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SETEMBRO 2015 | Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre SEMENTES DE ESPERANÇA

Sementes de Esperança Setembro de 2015

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Folha de Oração mensal em comunhão com a Igreja perseguida e necessitada www.fundacao-ais.pt

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SETEMBRO 2015 | Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

S E M E N T E S DE ESPERANÇA

2 Sementes de Esperança | Setembro 15

Intenções de Oração do Santo Padre

Intenção Geral

Oportunidades para os jovensPara que aumentem as oportunidades de formação e de trabalho para todos os jovens.

Intenção Missionária

Catequistas, testemunhas da fé A fim de que os catequistas sejam na sua vida testemunhas coerentes da fé que eles anunciam.

RASGAR OS CORAÇÕES PARA AMAR MAIS

Queremos pedir-Te, Senhor, em união com o Papa Francisco,

que concedas um coração mais universal e generoso,

quer aos voluntários que se dedicam ao serviço dos necessitados,

quer a todos os Cristãos, para que saindo de nós mesmos,

saibamos fazer-nos próximos dos que vivem nas periferias.

Precisamos de ter, como Tu, Senhor Jesus, um coração de bom pastor,

generoso, dedicado, atento aos mais pobres e necessitados.

Precisamos de ter um coração de bom samaritano

para olhar com misericórdia os que sofrem nas periferias.

Não permitas que nós, Cristãos, nos fechemos no egoísmo estéril,

no comodismo infecundo, na avareza que degrada.

Liberta-nos para sermos capazes de amar mais e melhor,

para servir os mais necessitados, para ter olhar de misericórdia.

Faz-nos ir ao encontro dos que estão sós e desprezados,

dos que vivem nos desertos sem pão, sem amor, sem Deus.

Faz dos cristãos homens e mulheres de coração em fogo,

para que o mundo se transforme e haja mais paz e mais amor.

Dário Pedroso, s.j.

3Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

A «ESPADA» DA PAZ

Reflectir

Na sua exortação apostólica sobre o Rosário, S. João Paulo II diz duas coisas surpreendentes: só reza o terço quem for capaz de amar; o terço é o caminho mais curto para a paz. Ao dizer isto, S. João Paulo II não fez mais do que comentar o pedido de Nossa Senhora aos Pastorinhos, quando fazia depender da recitação do terço, não de um modo apressado, mas com «devoção», a conversão dos «pobres» pecadores e a paz para o mundo, nesses anos envolvidos numa guerra sangrenta, a primeira guerra mundial e numa não menos sangrenta revolução, a revolução russa em Outubro de 1917. Foi neste con-texto de sangrenta e desumana violência que Nossa Senhora pediu aos Pastorinhos que rezassem o terço do Rosário pela paz e pela conversão dos pecadores. Por isso, quando S. João Paulo II diz que a recita-ção do Rosário (do terço) é linguagem de amor e caminho da paz, está a comentar e a expandir para o século XXI o que no início do anterior Nossa Senhora tinha dito às crianças, os Pastorinhos, capazes, como ninguém, de entender e praticar esta linguagem. De facto, só reza quem ama; só pode construir a paz quem estiver

interiormente pacificado. E a paz no mun-do está dependente destes pacificadores, segundo a palavra de Jesus: «bem-aventu-rados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5,9). Se hoje não há paz no mundo é, seguramente, porque os homens não vivem como filhos de Deus e por isso não se sentem irmãos e muito menos se comportam como tais…

D. Oliver Dashe Doeme, Bispo da Diocese de Maiduguri, no nordeste do Borno, na Nigéria, acredita que a recitação do terço está a dar a vitória contra o terrorismo do Islão. Dom Oliver diz que teve uma visão quando estava a rezar o terço diante do Santíssimo Sacramento na sua capela pessoal. Jesus apareceu-lhe. De início, não disse nada. Mas depois ofereceu-lhe uma espada. Assim que ele pegou na espada, esta transformou-se num terço. E Jesus repetiu três vezes: «O Boko-Haram (=«a educação ocidental ou não islâmica é um pecado») ir-se-á embora».

