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Dezembro Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre 2014 Sementes de Esperança

Sementes de Esperança | Dezembro de 2014

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Folha de Oração em comunhão com os cristãos que sofrem www.fundacao-ais.pt

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Dezembro

Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

2014

Sementes��de Esperança

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2 Sementes de Esperança | Dezembro 14

Intenção Geral

Natal, esperança para a humanidade

Para que o nascimento do Redentor traga paz e esperança a todos os homens de boa vontade.

> Com o Natal nasce a esperança pois vem do Céu o Salvador, o Redentor, o Messias. O Menino vem para gerar paz e comunhão, ser semente divina de fraternidade. O Natal é mensagem e presença de esperança para a humanidade. Deus vem ao nosso encontro e fica connosco. Não podemos desistir de ser felizes, de amar e ser amados, de viver a esperança de uma nova humanidade. Junto do presépio rezemos para que as famílias vivam unidas, na paz e na tranquilidade, na alegria e na comunhão. Junto do Menino Deus, rezemos pelas franjas da humanidade que mais sofrem pelos desertos sem pão, sem amor, sem Deus. Acolhamos em nós o Deus que é Amor, feito Menino para nos ensinar a amar e a viver em esperança. Não desanimemos perante a crise, as provações, as dificuldades. Do Céu nos vem a esperança. O Menino Deus no-la quer dar.

Dário Pedroso, s.j.

Intenção MissionáriaPais evangelizadoresPara que os pais sejam autênticos evangelizadores, transmitindo aos filhos o dom pre-cioso da fé.

INTENÇÃO NACIONALPara que a contemplação do mistério do Natal, o nascimento do Menino Jesus, a Igreja e cada um dos seus filhos, leve a um empenho mais coerente no testemunho do que significa acreditar que o Verbo de Deus Se fez carne e habitou entre nós.

A oração é um dos pilares fundamentais da nossa missão. Sem a força que nos vem de Deus, não seríamos capazes de ajudar os Cristãos que sofrem por causa da sua fé.

Para�ajudar�estes�Cristãos�perseguidos�e�necessitados�criámos�uma�grande�corrente�de�oração�e�distri-buímos�gratuitamente�esta�Folha�de�Oração,�precisamente�porque�queremos�que�este�movimento�de�oração�seja�cada�vez�maior.�Por favor, ajude-nos a divulgá-la na sua paróquia, nos grupos de oração, pelos amigos e vizinhos. Não�deite�fora�esta�Folha�de�Oração.�Depois�de�a�ler,�partilhe-a�com�alguém�ou�coloque-a�na�sua�paróquia.

Intenções de Oração do Santo Padre

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3Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

O MARTÍRIO NA EUROPA ACTUAL

Reflectir

Já�há�muito�que�pensadores�graves�e�lúcidos�têm�chamado�a�atenção�para�a�situação�terminal�na�qual�se�encontra�espiritualmente� a� velha� Europa� cristã�e,� com� ela� e� por� ela,� todo� o� mundo�ocidental.� Directa� ou� indirectamente�já�abordámos�este�tema�nesta�série�de�meditações,�partindo,�por�exemplo,�de�um�ponto�de�referência�consensual�no�que�se�designava,�por�meados�do�séc.�XX,�a�viragem�antropocêntrica�do�pen-samento�ocidental,�a�partir�do�séc.�XV,�com�o�humanismo�renascentista,�com�a� descoberta� da� “perspectiva”,� tendo�evoluído�nas�artes�e�na�filosofia�para�o�que,�já�em�pleno�séc.�XIX�se�designava�como� a� “hermenêutica� da� subjectivi-dade”.� Na� minha� juventude,� lia� com�muito� interesse� e� quase� intelectual�paixão� a� que� se� designava� então�como� “literatura� do� absurdo”,� que� já�era�a�expressão�para�onde�tinha�con-duzido� a� viragem� antropocêntrica� do�pensamento�moderno,�como�a�ilustrar�que,�quando�o�homem�se�centra�em�si�mesmo�e�se�considera�como�o�centro�de�referência�de�todo�o�universo,�aca-ba�por�cair�no�absurdo�sobre�si�mesmo�e�sobre�o�mundo,�reconhecendo,�como�fazia� Sartre,� que� não� passa� de� uma�“paixão�inútil”�e�que�o�“inferno�são�os�outros”.� Mais� recentemente� surgiu� a�

