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IOCESANA FOLHA INFORMA TIVO DA DIOCESE DE GUANHÃES | MG | ANO XVIII | Nº 219 | Setembro de 2014 D | PÁGINAS 4 E 5 | | PÁGINA 3 | | PÁGINA 5 | “A ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo.” | PÁGINA 6 | “O que fostes ver em Santa Maria do Suaçuí?” | PÁGINA 8 | “O silêncio e a omissão também são responsáveis pela deterioração da democracia” Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração “Basta-te a minha graça” (2Cor 12,9) “Em atenção a tua palavra, lançarei as redes” ( Lc 5,5 ) “Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado” (Mt 11,26) (Jer 3, 15). Padre José Geraldo Padre Ivani Padre Salomão

Folha diocesana ed219

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O jornal Folha Diocesana circula em toda a Diocese de Guanhães, Minas Gerais, Brasil

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IOCESANAFOLHA

IN FOR MA TI VO DA DIO CE SE DE GUA NHÃES | MG | ANO XVIII | Nº 219 | Setembro de 2014D

| PÁGINAS 4 E 5 |

| PÁGINA 3 |

| PÁGINA 5 |

“A ignorância dasEscrituras é ignorância

de Cristo.”| PÁGINA 6 |

“O que fostes ver emSanta Maria

do Suaçuí?”| PÁGINA 8 |

“O silêncio e a omissãotambém são responsáveis

pela deterioração da democracia”

Dar-vos-ei pastoressegundo o Meu coração

“Basta-te aminha graça” (2Cor 12,9)

“Em atenção a tuapalavra, lançarei as redes” ( Lc 5,5 )

“Sim, Pai, porque assimfoi do teu agrado” (Mt 11,26)

(Jer 3, 15).

Padre José Geraldo Padre Ivani Padre Salomão

8 SETEMBRO2014 DIOCESEEMFOCO

www.diocesedeguanhaes.com.br

O novo site daDiocese de Guanhães

já está na net

Faça-nos uma visita!Divulguem!

PARÓQUIA SÃO JOÃO EVANGELISTA REALIZA O XIV CERCO DE JERICÓE neste domingo (25/08) a Comuni-

dade Evangelista e visitantes se reuni-

ram para celebrarem o Encerramento

do XIV Cerco de Jericó.

Com o tema: Venha a nós o Teu Rei-

no e lema: Seja Feita a Tua Vontade

(Mateus 6:10) o Cerco de Jericó rea-

cendeu as chamas da Fé a a devoção

à Eucaristia em muitos corações paro-

quianos.

E que as palavras do Padre Saint

Clair na celebração de encerramento

de que a participação ativa da comuni-

dade durante essa semana de orações

não se esfrie a espera do próximo Cer-

co de Jericó, mas que possa ter nos

transformado para assumirmos de fato

a nossa missão e compromisso com a

comunidade.

Agradecemos a Deus por mais essa

semana abençoada. A cada irmão e ir-

mã que atendeu ao convite de Deus e

foi ao seu encontro na Eucaristia. E que

estejamos sempre atentos e dispostos

a O adorá-lo e amá-lo na Eucaristia e

na pessoa do nosso próximo.

Deus nos proteja! Amém.

Adenil Borges da Silva – Dedé

Paróquia São João Evangelista

Juventude se prepara para acolher o DNJ em Divinolândia de MinasA paróquia Nossa Senhora da Glória,

em Divinolândia de Minas, promoveu na

tarde do sábado, 6, um animado encon-

tro com os membros do Grupo de Jo-

vens Renovados para Amar e os jovens

que se preparam para receber o Sacra-

mento da Crisma. Num clima de alegria,

cerca de 120 jovens se encontraram no

salão paroquial para renovar as motiva-

ções e planejar as atividades em torno

da realização do Dia Nacional da Juven-

tude, no próximo dia 19 de outubro.

O encontro teve início com uma aco-

lhida calorosa aos participantes com

músicas de entrosamento e louvor. Em

seguida foi realizado um momento de

oração coordenado pelo seminarista An-

dré, a partir da iluminação bíblica de Dt

8. Em sua partilha, André destacou a

presença amorosa de Deus em todos os

momentos da história humana e a im-

portância de se ter um coração jovem

cheio gratidão a Deus pelas bênçãos de

cada dia.