Dom Oliver acredita (e já tem sinais disso na Nigéria) que esta «espada» dará a vitória aos cristãos contra o terrorismo

INTENÇÃO NACIONAL

Para que em Portugal os cristãos não descuidem a oração da simplicidade, do amor e da paz: o terço diário, tão insistentemente pedido pela Mãe de Deus.

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sob todas as suas formas, como já deu na batalha de Lepanto em que a armada cristã derrotou a turca, evitando então que o Islão dominasse o mundo cristão, no dia 7 de Outubro de 1571. Hoje é a mesma arma dada aos cristãos no com-bate não só contra o Islão, mas também contra o laicismo que pretende banir da sociedade os símbolos cristãos; contra a ideologia da New Age e do género; e contra a revolução sexual, que nos últi-mos tempos se tem transformado numa religião tendo no aborto o seu sinal sacramental!...

Não quer com isto todavia dizer-se que só rezando o terço é que os problemas serão resolvidos e vencidas as batalhas actuais. A oração dá força para o combate, mas os crentes devem fazer a sua parte, combatendo, como católicos militantes, dando a cara na defesa da justiça e da verdade. A New Age e a ideologia do género são ainda mais perigosas do que as outras, porque pretendem minar pela base a nossa identidade humana e cristã. Fala-se na mudança de paradigma, que seria a transição do peixe para o aquário, do masculino e patriarcal (Cristianismo) para o eterno feminino da mãe terra (ecologia). Procuram assim pescar o peixe nas águas mornas, aquecidas em lume brando, de tal modo que, sem se aperceber, o pobre peixe acaba por ser cozido!...

O cristão encontra na oração a força para o combate, mas depois é preciso agir concretamente, combatendo, dando a cara pelas grandes causas, do homem, do mundo e de Deus, nos ambientes nos quais cada um vive: é aí que começa a construção da paz e a oração do terço, porque é a força dos simples e de quem é capaz de amar, é mais forte, para quem a pratica e para a vitória do bem, do que todas as outras, que têm um tempo limi-tado de acção.

Em Fátima, Nossa Senhora prometeu aos Pastorinhos: “tereis muito que sofrer, mas o meu Coração Imaculado será o vosso conforto e o caminho que vos há--de conduzir a Deus.” Disse também que no fim o seu Imaculado Coração triunfaria. É preciso que cada um de nós se decida de que lado é que quer estar: do lado de Deus ou das ideologias que se mostram como uma nova religião alternativa; seguir pelo caminho da cruz que conduz à vida; ou pelo caminho da cruz que leva à morte.

P. José Jacinto Ferreira de Farias, scjAssistente Espiritual da Fundação AIS

Reflectir

5Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

VIOLÊNCIA DEMENTEO Sudão do Sul ganhou a sua indepen-

dência em 2011, depois de uma longa e terrível guerra com o Norte, o Sudão. Tanta violência, porém, revelou-se insuficiente.

Desde Dezembro de 2013 que o país está dividido entre partidários do presidente e do ex-vice-presidente. Entre os que seguem Salva Kiir e Riek Machar há mais ódio do que ideologia. Kiir pertence à

É o mais novo país do mundo mas transporta já consigo todos os defeitos da

humanidade. A festa da independência, em Julho de 2011, durou pouco tempo.

Menos de dois anos depois, o Sudão do Sul iniciou uma guerra consigo mesmo.

É a pior das guerras, quando o inimigo está dentro de portas, fala a mesma

língua, vive na mesma cidade, às vezes pertence, até, à mesma família.

