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Prezados Párocos, Vigários, Diáconos e Religiosos(as), Prezados Líderes da Juventude na Paróquia, Eis aqui algumas orientações importantes para preparar os jovens da sua paróquia a participarem da 4ª Jornada Diocesana da Juventude. Data: 17 de julho de 2011 Local: Salão Paroquial de Campina da Lagoa - PR Iluminação bíblica: “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé.” (Colossenses 2,7) Roteiro: 08h00 – Chegada e Café da manhã 09h30 – Santa Missa na comunidade 11h00 – Abertura com dança e animação 11h30 – Palestra e peça teatral 11h45 – Animação 12h00 – Almoço 13h00 – Animação 13h10 – Motivação 13h30 – Discussão em 14h10 – Testemunhos 14h40 – Animação 15h00 – Mensagem e avisos 15h30 – Adoração Eucarística 16h00 – Animação e despedida Participantes: Jovens que tenham alguma participação na Paróquia, seja em pastorais e movimentos, seja na crisma. Responsáveis: Coordenadores dos grupos, membros do SAV (Serviço de Animação Vocacional) , catequistas sob a orientação dos padres. 1. Orientações às lideranças: a) Organize-se, num sábado ou domingo, até 10/07, um encontro de preparação paroquial com a presença daqueles que vão à Jornada. Pode ser um encontro breve. É importante que ajude os jovens a aproveitar bem a participação na Jornada. b) Reflitam de algum modo com os jovens sobre o tema da Jornada, por meio de Oração Oficial, do Hino – cuja letra permite reflexões profundas – e de dinâmicas, destacando que: Somente em Jesus encontramos a fonte da verdadeira alegria. Ele não tira nada de nós, mas acrescenta aquilo que estamos buscando: a felicidade, a comunhão com Deus e com os outros. Ele está vivo e se deixa encontrar na comunhão com os seus seguidores, que se dá na Igreja. Ele se aproxima de nós como amigo e

Subsídio - 4ª Jornada Diocesana da Juventude

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Subsídio para a 4ª Jornada Diocesana da Juventude, que acontece em Campina da Lagoa-PR, no dia 17/07/11.

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Page 1: Subsídio - 4ª Jornada Diocesana da Juventude

Prezados Párocos, Vigários, Diáconos e Religiosos(as),Prezados Líderes da Juventude na Paróquia,

Eis aqui algumas orientações importantes para preparar os jovens da sua paróquia a participarem da 4ª Jornada Diocesana da Juventude. Data: 17 de julho de 2011Local: Salão Paroquial de Campina da Lagoa - PRIluminação bíblica: “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé.” (Colossenses 2,7)

Roteiro:08h00 – Chegada e Café da manhã09h30 – Santa Missa na comunidade11h00 – Abertura com dança e animação11h30 – Palestra e peça teatral11h45 – Animação12h00 – Almoço13h00 – Animação

13h10 – Motivação 13h30 – Discussão em 14h10 – Testemunhos14h40 – Animação15h00 – Mensagem e avisos15h30 – Adoração Eucarística16h00 – Animação e despedida

Participantes: Jovens que tenham alguma participação na Paróquia, seja em pastorais e movimentos, seja na crisma.

Responsáveis: Coordenadores dos grupos, membros do SAV (Serviço de Animação Vocacional), catequistas sob a orientação dos padres.

1. Orientações às lideranças:a) Organize-se, num sábado ou domingo, até 10/07, um encontro de preparação paroquial com a presença daqueles que vão à Jornada. Pode ser um encontro breve. É importante que ajude os jovens a aproveitar bem a participação na Jornada.

b) Reflitam de algum modo com os jovens sobre o tema da Jornada, por meio de Oração Oficial, do Hino – cuja letra permite reflexões profundas – e de dinâmicas, destacando que:Somente em Jesus encontramos a fonte da verdadeira alegria. Ele não tira nada de nós, mas acrescenta aquilo que estamos buscando: a felicidade, a comunhão com Deus e com os outros. Ele está vivo e se deixa encontrar na comunhão com os seus seguidores, que se dá na Igreja. Ele se aproxima de nós como amigo e

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aguarda nossa resposta ao seu projeto de amor. Encontrá-lo, segui-lo e anunciá-lo aos demais com nossas atitudes e palavras, é a nossa maior alegria.

c) Sugestão de texto: nesta preparação com os jovens, podem utilizar a mensagem do Santo Padre para a Jornada Mundial da Juventude de 2011, que tem como título: “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé”, a qual está transcrito neste subsídio. Pode-se dividi-los em grupos e entregar a cada equipe um trecho da carta do Papa para que discutam.

