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1 Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre Janeiro Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre 2012 Sementes de Esperança FO Jan12 30dez11.indd 1 11/12/30 13:45

Sementes de Esperança | Janeiro 2012

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Folha mensal de oração em comunhão com a Igreja que sofre www.fundacao-ais.pt

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1Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Janeiro

Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

2012

Sementes de Esperança

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Intenção de Oração do Santo Padre

Intenção Geral

Vítimas de desastres naturais

Para que as vítimas dos desastres naturais recebam o conforto espritual e material necessário para reconstruir a sua vida.

Intenção Missionária

COMPROMISSO DOS CRISTÃOS PELA PAZ

Para que o compromisso dos cristãos em favor da paz seja ocasião para testemunhar o nome de Cristo a todos os homens de boa vontade.

Intenção Nacional

Por todos os cristãos e todos os homens de boa vontade para que não desanimem perante as dificuldades da vida, porque o homem vale muito mais do que aquilo que possa possuir.

SEMENTES DE ESPERANÇAFolha Mensal de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

PROPRIEDADECONTACTOSREDACÇÃO

FOTOS

FONTESDISTRIBUIÇÃO

PERIODICIDADEIMPRESSÃOPAGINAÇÃO

Fundação AIS, Rua Prof. Orlando Ribeiro, 5 D, 1600-796 LisboaTel.: 217 544 000, [email protected], www.fundacao-ais.ptP. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira, Ana Vieira e Félix Lungu© Fundação AIS; Mapas © GEOnextVaticano. Relatório 2010 - Liberdade Religiosa no MundoGratuita, mediante simples pedido11 Edições AnuaisGráfica ArtipolJSDesign

Por favor não deite fora esta Folha de Oração. Depois de a ler, partilhe-a com alguém ou coloque-a na sua paróquia.

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3Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

O espírito do Natal Reflectir

A propósito da ausência de ilumina-

ção na cidade de Lisboa, nesta época

natalícia que ainda estamos a viver,

escutei com atenção o desabafo de

uma turista britânica, que se lamen-

tava que na cidade se tivesse perdido

o espírito do Natal, precisamente pela

ausência da luz que é o símbolo desta

quadra festiva. Já nas tradições pagãs

da antiguidade, esta altura do ano, em

que a noite parece que vence o dia, se

proclamava, com grandes celebrações,

a esperança da vitória da luz sobre

as trevas, com a festa do Sol Invictus

no solstício do Inverno. No momento

em que as trevas parece que vencem

a luz, começa aí a sua derrota, pois a

partir desse momento o sol recomeça

o movimento que o levará ao pleno

esplendor do triunfo da luz no solstício

de verão. No fundo é o combate entre

a luz e as trevas que assinala o movi-

mento do universo.

No séc. IV, quando se dá o triunfo

do cristianismo sobre o paganismo em

decadência que conduziu à ruína do

império romano, os Padres da Igreja

organizaram o calendário litúrgico, que

combina o ritmo do tempo, centrado na

celebração pascal, com o ritmo cósmico

do movimento de translação da terra

em torno do sol. E foi assim que o Natal

do Senhor foi colocado no solstício do

Inverno, pois Cristo é a luz que ilumina

todo o homem que vem a este mundo,

o Sol Invictus, presente na simplicida-

de do presépio, na gruta de Belém.

Mais tarde, com S. Francisco de Assis,

o presépio transformou-se no símbolo

desta época natalícia, que é então a

verdadeira festa das luzes, da estrela

de Belém e do bruxulear hesitante

das velas que iluminam e aquecem o

Menino nos nossos presépios.

O nosso espírito do Natal é este:

em Belém os anjos anunciaram aos

Pastores que no Menino que acabava

de nascer brilhava a esperança para o

mundo, anunciada aos pobres e aos

simples de coração: glória a Deus nas

alturas e paz na terra aos homens de

boa vontade!

Os responsáveis pela cidade

deixaram-na às escuras nesta quadra,

alegadamente por causa da crise, o

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4 Sementes de Esperança | Jan12

que significa que nada tinham para

lhe oferecer como sinal de esperança.

