para o

lucro e para o desenvolvimento sustentável (FERREIRA, 2002).

Uma estratégia para o estabelecimento de boas práticas de gestão de

resíduos sólidos em organizações comprometidas com o desenvolvimento

sustentável é a Análise do Ciclo de Vida (ACV) dos diferentes materiais usados no

processo produtivo e realização das atividades de rotina. A ACV de um produto é

conhecida pela expressão “do berço ao túmulo” (cradle to grave), sendo o “berço”

(meio ambiente) é o local de onde são extraídos os recursos naturais que serão

9

convertidos em produtos e o “túmulo” é o destino final dos resíduos de produção e

consumo que não foram reusados ou reciclados pelos sistemas produtivos; assim, o

processo começa e se inicia no meio ambiente (BARBIERI & CAJAZEIRA, 2009).

A reciclagem é um dos princípios fundamentais na Análise do Ciclo de

Vida, sendo uma técnica pela qual os materiais usados e recuperados podem

retornar ao processo produtivo reduzindo a necessidade de extração de recursos do

meio ambiente. Por exemplo, produzindo uma tonelada de papel a partir de papel

usado (aparas), o consumo de água é muitas vezes menor e o consumo de energia

é cerca da metade. De acordo com Souza e Fonseca (2009), são economizados 2,5

barris de petróleo, 98 mil litros de água e 2.500 kW/h de energia elétrica a cada

tonelada de papel reciclado. Estudos mostram que com o papel reciclado, é possível

visualizar a contenção do consumo de recursos naturais, em especial4:

Madeira: uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4 m3 de

madeira, conforme o tipo de papel a ser fabricado, o que se traduz em

uma nova vida útil para de 15 a 30 árvores.

Água: na fabricação de uma tonelada de papel reciclado são

necessários apenas 2.000 litros de água, ao passo que, no processo

tradicional, este volume pode chegar a 100.000 litros por tonelada.

Nesse contexto, a ACV é uma excelente ferramenta para escolha de

alternativas, baseando-se no princípio de analisar as repercussões ambientais de

um produto ou atividade, a partir de um inventário de entradas e saídas (recursos

naturais extraídos, energia consumida e produzida, produto, subprodutos, resíduos e

rejeitos) do sistema considerado (WILLERS & RODRIGUES, 2012).

No caso do papel, Pfischer (2004) utiliza como indicador de desempenho

ambiental o percentual de reciclagem que é a razão entre o total de material

reciclado pelo total de material consumido na organização. Outros autores propõem

utilizar como indicadores de desempenho ambiental a porcentagem de resíduo

encaminhado para o aterro em relação ao total de resíduo produzido (CAMPOS,

SELIG, & SGADA, 2002).

4 Disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/semead/11semead/resultado/trabalhosPDF/87.pdf. Acesso em: 24 fev 2014.

10

Desde 1994, a organização sem fins lucrativos Compromisso Empresarial

para Reciclagem (CEMPRE) voltada à promoção da reciclagem no escopo do

conceito de gerenciamento integrado do lixo, vem reunindo informações sobre

programas municipais de coleta seletiva, fornecendo um panorama sobre

composição dos resíduos, custos de operação, participação de cooperativas de

catadores e parcela de população atendida. A Pesquisa Ciclosoft é um relatório

bianual sobre os resultados dessas pesquisas com abrangência geográfica em

escala nacional.

De acordo com os dados do último relatório publicado (CEMPRE-

Ciclosoft, 2012), o custo médio da coleta seletiva nas cidades pesquisadas foi de

US$ 212,00 (ou R$ 424,00)*. Considerando o valor médio da coleta regular de lixo

US$ 47,50 (R$ 95,00), temos que o custo da coleta seletiva ainda está 4,5 vezes

maior que o custo da coleta convencional, se for considerado apenas o aspecto

econômico, que não é o único objetivo da PNRS.

De acordo com o mesmo relatório e dados da literatura, além de ser de

origem renovável, o papel está entre os produtos que apresentam maior taxa de

reciclagem no Brasil. No total, 45,9% de todos os papéis que circularam no País, em

2012, foram encaminhados à reciclagem (SOUZA et al., 2012; CEMPRE - Ciclosoft,

2012; VILHENA, 2014).

