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DEZEMBRO 2015 | Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre SEMENTES DE ESPERANÇA © Bradi Barth

Sementes de Esperança - Dezembro 2015

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Folha de Oração mensal em comunhão com a Igreja que sofre www.fundacao-ais.pt

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DEZEMBRO 2015 | Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

S E M E N T E S DE ESPERANÇA

© Bradi Barth

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2 Sementes de Esperança | Dezembro 15

Intenções de Oração do Santo Padre

Intenção Geral

Experimentar a misericórdia de DeusPara que todos nós possamos fazer a experiência da misericórdia de Deus, que nunca Se cansa de perdoar.

Intenção Missionária

Natal, esperança para as famíliasA fim de que as famílias, de modo especial aquelas que sofrem, encontrem no nascimento de Jesus um sinal de esperança segura.

FAMÍLIAS A VIVER A ESPERANÇA

Senhor Jesus, que o Teu nascimento renove no mundo a esperança.

Que as famílias, junto do presépio, vivam a alegria e a paz,

renasçam para a esperança que não engana.

Faz, Jesus, que a contemplação do presépio,

seja fonte de amor, de diálogo, de capacidade, de perdão.

Que à Tua volta, com Maria e José, as famílias encontrem sempre

caminhos de conversão evangélica, se abram ao amor mútuo,

aprendam a pobreza e a humildade que as faça amar mais.

Que cada família, à semelhança da Família de Nazaré,

possa ser, cada vez mais, lugar de oração e escuta da Palavra.

Que cada família aprenda a viver atenta aos mais pobres,

que saiba ser apóstola de outras famílias,

que viva a alegria do dom sem medida, da oblação generosa.

Que junto do presépio a família aprenda a ser “igreja doméstica”

onde Tu, Jesus, sejas sempre o tesouro e a pérola.

Faz, Jesus Menino, que as famílias vivam na paz e na concórdia,

que acabem as violências, os rancores, os egoísmos,

que renasça a alegre esperança de uma vida renovada.

Dário Pedroso, s.j

ERRATA: Nas “Sementes de Esperança” de Novembro, na página 11, onde se lê ”vão celebrar no próximo ano 150 anos da Fundação em Portugal” deve ler-se “celebraram em 2008 150 anos da Fundação em Portugal”.

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3Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

ESTE ANO O NOSSO NATAL TEM DE SER DIFERENTE

Reflectir

O Natal deste ano para nós deve ter um sabor especial. E a razão é a seguinte: vivemos tempos difíceis num mundo que se tornou altamente perigoso, pelo actual triunfo do terrorismo moral e social.O terrorismo moral da ideologia do género nas nossas escolas e a sua divulgação em massa nesta sociedade do espectáculo em que vivemos; o terrorismo social e político dos atentados de Paris, que coloca todo o mundo em estado de emergência permanente. Ambos os terrorismos são o resultado do ódio acumulado, diabólico e infernal ao género humano. São por isso expressão do pecado, no sentido mais pro-fundo do termo: a pretensão de liberdade de se fazer o que se quiser, o afastamento de Deus, como se Ele não existisse. O que prova que quando o homem se esquece, se afasta e vive como se Deus não exis-tisse, tudo se torna possível e o resultado é a destruição do homem, matando-o friamente ou reduzindo-o a um farrapo, numa dignidade perdida, decaída abaixo da condição dos animais irracionais.

Neste tempo de Advento, a Igreja procura colocar-nos perante a Palavra de Deus que nos interpela à conversão de vida. Vamos iniciar o Ano Santo da Misericórdia. No entanto, a misericórdia divina só é possível se tivermos consciência da nossa miséria: de sermos pobres, infelizes, desprezíveis. Mas a cura só pode vir do perdão de Deus escutado e celebrado. Por isso, é uma questão de vida ou de morte que acre-ditemos e que celebremos o mistério do perdão sacramental, o único que cura as chagas do coração sem deixar cicatrizes.Que podemos fazer contra estes terroris-mos? Pelo menos, estarmos vigilantes, para que este tempo de «aflição» (Mc 13, 24) seja um sinal providencial para que o homem desperte do coma moral e espiritual em que vegeta. A ideologia do género e o terrorismo triunfam, porque as consciências estão adormecidas. É preciso acordar! Este ano o nosso Natal tem de ser diferente.

