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     Revista bimestral do

    Lectorium Rosicrucianum

    25 ANOS DA PENTAGRAMA

    25 ANOS DE PENTAGRAMA

    A CHAVE PARA O TESOURO DA LUZ

    A FONTE DE TODA A VIDA

    POR QUE SOU ROSACRUZ?

    A NOVA LINGUAGEM DO CORAÇÃO

    O SABER LIBERTADOR

    Pentagra mA 2003 número 5

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    Redação

    C. Bode, H.v.d. Brul,

    I.W. v. d. Brul, R. Bürmann,P. Huys,

    H.P.Knevel,A. Stockman-Griever,

    G. Uljée

    Endereço da Redação

    Pentagram,Maartensdijkseweg I,

    NL – 3723 MC Bilthoven, Holanda.

    [email protected]

    Edição Brasileira

    Editora Rosacruz

    Administração e Vendas

    Caixa Postal 39

     Jarinu – SP – CEP 13240-000

    Brasil

    Tel: (011) 4016-4234

    Fax: (011) 4016-3405

    [email protected]

    Editado nos seguintes idiomas

    Holandês, Português,Alemão,

    Espanhol, Francês, Grego*, Húngaro*,

    Inglês, Italiano*, Polonês*,

    Russo*, Sueco*.

    A revista é editada 6 vezes por ano

    (*Editada 4 vezes por ano)

    © Stichting Rozekruis Pers.

    A reprodução somente é permitida com

    autorização prévia por escrito.

    ISSN 1677-2253

    REVISTA BIMESTRAL DA

    ESCOLA INTERNACIONAL DA ROSACRUZ ÁUREA

    LECTORIUM ROSICRUCIANUM

    A revista Pentagrama propõe-se a atrair a atenção de

    seus leitores para a nova era que já se iniciou para o

    desenvolvimento da humanidade.

    O Pentagrama tem sido, através dos tempos, o símbolo

    do homem renascido, do novo homem. Ele é também

    o símbolo do universo e de seu eterno devir, por meio

    do qual o plano de Deus se manifesta. Entretanto,

    um símbolo somente tem valor

    quando se torna realidade. O homem que realiza

    o Pentagrama em seu microcosmo, em seu próprio

    pequeno mundo, está no caminho

    da transfiguração.

    A revista Pentagrama convida o leitor a operar

    essa revolução espiritual em seu próprio interior.

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    PENTAGRAMA

    A chave para

    o tesouro da Luz

    Essa luz espiritual provém da Palavra

    que inquieta o universo e irradia desde

    o primeiríssimo início e até os nossos dias.

    Esse é o prana da outra Vida, de um mundo

    que toca até a menor célula de nosso corpo

    para fazer sua colheita.

    ÍNDICE

    2 25 ANOSDE PENTAGRAMA

    4 A CHAVE PARA OTESOURO DA LUZ

    12 A FONTE DE TODAA VIDA

    17 PO R QU E SO UROSACRUZ?

    28 A NOVA LINGUAGEMDO CORAÇÃO

    35 O SABERLIBERTADOR

    ANO 25NÚMERO 5

    anos

    PENTAGRAMA

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    Os vinte e cinco anos darevista Pentagrama

    Sim, você está lendo corretamente: arevista Pentagrama existe há umquarto de século! Até o presente mo-mento foram publicados 1533 artigosem 174 edições. Dentre eles, alocuçõesde J. van Rijckenborgh e Catharosede Petri, não publicadas em livros.

    udo começou com uma pequenafolha que era publicada doze vezes aoano dirigida principalmente aos alunosda Escola Espiritual da Rosacruz Áu-rea. Nem sempre foi assim: as primei-ras publicações, os mensários Het Ro-

    zenkruis (A Rosacruz) (1927-1938), Aquarius (1935?-1939), os semanários Het Licht van het Rozenkruis (A Luzda Rosacruz) (1939-maio 1940), NieuwEsoterisch Weekblad  (Novo Semaná-rio Esotérico) (maio 1940 a outubrode 1940) e Morgenlicht (A Luz da Ma-nhã) (1941) eram destinados a um gran-de círculo de pesquisadores.

    Durante a Segunda Guerra Mundial– a Escola havia sido fechada pelosocupantes alemães – J. van Rijcken-borgh manteve contato com seus alu-nos através das assim denominadasCartas de Van Rijckenborgh. Logo apósa guerra surgiu o mensário esotéricoDe Hoeksteen (A Pedra Angular). Aomensário seguiu-se Renova-nieuws.Depois, Aquarius e, em 1957, o men-sário Ecclesia Pistis Sophia, seguido deDe Topsteen (A Pedra do Cume)(1968). Esta foi a primeira revista tra-duzida para o alemão, o inglês e o

    francês. Finalmente, em janeiro de1979, surgiu a primeira revista interna-cional do Lectorium Rosicrucianum, aPentagrama.  Nesta publicação inter-nacional foram unificadas Aquarius,editada para os países de língua alemã,La Pierre du Sommet, para os países delíngua francesa, De Topsteen, em lín-

     gua inglesa, diz o editorial do primeironúmero, que continua: Por que o nomePentagrama? A Escola Espiritual daRosacruz Áurea responde aos influxoslibertadores que tocam atualmente ahumanidade. Nesse contexto, a EscolaEspiritual segue um desenvolvimento

    dinâmico e, por volta do equinócio deoutono de 1978, ela entrou em umnovo período que trará um impulso aoseu trabalho e ao seu progresso. A novaconcepção da revista mensal do Lec-torium Rosicrucianum é o reflexo dis-so. A Escola Espiritual colocou-se inte-

     gralmente a serviço do trabalho liber-tador para a humanidade empreendi-

    do em nossa época pela FraternidadeUniversal. Em que consiste esse traba-lho libertador e como participar dele?

     A literatura da Escola o explica em de-talhes e a Pentagrama não cessa de tes-temunhá-lo.

    A revista bimestral Pentagrama sai,agora, em 16 línguas, em mais de 40países, com uma tiragem de aproxima-damente 15000 exemplares. Os artigossão obra dos alunos, assim como umnúmero cada vez maior das ilustra-ções. A revista Pentagrama foi conce-bida para os pesquisadores, quer eles

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    25 anos de Pentagrama

    25 anos de Pentagrama

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    se achem dentro, ou fora da Escola, ese esforça em ajudá-los na pesquisa daverdade universal. Os temas tratadosnesta revista são tão abrangentesquanto possível, a fim de que sejamacessíveis a leitores de línguas e cultu-ras diferentes.

    Assim, por exemplo, algumas de

    suas publicações abordaram os seguin-tes assuntos: Johann Valentin Andreae;A tarefa da humanidade no período deAquarius; O que é a consciência?; Porque Buda és tu?; Jacob Boehme, místi-co e visionário; Por que Comenius?;Conferência dos Jovens Alunos 2001;Exposição na Biblioteca Real de Haia;Fausto, de Goethe; A Justiça, o pri-

    meiro princípio do universo; O cami-nho interior da Gnosis; O Graal, umarealidade vivente; O que a mitologiagrega tem a dizer ao homem moder-no?; A Índia no ritmo da eternidade;Cada criança é um mistério único; Dé-dalo ou labirinto?; O corpo como ins-trumento da alma; Mani, um mensa-geiro que abalou o mundo; O evange-lho da alma; Meditação, uma noçãoambígua; As duas ordens de natureza;Guerra e paz no espaço e tempo; Para-celso, uma vida segundo os desígniosde Deus; Platão, testemunha da verda-

    de universal; Reencarnação e a Rosa-cruz moderna; A Renascença aindanão terminou; A Fraternidade Rosa-cruz; Origem e utilização dos símbo-los; Imagem de Deus e Universa-lidade; No princípio era o Verbo; Odesenvolvimento da nova alma. Alémdisso, muitos outros temas trataram

    da busca eterna da verdade universal.Uma seleção foi feita entre todos es-

    ses artigos e escolhemos alguns paramostrar a evolução da revista Penta-grama ao longo desses 25 anos. A re-vista Pentagrama propõe-se a atrair aatenção de seus leitores para a nova eraque já se iniciou para o desenvolvi-mento da humanidade. O Pentagrama

    tem sido, através dos tempos, o sím-bolo do homem renascido, do novohomem. Ele é também o símbolo douniverso e de seu eterno devir, por meiodo qual o plano de Deus se manifesta.Entretanto, um símbolo somente temvalor quando se torna realidade. Ohomem que realiza o Pentagrama emseu microcosmo, em seu próprio pe-queno mundo, está no caminho datransfiguração. A revista Pentagramaconvida o leitor a operar essa revolu-ção espiritual em seu próprio interior.

    A Redação

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    A chave para o tesouro da Luz

    O verbo eterno, que vem de Deus, se- gundo o prólogo mágico do Evange-lho de João, é a chave de ouro que dáacesso a todos os mistérios. O Verbo é o eterno mistério que abarca todo ouniverso. É o núcleo da luz espiritual do corpo solar, tanto do microcosmoquanto do macrocosmo.

    Verbo, a Palavra de Deus é o Fiatcriador, o som, o toque de trombetaque provocou a chuva de chamas mo-nádicas e gerou a vida em uma infini-dade de vibrações e cores. A vida corre

    sob a abóbada celeste universal, quereflete somente a radiação de Luz doamor universal. Esse mistério englobae contém o universo. É o Verbo doinício, que hoje ainda ressoa, e queexistirá para sempre. “É desse mistérioque eu venho” diz a Mônada, o ho-mem-luz, Jesus. Os sete influxos, assete emanações desse Verbo, formam a

    veste luminosa do homem-luz. Esse éo único grande mistério oculto na cri-ação, que somente pode ser reveladopela religião do verdadeiro conheci-mento, a pura religião da Gnosis.Gnosis nada mais é que o conjunto deemanações que provêm da flama mo-nádica e religam a alma-luz ao Es-pírito. O homem possui essa alma-luz.E Jesus diz: “despertai, vós que dor-mis, elevais-vos em Cristo que vosadmitirá em sua luz”. Então, a Gnosisnascerá em vosso coração e fará ama-durecer em vossa cabeça o fruto do

    conhecimento vivo. Esse conhecimentoé a Gnosis, o conhecimento da alma-luz, conhecimento que vos iluminará evos dará a chave do tesouro da luz.

    As mentiras bebidas como leite materno

    Essas palavras, assim como outrosfragmentos de textos antigos, circula-vam no início da era cristã no mundoreligioso e filosófico. Elas nos ligam aum pensamento e uma experiênciareligiosos muito diferentes de tudo oque resulta do relato histórico da vida

    de Jesus de Nazaré, elaborado e imagi-nado pelos Pais da Igreja.

    Agora que chegou o período deNatal, tornamos a dizer que os autên-ticos rosacruzes não se interessam poressa narrativa romântica do nascimen-to de Cristo imposta para as multidõestodos os anos. Esse relato romântico,esses fatos “históricos” são examinados

    em todos os sentidos com lente deaumento. E acusa-se o cristianismohistórico de ter desviado o ensinamen-to crístico a fim de servir-se dele paraseus próprios objetivos. Muitos de-nunciaram essa traição no decorrerdos séculos, mas seus protestos foramsufocados com sangue. No entanto,atualmente, a humanidade entra noperíodo em que todas as máscaras se-rão arrancadas.