corrente� filosófica�em�torno�do�“pen-samento� débil”,� do� pós-modernismo�da�ontologia�da� fragilidade,�que�des-crê� das� capacidades� da� razão� em�alcançar�a�verdade.�Sabemos�como�S.�João�Paulo� II� reagiu�a�esta�descrença�nas� capacidades� da� razão� com� a� sua�memorável�encíclica�Fides et ratio,�na�qual,�considerando�com�algum�realis-mo� pessimista� a� trajectória� moderna�do�pensamento,�retoma�a�grande�tra-dição�clássica,�tanto�da�filosofia�grega�como�da�filosofia�cristã,�que�mostra�a�relação�dialógica�entre�a�razão�e�a�fé,�de�modo�que�a�fé�precisa�da�racionali-dade�para�se�expressar,�e,�por�sua�vez,�a� razão�precisa�da� fé�para� se�expan-dir,�para�respirar.� Já�tive�a�ocasião�de�dizer� que� a� alegada� razão� frágil,� o�pensamento� débil� ou� a� ontologia� da�fragilidade�nada�tem�de�frágil�nem�de�vazio,�mas�é,�nas�suas�intenções�e�nos�seus�métodos,�uma�das�mais�perver-sas�ideologias,�uma�vez�que�explora�a�fragilidade�como�meio�para�se� impor�àqueles�que�acreditam�na�sua�falácia.�Recentemente� tem� vindo� a� impor-se�uma� variante� desta� ideologia� pós--moderna,� que� primeiro� se� afirmou�na� expressão� do� eco-feminismo,� e�agora,� como� coroamento,� na� ideolo-gia�do�género,�seguramente�uma�das�

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Reflectir

ideologias�mais�perigosas�e�perversas�que� tenha� conhecido� a� humanidade.�Ao� abolir� a� noção� de� natureza� e� ao�defender� que� tudo� é� manipulável,�que� a� nossa� distinção� entre� homens�e� mulheres� pode� ser� alterada� por�cada�um�de�nós,�está�a�perverter�nos�seus�próprios�fundamentos�o�que�nós�somos.�E�é,�neste�sentido,�a�expressão�pagã� mais� adversa� e� hostil� a� qual-quer� tipo� de� fé� monoteísta� –� judeus,�cristãos� ou� muçulmanos� –� (veja-se� a�título� de� exemplo� o� filósofo� francês�Michel�Onfray�com�o�seu�projecto�de�ateologia)� -,�pois�as� tradições�mono-teístas� têm�em�comum�acreditar�que�tudo� o� que� existe,� a� começar� pelo�homem,�tem�a�sua�origem�em�Deus.�A� nossa� profissão� de� fé� diz-nos� que�vimos� de� Deus,� que� fomos� criados� à�sua�imagem�e�semelhança�e�que�esta�imagem�e�semelhança�envolve�todas�as� dimensões� do� nosso� ser� –� corpo,�alma� e� espírito� –� configurando-nos�à� imagem� de� Cristo� (homens)� e� da�Igreja�(mulheres)�e�que�este�é�o�maior�dom�de�Deus,�dádiva�divina�de�amor�que�assim�nos�fez,�e�a�aceitação�deste�dom� é� condição� para� sermos� felizes,�no�tempo�e�na�eternidade.

Isto�vem�a�propósito�do�que�acabo�de� saber:� na� Alemanha� há� pena� de�prisão�de�40�dias�para�os�pais�que�não�

autorizem� os� seus� filhos� a� frequen-tarem�as�aulas�de�sexo�e�de�género.�Isso� aconteceu� há� poucos� dias� a� um�casal� –� Eugen� e� Luise� Martens.� Não�sei�se�já�há�casos�de�coacção�legal�em�Portugal�(multas�ou�prisão),�mas�já�se�ensina� nas� escolas� que� as� crianças� a�partir�dos�quatro�anos�já�têm�o�direito�de�optar�se�querem�ou�não�continuar�a�ser�o�que�são.�Já�não�precisamos�de�ler�a�literatura�do�absurdo,�como�eu�fazia�na� minha� juventude,� frequentando�autores�como�Kafka,�Becket,�Camus�ou�Sartre.�O�absurdo�já�chegou�em�força,�já�se�impõe�nas�escolas…