P. José Jacinto Ferreira de Farias, scj

INTENÇÃO NACIONAL

Para que todos os Cristãos se confessem neste tempo do Advento e do Natal, e possam assim fazer a experiência da eficácia terapêutica do perdão sacramental.

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4 Sementes de Esperança | Dezembro 15

Médio Oriente

MÉDIO ORIENTE CARTA DO PAPA AOS CRISTÃOS:“OBRIGADO PELA VOSSA PERSEVERANÇA”

«Vós sois um rebanho pequeno, mas com uma grande responsabilidade nesta

terra», escreveu o Papa Francisco numa longa carta paternal dirigida, em 21

de Dezembro de 2014, aos Cristãos do Médio Oriente.

Alguns dias antes do Natal de 2014, o Papa fez questão de manifestar a sua

proximidade às comunidades sofredoras e, também, de exortar a comunidade

internacional a reagir rapidamente.

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5Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Médio Oriente

Caros irmãos e irmãs,

“Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação! Ele nos consola em toda a nossa tribulação, para que também nós possamos consolar aqueles que estão em qualquer tribulação, mediante a consolação que nós mesmos recebemos de Deus.” (2 Cor 1, 3-4)

Vieram-me à mente estas palavras do apóstolo Paulo, quando pensei em escrever-vos, irmãos cristãos do Médio Oriente. Faço-o às portas do Santo Natal, sabendo que, para muitos de vós, as notas dos cânticos natalícios serão entremeadas de lágrimas e suspiros. E todavia o nascimento do Filho de Deus na nossa carne humana é um mistério inefável de consolação: «Manifestou-se a graça de Deus, portadora de salvação para todos os homens» (Tt 2, 11).

A aflição e a tribulação não faltaram, infelizmente, no passado mesmo recente do Médio Oriente. Mas agravaram-se nos últimos meses por causa dos conflitos que atormentam a região e, sobretu-do, pela actuação de uma organização terrorista mais recente e preocupante, de dimensões antes inconcebíveis, que comete toda a espécie de abusos e práticas indignas do homem, atingindo de forma particular alguns de vós que foram brutalmente expulsos das suas terras, onde os Cristãos têm estado presentes desde a época apostólica.

Ao dirigir-me a vós, não posso esquecer também outros grupos religiosos e étnicos que sofrem de igual modo a perseguição e as consequências de tais conflitos. Acompanho dia-a-dia as notícias do sofri-mento enorme de tantas pessoas no Médio Oriente. Penso especialmente nas crianças, nas mães, nos idosos, nos deslocados e nos refugiados, em quantos padecem a fome, naqueles que têm de enfrentar a dureza do Inverno sem um tecto para se protegerem. Este sofrimento brada a Deus e faz apelo ao compromisso de todos nós por meio da oração e de todo o tipo de iniciativa. Desejo exprimir a todos unidade e solidariedade, minha e da Igreja, e oferecer uma palavra de consolação e de esperança.

A nossa consolação e a nossa esperança, queridos irmãos e irmãs que dais corajosamente tes-temunho de Jesus na vossa terra abençoada pelo Senhor, é o próprio Cristo. Por isso, encorajo-vos a permanecer unidos a Ele, como ramos à videira, com a certeza de que nem a tribulação, nem a angústia, nem a perseguição vos pode separar d’Ele (cf. Rm 8, 35). Que a prova, que estais a atravessar, fortaleça a fé e a fidelidade de todos vós!

Rezo para que possais viver a comunhão fraterna segundo o exemplo da primitiva comunidade de Jerusalém. Nestes momentos difíceis, é mais necessária do que nunca a unidade desejada por Nosso Senhor; é um dom de Deus que interpela a nossa liberdade e aguarda pela nossa resposta. Que a Palavra de Deus, os sacramentos, a oração, a fraternidade alimentem e renovem sem cessar as vossas comunidades.