SUDÃO DO SUL UM JOVEM PAÍS EM SOBRESSALTO

Superfície644.330 Km2

População10,8 milhões

CapitalJuba

Religiões

Cristãos: 60,5 %

Católicos: 39,6%

Protestantes: 20,6%

Outros: 0,3%

Religiões tradicionais: 32,9%

Muçulmanos: 6,2 %

Outras religiões: 0,4 %

Língua Oficial

Inglês

Sudão do Sul

• Líbia• Líbia

• Chade• Chade

• Etiópia• Etiópia

••

• Quénia• Quénia

• Uganda• Uganda

• Egipto• Egipto

• Rep. Centro-Africana• Rep. Centro-Africana

• Rep. Democrática do Congo• Rep. Democrática do Congo

Mar Verm

elho

• Sudão do Sul

• Sudão

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etnia Dinka. Machar é da etnia Nuer. Como parecem hoje longínquos os discursos de Julho de 2011, quando ambos assumiram perante o mundo o desejo de construírem uma nação de paz, de progresso e de feli-cidade para as suas populações. A guerra civil já provocou dezenas de milhares de mortos e quase 1 milhão de refugiados. Unidade, Alto Nilo e Jonglei têm sido pal-co de uma violência demente, quase ani-mal. Há casos de pessoas mortas mesmo em igrejas e mesquitas. Ninguém está a salvo em lugar algum. Os números são assustadores. Segundo as Nações Unidas, quase três milhões de pessoas precisam de urgente ajuda alimentar. O número cresce, quase para sete milhões, se jun-tarmos à fome as doenças. No Sudão do Sul, hoje em dia, as populações precisam

tanto de comida como de paz.

“REZEM POR NÓS”

No epicentro desta loucura está tam-bém Malakal. Monsenhor Roko Taban diz que a violência que se abateu sobre a sua diocese foi como um “terramoto”. Em Julho do ano passado, num par de dias, tudo se transformou. As cidades de Bentiu, Malakal e Bor ficaram irreconhe-cíveis. Cerca de 30 mil casas em ruína e mais de 100 mil pessoas sem nada para comer. Quantas destas famílias perderam também os seus filhos, “recrutados” à força? Oito meses depois, os golpes da violência continuam à vista de todos, como uma ferida que não consegue cicatrizar. “Os ataques foram brutais. Muitas das nossas igrejas e casas foram

A guerra civil já

provocou dezenas

de milhares de

mortos e quase

um milhão de

refugiados.

Sudão do Sul

7Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

completamente destruídas e tudo o que tínhamos foi saqueado. Nós estamos num estado miserável”, reconhece Monsenhor Roko. Dirigindo-se aos benfeitores da Fundação AIS, Monsenhor Roko deixa um apelo: “Por favor, lembrem-se de nós nas vossas orações!”

OraçãoPara que Deus toque e cure os corações feridos dos Sudaneses do Sul, e a paz possa voltar a reinar neste jovem país nós Te pedimos Senhor!

POBRE PAÍS RICO

As crianças são o elo fraco nesta tragé-dia regional que o mundo parece querer ignorar. Depois da fome da Etiópia e do

genocídio do Ruanda, o Sudão do Sul parece apostado em acordar os fantasmas do apocalipse.

Talvez o facto de ser um país rico em petróleo explique esta voragem em que está mergulhado. Também é um país rico em armas, mas pobre em tudo o resto. As crianças, que são arrancadas à família e mobilizadas à força, são transformadas em soldados. Sem escrúpulos, dão-lhes um uniforme e uma arma. Ensinam-lhes a despejar as balas que enchem os car-regadores e enviam-nas para o mato, para as frentes da guerra, para o abismo. Muitas destas crianças morrem. Mesmo as que sobrevivem às balas, morrem de alguma maneira. Perdem a inocência para sempre. Muitas destas crianças nunca

Monsenhor

Roko Taban,

Bispo de

Malakal.

“Por favor,

lembrem-

se de nós

nas vossas

orações!”