Estiveram muito preocupados com a

poupança, que neste contexto lembra

mais o rico avarento do que o pobre

que é capaz de partilhar do pouco ou

do nada que tem. Esta crise foi provo-

cada pelos ricos e são os mais pobres

que a têm de sentir na própria pele!...

Mas mesmo sem luzes o espírito do

Natal manteve-se bem vivo na cidade,

na solidariedade que por toda a parte

tem surgido a partir da Igreja, das

organizações de solidariedade social,

que poupam para partilhar; esse

espírito de Natal esteve presente nos

presépios da cidade e no movimento

de oração que espontaneamente nas

ruas se organizou; na enorme estrela

de velas na Praça do Comércio, velas

de partilha e de esperança. Estas

estrelas iluminaram bem a cidade! Ela

não esteve às escuras nesta quadra!

Bento XVI, na sua mensagem para a

jornada mundial da Paz, apela a que

olhemos para este novo ano, o ano da

graça de 2012, com esperança, com

aquela esperança que brota da confian-

ça, como a sentinela que aguarda pela

aurora (Sl 130,6). O Papa centra a sua

mensagem na educação para a justiça

e para a paz, como tarefa que todos os

cidadãos devem assumir, não só em

relação aos jovens, mas a todos, porque

todos, seja qual for a sua condição, são

chamados a colaborar para que, mesmo

em tempos de crise e de desolação,

possa acreditar-se na vitória da luz que

brilha sobre as trevas. O espírito do

Natal cristão é a firme esperança desta

vitória, que o mundo é de todo incapaz

de entender.

P. José Jacinto Ferreira de Farias, scjAssistente Eclesiástico da Fundação AIS

Reflectir O espírito do Natal

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5Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Seis meses depois da vaga de revoltas que submergiu o mundo arábico-muçulmano e fez cair três regimes autoritários (Egipto, Tunísia e Líbia) a euforia das primeiras semanas dissi-pou-se. É a hora da mudança. Como vivem os cristãos do Oriente a “prima-vera árabe”? Em que estado de espírito esperam eles, hoje, as reformas que devem garantir a sua segurança?

A “primavera árabe” terminou? A promessa da longa noite e dos ama-nhãs que cantam deram, pouco a pouco, lugar à nebulosa das pequenas manhãs de incerteza, de desencorajamento e,

até mesmo, de desinteresse. Por toda a parte, as mudanças anunciam-se lentas e dolorosas, como já se pode constatar no Egipto e na Tunísia, onde a euforia das primeiras semanas de liberdade absoluta se dissipou rapidamente e as imagens de fraternidade na praça Tahrir se desvaneceram. No Iémen, o presiden-te Ali Abdallah Saleh, em convalescença na Arábia Saudita há três meses, espera. Tal como o sírio Bachar Al-Assad, alvo duma contestação que resistiu, desde 15 de Março, a uma repressão bem mais feroz do que a que se tinha manifestado

um mês antes na Líbia.

O espírito do Natal A Igreja na primavera árabe

O TEMPO DAS INCERTEZAS

Irão

135 mil cristãos

0,3 % da populaçãoDos quais 20 mil católicos, essencialmente caldeus.

Iraque600 mil cristãos

3 % da populaçãoDos quais 400 mil católicoscaldeus e siríacos.Egipto

8 a 10 milhões de cristãos

10 % da populaçãoDos quais 225 mil católicos coptas.

Líbia250 mil cristãos

1,75 % da populaçãoSobretudo devido a emigração cristã, dos quais 100 mil católicos.

Israel / Palestina150 mil cristãos

2 % da populaçãoPrincipalmente latinose greco-melequitas.

Líbano1,5 milhões de cristãos

37 % da populaçãoDos quais 1 milhão de católicos principalmente maronitas,greco--melequitas, siríacos, arménios.

Síria2 milhões de cristãos

10 % da populaçãoSiríacos, greco-melequitas, maronitas,caldeus, arménios.