Após a oração inicial, André ainda di-

recionou os participantes para escolhas

de coordenadores das equipes de tra-

balhos tendo em vista a realização do

DNJ. Foram indicados coordenadores

para as equipes de acolhida, alimenta-

ção, liturgia, ornamentação e limpeza.

Os demais participantes serão indicados

para se juntarem aos coordenadores

dessas equipes, trabalhando para que

DNJ seja celebrado de forma bem ani-

mada e organizada. A juventude contará

com o apoio e orientações do padre Jo-

sé Martins, administrador paroquial, e do

seminarista André, que faz estágio pas-

toral.

Realizados esses encaminhamentos,

o encontro seguiu com muita animação

e louvor, encerrando-se com um lanche

de confraternização.

Nos dias atuais, é impossível não perceber aimportância e a centralidade que os meios decomunicação conquistaram em nossa socieda-de, sobretudo quando associados à comunica-ção entre a juventude e aos demais de suas rea-lidades.

"E com a afirmação do Papa Francisco deque 'o melhor instrumento para evangelizar o jo-vem é outro jovem' a juventude da Diocese deGuanhães dispõe de um novo canal de comuni-cação e diálogo.

O #Programa Nova Geração vai ao ar aossábados às 15:00 horas na Rádio Vida Nova

Fm 91,5 Mhz ou pela internet em www.vidanovafm.com.br.

#Programa Nova Geração. Um canal decomunicação com a juventude.

Curta e acompanhe a nossa página nofacebook e nos dê sua opinião e sugestão!

Pastoral da JuventudeDiocese de Guanhães/MG

pag1e8 2014_PAG1N.QXD 15/09/2014 12:49 Página 1

Page 2: Folha diocesana ed219

Con se lho Edi to rial:

Padre Adão Soares de Souza, padre Saint-Clair Ferreira Filho, Taisson dos Santos BicalhoRevisão: Mariza da Consolação PimentaDupimJor na lis ta Res pon sá vel:

Luiz Eduar do Bra ga - SJPMG 3883En de re ço pa ra cor res pon dên cia:

Rua Amável Nunes, 55 - CentroGuanhães-MG - CEP: 39740-000Fone:(33) 3421-3331fo lha dio ce sa na@ gmail.com

Editora Folha Diocesana

de Guanhães Ltda

CNPJ: 11.364.024/0001-46

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Pro du ção Grá fi ca:

Geração BHZ - 31 3243-3829Av. Francisco Sales, 40/906Floresta - Belo Horizonte - MGE- mail: ge ra caobhz@ gmail.comwww.folhadafloresta.com.br

expediente

2 SETEMBRO2014

O jornal Folha Diocesana reserva-se o direito de condensar/editar as matériasenviadas como colaboração.Os artigos assinados não refletem necessariamente a

opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores.

COMEMORAÇÃO - SETEMBRO DE 2014Padres, religiosas, consagradas e seminaristas da diocese de Guanhães

DAREDAÇÃO

Lista dos Aniversários do Clero da Diocese de Guanhães

01 Pe. Mário Gomes da Silva Nascimento

06 Pe. João Carlos Sousa Nascimento

08 Dom Marcello Romano Ordenação Episcopal

16 Dom Marcello Romano Posse Canônica Araçuaí

22 Dom José Maria Pires Ordenação Episcopal

24 Pe. José de Brito Filho Nascimento

27 Pe. Elair Sales Diniz Nascimento

Lista dos Aniversários das Religiosas e Consagradas da Diocese de Guanhães

02 Ir. Regina Vieira (Conc. M. Dentro – Clarissa Franciscana) Nascimento

07 Maria Raquel M. Duarte (Guanhães – Coop. Família) Nascimento

19 Gracíula Gonzaga (Guanhães – Coop. Família) Nascimento

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Edito

rial

SETEMBRO07 Grito dos Excluídos9 Coordenação de Pastoral (14hs.)9 Colégio dos Consultores (9hs.)9 PASCOM12 a 14 Assembléia eletiva - da Pastoral da Criança13 a 14 Pastoral da Juventude13 Escola de Teologia: Mariologia (Pe. Valter)13-21 Novena e Festa do Servo de Deus Cônego Lafayette emSanta Maria do Suaçuí13 CRB em Carmésia18 a 20 Tríduo Servo de Deus Côn. Lafayette em todas as Pa-róquias da Diocese 23 Reunião dos Padres29 às 10hs. Missa com todos os padres na festa do padroeiroda Diocese e almoço na Paróquia São Miguel

