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Abril Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre 2013 Sementes de Esperança

Sementes de Esperança | Abril de 2013

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Folha mensal de oração em comunhão com os cristãos perseguidos e a Igreja que sofre. Saiba mais em www.fundacao-ais.pt

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Page 1: Sementes de Esperança | Abril de 2013

Abril

Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

2013

Sementes��de Esperança

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2 Sementes de Esperança | Abril 13

Intenção Geral

Fé celebrada, fonte de vidaPara que a celebração pública e orante da fé seja fonte de vida para os crentes.

Intenção Missionária

Igrejas, sinal de ressurreiçãoPara que as igrejas locais das zonas de missão sejam sinal e instrumento de esperança e de ressurreição.

Intenção Nacional

Para que todos os cristãos, tomando maior consciência do Credo que recitam todos os domingos, redescubram melhor o que significa sermos todos filhos de Deus e, por conseguinte, irmãos uns dos outros.

SEMENTES DE ESPERANÇAFolha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

PROPRIEDADECONTACTOSDIRECTORA

REDACÇÃO E EDIÇÃO

FONTEFOTOS

PERIODICIDADEIMPRESSÃOPAGINAÇÃO

DEPÓSITO LEGAL

Fundação AIS, Rua Prof. Orlando Ribeiro, 5 D, 1600-796 LisboaTel.: 217 544 000, [email protected], www.fundacao-ais.ptCatarina Martins de BettencourtP. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira, Ana Vieira e Félix LunguL’Église dans le monde –�AIS�França;© Fundação AIS; © DR; © Grzegorz Galazka11 Edições AnuaisGráfica ArtipolJSDesign352561/12

A oração é um dos pilares fundamentais da nossa missão. Sem a força que nos vem de Deus, não seríamos capazes de ajudar os cristãos que sofrem por causa da sua fé.

Para�ajudar�estes�cristãos�perseguidos�e�necessitados�criámos�uma�grande�corrente�de�oração�e�distri-buímos�gratuitamente�esta�Folha�de�Oração,�precisamente�porque�queremos�que�este�movimento�de�oração�seja�cada�vez�maior.�Por favor ajude-nos a divulgá-la na sua paróquia, nos grupos de oração, pelos amigos e vizinhos. Não�deite�fora�esta�Folha�de�Oração.�Depois�de�a�ler,�partilhe-a�com�alguém�ou�coloque-a�na�sua�paróquia.

Intenções de Oração do Santo Padre

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3Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

1.�Neste�ano�da�fé,�o�Papa�Bento�XVI�convoca�toda�a�Igreja�para�uma�meditação�em�profundidade�sobre�o�acto�de�fé�propriamente�dito�–�ou�seja,�a�adesão�do�coração�à�Palavra�de�Deus�como�expressão�da�Sua�Vontade�que�deseja�que�o�homem�viva�e�possa�contemplar�a�glória�de�Deus�–,�mas�também�sobre�os�conteúdos�fundamentais�da�nossa� fé,�que�se�encontram�em�síntese� formulados�no�símbolo�dos�Apóstolos�ou�Credo.�Com�isto�Bento�XVI�deseja�vivamente�que�neste�ano�da�fé�todos�os�cristãos�tenham� a� possibilidade� de� reavivar� o� entusiasmo� do�que�significa�acreditar,�ou�seja,�confiar�em�alguém�que�merece�confiança.�O�acto�de� fé�está� intimamente� liga-do� à� esperança� e� à� caridade,� porque� verdadeiramente�só� acreditamos� em� quem� confiamos� e� só� confiamos�em�quem�merece�o�nosso�amor.�A�crise�de� fé�na�qual�vivemos�hoje,�e�que�Bento�XVI�evoca�na�Carta�Apostólica�“Porta�da�fé”,�é�também�uma�crise�de�confiança�e�uma�crise�de�amor.�Mesmo�na�nossa�experiência�humana,�fé�e�fidelidade�e�amor�estão�intimamente�relacionadas,�por-que�a�fé/fidelidade�é�a�vitória�do�amor�sobre�o�tempo.

