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1538 Fls PRESTAÇÃO DE CONTAS DO PREFEITO EXERCÍCIO DE 2010 Município de Florianópolis Data de Fundação 23/03/1726 População: 421.203 habitantes (IBGE - 2010) PIB: 8.120,99 (em milhões) (IBGE - 2008)

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  • 1538 Fls

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    PRESTAO DE CONTAS DO PREFEITO

    EXERCCIO DE 2010

    Municpio de Florianpolis

    Data de Fundao 23/03/1726

    Populao: 421.203 habitantes (IBGE - 2010)

    PIB: 8.120,99 (em milhes)

    (IBGE - 2008)

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    S U M R I O

    INTRODUO ............................................................................................................ 3

    1.1. MANIFESTAO DO PREFEITO MUNICIPAL.................................................... 4

    1.2. CARACTERIZAO DO MUNICPIO .................................................................. 4

    2. DA REINSTRUO ................................................................................................ 6

    3. ANLISE DA GESTO ORAMENTRIA .............................................................. 6

    3.1. Apurao do resultado oramentrio .......................................................................... 7

    3.2. Anlise do resultado oramentrio .............................................................................. 8

    3.3. Anlise das receitas e despesas oramentrias ............................................................ 9

    4. ANLISE DA GESTO PATRIMONIAL E FINANCEIRA ...................................... 16

    4.1. Situao Patrimonial .................................................................................................. 16

    4.2. Anlise do resultado financeiro.................................................................................. 18

    4.3. Anlise da evoluo patrimonial e financeira ............................................................. 18

    5. ANLISE DO CUMPRIMENTO DE LIMITES ........................................................ 21

    5.1. Sade ........................................................................................................................ 22

    5.2. Ensino ........................................................................................................................ 23

    5.2.1. Limite de 25% das receitas de impostos e transferncias .................................... 23

    5.2.2. FUNDEB............................................................................................................... 24

    5.3. Limites de gastos com pessoal (LRF) .......................................................................... 27

    5.3.1. Limite mximo para os gastos com pessoal do Municpio .................................... 27

    5.3.2. Limite mximo para os gastos com pessoal do Poder Executivo .......................... 28

    5.3.3. Limite mximo para os gastos com pessoal do Poder Legislativo ......................... 29

    6. DO CONTROLE INTERNO ................................................................................... 30

    7. DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANA E DO ADOLESCENTE -

    FIA ............................................................................................................................. 31

    8. INCONSISTNCIAS CONTBEIS ........................................................................ 33

    9. OUTRAS RESTRIES ....................................................................................... 33

    10. SNTESE DO EXERCCIO DE 2010 ................................................................... 48

    CONCLUSO ............................................................................................................ 48

    ANEXO ...................................................................................................................... 52

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    1540 Fls

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    PROCESSO PCP 11/00172855

    UNIDADE Municpio de Florianpolis

    RESPONSVEL Sr. Drio Elias Berger - Prefeito Municipal

    ASSUNTO Prestao de Contas do Prefeito referente ao ano de 2010

    RELATRIO N 5797/2011

    INTRODUO

    O Tribunal de Contas de Santa Catarina, no uso de suas competncias

    para a efetivao do controle externo consoante disposto no artigo 31, 1, da

    Constituio Federal e dando cumprimento s atribuies assentes nos artigos 113

    da Constituio Estadual e 50 e 54 da Lei Complementar n 202/2000, procedeu ao

    exame das Contas apresentadas pelo Municpio de Florianpolis, relativas ao

    exerccio de 2010.

    O presente Relatrio abrange a anlise do Balano Anual do exerccio

    financeiro de 2010 e as informaes dos registros contbeis e de execuo

    oramentria enviadas por meio eletrnico, buscando evidenciar os resultados

    alcanados pela Administrao Municipal, em atendimento s disposies dos

    artigos 20 a 26 da Resoluo n TC-16/94 e artigo 22 da Instruo Normativa n TC-

    02/2001, bem como o artigo 3, I da Instruo Normativa n TC-04/2004.

    A referida anlise deu-se basicamente na situao Patrimonial, Financeira

    e na Execuo Oramentria do Municpio, no envolvendo o exame de legalidade e

    legitimidade dos atos de gesto, o resultado de eventuais auditorias oriundas de

    denncias, representaes e outras, que devem integrar processos especficos, a

    serem submetidos apreciao deste Tribunal de Contas.

    No que tange a anlise da situao Patrimonial e Financeira foram

    abordados aspectos sobre a composio do Balano, apurao do resultado

    financeiro e de quocientes patrimoniais e financeiros para auxiliar a anlise dos

    resultados ao longo dos ltimos cinco exerccios.

    Registre-se que a mdia regional indicada no presente relatrio

    corresponde respectiva Associao de Municpios que abrange Florianpolis,

    sendo que as mdias apresentadas foram geradas em 10/11/2011.

    Com referncia a anlise da Gesto Oramentria tomou-se por base os

    instrumentos legais do processo oramentrio, a execuo do oramento de forma

    consolidada a apurao e a evoluo do resultado oramentrio, atentando-se para

    o cumprimento dos limites constitucionais e legais estabelecidos no ordenamento

    jurdico vigente.

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    .

    1.1. MANIFESTAO DO PREFEITO MUNICIPAL

    Procedido o exame das contas do exerccio de 2010 do Municpio, foi

    emitido o Relatrio n 4913/2011, de 21/10/2011 (fls. 1287 a 1348 dos autos),

    integrante do Processo no PCP 11/00172855.

    Referido Processo foi tramitado ao Exmo. Conselheiro Relator, que

    decidiu devolver DMU para que esta encaminhasse ao Responsvel poca, Sr.

    Drio Elias Berger, no sentido de manifestar-se sobre a restrio contida no item

    1.1 da parte conclusiva do citado Relatrio, nos termos do art. 52 da Lei

    Complementar n 202/2000 e art. 57, 3 do Regimento Interno, o que foi efetuado

    atravs do Ofcio TCE/DMU n 20.888/2011, de 26/10/2011.

    Conforme solicitao do Exmo. Conselheiro Relator, o Prefeito Municipal,

    por meio do documento protocolado neste TCE/SC sob o n 022152/2011 de

    10/11/2011, apresentou alegaes de defesa (assim como remeteu documentos)

    sobre a restrio contida no aludido Relatrio, estando anexadas s folhas 1352 a

    1537 dos autos.

    Considerando que o Exmo. Conselheiro Relator, em seu Despacho,

    determinou que o Responsvel se manifestasse especificamente acerca da restrio

    contida no item 1.1 da concluso do citado Relatrio, nesta oportunidade, somente

    ser analisada por esta Instruo referida restrio, ainda que tenha o Responsvel

    se manifestado sobre as demais.

    Assim, retornaram os autos a esta Diretoria para a devida reinstruo.

    1.2. CARACTERIZAO DO MUNICPIO1

    A Ilha de Santa Catarina visitada por navegadores de vrias

    nacionalidades desde o incio do sculo XVI. Fundada por bandeirantes paulistas em

    fins do sculo XVII, com o nome de Nossa Senhora do Desterro, Florianpolis no

    passava de uma modesta vila de pescadores. Conquista em 1726 a sua

    emancipao poltica e recebe, entre 1748 e 1756, expressivas levas de

    colonizadores aorianos e madeirenses. Com a independncia do Brasil, Desterro

    se torna capital da Provncia de Santa Catarina. J no sculo XX, rebatizada como

    Florianpolis, a cidade reafirma sua vocao como prestadora de servios, em

    especial depois da chegada da iluminao pblica e da inaugurao da Ponte

    Herclio Luz, em 1926. Com a implantao da Universidade Federal, entre os anos

    de 1950 e 1960, e a inaugurao da BR-101, na dcada de 1970, Florianpolis

    firma-se como grande plo turstico estadual.

    1 Disponvel em: www.sc.gov.br/portalturismo

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    1542 Fls

    .

    O Municpio de Florianpolis tem uma populao estimada em 421.2032

    habitantes e ndice de Desenvolvimento Humano de 0,883. O Produto Interno Bruto

    alcanava o valor de R$ 8.120.985.896,004, revelando um PIB per capita poca de

    R$ 20.184,09, considerando uma populao estimada em 2008 de 402.346

    habitantes.

    Grfico 01 Produto Interno Bruto PIB

    Fonte: IBGE 2008

    No tocante ao desenvolvimento econmico e social mensurado pelo

    IDH/PNUD/2000, o Municpio de Florianpolis encontra-se na seguinte situao:

    2 IBGE - 2010

    3 PNUD - 2000

    4 Produto Interno Bruto dos Municpios IBGE/2008

    0,00

    1.000.000.000,00

    2.000.000.000,00

    3.000.000.000,00

    4.000.000.000,00

    5.000.000.000,00

    6.000.000.000,00

    7.000.000.000,00

    8.000.000.000,00

    9.000.000.000,00

    Mdia GRANFPOLIS MUNICPIO

    773.643.421,68

    8.120.985.896,00

    PIB EM REAIS

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    .

    Grfico 02 ndice de Desenvolvimento Humano IDH

    Fonte: PNUD 2000

    2. DA REINSTRUO

    Procedida a reinstruo apurou-se o que segue:

    3. ANLISE DA GESTO ORAMENTRIA

    A anlise da gesto oramentria envolve os seguintes aspectos:

    demonstrao da apurao do resultado oramentrio do presente exerccio, com a

    demonstrao dos valores previstos ou autorizados pelo Poder Legislativo;

    apurando-se quocientes que demonstram a evoluo relativa do resultado da

    execuo oramentria do Municpio; a demonstrao da execuo das receitas e

    despesas, cotejando-as com os valores orados, bem como a evoluo do esforo

    tributrio, IPTU per capita e o esforo de cobrana da dvida ativa. Por fim, apura-se

    o total da receita com impostos (includas as transferncias de impostos) e a receita

    corrente lquida.

    Segue abaixo os instrumentos de planejamento aplicveis ao exerccio

    em anlise, as datas das audincias pblicas realizadas e o valor da receita e

    despesa inicialmente oradas:

    0,70

    0,72

    0,74

    0,76

    0,78

    0,80

    0,82

    0,84

    0,86

    0,88

    BRASIL SANTA CATARINA Mdia GRANFPOLIS MUNICPIO

    0,766

    0,822

    0,800

    0,880

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    .