OUTUBRO5 Eleições para Presidente

18 e 19 Espiritualidade da RCC12 Jubileu de N. S. Aparecida em Divinolândia12 Presença da Equipe Causa do Côn. Divinolândia14 PASCOM18 Escola Teologia: Escatologia (Pe. Wanderlei Fonseca)18 Encontro Diocesano da P. Carcerária em Guanhães19 DNJ em Divinolândia21 a 23 Atualização dos Agentes (De 9 às 12hs.) Tema: Revi-talização das Paróquias em Guanhães25 Encontro da Pastoral da Saúde na Área S. Maria27 Encontro de convivência mensal dos padres em Joanésia eEncontro dos padres de 0 a 10 anos após as 14hs.28 e 29 de Outubro: Encontro com a dinâmica do “eneagrama”com o Diácono Ruy de Juiz de Fora.

contribua com a

FOLHADIOCESANADados para depósito bancário:Editora Folha Diocesana de GuanhãesCooperativa: 4103-3Conta Corrente: 10.643.001-7SICOOB-CREDICENM

A FOLHA DIOCESANAPRECISA DE VOCÊ

Em setembro aesperança se refaz

A igreja no Brasil, no mês de setembro, chama a atençãopara a Sagrada Escritura, já que sempre veneramos as divi-nas Escrituras como veneramos o próprio Corpo do Senhor(Dei Verbum, 21).

Aliás, a 48ª Assembleia dos Bispos (Assembleia Geral emBrasília de 2010) lança o apelo “para que, em nossas dioce-ses, paróquias e comunidades, se ofereça e se facilite o aces-so à Bíblia, ao estudo bíblico e à vivência da mensagem re-velada”. Os Roteiros para grupos de reflexão buscam atendereste apelo, juntamente com sua equipe formada e a Pascom.

No mês da primavera nossa Igreja particular tem a alegriade saudar três novos padres para o serviço do povo de Deus.Depois de um longo período de estudos, alegrias e sofrimen-to, esses neossacerdotes são enviados para a messe do Se-nhor como operários que irradiam vitalidade e ânimo de quemmuito esperou. Poderemos conhecer um pouco mais do per-curso de cada um através da entrevista.

Eles – os neossacerdotes – serão líderes nas comunida-des eclesiais. No entanto, não se lidera por meio de terceiros;da mesma forma, não se lidera estando mentalmente e espi-ritualmente afastado do público alvo da mensagem. Esta é aproposta do texto “Liderança e Comunicação” do jornalistaJuliano Nunes. Lembrando que estamos num período de es-colha dos líderes políticos em nosso país.

Celebramos ainda o dia do padroeiro de nossa Diocese,São Miguel Arcanjo, e também o 53º aniversário de faleci-mento do Cônego Lafayette. Que São Miguel nos defendanas nossas labutas e que o Cônego, com fama de santo, se-ja modelo e exemplo para os nossos novos padres.

Boa leitura.

Aniversário de Falecimento do Servo de DeusCônego Lafayette da Costa Coelho

Vem ai o 53ºAniversário deFalecimento do Servode Deus CônegoLafayette da CostaCoelho, de 12 á 21 desetembro, comnovenas e missas noSantuário São Miguelem Santa Maria DoSuaçuí, Minas Gerais.Venha participar daMissa do CônegoLafayette. Organize suacaravana.

7SETEMBRO2014DIOCESEEMFOCO

A devoção a São Miguel e AlmasA Sagrada Escritura indica a existência de seres

denominados “anjos”. Alguns trechos fazem mençãoao Arcanjo Miguel, conforme podemos constatar (Dn12, 1-3; Is 28, 17; Jó 31, 6-7; Ex 23, 20-21; Ap 12, 7-8). Dos trechos encontrados, o mais importante, semdúvida, é a luta de Miguel e seus anjos contra o Lúci-fer (Ap 12, 7-8), perpetuado na tradição iconográfica(imagens) de São Miguel.

Conforme podemos conferir no texto bíblico, Lúci-fer tentou se equiparar a Deus e, reprimido por Mi-guel, foi banido do céu e condenado à escuridão dasprofundezas dos abismos (Ap 20, 1-3).