Para sensibilizar os colaboradores para o controle do desperdício no uso

de papel e seu descarte em aterros, a A3P propõe, por exemplo, informar que para

cada 1 tonelada de produto existe a necessidade da supressão de 40 árvores. Como

uma estratégia de redução propõe o uso do modo frente e verso (impressoras c/

modo DUPLEX, serviços de reprografia) e clipping eletrônico; e na estratégia de

reutilização a confecção de blocos de rascunho com papel parcialmente utilizado,

além do encaminhamento para a reciclagem por meio da coleta seletiva e parceria

com associação de catadores.

11

RESULTADOS DO ESTUDO

a) Boas práticas

No sítio do Ministério do Meio Ambiente existe o “Banco de Boas Práticas

da Agenda Ambiental na Administração Pública A3P5” para divulgação interna e

externa das melhores práticas na área de responsabilidade socioambiental de

órgãos e instituições parceiras do Programa, permitindo o reconhecimento público

dos esforços de pessoas e organizações e fomentando a troca de experiências e a

possibilidade de replicar essas ações. Desde 2009, os projetos premiados são

elencados nas categorias: Gestão de Resíduos, Uso Racional dos Recursos

Naturais (Melhor Gestão da Água/ Energia), Inovação na Gestão Pública e Destaque

da Rede A3P.

A tabela 1 mostra um resumo dos projetos e resultados obtidos do Banco

de Boas Práticas da Agenda Ambiental na Administração Pública A3P entre os anos

2009 e 2012, disponível no sítio do Ministério do Meio Ambiente.

Tabela 1. Exemplos de projetos premiados das categorias Gestão de Resíduos, Uso Racional dos Recursos Naturais (Melhor Gestão da Água/ Energia), Inovação na Gestão Pública e Destaque da Rede A3P do Banco de Boas Práticas da A3P que apresentavam dados quantitativos com ênfase no consumo de papel e plástico (copos descartáveis).

Nome do Projeto

Instituição Objetivos Resultados obtidos

Sistema de gestão

ambiental – Programa de

gestão de resíduos sólidos e coleta seletiva

solidária

Instituição: Banco do

Nordeste do Brasil

Implementar um sistema de coleta seletiva de resíduos;

Ampliar as ações de Responsabilidade Socioambiental (doação dos resíduos a entidades de catadores);

Reduzir o consumo de copos descartáveis;

Melhorar o clima organizacional e da imagem do Banco.

15 entidades de catadores com cerca de 270 catadores beneficiadas;

economia de R$10 mil (redução em 9% do consumo de copos descartáveis)

expansão da coleta seletiva em 2009 abrangendo 139 unidades do Banco do Nordeste -29% de todas as unidades que beneficiam 34 entidades de catadores.

5 Disponível em: http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/a3p/item/520. Acesso em 22 fev 2014.

12

Programa TRT8 Ambiental

Tribunal Regional do Trabalho 8ª Região do

Pará

Reduzir o uso atual:

Consumo de 9.105.000 folhas de papel A4 (45 toneladas) e 859.100 unidades de copos plásticos (água e café);

Mensalmente eram recolhidas 2 toneladas de papel no Tribunal e Varas do Trabalho de Belém. (1 tonelada de papel = 40 árvores, logo, 1.000 árvores derrubadas/ ano);

Consumo de 4.008 m3 de água e 2.245.295 kWh no ano.

Aumento de 171,4% na utilização do sistema pré-cadastro de reclamações iniciais eletrônicas e de 150,5% a utilização do sistema de peticionamento eletrônico (entre 2007 e 2008);

Redução de 73,5% no consumo de copos descartáveis em 2008 em relação a média de 2006 e 2007;

Redução em 61,7% no consumo de papel A4 – Clorado Branco em 2008 em relação a média de 2006 e 2007;

Redução em 34,4% no consumo de papel A4 (clorado branco e reci-clado) em 2008 em relação a média de 2006 e 2007.

Programa Amazônia

Recicla

Instituição: Banco da Amazônia

Reduzir o volume de resíduos sólidos gerado pelo Banco (contribuir com a limpeza pública/ minimizar o lixo destinado aos lixões e aterros nas cidades onde opera);

Contribuir para a inclusão social (geração de trabalho e renda) dos catadores de materiais recicláveis organizados em cooperativas e associações;

Fortalecer o papel do Banco da Amazônia como exemplo de empresa com responsabilidade socioambiental em uma região onde as ameaças ao meio ambiente são freqüentes.

Total de resíduos do Banco destinados à reciclagem pela coleta seletiva entre 2005-2009.

