Seminário Marshall Mcluhan - Os Meios de Comunicação como extensões do homem

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  • 8/4/2019 Seminrio Marshall Mcluhan - Os Meios de Comunicao como extenses do homem

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    Teoria da Comunicao e Percepo

    Seminrio

    Os Meios de Comunicaocomo extenses do homem

    de Marshall Mcluhan

    Captulo: Roda, bicicleta e avio

    Polise De Marchi3 Semestre de Design de Interface Digital

    Caio SimonPagu SennaRafael Oliveira

  • 8/4/2019 Seminrio Marshall Mcluhan - Os Meios de Comunicao como extenses do homem

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    Sobre o AutorHerbert Marshall McLuhan

    Herbert Marshall McLuhan foi um importante filsofo, terico da comunicao e educador

    canadense e hoje autoridade mundial em comunicaes de massa. Viveu no perodo de 1911

    a 1980.

    Com fortes influncias de sua me Elsie Hall McLuhan, (mulher culta de ascendncia inglesa,

    bem-educada e declamadora de formao, conhecida por suas leituras dramticas) que mesmo

    com sua ausncia em momentos familiares orientou Marshall a seguir a carreira intelectual.

    As teorias de McLuhan causaram impacto entre 1963 e 1967, poca em que foi publicado um

    dos seus principais livros Os meios de comunicao como extenses do homem.

    As principais idias de McLuhan se baseiam nas metforas criadas por ele, so elas:

    o meio a mensagem Com essa metfora McLuhan retratou a influncia dos meios

    eletrnicos de informao, no modo de pensar da sociedade ocidental contempornea, sendo

    o meio as mdias de informao da poca como a televiso e o rdio.

    aldeia global Baseado na relao interativa do ser humano com a televiso, McLuhan

    formulou o pensamento da aldeia global, que relata o progresso tecnolgico em que as

    emissoras de televiso esto sincronizadas com satlites e a cada momento tornando menor a

    distncia de todo o planeta. Esse pensamento de McLuhan ganhou mais fora aps o avano

    tecnolgico da internet e dos celulares.

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    Sobre o Livro

    Os Meios de Comunicao como extenses do homem

    Segundo Marshall McLuhan, a mensagem transmitida por diferentes meios, e os meios que

    muitas vezes so os responsveis por difundir essa mensagem, podem se moldar para se

    adequar as suas necessidades. Devido s consequncias e os impactos causados pelo

    contedo o autor afirma que a a mensagem o meio, j que o meio de difuso o que

    controla a intensidade e a proporo dessa transmisso.

    As extenses do corpo tambm so utilizadas como meio de propagao de mensagens, assim

    como o meio, estas tambm moldam o contedo para as diferentes necessidades. Porm para

    McLuhan, a propagao da mensagem pelo meio s acarreta em modificaes negativas, pois o

    canal de conexo para a sua transmisso descontnua e apresenta rudos.

    Entretanto, Marshall tambm acredita que dependendo da extenso tecnolgica, e de sua

    abordagem, a mensagem a ser comunicada pode ganhar diferentes contornos e significados. Ele

    diferencia meios quentes, sendo aquilo que explora apenas um sentido, porm, de maneira

    muito concentrada; e os meios frios como aqueles no to concentrados, deixando lacunas

    abertas e possibilitando uma maior participao do receptor.

    Dessa forma, os modos, as extenses e as tecnologias de comunicao podem desencadear

    diferentes tipos de compreenso, deixando de ser apenas uma forma comunicativa e se

    transformando no prprio contedo da comunicao.

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    Sobre o Captulo

    Roda, bicicleta e avio

    Deriva da cultura tipogrfica o hbito do especialismo, da presuno dos eruditos de que as

    coisas devem ser estudadas isoladamente. Mas de extrema importncia que estudemos as

    inter-relaes existentes entre os objetos, as tecnologias e as diversas reas do conhecimento.

    Quando Lynn White, um historiador que se dedicou a estudar profundamente a Idade Mdia e

    seus efeitos no mundo contemporneo, explica como o sistema feudal se constituiu numa

    extenso do estribo, percebemos que tais inter-relaes so percebidas desde o inicio daconstruo da nossa sociedade e que so de extrema relevncia para apreendermos como

    funcionou, e funciona, a evoluo de nosso desenvolvimento. Percebemos que tecnologias

    revolucionrias aumentam e ampliam o mbito e a velocidade das aes humanas e que a

    criao de um simples equipamento para sanar uma necessidade de uma poca desencadeia

    uma srie de mudanas psquicas e sociais que tem reflexo at os dias atuais.

    Lynn White ainda da um bom exemplo de como so relevantes tais mudanas na sociedade

    quando fala sobre a nova ordem, introduzida pelo pesado arado de roda, tanto no sistema da

    lavoura como na dieta repleta de feijo daqueles tempos.