    E quando as aparências caem, nemsempre é bonito de se ver. A realidadenua e crua mostra as deformações da

    O

    A luz irrompe

    através da

    escuridão para

    mostrar ocaminho para

    a humanidade.

    Foto

    Pentagrama.

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    sociedade, da ciência e da religião de

    um mundo criado pelo própriohomem. Não é de se surpreender quese, por um lado recuam diante de umatal descoberta, por outro também ati-ram-se avidamente em descobertascomo essas, pois a humanidade buscaa verdade.

    Devemos ignorar os fatos?

    Quem publica um estudo aprofun-dado sobre as divergências entre osautores da Bíblia pode ter certeza deter muitos leitores. Entretanto, é pre-ciso também perguntar se aqueles que“popularizam” a Gnosis não têm uminteresse pessoal. Estamos convenci-dos de que eles são impelidos inte-riormente a desmascarar honesta-

    mente a época atual, mas deixam demencionar que existe hoje uma verda-deira escola espiritual que ensina erealiza concretamente, há quase umséculo, o processo de renascimentodo corpo e da alma. Isso dá o que pen-sar. É preciso, apesar de tudo, notarque muito antes do surgimento detodas essas publicações, o transfigu-

    rista e gnóstico moderno J. vanRijckenborgh falou sistematicamenteda Gnosis como fonte de todo oconhecimento interior e de toda aliberdade interior, e publicou umaimportante obra sobre o assunto.

    Além do mais, ele fundou umacomunidade puramente gnóstica,hoje representada em mais de trintapaíses, que atrai a atenção de todoautêntico pesquisador da verdade. J.van Rijckenborgh gostava de citarestas palavras do místico AngelusSilesius:

     Ainda que Cristo nascesse

    mil vezes em Beléme não em vossa alma,ainda assim estaríeis perdido.

     Na verdade, a Palavra eternacontinua nascendo hoje.Onde? Em uma almaque se perdeu em si mesma.

     A porta da bem-aventurançasó pode ser atravessada

     por aquele que renasceu para uma vida totalmente nova.

    Ó homem, tu indagas:onde está o trono de Deus?Ele está lá onde Deus renasce em ticomo Filho!

    Se renasces de Deus,

    em um certo sentido fazesque ele renasça em ti.Então, tu sais e Ele entra.

    Em O advento do novo homem,publicado pela primeira vez em 1953pela Rozekruis Pers, em Haarlem,Holanda, J. van Rijckenborgh diz:

     Antes de tudo, vamos tratar de umvelho tema, abundantemente debati-do em nosso meio, declarando queCristo não é um majestoso hierofanteque habita algum lugar fora domundo material, porém, em primeirolugar, um ser impessoal, ilimitado, quese manifesta como luz, como força ecomo poderoso campo de radiação.Esse campo de radiação crístico, quesurgiu entre nós e inquieta esta som-bria ordem mundial, exerce poderosainfluência, em verdade, uma série deinfluências.

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    O gnóstico vive em razão do

    que ele sabe

    Dezenas de anos antes que o con-ceito de Gnosis se tornasse lugar co-mum para muitos pesquisadores, J.van Rijckenborgh explicava, em alo-cuções e muitos serviços templários, aGnosis dos mistérios egípcios, dosmaniqueus, dos essênios, dos bogomi-

    los, dos cátaros e dos rosacruzes doséculo XVII. Ele revelava a linha gnós-tica do ensinamento de Hermes Tris-megisto, de Buda, de Lao Tsé e demuitos outros ligados à Gnosis noverdadeiro sentido da palavra. Eleincitava seus alunos a buscar por simesmos o que é e o que não é Gnosis,exatamente como ele mesmo fazia.

    Há cinqüenta anos, ele publicou

    Dei Gloria Intacta, um esquema com-pleto do caminho da libertação. Emmaio de 1945, alguns dias após o finalda Segunda Guerra Mundial, no de-correr do primeiro serviço no templode Haarlem, ele lia como alocução oprimeiro capítulo de seus comentáriossobre a  Fama Fraternitatis (O Cha-mado da Fraternidade da Rosacruz).

    Era sua Fama Fraternitatis, um pedidopremente, seu apelo direto aos alunos,a fim de que se libertassem do cristia-nismo religioso desta natureza, docristianismo histórico. De modo ma-gistral, ele conduzia seus alunos dastrevas do pensamento religioso para ointerior do cristianismo universal. Eleexplicava o caminho do renascimentodos mistérios crísticos e gnósticos quecada um pode seguir ao imitar JesusCristo. Ele escreve no Dei Gloria In-tacta (A gloria de Deus é intangível): É

     preciso estender o alcance do cristianis-

    mo. Ele não começa em Belém, porém,milhares de anos antes, e é precisoconsiderar a intervenção universal deCristo num decurso de vários milhõesde anos.

    A trigésima terceira descidada luz crística

    A descida da luz divina está em re-lação direta com o relógio cósmicouniversal. O campo de radiação inter-cósmico, que desce em nossa épocapela trigésima terceira vez, terá reali-zado novamente, no final deste sécu-lo, um grau no ciclo zodiacal.

    Esse último minuto do relógio zo-diacal é de uma importância extrema-mente grande. A humanidade estará,então, madura para uma revolução es-

    Abertura do

    sepulcro de

    Cristão Rosacruz.

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    piritual, para uma reviravolta funda-

    mental de natureza espiritual, pois elase encontra na última fase de um ciclocósmico de seis mil anos de duração,fase na qual uma nova consciência sur-girá e se manifestará. Esse surgimentoé o resultado das experiências radicaise de lutas espantosas e de muitos sofri-mentos pelos quais a humanidade vempassando no espaço e no tempo.

    Atualmente encontramo-nos nacrista de uma onda no oceano do mun-do. E estamos sendo provados e sacu-didos pelos vendavais de natureza mag-nética provenientes do macrocosmosolar que assaltam nosso campo de vi-da. Sabemos que as radiações atingem,influenciam e penetram todos os ele-mentos. A irradiação do macrocosmosolar atinge e influencia toda espécie

    de vida e nada a detém. Isso significaque a consciência de inúmeros sereshumanos está sendo tocada e que, por-tanto, um ciclo de novas experiências ede novas percepções vai se desenvolver.

    Uma reorientação para tentar expli-car a transformação da consciênciaestá ocorrendo. Esse fenômeno éacompanhado de eventos extrema-

    mente violentos e desmascaradores.Muitos se afastam da sociedade em suaforma atual. O bem e o mal se encon-tram face a face de forma cada vezmais grotesca, e através de tudo issouma nova era abre caminho.

    Construir ou somenterestaurar?

    Muitos se opõem, querem tudo de-molir; outros aproveitam essa oposiçãopara reintroduzir antigas filosofias eteologias carunchadas nestes novos

    tempos. Outros ainda recusam abso-

    lutamente essas mudanças reunindo-as sob a expressão “New Age”.Mas o fato é que um novo período

    começou. Ele é revelado por fenôme-nos importantes: e vivemos em umaépoca apaixonante. Assistimos o mo-mento em que a humanidade sevolta contra as paredes que aaprisionam, para abrir

    uma passagem para fo-ra da prisão onde seencontra presa pe-lo cristianismohistórico e ou-tras religiões damesma ordem.

    A Escola Es-piritual anun-ciou e explicou

    a m p l a m e n t eessas grandesmudanças já hádezenas de anos.Encontramo-nosem uma importantevirada da civilização, emtodos os povos e em todosos países. A consciência do indi-

    víduo e a da humanidade acompa-nham essa mudança. A nova radiaçãode Luz do macrocosmo solar nãoatinge somente o corpo astral, mastambém o corpo etérico, ou corpo vi-tal, e toda a personalidade é arrastada aessa mudança. Essa força, que muitaspessoas desconhecem, penetra seuscampos de respiração pelo campomagnético aural. O ser humano inalaessa força sem poder evitá-la. Ela abresua consciência aos aspectos ocultosda natureza e o impulsiona a mudar oenfoque de sua vida.

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    Aquarius.

    Catedral deLausanne, Suíça.

    O caminho da elevação

    existe ainda hoje?

    Em razão das mudanças causadaspelo desenvolvimento acelerado daeletrônica – computadores, telecomu-nicação, internet, navegação, etc. – o

    homem se afunda cada vez maisna matéria. Entretanto, existe

    um grupo sempre cres-cente daqueles cuja

    consciência sub-metida às in-

    fluências cós-micas faz pre-sumir a exis-tência de ummundo to-talmente di-ferente. No

    início é ape-nas uma idéia

    vaga, incerta,provocada pela

    perda dos antigosprincípios, mas que

    faz aumentar a sede deconhecimento, de com-

    preensão relativa à origem do

    homem, de certeza quanto à metada humanidade e de informação sobrea humanidade original. Esses pesqui-sadores querem penetrar os segredosdo cosmo e descobrir as raízes daexistência.

    O antigo deus histórico está mor-rendo e o coração se volta para umnovo horizonte espiritual. Mas mui-tos perigos espreitam porque o pode-roso impulso cósmico da renovaçãonão pode ainda ser compreendido emtoda a sua envergadura pelos homensde olhos vendados. E eis que já apare-

    cem os comentadores, os exegetas,

    que tudo sabem mas escondem o es-sencial, e que afastam esse impulsopara levar a humanidade para umanova prisão.

    Muitos grupos e movimentos seapresentam; o Novo Testamento oschama de falsos profetas. Eles pregam“sua” verdade e adaptam tudo a elapara poder conservá-la. Enquanto

    não se voltarem para a luz das luzes,eles não podem agir de outro modo.

    A Palavra original vemtocar os homens

    De onde provêm todas as suasexplicações e interpretações? De suareação ao derramamento da luz espi-ritual, que é onipresente e se liga ao

    mundo e à humanidade de umamaneira totalmente nova. Essa luzespiritual provém da Palavra queinquieta o universo e irradia desde oprimeiríssimo início e até os nossosdias. Esse é o prana da outra Vida, deum mundo que toca até a menor célu-la de nosso corpo para fazer suacolheita.

    A safra está pronta há muito tem-po. As sementes foram espalhadasnum passado remoto e o que germi-nou já amadureceu nos campos da vi-da. Quais serão os frutos? Comoserão colhidos? A safra amadureceráem Cristo? Que queremos dizer comas palavras “em Cristo”? O Verbo –que é a vida, a luz dos homens – seapóia em três poderosos fundamen-tos. A Palavra não é somente a forçafundamental da criação; ela tambémestá em todos os escritos sagrados en-quanto revelação do conhecimento

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    que nos esclarece sobre a essência do

    Espírito e da Alma. Esse conhecimen-to é a Gnosis, a Palavra revelada!