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Médio Oriente

A situação em que viveis constitui um forte apelo à santidade de vida, como o comprovam santos e mártires das mais diversas confissões eclesiais. Recordo, com afecto e veneração, os pastores e os fiéis a quem foi pedido o sacrifício da vida, nos últimos tempos, muitas vezes pelo simples facto de serem cristãos. Penso também nas pessoas sequestradas, incluindo alguns bispos ortodoxos e sacerdotes de diferentes ritos. Que elas possam, em breve, regressar sãs e salvas às suas casas e comunidades! Peço a Deus que tanto sofrimento, unido à cruz do Senhor, dê bons frutos para a Igreja e para os povos do Médio Oriente.

No meio das hostilidades e conflitos, a comunhão vivida entre vós em fraternidade e simplicidade é um sinal do Reino de Deus. Alegro-me com as boas relações e a colaboração entre os patriarcas das Igrejas orientais católicas e ortodoxas, bem como entre os fiéis das diferentes Igrejas. Os sofri-mentos padecidos pelos Cristãos prestam uma contribuição inestimável à causa da unidade. É o ecumenismo do sangue, que requer confiante abandono à acção do Espírito Santo.

Que sempre possais dar testemunho de Jesus através das dificuldades! A vossa própria presença é preciosa para o Médio Oriente. Sois um pequeno rebanho, mas com uma grande responsabilidade na terra onde nasceu e donde irradiou o Cristianismo. Sois como o fermento na massa. Acima mes-mo das inumeráveis obras da Igreja nos sectores escolástico, sanitário ou assistencial, apreciadas por todos, a maior riqueza para a região são os Cristãos; sois vós. Obrigado pela vossa perseverança!

Outro sinal do Reino de Deus é o vosso esforço por colaborar com pessoas de outras religiões, com os Judeus e com os Muçulmanos. O diálogo inter-religioso torna-se tanto mais necessário quanto mais difícil é a situação. Não há outra estrada. O diálogo baseado numa atitude de abertura, na verdade e no amor é também o melhor antídoto contra a tentação do fundamentalismo religioso, que é uma ameaça para os crentes de todas as religiões. Simultaneamente, o diálogo é um serviço à justiça e uma condição necessária para a tão desejada paz.

Para o Papa Francisco

o futuro dos Cristãos

do Oriente é um

assunto de extrema

preocupação.

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7Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Médio Oriente

A maior parte de vós vive num ambiente de maioria muçulmana. Podeis ajudar os vossos con-cidadãos muçulmanos a apresentarem, com discernimento, uma imagem mais autêntica do Islão, como querem muitos deles que repetem que o Islão é uma religião de paz e pode conciliar-se com o respeito dos direitos humanos e promover a convivência entre todos. Será um bem para eles e para a sociedade inteira. A situação dramática, vivida pelos nossos irmãos cristãos no Iraque, mas também pelos yazidis e os membros de outras comunidades religiosas e étnicas, exige uma tomada de posição clara e corajosa por parte de todos os responsáveis religiosos que condene, de modo unânime e sem qualquer ambiguidade, tais crimes e denuncie a prática de invocar a religião para os justificar.

Caríssimos, quase todos vós sois cidadãos nativos dos vossos países e, por isso, tendes o dever e o direito de participar plenamente na vida e crescimento da vossa nação. Na região, sois chamados a ser construtores de paz, reconciliação e desenvolvimento, a promover o diálogo, a construir pontes segundo o espírito das Bem-aventuranças (cf. Mt 5, 3-12), a proclamar o evangelho da paz, prontos a colaborar com todas as autoridades nacionais e internacionais.