RECOMENDAÇÕES AOS JOVENS:É importante, para que a Jornada seja um momento forte de evangelização, que os coordenadores orientem os jovens no sentido de:

a) Saber ouvir. Haverá momentos para exercitar a escuta: a meditação do tema, a missa e outros;

b) Respeitar a todos. Ao colega, ao seu responsável, aos quem não conhece, a quem estiver falando, ao ambiente (não jogar lixo no chão, cuidar do banheiro etc);

c) Participar com respeito da Missa e da Adoração Eucarística. Momento mais importante para encontro com Jesus. Vivê-lo com alegria, mas em profunda oração. Por isso, é importante evitar distrações, uso de bonés, celular, goma de mascar. Estas coisas não cabem numa celebração;

d) Encontrar-se com os outros. Aproveitar este dia para conhecer novos amigos. Haverá momentos para convivência, para falar das coisas que os alegra na própria comunidade e no grupo. Saber escutar com interesse a experiência dos demais.

2. OrganizaçãoOrganizem os ônibus como de costume para levar os jovens, lembrando-se de coletar as devidas autorizações para menores de idade. Haja um ou mais responsável em cada ônibus, que também fique por perto do grupo durante a jornada. Sua presença por si já os ajuda a se orientar sobre o que convém ou não.

É importante que cada grupo leve algo que o identifique: camisetas, faixas com o nome do grupo ou o recurso que for mais viável.

3. AlimentaçãoSerá servido café ao chegar. Além disso, a Paróquia de Campina da Lagoa prontificou-se em oferecer gratuitamente um almoço. Por isso, é importante confirmar a presença do grupo e o número de participantes o quanto antes: no máximo até a quinta-feira, dia 14 de julho.

Também haverá venda de salgados e refrigerantes.

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ORAÇÃO OFICIALQuerido Amigo e Senhor Jesus Cristo,

Como és grande! Com as tuas palavras e as tuas obras, nos revelastes quem é Deus, o Teu Pai e Pai de todos nós, e quem és Tu: o nosso Salvador.

Tu nos chamastes a permanecer contigo. E queremos Te seguir aonde fores. Nós te agradecemos pela tua Encarnação: mesmo sendo o Filho Eterno de Deus, não hesitastes em descer até nós e fazer-te Homem. Nós te agradecemos pela tua Morte e Ressurreição: obedecestes a vontade do Pai até o fim e, por isso, és o Senhor de todos e de tudo.

Nós te agradecemos porque vens a nós na Eucaristia. A tua Presença, o teu Sacrifício e o teu Banquete nos convidam sempre a unirmo-nos a Ti. Tu nos chamas a trabalhar contigo. E nós queremos ir aonde quer que nos envies, para anunciar o teu Nome, para curar as feridas no teu Nome, e para acompanhar os nossos irmãos até a tua Presença.

Dá-nos o Teu Espírito, para que nos ilumine e nos fortaleça. Que a Virgem Maria, a Mãe que nos entregastes do alto da cruz, nos anime sempre a fazer tudo aquilo que Tu disseres.

Tu és a Vida. Que os nossos pensamentos, o nosso amor e as nossas ações tenham em Ti as suas raízes! Tu és a nossa Rocha. Que a fé em Ti seja o fundamento sólido de toda a nossa vida!

Nós te pedimos pelo Papa Bento XVI, pelo nosso Bispo Dom Javier, pelo nosso Pároco e por todos aqueles que dedicam seus esforços pela evangelização da juventude.

Nós te pedimos pelas nossas famílias e pelos nossos amigos, de modo especial pelos jovens que Te conhecerão neste encontro em Campina da Lagoa, por meio do nosso testemunho firme e da alegria da nossa fé.

Que assim seja!