    A introduo de uma nova tecnologia altera a sintaxe da sociedade, introduzindo novas

    configuraes na situao geral. No existe mais um todo constante no mundo dos meios e da

    tecnologia, esta ltima muda o contexto social tornando-o mutvel.

    A tecnologia traz sensveis mudanas de mbito psquico e social, fcil observar isso com

    decorrer da evoluo da roda: anteriormente ao veculo de roda vigorava o princpio de trao

    de arrasto, como trens e esquis, a partir da observao de que era mais fcil fazer rolar uma

    tora do que empurr-la e da necessidade de otimizar o trabalho do homem que surgiu a

    noo da roda, logo aps se iniciou o desenvolvimento de veculos de trao animal no qual

    primeiramente se fez necessrio a inveno da tecnologia da coelheira ou gargantilha que

    possibilitou o aumento da velocidade e da resistncia do cavalo na trao de veculos. Aps

    isso houve o desenvolvimento de carroas com eixos frontais pivotados e freios, em meados

    do sculo XIII carroas de quatro rodas, capaz de suportar cargas pesadas, j era uma

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    realidade. Os efeitos disso foram extraordinrios, levou o homem ao inicio de sua

    urbanizao, os homens do campo passaram a viver na cidade indo s lavouras diariamente

    por meio das carroas. E no acabou por a, nibus e bondes de trao animal afastaram os

    alojamentos de cidades americanas das lojas e fbricas, desenvolveu-se o subrbio nas

    proximidades das ferrovias, a dona de casa suburbana se transformou em motorista de tempo

    integral e uma srie de outras mudanas ocorreram como um reflexo da evoluo da

    tecnologia que comeou com o inventar da roda.

    Em resumo a roda se configurou primeiramente como uma extenso dos nossos ps, a roda

    aplicada ao tren foi a acelerao de nossos ps e com isso surgiu a necessidade de estradas,

    que por sua vez configuraram uma outra srie de mudanas sociais como o desenvolvimento

    de periferias, a possibilidade de conexo entre periferia e centro e a chamada urbanizao de

    exploso. A roda acionou novas tarefas e arquitetou novas relaes humanas entretanto,

    sua fora configuradora vai perdendo espao na era da informao.

    O reflexo do desenvolvimento da roda se estende at a inveno do avio, passando pelo

    cinema e pela bicicleta. Foi fazendo uso do processo orgnico e mecnico da roda que se

    iniciou o processo de descoberta da cmera cinematogrfica, que naquela poca enrolava em

    um carretel o registro da enorme acelerao da era industrial e desenrolava isso numa tela.

    O alinhamento das rodas criou o velocpede e a bicicleta, esta por sua vez, elevou a roda ao

    plano de equilbrio aerodinmico e assim surgiu o aeroplano, a acelerao promovida pelo

    avano das tecnologias derivadas da roda tornou necessria e natural a criao do avio.

    Vale ressaltar um aspecto importante da evoluo da roda que a questo da chamada

    urbanizao de exploso. Foram a roda e a estrada que incrementaram essa exploso

    segundo o esquema radial. Ela se torna um aspecto centralizador, levando em considerao

    que o centralismo depende da periferia acessvel pela roda e pela estrada mas

    antagonicamente, aps certo ponto, alm de uma certa intensidade de movimento, a

    acelerao desses meios causam a descentralizao e a roda passa a no mais ser um fator

    centralizador assim como acontece igualmente com todas as formas eltricas. Hoje o

    centralismo e especialismo urbano do lugar ao descentralismo e inter-relao das funes

    sociais de forma cada vez menos especializada.

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    A observao, a necessidade de facilitar as atividades do homem ou melhorar algo j existente

    leva ao desenvolvimento de tecnologia, isso gera mudanas, tais mudanas geram a

    necessidade de desenvolver outras tecnologias para se adequar as transformaes geradas pela

    tecnologia criada anteriormente e isso se torna um ciclo constante de evoluo e de

    transformao incessantes. Mcluhan diz:

    A resposta energia e velocidade crescente de nossos corpos prolongados gera

    sempre novas extenses. Toda tecnologia cria novas tenses e necessidades nos seres

    humanos que a criaram. A nova necessidade e a nova resposta tecnolgica nascem do

    abrangimento da tecnologia j existente (...)..

    A presso das necessidades nos impele a pensar sobre ns e procurarmos alternativas e

    ferramentas para criar uma extenso de ns mesmos. A economia de gestos, obteno de

    maior energia, prolongamento do armazenamento e da mobilidade das funes so algumas

    caractersticas principais das mquinas e ferramentas criadas pelo homem como forma de

    amplificao e extenso do corpo. As transformaes da tecnologia tm o carter da

    evoluo orgnica porque todas as tecnologias so extenses do nosso ser fsico. diz

    Mcluhan.