Jordânia350 mil cristãos

6 % da populaçãoDos quais 120 mil católicos maronitas, greco-melequitas, caldeus e latinos.

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6 Sementes de Esperança | Jan12

Depois dos entusiasmos do princípio

do ano, serão de esperar, sem dúvida,

os fracassos eleitorais tunisinos (em

Outubro), seguidos dos egípcios (que

ainda não foram afixados) e depois,

talvez, na Líbia ou no Iémen, se o presi-

dente Saleh tomar as rédeas para poder

acautelar o surgimento de sociedades

civis capazes de preencher os espaços

políticos deixados vazios pelos regimes

destituídos. E, com elas, as reformas

que os cristãos esperam com uma

esperança mesclada de inquietação.

Porque, para os cristãos do Oriente,

esta Primavera não pode transformar-

se num Inverno. Longe de partilhar o

entusiasmo unânime dos ocidentais

face a uma perspectiva de democrati-

zação dos países da região, os cristãos

seguem, com angústia, os aconteci-

mentos e não conseguem esconder as

suas inquietações. “Os cristãos viveram

estas revoluções com uma grande

esperança, nomeadamente no Egipto,

explica o P. Pierbattista Pizzaballa, cus-

tódio da Terra Santa. Mas, hoje, há uma

grande incerteza e um grande medo.

Depois de uma fase de euforia, em que

havia uma comunhão de intenções,

parece que os partidos mais integristas

prevalecem em detrimento da minoria

cristã”, analisa o sacerdote francisca-

no. Faz-se a mesma constatação no

Egipto: “Nas primeiras semanas que

se seguiram à revolução, muitas coisas

mudaram”, explica o Cardeal Antonios

Naguib, Patriarca de Alexandria dos

coptas católicos. “Depois, os ataques e

os actos de violência contra os cristãos

e contra as igrejas recomeçaram”.

Oração:

Para que este tempo de mudança e

incerteza nos países árabes seja orien-

tado para a paz, a prosperidade e a

esperança, nós Te pedimos Senhor!

POVOS EM MOVIMENTO

Todavia, tudo tinha começado muito

bem. Os cristãos tomaram, de corpo e

alma, parte activa neste movimento

popular pedindo mais democracia,

liberdade, dignidade e o fim da corrup-

ção. “Estes movimentos nasceram, mais

ou menos, de maneira espontânea. Foi

uma reacção em massa do povo com

A Igreja na primavera árabe

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7Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

uma maioria de jovens e sem partidos

políticos ou grupos organizados” analisa

o P. Samir Khalil Samir, jesuíta originário

do Egipto, professor de teologia e de

islamologia na Universidade Pontifícia

Oriental. Movimentos estes dirigidos,

unanimemente, contra regimes ins-

talados há décadas: na Tunísia e no

Iémen (21 anos), no Egipto (30 anos),

na Líbia (42 anos), etc. “Povos inteiros

puseram-se em marcha e não há um

movimento cristão propriamente dito”,

insiste, então, Joseph Yacoub, professor

no Instituto dos direitos do Homem na

Universidade Católica de Lyon.

Podemos, no entanto, interrogar-nos

sobre o modo como os cristãos se com-

prometeram, enquanto tal, nesta “pri-

mavera árabe” na Tunísia, no Egipto, na

Síria, na Líbia, no Iémen ou no Bahrein.

As situações variam, com toda a evi-

dência, de um país para o outro.

TUNÍSIA

Na Tunísia, a pequena comunidade

cristã (0,5 % da população), princi-

palmente composta por estrangeiros,

assistiu, sem participar, às manifesta-

ções populares que acabaram com a

partida do presidente Ben Ali. O mesmo

se passou na Líbia, no Bahrein ou no

Iémen, onde os cristãos, em pequeno

número e essencialmente trabalhado-

res emigrados, não desempenharam

um papel de relevo nas manifestações.