    O lar da Luz, uma puracomunidade de almas

    A Palavra, o Verbo, foi trazida àhumanidade por uma multidão demensageiros que não falavam apenasda Luz, mas que podiam tambémliberá-la e transmiti-la. Eles funda-ram comunidades nas quais a luz serevelava como um campo de irradia-ção poderoso e vibrante. Durante acaminhada da humanidade, houveperíodos mais ou menos longos emque a força-luz do mundo puro, tam-bém chamado mundo superior, ade-quou-se para formar um “campo de

    luz” na esfera terrestre: uma novaatmosfera que oferecesse novas pos-sibilidades. Graças a esse campo deluz, o ritmo do desenvolvimento es-piritual do homem foi consideravel-mente acelerado.

    A descida da luz evolui em funçãodo relógio zodiacal. Atualmente ahumanidade se encontra sob o influ-

    xo de uma intervenção divina. E to-dos nos quais ainda fala, por poucoque seja, a força da alma imortalserão admitidos no campo da colhei-ta pela luz da Gnosis. Sem perder devista essa certeza, os enviados da Luzque fundaram e desenvolveram aEscola Espiritual da Rosacruz Áureaformaram um grupo de pioneiros,uma fraternidade gnóstica, com aintenção de alcançar um nível espiri-tual que lhe permitisse colaborar,como Jovem Gnosis, com o campode luz que desceu.

    A festa de Natal ainda tem

    algum significado?

    Chegamos a três perguntas essenciais:O que significa para nós, rosacruzes,o Natal, a festa da Luz?O que significa para nós o nascimentode Jesus de Nazaré?O que representa para nós a paz deBelém?

    Continua sendo para nós um even-to exterior, profano, cujo significadoespiritual original já se perdeu? Ouagora o consideramos de modo total-mente diferente?

    Sim, certamente, pois Belém é onosso coração, onde nasceu a luz darosa, a luz do átomo original. A festada luz é o jorrar de uma grande mara-

    vilha no santuário da cabeça, quandoa chama monádica liga-se à kundalinido coração no santuário da pineal.Aqueles que percorreram esse cami-nho podem dizer: “O Pai e eu, a Almavivente e o Outro em mim, a Mônadae eu, somos um!” Quando a luz seguesua marcha em uma personalidade aserviço da Alma vivente, são assegu-

    rados o caminho da cruz com rosas, a“via dolorosa”, e a vitória sobre amorte.

    A intenção de J. van Rijckenborghera fundar uma Escola Espiritual naqual um grupo de pioneiros, como jovem fraternidade gnóstica, formariaum lar; uma comunidade que seriacapaz de receber e de refletir a luzonipresente da Gnosis; uma comuni-dade na qual a luz da Gnosis irrompe-ria num fogo poderoso dirigindo-se atodos os que buscam e abrem seucoração à Gnosis.

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    Preparar-se para dar o

    grande passo

    Como unir-se a essa comunidade?Libertando o corpo astral da esfera as-tral da existência dialética e penetrandona única luz que é a Gnosis. Ela estáem cada um, “mais próxima do quemãos e pés”. Ela nos toca sem interrup-ção, irradia em nós, envolve-nos e nos

    penetra de todos os lados. Quem setorna consciente dela e quer vivernessa luz deve começar por dar algunspassos elementares, purificar-se, adqui-rir a aptidão e a capacidade de realizara unidade entre a Alma e o Espírito.

    Como alcançar esse estado de ilu-minação interior? Dedicando-se a eletotalmente; harmonizando toda a vi-da a esse processo; libertando-se da

    antiga natureza dialética; dando antesde tudo importância à alma imortal enão ao eu mortal; renunciando à anti-ga natureza, desligando-se dela.

    Se não for assim, tudo permanececomo antes. Continuamos a olhar ascoisas pelo lado de fora. Permanece-mos quando muito crentes, ou até mes-mo descrentes, mas não nos tornamos

    transfiguristas.

    Percepção interior em umaoitava superior

    A força da Rosa é uma radiação quese dirige para o interior e para o exte-rior. É um fluido perceptível, um aflu-xo do prana da vida. Nessa força semanifestam a Palavra, a Vida, e a Luzdos homens. O toque no santuário docoração representa o nascimento de Jesus na gruta purificada do coração,nascimento que se tornou possível

    por Cristo, a luz do mundo, o campo

    de luz onipresente do Espírito Santosétuplo. A causa desses sublimes pro-cessos, que ultrapassam de longe arazão comum, é o fermento do uni-verso, a fonte da criação: o amor divi-no que, ainda desconhecido, se dá aconhecer na nova alma. Esse é o nas-cimento virginal, a verdadeira ilumi-nação interior!

    A iluminação interior não é de mo-do algum reservada aos santos e aosmestres. Ela faz cintilar os átomos deforça luminosa do pesquisador daVerdade, a fim de irradiar sua cons-ciência e de revelar-lhe uma nova di-mensão, o que gera um poder de per-cepção totalmente diferente, uma vi-são interior de uma oitava superior, naqual se exprime a sabedoria divina, a

    Gnosis. Essa é a Gnosis da centelhade luz no homem, da alma que viveem comunicação com o campo de luzda Gnosis. Essa força se eleva acimados limites humanos e dá prioridade àvida no mundo da alma vivente. Essaé a festa de Natal, da qual a vida coti-diana jamais apaga o brilho.

    Neste momento do ano, podemos

    ver a luz brilhar no horizonte de umanova colheita da Gnosis. Um novotoque universal acontece. Um alentodivino perpassa os espaços da nature-za da morte para tocar as centelhasdivinas perdidas, a fim de despertá-lase reconduzi-las à natureza superior.Quem compreende essa mensagemergue a tocha de luz para permitir queos outros homens a reconheçam e asigam. Então a festa de Natal é a ver-dadeira festa de luz gnóstica.

    Direção Espiritual Internacional

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    “No princípio era o Verbo, e o Verboestava em Deus, e o Verbo era Deus”.Esta frase do primeiro capítulo doEvangelho de João afirma que a cria-ção foi e é realizada pelo Verbo deDeus. Pelo Verbo originou-se a onda

    de vida humana que recebeu a missãode realizar e desenvolver o plano di-vino de criação. A idéia divina pode-ria ser realizada pela colaboraçãoharmoniosa de todos.

    ntretanto, muitas criaturas abusa-ram da liberdade inscrita nessa idéia-base. O intercâmbio harmonioso en-tre Deus e suas criaturas foi quebradopelo homem. Com esse insistente com-portamento, essas criaturas se excluí-ram do campo de vida divino. É por

    isso que as escrituras sagradas e mui-tas lendas falam de um pecado origi-nal, de uma necessária separação entrea humanidade e o campo de vida divi-no. Mas, a Palavra (o Verbo) irradia.A força, a luz do princípio, penetra

    nas trevas a fim de fazer a humanida-de decaída regressar. Assim, foi con-cebido um plano de salvação para queos microcosmos decaídos não mergu-lhem no caos, pois eles estão sem for-ças, desgovernados na esfera terrena.Isso porque o átomo primordial quepermanecera em seu centro, tinha setornado morto-vivo. Esse plano de sal-vação previu o aparecimento de seresque serviriam de elemento vivificadore animador para os microcosmos des-governados. Somente através deles osmicrocosmos teriam condição de

    A fonte de toda a vida

    E

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    existir neste campo de vida estrangei-

    ro. Esses seres passaram por muitosprocessos de desenvolvimento antesde alcançar o grau de intelectualidadeque caracteriza o homem moderno.

    O processo de conscientizaçãoda humanidade

    Esse processo de desenvolvimentose estendeu por um período inconce-bivelmente longo, e nele colaboraramnumerosas ondas de vida, emboramuito diferentes da onda de vida hu-mana. Tornar-se consciente é o objeti-vo desse processo. Durante muitotempo foi necessário que a humanida-de fosse conduzida por guias espiri-tuais, pois seu desenvolvimento inte-lectual não tinha ainda avançado sufi-

    cientemente. Quanto mais o homemse tornou consciente do estado dequeda no decorrer do tempo, mais elesentiu estar separado de algo. Por is-so, seus guias espirituais se esforça-ram por indicar a essa consciêncianascente a pátria original, a fonte daqual ela se originou.

    Esses guias espirituais eram rosa-

    cruzes. Não eram membros de umgrupo denominado rosacruz, maspessoas que haviam superado seuegocentrismo na força da cruz e gra-ças a ela, para reativar em seu micro-cosmo o átomo primordial, a rosa, afonte divina imortal. Eles trabalharamcom a força da cruz, que tudo vence,a serviço da humanidade. Eles mos-traram muitas e muitas vezes que oegocentrismo obstinado do homem,torna impossível o regresso dos mi-crocosmos decaídos ao campo de vidadivino. Um alto-grau de auto-estima

    é o fator de separação entre Deus e ohomem. No relato bíblico sobre opecado original lemos: “E eles quise-

    ram ser como Deus”. O homem jádispunha de um livre-arbítrio, masfaltava-lhe a razão, o conhecimentopuro do plano de criação.

    A jóia imortal

    Cada microcosmo decaído recebeuuma fonte de força divina, para que ohomem trilhe o caminho de volta à

    casa do Pai. Essa jóia imortal é umaforça impulsionadora que exorta,chama e estimula. Inconscientementeos homens atuais sentem esse impulsocomo uma vaga lembrança de seremnascidos de Deus e não pertencerem aeste mundo terrestre. Mas enganam-sequando pensam que esse chamadorefere-se à personalidade terrena e não

    ao microcosmo a quem eles devemservir como “instrumento”. Uma vaganoção da verdadeira ligação faz comque o homem compreenda incorreta-mente os impulsos dessa jóia divina equeira construir o reino de Deus aquina terra. Esse engano conduz ohomem através de muitos movimen-tos e infindáveis experiências. É porisso que a felicidade, a paz, a liberdadee a harmonia – atributos do homemdivino – continuam sendo ilusões navida terrestre. Quando o homem,depois de passar por muitas experiên-

    Fonte noRoseiral de

    Noverosa.

    Foto

    Pentagrama.

    U MA VEZ NASCIDO DA FONTE

     DA VIDA , O HOMEM REGRESSA AGORA

     À FONTE DE TODA A VIDA!

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    cias negativas, se torna mais conscien-

    te, essa jóia divina pode se tornar o cri-tério através do qual ele começa acompreender que todos os presumi-dos estados de felicidade e valores nãopodem ser alcançados nesta terra – anão ser por pouco tempo.

    Também os rosacruzes da IdadeMédia falaram do saber que jaz ocul-to em cada homem e que jorra da jóia

    do coração microcósmico.Mas, diz a Fama Fraternitatis: Tudoisso, porém, lhes era risível e, uma vezque era novo, temeram que seu gran-de renome fosse diminuído caso aindativessem de reconhecer seu erro demuitos anos.