Os�doze�artigos�do�Credo�sintetizam�a�doutrina�dos�doze�apóstolos�os�quais,�conforme�reza�uma�antiga�tra-dição,�se�juntaram�e�cada�um�deles�enunciou�um�aspec-to/artigo� da� fé,� do� que� todos� acreditavam,� e� assim�surgiu� o� credo� dos� apóstolos,� os� dados� fundamentais�da� tradição� apostólica,� sobre� os� quais� todos� estavam�de� acordo� e� nesta� base� partiram� para� todo� o� mundo�anunciando�o�Evangelho,�de�que�o�Credo�é�uma�síntese�harmoniosa�e�articulada.� E�é�por� isso�que� se� fala�nos�artigos�da�fé,�que�são�precisamente�doze�e�estão�de�tal�modo�ligados�uns�aos�outros�que�nenhum�deles�pode�subsistir�sem�a�sua�relação�com�os�outros,�constituindo�assim�o�que�pode�chamar-se�a�sinfonia�da�fé.

2.�O�primeiro�artigo�do�Credo�-�creio�em�Deus�Pai�todo--poderoso,� criador� do� céu�e�da� terra� -� é� o� artigo�mais�importante,�do�qual�todos�os�outros�dependem,�tal�como�nos�dez�mandamentos�o�primeiro�é�o�mais�importante,�e�os�outros�são�o�seu�comentário�e�o�desenvolvimento.

Este� artigo� confessa� a� paternidade� divina,� pois� Pai� é�o�nome�de�Deus,�que�Jesus�nos�revelou�e�nos�ensinou�a�

invocar�no�Pai-nosso.�Daqui�decorre�que�Ele�é�a�origem�de� tudo� o� que� existe,� o� homem� e� todos� os� seres� que�constituem�o�universo�visível�e�invisível,�e�aqui�está�a�pro-clamação�da�criação�dos�seres�espirituais�puros,�os�anjos.�O�mais�importante,�porém,�é�o�que�diz�respeito�à�criação�do�homem,�à�imagem�e�semelhança�de�Deus,�ou�seja,�um�ser�dotado�de� inteligência�e�de�vontade,�de�capacidade�de�se�relacionar�com�Deus�e�com�os�outros,�na�dinâmica�da�liberdade�e�do�amor.�É�neste�quadro�que�o�Catecismo�narra�a�história�do�pecado,�como�expressão�da�liberdade�humana,�do�risco�que�representa�para�o�homem�ter�sido�criado�como�ser�livre,�tendo�inscrito�no�seu�ser�o�desejo�do� infinito,�de� ser� como�Deus.�Neste�primeiro�artigo�do�Credo�está�assim�enunciado�todo�o�drama�da�história�da�humanidade,�desta�relação�de�liberdades�entre�Deus�e�o�homem�e�dos�homens�entre�si.�Daqui�decorre�a�visão�cris-tã�do�homem�e�do�mundo,�das�suas�origens�e�do�processo�da�história�como�drama�ou�seja�como�acção�da�liberdade,�como�risco�e�como�aventura.�É�revelada�ao�homem�a�sua�origem�–�de�onde�vem�–�e�a�sua�finalidade�–�para�onde�vai.�O�homem�tem�a�sua�origem�em�Deus�e�Deus�mesmo�é�a�sua�meta.�Mas�se�a�origem�não�depende�do�homem,�a�meta�essa�sim�também�depende�do�homem,�pois�aquele�que�nos�criou�sem�nós,�não�nos�salva�sem�nós.�Estão�assim�lançados�os�dados�com�os�quais�a�nossa�história�pessoal�e�colectiva�se�articula.

Que�ao�longo�deste�ano�da�fé�tomemos�todos�mais�consciência�deste�mistério�que�está�na�nossa�origem,�não�só�no�que�diz� respeito�à�Paternidade�divina,�mas�também�à�dignidade�do�homem,�na� sua�distinção�de�homem�e�de�mulher,�criados�à�imagem�e�semelhança�de�Deus�e�chamados�a�ser�filhos�de�Deus,�participantes�da�vida�divina,�que�recebemos�como�dom�no�baptismo,�o�sacramento�pelo�qual�nos�tornámos�filhos�de�Deus�e�da�Igreja.�Porque�gerados�no�seu�seio,�nas�águas�baptis-mais,�a�Igreja�é�verdadeiramente�nossa�Mãe.