    Quadro 01 Leis Oramentrias

    LEIS DATA DAS AUDINCIAS RECEITA ESTIMADA

    1.250.481.509,00 PPA 7874/09 31/03/2009

    LDO 7934/09 15/06/2009 DESPESA FIXADA

    1.250.481.509,00 LOA 8107/09 25/09/2009

    3.1. Apurao do resultado oramentrio

    A execuo oramentria do Municpio pode ser demonstrada,

    sinteticamente, da seguinte forma:

    Quadro 02 Demonstrao do Resultado da Execuo Oramentria (em Reais) 2010

    Descrio Previso/Autorizao Execuo % Executado

    RECEITA 1.250.481.509,00 919.808.343,92 73,56

    DESPESA (considerando as alteraes oramentrias)

    1.299.413.442,40 893.792.336,90 68,78

    Supervit de Execuo Oramentria 26.016.007,02

    Resultado Oramentrio Consolidado Excludo RPPS

    Resultado Consolidado Resultado do

    RPPS Resultado s/

    RPPS

    RECEITA 919.808.343,92 68.788.759,43 851.019.584,49

    DESPESA 893.792.336,90 46.301.237,99 847.491.098,91

    Supervit de Execuo Oramentria

    26.016.007,02 22.487.521,44 3.528.485,58

    Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado.

    Obs.: A divergncia no montante de R$ 2.076.619,68 entre a variao do patrimnio financeiro

    ajustado sem RPPS e o resultado da execuo oramentria ajustada sem RPPS, deduzido o

    cancelamento de restos a pagar no valor de R$ 18.869.459,60, consta do Captulo 8

    Inconsistncias Contbeis, deste Relatrio.

    O confronto entre a receita arrecadada e a despesa realizada, resultou no

    Supervit de execuo oramentria da ordem de R$ 26.016.007,02,

    correspondendo a 2,83% da receita arrecadada.

    Salienta-se que o resultado consolidado, Supervit de R$ 26.016.007,02,

    composto pelo resultado do Oramento Centralizado - Prefeitura Municipal,

    Supervit de R$ 4.472.671,42 e do conjunto do Oramento das demais Unidades

    Municipais Supervit de R$ 21.543.335,60.

    Excluindo o resultado oramentrio do Regime Prprio de

    Previdncia o municpio apresentou Supervit de R$ 3.528.485,58.

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    .

    3.2. Anlise do resultado oramentrio

    A anlise da evoluo do resultado oramentrio facilitada com o uso de

    quocientes, pois os resultados absolutos expressos nas demonstraes contbeis

    so relativizados, permitindo a comparao de dados entre exerccios e municpios

    distintos.

    A seguir exibido quadro que evidencia a evoluo do Quociente de

    Resultado Oramentrio do municpio de Florianpolis nos ltimos 5 anos:

    Quadro 03 Quocientes de Resultado Oramentrio Excludo RPPS 2006-2010

    ITENS / ANO 2006 2007 2008 2009 2010 1 Receita realizada 495.696.358,70 569.082.916,63 654.464.468,23 739.285.448,31 851.019.584,49

    2 Despesa executada 497.235.122,74 563.915.599,82 662.104.507,60 757.796.756,50 847.491.098,91

    QUOCIENTE 2006 2007 2008 2009 2010 Resultado Oramentrio (12) 1,00 1,01 0,99 0,98 1,00

    Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado e anlise tcnica.

    O resultado oramentrio pode ser verificado por meio do quociente entre

    a receita oramentria e a despesa oramentria. Quando esse indicador for

    superior a 1,00 tem-se que o resultado oramentrio foi superavitrio (receitas

    superiores s despesas).

    Grfico 03 Evoluo dos Quocientes de Resultado Oramentrio: 2006 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    1,00

    1,01

    0,99

    0,98

    1,00

    0,96

    0,97

    0,98

    0,99

    1,00

    1,01

    1,02

    1,03

    2006 2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios

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    .

    3.3. Anlise das receitas e despesas oramentrias

    Os quadros que sintetizam a execuo das receitas e despesas no

    exerccio trazem tambm os valores previstos ou autorizados pelo Legislativo

    Municipal, de forma que se possa avaliar a destinao de recursos pelo Poder

    Executivo, bem como o cumprimento de imposies constitucionais.

    No mbito do Municpio, a receita oramentria pode ser entendida como

    os recursos financeiros arrecadados para fazer frente s suas despesas.

    A receita arrecadada do exerccio em exame atingiu o montante de R$

    919.808.343,92, equivalendo a 73,56% da receita orada.

    As receitas por origem e o cotejamento entre os valores previstos e os

    arrecadados so assim demonstrados:

    Quadro 04 Comparativo da Receita Oramentria Prevista e Arrecadada (em Reais): 2010

    RECEITA POR ORIGEM PREVISO ARRECADAO %

    ARRECADADO

    Receita Tributria 366.736.903,00 380.461.962,67 103,74

    Receita de Contribuies 34.096.704,00 47.284.544,02 138,68

    Receita Patrimonial 13.778.397,00 14.000.218,24 101,61

    Transferncia Corrente 404.786.847,00 324.656.353,76 80,20

    Outras Receitas Correntes 156.483.438,00 79.392.593,32 50,74

    Receitas Correntes Intra-Oramentrias 27.126.353,00 35.146.590,40 129,57

    Operaes de Crdito 59.720.000,00 3.903.697,22 6,54

    Alienao de Bens 7.560.000,00 30.400,00 0,40

    Amortizao de Emprstimos 238.516,00 46.719,78 19,59

    Transferncias de Capital 179.954.351,00 34.885.264,51 19,39

    TOTAL DA RECEITA 1.250.481.509,00 919.808.343,92 73,56 Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado.

    mailto:c@[11571]mailto:c@[11572]mailto:c@[11573]mailto:c@[11577]mailto:c@[11578]mailto:c@[11579]mailto:c@[11580]mailto:c@[11581]mailto:c@[11582]
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    1547 Fls

    .

    Grfico 05 Composio da Receita Oramentria Arrecadada: 2010

    Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado.

    O grfico anterior apresenta a relao de cada receita por origem com o

    total arrecadado no exerccio. Destaca-se que parcela significativa da receita,

    35,30%, est concentrada na transferncia corrente.

    Um aspecto importante a ser analisado na gesto da receita oramentria

    pode ser traduzido como esforo tributrio. O grfico que segue mostra a evoluo

    da receita tributria em relao ao total das receitas correntes do Municpio.

    Tributria 41,36% Contribuies 5,14%

    Patrimonial 1,52%

    Transferncia Corrente 35,30%

    Outras Correntes

    8,63%

    Correntes Intra-Oramentrias 3,82%

    Operaes de Crdito 0,42%

    Alienao de Bens 0,00%

    Amortizao de Emprstimos 0,01%

    Transferncias de Capital 3,79%

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    .

    Grfico 06 Evoluo do Esforo Tributrio (%): 2006 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    Relativamente s receitas arrecadadas, deve-se dar destaque s receitas

    prprias com impostos no exerccio da competncia tributria estabelecida

    constitucionalmente e exigida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

    Nesse sentido, destaca-se no grfico a seguir a evoluo do IPTU

    arrecadado per capita nos ltimos 5 (cinco) anos.

    Grfico 07 Evoluo Comparativa do IPTU per capita (em Reais): 2006 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados, IBGE e anlise tcnica.

    43,68 43,00 44,95

    42,36 44,98

    0,00

    5,00

    10,00

    15,00

    20,00

    25,00

    30,00

    35,00

    40,00

    45,00

    50,00

    2006 2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios

    182,00 202,68

    223,57 244,66

    302,23

    0,00

    50,00

    100,00

    150,00

    200,00

    250,00

    300,00

    350,00

    2006 2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 12

    1549 Fls

    .

    A Dvida Ativa apresentou o seguinte comportamento no exerccio em

    anlise:

    Quadro 05 Movimentao da Dvida Ativa (em Reais): 2010

    Saldo

    Anterior Inscrio

    Atualiza

    o, juros e

    multa

    Provis

    o

    (lquida

    )

    Recebiment

    o

    Outras

    Baixas

    Saldo

    Final

    354.136.178,

    62

    116.611.108,

    63 0,00 0,00

    46.542.110,4

    7

    13.717.690,2

    0

    410.487.486,

    58

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados.

    Importante tambm analisar a eficincia na cobrana da dvida ativa ao

    longo dos ltimos cinco anos. O grfico seguinte mostra o percentual de dvida ativa

    recebida em relao ao saldo do exerccio anterior:

    Grfico 08 Evoluo do Esforo de Cobrana da Dvida Ativa (%): 2006 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    No tocante as despesas executadas em contraposio s oradas

    (incluindo as alteraes oramentrias), segundo a classificao funcional, tem-se a

    demonstrao do prximo quadro:

    5,53 6,46

    5,26

    6,91

    13,14

    0,00

    5,00

    10,00

    15,00

    20,00

    25,00

    2006 2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 13

    1550 Fls

    .

    Quadro 06 Comparativo entre a Despesa por Funo de Governo Autorizada e Executada: 2010

    DESPESA POR FUNO DE GOVERNO

    AUTORIZAO (R$) EXECUO (R$) % EXECUTADO

    01-Legislativa 32.499.000,00 29.521.432,19 90,84

    02-Judiciria 6.297.120,00 5.921.921,92 94,04

    04-Administrao 191.303.049,37 129.547.324,94 67,72

    06-Segurana Pblica 40.647.693,00 32.906.608,40 80,96

    08-Assistncia Social 44.524.083,50 21.921.362,41 49,23

    09-Previdncia Social 67.187.589,00 58.621.477,81 87,25

    10-Sade 227.262.721,99 178.371.218,33 78,49

    11-Trabalho 10.797.261,50 8.332.544,53 77,17

    12-Educao 218.348.127,00 197.696.215,41 90,54

    13-Cultura 23.257.251,84 6.334.733,42 27,24

    15-Urbanismo 219.799.232,50 77.427.168,48 35,23

    16-Habitao 8.251.732,75 1.448.459,82 17,55

    17-Saneamento 146.933.613,39 103.453.639,68 70,41

    18-Gesto Ambiental 15.009.458,00 11.306.773,93 75,33

    19-Cincia e Tecnologia 538.000,00 125.170,00 23,27

    23-Comrcio e Servios 20.614.047,00 10.378.745,11 50,35

    26-Transporte 2.726.317,00 147.727,60 5,42

    27-Desporto e Lazer 9.720.144,56 5.114.956,52 52,62

    28-Encargos Especiais 16.547.000,00 15.214.856,40 91,95

    99-Reserva de Contingncia 50.000,00 - -

    TOTAL DA DESPESA 1.302.313.442,40 893.792.336,90 68,63

    Fontes: Dados do Sistema e-Sfinge Mdulo Planejamento e Demonstrativos do Balano Geral

    consolidado.