    As duas consciências

    Como os rosacruzes clássicos, tam-bém a Escola Espiritual moderna diz atodos que têm ouvidos para ouvir, queo homem possui duas consciências.Em primeiro lugar há uma consciênciarudimentar que é alimentada pelafonte eterna e que pode desabrochar apartir dela até atingir a plena maturi-dade, desde que o homem a ela não se

    feche. Em segundo lugar existe tam-bém uma consciência terrestre domi-nante que advém do egocentrismohumano. Esse estado de consciênciadito “normal”, a ilusão de grandezaegocêntrica do homem, gerou umaconcentração de força terrena, da qualo homem somente pode ser libertadopelo conhecimento, pela compreensãoe pela auto-entrega. Em geral o ho-mem vive dessa segunda fonte que jorra vigorosamente nele, pois a idéiade querer ser como Deus continua aser dominante. Ela bloqueia a força do

    amor de Deus e também o esforço por

    libertação do homem que já se colo-cou a caminho da cruz.Ninguém pode dizer quando a

    queda aconteceu. Os rosacruzes di-zem que o pecado original aconteceumais de uma vez.

    A separação do campo de vida divi-no e, portanto, o encapsulamento dosaber divino interior, continuam em

    nós. Por isso não há resposta para per-guntas como: Qual é a idade da Ro-sacruz? Quando ela foi fundada? Sem-pre serão fundadas novas Escolas Es-pirituais com base na força espiritualde Deus, pois a força que envolve e in-terpenetra toda a terra é a força deCristo, que quer reintegrar as criaturasdecaídas ao plano divino de salvação.

    As fases de preparação das escolas

    espirituais e das religiões mundiais es-tendem-se por milhares de anos, co-mo aconteceu, por exemplo, com asreligiões mundiais do período ariano,os ensinamentos de sabedoria hermé-ticos, a doutrina do Antigo Testamen-to e a sabedoria grega. Todos esses im-pulsos religiosos são uma expressão da-quele que é, que era e que sempre será:

    Deus, a Gnosis, a fonte de toda a vida!

    A Gnosis é revelada emcada homem

    Todos os que verdadeiramente com-preendem algo do plano divino estãoa serviço dessa força, dessa sabedoria,que deixou igualmente vestígios emtodas as religiões. Por esse motivotambém que não se pode falar de umsaber constituído dos rosacruzes. Elesnão receberam e nem recebem seu co-nhecimento por meio de estudo. Qual-

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    quer pessoa pode chegar até essa fon-

    te: basta que se prepare.Nos três manifestos dos rosacruzesclássicos é enfatizado que a sabedoriadivina pode se manifestar em cada ho-mem, desde que ele esteja disposto amorrer em Jesus.

    Quem quiser entrar na liberdade,assim diz a  Fama Fraternitatis, devetornar-se consciente de sua prisão.

    Somente então é possível uma “refor-ma”. Os manifestos dos rosacruzesnasceram do impulso do fogo divino.O amor divino soa através desses es-critos. Eles provocaram um desenvol-vimento que despertou muitos ho-mens e os levou a refletir.

    Esse chamado foi captado esponta-neamente por muitos homens amadu-recidos que escreveram sobre a auro-

    ra de uma nova humanidade. Apare-ceram, então, muitos livros e artigossobre assuntos que ainda hoje sãolidos por pessoas religiosas e busca-doras.

    Embora tenha sido fortementeentravado pelos esforços mal com-preendidos da Reforma, esse movi-mento foi necessário como uma fase

    de preparação para a era de Aquário.

    Na virada dos séculos

    Na transição da era de Áries para aera de Peixes terminou o período doAntigo Testamento. A irradiação crís-tica tornou-se mais forte. O homempôde, então, aprender a ligar-se semintermediário à força divina e a trans-formá-la. Ele já era suficientementeadulto para saber de onde vinha e paraonde ia. Por isso, o impulso religiosoe o desejo de salvação podiam ser trans-

    formados em um cristianismo prático.

    As pessoas que foram tocadas poressa intervenção divina intensificadareuniram-se nas primeiras comunida-des cristãs entre os bogomilos, osmaniqueus, os albigenses e os cátaros.Durante centenas de anos parecia quea chama estava apagada. Mas sempreapareceram homens que podiambeber da fonte eterna e que transmi-tiam a sabedoria divina. As atividadesdos rosacruzes clássicos dão testemu-nho disso.

    Em nossa época, a humanidade estásob a influência do período de Aquá-

    A libertação do

    quinto éter.Gravura do

    século 18.

    Bibliothèque de

    l´Arsenal, Paris.

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    rio. Aquário traz desmascaramento e

    desperta o anseio pela verdade. Seráque a humanidade, influenciada poressas forças, irá compreender tambémos manifestos dos rosacruzes e reco-nhecer que é seu egocentrismo que amantém prisioneira no mundo? Mui-tos sentirão que somente poderão li-berar o fogo sagrado em seu imo quan-do uma compreensão autêntica e um

    desejo puro os fizer dizer: Senhor, nãoa minha, mas a Tua vontade seja feita!

    O processo alquímico épurificador

    Nesse momento pode começar oprocesso que os rosacruzes chama-ram de processo alquímico e em que osal menstrualis, o sal divino, purifica-

    dor, aniquila tudo o que é impuro, todaautovanglória e toda negação de Deus.Através desse processo alquímico, ometal impuro (isto é, o homem terres-tre) pode ser dissolvido, e o ouro espi-ritual (isto é, o homem original) podevoltar a brilhar. Isto significa: renascer 

     pelo fogo do Espírito Santo!Entretanto, os rosacruzes clássicos

    diziam enfaticamente – e também aRosacruz moderna agora diz – queesse processo apenas pode ser come-çado por compreensão e auto-entre-ga. Assim, os rosacruzes clássicos pre-pararam um processo de desenvolvi-mento que ainda hoje continua a in-fluenciar a vida da humanidade ama-durecida. Os três manifestos abriramcaminhos de conhecimento que até aí estavam fechados. Quando um serinicia esse processo, ele se vê diantedos fragmentos de seu ser, do qual eletem uma compreensão inexata. Ele

    reconhece agora que as fronteiras do

    eu foram alcançadas e que um com-portamento egocêntrico conduz aoabismo. Por isso, ele procura uma ou-tra forma de vida, outro sentido e ou-tro conteúdo para uma vida que este- ja mais de acordo com o saber inte-rior. O desejo de uma nova evoluçãohumana traz muitos buscadores paraa Escola Espiritual da Rosacruz mo-

    derna, a um campo de força onde aforça de Cristo atua intensamente.Nesse campo de força, o homem tor-na-se consciente de que um compor-tamento egocêntrico obstinado é abarreira que o separa da água viva doconhecimento. Nele o homem tambémse torna consciente de que JesusCristo não liberta os homens de umatarefa inacabada, mas incita-os à reali-

    zação dessa tarefa. Tarefa resumidanas palavras: Segui-me!

    Quem segue esse caminho alcançao repouso interior: deixa de ter dese- jos impulsivos, indomáveis, de felici-dade terrestre. Já não se opõe ao planodivino. Então podem ser compreen-didas as palavras da  Fama Fraterni-tatis, que talvez já tenham sido mui-

    tas vezes ouvidas, lidas e ditas, masque agora podem ser transformadasem atos:

    Inflamado pelo Espírito de Deus,submergido em Jesus, o Senhor, e

     pelo fogo do Espírito Santo renascido.

    Uma vez nascido da fonte da vida, ohomem regressa agora à fonte de todaa vida!

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     A pergunta que agora levanto meimporta muito. Desejo explicar-vos por que sou rosacruz. Na minha opinião,não se é um rosacruz por ligar-se a umaescola ocidental de mistérios ou por tornar-se membro de uma sociedaderosacruz. Não, se é um rosacruz por 

    causa de uma determinada condição física, anímica e espiritual.

    ode-se ter consciência dela ou não,pode-se ou não diligenciar por um ououtro trabalho esotérico; a qualidadeintrínseca, a condição intrínseca, de-termina “ser” ou “não ser”. Justamentesobre a condição física, anímica e espi-

    ritual do verdadeiro rosacruz, desejofalar-vos. Trata-se, portanto, daqueleque, graças a seu ser, seja ele quem for,é tocado pelo campo de força dos mis-térios ocidentais ou, de qualquer mo-do, poderia vir a sê-lo.

    Sinto-me compelido a esta palestraporque ela pode nos ensinar muito,porque ela pode trazer tanta luz a inú-

    meras questões, porque ela pode ex-plicar perfeitamente as ações, às vezestão incompreensíveis para nós, demuitos seres humanos, porque ela nosfaz compreender muita aflição.

    Há neste mundo um sofrimento in-finito, um sofrimento necessário se-gundo a natureza, que se tornará liber-tador quando o homem compreendê-lo, segundo suas causas e sua estruturade linhas de força, a fim de que, nessesofrimento e através dele, o homemencontre a paz interior, e possa assimirromper para a luz.

    Por que sou um rosacruz? Essa per-gunta nasceu devido ao desgosto e aogrande desespero. Essa pergunta nãosurgiu de um tema intelectual escolhi-do friamente, mas, sim, elevou-se dasprofundezas de minha alma. Essa per-gunta nasceu de sangue e lágrimas. É

    uma conseqüência de uma reflexãoapós uma luta de muitos anos.

    Causas extremamente profundas

    Essa pergunta emergiu como umameta proveniente do coração, apóster-se tornado claro para mim que asrealidades e forças que me causavam amais elevada felicidade, uma alegria

    espiritual interior e a mais profundacomoção, nada significavam para ou-tros, os quais as pisavam como lixo,como sujeira. Cheguei à conclusão deque aquilo que me fazia balbuciar degratidão incitava outros à cólera, àagressão e a atitudes ofensivas. Comcerteza direis: vossas experiências sãoas conseqüências das atividades do

    clássico negro inimigo, que colocainúmeros obstáculos no caminho detodos os filhos da luz, de todos os ser-vos de Cristo. Ele ataca todos os bus-cadores da luz no interior e no exte-rior do sistema microcósmico. É o ini-migo que se utiliza de parentes e deamigos, a fim de tornar impossível otrabalho a serviço dos hierofantes deCristo. Isso é verdadeiro, porém éapenas uma meia verdade. As causasdessa horrível desunião jazem infinita-mente mais profundas. E para podersondar as causas até em seus negros

    Por que sou um rosacruz?(Alocução do Sr. Jan van Rijckenborgh, proferida entre 1940 e 1945)

    P

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    abismos, temos de investigar a aurorada história do homem na natureza lu-ciferiana. Por isso vos reporto ao Gê-nesis, o primeiro livro de Moisés, o pri-meiro livro da Bíblia, a fim de, com oauxílio do que está oculto no que lá énarrado, obter uma resposta à pergunta:“Por que sou um rosacruz?”Lemos, então, em Gênesis, no capítulo 4:

    E Adão conheceu sua mulher Eva, eela engravidou e concebeu Caim e dis-se: ganhei um varão com o Senhor. Eela prosseguiu, e concebeu Abel, seu ir-mão. E Abel tornou-se pastor de ove-lhas; Caim, porém, tornou-se lavrador.

     Aconteceu, após algum tempo, queCaim trouxe do fruto da terra umaoferenda ao Senhor; e Abel também

    trouxe dos primogênitos das suas ove-lhas, e da sua gordura. E o Senhor aten-tou clemente para Abel e para a suaoferenda; porém não atentou clemente

     para Caim e para a sua oferenda. Caimirou-se fortemente, e alterou-se seusemblante.