Sudão do Sul

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Sudão do Sul

mais são vistas. Mesmo que sobrevivam aos combates, mesmo que consigam fugir dos carcereiros, nunca mais se sabe delas. Segundo estimativas da ONU, mais de 12 mil crianças já serviram ambos os senho-res desta guerra.

Esta região de África é quase uma terra de ninguém. Não é só no Sudão do Sul. Mais a Norte, na capital do Sudão, Cartum, calcula-se que haverá mais de 700 mil crianças que vivem nas ruas. Muitas terão sido também crianças-soldado. As que conseguiram fugir da guerra prova-velmente irão cair nas mãos de gangues criminosos que as obrigarão à mendici-dade, ou que as farão cair em tenebrosas cadeias de tráfico de órgãos.

Às vezes é possível resgatar alguns des-tes rapazes. Quando já estão a salvo, nor-malmente em acampamentos das Nações Unidas ou de organizações humanitárias e da Igreja, em vez de brincarem como seria de esperar, começam a marchar como se estivessem ainda mobilizados, como se carregassem ainda uma arma, como se uma voz interior lhes desse uma ordem. É preciso sempre muito tempo, paciência e amor para tirar a guerra de dentro destas crianças-soldado. Às vezes é impossível.

OraçãoPara que as crianças do Sudão do Sul possam voltar a ser simplesmente crianças, nós Te pedimos Senhor!

As crianças

são o elo fraco

nesta tragédia.

9Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

ARRISCAR A VIDA POR DEUS E PELOS IRMÃOS

As congregações religiosas presentes são ainda um sinal de esperança neste país em guerra. O trabalho das religiosas é muito importante e vai muito para além das pes-soas que elas ajudam directamente. Num país em guerra, onde pessoas são mortas, violentadas e torturadas, onde crianças são recrutadas impunemente por grupos arma-dos, e os saques às aldeias ocorrem todos os dias, a presença das irmãs é sinal de que há ainda alguma esperança de paz.

O Sudão do Sul é um país martirizado. Nem no campo de refugiados se poupam as balas, se calam as armas. Não há santuários de paz no Sudão do Sul. Nem nos campos

de refugiados. Ninguém se sente a salvo. As irmãs arriscam a vida todos os dias e todos os dias são aconselhadas a deixar o país. É cada vez mais arriscado sair à rua. Mas elas estão determinadas a continuar a missão entre os desalojados da guerra civil no Sudão do Sul. Elas não temem pelas suas vidas, apesar de quase todos os dias ouvi-rem disparos de metralhadoras e o rebentar de bombas. Entregaram as suas vidas a Deus e é ali, no meio daquela multidão de desafortunados que querem estar.

OraçãoPara que a Igreja no Sudão do Sul continue a seguir, tenaz e corajosamente, o exemplo de Jesus, o Bom Pastor, nós Te pedimos Senhor!

Sudão do Sul

Às vezes é possível

resgatar algumas

destas crianças,

com muita

dedicação e amor.

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Oração

Ó Mãe de Jesus e nossa mãe, Senhora das Dores, nós vos contemplamos pela fé, aos pés da cruz, tendo nos braços o corpo sem vida do vosso Filho. Uma espada de dor transpassou a vossa alma como predissera o velho Simeão. Vós sois a Mãe das Dores. E continuais a sofrer as dores do nosso povo, por-que sois Mãe companheira, peregrina e solidária.

Recolhei em vossas mãos os anseios e as angústias do povo sofrido, sem paz, sem pão, sem tecto, sem direito a viver dignamente. E com as vos-sas graças, fortalecei aqueles que lutam pelas transformações na nossa sociedade.

Permanecei connosco e dai-nos o vosso auxílio, para que possamos con-verter as lutas em vitórias e as dores em alegrias.

Rogai por nós, ó Mãe, porque não sois apenas a Mãe das Dores, mas também a Senhora de todas as graças.

Ámen!