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“FIRMES NA FÉ”1HINO OFICIAL DA JORNADA 2011

Letra: Dom César FrancoMúsica: Frei Enrique Vásquez

Firmes na fé, firmes na fé, caminhamos em Cristo, Nosso Amigo, Nosso Senhor.Glória sempre a Ele! Glória sempre a Ele!Caminhamos em Cristo, firmes na fé. (Bis)

Teu amor nos edifica e nos arraigaTua cruz nos consolida e fortaleceTua carne nos redime e nos abrasaTeu sangue nos renova e nos embriaga

Oh, Cristo, nosso Irmão!Oh, Cristo, nosso Amigo, Nosso Senhor!Faz-nos firmes em Ti!Faz-nos firmes em Ti!

Teu alento é um sopro e vem do altoTeu riso é sinal da tua graçaTuas chagas são amores bem acesosTuas dores são o preço da minh’alma

Oh, Cristo, nosso Irmão!Oh, Cristo, nosso Amigo, Nosso Senhor!Faz-nos firmes em Ti!Faz-nos firmes em Ti!

Os teus jovens caminham com MariaQue canta como uma noiva adornadaCom ela cantaremos tua vitória:A morte foi pra sempre aniquilada.

Oh, Cristo, nosso Irmão!Oh, Cristo, nosso Amigo, Nosso Senhor!Faz-nos firmes em Ti!Faz-nos firmes em Ti!

1 Este é o hino oficial de todas as Jornadas Diocesanas de 2011 no mundo inteiro. O MP3 da música também foi enviado por e-mail, e está na versão original em espanhol. Mas, dada à similaridade dos idiomas, poderá ser assimilada facilmente.

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CIFRAS DA LETRA DO HINO

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INSPIRAÇÃO BÍBLICA2

Da Carta de são Paulo aos Colossenses 2, 7

Irmãos e irmãs,

“Já que vocês aceitaram Jesus Cristo como Senhor, vivam como cristãos: enraizados nele, vocês se edificam sobre ele e se apóiam na fé que lhes foi ensinada, transbordando em ações de graças. Cuidado para que ninguém escravize vocês através de filosofias enganosas e falsas, de acordo com tradições humanas, que se baseiam nos elementos do mundo, e não em Cristo.”

Palavra do Senhor!

2 É importante que os jovens tenham tido contato com esta leitura antecipadamente. Eles devem ser conduzidos a perceber dois pontos nela: a importância da fé em Cristo na construção da própria vida; e o perigo da sedução das ideologias falsas e imediatistas. A carta do Papa, transcrita logo a seguir, ajuda a interpretar esta recomendação.

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Mensagem de Bento XVI para a Jornada Mundial da Juventude 2011

“Enraizados e edificados em Cristo,firmes na fé” (Col 2,7)

Queridos amigos,

Penso com freqüência na Jornada Mundial da Juventude de Sidney, em 2008. Ali, vivemos uma grande festa da fé, na qual o Espírito de Deus agiu com força, criando uma intensa comunhão entre os participantes, vindos de todas as partes do mundo. Aquele encontro, como os anteriores, produziu frutos abundantes na vida de muitos jovens e de toda a Igreja. Nosso olhar dirige-se agora para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá em Madri, no mês de agosto de 2011. Já em 1989, alguns meses antes da histórica queda do Muro de Berlim, a peregrinação dos jovens fez uma parada na Espanha, em Santiago de Compostela. Agora, no momento em que a Europa tem que voltar a encontrar suas raízes cristãs, fixamos nosso encontro em Madri, com o lema: “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (Col 2,7). Convido-os a este evento tão importante para a Igreja na Europa e para a Igreja no mundo inteiro. Além disso, gostaria que todos os jovens, tanto os que compartilham nossa fé quanto os que hesitam, duvidam ou não crêem, pudessem viver esta experiência, que pode ser decisiva para a vida: a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo, de seu amor por cada um de nós.