Em particular, desejo exprimir a minha estima e a minha gratidão a vós, caríssimos irmãos patriar-cas, bispos, sacerdotes, religiosos e irmãs religiosas, que acompanhais com solicitude o caminho das vossas comunidades. Como é preciosa a presença e a acção de quem se consagrou totalmente ao Senhor e O serve nos irmãos, sobretudo nos mais necessitados, testemunhando a Sua grandeza e o Seu amor infinito! Como é importante a presença dos pastores junto do seu rebanho, sobretudo nos momentos de dificuldade!

A vós, jovens, mando-vos um paterno abraço. Rezo pela vossa fé, pelo vosso crescimento humano e cristão, e para que os vossos melhores projectos se possam realizar. E repito-vos: ‘Não tenhais medo nem vergonha de ser cristãos. O relacionamento com Jesus tornar-vos-á disponíveis para

“Jovens, rezo pela

vossa fé, pelo

vosso crescimento

humano e cristão”.

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Médio Oriente

colaborar sem reservas com os vossos compatriotas, independentemente do seu credo religioso’ (Bento XVI, Exort. ap. pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente, 63).

A vós, idosos, faço chegar os meus sentimentos de estima. Sois a memória dos vossos povos; espero que esta memória seja semente de crescimento para as novas gerações.

Quero encorajar a quantos de vós trabalham nas áreas muito importantes da caridade e da educação. Admiro o trabalho que estais a fazer, especialmente através das Cáritas e com a ajuda das organizações caritativas católicas de vários países, auxiliando a todos sem distinção. Através do testemunho da caridade, ofereceis o mais válido apoio à vida social e contribuis também para a paz de que a região tem fome como de pão. Mas também no sector da educação está em jogo o futuro da sociedade. Como é importante a educação para a cultura do encontro, para o respeito pela dignidade da pessoa e pelo valor absoluto de cada ser humano!

Caríssimos, embora em número reduzido, sois protagonistas da vida da Igreja e dos países onde viveis. Toda a Igreja está solidária convosco e vos apoia com grande afecto e estima pelas vossas comunidades e a vossa missão. Continuaremos a ajudar-vos com a oração e com os outros meios à disposição.

Ao mesmo tempo, continuo a incitar a Comunidade Internacional para que acorra às vossas necessidades e às das outras minorias que sofrem, antes de mais nada promovendo a paz por meio da negociação e da actividade diplomática, procurando circunscrever e extinguir o mais depressa possível a violência que já causou muito dano. Reitero a mais firme deprecação dos tráficos de armas. Aquilo de que precisamos são projectos e iniciativas de paz a fim de promover uma solução

O Papa Francisco

garante aos Cristãos

do Médio-Oriente que

não estão sozinhos na

sua grande provação.

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9Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Médio Oriente

global para os problemas da região. Quanto tempo deverá ainda sofrer o Médio Oriente por carência de paz? Não podemos resignar-nos aos conflitos, como se não fosse possível uma mudança! No sulco da minha peregrinação à Terra Santa e sucessivo encontro de oração no Vaticano com os Presidentes israelita e palestiniano, convido-vos a continuar a rezar pela paz no Médio Oriente. Quem foi forçado a deixar as suas terras, possa regressar e viver nelas com dignidade e segurança. Que a assistência humanitária possa incrementar-se, sempre colocando no centro o bem da pessoa e de cada país no respeito pela sua identidade própria, sem lhe antepor outros interesses! Que a Igreja inteira e a Comunidade Internacional se tornem cada vez mais conscientes da importância da vossa presença na região!

Queridas irmãs e irmãos cristãos do Médio Oriente, tendes uma grande responsabilidade e não estais sozinhos a enfrentá-la. Por isso quis escrever-vos para vos encorajar e dizer como são preciosas a vossa presença e a vossa missão nessa terra abençoada pelo Senhor. O vosso testemunho faz-me muito bem. Obrigado! Todos os dias rezo por vós e pelas vossas intenções. Agradeço-vos porque sei que, nos vossos sofrimentos, rezais por mim e pelo meu serviço à Igreja. Muito espero ter a graça de ir pessoalmente visitar-vos e confortar-vos. A Virgem Maria, a Santíssima Mãe de Deus e nossa Mãe, vos acompanhe e proteja sempre com a sua ternura. A todos vós e às vossas famílias envio a Bênção Apostólica, com votos de que vivais o Santo Natal no amor e na paz de Cristo Salvador.