Quando,� como� neste� caso,� uma�visão�do�mundo� claramente� contra-ditória� com� o� bom� senso� se� impõe�à� força� com� a� coacção� própria� do�Estado,� estamos� num� ambiente�claramente� persecutório� e� por� isso�começa� a� não� haver� na� Europa�civilizada� lugar� para� os� que� ousam�pensar�pela� sua� cabeça�ou�conduzir�pelos�princípios�fundamentais�da�sua�fé.�A�época�dos�mártires�já�chegou�à�Europa�que�era�civilizada,�dos�direi-tos�humanos�e�da�liberdade.

�P.�José�Jacinto�Ferreira�de�Farias,�scjAssistente Espiritual da Fundação AIS

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5Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

POVO MARCADOEm�Agosto,� um�elemento� do� auto-procla-

mado�“Estado�Islâmico”�decapita�James�Foley,�um�jornalista�norte-americano�que�tinha�sido�sequestrado�na�Síria�em�Novembro�de�2012.

Depois� de� um� enorme� conjunto� de�atrocidades� cometidas� contra� as� minorias�religiosas,�nomeadamente�cristãos�e�yasi-dys,�com�notícias�de�assassinatos,�torturas,�violações�e�a�escravização�de�mulheres�e�jovens� raparigas,� esta� foi� a� primeira� vez�que� os� jihadistas� atacaram� directamente�

um�norte-americano.�Desde� então,� vários� outros� cidadãos� oci-

dentais� tiveram� a� mesma� sorte.� O� último,�em�Novembro,�foi�Peter�Edward�Kassig,�tam-bém�norte-americano� e� que� se� encontrava�na�Síria�como�trabalhador�humanitário.

Por� causa� destes� actos� bárbaros� e� em�resposta� também� à� pressão� da� opinião�pública,� uma� coligação� de� países,� em� que�sobressaem�os�Estados�Unidos,�a� Inglaterra�e� a� França,� decidiram� iniciar� uma� campa-nha� militar� contra� o� “califado”,� através� de�

MÉDIO ORIENTE

No dia 24 do passado mês de Maio, o Papa Francisco começou a sua peregrinação à Terra Santa, por Amã, capital do reino hachemita. Um país cuja estabilidade, apesar do fluxo massivo de refugiados sírios e do vento das revoluções, destoa na região.

JORDÂNIA UM ILHÉU DE ESTABILIDADE EM PLENA TEMPESTADE

Superfície89.328 Km2

População6,3 milhões de habitantes

ReligiõesMuçulmano: 93,9%Cristãos: 3% (metade dos quais católicos)Outras religiões: 2,8%Sem religião: 0,30%

Línguas

Árabe

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6 Sementes de Esperança | Dezembro 14

MÉDIO ORIENTE

ataques� aéreos.� Um� desses� ataques� terá�ferido�mesmo�o�líder�do�“Estado�Islâmico”.

Em� Agosto,� as� Nações� Unidas� acusaram�os� jihadistas� de� cometerem� “crimes� contra�a� humanidade”� e� de� estarem� a� promover�uma�“limpeza�étnica�e�religiosa”�no�Iraque,�havendo� relatos�de� recrutamento�de� crian-ças�para�acções�de�combate�e�de�execução�de�centenas�de�civis.�

Assassinatos,�conversões�forçadas�ao�Islão,�abuso�sexual,�tráfico�de�pessoas,�sequestros�e�destruição�de� locais�sagrados,�são�alguns�dos�crimes�apontados�pela�ONU.

As�casas�dos�cristãos�foram�marcadas�com�o�símbolo�“n”�e�os�seus�proprietários�obriga-dos�a�fugir.�

Nos�países�da� região,� Turquia,� Jordânia�e�Líbano,�vivem�agora�milhões�de�refugiados�numa�situação�de�total�dependência�da�aju-da�internacional.�

OraçãoPara que entre os povos do Médio Oriente volte a soprar o Espirito de paz e de amor do Deus de Abrãao, nós Te pedimos Senhor!