1. Nas fontes de vossas maiores aspiraçõesEm cada época, também em nossos dias, numerosos jovens sentem o profundo desejo de que as relações interpessoais sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração de construir relações autênticas de amizade, de conhecer o verdadeiro amor, de fundar uma família unidade, de adquirir uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Ao recordar minha juventude, vejo que, na verdade, a estabilidade e a segurança não são as questões que mais ocupam a mente dos jovens. Sim, a questão do lugar de trabalho, e com ela a de ter o futuro assegurado, é um problema grande e premente, mas ao mesmo tempo a juventude segue sendo a idade na qual se busca uma vida maior. Ao pensar em meus anos de então, simplesmente, não queríamos perder-nos na mediocridade da vida aburguesada. Queríamos o que era grande, novo. Queríamos encontrar a vida mesma em sua imensidão e beleza. Certamente, isso dependia também de nossa situação. Durante a ditadura nacional-socialista e a guerra, estivemos, por assim dizer, “encerrados” pelo poder dominante. Por isso, queríamos ir para fora, para entrar na abundância das possibilidades do ser homem. Mas creio que, em certo sentido, este impulso de ir mais além do habitual está em cada geração. Desejar algo mais que a cotidianidade regular de um emprego seguro e sentir o desejo do que é realmente grande faz parte do

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ser jovem. Trata-se somente de um sonho vazio que desaparece quando uma pessoa se torna adulta? Não, o homem, na verdade, está criado para o que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: nosso coração estará inquieto, até que não descanse em Ti. O desejo da vida maior é um sinal de que Ele nos criou, de que levamos sua “marca”. Deus é vida, e cada criatura tem a vida; de um modo único e especial, a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira ao amor, à alegria e à paz. Então, compreendemos que é um contra-senso pretender eliminar a Deus para que o homem viva. Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, privar-se da plenitude e da alegria: “sem o Criador, a criatura se dilui” (Concílio Vaticano II, Constituição Gaudium et Spes, 36). A cultura atual, em algumas partes do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir a Deus, ou a considerar a fé como um ato privado, sem nenhuma relevância na vida social. Embora o conjunto dos valores, que são o fundamento da sociedade, provenha do Evangelho – como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família -, constata-se uma espécie de “eclipse de Deus”, uma certa amnésia, mais ainda, uma verdadeira rejeição do cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder aquilo que mais profundamente nos caracteriza.

Por esse motivo, queridos amigos, convido vocês a intensificar o seu caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vocês são o futuro da sociedade e da Igreja. Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes e bases sólidas. Isso é verdade, especialmente hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir sua vida, sentindo-se assim profundamente inseguros. O relativismo que se difundiu, e para o qual tudo dá no mesmo e não existe nenhuma verdade, nem um ponto de referência absoluto, não gera verdadeira liberdade, mas instabilidade, desajuste e um conformismo com as modas do momento. Vocês, jovens, têm o direito de receber das gerações que lhes antecederam pontos firmes para fazer as suas escolhas e construir a sua vida, do mesmo modo que uma planta necessita de um apoio sólido até que cresçam suas raízes, para se converter em uma árvore robusta, capaz de produzir fruto.

2. Enraizados e edificados em CristoPara ressaltar a importância da fé na vida dos crentes, gostaria de deter-me em três termos que São Paulo utiliza em: “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (Col 2,7). Aqui, podemos distinguir três imagens: “enraizado” evoca a árvore e as raízes que a alimentam; “edificado” refere-se à construção; “firme” alude ao crescimento da força física ou moral. Trata-se de imagens muito fortes. Antes de comentá-las, é preciso destacar que no texto original as três expressões, desde o ponto de vista gramatical, estão na forma passiva: quer dizer, que é Cristo mesmo quem toma a iniciativa de enraizar, edificar e tornar firmes os fiéis.

A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo por meio de raízes, que lhe dão estabilidade e alimento. Sem as raízes, seria levada pelo vento, e morreria. Quais são nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura de nosso país são um componente muito importante de nossa identidade. A Bíblia mostra-nos também outras coisas. O profeta Jeremias escreve: “Bendito quem confia no Senhor e coloca no Senhor sua confiança. Será uma árvore planta junto á água, que junto às correntes lança suas raízes. Quando chega a estiagem, não a sentirá, sua folha estará verde; no ano da seca, não se inquieta, não deixa de dar fruto” (Jer 17,7-8). Enraizar, para o profeta, significa voltar a colocar sua confiança em Deus. Dele vem nossa vida. Sem Ele, não poderíamos viver de verdade. “Deus nos deu a vida eterna e esta vida está em seu Filho” (1Jo 5, 11). Jesus mesmo apresenta-se como nossa vida (Jo 14,6). Por isso, a fé cristã não é somente crer na verdade, mas, sobretudo, é uma relação pessoal com Jesus