Mas para D. Maroun Lahham, Arcebispo

de Tunis, “há uma leitura teológica

destes acontecimentos. Quero ver nisso

um sinal dos tempos”, prosseguiu. “Os

gritos dos tunisinos estão em resso-

nância directa com os valores cristãos e

evangélicos: a fraternidade, a liberdade

e a dignidade da pessoa humana, etc.”.

Oração:

Senhor, nós Te confiamos o povo da

Tunísia. Envia sobre eles o Teu Espírito

Santo, para que os ventos de transfor-

mação e mudança soprem pela força do

Espírito!

EGIPTO

Para o Egipto, o cenário é outro. Com

8 milhões de cristãos, o país é o peso

pesado da região e de todo o Médio

Oriente. Prioritariamente ortodoxa-cop-

ta, a minoria cristã representa 10% da

população. Participou no emergir dum

novo discurso político com base no

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8 Sementes de Esperança | Jan12

povo soberano, manifestando-se duran-

te semanas na praça Tahrir com o mes-

mo ardor que os muçulmanos. Apesar

da oposição do Papa ortodoxo-copta,

Chenouda III, que apoiou oficialmente

Hosni Moubarak até à sua destituição,

eram numerosos os fiéis que desejavam

uma mudança de regime. “É verdade

que o antigo chefe de Estado tinha

uma política ambígua relativamente

aos Irmãos muçulmanos” (movimento

nascido no Egipto em 1928 antes de

se espalhar para outros países árabes),

explica Annie Laurent, jornalista, espe-

cialista em assuntos do Médio Oriente.

“Eram ilegais mas tolerados, e, por

isso, os actos de violência anti-coptas,

muito frequentes nestes últimos anos,

ficavam sempre impunes.”

O mesmo constata o P. Henri Boulad,

director do Centro Cultural Jesuíta de

Alexandria que vê neste movimento

uma aspiração à “modernidade” e

não se cansa de encorajar os cristãos

a comprometerem-se: “Devem apoiar

estas revoluções que caminham no sen-

tido dum Estado laico e que abrem as

portas a uma escolha livre. Ponhamos

um ponto final à influência do religioso na sociedade”.

Oração:

Senhor, nós Te pedimos pelo grande povo do Egipto, para que as pessoas encontrem o caminho da tolerância, da convivência e do respeito mútuo pelas diferenças dos outros!

SÍRIA

Na Síria, as questões que se põem aos dois milhões de cristãos (10 % da popu-lação) são ainda mais cruciais. Como nos outros lugares, no início a revolta não era confessional, mas para lá caminha, num contexto de luta entre a minoria alauíta no poder e a maioria sunita. Aí, os cristãos beneficiam duma liberdade de culto total e são relativamente protegidos pelo regime que se apoiou sobre as minorias para estabelecer o seu poder. “Neste contexto, os cristãos estão completamente em pânico”, analisa Annie Laurent. “Se o regime de Bachar Al-Assad caísse, os cristãos tornar-se-iam alvos aos olhos dos suni-tas, acusados de terem sido cúmplices do regime de Bachar.”

A Igreja na primavera árabe

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9Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Alguns muçulmanos fanatizados já

não receiam manifestar abertamente

a sua antipatia visceral pelos cristãos:

“Preparem-se, o fim está próximo”,

ouve-se nas manifestações, segundo

testemunhas locais ou ainda estes slo-

gans ouvidos em Homs: “Alauítas ao

túmulo e cristãos a Beirute”.

Os riscos para os cristãos da Síria

seriam grandes se a queda do regime

descambasse num caos idêntico ao do

Iraque ou num regime fundado sobre a

sharia, tal como os dos países do Golfo.

Oração:

Senhor, protege os cristãos da Síria e

todas as pessoas de boa vontade que

lutam pela liberdade e anseiam por um

futuro melhor!

Alguns meses apenas depois do

começo destas revoluções por todo o

lado, a História hesita… E, desde já,

impõe-se um primeiro balanço: para

os cristãos a situação não mudou.