Papel: 405440,7 (kg)

Plástico: 8.191 (kg)

Programa Agenda

Ambiental do TRE-PI*

Tribunal Regional

Eleitoral do Piauí

(*)

Reduzir em 20% o consumo de copos descartáveis

Atingir meta parcial para 2011 com redução de consumo de papel por funcionário em 5%

Redução do consumo de copos descartáveis, em 2012, foi realizado dentro da meta projetada;

O consumo de papel A4 em 2012 foi superior à meta esperada, alcançando 12,33 resmas por funcionário contra uma meta projetada de 8,97 resmas por funcionário.

13

Projeto Reciclar Empresa Brasil de

Comunicação

- Implementar coleta seletiva;

- Estabelecer parceria com associação de catadores

- doação de 8.962 Kg de papel branco, 7.780 Kg de papelão, 10.938 Kg de jornal.

(*) detalhes obtidos em relatórios específicos no próprio sítio do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí - TER-Pi6

Fonte: Elaborado pelas autoras

No caso da Caixa Econômica Federal, o Programa de Racionalização de

Gastos e Eliminação de Desperdícios – PROGED - disponível no Banco de Boas

Práticas da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) no sítio do Ministério

do Meio Ambiente, apresentou vários resultados que atendem aos princípios da

sustentabilidade, envolvendo aspectos econômicos, sociais e ambientais, conforme

pode ser observado na tabela 2.

Tabela 2. Exemplos de projetos acompanhados e implementados pelo PROGED nos anos de 2010 e 2011, que resultaram em economia de recursos naturais do programa premiado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2012.

Projeto/ ação Resultado sustentável ou economia ambiental

Armazenamento de mandados digitalizados e intimações via SIDAP

2,61 litros de água/ 28.000 folhas de papel, 0,011 toneladas de CO2/ 130,48 quilos de resíduos de obras

Redução de emissão de Guias – Programas Sociais

10,62 litros de água/ 114.000 folhas de papel/ 0,044 toneladas de CO2/ 531,24 quilos de resíduos de obras

Sistema de Assinatura de Magistrados

5,03 litros de água/ 54.000 folhas de papel/ 0,021 toneladas de CO2/ 3,03 árvores

Redução de Consumo de Papel 4,23 litros de água/ 45.412 folhas de papel/ 17,83 toneladas

de CO2/ 2,55 árvores

Adequação no Tamanho dos Recibos de Apostas das Loterias

239,151 litros de água/ 2.566.000 folhas de papel/ 1.007 toneladas de CO2/ 144,20 árvores

Serviço de FGTS pelo celular 205.040 litros de água/ 2.200.000 folhas de papel/ 0,864

toneladas de CO2/ 123,64 árvores

Fonte: Elaborado pelas autoras

6

Disponível em: http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tre-pi-indicadores-da-agenda-ambiental-dezembro-2012. Acesso em: 23 fev 2014.

14

b) Estudo de caso

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2013),

o desperdício de papel nos ministérios atinge 400 mil resmas anuais, considerando

50.000 servidores ativos, equivalente a cerca de 20 mil árvores e R$ 4 milhões.

Considerando um desperdício de 50% pela não utilização do verso da

folha (200 mil resmas), sendo o peso de 472g por resma, segundo dado coletado em

fabricantes, chega-se a um desperdício total de 94 toneladas/ano, com base no

papel sulfite A-4 – 210x297mm, de largo consumo em tais ambientes. Para fins de

cálculo da potencial redução do consumo e redução dos custos públicos com a

destinação do material descartado, foram utilizadas as seguintes avaliações:

Redução do uso do recurso público com a redução do consumo:

R$ 4.511.200,00 (400 mil resmas), considerando o preço médio de R$

11,28, estabelecido a partir da média das atas de registro de preços

com vigência entre 01/01 e 31/12/2014, considerando 5 UASG de

diversas regiões do pais, realizada no Comprasnet;

Redução do custo de coleta do material: R$ 7.329,00/ano,

considerando o custo de coleta de 94 toneladas; adotou-se como base

para cálculo da tonelada o valor de R$ 77,64. Esse valor equivale à

atualização de R$ 52,86, estabelecido como a receita necessária para

operação de um aterro médio com TIR anual do projeto de 16% no

final de 2007, em estudo da FGV/Projetos e ABETRE (Associação

Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos) atualizado de

dezembro de 2007 para janeiro de 2014 pelo índice IGPM (FGV),

comum nos contratos desse tipo de empresas com o Estado.