�P.�José�Jacinto�Ferreira�de�Farias,�scjAssistente�Eclesiástico�da�Fundação�AIS

Creio em Deus PAI

Reflectir

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4 Sementes de Esperança | Abril 13

América Latina

Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Venezuela, México… Hoje, como ontem e desde há 50 anos, a AIS apoia, na América Latina, as comunidades religiosas e as dioceses nos seus projectos de desenvolvi-mento, de renovação e de construção para alimentar a Fé e anunciar a Boa Nova. Esta é uma viagem por meio século de serviço.

Em 1961, o Papa João XXIII apelou aos europeus a tomarem consciência que na América Latina “milhões de pobres querem tornar-se homens verticais! Milhões de bap-tizados estão à espera do Evangelho! Igrejas gritam por socorro!”. Sensibilizado por esta alocução, o P. Werenfried vai à América Latina, que enfrenta desordens dramáticas, para aprender a conhecer uma Igreja no “cri-sol das revoluções socais” (Onde Deus chora, Werenfried van Straaten). Descobre um continente martirizado, ferido e ameaçado. “Eu vi as favelas, as callampas de Santiago e os ranchos cinzentos de Caracas que se espalham, como uma maldição, no meio dos palácios ricos. Falei com grevistas, esfo-meados, tuberculosos, bispos, camponeses. Participei nos jogos das crianças e, sobre a

montanha que domina o Rio, vi o Cristo olhar tristemente a Sua cidade”, conta após o seu regresso. Consciente da urgência da situação e, para “impedir que este continente acabe na lista das ‘Igrejas perseguidas’”, faz, ime-diatamente, um apelo à generosidade dos benfeitores para o qual recebe um eco favo-rável. As promessas de donativos tornam-se rapidamente realidade e são seguidas de acções concretas. Em 1963, a AIS apoia 1500 “radio-escolas”, programas destinados a ensinar, aos cidadãos, a escrita e a leitura e, em 1964, a associação ajuda a obra social “Hogar de Cristo” (casa de Cristo), fundada em 1944 pelo Padre jesuíta chileno, Alberto Hurtado, que acolhe milhares de sem-abrigo. Aparece depois o célebre projecto “AMA”, que se ocupa do transporte para a Amazónia

América LatinaAIS: 50 ANOS DE AJUDA À AMÉRICA LATINA

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5Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

América Latina

de 280 camiões desactivados do exército suíço e postos ao serviço da Igreja local, não só como meio de transporte mas também como fonte de rendimentos para financiar outras iniciativas pastorais. O movimento de ajuda nunca enfraqueceu e, ao longo dos últimos dez anos, a AIS pôde transferir cerca de 123 milhões de euros para financiar mais de 12.500 projectos, graças à generosidade dos benfeitores.

OS NOVOS DESAFIOS DA IGREJA SUL-AMERICANA

Hoje em dia, os problemas encontrados na América Latina convidam a percepcionar desafios profundos tais como a pobreza extrema, a precariedade e a desumanidade do sistema prisional, a violência urbana, a toxicodependência, a corrupção, as ten-dências políticas autoritárias e totalitárias. A AIS dá uma importância muito grande ao reforço da presença da Igreja nas regiões que sofrem com a falta de padres e de religiosos,

sobretudo por causa das enormes distâncias ou das dificuldades de acesso às igrejas e capelas isoladas. Graças à ajuda para a subsistência e aos estipêndios de Missa, a AIS dá uma contribuição importante para a sobrevivência dos religiosos e padres que, sem elas, seriam constrangidos, em muitos casos, a executar um trabalho remunerado não estando as suas paróquias em condi-ções de lhes pagar. A formação dos leigos é igualmente encorajada. Estes devem ser capazes de exercer um papel indispensável, no domínio do serviço pastoral e catequético. Igualmente prioritário é o apostolado através dos media. Entre os milhares de pedidos de ajuda, aqueles que têm maior prioridade são os de construção de seminários, igrejas e mosteiros contemplativos.

OraçãoPara que os desafios que a Igreja enfren-ta na América Latina não sejam um impedimento mas um estímulo à evan-gelização, nós Te pedimos Senhor!