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Cristo. O encontro com o Filho de Deus proporciona um dinamismo novo para toda a existência. Quando começamos a ter uma relação pessoal com Ele, Cristo revela-nos nossa identidade e, com sua amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude. Existe um momento na juventude em que cada um se pergunta: qual sentido tem minha vida, que finalidade, que rumo devo lhe dar? É uma fase fundamental que pode perturbar a mente, às vezes durante muito tempo. Pensa-se em qual será nosso trabalho, as relações sociais que devem se estabelecer, que afetos devem se desenvolver... Neste contexto, volto a pensar em minha juventude. De certo modo, logo percebi que o Senhor me queria sacerdote. Mas, mais adiante, depois da guerra, quando no seminário e na universidade me dirigia até essa meta, tive que reconquistar essa certeza. Tive que me perguntar: é esse, de verdade, meu caminho? É, de verdade, a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de permanecer fiel a Ele e estar totalmente à disposição dele, a seu serviço? Uma decisão assim também causa sofrimento. Não pode ser de outra maneira. Mas, depois, tive a verdade: está certo! Sim, o Senhor me quer, por isso me dará também a força. Escutando-lhe, estando com Ele, chego a ser eu mesmo. Não conta a realização de meus próprios desejos, mas sim Sua vontade. Assim, a vida torna-se autêntica.

Como as raízes da árvore a mantém plantada firmemente na terra, assim os alicerces dão à casa uma estabilidade perdurável. Pela fé, estamos arraigados em Cristo (Col 2,7), assim como uma casa está construída sobre os alicerces. Na história sagrada, temos numerosos exemplos de santos que edificaram sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro: Abraão. Nosso pai na fé obedeceu a Deus, que lhe pedia que deixasse a casa paterna para encaminhar-se a um país desconhecido. “Abraão creu em Deus e isto lhe foi tido em conta de justiça, e foi chamado amigo de Deus” (Tg 2,23). Estar enraizados em Cristo significa responder concretamente ao chamado de Deus, confiando-se a Ele e colocando em prática Sua Palavra. Jesus mesmo repreende a seus discípulos: “Por que me chamais ‘Senhor, Senhor!’ e não fazeis o que vos digo?” (Lc 6,46). E recorrendo à imagem da construção da casa, complementa: “Todo aquele que vem a mim ouve as minhas palavras e as pratica é semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou bem fundo e pôs os alicerces sobre a rocha. As águas transbordaram, precipitaram-se as torrentes contra aquela casa e não a puderam abalar, porque ela estava bem construída” (Lc 6,47-48).

Queridos amigos, construam a casa de vocês sobre a rocha, como o homem que “cavou bem fundo”. Tentem vocês também acolher a cada dia a Palavra de Cristo. Escutem-no como a um verdadeiro Amigo com quem você pode compartilhar o caminho de vossa vida. Com Ele ao seu lado, vocês serão capazes de enfrentar com garra e esperança as dificuldades, os problemas, também as desilusões e os fracassos. Continuamente apresentarão a vocês propostas mais fáceis, mas vocês mesmos perceberão que se são enganosas, não dão serenidade nem alegria. Somente a Palavra de Deus mostra-nos o caminho autêntico, somente a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolham com gratidão este dom espiritual que vocês têm recebido das suas famílias e se esforcem para responder com responsabilidade ao chamado de Deus, convertendo-se em adultos na fé. Não creiam naqueles que dizem que vocês não precisam dos outros para construir a sua vida. Apóiem-se, ao contrário, na fé de seus entes queridos, na fé da Igreja, e agradeçam ao Senhor por tê-la recebido e tê-la feito de vocês.