Vaticano, 21 de Dezembro de 2014

Francisco

“Que a Palavra de

Deus, os sacramentos,

a oração, a fraternidade

alimentem e renovem

sem cessar as vossas

comunidades.”

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Verdadeiramente, Nossa Senhora é a primeira “Porta Santa” que Deus abriu à humanidade para chegar até nós pelo mistério insondável da encarnação, para de novo chegarmos a Ele através d’Ela. A Misericórdia faz este trajecto: das entranhas de Deus para as entranhas da humanidade no seio de Maria, tomando um corpo e um rosto humanos. A Misericórdia é, pois, um dom para cada homem que parte do âmago do amor Trinitário e penetra no nosso coração para o converter e cristificar. A pessoa de Jesus é o maior dom de Deus à humanidade pecadora, porque Ele é a encarnação da misericórdia de Deus. O tempo natalício é tempo propício para a contemplação do rosto da misericórdia do Pai no Seu Filho, Jesus Cristo. N’Ele, “Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax” (Cf. Francisco, Misericordiae vultus, nº1).“E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós. E nós contemplámos a sua glória” (Jo 1, 14). Haverá gesto mais misericordioso da parte do nosso Deus que tornar-Se um de nós, igual a nós em tudo menos no pecado para nos salvar? O Eterno tornou-Se finito; o Eterno entrou no tempo; o Invisível tornou-Se visível. E, por isso, história e tempo estendem-se sobre um novo significado: misericórdia, que afirma na nossa fragilidade humana a verdade.

Realmente, como escreve o Papa na sua bula, “Misericórdia: é o acto último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro” (nº2). A revelação do amor de Deus no Seu Verbo é intrínseco ao tempo, continua no hoje, ultrapassando tempos e espaços. Chega até nós a Sua Presença, essa que nos envolve em cada instante das nossas vidas. A nós compete-nos reconhecer essa Presença da misericórdia que nos abraça, respondendo com fé, esperança e amor. É somente a partir desta experiência pessoal e íntima com este Deus encarnado que nos poderemos tornar, nós próprios, instrumentos da Sua misericórdia para com os nossos irmãos mais pobres e oprimidos, pois, em última análise, o Menino deitado na manjedoura revela precisamente os desígnios da misericórdia que Deus tem sobre cada um de nós.

Irmã Bridget Eason asm

O Jubileu Extraordinário da Misericórdia e o Mistério do NatalO Papa Francisco convida-nos a contemplar o Mistério da Misericórdia ao longo deste ano Jubilar. Ao escanca-rar a Porta Santa no dia 8 de Dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, o Papa recorda-nos que o pecado e o mal não têm a última palavra na nossa vida. Em Maria, Deus manifesta a Sua vontade para nós, espraiando-se o desejo amoroso de que voltemos ao nosso estado origi-nal, antes da queda dos nossos primeiros pais, e de que caminhemos, de novo, com o Senhor pelo jardim da vida. Na Virgem Maria, Deus manifesta o Seu querer de estar connosco, de viver connosco e de nos resgatar do mal.

Oração

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11Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

MISSIONÁRIAS DO AMOR MISERICORDIOSO DO CORAÇÃO DE JESUS

2015 - Ano da Vida Consagrada

HISTÓRIAAs Missionárias do Amor Misericordioso do Coração de Jesus (MAMCJ) estão vocacionadas para a vida consagrada secular pela profissão dos conselhos evangélicos de castidade, pobre-za e obediência.

As MAMCJ foram fundadas em Portugal por um Sacerdote pertencente à Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), Giulio Gritti, scj. Este, nasceu numa localidade do Norte da Itália, Cologno al Serio, da provín-cia de Bergamo, em 29 de julho de 1924. Filho de uma família muito religiosa ingressou no seminário aos 11 anos tendo sido ordenado em 25 de Junho de 1950.