Entre contenção e discriminação, as

promessas da “primavera árabe” ain-

da não chegaram.

Será que os cristãos têm motivo para

estarem inquietos? Sem dúvida. A situ-

ação está longe de estar estabilizada.

Desde o dia 8 de Março, no Cairo, na

sequência do incêndio de uma igreja,

tiveram lugar confrontos violentos entre

coptas e muçulmanos que redundaram

em 10 mortos e centenas de feridos,

na maioria cristãos. E o primeiro motivo

de inquietação é, certamente, o peri-

go islâmico encarnado, em particular,

pelos Irmãos muçulmanos. Para o P.

Henri Boulad, o perigo de ver chegar os

islamitas ao poder no Egipto é “muito

sério”, tão profundo é o seu enraiza-

mento na sociedade e poderosa a sua

organização. Para o sacerdote egípcio,

“a passagem pelo Islamismo é incon-

tornável no mundo árabe”. Segundo

ele, uma transição inevitável para a

democratização, porque os jovens revo-

lucionários não aspiram a este modelo

de sociedade fundada sobre a religião.

No entanto, a semente de intolerância

religiosa alimentada no antigo regime

é bem real.

Mas, enquanto se espera, a inquieta-

ção cresce, atenuada pelas declarações

dos patriarcas cristãos que exortam

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10 Sementes de Esperança | Jan12

os dirigentes do mundo à prudência.

Deste modo, Gregorios III, Patriarca de

Antioquia dos católicos greco-melqui-

tas, dá o alarme e sublinha a fragiliza-

ção extrema da situação dos cristãos do

Oriente face às crises e às revoluções

sangrentas no mundo árabe. Na carta

dirigida aos principais chefes de Estado

da Europa e da América, a 4 de Maio

de 2011, o Patriarca de Antioquia pede

aos ocidentais para “não encorajarem

as revoluções se ainda quiserem cris-

tãos na Terra Santa, no Líbano, na Síria,

na Jordânia, no Iraque, no Egipto e nos

países do Golfo”. O Cardeal Antonios

Naguib, Patriarca de Alexandria dos

coptas católicos, exprimiu, também

ele, as suas inquietações ao ver a revo-

lução ser apropriada pelos islamitas:

“A sua presença será forte no próximo

Parlamento”, diz. “Mas, se chegarem

ao poder, há o receio de que impo-

nham o modelo dum Estado religioso

islâmico”. Por todo o lado a mesma

constatação: a esperança de que tudo

pode mudar existe, mas é aconselhável

a prudência.

Esta vaga de mudanças no mundo

árabe levou a que se falasse de “pri-

mavera árabe”. Na realidade, trata-se

de países bem diferentes e os jogos

de mudança em curso não são os mes-

mos. Estaremos a assistir ao emergir

doloroso, mas real, de sociedades mais

democráticas em que os direitos dos

cidadãos serão mais respeitados que

no passado? É possível, mas não é um

dado adquirido. “Penso que estas revo-

luções vão durar vários anos”, analisa

Annie Laurent. “É preciso ser paciente e

prudente”. E, sobretudo, ter esperança.

Oração:

Para que a “primavera árabe” faça

desabrochar a flor da tolerância para

com os cristãos e estes possam colher o

fruto da liberdade religiosa, Senhor nós

Te pedimos!

A Igreja na primavera árabe

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11Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Senhor, creio em Vós, fazei que creia com mais firmeza; espero em Vós, fazei que espere com mais confiança; amo-vos, aumentai o meu amor; arrependo-me, avivai a minha dor.

Adoro-Vos como primeiro princípio; desejo-Vos como último fim; exalto-Vos como benfeitor perpétuo; invoco-Vos como defensor propício.

Dirigi-me com a vossa sabedoria; atai-me com a vossa justiça; consolai-me com a vossa clemência; protegei-me com o vosso poder.

Ofereço-vos os meus pensamentos, para que se dirijam a Vós; as minhas palavras, para que falem de Vós; as minhas obras, para que sejam vossas; as minhas contrariedades, para que as aceite por Vós.