O nome Miguel vem do hebraico Mi-câ-el, em latimQuis ut Deus, que quer dizer: Quem (é) como Deus.Faz referência ao livro do Êxodo 23,20-21. É por issoque no escudo encontramos a inscrição Quis ut Deusou então, apenas as iniciais “Q”, “U”, “D”.

A balança na mão do anjo é o que difere a imagem– ou título – de “São Miguel Arcanjo” do “São Miguel eAlmas” e refere-se ao “julgamento das almas”.Conforme o contexto da época era ali (na balan-ça) que se avaliavam as almas justas e pecado-ras e se comparava o peso dos atos e das obri-gações: “pese-me Deus em sua balança justa, econhecerá a minha simplicidade” (cf. Jó 31,6).Esta função, de avaliar as almas, cabia a SãoMiguel (veja na figura disposta) já que, conforme

as escrituras, ele é tido como príncipe e defensor dospovos e ainda aquele soldado que luta contra o Anti-cristo (Dn 10, 13 e 21; Dn 12, 1; Ap 20, 1-3, Ex 23, 20-21).

A devoção a “São Miguel e Almas”, em Minas Ge-rais, se refere a um período onde a evangelização nãoacontecia através de missionários (da Santa Sé ou doPadroado), então os leigos reagem com as práticasreligiosas e a organização no âmbito laical, atuandode forma inovadora – na Terra de Santa Cruz – atra-vés da atividade religiosa popular.

A religiosidade popular nós a entendemos a partirdas Associações de Leigos (irmandade, confrarias)como tentativa de manter a fé na ausência dos pa-dres. Além de terem sido a primeira forma de evange-lização em terras mineiras e caracterizado pelo inédi-to protagonismo do leigo, sua importância se dá aindapor terem sido um espaço de se estar em comunida-de. Tinham, também, uma função social, pois era um

ambiente de solidariedade onde seus membros seajudavam mutuamente e, mais importante para osfiéis da época, tinha um enterro digno. Construíamsuas próprias igrejas e mantinham cemitério próprio.

Esta devoção – a São Miguel e Almas – está ligadaà prática das “obras de misericórdia corporal” de en-terrar os mortos, e “espiritual” de rezar a Deus por vi-vos e defuntos, conforme o Catecismo de São Pio X(Capítulo IV. “Das obras de misericórdia”). Geralmen-te era os pobres, a maioria negra e parda, quem ne-cessitava do socorro das confrarias para enterros.

Conforme o livro dos Macabeus “É um santo e sa-lutar pensamento este de orar pelos mortos” (Cf. 2Mc12,42-45) – prática esta que foi muito estimulada pe-las confrarias de São Miguel e Almas – e aos que “es-tão se purificando” é louvável oferecer sufrágios (Cf.Lumen Gentium ,50).

Oração a São Miguel:

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no comba-te, sede o nosso refúgio contra as maldades eciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instante-mente o pedimos, e vós, príncipe da milícia ce-leste, pela virtude divina, precipitai no inferno asatanás e aos outros espíritos malignos, que an-dam pelo mundo para perder as almas. Amém.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos.

CNBB:eleições 2014

A Conferência Nacional dosBispos do Brasil (CNBB), pormeio da Comissão Episcopalpara o Laicato, lançou a carti-lha Seu voto tem consequências: Umnovo mundo, uma nova sociedade. Odocumento pretende servir de instru-mento aos eleitores na hora da escolhade um candidato para as próximas elei-ções no Brasil, marcadas para outubro.

Dom Severino Clasen, presidente daComissão e bispo de Caçador (SC),ressalta o protagonismo do leigo nestainiciativa, que também é inspirada na

exortação apostólicaEvangelii Gaudium, doPapa Francisco. “Deve-mos ser sal da terratambém nessas reali-dades, na construçãode um mundo novo”,exorta.

Elaborada pelo Cen-tro Nacional de Fé e Política Dom Hel-der Câmara, a cartilha é dividida emtrês partes: ver, julgar e agir. Na primei-ra parte, são tratadas as questões en-frentadas na política nacional, lembran-do as manifestações ocorridas no anopassado durante e após a realização daCopa das Confederações.

Na segunda parte, a cartilha dá des-

taque à desigualdade social e à particu-lar situação de tomada de decisões nopaís, que pode acarretar uma reformado sistema político brasileiro. Já na últi-ma parte, são traçados caminhos deresponsabilidade social e cristã no meiopúblico.

Esta iniciativa da Conferência não énova. Nas eleições municipais de 2012,70 mil cartilhas foram distribuídas paraas (arqui)dioceses de todo o Brasil.