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DAS DORES15 DE SETEMBRO

Pietá, por William-Adolphe Bouguereau

11Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

2015 - Ano da Vida Consagrada

A Ordem de Santa Clara é uma ordem religiosa feminina - a segunda das Três Ordens Franciscanas - fundada em 1212 por São Francisco de Assis e Santa Clara de Assis, na cidade de Assis (Itália). Existem aproximadamente 16 mil Irmãs Clarissas,

em cerca de 800 mosteiros espalhados pelos cinco continentes, que se dedicam especialmente à vida contemplativa em clausura, vivendo o Santo Evangelho de

Nosso Senhor Jesus Cristo em castidade, obediência e sem nada de próprio.

Francisco e Clara de Assis ouviram um mesmo chamamento interior e a ele responderam com ardor e liberdade: edificar a Igreja. Era o apelo de Cristo.

ORDEM DE SANTA CLARA – IRMÃS CLARISSAS

O Carisma é esta graça dada à Fundadora e comunicada a cada Irmã do Bom Pastor: Santa Clara de Assis, cujo nome familiar era Clara de Favarone, nasceu no seio de uma das mais poderosas famílias da cidade de Assis. Recebeu uma instrução privilegiada e foi educada para dar continuidade à nobreza da sua linhagem. Porém, cumpridos os 17 anos, compreendeu que havia chegado o momen-to de ser fiel ao Evangelho. Fugiu de casa na meia-noite do Domingo de Ramos, 18 de

Março de 1212. Ainda antes do amanhecer de segunda-feira santa, o irmão Francisco de Assis consagrou-a a Deus, na Igreja da Porciúncula. No mosteiro de São Damião, em Assis, formou-se a primeira comunidade que Francisco profetizou: uma comunidade de irmãs pobres, tão unidas no amor que nelas se pudesse reflectir a Glória de Deus, e que aqueles que as vissem glorificassem o Pai que está nos Céus.

12 Sementes de Esperança | Setembro 15

2015 - Ano da Vida Consagrada

ESPIRITUALIDADESanta Clara de Assis deixou-nos uma Regra, uma Forma de Vida. A primeira e única regra, escrita por uma mulher, que o Papa Inocêncio IV aprovou em 1253, nas vésperas de Santa Clara morrer, definindo-a como “Regra da altíssima pobreza e da santa unidade”. A regra de vida comum a toda a Família Franciscana consiste em “viver o santo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo”, tendo como prioridade absoluta a oração e a contemplação. A Páscoa é o coração da nossa espiritualidade, conferindo à nossa vida a união com o Crucificado Ressuscitado, o Cristo pobre de Clara de Assis. A celebração eucarística, ao introduzir-nos no mistério, capacita-nos para nos oferecermos como hóstia santa e agradá-vel a Deus (Rm 10,7). “Na realidade, a vida inteira de Clara era uma eucaristia, porque ela elevava da sua clausura um contínuo ‘agradecimento’ a Deus pela oração, o louvor, a súplica, a intercessão, as lágrimas, a oferta e o sacrifício. Tudo era acolhido e oferecido por ela ao Pai, em união com a infinita ‘acção de graças’ do Filho unigénito” (São João Paulo II). É na passagem da celebração à vida que se concretiza diariamente o seguimento de Cristo. Também o percurso é único e bem definido,

sendo três as “colunas” que sustentam a nossa espiritualidade: o primado de Deus, a altíssima pobreza e a santa unidade. À volta delas articula-se tudo o resto: vocação, vida comunitária e missão. O primado de Deus permite-nos viver não só para Ele e com Ele, mas exclusivamente d’Ele, amando-O como o Tudo de todas as coisas, para que só Ele habite na grande tranquilida-de do silêncio claustral, acolhendo com um coração puro a Sua Presença na alegria da adoração e do louvor.A altíssima pobreza leva ao abraço com o Filho de Deus, “que Se fez nosso caminho” (Sta. Clara de Assis) na humildade, mansidão e des-pojamento, até “saborear a doçura escondida que Deus reserva desde toda a eternidade àqueles que O amam” (Sta. Clara de Assis). A santa unidade no amor é a essência da vida cristã. Dar testemunho dela na fraternidade, é missão para a irmã pobre.