Na Argentina, no jardim-de-infância das Irmãs Dominicanas aprende-se sobre a vida de Jesus.

Na Bolívia, a AIS dá formação aos catequistas que podem ter acesso a locais remotos.

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América Latina

CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DE CADA PAÍS

A ajuda dispensada está de acordo com as necessidades próprias de cada país.

Devido à enorme ignorância religiosa em Cuba, a AIS enviou centenas de milhares de terços benzidos pelo Santo Padre (junta-mente com folhetos explicativos), com uma medalha da Virgem da Caridade do Cobre.

No Uruguai, o laicismo registado na Constituição desde 1917 tornou a Igreja local numa das mais pobres da América Latina. Nas escolas públicas, os alunos não têm acesso à fé e o envelhecimento dos fiéis é problemático.

O Brasil enfrenta grandes disparidades, conforme as regiões. O clero brasileiro con-centra-se no sul do país enquanto o norte, prioritário para a AIS, está quase abandona-do, só com 3% de padres. Ali, onde a Igreja tem uma presença fraca, proliferam, cada vez mais, os grupos evangélicos e as seitas. As tentativas para minar a autoridade moral da Igreja são cada vez mais numerosas. Sucedem-se os projectos-lei que violam a dignidade da família e da vida humana.

Na Argentina, a inflação galopante levou 30% da população a viver no limiar da pobre-za. A criminalidade e a violência aumentaram. O consumo de drogas e álcool difundiu-se em larga escala. Os cartéis provocam o caos. Para obstar a este problema, vários bispos pediram já ajuda às “Fazendas da Esperança”, que propõem uma terapia baseada na aplicação do Evangelho à vida quotidiana, no que toca

o trabalho manual e a tomada de responsa-bilidades. A AIS concedeu ajudas para estas “quintas” especiais, a diversas dioceses da Argentina, do Paraguai e do Brasil.

Na Venezuela, a Igreja enfrenta um secula-rismo agressivo. Alguns media da Igreja são suprimidos sem motivo que o justifique. A AIS apoia os programas pastorais que favorecem as vocações ou a formação de seminaristas, a pastoral das prisões e da família, a evan-gelização nos territórios em que as seitas progridem e a vida contemplativa.OraçãoPara que as especificidades de cada país não sejam factor de divisão, mas de uni-dade e fraternidade sob a protecção da Igreja que é Mãe, nós Te pedimos Senhor!

MÉXICO: POR AMOR DE CRISTO REILançado no México em Abril de 2012 e

nos USA em Junho de 2012, o filme Cristiada

retrata a epopeia dos Cristeros, soldados de

Cristo que deram a vida em defesa da sua

liberdade religiosa no momento em que o

Governo impunha leis anticlericais drásticas.

É uma ocasião para revisitar um período

da história mexicana tão dolorosa quanto

desconhecida. Para quando a projecção nos

cinemas portugueses?

Foi com este grito de guerra que milhares de mexicanos defenderam a sua liberdade religiosa ameaçada entre 1926 e 1929, muitas vezes à custa da sua própria vida. Em 1924,

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7Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

América Latina

após a chegada ao poder do presidente franco--maçom, Calles, o Cristianismo deixou de ter direitos. A aplicação rigorosa das medidas anticlericais da Constituição de 1917 foi radi-cal. A contestação dos católicos manifesta-se, num primeiro tempo, por uma oposição não--violenta: manifestações pacíficas e boicote económico, petições, etc., tudo com a bênção e encorajamento do Papa Pio XI. O presidente mexicano não cede. Os bispos não conseguem fazer alterar as leis em questão. São encerradas numerosas igrejas. Multiplicam-se as prisões, as intimidações e as execuções.

Os católicos decidem-se a pegar nas armas. A revolução armada tem início em Janeiro de 1927, no Estado de Jalisco. Um exército começa a definir-se. Serão os combatentes de Cristo: o exército dos Cristeros. Entre eles encontram-se o Padre Cristobal Magallanes, fuzilado a 25 de Maio de 1927, o jesuíta Miguel Agustin Pro, fuzilado em Novembro de 1927, cuja execução foi fotografada para servir de exemplo, e ainda o jovem José Luis Sanchez del Rio, assassina-do a 10 de Fevereiro de 1928, com 14 anos, depois de ter sido torturado pelos seus algozes.