    E o Senhor falou a Caim: Por que teiraste? E por que se alterou teu sem-blante? Não é assim? Se és devoto, en-tão és sempre bem-vindo; porém se nãoés devoto, o pecado jaz à porta; o seudesejo será contra ti, mas a ti cumpredominá-lo.

    Então Caim falou com seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles nocampo, se levantou Caim contra o seuirmão Abel, e o matou. E disse o Senhor a Caim: Onde está teu irmão Abel? Eele disse: Não sei; serei eu o guardião demeu irmão? O Senhor, porém, falou: Que

     fizeste? A voz do sangue de teu irmãoclama a mim desde a terra. E agora és

    maldito sobre a terra, que abriu a bocae recebeu de tuas mãos o sangue de teuirmão. E quando lavrares o campo dora-vante ele não mais te dará sua riqueza.

     Fugitivo e errante serás sobre a terra.Caim, porém, falou ao Senhor: Meu

     pecado é maior do que se me pode per-doar. Vê, Tu me expulsas hoje do cam-

     po, e tenho de ocultar-me de tua face e

    ser errante e fugitivo sobre a terra, etodo aquele que me encontrar mematará. O Senhor, porém, disse-lhe:

     Não, porquanto quem matar Caim se-rá castigado setuplamente. E o Senhor 

     fez um sinal em Caim a fim de quequem o achasse não o matasse.

    E saiu Caim de diante da face do Se-nhor, e habitou na terra de Node, dabanda do oriente do Éden. E Caim co-nheceu sua mulher; ela concebeu e te-ve a Enoque, e ele edificou uma cida-de, e deu à cidade o nome de seu filhoEnoque.

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    Águia de bronze

    ao lado do Templo

    de Renova.

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    Panorama dos

    Centros de

    Conferências da

    Escola Espiritual

    da Rosacruz

    Áurea, Lectorium

    Rosicrucianum: àesquerda,The

    Granary, GB; à

    direita: Medelin,

    Colômbia.

    Um outro estado de consciência

    Quando as forças luciferianas exer-ceram, na ordem do paraíso, seu ata-que proveniente do elemento luz so-

    bre a humanidade, a manifestaçãoposterior de nossa onda de vida nãopôde continuar sob as circunstânciasde então. Os perigos que ameaçavamo cosmo, o mundo e a humanidade setornaram demasiado grandes. Por is-so, a consciência moral-racional dasentidades de nossa onda de vida, que já se haviam manifestado na ordem do

    paraíso, foi novamente retirada do ele-mento luz e conduzida a um estado deconsciência que correspondia ao ele-mento cósmico que chamamos águaviva. Para entender o que isso querdizer, temos de comparar os elemen-tos primários uns com os outros se-gundo sua essência e atividade. Na or-dem de Deus a humanidade trabalha-va com o elemento fogo em conformi-

    dade com a consciência moral-racio-nal. Isso significa que o raio de açãohumano – segundo vontade, sabedoriae atividade – era incomensurável. Aforça humana era ilimitada. O ho-mem, em razão de seu desenvolvi-mento prático, se mostrava como um jovem deus. A forma espiritual huma-na perscrutava o universo como um

    raio. Na ordem do paraíso, a humani-dade trabalhava com o elemento luzem conformidade com a consciência

    moral-racional. Isso significa que oraio de ação humano segundo vonta-de, sabedoria e atividade – comparadocom o que ela possuía na ordem deDeus, era bastante limitado. As anti-

    gas forças espirituais, dinâmicas eoniabarcantes, foram fortemente apri-sionadas e submetidas a uma visívellimitação. Não obstante, o homem vi-via na ordem do paraíso em espantosagrandeza de alma. Mediante a radian-te, cálida faculdade do elemento luzcósmica, o qual iluminava tudo, existiauma grandiosa comunhão hierárquica

    entre muitas sublimes ondas de vida.Arcanjos, Anjos, Potestades e Tronosse relacionavam com a humanidadeface a face. Todos eles cantavam emconjunto no coro celeste dos espíritosem honra a Deus.

    O homem foi acolhido dentrode limitações materiais

    Quando, porém, esse coro dos espí-ritos, quando essa cooperação supra-normal das hierarquias foi novamenteperturbada pelas potestades luciferia-nas, a consciência moral-racional foiligada ao elemento água viva, a fim depoder proteger a humanidade. O ho-mem foi colocado dentro de limita-ções materiais. Ele já não era cidadão

    do universo, de acordo com o elemen-to fogo. Ele também já não era cida-dão do cosmo planetário, compreen-

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    À esquerda:

    Chatam, NY,

    EUA;

    à direita: La

    Nouvelle Aube,

    Camarões.

    dido segundo o elemento luz. Ele setornou um habitante da terra. Asfronteiras de sua morada foram traça-das pelos elementos água, ar e terra.Ele foi conduzido a uma região solitá-

    ria, inculta, a fim de que no início des-sa permanência ele não pudesse sofrerdano algum por parte das entidadesluciferianas que então tentavam con-quistar o elemento luz. Assim, maistarde, após a impiedade ter obtidopoder sobre ele, ele não poderia trans-mitir as forças e os desenvolvimentosímpios a todos os mundos. Ele foi con-duzido a uma prisão até que, oportu-namente, pudesse daí ser libertado.

    Assim a humanidade se desenvol-veu, à medida que os acontecimentosse realizaram, como narrado no livroGênesis do Antigo Testamento.

    Outrora cheguei a explicar que airradiação da centelha divina humana,proveniente do ser de Deus, não podeser concentrada em um determinado

    momento. Essa irradiação divina seefetua em ondas, em grupos. O núme-ro de entidades que pertencem a umplano de Deus também não deve servisto de antemão como uma quantida-de preestabelecida. O número podeaumentar à medida que as entidades jáirradiadas sustentam o plano de Deussegundo suas maravilhosas clarezas.

    Quando a humanidade foi colocadanas limitações do elemento água viva,a irradiação divina retraiu-se para que

    em primeira instância o plano do Se-nhor pudesse se realizar e assim ativaroutra vez os homens para a vida me-diante a introdução de um novo nú-cleo espiritual. Temos de considerar

    também o fato de que tanto na ordemde Deus como na ordem do paraísopermaneceram entidades humanas,porquanto estas não foram profanadaspela traição luciferiana. Uma partedesses grupos desceu em nascimentosterrenos com o objetivo de servir àgrande obra. E a outra parte formouuma hierarquia humana de entidadesnão decaídas, a assim chamada Ordemde Melquisedeque.

    Dois tipos humanos se apresentam

    Foi assim que na humanidade quepertence a terra terrestre, manifestou-se desde o nascimento na nova vida,dois tipos humanos distintos: o ho-mem Caim e o homem Abel. Que ti-

    pos humanos são esses? Caim era e é oser humano cuja ênfase está na cons-ciência espiritual, o ser humano quetem a ligação mais forte com o ele-mento fogo. Abel era e é o ser huma-no em quem a ênfase está na consciên-cia anímica, o ser humano que senteuma ligação mais forte com o elemen-to luz. As causas desta distinção po-

    dem ser encontradas por um lado nofato de que o ser humano Caim nãohavia, ou havia somente parcialmente,

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    À esquerda:

    Fênix, Lagoa

    Santa, MG, Brasil;

    à direita:

    Christianopolis,

    Birnbach,

    Alemanha.

    sido introduzido na ordem do paraíso,e, não havia conhecido a ênfase naconsciência anímica. Por outro lado,as causas podem ser encontradas napré-ordenação divina, para que dentro

    das limitações da terra terrestre, o serhumano jamais esqueça totalmente,tanto a consciência espiritual quanto aconsciência anímica, e, portanto, en-contre no final o caminho ascendenteatravés da turbulência entre esses doistipos humanos.

    Conseqüentemente o ser humanoCaim é o homem perigoso, dinâmico,

    o pioneiro ígneo, que é consciente deseus grandes poderes espirituais etenta desenvolvê-los. O ser humanoCaim se aproxima muito desse grandeser humano que anteriormente se ex-pressou na ordem divina com tantaautoridade. Portanto, quando Eva pro-duziu esse Caim de seu sangue, ela diz:Ganhei um varão com o Senhor . Por-que, nesta mãe do mundo, Eva, a lem-

    brança do estado da ordem divina,vivia como um vislumbre do passado,que ela viu se tornar realidade em Caim.

    O ser humano Abel é pleno de al-ma, amoroso, místico. O crepúsculodos deuses não o inquieta. Ele nãosente o tremor de grandes forças ocul-tas. Ele não enfia ambos os punhos naterra escura num desejo agonizante de

    erguer o que não tem forma para fazerdele um templo magnífico. Esse ho-mem Abel se banha na luz da alma.

    Ele sonha e canta no calor do alento daluz de Deus. O que mais ele poderiadesejar? Onde ele poderia melhormorar? Não fala seu sangue a cadabatida do coração do amor de Deus?

    O que lhe importa a construção de ummundo? Ele não vê diante de si as ove-lhas que lhe darão tudo o que elenecessita? Não, ele não é egoísta. Suaalma está repleta de gratidão e sua pri-meira reação é uma oferta de sua abun-dância a seu Deus.

    Abel sente Deus, mas Caim

    O conhece!O sacrifício de Caim não foi aceito!

    Ele encolerizou-se e alterou-se o seusemblante, ele caiu em desespero. Nãobramia em seu sangue o crepúsculodos deuses? Abel sentia Deus, mas ele,Caim, conhecia Deus. Seu sacrifícioera consciente, celebrado de seu inte-rior. Será que qualquer um conseguiria

    tal feito? Caim sacrificava aquilo quehavia feito e produzido. Por que Deusnão aceitava seu sacrifício? Assim gri-tou Caim aos céus. Por que Deus nãoaceitava a sua obra? Por que Deusrepudiava aquilo que ele havia retira-do das profundezas da terra? Ele nãoo sabia (ele não o compreendia)! Otorpor da ira interferira em seu equilí-

    brio espiritual.E nesse momento psicológico, o Se-nhor falou a ele: Por que te iraste? E

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    À esquerda:

    Edshults Säteri,

    Suécia; À direita:

    Sole Novo, Benin.

     por que se alterou teu semblante? Nãoé assim? Se és devoto, então és semprebem-vindo; porém se não és devoto, o

     pecado jaz à porta; o seu desejo serácontra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.

    Vede, esse poderoso homem ígneo pre-cisa compreender que ele não pode ig-norar a alma e que ele, que é superiorem espírito, que tudo abarca pelo espí-rito, que é consciente, deve ser, comoAbel, dotado de uma alma plena desilêncio, de piedade e de devoção, e,como ele, deve se curvar e juntar asmãos em ardente adoração. Por que?,

    perguntareis. Caim não tem coração?Sua alma não tem vida? Não será jus-tamente o contrário que se mostra emrealidade, que ele quer oferecer umsacrifício a Deus, um sacrifício inte-rior? Sim, com certeza. Caim é o pos-suidor. Ele tem uma alma, porém nãoé a devoção que a faz falar. É sua cabe-ça que dirige as forças de seu sangue,suas paixões, seu estado espiritual e

    seu coração.