Poucos meses após a sua ordenação, vem para Portugal, tendo chegado à ilha da Madeira em finais de 1950 onde permanece durante dez anos no colégio missionário do Sagrado

Coração. Após estes dez anos, Giulio Gritti vem para o continente, onde o aguardam grandes desafios. Um desses seus grandes desafios, entre outros, é a construção do Seminário Missionário Padre Dehon, no Porto.

Em 1985, Giulio Gritti, foi fortemente tocado por Deus, ao fazer as leituras do Domingo, do ano B, do III Domingo da Páscoa, que dizem: «Portanto, arrependei-vos, e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam perdoados» (Act 3, 19); «Meus filhos, escrevo-vos isto, para que não pequeis. Mas se alguém pecar, nós temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai. Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro.» (1 Jo 2, 1-2); «havia de ser pregado em Seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados…» (Lc 24,47).

Inspirado por esta Palavra de Deus, que falava tanto da necessidade de anunciar o

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12 Sementes de Esperança | Dezembro 15

2015 - Ano da Vida Consagrada

arrependimento e o perdão dos pecados, como, ao mesmo tempo, a confiança absoluta em Jesus Cristo Misericordioso, nosso Salvador, e tendo em conta a situação do mundo que se afastou tanto da casa do Pai, Giulio Gritti pensou em criar um grupo de missionários(as): leigos(as) consagrados(as), colaboradores (lei-gos) e sacerdotes que teriam como centro da sua espiritualidade o Amor Misericordioso do Coração de Jesus e o Seu anúncio àqueles que andariam mais afastados «da casa do Pai».

Assim, começou por formar um grupo de leigos, os Colaboradores, que assumem um compro-misso, que anualmente renovam. Estes compro-metem-se a viver a mesma espiritualidade das MAMCJ e a colaborar na mesma missão

Em 1992, ultrapassadas as dificuldades próprias do início de todas as Obras, Giulio Gritti fundou as Missionárias do Amor Misericordioso do Coração de Jesus. Estas consagradas vivem na sua condição e no âmbito dos seus empenhos sociais, nas suas diver-sas profissões, nas suas famílias, sós ou em grupos fraternos. E aí, nos seus ambientes, procuram levar esse grande anúncio do Amor Misericordioso.

ESPIRITUALIDADETem como cerne a confiança e o anúncio do Amor Misericordioso do Coração de Jesus.

Além disso, é central a espiritualidade que nos foi deixada pelo venerável Padre Leão Dehon:

• Amor e Reparação ao Coração de Jesus;

• Oblação, disponibilidade e abandono em tudo à Vontade de Deus;

• Espiritualidade eucarística, que leva, diaria-mente, para além da participação na Santa Missa, à Adoração de Jesus vivo na Eucaristia.

MISSÃOÉ a de “reevangelizar” o mundo, imitando Jesus que veio anunciar aos homens o Amor e a Misericórdia do Pai; Colaborar com Ele para fazer crescer a alegria no céu e no coração dos irmãos; Anunciar a misericórdia e o perdão do Senhor, através dos mais variados modos e meios, segundo os tempos e lugares, em diálogos individuais ou colectivos, através de encontros, visitas, retiros, missões populares,

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13Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

2015 - Ano da Vida Consagrada

peregrinações, Células Missionárias e outros diversos meios de comunicação.

LEVAR AS PESSOAS A COLOCAREM-SE, A VIVEREM E A CRESCEREM NA GRAÇA SANTIFICANTE É A SUPREMA MISSÃO DAS MISSIONÁRIAS DO AMOR MISERICORDIOSO DO CORAÇÃO DE JESUS.

Algumas actividades promovidas pelas missio-nárias, em colaboração com os Colaboradores:

• Células Missionárias.

• Grupos de oração semanais com adultos e um grupo de formação mensal com os Colaboradores.