3. Firmes na féEstejam “enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (Col 2,7). A carta, da qual foi tirado esse convite, foi escrita por São Paulo para responder a uma necessidade concreta dos cristãos da cidade de Colossos. Aquela comunidade, de fato, estava ameaçada pela influência de certas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. Nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas

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semelhanças com o dos colossenses de então. Com efeito, há uma forte corrente de pensamento laicista que deseja afastar Deus da vida das pessoas e da sociedade, lançando as bases e tentando criar um “paraíso” sem Ele. Mas a existência ensina que o mundo sem Deus converte-se num “inferno”, onde prevalece o egoísmo, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e os povos, a falta de amor, alegria e esperança. Ao contrário, quando as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, lhe adoram em verdade e escutam sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, onde cada um é respeitado em sua dignidade e cresce a comunhão, com os frutos que isso implica. Há cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que lhes afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem deixar-se seduzir por elas, simplesmente deixaram que se esfriasse a sua fé, com as inevitáveis conseqüências negativas no plano moral.

O apóstolo Paulo recorda aos irmãos, contagiados pelas idéias contrárias ao Evangelho, o poder de Cristo morto e ressuscitado. Esse mistério é o fundamento de nossa vida, o centro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, considerando-o “loucura” (1Cor 1,23), mostram seus limites antes as grandes perguntas presentes no coração do homem. Por isso, também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar vocês na fé (Lc 22,32), Cremos firmemente que Jesus Cristo se entregou na Cruz para oferecer-nos Seu amor; em sua paixão, suportou nossos sofrimentos, carregou nossos pecados, alcançou-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo, fomos libertados do que mais paralisa nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, inclusive aos inimigos, e compartilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.

Queridos amigos, a cruz geralmente provoca medo, porque parece ser a negação da vida. Na verdade, é o contrário. É o “sim” de Deus ao homem, a expressão máxima de seu amor e a fonte de onde emana a vida eterna. De fato, do coração de Jesus aberto na cruz brotou a vida divina, sempre disponível para quem aceita olhar ao Crucificado. Por isso, quero convidar-vos a acolher a cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Sem Cristo, morto e ressuscitado, não há salvação. Somente Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino da justiça, paz e amor, que todos nós desejamos.

4. Crer em Jesus Cristo sem vê-LoNo Evangelho, é nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé quando acolhe o mistério da cruz e ressurreição de Cristo. Tomé, um dos doze apóstolos, seguiu a Jesus, foi testemunha direta de suas curas e milagres, escutou suas palavras, viveu o espanto ante sua morte. Na tarde da Páscoa, o Senhor aparece aos discípulos, mas Tomé não está presente, e quando lhe contam que Jesus está vivo e apareceu a eles, diz: “Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20,25).

Também nós gostaríamos de poder ver a Jesus, poder falar com Ele, sentir mais intensamente ainda sua presença. Muitos hoje acham difícil ter acesso a Jesus. Muitas das imagens que circulam de Jesus, e que se fazem passar por científicas, lhe tiram sua grandeza e a singularidade de sua pessoa. Por isso, ao longo de meus anos de estudo e meditação, fui amadurecendo a idéia de transmitir em um livro algo de meu encontro pessoal com Jesus, para ajudar de alguma forma a ver, escutar e tocar ao Senhor, em quem Deus saiu ao nosso encontro para se deixar conhecer. De fato, Jesus mesmo, aparecendo novamente aos discípulos depois de oito dias, diz a Tomé: “Coloca aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé” (Jo 20, 27). Também para nós é possível ter um contato sensível com Jesus, colocar, por assim dizer, a mão nos sinais de Sua Paixão, os sinais de seu

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amor. Nos Sacramentos, Ele vem até nós de uma forma particular, entrega-se a nós. Queridos jovens, aprendam a “ver”, a “encontrar” Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até entregar-se como alimento para nosso caminho; no Sacramento da Penitência, onde o Senhor manifesta sua misericórdia oferecendo-nos sempre seu perdão. Reconheçam e sirvam a Jesus também nos pobres e doentes, nos irmãos que estão em dificuldade e necessitam de ajuda. Iniciem e cultivem um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conheçam-no através da leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; falem com Ele na oração, confiai nele. Nunca trairá vocês. “A fé é, antes de tudo, uma adesão pessoal do homem a Deus; é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o assentimento livre a toda a verdade que Deus revelou” (Catecismo da Igreja Católica, 150). Assim, vocês poderão adquirir uma fé madura, sólida, que não se funda unicamente em um sentimento religioso ou em uma vaga recordação do catecismo de vossa infância. Podereis conhecer a Deus e viver autenticamente dele, como o apóstolo Tomé, quanto professou abertamente sua fé em Jesus: “Meu Senhor e meu Deus”.