    Obs.: A divergncia entre os crditos autorizados constante do Anexo 11 e o informado via Sistema

    e-Sfinge Mdulo Planejamento, consta do Captulo 8 Inconsistncias Contbeis, deste Relatrio.

    A anlise entre despesa autorizada e executada configura-se importante

    quando se tem como objetivo subsidiar o parecer prvio, permitindo identificar quais

    funes foram priorizadas ou contingenciadas em relao deliberao legislativa

    no tocante ao oramento municipal.

    O grfico seguinte demonstra o cotejamento entre as despesas

    autorizadas e executadas segundo as funes de governo. Trata-se de uma

    representao grfica do Quadro anterior.

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    1551 Fls

    .

    Grfico 09 Despesa Oramentria por Funo de Governo Autorizada x Executada: 2010

    Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado e anlise tcnica.

    A evoluo das despesas executadas por funo de governo est

    demonstrada no quadro a seguir:

    Quadro 07 Evoluo das Despesas Executadas por Funo de Governo (em Reais): 2006 2010

    DESPESA POR FUNO DE GOVERNO

    2006 2007 2008 2009 2010

    01-Legislativa 26.312.292,59 24.010.257,68 26.548.464,37 30.920.835,81 29.521.432,19

    02-Judiciria 2.424.831,17 3.344.783,54 6.944.216,82 16.253.751,98 5.921.921,92

    04-Administrao 177.055.938,09 194.277.118,90 121.882.130,30 128.999.147,77 129.547.324,94

    05-Defesa Nacional 4.367,00 1.456,82 4.490,00 - -

    06-Segurana Pblica 1.122.206,82 6.718.644,77 9.083.567,06 9.119.552,55 32.906.608,40

    07-Relaes Exteriores - - 93,53 - -

    08-Assistncia Social 9.278.296,25 10.713.537,03 23.163.034,46 26.063.801,68 21.921.362,41

    09-Previdncia Social 23.197.879,48 38.416.464,29 38.757.600,05 47.309.376,28 58.621.477,81

    10-Sade 76.516.314,83 91.916.809,15 122.859.930,09 151.994.358,82 178.371.218,33

    11-Trabalho 4.337.380,63 4.983.916,43 6.612.624,09 8.954.444,78 8.332.544,53

    12-Educao 110.029.671,24 128.581.395,85 146.284.075,31 174.843.236,09 197.696.215,41

    13-Cultura 1.815.642,32 2.020.990,41 11.233.851,21 21.553.066,67 6.334.733,42

    14-Direitos da Cidadania 5.806,38 14.600,00 - - -

    15-Urbanismo 63.072.072,40 53.991.275,06 112.276.790,06 116.904.659,57 77.427.168,48

    16-Habitao 4.702.367,49 6.328.399,48 8.322.070,24 8.618.536,60 1.448.459,82

    17-Saneamento 98.603,53 594.191,94 21.674.174,97 21.763.623,98 103.453.639,68

    18-Gesto Ambiental 209.586,91 181.089,38 3.310.654,91 6.800.265,00 11.306.773,93

    19-Cincia e Tecnologia - - - - 125.170,00

    90,84 94,04 67,72 80,96 49,23 87,25 78,49 77,17 90,54 27,24 35,23 17,55 70,41 75,33 23,27 50,35 5,42 52,62 91,95

    0,00 100.000.000,00 200.000.000,00 300.000.000,00

    01-Legislativa 02-Judiciria

    04-Administrao 06-Segurana Pblica 08-Assistncia Social

    09-Previdncia Social 10-Sade

    11-Trabalho 12-Educao

    13-Cultura 15-Urbanismo 16-Habitao

    17-Saneamento 18-Gesto Ambiental

    19-Cincia e Tecnologia 23-Comrcio e Servios

    26-Transporte 27-Desporto e Lazer

    28-Encargos Especiais 99-Reserva de Contingncia

    AUTORIZAO

    EXECUO

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 15

    1552 Fls

    .

    DESPESA POR FUNO DE GOVERNO

    2006 2007 2008 2009 2010

    20-Agricultura 19.328,01 249.063,72 - - -

    23-Comrcio e Servios 7.488.097,28 8.152.694,73 3.757.188,79 6.302.036,84 10.378.745,11

    26-Transporte 164.643,63 81.510,71 12.025,70 - 147.727,60

    27-Desporto e Lazer 2.607.607,16 3.011.244,28 4.373.434,64 5.021.079,79 5.114.956,52

    28-Encargos Especiais 12.639.776,69 14.435.768,12 19.342.340,29 14.946.658,90 15.214.856,40

    TOTAL DA DESPESA REALIZADA 523.102.709,90 592.025.212,29 686.442.756,89 796.368.433,11 893.792.336,90

    Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado.

    No quadro a seguir, demonstra-se a apurao das receitas decorrente de

    impostos, informao utilizada no clculo dos limites com sade e educao.

    Quadro 08 Apurao da Receita com Impostos: 2010

    RECEITAS COM IMPOSTOS (includas as transferncias de impostos)

    Valor (R$) %

    Imposto Predial e Territorial Urbano 127.300.251,39 22,00

    Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza 134.590.678,52 23,26

    Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza 28.722.040,59 4,96

    Imposto s/Transmisso Inter vivos de Bens Imveis e Direitos Reais sobre Bens Imveis

    42.412.492,42 7,33

    Cota do ICMS 103.047.644,90 17,81

    Cota-Parte do IPVA 48.760.371,18 8,43

    Cota-Parte do IPI sobre Exportao 2.224.048,89 0,38

    Cota-Parte do FPM 70.247.673,28 12,14

    Cota do ITR 12.491,73 0,00

    Transferncias Financeiras do ICMS - Desonerao L.C. n 87/96 666.027,48 0,12

    Receita de Dvida Ativa Proveniente de Impostos 19.382.414,81 3,35

    Receita de Multas e Juros provenientes de impostos, inclusive da dvida ativa decorrente de impostos

    1.162.403,77 0,20

    TOTAL DA RECEITA COM IMPOSTOS 578.528.538,96 100,00

    Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado.

    O ingresso de recursos provenientes de impostos tem importncia na

    gesto oramentria municipal, eis que serve como denominador dos percentuais

    mnimos de aplicao em sade e educao.

    Da mesma forma, o total da Receita Corrente Lquida (RCL), demonstrado

    no quadro seguinte, serve como parmetro para o clculo dos percentuais mximos

    das despesas de pessoal estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal.

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 16

    1553 Fls

    .

    Quadro 09 Apurao da Receita Corrente Lquida: 2010

    DEMONSTRATIVO DA RECEITA CORRENTE LQUIDA DO MUNICPIO Valor (R$)

    Receitas Correntes Arrecadadas 889.856.017,12

    (-) Deduo das receitas para formao do FUNDEB 44.060.345,11

    (-) Compensao entre Regimes de Previdncia 620.366,38

    (-) Contribuio dos Servidores ao Regime Prprio de Previdncia e/ou Assistncia

    28.713.438,94

    TOTAL DA RECEITA CORRENTE LQUIDA 816.461.866,69

    Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado.

    4. ANLISE DA GESTO PATRIMONIAL E FINANCEIRA

    A anlise compreendida neste captulo consiste em demonstrar a situao

    patrimonial existente ao final do exerccio, em contraposio situao existente no

    final do exerccio anterior; discriminando especificamente a variao da situao

    financeira do municpio e sua capacidade de pagamento de curto prazo.

    Em seguida analisada a evoluo da situao patrimonial e financeira

    do municpio nos ltimos 5 anos, com a apurao e demonstrao de quocientes.

    Divergncias contbeis relevantes sero apresentadas no captulo 8, de forma que

    todos os fundamentos tcnicos expostos neste relatrio para fundamentar a

    confeco do parecer prvio estejam devidamente evidenciados.

    4.1. Situao Patrimonial

    A situao patrimonial do Municpio est assim demonstrada:

    Quadro 10 Balano Patrimonial do Municpio de Florianpolis (em Reais): 2009 2010

    ATIVO 2009 2010

    PASSIVO 2009 2010

    Financeiro 100.153.498,93 144.233.265,73

    Disponvel 99.369.797,31 141.315.898,49 Bancos Conta Movimento

    4.748.339,46 27.097.351,74

    Bancos Conta Vinculada 20.070.758,37 4.947.291,22 Aplicaes Financeiras de Recursos Prprios

    51.665.723,98 39.543.228,08

    Aplicaes Financeiras de Recursos Vinculados

    22.884.975,50 69.728.027,45

    Realizvel 783.701,62 2.917.367,24

    Crditos a Receber -22.661,80 390,99

    Adiantamentos Concedidos

    5.932,87 64.731,19

    Financeiro 77.888.468,31 75.021.148,81

    Depsitos 16.490.076,10 19.278.802,19 Consignaes 8.039.623,29 11.094.669,19 Depsitos de Diversas Origens

    8.450.452,81 8.184.133,00

    Restos a Pagar 61.157.016,09 55.419.159,12

    Obrigaes a Pagar 61.157.016,09 55.419.159,12

    Outras Obrigaes a Curto Prazo

    241.376,12 323.187,50

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 17

    1554 Fls

    .