• No quarto domingo de cada mês, Celebração da Divina Misericórdia, da qual fazem parte a Santa Missa e a Adoração Eucarística.

• No domingo a seguir à Páscoa, a Festa da Divina Misericórdia, dinamizada de forma solene.

• No encerramento de cada ano Pastoral novos Colaboradores fazem a sua Consagração pela

primeira vez e outros renovam-na.

• Encontros e retiros com jovens/adolescentes e um retiro anual com adultos, na Quaresma.

• Peregrinação anual a Fátima da família deho-niana, juntamente com os seus colaborado-res, celulistas, amigos e benfeitores.

• Férias Missionárias.

• Vídeos no youtube sobre diversos temas: Oração, Misericórdia, Cânticos, etc.

CONTACTOSMissionárias do Amor Misericordioso do Coração de Jesus (MAMCJ)

R. Prof. Dr. Sousa Martins, nº 4, r/c - A, Massamá

2745-848 Queluz

Tel./Fax: 214370377

Tm: 960064389

E-mail: [email protected]

Site: www.mamcj.com

WebTV: www.mamcjtv.com

Facebook: www.facebook.com/mamcj

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14 Sementes de Esperança | Dezembro 15

Actualidade

A História de Portugal regista dois momentos altos na recuperação da sua independência: a Revolução 1383-1385 e a Restauração de 1640.

Na Revolução de 1383-1385 salienta-se o cerco de Lisboa, que durou cerca de cinco meses e terminou em princípios de setembro de 1384, acentuando-se durante o assédio, o significado da vitória alcançada por D. Nuno Alvares Pereira em Atoleiros a 6 de abril de 1384 e a eleição do Mestre de Aviz para Rei de Portugal, curiosamente a 6 de abril de 1385. Em 15 de agosto travou-se a Batalha de Aljubarrota, sob a chefia de D. Nuno Alvares Pereira, símbolo da vitória e da consolidação do processo revolucionário de 1383-1385.

No movimento da restauração destaca-se a coroação de D. João IV como Rei de Portugal, a 15 de dezembro de 1640, no Terreiro do Paço em Lisboa.

A Solenidade da Imaculada Conceição liga estes dois acontecimentos decisivos na História da independência de Portugal e no contexto das Nações Europeias. Segundo secular tradição foi o Condestável D. Nuno Álvares Pereira quem fundou a Igreja de Nossa Senhora do Castelo em Vila Viçosa e quem ofereceu a imagem da Virgem Padroeira, adquirida na Inglaterra. Este gesto do Condestável reconhece que a mística que levou Portugal à vitória veio da devoção de um povo a Nossa Senhora da Conceição.

Aliás, já desde o berço, já aquando da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, havia sido celebrado um pontifical de ação de graças, em Lisboa, em honra da Imaculada Conceição.

A espiritualidade que brotava da devoção a Nossa Senhora da Conceição foi novamente sublinhada no gesto

A IMACULADA CONCEIÇÃO E A HISTÓRIA DE PORTUGAL 8 DE DEZEMBRO

As Nações sobrevivem à erosão do tempo e permanecem vivas na história dos povos se prosseguirem na fecundidade que lhes vem da sua espiritualidade e da sua cultura. A diluição espiritual e cultural de um povo significará inevitavelmente a perca da sua identidade e a sua fusão num hoje sem futuro.

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15Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Actualidade

SERÁ O FIM DO CRISTIANISMO NO MÉDIO ORIENTE?que D. João IV assumiu ao coroar a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha de Portugal nas cortes de 1646.

Esta espiritualidade imaculista foi igualmente assumida por todos os intelectuais, que na prestigiada Universidade de Coimbra defenderam o dogma da Imaculada Conceição sob a forma de um juramento solene.

De tal modo a Imaculada Conceição caracteriza a espiritualidade dos portugueses, que durante séculos o dia 8 de Dezembro foi celebrado como “Dia da Mãe” e João Paulo II incluiu no seu inesquecível roteiro da Visita Pastoral de 1982 dois Santuários que unem o Norte e o Sul de Portugal: Vila Viçosa no Alentejo e o Sameiro no Minho.