Trechos da mensagem

“Pensando o Brasil”:

“O eleitor consciente deve conhecero passado de seu candidato e averiguarse o discurso e a prática por ele apre-sentados se conformam aos valores da

ética e do bem comum”.“É preciso também exercer a missão

profética de todo cristão e manter umaatitude de fiscalização e vigilância.Diante de irregularidades, é necessáriodenunciar. O silencio e a omissão tam-bém são responsáveis pela deteriora-ção da democracia”.

“É indispensável o acompanhamen-to dos candidatos eleitos e o engaja-mento em prol de uma efetiva reformapolítica. A fé não pode ser vivida isola-damente, mas em comunidade e noexercício da caridade, de modo quenão sobre na mesa de poucos aquiloque falta na mesa de muitos”.

Fonte: http://www.zenit.org/

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Page 3: Folha diocesana ed219

Antes do Concílio VaticanoII a Bíblia era tida como tão sa-grada a ponto de ser inacessí-vel, hoje está nas mãos dagrande maioria dos cristãos; is-to graças à constituição “DeiVerbum” que estimulou e tor-nou possível esta realidade.No entanto, para aqueles quetentam lê-la sem nenhumaorientação, a confusão é certa.O resultado é uma “leitura aopé da letra”, com consequên-cias desastrosas, visto que aPalavra de Deus está contidana Sagrada Escritura, mas re-vestida da cultura semita (cul-tura judaica).

É preciso, ainda, consideraros estilos literários, com suasdistintas chaves de interpreta-ção, pois “A verdade é apre-sentada e expressa de manei-ras bem diferentes nos textosde um modo ou outro históri-cos, ou proféticos, ou poéticos,bem como em outras modali-dades de expressão. Ora, épreciso que o intérprete pes-quise o sentido que, em deter-minadas circunstâncias, o ha-giógrafo, conforme a situaçãode seu tempo e sua cultura,quis exprimir e exprimiu pormeio de gêneros literários en-tão em uso” (DV 12).

A Bíblia é, portanto, veículoda Palavra de Deus. No entan-to os textos bíblicos são frutosdas suas respectivas épocas,histórias e contextos sociais eeconômicos. Precisam ser in-terpretados a fim de que se te-nha condição necessária parauma boa interpretação damensagem. Seja qual for nos-

so conhecimento da Escritura,somos sempre questionadospelo texto. Do contrário, caí-mos no fundamentalismo.

A leitura fundamentalistaparte do princípio de que a Bí-blia, sendo Palavra de Deusinspirada é isenta de erro, de-ve ser lida e interpretada literal-mente em todos os seus deta-lhes. Ela se opõe à utilizaçãode qualquer método para a in-terpretação da Escritura. Essetipo de leitura faz com que aBíblia deixe de ser “veículo” daPalavra de Deus e passa a serinstrumento supersticioso.

Ao buscarmos a palavra deDeus na Bíblia precisamos en-tender que “A Sagrada Escritu-ra deve ser lida e interpretadacom o mesmo Espírito comque foi escrita” (DV,12); ou se-ja: o mesmo Espírito que inspi-rou os livros santos deve ilumi-nar os que, docilmente e comespírito de fé, se dedicam a in-terpretá-los. A interpretaçãodeve ser feita a partir da fé enão contra a fé. E assim fazera experiência do profeta quediz: “Quando encontrei tuaspalavras, alimentei-me; elas setornaram para mim uma delíciae a alegria do coração” (Jr15,16).

Uma das formas mais apro-priadas para se ter contatocom a Palavra de Deus é aprática da Lectio Divina. Essa“leitura orante da Bíblia” foiexortada pelos Padres da Igre-ja e tem sido cultivada atravésdos séculos no coração da vi-da monástica. Atualmente seredescobriu, com grande entu-

siasmo entre os lei-gos, fruto do movi-mento bíblico e doConcilio Vaticano II.A partir da exortaçãoapostólica Dei Ver-bum (n 25) reconhe-ceu vivamente estaprática e, desde en-tão, os documentosda Igreja não têmdeixado de reco-mendá-lo.