MISSÃOA vida contemplativa é o nosso primeiro e fundamental apostolado, porque é a nossa maneira exemplar e própria, segundo o pla-no peculiar de Deus, de ser Igreja, de viver na Igreja, de realizar a comunhão na Igreja,

13Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

2015 - Ano da Vida Consagrada

de cumprir a missão na Igreja, para que “Deus seja tudo em todos”.Enquanto os Frades Menores se espalham pelo mundo, que se torna o seu “claustro”, para darem testemunho da Presença de Deus no meio dos homens, as Irmãs Pobres, a partir do “claustro” da sua interioridade, seguindo o exemplo de Maria Santíssima, tornam-se aco-lhimento, morada e ícone do Deus de amor; e este testemunho reflecte-se e projecta-se no mundo inteiro. A clausura abre-se ao universo e torna-se lugar e espaço de relacionamento. Não vamos para a clausura para nos refugiar-mos ou para fugir das dificuldades do mundo, mas sobretudo para viver o acolhimento, para participar mais profundamente da vida dos homens nas suas aspirações mais secretas e desconhecidas, para nos esforçarmos por cons-truir uma história humana segundo o projecto de Deus.

EM PORTUGALAs Clarissas chegaram a Portugal em 1258, a Lamego. Neste momento, contam com treze mosteiros espalhados pelo país.

“Senhor, que queres que eu faça?”(S. Francisco de Assis)

“Conhece a tua vocação!” (St. Clara de Assis)

ORAÇÃO DE S. FRANCISCO DE ASSISÓ glorioso Deus altíssimo,

ilumina as trevas do meu coração,concede-me uma fé verdadeira,

uma esperança firme e um amor perfeito.Mostra-me, Senhor, o (recto) sentido e conhe-cimento, a fim de que possa cumprir o sagrado

encargo que na verdade acabas de dar-me. Ámen.

CONTACTOSMosteiro do Imaculado Coração de Maria Rua da Estrela, 17 , 1200-668 LISBOA Tel. 213 974 328 | [email protected] de Nossa Senhora do Rosário Rua de Santa Clara, 6 , 2495-426 FÁTIMA Tel. 249 531 472 | [email protected]; [email protected] Santa Clara e SS.mo Sacramento Rua de Santa Clara , 2425-054 MONTE REAL Tel. 244 612 334 | [email protected] [email protected] do Desagravo do Santíssimo Sacramento Rua da Misericórdia, 10, 3105-165 LOURIÇAL Tel. 236 961 138 | [email protected] do Santíssimo Sacramento Rua de Santa Clara, 7, Monte Santos, 2710-412 SINTRA Tel. 219 231 997 | [email protected] de Nossa Senhora da Boa Esperança Rua Anes de Oliveira, 39, 2250-227 MONTALVO Tel.249 739 529 | [email protected] da Imaculada Conceição Quinta do Outeiro, Rua da Imaculada Conceição 2000-072 SANTARÉMTel. 243 329 228 | [email protected] de Nossa Senhora da Piedade Caminho do Convento da Caldeira, 2 9300-084 CÂMARA DE LOBOS - Madeira Tel. 291 942 285 | Fax. 291 941 985 | [email protected] de Nossa Senhora das Mercês Rua da Boa Viagem, 9600-016 CALHETAS, S. Miguel – AÇORES Tel. 296 498 117 | [email protected] de Santo António Lombo dos Aguiares, 9000-369 FUNCHAL - Madeira Tel. 291 751 497+ Mosteiro de S. Francisco de Assis Av. Tomás Pereira, 118 – Cruz do Pêlo, 4770-606 S. MARTINHO DO VALE, VILA NOVA DE FAMALICÃO Tel. 252 322 564 | Email: [email protected] de S. José Rua de Santa Clara, 318, 4795-112 VILA DAS AVES Tel. 252 941 169 | [email protected]