A ESTABILIDADE DA JORDÂNIA Apesar� de� minoritários� (4%),� os� Cristãos�

podem� hoje� vangloriar-se� de� habitar� numa�terra�santa�por�excelência.�Quando�se�pere-grina�na�Jordânia�é�toda�a�Bíblia�que�se�visita.�Desde� a� figura� de� Moisés,� que� morreu� no�monte�Nebo�quando�conduzia�o�povo�Hebreu�à�Terra�prometida,�até�à�de�Cristo,�que�curou�um� possesso� em� Gerasa� (actual� Djerash),�após�ter�sido�baptizado�em�Betânia�por�João�Baptista.�É�nesta�terra�abençoada�que�o�Papa�Francisco� começou� a� sua� “peregrinação� de�oração”,�no�dia�24�de�Maio,�antes�de�prosse-guir�para�Jerusalém�e�depois�Belém,�a�fim�de�festejar�o�50º�aniversário�do�encontro�ecumé-nico�entre�o�Patriarca�Atenágoras�I�e�o�Papa�Paulo�VI.�O�Santo�Padre�voltou�a�encontrar�o�rei�Abdullah�II,�que�recebeu�no�Vaticano,�em�Agosto�de�2013.�Os�dois�tinham�então�podido�partilhar� a� sua� preocupação� comum� sobre�o� diálogo� inter-religioso.� Uma� preocupação�levada� pelo� soberano� hachemita,� que� se�preocupa� com� a� protecção� dos� santuários�bem� como� com� a� presença� árabe� cristã.�Porque,� apesar� de� a� Constituição� jordana�

Programa de apoio aos

refugiados no campo

de Zaatari. Apenas

uma em cada quatro

crianças refugiadas sírias

frequentam a escola.

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7Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

MÉDIO ORIENTE

especificar�que�o�Islão�é�a�religião�do�Estado�também�precisa�que�“não�há�distinção�entre�eles�(os� Jordanos)�com�base�na� raça,� língua�ou�religião,�no�que�se�refere�aos�seus�direitos�e�às�suas�obrigações”�(art.�6).�Bem�integra-dos�na�população,�a�despeito�do�seu�número�reduzido�(cerca�de�250�mil)�a�maior�parte�dos�Cristãos�provém�de�famílias�de�refugiados�da�Palestina�ou�do�Iraque.�

OraçãoPara que a Igreja na Jordânia continue a ser um farol que oriente e dê esperança a minoria religiosa, nós Te pedimos Senhor!

EQUILÍBRIO PRECÁRIO É� certo� que� a� Jordânia� é� conhecida� pela�

sua�estabilidade�e�abertura,�mas�a�situação�pode�muito�bem�mudar.

Em�primeiro� lugar,�o�reino�não�foi�poupa-do�pelas�vagas�de�contestações�sociais�que,�desde� 2011,� atingiram� o� mundo� árabe.� O�aumento�do�custo�de�vida�deu�origem�a�um�surto�de�manifestações,�apesar�das�medidas�tomadas�pelo�Governo.�Pouco�faltou�para�que�

a� situação� se� transformasse� em� revolução�árabe.� Mas� uma� parte� da� população� que�começou�por�apoiar�as�aspirações�dos�Irmãos�muçulmanos�arrefeceu�ao�ver�os�seus�abusos�de�poder�no� Egipto�e,�depois,� a�degeneres-cência� do� conflito� sírio� vizinho.� Os� Jordanos�não� querem,� de� modo� nenhum,� viver� este�mesmo�cenário�no�seu� território.�Hoje,�ape-sar� de� as� reivindicações� ainda� existirem,� a�monarquia,�pelo�menos,�já�não�treme.�

É� neste� contexto� fragilizado� que� o� reino�enfrenta�a� chegada�massiva�dos� sírios.�Até�ao� momento� contam-se� mais� de� 600� mil�refugiados.� O� Governo� fala� de� 1� milhão.� O�campo�de�Zaatari,�situado�na�fronteira�norte�do�Reino,�acolhe�130�mil�pessoas.�Aberto�em�Agosto�de�2012,�é�o�segundo�maior�campo�de�refugiados�do�mundo.�Todos�os�dias�são�ali� instalados� 2.000� novos� residentes,� nas-cem�treze�crianças�por�dia�e�meio�milhão�de�pães� são�distribuídos�de�manhã.�No�Verão,�os� refugiados� sofrem� por� causa� do� calor�sufocante�e�da� falta�de�água�e�no� Inverno�por� causa� da� neve� e� das� tempestades.� A�Igreja� também�abriu�as� suas�portas�de�par�

Zaatari é hoje o

terceiro maior campo

de refugiados do

mundo. Fica na

Jordânia e vivem

lá cerca de 120 mil

pessoas, quase todas

sírias e iraquianas.

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8 Sementes de Esperança | Dezembro 14

MÉDIO ORIENTE

em� par� e� muitas� famílias� foram� acolhidas�nas�diversas�aldeias�vizinhas.�Mas�a�situação�é� difícil.� E� a� população� jordana� está� deso-rientada.� Desde� a� chegada� dos� refugiados�que�vê�o�desemprego�aumentar,� a�pobreza�instalar-se�e�os�alugueres�explodir�até�quase�300%�como�em�Mafraq,� no�norte�do� reino.�Sem� contar� com� a� falta� de� água� que� será�um� dos� problemas� maiores.� As� perguntas�sem� resposta� acumulam-se.� A� longo� prazo,�o� que� acontecerá� aos� refugiados� sírios� que�representam� já� quase� 40%� da� população.�Poderão� voltar� à� Síria?� Ou� ficarão� como� os�palestinianos�ou�os�iraquianos?�Como�se�fará�a� integração� de� xiitas,� sunitas,� drusos,� cris-tãos�e�alauitas?�

E,� para� além� de� todas� estas� perguntas,� um�receio.�Lancinante�e�quotidiano.�O�de�um�conflito�sírio�generalizado�que�transporia�as�fronteiras.�

Neste� contexto,� possam� as� palavras� de�Mons.�Lahham,�Vigário�Geral�do�Patriarcado,�em� Amã,� confortar� todos.� À� pergunta� se�temia� pelo� futuro� dos� Cristãos� do� Médio�Oriente�respondeu:�“Inquietação,�sim.�Pânico,�

não.� É� uma�questão�de� fé.�O� Senhor�nunca�permitirá�que�os�países�que�assistiram�ao�Seu�nascimento,�a�Sua�vida�a�Sua�morte�e�a�Sua�ressurreição�se�transformem�em�museus.

OraçãoPara que a generosidade da nação e do povo jordano seja recompensada com as bênçãos de Deus Misericordioso, nós Te pedimos Senhor!

Cimeira inédita em Amã sobre os desafios dos Cristãos árabesPor� iniciativa�do� rei�Abdullah� II�da� Jordânia,�de�3�

a�4�de�Setembro�de�2013,� reuniram-se�em�Amã�

mais� de� setenta� patriarcas,� bispos� e� religiosos�

para� uma� importante� cimeira� sobre� “os� desafios�

dos� Cristãos� árabes”.� Uma� novidade� para� todos�

estes� chefes� da� Igrejas� cristãs� do� Médio� Oriente�

que�puderam�manifestar,�na�cena�internacional,�as�

suas� inquietações�e�esperanças�face�aos�conflitos�

recentes� com� os� quais� as� suas� comunidades�

são� confrontadas:� guerras,� atentados,� raptos,�

profanações�e�emigração.

Famílias cristãs

iraquianas deslocadas

alojadas nas

instalações da Igreja.

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9Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Oração

Quinze�dias�antes�do�Natal,�Francisco�disse�[...]:�«Quero�evocar�a�memória�do�Menino�que�nasceu�em�Belém�e�de�todos�os�sofrimentos�que�padeceu�desde�a�Sua� infância.�Quero�vê-Lo,�com�os�meus�olhos�carnais,�tal�como�Ele�estava,�deitado�numa�manjedoura,�dormindo�sobre�o�feno,�entre�uma�vaca�e�um�burro».�[...]