    Ele precisa desenvolver seuespírito através da Alma

    Devemos compreender essa dificul-dade esotericamente. A consciência devida essencial do tipo Caim e do tipoAbel encontra-se na figura corporal.

    Todo homem tem o fundamento desua consciência na terra e naquilo queé terreno. É por essa razão que ele tem

    de buscar Deus e achar Deus a partirdesta realidade de vida terrena, ao mes-mo tempo em que ele permite que oselos cooperadores da manifestaçãohumana tríplice manifestem-se. Isso

    significa que os caminhos de Deus so-mente podem ser encontrados quandoespírito, alma e corpo estiverem per-feitamente unidos, sem que um aspec-to predomine sobre o outro.

    Encontrar a relação oculta comDeus só é possível mediante o ajusta-mento a todas as leis do espírito, daalma e do corpo. Eis porque Caim não

    pode partir do espírito, porém daalma. Mediante a alma o seu espíritodeve desenvolver-se. Mediante a almaarde a luz que dimana do Pai. Ela é aluz, é o Cristo que nos esclarece o Pai.Sem a luz da alma como princípiocondutor, o espírito ígneo Caim é odesenfreado, o indômito, o buscadore, por isso, o experimentador, que tudoousa e, por isso, cai – o homem com

    asas chamuscadas que se precipita noabismo. Por isso aprendemos e sabe-mos em nossa Escola Espiritual, que asenda daqueles que buscam a verda-deira vida, começa no coração, no san-tuário (da luz) do coração. Com ver-dadeira devoção, sem presunção íg-nea, temos de celebrar nossa oferta noaltar do santuário do coração e supli-

    car a Ele, que é por toda a eternidade,que seja uma lâmpada diante de nos-sos pés. Portanto, temos de assimilar a

    22

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    À esquerda:

    Água Viva, Brasília,

    DF, Brasil;

    à direita:

    Bakersfield, CA,

    EUA.

    luz de Cristo com verdadeira devoção.E somente então o homem Caim serárealmente “Caim, o Possuidor”. Poispela luz, o fogo lhe é explicado. Pelaluz de Cristo o fogo é, por Deus mes-

    mo, inflamado no santuário da cabeça,e assim, Deus se torna o guia de Caim,enquanto ele segue sua grande voca-ção. Somente mediante a luz da alma épossível uma manifestação verdadei-ramente divina no santuário da cabe-ça. E sem a manifestação divina, Caim,apesar de todas as suas qualidades es-pirituais, é um perdido, um confusoque derruba de um lado o que cons-truiu do outro. ... se, porém, não és devo-to, o pecado jaz à porta; o seu desejo se-rá contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.

    Abel é por natureza umhomem-alma

    Para Caim, porém, é difícil aceitaresse ensinamento. Ele não tem jeito

    para a devoção. Devoção e submissãoreligiosa espontânea o envergonham efazem-no nervoso. Ele se sente, doimo, demasiado grande para isso, issoé muito pueril. Caim deseja fazer ofe-rendas, todavia, como figura elevada,como um detentor de poder. Caimnunca aprendeu a orar. Ele vive numailusão, numa grande ilusão, a ilusão da

    autonomia. Essa ilusão levanta sua iracontra o mais primitivo e naturalAbel, que não tem nenhum problema.

    Abel é por natureza um homem-alma.Ele vive na luz e da lei da luz. O obs-táculo de Abel é que ele se satisfazcom a luz e não tem fome do fogo. Porisso Abel permanece uma criança, e

    seu desenvolvimento posterior se daráde maneira extremamente lenta, pois operigo da cristalização o ameaça. Caimvê isso muito bem, e por isso estáinclinado a menosprezar a essência daalma, e desdenhar a consciência da al-ma de Abel. Por isso ele decide negarsua própria consciência da alma,expulsar a atividade de sua alma de seuser e indicar a porta à luz de Cristo.Assim, ele mata raivoso o Abel em si.E ao chamado divino ele responde:Serei eu o guardião de meu irmão? Alei da alma, a atividade da alma não lheinteressa. Ele não é nenhuma criança,ele é um homem. Porém, o homem quemata a luz da alma se torna um obscu-rantista. Ele adquire um olho obscuro.E ele, o agricultor mágico, o explora-

    dor de suas faculdades superiores, per-de-se no próprio caos. O campo emque ele trabalha não lhe fornece fru-tos. Seu temperamento dinâmico, po-rém, exige frutos; ele quer resultados,e assim torna-se errante e fugitivo porsobre toda a terra, que com seu desen-volvimento, florescimento e feneci-mento, desperta sua esperança, atiça

    sua energia e, todavia, novamente ofulmina entre as ruínas de seus castelosde cartas.

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    À esquerda:

    Templo do Graal,

    Patos de Minas,

    MG, Brasil;

    à direita: Nova

    Luz, Fortaleza, CE,

    Brasil.

    Somente nesse estado Deusestende-lhe a mão

    Nessa aflição, Caim conscientiza-se: Meu pecado é maior do que se me

     pode perdoar . Ele se considera semsalvação, perseguido, culpado de mor-te. Ele vê com seu olho espiritual oódio futuro do tipo Abel. Ele vê asperseguições que, através de todos ostempos, ele terá de temer desse tipohumano. Como ele poderá defender-se, em sua culpa? Principalmente por-que ele não pode ser como Abel. Mes-

    mo agora, que ele descobriu que a ne-gação da alma, a ausência de verdadei-ra devoção, causou seu declínio, eletambém compreende claramente quetampouco pode passar a negar suaconsciência espiritual. A atividade dofogo não pode ser banida por Caim.Nessa necessidade, Deus lhe estende amão. Ele determina para o tipo Caimum caminho de desenvolvimento pró-

    prio. Ele lhe dá um salvo-conduto portoda a eternidade. Ele lhe dá o sinal dainviolabilidade: Quem matar Caim,será castigado setuplamente. E o Se-nhor fez um sinal em Caim, a fim deque quem o achasse, não o matasse. Esaiu Caim de diante do Senhor e habi-tou a terra de Node, do outro lado doÉden, na direção do Oriente. Essa ter-

    ra de Node, no oriente do Éden, aludea um renascimento. Devemos consi-derar a terra de Node como sendo o

    renascimento da alma, o qual se har-moniza completamente com o estadoespiritual interior de Caim. O fogo e aluz são aqui harmonizados segundosuas leis e forças. Um novo estado de al-

    ma é criado pela graça de Deus, um es-tado de alma que dá ao espírito a opor-tunidade de desenvolver-se completa-mente segundo suas faculdades. Porisso está escrito: E Caim conheceu suamulher; ela concebeu e teve a Enoque,e ele edificou uma cidade, e deu à cida-de o nome de seu filho Enoque.

    “Enoque” significa literalmente,

    “iniciação”. Caim obtém a iniciação.O que ele buscou mediante seu traba-lho mil vezes incansável e jamais en-controu, é-lhe agora presenteado. Eledescobre o caminho para cima. En-quanto Abel, em seu estado de alma,ainda medita calmamente e se banhano amor de Deus, Caim vai à frente,de força em força, com o sinal dainviolabilidade em sua alma.

    Por que sou um Rosacruz?

    O sinal da inviolabilidade não é ne-nhum sinal exterior. Não, ele é umaposse sanguínea, um estado de sangueque capacita o espírito de Caim a al-cançar seu objetivo. Caim quer ser umrevolucionário. Bem, Deus o capacita

    para isso. E assim, Caim, constrói, emglória, uma cidade, a cidade de Eno-que, a cidade da iniciação, uma pré-

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    À esquerda:

    La Nuova Arca,

    Dovadola, Itália;

    à direita: Gent,

    Bélgica;

    Cristianópolis, uma loja aqui em bai-xo, que espelha a loja lá de cima, a Or-dem de Melquisedeque, e com um gri-to dinâmico clama:“Vinde e ajudai-nos!”

    Vede, em todas essas coisas, vejo es-boçada, luzindo, a resposta à minhapergunta:“Por que sou um rosacruz?”

    Quem, do imo, segundo corpo, al-ma e espírito, é um rosacruz, é possui-dor das seguintes características:• pertence ao tipo Caim;• é possuidor de fortes características

    conscientes, as quais se encontramno corpo espiritual;• ele tem a tendência de negar a carac-

    terística da alma e a lei da alma, decurvá-las segundo sua vontadeautoritária, de desdenhá-las porcausa de seu estado e de sua nature-za. Conforme seu estado de sangue,ele mostrará grande interesse pelasciências espirituais e assimilará os

    bens espirituais dessa ciência comoum pão imprescindível para ele;

    • por causa dessa carência ele desco-brirá seu erro, o assassinato de suaalma e colocará ao lado das ciênciasespirituais, a igreja ígnea de Cristo,a fim de que, mediante o controle ea atividade da alma, o desenvolvi-mento espiritual escolha a direção

    correta;• assim, inflamado pelo espírito deDeus, ele submergirá, em auto-ren-

    dição, em Jesus Cristo, a fim de que,pelo Espírito Santo renasça e pros-siga, diante da face do Senhor, paraa terra de Node, ao oriente do Éden.Isso significa ser despertado pelo

    Espírito Santo para um novo estadode alma;• e então, totalmente de acordo com

    sua natureza, Enoque, a iniciação,brotará dele. Essa não é nenhumainiciação que lhe é concedida de ci-ma para baixo! Essa iniciação nascedele! E assim ele edificará, com seusirmãos e irmãs, segundo espírito, al-

    ma e corpo, uma cidade, a cidadeEnoque, a loja aqui embaixo que,do mais sombrio regaço de nascimen-to da terra, em nome do Pai, do Filhoe do Espírito Santo, clama ao hiero-fante da Luz: “Vinde e ajudai-nos!”

    Vede, com essas sete característicaso rosacruz foi descrito. Ele foi perse-guido ao longo dos séculos com inten-

    ção criminosa. Ele é perseguido, e pro-curam aniquilar sua obra. Ele é caça-do, porém é consolado. Ele é crucifi-cado, porém vive. Deus pôs um sinalnele para que ninguém o mate. Todoaquele que age contra ele experimen-tará uma vingança sétupla, pois ele tra-balha para a grande Fraternidade doshomens. Ele achou e ganhou a rosa na

    cruz. J. van Rijckenborgh

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    O mundo invisível do vivente estado de alma aproximou-se docampo terrestre e das almas humanas, sensíveis às vibrações etéricas. Já há muito que estamos anunciando o romper destes tempos.Cheios de confiança estamos aguardando poder vivenciar o abrir-sedas nuvens da ignorância, as quais desde tempos imemoriaisobscurecem a Luz que brilha do céu interior. Renova,Conferência de 22-24 de junho de 1968.

    (1896 – 1968), Grão-mestre daEscola Espiritual da Rosacruz Áureasetuplamente manifestada:

     Jan van Rijckenborgh

    26

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    Querer, pensar, desejar e ansiar muitas vezes são elementos de um jogodestruidor em nossa vida. Quando temos a oportunidade de visualizar ocaos de nossa vida dos sentimentos, então sabemos que nosso coração é impuro. E uma vez que o coração é a porta de entrada do nosso sistemade vida, também sabemos que devemos nos esforçar em primeira instância

     pela purificação do coração. Quanto mais puro o nosso coração, tantomais clara se torna em nós a voz chamadora da Gnosis.