    ATIVO 2009 2010

    PASSIVO 2009 2010

    Depsitos Realizveis a Curto Prazo

    120.124,52 2.407.474,40

    Valores Pendentes a Curto Prazo

    680.306,03 444.770,66

    Permanente 536.608.339,97 648.756.834,06

    Crditos 28.065.085,80 18.602.719,30

    Outros Crditos 28.065.085,80 18.602.719,30

    Bens e Valores em Circulao

    174.434,90 174.434,90

    Dvida Ativa 354.136.178,62 410.487.486,58

    Crditos Inscritos em Dvida Ativa a Curto Prazo

    96.851.676,00 50.905.655,00

    Crditos Inscritos em Dvida Ativa a Longo Prazo

    257.284.502,62 359.581.831,58

    Realizvel a Longo Prazo

    1.462.989,97 1.165.977,28

    Crditos Realizveis a Longo Prazo

    1.462.989,97 1.165.977,28

    Investimentos 78.955,67 78.955,67

    Imobilizado 152.690.695,01 218.247.260,33

    Bens Mveis e Imveis 161.471.556,50 218.136.047,16

    Bens Imveis 67.786.130,96 100.074.006,32

    Bens Mveis 93.685.425,54 118.062.040,84

    Bens Intangveis 61.857,00 111.213,17

    (-) Depreciaes, Amortizaes e Exaustes

    -8.842.718,49 -

    Permanente 254.897.860,47 366.324.886,08

    Dvida Fundada 53.278.324,87 46.154.487,71

    Dbitos Consolidados 164.372.164,10 233.769.080,79

    Precatrios a Pagar - 41.289.002,75

    Dvidas Renegociadas 5.301.698,86 12.210.548,78

    Obrigaes a Pagar 159.070.465,24 176.681.235,30

    Obrigaes Legais e Tributarias

    - 3.588.293,96

    Diversos 37.247.371,50 86.401.317,58

    Obrigaes a Pagar 28.442.472,37 22.718.268,21

    Provises Matemticas Previdencirias

    8.804.899,13 63.683.049,37

    ATIVO REAL 636.761.838,90 792.990.099,79

    SALDO PATRIMONIAL 0,00

    PASSIVO REAL 332.786.328,78 441.346.034,89

    SALDO PATRIMONIAL 303.975.510,12 351.644.064,90

    Ativo Real Lquido 303.975.510,12 351.644.064,90

    TOTAL 636.761.838,90 792.990.099,79

    TOTAL 636.761.838,90 792.990.099,79

    Fonte: Demonstrativos do Balano Geral Consolidado.

    Obs.: A divergncia entre o resultado patrimonial apurada atravs do Anexo 15 e aquele obtido

    atravs do Anexo 14, consta do Captulo 8 Inconsistncias Contbeis, deste Relatrio.

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    1555 Fls

    .

    4.2. Anlise do resultado financeiro

    Dentre os componentes patrimoniais relevante no processo de anlise

    das contas municipais, para fins de emisso do parecer prvio, a verificao da

    evoluo do patrimnio financeiro e, sobretudo, a apurao da situao financeira no

    final do exerccio, eis que a existncia de passivos financeiros superiores a ativos

    financeiros revela restries na capacidade de pagamento do Municpio frente s

    suas obrigaes financeiras de curto prazo.

    A variao do patrimnio financeiro do Municpio durante o exerccio

    demonstrada no quadro seguinte:

    Quadro 11 Variao do patrimnio financeiro do Municpio (em Reais) 2009 - 2010

    Grupo Patrimonial Saldo inicial Saldo final Variao

    Ativo Financeiro 100.153.498,93 144.233.265,73 44.079.766,80

    Passivo Financeiro 77.888.468,31 75.021.148,81 -2.867.319,50

    Saldo Patrimonial Financeiro 22.265.030,62 69.212.116,92 46.947.086,30

    Ativo Financeiro do RPPS 13.866.474,34 36.722.911,62 22.856.437,28

    Passivo Financeiro do RPPS 674.535,55 1.058.451,39 383.915,84

    Saldo Patrimonial Financeiro s/ RPPS 9.073.091,83 33.547.656,69 24.474.564,86 Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado.

    O confronto entre o Ativo Financeiro e o Passivo Financeiro do exerccio

    encerrado resulta em Supervit Financeiro de R$ 33.547.656,69 e a sua correlao

    demonstra que para cada R$ 1,00 (um real) de recursos financeiros existentes, o

    Municpio possui R$ 0,69 de dvida de curto prazo.

    Em relao ao exerccio anterior, ocorreu variao positiva de R$

    24.474.564,86 passando de um Supervit de R$ 9.073.091,83 para um Supervit de

    R$ 33.547.656,69.

    Registre-se que a Prefeitura apresentou um Supervit de R$

    32.548.456,50.

    Obs.: A divergncia entre a variao do Saldo Patrimonial Financeiro e o Resultado da Execuo

    Oramentria consta do Captulo 8 Inconsistncias Contbeis, deste Relatrio.

    4.3. Anlise da evoluo patrimonial e financeira

    A presente anlise est baseada na demonstrao de quocientes e/ou

    ndices, os quais podem ser definidos como nmeros comparveis obtidos a partir

    da diviso de valores absolutos, destinados a medir componentes patrimoniais,

    financeiros e oramentrios existentes nas demonstraes contbeis.

  • TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

    DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICPIOS DMU

    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 19

    1556 Fls

    .

    Os quocientes escolhidos para viabilizar a anlise da evoluo patrimonial

    e financeira do Municpio, nos ltimos cinco anos, esto dispostos no quadro a

    seguir, com a devida memria de clculo:

    Quadro 12 Quocientes de Situao Patrimonial e Financeira 2006 2010

    ITENS / ANO 2006 2007 2008 2009 2010 1 Despesa Executada 523.102.709,90 592.025.212,29 686.442.756,89 796.368.433,11 893.792.336,90

    2 Restos a Pagar 69.375.317,27 69.507.869,57 44.780.710,26 61.157.016,09 55.419.159,12

    3 Ativo Financeiro Ajustado - Excludo RPPS 59.784.684,93 63.582.367,52 82.848.670,36 86.287.024,59 107.510.354,11

    4 Passivo Financeiro Ajustado Excludo RPPS

    83.400.624,67 91.421.217,31 65.297.467,79 77.213.932,76 73.962.697,42

    5 Ativo Real 563.240.833,84 611.656.670,77 668.640.448,65 636.761.838,90 792.990.099,79

    6 Passivo Real 274.027.014,15 884.097.595,88 300.367.755,59 332.786.328,78 441.346.034,89

    QUOCIENTES 2006 2007 2008 2009 2010 Resultado Patrimonial (56) 2,06 0,69 2,23 1,91 1,80

    Situao Financeira (34) 0,72 0,70 1,27 1,12 1,45

    Restos a Pagar (21)*100 13,26 11,74 6,52 7,68 6,20

    Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado e anlise tcnica.

    O Quociente do Resultado Patrimonial resultante da relao entre o

    Ativo Real e o Passivo Real.

    No h um parmetro mnimo definido, mas se o resultado deste

    quociente apresentar-se inferior a 1,00 ser indicativo da existncia de dvidas (curto

    e longo prazo) sem ativos suficientes para cobri-las.

    Grfico 10 Evoluo do Quociente de Resultado Patrimonial: 2006 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    2,06 0,69

    2,23 1,91 1,80 0,00

    5,00

    10,00

    15,00

    20,00

    25,00

    30,00

    35,00

    2006 2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 20

    1557 Fls

    .

    Como demonstra o grfico anterior, no final do exerccio de 2010 o Ativo

    Real apresenta-se 1,80 vezes maior que o Passivo Real (dvidas).

    O Quociente da Situao Financeira resultante da relao entre o Ativo

    Financeiro e o Passivo Financeiro, demonstrando a capacidade de pagamento de

    curto prazo do municpio.

    O ideal que esse quociente apresente valor maior que 1,00, pois assim

    indicar que as obrigaes financeiras de curto prazo podem ser cobertas pelos

    ativos financeiros do municpio.

    Grfico 11 Evoluo do Quociente da Situao Financeira: 2006 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    Como demonstra o grfico, a situao financeira do Municpio apresenta-

    se Superavitria, sendo que no final do exerccio de 2010 o Ativo Financeiro

    representa 1,45 vezes o valor do Passivo Financeiro.

    O Quociente de Restos a Pagar (processados e no processados)

    expressa em termos percentuais relao entre o saldo final dos restos a pagar e o

    total da Despesa Oramentria.

    Quanto menor esse quociente, menos comprometida ser a gesto

    oramentria e o fluxo financeiro do municpio. Aumentos significativos deste

    quociente podem indicar que o municpio no est conseguindo pagar no exerccio

    as despesas que nele empenhou.

    A situao apresentada pelo Municpio de Florianpolis demonstrada no

    grfico a seguir:

    0,72 0,70 1,27 1,12 1,45 0,00

    10,00

    20,00

    30,00

    40,00

    50,00

    60,00

    70,00

    80,00

    90,00

    100,00

    2006 2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 21

    1558 Fls

    .

    Grfico 12 Evoluo do Quociente de Restos a Pagar (%): 2006 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    Verifica-se no grfico anterior que o saldo final de Restos a Pagar

    corresponde a 6,20% da despesa oramentria do exerccio.

    5. ANLISE DO CUMPRIMENTO DE LIMITES

    O ordenamento vigente estabelece limites mnimos para aplicao de

    recursos na Educao e Sade, bem como os limites mximos para despesas com

    pessoal.

    13,26

    11,74

    6,52

    7,68

    6,20

    0,00

    2,00

    4,00

    6,00

    8,00

    10,00

    12,00

    14,00

    2006 2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios

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    1559 Fls

    .

    5.1. Sade

    Limite: mnimo de 15% das receitas com impostos, inclusive

    transferncias, de aplicao em Aes e Servios Pblicos de Sade para o

    exerccio de 2010 art. 77, III, e 4, do Ato das Disposies Constitucionais

    Transitrias - ADCT.

    Quadro 13 Apurao das Despesas com Aes e Servios Pblicos de Sade: 2010

    COMPONENTE VALOR (R$) %

    Total da Receita com Impostos 578.528.538,96 100,00

    Total das Despesas com Aes e Servios Pblicos de Sade 178.371.218,33 30,83

    Ateno Bsica (10.301) 147.766.112,37 25,54

    Assistncia Hospitalar e Ambulatorial (10.302) 22.176.400,66 3,83

    Suporte Profiltico e Teraputico (10.303) 4.256.203,44 0,74

    Vigilncia Sanitria (10.304) 1.971.316,93 0,34

    Vigilncia Epidemiolgica (10.305) 1.232.147,15 0,21

    Alimentao e Nutrio, art. 6, IV, da Lei n 8.080/90 (10.306) 838.756,38 0,14

    Administrao Geral (10.122) 130.281,40 0,02

    (-) Total das Dedues com Aes e Servios Pblicos de Sade* 64.403.200,25 11,13

    Total das Despesas para Efeito do Clculo 113.968.018,08 19,70

    Valor Mnimo a ser Aplicado 86.779.280,84 15,00

    Valor Acima do Limite 27.188.737,24 4,70

    Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado. *Dedues, incluindo-se os convnios, dispostas no Anexo deste Relatrio.

    Pelo demonstrativo acima, constata-se que o montante aplicado foi da

    ordem de R$ 113.968.018,08, correspondendo a um percentual de 19,70% da

    receita com impostos, inclusive transferncias de impostos, evidenciando que o

    municpio CUMPRIU o referido dispositivo constitucional.