14 Sementes de Esperança | Setembro 15

Actualidade

Esta festa nasceu em Jerusalém e difundiu-se por todo o Médio Oriente, onde ainda

hoje é celebrada, em paralelo com a Páscoa. A 13 de Setembro foi consagrada a Basílica

da Ressurreição, em Jerusalém mandada construir por Santa Helena e Constantino. No

dia seguinte, foi explicado ao povo o significado profundo da igreja, mostrando-lhe o

que restava da Cruz do Salvador. No século VI esta festa em honra da Santa Cruz já era

conhecida em Roma. Em meados do século VII, começou a ser celebrada no dia 14 de

Setembro, quando se expunham à veneração dos fiéis as relíquias da Santa Cruz.

EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ 14 DE SETEMBRO

Foi na Cruz que Jesus consumou a sua oblação de amor para glória e alegria de Deus e nossa salvação. É, pois, justo que veneremos o sinal e o instrumento da Redenção.

A descoberta da verdadeira Cruz, por Giovanni Battista Tiepolo

15Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Actualidade

Jesus veio dar cumprimento à história do povo hebreu e à nossa história. Verificamo-lo

todas as vezes que lemos a palavra de Deus. De facto, como Ele mesmo afirma, não veio

abolir, mas dar pleno cumprimento à Lei. Tudo o que podemos entender com a palavra

“cruz” – o sofrimento, a injustiça, a perseguição, a morte – é incompreensível se for

olhado apenas com olhos humanos. Mas, aos olhos da fé e do amor, tudo aparece como

meio de conformidade com Aquele que nos amou por primeiro. Então, o sofrimento

não é vivido como fim em si mesmo, mas como participação no mistério de Deus,

caminho que leva à salvação.

Celebrar a festa da Exaltação da Santa Cruz significa tomar consciência do amor de Deus

Pai, que não hesitou em enviar-nos o seu Filho, Jesus Cristo: esse Filho que, despojado

do seu esplendor divino, se tornou semelhante aos homens, deu a vida na cruz por cada

um dos seres humanos, crente ou não crente (cf. Fil, 2, 6-11). A Cruz torna-se o espelho

em que, reflectindo a nossa imagem, podemos reencontrar o verdadeiro significado da

vida, as portas da esperança, o lugar da renovada comunhão com Deus.

Esta festa mostra-nos o valor do sinal da cruz. É o sinal da salvação… A cruz fala a

Deus, apresenta-lhe tudo o que Nosso Senhor sofreu por nós. Mas a cruz é também sím-

bolo da penitência, da reparação, do sacrifício. A cruz coroou a vida de Nosso Senhor,

que foi totalmente passada na humildade, no desapego, no desprezo pelos prazeres

terrestres, e na expiação dos nossos pecados. A cruz fala às nossas almas, como um sinal

sagrado, como um estandarte eloquente. Ela tornou-se o sinal do cristão. Ela indica

o carácter da nossa vida. Somos cruzados, somos marcados pela luta e pelo sacrifício.

Uma obra não é verdadeiramente cristã se não for marcada pela cruz. As nossas

acções serão santas se tiverem esse sinal, se forem feitas em espírito de humildade, de

penitência, de reparação. As nossas iniciativas serão abençoadas por Deus se forem

marcadas pela cruz e, sendo preciso, será o próprio Deus a marcá-las com alguma

provação, sobretudo se se tratar de uma obra importante.

In Dehonianos.org

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SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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Fundação AIS Catarina Martins de BettencourtP. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira, Ana Vieira, Félix Lungu e Paulo AidoAIS© AIS; © Tim McKulka

Santa Ana e a Virgem – Murillo11 Edições AnuaisGráfica ArtipolJSDesign352561/122182-3928

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