Chegou� o� dia� da� alegria.� [...]� Convocaram-se� os� irmãos� de� vários� conventos� dos�arredores.�Segundo�as�possibilidades�de�cada�um,�com�a�alma�em�festa,�o�povo�dos�campos,�homens�e�mulheres,�prepararam�tochas�e�círios�para�iluminar�essa�noite�em�que�se�elevou�a�estrela�cintilante�que�ilumina�todos�os�séculos.�Ao�chegar,�o�santo�viu�que� tudo�estava�pronto�e�alegrou-se�muito.� Tinham�trazido�uma�manjedoura�e� feno;�também�tinham�trazido�uma�vaca�e�um�burro.�Ali�valorizava-se�a�simplicidade,�era�o�triunfo�da�pobreza,�a�melhor� lição�de�humildade:�Greccio� tinha-se� tornado�uma�nova�Belém.�A�noite�fez-se�luminosa�como�o�dia�e�deliciosa�quer�para�os�animais�quer�para�os�homens.�Multidões�acorreram�e�a�renovação�do�mistério�reavivou�a�alegria.�Os�bosques�ressoavam�com�os� cânticos;� as�montanhas� repercutiam�ecos.�Os� irmãos� cantavam�os�louvores�do�Senhor�e�toda�a�noite�foi�repleta�de�alegria.�O�santo�passou�o�serão�de�pé�diante�do�presépio,�pleno�de�compaixão�e�cheio�de�uma�alegria�inexprimível.�Por�fim,�celebraram�a�missa�com�a�manjedoura�a�fazer�de�altar�e�o�sacerdote�sentiu�um�fervor�nunca�antes�experimentado.

Francisco� revestiu-se� da� dalmática,� pois� era� diácono,� e� cantou� o� Evangelho� com� voz�sonora.�[...]�Depois�pregou�ao�povo�e�encontrou�palavras�doces�como�o�mel�para�falar�do�nascimento�do�pobre�Rei�e�da�pequena�aldeia�de�Belém.

in�Evangelho Quotidiano

SÃO FRANCISCO NO PRIMEIRO PRESÉPIO

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10 Sementes de Esperança | Dezembro 14

Meditação

ANO DA VIDA CONSAGRADA

No�passado�dia�30 de Novembro�–�primeiro�dia�do�Advento�-�começou�o�Ano da Vida Consagrada,�que�se�vai�estender�até�2 de Fevereiro de 2016.�

Toda�a�Igreja�está�a�mobilizar-se�para�este�tempo�muito�especial�que�está�a�ser�preparado�sob�o�lema�da�alegria.�

Inspirado�no�pensamento�e�nas�palavras�do�Papa�Francisco,�D.� João�Braz�de�Aviz� -�Prefeito�da�Congregação�para�os�Institutos�da�Vida�Consagrada�e�as�Sociedades�de�Vida�Apostólica�–�enviou�a�toda�a�Igreja�uma�carta�em�que�desafia�toda�a�Igreja�a�olhar�para�a�vida�com�alegria.�

D.�João�Braz�escreve�que,�“onde�estão�os�consagrados,�há�sempre�alegria”,�e�que�“os�religiosos�devem�ser�homens�e�mulheres�capazes�de�despertar�o�mundo”.�

Neste�Ano�da�Vida�Consagrada,�toda�a�Igreja�é�convidada�a�recordar�que�“não há santidade na tristeza”,�e�que�a�fonte da alegria dos Cristãos é o contacto com Jesus que se estabelece através da oração.

“Hoje�as�pessoas�precisam�certamente�de�palavras,�mas�sobretudo�têm�necessidade�que�teste-munhemos�a�misericórdia,�a�ternura�do�Senhor,�que�aquece�o�coração,�desperta�a�esperança,�atrai�para�o�bem.”�

Neste�desafio�lançado�pelo�Papa�Francisco,�deseja-se�que�os�consagrados�consigam�levar�à�huma-nidade�o�“sorriso�de�Deus”�que�se�concretiza�na�amizade,�pois�uma�“fraternidade�sem�alegria�é�uma�fraternidade�que�se�apaga”.