Paralelamente, às brigadas femininas, que contam com 25.000 membros até ao fim do conflito, são atribuídas funções de informação. Recebem dinheiro, armas e provisões para os combatentes que chegam aos 80.000. Depois de mais de dois anos de luta, a 27 de Junho de 1929, através da mediação do embaixador americano, Dwight Whitney Morrow (em troca de petróleo), Igreja e Governo chegam a um acordo. Os sinos tocam no México, após três anos de silêncio. O culto volta a ser livre. A Constituição não foi modificada, mas o Estado renuncia à aplicação das leis. Todavia, o Governo Calles quebra rapidamente as promes-sas do acordo. Depois das tréguas, são ainda executados 5.000 Cristeros. No total, estima-se em 90.000 o número de mortos: 25.000 do lado dos Cristeros e 65.000 do lado das forças governamentais. Dizimado, o clero mexicano demorará vários anos para se recompor. Em 1926, havia 3.000 padres no México. Em 1934, apenas 334. João Paulo II não tardará a reco-nhecer estes mártires de Cristo Rei. O Padre Pro foi beatificado em 1988. Em Maio de 2000, aquando da canonização de vinte e sete novos

Beato Miguel Agustín Pro, jesuíta.Condenado à morte sem julgamento, fuzilado, morreu a gritar: “Viva Cristo Rei!”

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8 Sementes de Esperança | Abril 13

América Latina

Francisco Vera, sacerdote,

fuzilado em Jalisco,

em 1927, para servir

de exemplo por ter

celebrado Missa.

santos do país, o Papa afirma: “É uma herança preciosa, fruto da fé arraigada em terras mexi-canas que, nos alvores do terceiro milénio do Cristianismo, deve ser conservada e revitalizada para continuardes a ser fiéis a Cristo e à sua Igreja, como fostes no passado. México, sê sempre fiel!”

AS LEIS CALLES: AMORDAÇAR A VOZ DA IGREJA

Cinco artigos da Constituição mexicana de 1917 são destinados a reduzir a influência da Igreja Católica no país. O artigo 3 impõe a secularização do ensino; o artigo 5 proíbe as ordens monásticas; o artigo 24 proíbe o culto fora das igrejas e o artigo 27 restringe o direi-to à propriedade por parte das organizações religiosas. Finalmente, o artigo 130 atinge os direitos cívicos dos membros do clero: não podem usar hábitos religiosos; não podem herdar nem transmitir uma herança; perdem o direito de voto e ficam impedidos de fazer comentários sobre assuntos públicos e políti-cos. Até 1924, estas leis não são aplicadas a

não ser nas regiões em que o Catolicismo tem menos expressão. Assim que Plutarco Elias Calles chega ao poder deseja fazer aplicar, rigorosamente, estas medidas em todo o território. Em 1926, a Lei para a reforma do Código penal prevê penas específicas para os sacerdotes e religiosos que desobedeçam aos artigos em questão. Um padre que critique o Governo arrisca-se a 5 anos de prisão. O que usar o hábito arrisca-se a uma multa de 500 pesos (nessa altura cerca de 190 euros).

O exército dos Cristeros após uma sangrenta batalha.

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9Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Meditação

Aleluia!�Cristo�ressuscitou�verdadeiramente.�Este�é�o�dia�que�o�Senhor�fez�para�nós.�Alegremo-nos�e�n’Ele�exultemos.�Aleluia,�aleluia,�aleluia!�A�aleluia�da�Páscoa�explode�depois�de�uma�longa�Quaresma,�como�o�grito�incontido�da�vitória�de�Cristo�ressuscitado.�Mas,�a�despeito�de�quase�2.000�Festas�da�Ressurreição�e�de�milhões�de�aleluias,�o�mundo�não�mudou.�A�vida�segue�a� sua� rotina�habitual:� crime,� corrupção,� fraude,� cobardia,� traição,� assassínio,� guerra,�ódio,�ódio�e�cada�vez�mais�ódio.�Ódio�entre�pessoas,�povos�e�sistemas,�que�nunca�se�cansam�de�destruir.�

Será�que�se�abre�um�abismo�entre�a�aleluia�e�a�realidade?�Será�a�aleluia�da�Páscoa�um�grito�que�se�dissipa�no�vento?�Não!�A�Igreja�militante,�à�qual�todos�nós�pertencemos,�surge�no�quo-tidiano�real�das�pessoas�em�luta.�A�aleluia�é-lhe�inspirada�pela�fé�na�Cruz�e�na�Ressurreição.�É�o�canto�de�vitória�de�Cristo�morto�e�ressuscitado,�contra�todas�as�leis�da�natureza,�que�nos�reconcilia�com�Deus�e�nos�dá�a�Sua�própria�vida,�para�que,�com�Ele,�possamos�enfrentar�todos�os�temores�do�nosso�tempo.�

Padre Werenfried van Straaten

VIGÍLIA PASCAL

Visite hoje mesmo o microsite dedicado ao P. WERENFRIED VAN STRAATEN em www.werenfried.pt

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10 Sementes de Esperança | Abril 13

Actualidade

1. O que é o Ano da Fé?O�Ano�da� Fé� “é�um�convite�para�uma�autên-tica� e� renovada� conversão� ao� Senhor,� único�Salvador�do�mundo”�(Porta�Fidei,�6).

2. Quando se inicia e quando termina?Inicia-se�a�11�de�Outubro�de�2012�e�terminará�a�24�de�Novembro�de�2013.

3. Porquê nessas datas? Em�11�de�Outubro�coincidem�dois�aniversários:�o�50º�aniversário�da�abertura�do�Concílio�Vaticano�II�e�o�20º�aniversário�da�promulgação�do�Catecismo�da�Igreja�Católica.�O�encerramento,�em�24�de�Novembro,�será�a�solenidade�de�Cristo�Rei.

4. Porque é que o Papa convocou este ano?“Enquanto�que�no�passado�era�possível�reconhecer�um�tecido�cultural�unitário,�amplamente�comparti-lhado�no�seu�apelo�aos�conteúdos�da�fé�e�aos�valores�por�ela�inspirados,�hoje�parece�que�já�não�é�assim�em�grandes�setores�da�sociedade,�devido�a�uma�profunda�crise�de�fé�que�atingiu�muitas�pessoas”.�Por�isso,�o�Papa�convida�para�uma�“autêntica�e�renovada�conversão�ao�Senhor,�único�Salvador�do�mundo”.�O�objetivo�principal�deste�ano�é�que�cada�cristão�“possa�redescobrir�o�caminho�da�fé�para�fazer�brilhar,�com�evidência�sempre�maior,�a�alegria�e�o�renovado�entusiasmo�do�encontro�com�Cristo”.

5. Que meios assinalou o Santo Padre?Como�expôs�no�Motu�Proprio�“Porta�Fidei”:�Intensificar�a�celebração�da�fé�na�liturgia,�especialmente�na�Eucaristia;�dar�testemunho�da�própria�fé;�e�redescobrir�os�conteúdos�da�própria�fé,�expostos�princi-palmente�no�Catecismo.

6. Onde terá lugar?Como�disse�Bento�XVI,�o�alcance�será�universal.�“Teremos�oportunidade�de�confessar�a�fé�no�Senhor�Ressuscitado�nas�nossas�catedrais�e�nas� igrejas�do�mundo� inteiro,�nas�nossas�casas�e�no�meio�das�nossas�famílias,�para�que�cada�um�sinta�fortemente�a�exigência�de�conhecer�melhor�e�de�transmitir�às�gerações�futuras�a�fé�de�sempre.�Neste�Ano,�tanto�as�comunidades�religiosas�como�as�comunidades�paroquiais�e�todas�as�realidades�eclesiais,�antigas�e�novas,�encontrarão�forma�de�fazer�publicamente�profissão�do�Credo”.