Redução do custo de aterro do material: R$ 14.390,00/ano,

considerando as 94 toneladas. O valor foi obtido pela multiplicação da

quantidade por R$ 152,44, equivalente à atualização pelo índice IGPM

(FGV) de R$ 97,70 de dezembro de 2006 para janeiro de 2014,

15

segundo metodologia proposta pelo Tribunal de contas de Minas

Gerais7.

Assim, somente a adoção da política de uso do verso da folha nas unidades

administrativas pode resultar nos seguintes benefícios financeiros anuais para o

conjunto de servidores ativos nos ministérios de acordo com a tabela 3:

Tabela 3. Economia de recursos públicos por meio da adoção da política de uso do verso da folha de sulfite pelo conjunto de servidores ativos nos ministérios, considerando a redução no consumo e a coleta e disposição final do resíduo.

Enfoque Valor anual potencial

Redução do consumo R$ 4.511.200,00

Coleta do resíduo (94 ton) R$ 7.329,00

Aterro do resíduo (94 ton) R$ 14.390,00

Total R$ 4.532.919,00

Fonte: Elaborado pelas autoras

A partir desse cálculo, o valor anual desperdiçado por servidor é de R$

90,66, com base em 50 mil servidores (IPEA, 2013). Se o desperdício anual

individual for aplicado ao total de servidores ativos informados no estudo da Escola

Nacional de Administração Pública (ENAP, 2013)8, considerando apenas os de nível

superior (250.152 pessoas) e os de nível médio ou técnico (258.196 pessoas), esse

valor atinge a cifra de R$ 46.086.006,16/ano.

Mesmo se consideramos a destinação do papel para as cooperativas de

catadores, conforme normativo legal vigente, embora seja uma ação social

relevante, o desperdício continua flagrante, na medida em que o retorno financeiro

para esse público é ínfimo, diante do total de recursos investidos na compra.

De forma ilustrativa, notícia publicada pela Presidência da República em julho de

7

Metodologia proposta pelo Tribunal de contas de Minas Gerais. Disponível em: http://www2.tce.pr.gov.br/xisinaop/Trabalhos/Metodologia%20para%20auditoria%20de%20servi%C3%A7os.pdf. Acesso em: 22 fev 2014.

8 Estudo da Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, 2012. Disponível em: http://www.enap.gov.br/images//130926_cartilha_servidores_publicos_federais.pdf. Acesso em: 25 fev. 2014.

16

2013 informou a obtenção, pelas cooperativas beneficiadas, de R$ 17 mil em seis

meses, para 23,5 toneladas de papel coletado9.

Segundo Medina (2000), as soluções para a questão ambiental nos

países em desenvolvimento devem também gerar empregos e promover a

participação social. O estudo de Souza e colaboradores (2012) mostrou como a

formação de cooperativas de reciclagem em diversas regiões do Brasil tem sido

objeto de investigação de pesquisas devido a importância dessa atividade para

mitigar o impacto ambiental dos resíduos sólidos urbanos e sua disposição final por

possibilitar maior sobrevida aos aterros sanitários além da economia de recursos

naturais para a sua produção e de redução no custo de transporte e depósito dos

rejeitos pagos pelo município, simultaneamente contribuindo para melhoria do

saneamento e, consequentemente, da saúde pública.

PROPOSTA DE ROTEIRO BÁSICO PARA AÇÕES SUSTENTÁVEIS NAS UNIDADES ADMINISTRATIVAS

Embora não se tenha a pretensão de esgotar o assunto, consideramos

relevante indicar algumas ações práticas que podem ser implantadas nas unidades

administrativas, de implementação relacionada à quebra de paradigmas e à

mudança de atitude e comportamento do servidor, que elencamos a seguir.

Aproveitamento dos dois lados do papel (frente e verso);

Adoção de padrões de elaboração de documentos oficiais com redução

das margens e do espaço entre linhas;

Nos serviços contratados – em especial de consultoria – exigir a

apresentação de relatórios, apostilas, pareceres técnicos e jurídicos e

outros materiais com margem reduzida, espaçamento entrelinhas de 1

e utilização dos dois lados do papel;

9 05.07.2013 - Cooperativa de catadores recicla 5,1 toneladas de resíduos da Presidência da República ao mês. http://www.secretariageral.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2013/07/05-07-2013-cooperativa-de-catadores-recicla-5-1-toneladas-de-residuos-da-presidencia-da-republica-ao-mes