    O grfico seguinte apresenta a evoluo histrica e comparativa da

    aplicao em aes e servios pblicos de sade:

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 23

    1560 Fls

    .

    Grfico 13 Evoluo Histrica e Comparativa da Sade (%): 2006 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    5.2. Ensino

    5.2.1. Limite de 25% das receitas de impostos e transferncias

    Limite: mnimo de 25% proveniente de impostos, compreendida a

    proveniente de transferncias, em gastos com manuteno e desenvolvimento do

    ensino (exerccio de 2010) art. 212 da Constituio Federal.

    Quadro 14 Apurao das Despesas com Manuteno e Desenvolvimento do Ensino: 2010

    COMPONENTE VALOR (R$) %

    Total da Receita com Impostos 578.528.538,96 100,00

    Valor Aplicado Educao Infantil 97.694.669,41 16,89

    Educao Infantil (12.365) 97.694.669,41 16,89

    Valor Aplicado Ensino Fundamental 95.673.092,34 16,54

    Ensino Fundamental (12.361/12.366/12.367) 95.673.092,34 16,54

    (-) Total das Dedues com Educao Bsica* 12.953.850,47 2,24

    (-) Ganho com FUNDEB 17.070.859,44 2,95

    (-) Rendimentos de Aplicaes Financeiras 186.688,24 0,03

    Total das Despesas para efeito de Clculo 163.156.363,60 28,20

    Valor Mnimo a ser Aplicado 144.632.134,74 25,00

    Valor Acima do Limite (25%) 18.524.228,86 3,20 Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado e anlise tcnica. *Dedues, incluindo-se os convnios, dispostas no Anexo deste Relatrio.

    17,63 17,71 18,41

    20,37 19,70

    0,00

    5,00

    10,00

    15,00

    20,00

    25,00

    2006 2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios Limite

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 24

    1561 Fls

    .

    Apurou-se que o Municpio aplicou o montante de R$ 163.156.363,60 em

    gastos com manuteno e desenvolvimento do ensino, o que corresponde a 28,20%

    da receita proveniente de impostos, sendo aplicado A MAIOR o valor de R$

    18.524.228,86, representando 3,20% do mesmo parmetro, CUMPRINDO o

    disposto no artigo 212 da Constituio Federal.

    Grfico 14 Evoluo Histrica e Comparativa do Ensino (%): 2006 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    O grfico anterior demonstra que o Municpio de Florianpolis em 2010

    reduziu seus gastos com manuteno e desenvolvimento do ensino, em termos

    percentuais, quando comparado ao exerccio anterior.

    5.2.2. FUNDEB

    Limite 1: mnimo de 60% dos recursos oriundos do FUNDEB na

    remunerao dos profissionais do magistrio art. 60, XII, do Ato das Disposies

    Constitucionais Transitrias - ADCT c/c art. 22 da Lei n 11.494/07.

    Quadro 15 Apurao das Despesas com Profissionais do Magistrio FUNDEB: 2010

    COMPONENTE VALOR (R$)

    Transferncias do FUNDEB 61.131.204,55

    (+) Rendimentos de Aplicaes Financeiras das Contas do FUNDEB 186.688,24

    Total dos recursos oriundos do FUNDEB 61.317.892,79

    60% dos Recursos Oriundos do FUNDEB 36.790.735,67

    Total dos Gastos Efetuados c/Profissionais do Magistrio em Efetivo Exerccio pagos c/ Recursos do FUNDEB

    54.479.429,37

    Valor Acima do Limite 17.688.693,70 Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado e da anlise tcnica.

    31,27 29,51

    27,61

    30,10 28,20

    0,00

    5,00

    10,00

    15,00

    20,00

    25,00

    30,00

    35,00

    2006 2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios Limite

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 25

    1562 Fls

    .

    Verificou-se que o Municpio aplicou o valor de R$ 54.479.429,37,

    equivalendo a 88,85% dos recursos oriundos do FUNDEB, em gastos com a

    remunerao dos profissionais do magistrio, CUMPRINDO o estabelecido no artigo

    60, inciso XII do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias (ADCT) e artigo 22

    da Lei n 11.494/2007.

    Grfico 15 Evoluo Histrica e Comparativa 60% do FUNDEB (%): 2007 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    Limite 2: mnimo de 95% dos recursos oriundos do FUNDEB (no

    exerccio financeiro em que forem creditados), em despesas com manuteno e

    desenvolvimento da educao bsica art. 21 da Lei n 11.494/07.

    Quadro 16 Apurao das Despesas com FUNDEB: 2010

    COMPONENTE VALOR (R$)

    Total dos Recursos Oriundos do FUNDEB 61.317.892,79

    95% dos Recursos do FUNDEB 58.251.998,15

    Despesas com manuteno e desenvolvimento da educao bsica empenhadas e liquidadas com recursos do FUNDEB e as no liquidadas com cobertura financeira

    61.141.269,13

    Valor Acima do Limite 2.889.270,98

    Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado e anlise tcnica.

    O demonstrativo anterior evidencia que o Municpio aplicou o valor de R$

    61.141.269,13, equivalendo a 99,71% dos recursos oriundos do FUNDEB, em

    despesas com manuteno e desenvolvimento da educao bsica, CUMPRINDO o

    estabelecido no artigo 21 da Lei n 11.494/2007.

    99,94 98,30 99,11

    88,85

    0,00

    20,00

    40,00

    60,00

    80,00

    100,00

    120,00

    2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios Limite

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 26

    1563 Fls

    .

    Grfico 16 Evoluo Histrica e Comparativa 95% do FUNDEB (%): 2007 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    Com relao s despesas com manuteno e desenvolvimento da

    educao bsica custeadas com recursos do FUNDEB, no exerccio em anlise, o

    Municpio de Florianpolis ampliou sua aplicao, quando comparado ao exerccio

    anterior.

    Limite 3: utilizao dos recursos do FUNDEB, no exerccio seguinte ao

    do recebimento e mediante abertura de crdito adicional - artigo 21, 2 da Lei n

    11.494/2007.

    O Municpio no realizou despesas com o saldo do exerccio anterior do

    FUNDEB no valor de R$ 453.292,65, DESCUMPRINDO o estabelecido no artigo 21,

    2 da Lei n 11.494/2007.

    Obs.: Vide restrio anotada no item Restries de Ordem Legal na Concluso deste Relatrio.

    98,99

    98,30

    99,11

    99,71

    92,00

    93,00

    94,00

    95,00

    96,00

    97,00

    98,00

    99,00

    100,00

    101,00

    2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios Limite

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    1564 Fls

    .

    5.3. Limites de gastos com pessoal (LRF)

    5.3.1. Limite mximo para os gastos com pessoal do Municpio

    Limite: 60% da Receita Corrente Lquida para os gastos com pessoal do

    Municpio art. 169 da Constituio Federal c/c o art. 19, III da Lei Complementar n

    101/2000 (LRF).

    Quadro 17 Apurao das Despesas com Pessoal do Municpio: 2010

    COMPONENTE VALOR (R$) %

    TOTAL DA RECEITA CORRENTE LQUIDA 816.461.866,69 100,00

    LIMITE DE 60% DA RECEITA CORRENTE LQUIDA 489.877.120,01 60,00

    Despesas com Pessoal do Poder Executivo 404.462.769,32 49,54

    Pessoal e Encargos 404.462.769,32 49,54

    Despesas com Pessoal do Poder Legislativo 24.932.194,86 3,05

    Pessoal e Encargos 24.932.194,86 3,05

    Total das dedues das despesas com pessoal* 1.775.456,21 0,22

    TOTAL DA DESPESA PARA EFEITO DE CLCULO DA DESPESA COM PESSOAL DO MUNICPIO

    427.619.507,97 52,37

    Valor Abaixo do Limite (60%) 62.257.612,04 7,63 Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado. *Dedues dispostas no Anexo deste Relatrio.

    No exerccio em exame, o Municpio gastou 52,37% do total da receita

    corrente lquida em despesas com pessoal, CUMPRINDO o limite contido no artigo

    169 da Constituio Federal, regulamentado pela Lei Complementar n 101/2000.

    Grfico 17 Evoluo Histrica e Comparativa da Despesa com Pessoal do Municpio: 2006 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    52,53 51,49 51,43 54,31

    52,37

    0,00

    10,00

    20,00

    30,00

    40,00

    50,00

    60,00

    70,00

    2006 2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios Limite

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 28

    1565 Fls

    .

    O grfico anterior mostra a reduo dos gastos com pessoal do Municpio

    de Florianpolis, quando comparado ao exerccio anterior.

    5.3.2. Limite mximo para os gastos com pessoal do Poder

    Executivo

    Limite: 54% da Receita Corrente Lquida para os gastos com pessoal do

    Poder Executivo (Prefeitura, Fundos, Fundaes, Autarquias e Empresas Estatais

    Dependentes) Artigo 20, III, 'b' da Lei Complementar n 101/2000 (LRF).

    Quadro 18 Apurao das Despesas com Pessoal do Poder Executivo: 2010

    COMPONENTE VALOR (R$) %

    TOTAL DA RECEITA CORRENTE LQUIDA 816.461.866,69 100,00

    LIMITE DE 54% DA RECEITA CORRENTE LQUIDA 440.889.408,01 54,00

    Despesas com Pessoal do Poder Executivo 404.462.769,32 49,54

    Dedues das despesas com pessoal do Poder Executivo* 1.775.456,21 0,22

    Total das Despesas para efeito de Clculo das Despesas com Pessoal do Poder Executivo

    402.687.313,11 49,32

    Valor Abaixo do Limite (54%) 38.202.094,90 4,68 Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado. *Dedues dispostas no Anexo deste Relatrio.

    O demonstrativo acima comprova que, no exerccio em exame, o Poder

    Executivo gastou 49,32% do total da receita corrente lquida em despesas com

    pessoal, CUMPRINDO a norma contida no artigo 20, III, 'b' da Lei Complementar n

    101/2000.

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    1566 Fls

    .

    Grfico 18 Evoluo Histrica e Comparativa da Despesa com Pessoal do Executivo: 2006 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    Da anlise do grfico, verifica-se que os gastos com pessoal do Poder

    Executivo reduziram, quando comparado ao exerccio anterior.

    5.3.3. Limite mximo para os gastos com pessoal do Poder

    Legislativo

    Limite: 6% da Receita Corrente Lquida para os gastos com pessoal do

    Poder Legislativo (Cmara Municipal) Artigo 20, III, 'a' da Lei Complementar n

    101/2000 (LRF).