    Os sete principais templos da moderna

    Rosacruz Áurea; da esquerda para a direita

    e de cima para baixo: p. 26: Foyer Catharose

    de Petri, Caux, Suíça; Jan van

    Rijckenborghcentrum, Haarlem, Holanda;

    Renova, Bilthoven, Holanda; ChristianRosenkreuz-Heim, Calw,Alemanha; p. 27:

    Pedra Angular, Jarinu, SP, Brasil; Noverosa,

    Doornspijk, Holanda;Van Rijckenborgh-

    Heim, Bad Münder,Alemanha.

    (1902 – 1990), Grã-mestra daEscola Espiritual da Rosacruz Áureasetuplamente manifestada:

    Catharose de Petri

    27

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    A nova linguagem do coração

    À esquerda:

    Aurora,Wielun,

    Polônia; à direita:

    Le Phénix,

    Guerville, França;

    p.29, à esquerda:

    Oristano,

    Sardenha, Itália; à

    direita: O NovoMercúrio.

    Saragoça, Espanha.

     Na revista Pentagrama número 1, de1995, explicamos que o santuário docoração somente poderá expressar umanova linguagem se estiver totalmente

     purificado. Constatamos que o cora-ção sétuplo, em sua totalidade, corres-

     ponde aos sete núcleos fundamentaisdo homem. Constatamos também queo coração é o sol central em torno doqual gira a vida humana. Além disso,observamos que o coração é o centroda consciência espiritual. É impossível resumir em poucas palavras todo oconjunto de conexões do sistema mi-crocósmico sétuplo: precisaríamos es-tudar tantos elementos e aspectos que

    seria difícil conseguir esclarecer algu-ma coisa em uma primeira abordagemdo assunto. Como em muitas outrasocasiões, precisamos elevar nosso nível de reflexão até um determinado planoantes de podermos abarcar correta-mente esse conjunto de conexões.

    m primeiro lugar, vamos determi-nar o que entendemos por linguagem.Todos os seres vivos produzem sons,

    mais ou menos articulados, por meiode sua laringe: esses sons refletem seuestado mental e emocional. Todo otipo de emoções, paixões, pensamen-tos brilhantes, tudo isso pode ser tra-duzido por um som. Mas esse som

    ainda não é uma linguagem. Uma lin-guagem somente passa a existir quan-do um ser consegue se expressar pormeio de palavras, visando comunicarpara outra pessoa uma imagem clarade seu estado emocional, das etapasde seu raciocínio, de todo seu estadode ser. Em muitos casos o som deter-mina uma forma: o som é uma vibra-ção, assim como um pensamento e

    um anseio também o são.

    Nossa linguagem é umarealidade fragmentada

    Em um passado remoto, o verda-deiro homem do reino dos céus cria-va diretamente por meio do som. Osom era, portanto, o “Fiat” (faça-se!)

    criador de tudo o que havia sido pen-sado e decidido anteriormente. Mas,em nossa queda, já não podemos nos

    E

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    vangloriar de possuir um tamanhopoder. Atualmente o som tem apenasum poder explicativo e serve somentepara representar uma situação mo-mentânea. A linguagem do homemde hoje é uma realidade fragmentada.Nossa imensa queda nos impede defalar a linguagem original. É por issoque em nosso mundo dialético reinauma confusão total de línguas. A se-renidade das cores, das vibrações, daordem, da harmonia, os sons da lin-guagem que emanava do pensamentodivino, tudo isso se degenerou, trans-formando-se em profunda discor-dância e cacofonia, depois da queda

    da humanidade.Tentai retirar-vos para o vosso imo

    durante alguns minutos, em meio àmultidão, para serdes completamente“vós mesmos”. Então, sentireis exte-riormente uma barulheira infernalcriada pelos sons desagradáveis emiti-dos pela laringe dos seres humanos eque traduzem seu estado mental e

    emocional sanguíneo. Esta é a provaevidente de que a expressão do pensa-mento divino está extremamente lon-

    O coração segundo sua antiga e nova criação.

    Figuras Secretas da Rosacruz.

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    À esquerda:

    Château Tourtel,

    Tantonville,

    França;

    à direita: Castelo

    Neustein, Steinfeld

    a/d Drau, Áustria.

    ge de tudo isto. Nosso tão grande dis-tanciamento da vida original privou-nos do prana original, causando osurgimento de uma força degenera-dora geral. O homem celeste adorme-

    ceu e o homem dialético surgiu.

    A confusão de línguas na Torrede Babel: um tema sempre atual

    A confusão de línguas na Torre deBabel foi (e ainda é) uma necessidadede caráter histórico e científico. Quan-do tentamos ligar os domínios e as

    forças celestes à natureza dialética, oresultado somente pode ser uma gran-de confusão. Assim, com o passar dotempo, o homem dialético (por maisque tenha sido orientado esoterica-mente) sempre tentou recobrar o po-der criador original do homem celes-te, por meio de mantras ou de fórmu-las mágicas.

    Porém, sempre temo-nos esforça-

    do para explicar que o homem dotadode um sistema dialético jamais poderárevestir o homem celeste. Quando eletenta fazer isto, é sempre uma imita-ção ou um mimetismo e atolamos namatéria muito mais do que podemosimaginar.

    Para compreender tudo isso deuma forma bem clara, basta estudar as

    funções do órgão criador da laringeem relação ao corpo inteiro. A laringeestá situada no sistema cabeça-cora-

    ção. Esse sistema é controlado pelamedula que constitui o elo de ligação.A medula fica na parte de trás da ca-beça e está relacionada com as cincocavidades pulmonares e com os ór-

    gãos que elas contêm. Já falamos lon-gamente a respeito dos pulmões.Concluímos que somente uma partedo ar existente neles é renovada pelarespiração. Assim, o ar viciado restan-te fica misturado a uma pequenaquantidade de ar fresco.

    Nossa esfera aural é obrigada

    a colaborarÉ como diz uma frase bem conhe-

    cida: “As circunstâncias fazem o ho-mem”. Aí está uma verdade de múlti-plos aspectos. Quando o homem, an-tes do surgimento do mundo dialéti-co, afastou-se do caminho de Deus,ele criou – pelo “Fiat” que ele aindapodia pronunciar – as próprias cir-

    cunstâncias das quais iria se tornarvítima mais tarde. Se escolheis, cons-cientemente ou por nascimento eeducação, um ambiente mórbido ecaótico, toda a vossa esfera vital ficaráinevitavelmente impregnada com esseambiente. Portanto, o mesmo vaiacontecer com vossa esfera aural (queé vosso campo de respiração e está em

    ligação direta com vossa inspiração eexpiração).O ar que continua em vossos pul-

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    À esquerda: Foyer

    de la Licorne,

    St. Jean-de-Fos,

    França;

    à direita: Sutton,

    Québec, Canadá.

    mões se adaptará progressivamente aessa esfera vital. Depois vosso sangue,vossos sentimentos, vossos pensa-mentos e vosso comportamento tes-temunharão do ambiente que esco-

    lhestes para vós. Vossa vida inteiradará prova disso.

    A consciência da própria queda

    Quando alguém está assim tão for-temente ligado, interior e exterior-mente, a seu próprio ambiente, e derepente toma consciência de sua que-

    da, precisa fazer um grande esforçopara se purificar antes de conseguirmudar de forma mais evidente. Nãofumar, abster-se de álcool e adotar oregime vegetariano durante algunsmeses não vai trazer nenhuma purifi-cação para o coração.

    A salvação, a libertação, a purifica-ção do sistema respiratório, não temnada a ver com o desejo de conversão

    expresso no confessionário de um sis-tema religioso qualquer. Trata-se deum processo científico claro e cons-ciente. Antes que alguém possa dizer:“Estou salvo” ou “sou um ilumina-do”, muitas coisas devem acontecerprogressivamente e mudar de modoclaro e consciente em sua vida.

    Se desejais, com toda a sinceridade,

    entrar no processo de renovação, te-reis, antes de tudo, de tomar cons-ciência da desarmonia de vossa vida,

    assim como da impureza cientifica-mente comprovada de todos os vos-sos veículos. É somente nessa angús-tia existencial, causada por essa toma-da de consciência, que podereis des-

    cobrir quem é Cristo, o que é a Hie-rarquia crística e o que ela significapara vós.

    A força crística conduzà ressurreição

    Descobrireis a seguir como a radia-ção crística poderá tornar-se para vós,

    em vez de uma queda mais profunda,uma ressurreição, pois através dostempos a imensa multidão religiosadescobriu (e percebeu por experiênciaprópria) que reações que vão contraas leis divinas da vida levam à queda.

    Quanto à ressurreição que aconte-ce em Cristo, a primeira letra do alfa-beto dessa libertação ainda deve reti-nir nos ouvidos da massa. A humani-

    dade ainda deve aprender essa novalinguagem. Na Escola da RosacruzÁurea, consideramos essa nova lin-guagem como um fato totalmentepossível, a partir do momento em queconseguirmos chegar real e conscien-temente à total demolição do eu,quando o santuário do coração estiverpurificado e selado na força de Cristo,

    que ilumina tudo à sua volta e irradiasobre nós. Então, quando os sons saí-rem da laringe, a palavra expressa será

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    À esquerda:

    Karapiro,

    Nova Zelândia;

    à direita: Pelikán

    Konferciahely,

    Uny, Hungria.

    obrigatoriamente nova e criadora. Épor isso que todos os alunos da Es-

    cola Espiritual da Rosacruz Áurea de-vem se dar conta de que a linguagemoriginal, a linguagem do “Fiat” cria-dor, não poderá jamais ser falada porum homem da natureza dialética. An-tes de tudo, é preciso que ele percorraa senda do renascimento.

    Quando tiverdes adquirido algumconhecimento de vosso estado de ser

    e alguma compreensão do que signifi-ca estar no processo do renascimento,sabereis que entre vosso estado de vi-da dialético mais ou menos cultivadoe o processo de renascimento existeum abismo. É sobre esse abismo quea hierarquia crística deseja lançar umaponte, pela linguagem libertadora dosantuário do coração. Mas antes depodermos falar essa linguagem liber-

    tadora, deve acontecer a purificaçãodo coração.

    Lançando uma ponte sobreum abismo profundo

    Portanto, coloca-se a seguinte ques-tão: “Como purificar o santuário docoração a fim de podermos falar a

    nova linguagem do coração em umfuturo próximo?” A resposta é esta:“Começai observando o meio em que

    viveis, observai o lugar em que agis”.Sois o que sois. É importante estudar

    seriamente como estais inseridos navida e em vosso meio. É igualmenteimportante comparar tudo isso com aética de vida que somente podeis rea-lizar em Cristo, pois somente purifi-careis o santuário de vosso coração seousardes olhar profundamente emvosso íntimo, se ousardes examinar seo ensinamento que assimilais e a vida

    que levais estão em harmonia. E, seainda houver alguma coisa que nãoesteja de acordo (e sempre há umacoisa ou outra), deveis ousar, com umacoragem a toda a prova, culpar a vósmesmos e ao meio que vós mesmosformastes para vós, pois é precisa-mente isso que cria obstáculos à puri-ficação de vosso sangue.