17

Acordo com as áreas jurídicas para redução das margens e utilização

dos dois lados do papel nos pareceres jurídicos, que comumente são

apresentados em apenas uma coluna de texto;

Assinatura de jornais e periódicos eletrônicos e distribuição em rede

nas unidades;

Utilização de documentos digitais em substituição aos impressos,

reduzindo estes últimos aos casos absolutamente necessários ou

exigidos pela legislação;

Revisão dos formulários e modelos adotados, reduzindo a utilização de

fontes em negrito e uso de tarjas que consumam muita tinta na

impressão;

Uso de canecas e não de copos descartáveis;

Revisão dos itens constantes das bases de dados disponíveis para

seleção de compras, com a identificação daqueles que promovam

maior contribuição para a sustentabilidade e, sempre que possível com

adoção de padrões de sugestão para compras sustentáveis;

Leitura de documentos na tela do computador em substituição à

impressão e/ou uso da opção rascunho na impressão de documentos

em caráter não definitivo;

Criação de PEV – Posto de Entrega Voluntária - de papel para reciclar

em cada órgão com premiação pelos melhores índices de redução

(consumo no almoxarifado) e reaproveitamento (mediante o controle do

consumo no almoxarifado x materiais entregues no PEV), induzindo os

colaboradores a uma concorrência positiva entre áreas.

Embora algumas dessas ações já tenham sido anteriormente

apresentadas por outras instituições, consideramos fundamental, no processo de

educação ambiental, disseminar as boas ideias sempre que possível, de forma a

permitir sua constante replicação.

18

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma das principais contribuições dessa pesquisa é a identificação de uma

série de iniciativas bem sucedidas (premiadas ou não) e passíveis de serem

replicadas em diversos setores administrativos dos órgãos públicos federais,

estaduais e municipais.

A limitação deste estudo está relacionada aos atributos dos dados

disponíveis sobre as metas e indicadores do Programa A3P e a concentração no

escopo federal. As informações são apresentadas com dados qualitativos, sem uma

análise comparativa de antes e depois de ações de sensibilização em termos

numéricos e econômicos. Mesmo quando existem informações monetárias, não é

possível interpretar esses valores com relação ao desenvolvimento do programa.

Também cabe destacar que, na consulta ao Comprasnet foi observado

que há uma variedade muito grande de descrições e códigos diferentes para o

mesmo papel, sendo um elemento que poderia induzir à compra de papéis

inadequados ou com preços diferenciados e até mesmo dificultando a gestão do

preço das aquisições desse material.

Como proposta desse estudo, existe a possibilidade de empregar a

mesma lógica de redução dos custos públicos a partir da quebra de paradigmas e

mudança de comportamento pelos servidores com a adoção da diminuição das

margens e uso de entrelinha simples nos relatórios entregues pelas empresas

contratadas – em especial de consultoria – e nos pareceres jurídicos.

Além disso, para ampliar o alcance da A3P, a regra de uso do verso da

folha poderia ser imposta aos fornecedores e parceiros, resultando em maior

benefício econômico, social e ambiental para a própria sociedade – mais um critério

a ser adotado para licitações sustentáveis.

Sugere-se, para futuros estudos, uma pesquisa quantitativa estruturada

em documentos institucionais e demonstrações contábeis em diferentes parceiros

com Adesão à Rede A3P tanto para identificar mais exemplos de Boas Práticas

quanto para ampliar a compreensão dos benefícios sociais, ambientais e

econômicos desse programa. Outra sugestão futura é a pesquisa em órgãos dos

demais níveis de governo, com a mesma finalidade.

19

REFERÊNCIAS

BARBIERI, Jose Carlos; CAJAZEIRA, Jorge Emanuel Reis. Avaliação do Ciclo de Vida do Produto como Instrumento de Gestão da Cadeia de Suprimento. In: XII Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais, 2009, São Paulo. SIMPOI 2009 - XII Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais. São Paulo: FGV/EAESP, 2009. v. 1. p. 1-16.

BRACELPA. Confederação Nacional da Indústria. Associação Brasileira de Celulose e Papel. Florestas plantadas: oportunidades e desafios da indústria brasileira de celulose e papel no caminho da sustentabilidade. Confederação Nacional da indústria. Associação Brasileira de Celulose e Papel. – Brasília : CNi, 2012. 57p.

BRASIL, Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

BRASIL, Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.

BRASIL. Decreto nº 5.940, de 26 de outubro de 2006. Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências.