5. Sustentados pela fé da Igreja, para ser testemunhasNaquele momento, Jesus exclamou: “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!” (Jo 20,29). Pensava no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos agora que nossa fé pessoal em Cristo, nascida do diálogo com Ele, está vinculada à fé da Igreja: não somos fiéis isolados, mas sim, mediante o Batismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que assegura nossa fé pessoal. O “Creio” que proclamamos a cada domingo na Eucaristia protege-nos precisamente do perigo de crer num Deus que não é o que Jesus nos revelou: “Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser amparado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para amparar os outros na fé” (Catecismo da Igreja Católica, 166). Agradeçamos sempre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela nos faz progredir com segurança na fé, que nos dá a verdadeira vida (Jo 20,31).

Na história da Igreja, os santos e mártires tiraram da cruz gloriosa a força para serem fiéis a Deus até a entrega de si mesmos; na fé, encontraram a força para vencer as próprias fraquezas e superar todos os problemas. De fato, como diz o apóstolo João: “Quem é o vencedor do mundo senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (1Jo 5,5). A vitória que nasce da fé é a do amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se expressa na caridade. Foram promotores da paz, promotores da justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se em diferentes âmbitos da vida social, com competência e profissionalismo, contribuindo eficazmente para o bem de todos. A caridade que brota da fé lhes levou a dar um testemunho muito concreto, com a palavra e as obras. Cristo não é um bem somente para nós mesmos, mas é o bem mais precioso que temos para compartilhar com os demais. Na era da globalização, sejam testemunhas da esperança cristã no mundo todo: são muitos os que desejam receber esta esperança. Ante o sepulcro do amigo lázaro, morto havia quatro dias, Jesus, antes de voltar a chamá-lo a vida, diz a sua irmã Marta: “Se credes, vereis a glória de Deus” (Jo 11,40). Também vocês, se acreditarem, se souberem viver e dar, a cada dia, testemunho da sua fé, vocês serão um instrumento que ajudará a outros jovens como vocês a encontrar o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo.

6. Rumo à Jornada Mundial de MadriQueridos amigos, confirmo o convite a participar da Jornada Mundial da Juventude em Madri. Com profunda alegria, espero a cada um pessoalmente, Cristo quer assegurar-lhes na fé por meio da Igreja. A escolha de crer em Deus e segui-Lo não é fácil. Vê-se com muitos obstáculos por nossas infidelidades

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pessoais e por muitas vozes que nos sugerem caminhos mais fáceis. Não desanimem, busquem o apoio da comunidade cristã, o apoio da Igreja. Ao longo deste ano, preparem-se intensamente para o encontro de Madri com os seus bispos, sacerdotes e responsáveis da pastoral juvenil nas dioceses, nas comunidades paroquiais, nas associações e movimentos. A qualidade de nosso encontro dependerá, sobretudo, da preparação espiritual, da oração, da escuta em comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco.

Queridos jovens, a Igreja conta com vocês. Necessita de sua fé viva, da sua caridade criativa e o dinamismo de sua esperança. A sua presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e lhe dá um novo impulso. Por isso, as Jornadas da Juventude são uma graça não somente para vocês, mas para todo o Povo de Deus. A Igreja na Espanha está preparando-se intensamente para acolher vocês e viver a experiência gostosa da fé. Agradeço às dioceses, paróquias, santuários, comunidades religiosas, pastorais e movimentos eclesiais que estão trabalhando com generosidade na preparação deste evento. O Senhor não deixará de abençoá-los. Que a Virgem Maria acompanhe este caminho de preparação. Ela, no anúncio do Anjo, acolheu com fé a Palavra de Deus; com fé consentiu que a obra de Deus se cumprisse nele. Pronunciando seu “Sim”, recebeu o dom de uma caridade imensa, que a impulsionou a se entregar inteiramente a Deus. Que Ela interceda por todos vocês, para que na próxima Jornada Mundial vocês possam crescer na fé e no amor. Asseguro-lhes minha recordação paterna na oração e abençôo a todos vocês de coração.

Dado no Vaticano, em 6 de agosto de 2010, na Festa da Transfiguração do Senhor.