9 PERGUNTAS SOBREO ANO DA FÉ

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11Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Actualidade

7. Onde encontrar indicações mais precisas?Numa�nota�publicada�pela�Congregação�para�a�doutrina�da�fé.

Aí se propõe, por exemplo: -�Encorajar�as�peregrinações�dos�fiéis�à�Sede�de�Pedro;�-�Organizar�peregrinações,�celebrações�e�reuniões�nos�principais�Santuários.-�Realizar�simpósios,�congressos�e�reuniões�que�favoreçam�o�conhecimento�dos�conteúdos�da�doutrina�

da�Igreja�Católica�e�mantenham�aberto�o�diálogo�entre�fé�e�razão.-�Ler�o�reler�os�principais�documentos�do�Concílio�Vaticano�II.-�Acolher�com�maior�atenção�as�homilias,�catequeses,�discursos�e�outras�intervenções�do�Santo�Padre.-�Promover� transmissões� televisivas�ou� radiofónicas,� filmes�e�publicações,� inclusive�a�nível�popular,�

acessíveis�a�um�público�amplo,�sobre�o�tema�da�fé.-�Dar�a�conhecer�os�santos�de�cada�território,�autênticos�testemunhos�de�fé.-�Fomentar�o�apreço�pelo�património�artístico�religioso.-�Preparar�e�divulgar�material�de�caráter�apologético�para�ajudar�os�fiéis�a�resolver�as�suas�dúvidas.-�Eventos�catequéticos�para�jovens�que�transmitam�a�beleza�da�fé.-�Aproximar-se�com�maior�fé�e�frequência�do�sacramento�da�Penitência.-�Usar�nas�escolas�ou�colégios�o�Compêndio�do�Catecismo�da�Igreja�Católica.-�Organizar�grupos�de�leitura�do�Catecismo�e�promover�a�sua�difusão�e�venda.

8. Que documentos posso ler por agora?-�O�motu�proprio�de�Bento�XVI�“Porta�Fidei”-�A�nota�com�indicações�pastorais�para�o�Ano�da�Fé-�O�Catecismo�da�Igreja�Católica-�40�resumos�sobre�a�fé�cristã�

9. Onde posso obter mais informação?Visite o site www.annusfidei.va

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NOVO

Page 12: Sementes de Esperança | Abril de 2013

Mensagem da Fundação AIS

“PAPA FRANCISCO: UMA DÁDIVA DA PROVIDÊNCIA DE DEUS E FRUTO DA ORAÇÃO DE TODA A IGREJA”

Johannes�Heereman�von�Zuydtwyck,�presidente�executivo�da�Ajuda�à�Igreja�que�Sofre,�congratula-se�pela�eleição�do�Santo�Padre.

Após�dias�de�oração�e�espera,�em�que�não�apenas�os�cardeais�com�direito�a�voto,�mas�toda�Igreja�estava�congregada� espiritualmente� para� eleger� o� Papa,� Deus� concedeu-nos� uma� grande� alegria� pré-pascal:�“Habemus�papam”.�Damos�graças�à�Providência�Divina�pelo�novo�Pastor�de�toda�a�Igreja,�o�Santo�Padre�Francisco.�Pedimos�para�que�receba�a�força�e�a�luz�de�Deus,�e�confiamos�o�seu�pontificado�à�intercessão�da�Virgem�Maria�e�à�oração�da�Igreja.

Tal�como�aconteceu�com�os�Cardeais�imediatamente�após�a�eleição,�também�nós�desejamos�prometer�ao�Papa�Francisco�fidelidade�e�obediência,�que�é�obediência�a�Deus�e�à�Verdade�por�Ele�revelada.

Na�condição�de�Fundação�internacional�católica�de�direito�pontifício,�a�AIS�apoia�o�Santo�Padre,�em�todo�o�mundo,�na�sua�missão�de�reforçar�a�comunidade�de�fé�e�de�caridade.

A�responsabilidade�que�Cristo�deu�a�Pedro,�“Apascenta�os�meus�cordeiros”�é�precedida�pela�pergunta�do�Senhor:�“Tu�amas-me?”�Também�nós�queremos�seguir�esta�chamada�–�à�qual�a�resposta�foi:�“Senhor�Tu�sabes�tudo,�Tu�sabes�que�te�amo”�–�com�a�nossa�oração,�o�anúncio�do�Evangelho�e�a�ajuda�às�irmãs�e�irmãos�que�sofrem,�e�são�perseguidos�em�todo�o�mundo.�

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