    Quadro 19 Apurao das Despesas com Pessoal do Poder Legislativo: 2010

    COMPONENTE VALOR (R$) %

    TOTAL DA RECEITA CORRENTE LQUIDA 816.461.866,69 100,00

    LIMITE DE 6% DA RECEITA CORRENTE LQUIDA 48.987.712,00 6,00

    Despesas com Pessoal do Poder Legislativo 24.932.194,86 3,05

    Total das Despesas para efeito de Clculo das Despesas com Pessoal do Poder Legislativo

    24.932.194,86 3,05

    Valor Abaixo do Limite (6%) 24.055.517,14 2,95 Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado. *Dedues dispostas no Anexo deste Relatrio.

    O Poder Legislativo gastou, no exerccio em exame, 3,05% do total da

    receita corrente lquida em despesas com pessoal, CUMPRINDO a norma contida

    no artigo 20, III, 'a' da Lei Complementar n 101/2000.

    49,16 48,06 48,13 50,74 49,32

    0,00

    10,00

    20,00

    30,00

    40,00

    50,00

    60,00

    2006 2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios Limite

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    1567 Fls

    .

    Grfico 19 Evoluo Histrica e Comparativa da Despesa com Pessoal do Legislativo: 2006 2010

    Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.

    O estudo evolutivo dos gastos com pessoal da Cmara expe que houve

    uma reduo do percentual quando comparado ao exerccio anterior.

    6. DO CONTROLE INTERNO

    O Controle Interno na Administrao Pblica aquele que se realiza

    internamente, ou seja, atravs dos rgos componentes da prpria estrutura

    administrativa que pratica e fiscaliza os atos sujeitos ao seu controle, conforme

    preconizado nos artigos 31 e 70 da Constituio Federal.

    Nesse sentido, apresenta-se o quadro que segue, indicando o

    responsvel pelo rgo de Controle Interno do Municpio de Florianpolis, sua lei

    instituidora e o envio dos relatrios de sua competncia:

    Quadro 20 Informaes sobre o Sistema de Controle Interno

    LEI INSTITUIDORA 6.266, de 15/10/2003

    RESPONSVEL Micheli Ana Pauli ATO DE NOMEAO 8503/10/252352, de 04/11/2010

    RELATRIOS BIMESTRAIS

    (art. 5, 3, Res. n TC 16/94)

    Datas Limites para Entrega

    1 BIM. 2 BIM. 3 BIM. 4 BIM. 5 BIM. 6 BIM.

    31/03/2010 31/05/2010 02/08/2010 30/09/2010 30/11/2010 31/01/2011 Datas de Entrega

    1 BIM. 2 BIM. 3 BIM. 4 BIM. 5 BIM. 6 BIM.

    11/03/2010 13/05/2010 13/07/2010 13/09/2010 15/12/2010 16/02/2011

    3,37 3,43 3,30 3,57

    3,05

    0,00

    1,00

    2,00

    3,00

    4,00

    5,00

    6,00

    7,00

    2006 2007 2008 2009 2010

    Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios Limite

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    1568 Fls

    .

    As restries oriundas do descumprimento do art. 3 e 4 da Lei

    Complementar n 202/2000 c/c 5, 3 da Resoluo n TC - 16/94, alterada pela

    Resoluo n TC - 11/2004, encontram-se anotadas no Captulo 9, deste Relatrio.

    7. DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANA E DO

    ADOLESCENTE - FIA

    A Constituio Federal trata do dever da famlia, da sociedade e do

    Estado, em carter prioritrio, em assegurar criana e ao adolescente uma srie

    de direitos, conforme pode ser constatado em seu artigo 227:

    dever da famlia, da sociedade e do Estado assegurar criana, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito vida, sade, alimentao, educao, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e convivncia familiar e comunitria, alm de coloc-los a salvo de toda forma de negligncia, discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso.

    Nessa linha foi promulgada a Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990, que

    dispe sobre o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA) e trata sobre a proteo

    integral desses.

    A referida Lei prev em seu artigo 88, incisos II e IV, a criao do

    Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente e a manuteno de

    fundo especial, respectivamente. Esse fundo, no caso dos Municpios, deve ser

    criado por lei municipal, obedecendo ao disposto no artigo 167, IX da Constituio

    Federal e artigo 74 da Lei n 4.320/64.

    A receita do referido Fundo deve ser vinculada aos seus objetivos e sua

    finalidade, sendo que a forma de aplicao dos recursos determinada pelo

    Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente. Isto

    operacionalizado atravs da aprovao de seu Plano de Aplicao feita anualmente,

    em consonncia com o Plano de Ao elaborado anteriormente tambm pelo

    referido Conselho, de acordo com o artigo 260, 2 da Lei n 8.069/90 c/c o artigo 1

    da Resoluo do Conselho Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente -

    CONANDA n 105, de 15 de junho de 2005, conforme segue:

    Lei n 8.069/90 Art. 260. [...] 2 Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente fixaro critrios de utilizao, atravs de planos de aplicao das doaes subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criana ou adolescente, rfos ou abandonado, na forma do disposto no art. 227, 3, VI, da Constituio Federal.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art2273vi
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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 32

    1569 Fls

    .

    Resoluo do CONANDA n 105, de 15 de junho de 2005: Art.1 - Ficam estabelecidos os Parmetros para a Criao e Funcionamento dos Conselhos dos Direitos da Criana e do Adolescente em todo o territrio nacional, nos termos do art.88, inciso II, do Estatuto da Criana e do Adolescente, e artigos. 227, 7 da Constituio Federal, como rgos deliberativos da poltica de promoo dos diretos da criana e do adolescente, controladores das aes em todos os nveis no sentido da implementao desta mesma poltica e responsveis por fixar critrios de utilizao atravs de planos de aplicao do Fundo dos Direitos da Criana e do Adolescente, incumbindo-lhes ainda zelar pelo efetivo respeito ao princpio da prioridade absoluta criana e ao adolescente, nos moldes do previsto no art.4, caput e pargrafo nico, alneas b, c e d combinado com os artigos 87, 88 e 259, pargrafo nico, todos da Lei n 8.069/90 e art. 227, caput, da Constituio Federal. (grifo nosso)

    No caso do Municpio de Florianpolis, constata-se que a despesa do

    Fundo Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente, no montante de

    R$2.266.452,48, representa 0,30% da despesa total realizada pela Prefeitura

    Municipal (R$ 744.108165,67).

    Alm disso, conforme documentao remetida em resposta ao Ofcio

    Circular n 6.813/2011 (fls. 1183 a 11203 dos autos), verifica-se que:

    1) a nominata e os atos de posse dos Conselheiros do Conselho

    Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente esto acostados aos autos, s

    fls. 1189 a 1191.

    2) houve a elaborao do Plano de Ao referente ao Fundo Municipal

    dos Direitos da Criana e do Adolescente - FIA, em consonncia com o disposto no

    artigo 260, 2 da Lei n 8.069/90 c/c o artigo 1 da Resoluo do CONANDA n

    105, de 15 de junho de 2005.

    3) houve a remessa do Plano de Aplicao dos recursos do FIA, em

    consonncia com o disposto no artigo 260, 2 da Lei n 8.069/90 c/c o artigo 1 da

    Resoluo do CONANDA n 105, de 15 de junho de 2005.

    A remunerao dos Conselheiros Tutelares foi paga com recursos da

    Prefeitura Municipal, conforme informao prestada fl. 1188.

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    1570 Fls

    .

    8. INCONSISTNCIAS CONTBEIS

    8.1. Divergncia, no valor de R$ 2.900.000,00, entre os crditos

    autorizados constantes do Comparativo da Despesa Autorizada

    com a Realizada - Anexo 11 (R$ 1.299.413.442,40) e o apurado

    atravs das informaes enviadas via Sistema e-Sfinge Mdulo

    Planejamento (R$ 1.302.313.442,40), caracterizando afronta aos

    artigos 75, 90 e 91 da Lei n 4.320/64 (Quadros 2 e 6);

    8.2. Divergncia, no valor de R$ 3.695,56, entre o Resultado

    Patrimonial apurado na Demonstrao das Variaes Patrimoniais

    Anexo 15 (R$ 47.672.250,34) e o Saldo Patrimonial do exerccio

    corrente, apurado no Balano Patrimonial Anexo 14, (R$

    351.644.064,90), deduzido o Saldo Patrimonial do exerccio

    anterior (R$ 303.975.510,12), em afronta aos artigos 104 e 105 da

    Lei n 4.320/64.

    8.3. Divergncia, no valor de R$ 2.076.619,68, apurada entre a

    variao do saldo patrimonial financeiro (R$ 24.474.564,86) e o

    resultado da execuo oramentria Supervit (R$

    3.528.485,58), considerando o cancelamento de restos a pagar de

    R$ 18.869.459,60, em afronta ao artigo 102 da Lei n 4.320/64.

    9. OUTRAS RESTRIES

    9.1. Atraso na remessa dos Relatrios de Controle Interno referentes

    aos 5 e 6 bimestres, em desacordo aos artigos 3 e 4 da Lei

    Complementar 202/2000 c/c artigo 5, 3 da Resoluo n TC -

    16/94, alterada pela Resoluo n TC - 11/2004;

    9.2 Abertura de crditos adicionais (suplementares e especiais), sem

    prvia autorizao legislativa especfica, violando o disposto na

    Constituio Federal, art. 167, incisos I e V; na Lei n. 4.320/64, art.

    42; e prejulgados 1312 deste Tribunal de Contas; bem como

    remanejamento de recursos de um rgo para outro, transposio e

    transferncia de recursos de uma categoria de programao para

    outra ou de um rgo para outro, sem autorizao legislativa

    especfica, ofendendo o princpio da legalidade previsto no art. 37 e

    a vedao estabelecida no art. 167, inciso VI da CF/88 (Apndice 5).

    (Relatrio n 4913/2011, de Prestao de Contas do Prefeito referente ao exerccio de 2010, item 9.2)

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    1571 Fls

    .

    JUSTIFICATIVAS DO RESPONSVEL

    As alegaes de defesa do Prefeito Municipal de Florianpolis, pertinentes

    irregularidade em tela, esto acostadas s fls. 1353 a 1366 dos autos e destacam os

    diversos dispositivos da Lei Oramentria Anual do Municpio (Lei n 8.107/2009)

    que autorizam o Chefe do Executivo Municipal a efetivar as alteraes

    oramentrias refutadas por este rgo de Controle.