Quero o que quereis, quero porque o quereis, quero como o quereis, quero enquanto o quiserdes.

Senhor, peço-Vos que ilumineis a minha mente, inflameis a minha vontade, limpeis o meu coração, santifiqueis a minha alma.

Que me afaste das faltas passadas; rejeite as tentações futuras; corrija as más inclinações; pratique as virtudes necessárias.

Concedei-me, Deus de bondade, amor por Vós; zelo pelo próximo; desprezo pelo mundano.

Que saiba obedecer aos superiores, ajudar os inferiores, acolher os amigos, perdoar os inimigos.

Que vença a sensualidade com a mortificação, a avareza com a generosidade, a ira com a bondade, a tibieza com a piedade.

Fazei-me prudente nos conselhos, constante nos perigos, paciente nas contrariedades, humilde na prosperidade.

Que procure ter inocência interior, modéstia exterior, conversa exemplar, vida ordenada.

Que lute para dominar a minha natureza, fomentar a graça, servir a vossa lei e obter a salvação.

Que aprenda de Vós como é pouco o terreno, como é grande o divino, como é breve o tempo, como é duradouro o eterno.

Fazei-me preparar a morte, temer o juízo, evitar o inferno e alcançar o paraíso.

Por Cristo Nosso Senhor. Ámen.

Oração de S. Clemente Orar

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12 Sementes de Esperança | Jan12

TUNÍSIA Projectos Internacionais

Renovação da hospedaria dos Missionários de África em La Marsa

Desde há meses, a comunicação social tem vindo a informar sobre as revoluções designadas por ”primavera árabe” que entraram para a História dos países árabes. Estas revoluções tiveram início com agitações em massa da popu-lação maioritariamente jovem no grande centro turístico da Tunísia. Manifestações e protestos contra o Governo autocrático e corrupto no país provocaram a fuga, em 14 de Janeiro de 2011, do presidente Ben Ali e a dissolução do Parlamento. Desde Novembro de 2011, existe um Governo de transição sob a lide-rança de Hamadi Jebali, Mustapha Ben Jaafar e Moncef Marzouki.

Neste país de maioria muçulmana, os católicos formam uma minoria (99,5 % dos dois milhões de habitantes são muçulmanos). Neste país, vivem 30.000 cristãos (0,2 %), entre eles 25.000 católicos. D. Maroun Lahham, o Arcebispo de Tunis, acredita que a Igreja Católica deve posicionar-se com clareza, exactamente porque representa uma minoria. À nossa Fundação AIS disse o seguinte: ”A geração jovem não aceita governos violentos, nem a Igreja pode viver de costas viradas para os outros. Não pode esconder-se e ficar para trás dos acontecimen-tos históricos – há que evoluir.”

Os Padres Brancos1 contribuem para o desenvolvimento dos tunisinos desde a sua fundação no século XIX , tendo como regra construir uma Igreja que esteja integrada na cultura nativa. Eles próprios se adequam na língua e no vestuário ao seu país de adopção. Em Tunis, a capital, onde vive a maior parte dos cristãos, 18 padres brancos são responsáveis não apenas por duas bibliotecas e um centro para jovens, mas também por quatro das seis paróquias.

1 Os irmãos, também chamados ”Sociedade dos Missionários de África” ou ”Padres Brancos”, actuam em 20 países de África. Além disso, possuem casas na Europa, EUA, Canadá, México, Brasil, Índia e Filipinas.

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13Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Renovação da hospedaria dos Missionários de África em La Marsa

As fotografias falam por si. A cate-dral ergue-se com graciosidade nos seus 400 metros de altura em direcção ao céu. Arcadas de elegân-cia singela rodeiam o amplo adro. Uma imagem de Nossa Senhora coroa a esbelta torre. Do alto, as pequenas e grandes preocupações perdem a sua importância. O olhar estende-se sobre o porto em bai-xo, seguindo depois para o mar – acima de nós só se encontra o céu: Deus está próximo.