A Lectio Divina é,basicamente, o exer-cício dum coraçãodisposto ao encontrocom Deus atravésda Sagrada Escritu-ra. É um exercício deleitura, mas é tam-

bém uma oração. Seus frutosnão vêm tanto pelo acúmulo desaber sobre a Bíblia, mas daaudição da voz de Jesus que,depois da sua morte e ressur-reição, se realiza, se dá de for-ma semelhante à dos discípu-los de Emaús: “E, então, abriusuas inteligências para quecompreendessem as Escritu-ras”( Lc. 24, 45).

Este método de leitura daSagrada Escritura realiza-seatravés de passos bem defini-dos, que podem se expressardidaticamente não só paracompreendê-los melhor, mastambém para praticá-los e en-siná-los. Foi o monge Guigo,em aproximadamente 1150,quem propôs estes quatro pas-sos: leitura, meditação, oraçãoe contemplação. Percebemos,assim, a Lectio Divina comouma escada, onde cada etapado processo é um degrau.

O papa emérito Bento XVI,na Verbum Domini, nos pro-põe: Começa com a leitura(lectio) do texto, que suscita ainterrogação sobre um autênti-co conhecimento do seu con-teúdo: o que diz o texto bíblicoem si? Sem este momento,corre-se o risco que o texto setorne somente um pretexto pa-ra nunca ultrapassar os nossospensamentos. Segue-se de-pois a meditação (meditatio),durante a qual nos pergunta-mos: que nos diz o texto bí-blico? Aqui cada um,pessoal-m e n t e ,mas tam-bém comoreal idadecomunitária,deve deixar-se sensibili-zar e pôr emquestão, por-que não se tra-ta de conside-rar palavras pro-nunciadas nopassado, mas nopresente. Suces-sivamente chega-se ao momento daoração (oratio), quesupõe a pergunta:que dizemos ao Se-nhor, em resposta àsua Palavra? A ora-ção enquanto pedido,intercessão, ação de

graças e lou-vor é o primei-ro modo comoa Palavra nost ransforma.Finalmente, alectio divinac o n c l u i - s ecom a con-t e m p l a ç ã o(contempla-tio), durante aqual assumi-mos comodom de Deuso seu próprioolhar, ao julgara realidade, einterrogamo-nos: qual é aconversão damente, do co-ração e da vi-da que o Senhor nos pede? –Para Bento XVI, a Lectio Divi-na tem suas consequências –Há que recordar ainda que alectio divina não está concluí-da, na sua dinâmica, enquantonão chegar à ação (actio), queimpele a existência do fiel adoar-se aos outros na caridade(VD, 87).

A Bíblia é um livro complexoporque composto de váriostextos contraditórios e uma lei-tura que não seja sistemática ecrítica poderá levar o leitor auma visão passiva da vida. Pa-ra compreender bem

um texto é preciso compreen-der o mundo do autor. Essetrabalho se chama exegese.Doutro modo caímos no funda-mentalismo. Sendo assim énecessário buscar as fontes,retornar, compreendendo e su-perando ideologias até chegarà verdadeira intenção exercen-do uma leitura espiritual da Bí-blia iluminando a própria reali-dade.

Conforme o apóstolo Paulo“A letra mata, o Espírito dá vi-da” (2 Cor 3,6). “Por isso é ne-cessário prover também a umapreparação adequada dos sa-cerdotes e dos leigos, para po-

derem instruir o Povode Deus na genuínaabordagem das Escri-turas”(VD 73). De mo-do que cultivem a ora-ção e a meditação daPalavra de Deus edesenvolvam uma es-piritualidade centradana Palavra e encon-trem nela motivaçõespara vivência da fé. Eassim superem oalerta de São Jerôni-mo: “a ignorância dasEscrituras é ignorân-cia de Cristo”. A Escri-tura é antes de tudoPalavra de Deus. Masnão uma palavra apri-sionada no passado,mas sim palavra vivaque se dirige ao ho-mem de hoje.

Bruno Costa Ribeiro

33SETEMBRO2014DIOCESEEMFOCO

A ignorância das Escriturasé ignorância de Cristo

não se lidera por meio deterceiros, da mesma forma, não se

lidera estando mentalmente eespiritualmente afastado do público alvo da mensagem.

“”

6 SETEMBRO2014 ARTIGOS

Fé &

Pol

ítica

LIDERANÇA E COMUNICAÇÃO

Juliano NunesJornalista [email protected]

A comunicação eficienteé uma das ferramentas maisimportantes para qualquer li-derança. Ela deve ser direta,clara e objetiva. Não temostempo para rodeios; mensa-gens obscuras não transmi-tem conteúdo; o excesso deinformações impossibilita oreceptor de chegar ao en-tendimento, finalidade doato de comunicar.