    A seguir transcrevemos as manifestaes do Prefeito Municipal:

    Preliminarmente fazemos meno ao art. 41 da Lei Federal n 4.320/64 que classifica os

    crditos adicionais em:

    I - suplementares, os destinados a reforo de dotao oramentria;

    II - especiais, os destinados a despesas para as quais no haja dotao oramentria

    especfica;

    III - extraordinrios, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra,

    comoo intestina ou calamidade pblica.

    Referido diploma legal se refere a autorizao para abertura de crditos suplementares e

    especiais, nos artigos 7 e 42, os quais dispem:

    Art. 7 A Lei de Oramento poder conter autorizao ao Executivo para:

    I - Abrir crditos suplementares at determinada importncia obedecidas as

    disposies do artigo 43;

    Art. 42. Os crditos suplementares e especiais sero autorizados por lei e

    abertos por decreto executivo..

    Portanto, neste sentido a legislao vigente determina que a autorizao legal exigida para a

    abertura dos crditos adicionais suplementares, poder estar disposta na prpria LOA Lei

    Oramentria Anual, autorizao esta, como sendo exceo ao princpio da exclusividade da Lei

    Oramentria, prevista no art. 165, 8, da Constituio Federal e na Constituio Estadual, que a lei

    oramentria no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da despesa, nos

    seguintes termos:

    Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecero:

    (...)

    8 - A lei oramentria anual no conter dispositivo estranho previso da

    receita e fixao da despesa, no se incluindo na proibio a autorizao para

    abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito,

    ainda que por antecipao de receita, nos termos da lei. (grifo nosso).

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    1572 Fls

    .

    A Constituio Federal, em seu art. 167, inciso V determina que:

    Art. 167. So vedados:

    omissis...

    V - a abertura de crdito suplementar ou especial sem prvia autorizao

    legislativa e sem indicao dos recursos correspondentes; (grifo nosso)

    Portanto, a concesso de autorizao legislativa ao Chefe do Executivo Municipal para

    abertura de crditos adicionais suplementares pode sim estar disposta no texto da prpria LOA Lei

    Oramentria Anual; j a abertura de crditos especiais sempre depender de autorizao legislativa

    especfica, que no PE o caso neste momento.

    Cumpre-nos informar, ainda, que nos atos que alteraram as dotaes do Oramento do

    Municpio de Florianpolis, expedidos pelo Executivo Municipal relativos ao exerccio de 2010, que

    foram devidamente encaminhados eletronicamente atravs do Sistema e-Sfinge, verificou-se em

    alguns decretos, em especial em seus prembulos, a presena da expresso: ABRE CRDITO

    ADICIONAL ESPECIAL. Neste sentido, destacamos a seguir os dispositivos da Lei Oramentria

    n 8.107/2009, de 30 de dezembro de 2009, contendo as autorizaes para as devidas aberturas

    destes crditos:

    Art. 1 - Esta Lei estima a receita e fixa a despesa do Municpio de

    Florianpolis para o exerccio financeiro de 2010, em R$ 1.250.481.509,00 (hum

    bilho, duzentos e cinquenta milhes, quatrocentos e oitenta e um mil e

    quinhentos e nove reais), nos termos do art. 165, 5, da Constituio Federal,

    da Lei Complementar n 101 e da Lei de Diretrizes Oramentrias para o

    exerccio de 2010 - Lei n 7.934, de 2009, com a seguinte composio:

    I - ...

    II - ...

    ..

    Pargrafo nico - A importncia correspondente a quinze por cento do total

    previsto no "caput" deste artigo, fica disponvel para Abertura de Crditos

    Adicionais Suplementares, para cobertura de dotaes com saldos

    insuficientes, inclusive com a criao de elementos de despesas e fontes de

    recursos usando como fontes de reduo as descritas no artigo 39 desta Lei.

    Art. 22 - A fim de compatibilizar a execuo da despesa fixada com a efetiva

    realizao da receita estimada, o Poder Executivo Municipal far a

    decomposio do Oramento de Despesa, por elementos e por fontes de

    recursos, enquadrando-os por Unidades Oramentrias.

    1 - Em cumprimento ao que dispe este artigo, o Executivo Municipal poder

    alterar as dotaes oramentrias dos rgos e/ou Unidades, em at 15%

    (quinze por cento) do total orado, para maior ou para menor, mediante

    transposio, remanejamento ou transferncias de valores entre elementos,

    categorias de programao e/ou Unidades Oramentrias.

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    1573 Fls

    .

    2 - As importncias devidas ao Poder Legislativo, sero repassadas em

    parcelas mensais a ttulo de transferncias financeiras sucessivas, nos prazos

    previstos no artigo 90, da Lei Orgnica do Municpio de Florianpolis.

    Art. 23 - permitido ao Poder Executivo Municipal, recompor dotaes

    oramentrias, em at o limite de um quarto do montante das respectivas

    dotaes, observado o item I, 8, do artigo 120 da Constituio Estadual.

    Art. 30 - As dotaes oramentrias provenientes de recursos vinculados ou de

    convnios, com saldos insuficientes, ou ainda no previstas no oramento,

    sero adequadas s necessidades, com aberturas de crditos adicionais

    suplementares, criando novas fontes de Recursos e os elementos de despesas,

    em at dez por cento do valor total disposto no artigo 1 desta lei, durante o

    exerccio financeiro, por ato do Chefe do Poder Executivo Municipal.

    Art. 31 - Ao Poder Executivo Municipal caber autorizao para abertura de

    Crditos Adicionais Suplementares, em at dez por cento, do total disposto no

    artigo 1 desta lei, para o atendimento s despesas com pessoal, encargos

    sociais, auxlio lanche, auxlio refeio, ajudas de custos e demais despesas

    relacionadas a folha de pagamento, durante o exerccio, em conseqncia de

    reajustes concedidos e/ou deciso judicial.

    Art. 32 - Caber ao Chefe do Executivo Municipal autorizao para abertura de

    Crdito Adicional Suplementar, at o limite de cinco por cento, do valor descrito

    no artigo 1 desta lei, mediante a gerao adicional de novos recursos ou da

    anulao parcial de dotaes da mesma origem a que esta sendo adicionada.

    Art. 33 - O Chefe do Poder Executivo Municipal, autorizado a abrir Crditos

    Adicionais Suplementares, em atendimento s insuficincias de dotaes

    oramentrias dos Oramentos dos Fundos, Fundaes, das Autarquias e da

    Empresa de Economia Mista, em at cinco por cento, do valor disposto no

    artigo 1 desta lei, usando como fontes de reduo aquelas dispostas no artigo

    39 desta lei.

    Art. 34 - autorizado ao Chefe do Poder Executivo Municipal, alterar o QDD -

    Quadro de Detalhamento da Despesa do exerccio de 2010, criando novas

    classificaes de despesas, quanto a sua natureza, (Elementos), inclusive

    fontes de recursos e seus respectivos valores, para adequao dos

    Oramentos vigentes, em at dez por cento do valor total descrito no artigo 1

    desta lei, tendo como fontes de reduo quelas apresentadas no artigo 39

    desta lei.

    Art. 35 - Fica o Chefe do Poder Executivo Municipal, autorizado a proceder as

    transferncias e os remanejamentos de valores em at dez por cento do valor

    total do oramento, entre os elementos de despesas que estejam consignados

    no mesmo Projeto ou Atividade ou Encargo Especial, em atendimento s

    necessidades dos Oramentos vigentes.

    Art. 38 - Fica o Chefe do Poder Executivo, autorizado a efetuar as

    transposies, os remanejamentos e as transferncias de recursos de uma

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 37

    1574 Fls

    .

    categoria de programao para outra ou de um rgo para outro, at o limite de

    quinze por cento, do valor total das receitas previstas.

    Art. 39 - So recursos hbeis para atendimento s autorizaes de aberturas de

    Crditos Adicionais Suplementares, contidas na presente Lei: as anulaes

    totais ou parciais de recursos no mais utilizveis, o supervit financeiro do

    exerccio anterior, o excesso e/ou o seu provvel excesso de arrecadao,

    apurado no exerccio, o produto resultante de operaes de crdito e de novos

    convnios.

    Salvo melhor juzo, entendemos por:

    1. Remanejamento - podemos definir como sendo realocaes na organizao de um

    ente pblico, com destinao de recursos de um rgo para outro.

    2. Transposio so realocaes no mbito dos programas de trabalho, dentro do

    mesmo rgo.

    3. Transferncia so realocaes de recursos entre as categorias econmicas de

    despesas, dentro do mesmo rgo e do mesmo programa de trabalho e ainda;

    4. Categoria de Programao compreende a funo, a subfuno, o programa, o

    projeto, a atividade, a operao especial e as categorias econmicas de despesas correntes e

    capital (Portaria MPOG n 42, de 14/04/1999).

    Neste sentido, o artigo 38 da Lei n 8.107, de 30 de dezembro de 2009, dispe que:

    Art. 38 - Fica o Chefe do Poder Executivo, autorizado a efetuar as

    transposies, os remanejamentos e as transferncias de recursos de

    uma categoria de programao para outra ou de um rgo para outro,

    at o limite de quinze por cento, do valor total das receitas previstas.

    Observa-se que o dispositivo constitucional veda a transposio, o remanejamento ou a

    transferncia quando estas ocorrem sem autorizao legislativa, que no o nosso caso. A

    Cmara Municipal que produziram as transposies, os remanejamentos ou as transferncias de

    dotaes oramentrias dentro da mesma categoria de programao, assim como os de uma

    categoria de programao para outra ou de um rgo para outro, esto legalmente embasados na

    autorizao legislativa disposta no artigo 38 da Lei Oramentria Anual do exerccio de 2010,

    devidamente aprovada pelo Legislativo Municipal.

    A Carta Magna Federal no dispe sobre a necessidade de lei especfica, mas sim de

    prvia autorizao legislativa, o que difere pela Cmara de Vereadores quando aprovou Oramento

    para o exerccio de 2010.

    Seguindo o mesmo raciocnio a Lei Federal de n 4.320/64, em seu art. 43, inciso III, no

    dispe que a anulao parcial ou total de dotaes oramentrias dependem sempre de autorizao

    legislativa especfica, ou de que sejam irregulares as autorizaes na Lei Oramentria Anual para

    anulao parcial ou total de dotaes oramentrias.

    O artigo 43, inciso III, da referida Lei dispe que:

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 38

    1575 Fls

    .