La Marsa, situada na parte norte da cidade, é uma delas. No extenso terreno da paró-quia, além da igreja, salas de catequese e residência paroquial, existe um alojamento para os frequentes visitantes. A paróquia é um verdadeiro local de encontro: além dos Padres Brancos, também outras ordens religiosas e leigos fazem os seus retiros. Próximo da paróquia encontra-se o único convento da diocese. Este convento é cen-tro de contacto para peregrinos de toda a África setentrional. Cada vez mais pessoas e grupos pedem alojamento aos Padres Brancos. A sua hospedaria só consegue disponibilizar alguns quartos.

Entretanto, as ordens religiosas da Argélia realizam as suas assembleias em Tunis, pois é ”cada vez mais complicado para os tunisinos obter um visto de viagem”, informa Frei Simon Gornah, o responsável dos Padres Brancos na Tunísia.

ARGÉLIAProjectos Internacionais

Renovação da Catedral de Orã

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14 Sementes de Esperança | Jan12

ARGÉLIA Projectos Internacionais

A catedral junto ao Forte de Santa Cruz na cidade costeira de Orã diferencia-se na sua arquitec-tura das igrejas cristãs europeias. Numerosos arcos redondos, inclusive no interior do edifício, fazem lembrar ao mesmo tempo uma sinagoga e uma mesquita. É uma obra-prima de constru-ção universal, perfeitamente adequada a lugar de oração, aberta a quantos oram de coração sincero, qualquer que seja a sua religião.

A Igreja da Argélia é pobre. Faltam-lhe meios para restaurar por conta própria este oásis de paz. Por isso, o Bispo D. Georger está confiante de que os benfeitores da Fundação AIS não vão deixar desamparado o pequeno grupo de cristãos da Argélia.

Nestes meses, em que o mundo árabe é sacudido por manifestações e quedas de governos, a catedral oferece um ponto de tranquilidade. Na Argélia, foram abafadas revoltas esporádicas logo à nascença, mas também aqui é possível vir a ocorrer um gol-pe de estado. Pelo contrário, nesta montanha elevada acima da costa reina uma atmosfera de paz. Neste local, ora-se. Muitos peregrinos – muçulmanos e cristãos – reúnem-se na cate-dral para a oração ou participam nos eventos interculturais. Estes diálogos inter-religiosos são de um valor inestimável. A Argélia é maioritariamente muçulmana (98 %). Os cris-tãos formam apenas uma pequena minoria de 0,2 %. Os membros das Igrejas cristãs são discriminados pelo Estado. Por isso, os sacerdotes, as religiosas e os religiosos têm

”extrema dificuldade na aquisição de vistos”, o que ”requer muito dinheiro e esforço”, assim afirmou D. Alphonse Georger, Bispo de Orã. Ele próprio vê estes problemas quo-tidianos como uma forma de dar testemunho. ”Neste tempo difícil na nossa região, este lugar de oração é um sinal de esperança, um local de diálogo inter-religioso e de hospitalidade cultural para coptas ortodoxos, para emigrantes protestantes dos países subsaarianos e muçulmanos”, acrescenta o bispo, que pede à Fundação AIS apoio para as necessárias renovações na catedral. Têm de ser instalados equipamentos eléctricos, têm de ser realizados trabalhos de pintura e substituição de janelas velhas. Além disso, entra água no edifício. A crescente humidade afecta as paredes da basílica.

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15Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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Canto AlegriaCaminhar (Onde o Amor me levar)Bendizei o SenhorMadalenaDesce sobre nós Mãe de Deus, minha mãeNada temas

O grupo Laetare nasceu em 2006 de um grupo de jovens da Diocese de Lisboa que se formou para par-ticipar no Festival da Canção Cristã em 2007 e teve a felicidade de ganhar. A música é intimista e as letras são de inspiração Cristã. O objectivo deste grupo é espalhar a alegria pelos corações de quem os escuta.

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Page 16: Sementes de Esperança | Janeiro 2012

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