A�Fundação AIS�vai�associar-se�naturalmente�a�este�Ano�da�Vida�Consagrada�e�aqui,�nas�páginas�da�sua�Folha�da�Oração,�vamos�dar�a�conhecer�os�carismas�próprios�de�Congregações,�Ordens�ou�Institutos,�que�são�expressão�dessa�alegria�que�é�viver�e�testemunhar�Deus�servindo�os�irmãos,�particularmente�os�que�mais�sofrem.

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11Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Agenda

CONCERTO SOLIDÁRIO PELOS REFUGIADOS DO MÉDIO ORIENTE

No�próximo�dia�14 de Dezembro,�às�16h,�irá�realizar-se�o�tradicional�Concerto�de�Natal�da�Fundação AIS,�na�Sociedade de Geografia de Lisboa,�em�Lisboa.

No�âmbito�da�sua�missão,�a�Fundação AIS�pretende�com�este�evento� recordar�e�apoiar�aqueles� que�por� todo�o�mundo� sofrem� com�a� discriminação,� restrições� e� perseguição� à�liberdade�religiosa.�Este�ano,�as�receitas�do�concerto�reverterão�a�favor�dos�refugiados�do�Médio�Oriente.

A actuação será da responsabilidade do Grupo FigoMaduro e terá a duração de 1 hora.

A entrada é livre.

Mais�uma�vez�a�Fundação�AIS�decidiu�associar-se�a�esta�extraordinária�família.�FigoMaduro�é�a�história�de�uma�família�que�sempre�se�dedicou�à�música.�Desde�muito�cedo�os�filhos�começaram� a� cantar� e� a� tocar,� e� foi� a� cantar� que� foram� conhecer� São� João� Paulo� II� ao�aeroporto�militar�de�Figo�Maduro�em�2000.�Com�a�morte�do�pai�das�crianças,�o�projecto�tornou-se�profissional,�assegurando�a�continuidade�da�educação�musical�dos�filhos.

Para�mais� informações:� contacte� a� Fundação�AIS� através�do� Tel.� 217�544�000�ou�consulte�o�site�www.fundacao-ais.pt.

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Page 12: Sementes de Esperança | Dezembro de 2014

Destaque

VELAS DE NATAL

TRua Professor Orlando Ribeiro, 5 D, 1600-796 LISBOAel 21 754 40 00 • Fax 21 754 40 01 • NIF 505 152 304

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SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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DEPÓSITO LEGALISSN

Fundação AIS Catarina Martins de BettencourtP. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Paulo Aido, Alexandra Ferreira, Ana Vieira e Félix LunguL’Église dans le monde –�AIS�França© Fundação AIS, © AED; Tony Spina

Iraquianas em oração num campo de refugiados 11 Edições AnuaisGráfica ArtipolJSDesign352561/122182-3928

Isento de registo na ERC ao abrigo do Dec. Reg. 8/99 de 9/6 art.º 12 n.º 1 A

Cód. DI070€ 5,90

Conjunto�de�2�velas�encarnadas�com�estrelas�em�dourado,�que�irão�ajudar�a�criar�um�ambiente�mais�natalício�e�acolhedor.

Este�produto�faz�parte�do�Catálogo�de�Natal�2014

Velas�enviadas�em�embalagem�natalícia

Formato:�6�x�7�cm

Quando olharem para o céu, à noite, nas semanas que antecedem o Natal, pensem na estrela que, por ordem de Deus, apareceu no firmamento, no momento oportuno, a fim de indicar aos três Reis Magos o caminho para o Menino Jesus, e pensem no anjo que se apressou para Belém, a fim de anunciar aos pastores o nascimento do Salvador. Deus foi generoso em milagres, quando se tratou de cumprir o Seu plano de salvação. Por isso, não depende de Deus não haver paz na Terra e nos nossos corações. Depende de todos os que não têm boa vontade. Depende de mim e de vós, sempre que, cegos para ver a estrela e surdos para ouvir o cântico dos anjos, nos desviarmos, de modo egoísta, do caminho da manjedoura.

Pe.�Werenfried�van�Straaten