BRASIL. MMA Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental. Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental. A3P. Agenda Ambiental na Administração Pública. 5ª Edição. Revista e atualizada. Brasília – DF: MMA. 2009. 100p.

CAMPOS, L. M. S.; SELIG, P. M. SGADA - Sistema de Gestão e Avaliação do Desempenho Ambiental: Um Modelo de SGA que utiliza o BSC. In: Encontro Nacional de Administração Pública (ENAPAD), 2002.

CEMPRE - Compromisso Empresarial para a Reciclagem - Banco de Dados. Ciclosoft, 2012. Disponível em: http://www.cempre.org.br/ciclosoft_2012.php. Acesso em: 29/01/2014.

CEMPRE - Compromisso Empresarial para a Reciclagem – Review, 2013. Disponível em: http://www.cempre.org.br/download/CEMPRE_review_2013.pdf. Acesso em: 22/02/2014.

CMMAD. Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getulio Vargas, 1991. 430p

20

COSTA, Daniela Viegas da; TEODOSIO, Armindo dos Santos de Sousa. Desenvolvimento sustentável, consumo e cidadania: um estudo sobre a (des)articulação da comunicação de organizações da sociedade civil, do estado e das empresas. RAM, Rev. Adm. Mackenzie (Online), São Paulo, v. 12, n. 3, June 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-69712011000300006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 fev. 2014.

FERREIRA, Aracéli Cristina de Sousa. Contabilidade ambiental. In: SCHMIDT, Paulo. (Org.). Controladoria: agregando valor para a empresa. Porto Alegre: Bookman, 2002.

IPEA - Revista Eletrônica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Melhores Práticas - Eficiência contra o desperdício na administração pública, 2013. Ano 10. 76ª Edição. 25/02/2013. Disponível em: http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2914:catid=28&Itemid=23. Acesso em: 22 fev 2014.

JACOBI, P. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, n. 118, p. 15-27, mar. 2003.

JACOBI, Pedro Roberto; BESEN, Gina Rizpah. Gestão de resíduos sólidos em São Paulo: desafios da sustentabilidade. Estud. av., São Paulo, v. 25, n. 71, abr. 2011. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142011000100010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22: fev. 2014.

KRAEMER, M. E. P. Indicadores ambientais como sistema de informação. In: XXIV Encontro Nacional de Engenharia de Produção e X International Conference on Industrial Engineering and Operations Management, 2004, Florianópolis - SC. ENEGEP. São Paulo: ABEPRO, 2004.

MEDINA, M. Scavenger cooperatives in Asia and Latin America. 2000. Disponível em: http://www.wiego.org/ WIEGO_En_Espanol/publicaciones/FactSheet-Rec-Spanish.pdf. Acesso em 23 fev. 2014

OECD. Organization for Economic Cooperation and Development. Core set of indicators for environmental performance reviews; a synthesis report by the group on the State of the environment. Paris, 1993.

PFITSCHER, E. D. Gestão e sustentabilidade através da contabilidade e controladoria ambiental: estudo de caso na cadeia produtiva de arroz ecológico. 2004. 252f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

SOUZA, Maria Tereza Saraiva de; PAULA, Mabel Bastos de; SOUZA-PINTO, Helma de. O papel das cooperativas de reciclagem nos canais reversos pós-consumo. Rev. adm. empres., São Paulo, v. 52, n. 2, Apr. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75902012000200010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 fev. 2014.

21

SOUZA, Sueli F. de; FONSECA, Sérgio Ulisses L. da. Logística reversa: oportunidades para redução de custos em decorrência da evolução do fator ecológico. Revista do terceiro setor, v.3, n.1, 2009. p. 29-39. Disponível em: http://revistas.ung.br/index.php/3setor/article/view/512/606. Acesso: 20 ago 2013.

VILHENA, André (org.). Guia da coleta seletiva de lixo. 2ª ed. Texto e coordenação André Vilhena. São Paulo: CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem, 2014. 52p.

WILLERS, C.D.; RODRIGUES, L.B. Um panorama sobre a avaliação do ciclo de vida com base nos anais do Simpósio de Engenharia de Produção. Revista Gestão Industrial, v.8, n.1, p. 199-218, 2012.

22

___________________________________________________________________

AUTORIA

Francisca Candida Candeias de Moraes – Fundação Getulio Vargas – Rio de Janeiro – Brasil.

Endereço eletrônico: [email protected] Heloisa Candia Hollnagel – Universidade Federal de São Paulo – São Paulo – Brasil.

Endereço eletrônico: [email protected]