O dia 8 de Dezembro transcende o “Dia Santo” dos Católicos e engloba indubitavelmente a comemoração da Independência de Portugal, que o dia 1 de Dezembro retoma. O feriado do dia 8 de dezembro é religioso, mas é também celebrativo da cultura, da tradição e da espiritualidade da alma e da identidade do povo português.

Não menos importante, e em âmbito religioso e litúrgico, o tema da Imaculada Conceição da Virgem Maria é já abundantemente abordado pelos Padres da Igreja. Será o Oriente cristão o primeiro a celebrá-la. Festividade que chega à Europa Ocidental e ao continente europeu pelas mãos das cruzadas Inglesas nos séc. XI e XII. Vivamente celebrada pelos franciscanos a partir de 1263, será o também franciscano Sixto IV, Papa, que a inscreverá no calendário litúrgico romano em 1477.

De facto, o debate e a celebração desta festividade em toda a Europa é acompanhada pela história do próprio Portugal. Coimbra, como já vimos, tem um importante papel em todo este processo.

Em 8 de Dezembro de 1854, viverá a Igreja o auge de toda esta riqueza teológica e celebrativa. Através da bula “Ineffabilis Deus”, Pio IX, após consultar os bispos do mundo, definirá solenemente o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria.

Não estamos diante de uma simples festa cristã ou de capricho religioso. O dogma resulta de tudo quanto a Igreja viveu até aqui e vive hoje em toda a sua plenitude. Faz parte da identidade da Igreja. Isso mesmo o prova o texto proclamado por Pio IX que apoia a sua argumentação nos Padres e Doutores da Igreja e na sua forma de interpretar a Sagrada Escritura. Ele, de facto, reconhece que este dogma faz parte, depois de muitos séculos, do ensinamento ordinário da Igreja.

Portugal, segundo Nuno Álvares Pereira, ou melhor, São Nuno de Santa Maria, e D. João IV isso mesmo o demonstram, não só como resultado da sua própria fé mas como expressão de um povo deveras agradecido pela sua Independência e Liberdade.

A Conceição Imaculada da Virgem é um dogma de fé segundo o qual Maria é considerada a primeira redimida pela Páscoa de Cristo.

P. Francisco Couto, Reitor do Santuário de Vila Viçosa, professor do Instituto Superior de Teologia de Évora

P. Senra Coelho, professor do Instituto Superior de Teologia de Évora, Centro de

Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa

In Agência Ecclesia Publicado em 08.12.2014

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Destaque

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SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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Fundação AIS Catarina Martins de BettencourtP. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira, Ana Vieira e Félix LunguL’Église dans le monde – AIS França© AIS, Nicola Samori, D’Oria

© Bradi Barth11 Edições AnuaisGráfica ArtipolJSDesign352561/122182-3928

Isento de registo na ERC ao abrigo do Dec. Reg. 8/99 de 9/6 art.º 12 n.º 1 A

€5,00Suporte de vela em vidro fosco com estrelas douradas, que irão ajudar a criar um ambiente mais natalício e acolhedor. Formato: 7 x 8 cmCada suporte inclui 4 velas t-light aromáticas.

Cód. DI078Cód. DI079

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“Um Natal sem luz não é Natal. Que exista a luz na alma, no coração; que exista o perdão aos outros; que não existam inimizades, que são trevas. Que exista a luz de Jesus, tão bela.”“Se vocês têm alguma coisa escura na alma, peçam perdão ao Senhor. O Natal é uma bela oportunidade para limpar a alma. Não tenham medo, o padre é misericordioso, perdoa a todos em nome de Deus, porque Deus perdoa tudo. Que a luz esteja nos vossos corações, nas vossas famílias, nas vossas cidades.”

Papa Francisco, 7 de Dezembro de 2014

SUPORTE DE VELA DE NATAL