    Art. 43. A abertura dos crditos suplementares e especiais depende da

    existncia de recursos disponveis para ocorrer a despesa e ser precedida de

    exposio justificativa.

    1 Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que no

    comprometidos:

    I - o supervit financeiro apurado em balano patrimonial do exerccio anterior;

    II - os provenientes de excesso de arrecadao;

    III - os resultantes de anulao parcial ou total de dotaes oramentrias ou de

    crditos adicionais, autorizados em Lei;

    IV - o produto de operaes de credito autorizadas, em forma que juridicamente

    possibilite ao poder executivo realiz-las. (grifo nosso).

    Portanto, o dispositivo se refere autorizao em lei, e no autorizao em lei especfica.

    Como reforo s consideraes j apontadas, ainda possvel dispor como provas, os

    Oramentos do Estado de Santa Catarina, os quais em gesto distintas, trazem autorizaes

    legislativas para as aberturas de crditos, idnticas s autorizaes do Oramento de 2010 do

    Municpio de Florianpolis.

    Destacamos, ainda quanto referncia feita ao 8 do art. 165 da CF/88:

    Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecero:

    ...

    8 - A lei oramentria anual no conter dispositivo estranho previso da

    receita e fixao da despesa, no se incluindo na proibio a autorizao para

    abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito,

    ainda que por antecipao de receita, nos termos da lei.

    Verifica-se que este dispositivo no refora o disposto no art. 167, inciso VI da CF; determina

    que, no se inclui na proibio na Lei de Oramento a autorizao para abertura de crditos

    suplementares.

    Portanto, a autorizao para o remanejamento, a transferncia ou a transposio de

    dotaes oramentrias sem aumentar o montante da despesa autorizada, no se caracteriza

    matria estranha previso da receita e fixao da despesa.

    O ELEMENTO DE DESPESA a que se refere o inciso III do art. 3 da Portaria Interministerial

    n 163/2001 definido e mensurado no documento denominante de QDD Quadro de Detalhamento

    da Despesa, aprovado por Decreto do Chefe do Executivo Municipal.

    No incio das atividades oramentrias do exerccio de 2010, o Poder Executivo Municipal

    editou e publicou o Decreto n 7.829/2010, de 04 de janeiro de 2010, publicado no DOM Dirio

    Oficial do Municpio de Florianpolis, edio n 0165, de 29 de janeiro de 2010, que aprova o QDD

    Quadro de Detalhamento de Despesa para este exerccio:

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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 39

    1576 Fls

    .

    Decreto n 7829, de 04 de janeiro de 2010 de Florianpolis

    APROVA O Q.D.D. - QUADRO DE DETALHAMENTO DE DESPESAS DO

    MUNICPIO DE FLORIANPOLIS, PARA O EXERCCIO DE 2010.

    O Prefeito Municipal de Florianpolis, no uso de suas atribuies, conferidas

    pela Lei Orgnica do Municpio e de conformidade com a Lei Municipal n

    8.107/2009, de 30 de dezembro de 2009,

    DECRETA:

    Art. 1 - Fica aprovado o Q.D.D - Quadro de Detalhamento de Despesas, para a

    execuo dos Oramentos Fiscais do Municpio de Florianpolis, para o

    exerccio de 2010, aprovado pela Lei Municipal n 8.107, de 30 de dezembro de

    2009.

    Art. 2 - O Q.D.D - Quadro de Detalhamento de Despesas aprovado no artigo

    anterior deste Decreto, estar disponvel com limitao de valores das dotaes

    totais, consignadas com recursos prprios cada rgo ou Unidade Gestora,

    em atendimento as consideraes apontadas no Decreto n 7.830/09, de 04 de

    janeiro de 2010, o qual determina a limitao de despesa.

    Art. 3 - A solicitao de alterao de metas, obrigatoriamente dever constar

    do formulrio padro de Abertura de Crditos Adicionais, o qual apresentado

    no ANEXO I, parte integrante deste Decreto, com os campos devidamente

    preenchidos, inclusive o da justificativa.

    Art. 4 - As alteraes propostas, necessariamente estaro sujeitas a parecer

    prvio da Secretaria Municipal de Finanas e Planejamento e/ou do Grupo

    Gestor.

    Art. 5 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicao, retroagindo

    seus efeitos a 01 de janeiro de 2010.

    Prefeitura Municipal, em Florianpolis, aos 04 de janeiro de 2010.

    DRIO ELIAS BERGER

    Prefeito Municipal

    AUGUSTO CZAR HINCKEL

    Secretrio Municipal de Finanas e Planejamento

    CARLOS ROBERTO DE ROLT

    Presidente do Grupo Gestor ADERILTO PASETTO

    Diretor de Planejamento Oramentrio

    Os dispositivos contidos no Pargrafo nico do artigo 1 e artigo 30 da Lei n 8.107/2009, de

    30 de dezembro de 2009, dispem sobre autorizao ao Chefe do Executivo para criar novos

    elementos de despesas e novas fontes de recursos:

    Pargrafo nico - A importncia correspondente a quinze por cento do total

    previsto no "caput" deste artigo, fica disponvel para Abertura de Crditos

    Adicionais Suplementares, para cobertura de dotaes com saldos

    http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/979992/lei-8107-09-florianopolis-0http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/10193217/art-1-do-decreto-7829-10-florianopolishttp://www.jusbrasil.com.br/legislacao/979992/lei-8107-09-florianopolis-0http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/10193200/art-2-do-decreto-7829-10-florianopolishttp://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1023132/decreto-7830-10-florianopolis-0http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/10193191/art-3-do-decreto-7829-10-florianopolishttp://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/10193169/art-4-do-decreto-7829-10-florianopolishttp://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/10193159/art-5-do-decreto-7829-10-florianopolis
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    Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2010 40

    1577 Fls

    .

    insuficientes, inclusive com a criao de elementos de despesas e fontes de

    recursos usando como fontes de reduo as descritas no artigo 39 desta Lei.

    Art. 30 - As dotaes oramentrias provenientes de recursos vinculados ou de

    convnios, com saldos insuficientes, ou ainda no previstas no oramento,

    sero adequadas s necessidades, com aberturas de crditos adicionais

    suplementares, criando novas fontes de Recursos e os elementos de despesas,

    em at dez por cento do valor total disposto no artigo 1 desta lei, durante o

    exerccio financeiro, por ato do Chefe do Poder Executivo Municipal.

    Desta forma, a criao de elementos de despesas e as respectivas fontes de recursos para

    serem incorporados ao QDD Quadro de Detalhamento de Despesas no transcorrer da execuo do

    oramento de 2010, no se caracterizam como abertura de crditos adicionais especiais, muito

    embora os atos possam ter esta expresso em seu prembulo.

    No que concerne ao Sistema e- Sfinge, a criao de elementos de despesas, assim como as

    novas fontes de recursos, exigido que seja processada no formato de Crdito Adicional Especial,

    pois se assim no for, o sistema rejeita o cadastramento em 2010 so os mesmo adotados em

    exerccio anteriores, como tambm em diversos outros municpios.

    Embora exista autorizao na Lei Oramentria Anual para criar novos elementos de

    despesas e novas fontes de recursos, esta pode ser considerada desnecessrio, uma vez que se

    trata de alterao do QDD Quadro de Detalhamento da Despesa, que para isto o Chefe do

    Executivo tem plena autonomia, j que o mesmo foi devidamente aprovado por decreto.

    H que se considerar que a criao de elementos de despesa e fontes de recursos mediante

    a realocao de dotaes, ou mesmo o reforo de recursos oramentrios atravs de anulao, ainda

    que fora da categoria de programao ou de um rgo para outro, no h qualquer registro de que

    tivesse havido descumprimento do Plano Plurianual e das disposies da LDO Lei de Diretrizes

    Oramentrias.

    Como podemos verificar so diversos os dispositivos da Lei Oramentria do exerccio de

    2010, conferindo ao Chefe do Executivo, autorizao para alterar e/ou suplementar o oramento,

    sem, no entanto, se descuidar dos limites e das origens dos recursos.

    Estes procedimentos ainda so adotados pelo Municpio de Florianpolis e tem origem em

    exerccios anteriores, portanto, em outras Administraes, pois vertem de interpretaes tcnicas da

    leitura dos diversos dispositivos, em especial os da Lei Federal n 4.320/64, conjugando com

    preceitos da prpria Constituio Federal e Estadual; estes entendimentos so hoje partilhados por

    parte dos municpios brasileiros, inclusive pelo prprio Governo do Estado de Santa Catarina.

    Referendado todo o acima exposto, achamos importante transcrever manifestao do Ilustre

    Conselheiro Csar Filomeno Fontes junto ao Processo: PCP 10/00077168 Prestao de Contas do

    Prefeito referente ao exerccio e 2009 Relatrio e Voto Divergente: GAC/CFF-1594/2010, no item 1

    Abertura de Crditos Adicionais Suplementares sem a prvia autorizao legislativa especfica:

    Verifico que a Instruo Tcnica admite que houve autorizao legislativa para

    a abertura do Crdito Adicional, no entanto quer a Diretoria que seja esta

    especfica para cada Crdito aberto. Esta autorizao na Lei Oramentria

    evidenciada pela Instruo serve de base para que eu possa sustentar meu voto

    divergente, pois ela d a indicao de que o Executivo tinha autorizao

    legislativa para abrir os Crditos Adicionais Suplementares.

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    1578 Fls

    .

    Penso que o grande motivador para a restrio o descumprimento do

    Princpio Oramentrio da DISCRIMINAO OU ESPECIFICAO e no a

    ausncia de autorizao legislativa.

    Mediante o exposto e no recebendo a restrio como fator de rejeio de

    Contas, fao uma RECOMENDAO para que o Municpio se abstenha de

    realizar abertura de Crditos Adicionais Suplementares sem atendimento ao

    Princpio Oramentrio da DISCRIMINAO OU ESPECIFICAO. (fls. 1766)

    Desta forma, requeremos o afastamento da restrio.

    ANLISE DAS JUSTIFICATIVAS

    Cabe consignar que este rgo Instrutivo no se manifestou no sentido de

    que a autorizao legal exigida para a abertura dos crditos adicionais

    suplementares no poder constar da lei oramentria anual LOA.

    Frisamos, sim, que os crditos suplementares e especiais devem ser

    autorizados por lei especfica e abertos por decreto (art. 42 da Lei n 4.320/64) e,

    conforme estabelecido no Prejulgado n 1312, deste TCE/SC (Proc. n

    02/04993296), vista do que prescreve o arts. 165,