    A necessidade de umarevolução pessoal

    É preciso realizar uma completa re-volução pessoal. Se não tiverdes cora-gem de começar por vós mesmos, senão quiserdes ver primeiro a trave emvosso olho, se não começardes emvossa vida particular, enquanto ainda

    continuais a receber o ensinamento li-bertador, a desarmonia e a confusãose seguirão, inevitavelmente, se já não

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    ´

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    Pomba emalabastro no

    Foyer Catharose

    de Petri, Caux,

    Suíça.

    estiverem acontecendo. Acreditamosque nunca é demais insistir, pensandoem vosso próprio interesse, no fato deque deveis começar o processo de re-novação por vós mesmos, e procederconcretamente a essa renovação naprópria esfera de vossa vida particular.

    Quando dessa maneira aspirais àpurificação, e lutais por alcançá-la, en-trais (começando por baixo) no pro-cesso dinâmico de libertação. Esse é osignificado daquele momento em que,na história do filho pródigo, ele re-nuncia a sua “comida de porco”. Sepodeis retornar à pátria perdida, umanova vibração haverá de se desenvol-ver em vosso campo de respiração, umnovo poder profundamente magnéti-co. É esse poder que estabelecerá a li-gação que vos permitirá atingir umcampo de vida de uma vibração superior.

    O novo campo de respiração

    Quando chegais a um determinadoponto em que dispondes de um novocampo de respiração como esse, e queexperimentais um pouco de sua força,querereis então fazer ressoar vosso

    desejo magnético. Que essa ressonân-cia seja uma prece. Na realidade,quando escapais assim de vossa que-da, e quando, nessa situação, fazeisconhecer vosso desejo em forma deprece, essa prece será ouvida, porqueo Senhor de Toda a Vida “não deixanenhuma prece sem resposta”.

    E a resposta chega! Então começa odesenvolvimento: a partir da possibi-lidade que assim foi criada, começan-do por baixo (o novo poder magnéti-co do campo de respiração), as forçascrísticas puras já podem penetrar

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    nesse campo de respiração. É sobreessa base que aprendereis a elevar vos-so sistema vital dialético, e que vereissurgir, consciente e realmente, a luzdo novo sol que se eleva.

    Elevando-vos a partir desse novosinal, aí inspirando e expirando, puri-ficareis vosso sistema pulmonar, semcontar as profundas conseqüências queisso implica. Então chega o momentoem que o sangue é manifestamentepurificado e faz nascer pensamentosnovos e libertadores, assim como sen-timentos novos e ações novas. Emconseqüência disso, desenvolve-seum novo metabolismo, graças à unifi-

    cação com os puros éteres divinos.Quando inalais e expirais os puroséteres libertadores o metabolismotorna-se tão perfeitamente ajustadoque a renovação dos átomos mate-riais, por sua alta freqüência vibrató-ria, acontece ao mesmo tempo que odesgaste e a deterioração resultantesdo processo de combustão. Se vos

    consagrais a essa vida totalmente no-va, a água viva do Espírito Santo divi-no fará crescer a cada dia o brilho e airradiação do próprio centro de vossoser: o santuário do coração. Assim, anova linguagem do coração se desen-volve em um poder que será cada vezmais utilizado.

    Como soará essa novalinguagem?

    Para concluir, restam ainda algumasperguntas: Como se expressará essa

    nova linguagem? Quais são suascaracterísticas? A nova linguagemculminará na resolução firme e mági-ca de aniquilar a realidade dialéticapara que o homem celeste possa revi-ver. Ou seja, por essa revolução vigo-rosamente realizada, o aluno torna-seMaria, aquela que, por sua revolucio-nária força interior, faz nascer na luz onovo Jesus. É somente nessa lumino-sa esfera-mãe que pode surgir ohomem celeste, o homem-Jesus. Parao aluno que se tornou Maria, o toquedo Espírito Santo é evidente e fala porsi. A nova linguagem se exprime pelapalavra criadora. Conseqüentemente,

    a manifestação crística se desenharáde maneira claramente visível, comouma imagem pura que todos aquelesem quem a nova consciência está des-pertada poderão contemplar.

    Que em breve possais falar a novalinguagem do coração!

    Catharose de Petri

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    O saber libertador

    O ditado “conhecer é poder” é confir-mado diariamente na vida social.

     Aliás, o inverso também. E quanto aoconhecimento gnóstico? É verdadeque existe um conhecimento que ul-trapassa o entendimento humano?

    omecemos por dirigir nossa aten-ção para os conceitos de “saber” e“aprender”. Aprender significa nor-malmente adquirir informações e ar-mazená-las. O saber obtido do exte-rior é guardado na memória, ondefica à nossa disposição em caso de ne-cessidade, desde que continue acessí-

    vel. Esse é um modo intelectual deaprendizagem. Ele traz um conheci-mento limitado pelo tempo. O acú-mulo de conhecimentos resulta dasatividades do eu que, do berço aotúmulo, é voltado para o exterior eorientado para este mundo. É daí queprovém a civilização materialista etambém a política, a ciência, a vida

    social. Esse tipo de saber inspira res-peito e sua utilização eficiente nosrelacionamentos com as outras pes-soas dá poder sobre elas. Nesse senti-do, o conhecimento é, de fato, umpoder.

    O saber limitado do eu

    No entanto, podemos nos pergun-tar em vista da história da humanida-de: pode esse conhecimento auxiliarna resolução dos enigmas da existên-cia? Encontraremos a verdade apren-

    dendo as respostas das principais per-guntas? Poderemos algum dia res-ponder a perguntas do tipo: Quemsomos? De onde viemos? Para ondevamos? A experiência não cessa denos ensinar o quanto é limitado o sa-

    ber que o eu adquire. Sempre vemosos limites desse saber, mesmo quandotemos a impressão de tê-los ultrapas-sado, por exemplo com o uso de dro-gas, o que é uma ilusão, porque de-pois de todo prazer, a vida comumdiária volta à tona, com todos os seusproblemas.

    Não é a vida com seus problemasnada mais que um percurso absurdo

    do combatente? Ou há uma outraforma de saber que eleva o homemacima de suas angústias e de suaspreocupações cotidianas? Um saberque é adquirido por meio de umaaprendizagem diferente; um saber quesempre acompanhou a humanidadeao longo de sua caminhada e semprefoi ensinado nas escolas de mistérios?

    Um saber que se apóia na rememora-ção e diz respeito ao homem em suatotalidade, e não somente ao eu nopapel de líder da personalidade quá-drupla; um saber não restrito ao inte-lecto, mas que se estende até à alma?A alma é o princípio vital, o planoque serve de base para a existênciahumana. Um plano que abarca tudo eultrapassa de longe o entendimentonormal; atravessa as fronteiras do es-paço e do tempo e reconduz o ho-mem à eternidade.

    Hoje a alma está tão rebaixada que

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     já não pode realizar seu destino. Por

    isso é preciso fazer a distinção entre aalma presa à terra – a alma natural – ea alma ligada à vida divina – a almadivina e imortal. A primeira busca osentido da vida, a segunda o conhece.A primeira mede a vida pelas sensa-ções e com o auxílio do entendimen-to e da consciência-eu. A segunda,tirada da eternidade, não tem o míni-

    mo vínculo com normas terrestres;ela contém o começo e o fim, como asemente encerra a planta inteira. Paraela, o tempo não existe; há somentefases de desenvolvimento que tornampossível o desabrochar na eternidade.

    Uma falta de compreensão

    As palavras “desenvolver” e “desa-

    brochar” indicam que algo – quesempre existiu – entra em manifesta-ção, se liberta. A alma natural é umsistema muito complexo do qual ainteligência pode apenas sondar algu-mas porções. A alma imortal nãopode de forma nenhuma ser captadapela inteligência da qual ela ultrapas-sa os limites.

    Entretanto, todos os homens têm acapacidade de libertar a alma imortal.Todavia, o espaço e o tempo limitama consciência natural e impedem amanifestação da alma imortal. O serhumano é totalmente dominado pelointelecto, que é influenciado por sim-patias e antipatias. Sua alma naturalnão permite nenhuma relação com averdadeira vida. Privado dessa rela-ção, o homem permanece, apesar detoda felicidade que pode viver, insa-tisfeito e descontente.

    Essa situação pode ser ilustrada do

    seguinte modo: um arquiteto recebe

    materiais de construção, mas não ten-do ainda se inteirado do projeto, nãosabe o que fazer com eles. Ele come-ça, então, a reuni-los a esmo paraconstruir uma casa, enquanto que aidéia seria construir uma ponte. O re-sultado seria desastroso.

    Cada homem é um arquiteto querecebeu materiais de construção dos

    quais ignora a finalidade. Ele conheceo sentido de sua existência? Estudouo plano dessa existência?

    A alma encerra o plano de vida

    Descobrir o sentido de nossa vida,compreender nossa missão, exige quenos desprendamos dos conhecimen-tos impostos e aprendidos, e que nos

    tornemos conscientes da alma origi-nal, pois ela encerra o plano de vida,o plano de construção, assim como oconhecimento que permite a sua exe-cução. É preciso antes de tudo liber-tar esse conhecimento para poderexecutar o plano.

    Como proceder? Quem ainda estáconsciente da alma original e imortal?

    Para muitos o conhecimento emquestão está perdido. O primeiropasso no caminho que liberta doslimites do egocentrismo é compreen-der que a vida e a alma natural estãopresas nos limites do espaço e dotempo. É por isso que as escolas dosmistérios recomendam a seus alunosque busquem as leis e as forças queformam e regem o mundo e o ho-mem, a fim de chegar ao verdadeiroconhecimento e voltar a se lembrarda verdadeira vida.

    O ser humano está totalmente res-

    Amarrado e

    agrilhoadopor palavras

    mortíferas.

    Foto

    Pentagrama.

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    trito às imagens geradas pelo espaço-

    tempo e está sob sua influência. Aexistência se divide em ciclos, anos,semanas, horas, segundos. Sempre te-mos muito ou muito pouco tempo.Estamos sempre presos aos limites denossas lembranças e de nossos proje-tos futuros. Muito raramente vive-mos no presente.

    Além disso, o homem está estrita-

    mente encurralado nas suas experiên-cias. Seu corpo, sua família, seu traba-lho, seu pequeno mundo, o mundodo universo. Não há nenhuma esca-patória. O espaço e o tempo são asfronteiras da existência. No interiordas fronteiras, tudo obedece à lei dosopostos: o acima supõe o abaixo; ogrande implica o pequeno; a luz, astrevas; a inteligência, a tolice; o femi-

    nino, o masculino; a vida, a morte; aguerra, a paz. A lista não tem fim.Todas as flores que se abrem e flores-cem estão fadadas a murchar. Osopostos estão em relação com o espa-ço-tempo, dimensões que são leis, eas leis criam a ordem. Não uma or-dem teórica