Em tempos de internet –chegando mais longe – e in-formações na palma damão, a um toque, fica umadúvida, aparentemente con-traditória: está havendo co-municação eficiente? Esta-mos nos beneficiando da en-xurrada de notícias exibidasno celular, PC, rádio, jornais

e TV? Econo-mia, política,cultura, espor-tes, cotidiano,policial; o volu-me aumenta emquantidade evelocidade, contudo não emqualidade. A liderança ga-nha importância, entretanto,se afasta das pessoas e asconversas olho no olho fi-cam raras.

Não se lidera por meio deterceiros, da mesma forma,não se lidera estando men-talmente e espiritualmenteafastado do público alvo damensagem. O líder não de-ve desprezar os meios decomunicação, contudo, nãoos pode priorizar ou se res-

tringir a eles. Imaginemospais ausentes da vida em fa-mília, comunicando-se vir-tualmente; pensemos emum pastor presente na vidade sua comunidade apenasna rádio, na internet ou naTV; um empresário, isoladoem sua sala, que ordenaaos colaboradores por meiodos gerentes e supervisores(estes não são meros “garo-tos de recados”). O celularpode até transmitir mensa-gens de amor e união, toda-

via, ele não substitui o calorhumano, a força do abraço,a energia da união.

Muitos anos atrás, as ge-rações e a Igreja não convi-veram com a tecnologia; atépouco tempo atrás, as famí-lias e as comunidades nãotinham acesso ao aparatoeletrônico tal qual o conhe-cemos hoje, nem por issohavia tanta desunião etranstornos como agora. Ospais não concorriam com aTV e as redes sociais naconvivência com os filhos;os padres eram próximos àsfamílias; as grandes empre-sas, geradoras de empregoe bons produtos, passarama usar computadores há cer-ca de 20 anos. Nós nos en-

tregamos demais às telas eainda não percebemos queelas não têm braços.

Precisamos voltar àqueletempo quando pais e filhos,sem TV, tinham prazer emse sentar para conversar ou,com TV, sabiam qual era omomento para dialogar e pa-rar o aparelho. Estamos ca-rentes de pastores atentosàs nossas fraquezas, líderesespirituais firmes sim, po-rém, amigos, disponíveis,abertos. Queremos empre-sas onde, mesmo com cres-cimento – bem-vindo –, oproprietário ou sócio dialo-gue com os colaboradores,ainda que a organização te-nha gerentes e superviso-res.

53 anos de memória do Cônego Lafayette

Aparóquia Santa Maria Eterna,em Santa Maria do Suaçuí,vai comemorar, dia 21 de se-tembro, o 53º aniversário defalecimento do Cônego La-

fayette da Costa Coelho, que ali trabalhoudurante 44 anos, de 1917 a 1961, dei-xando grande fama de santidade.

A comemoração do primeiro aniversá-rio de falecimento, em 1962, foi marcadacom três missas: uma em Glucínio (Cris-tais), outra em Folha Larga, atual JoséRaydan, e a terceira na matriz de SantaMaria. Segundo o então pároco, padreJoão Motta, mais de seiscentas pessoascomungaram durante aquela missa. A ca-da ano era maior o número de pessoasparticipantes daquela eucaristia.

A missa do 10º aniversário, em 1971,com a presença de milhares de fiéis, foipresidida por Dom Geraldo Sigaud, arce-bispo de Diamantina. No ano seguinte,por iniciativa dos próprios paroquianos,com a aprovação do pároco, padre LuizBarroso, houve um tríduo vocacional pre-paratório para a data festiva. Em 1994 jáeram celebradas quatro missas: às, 5h,às 7h, às 10h e às 19h, sendo a terceiraa mais concorrida de todas. Nesse anocomeçou também outra atividade festiva:uma cavalgada, em 10 de novembro, pa-

ra comemorar o aniversário natalício doCônego Lafayette.

Desde 2002 o povo faz uma novenaem louvor à Santíssima Trindade pelabeatificação do Servo de Deus, o queperdura até hoje. Em 2009 foi concluída aprimeira fase do processo de canoniza-ção que levará o Servo de Deus à honrados altares.

Ano após ano aumenta o número das

pessoas que vão a Santa Maria agrade-cer a Deus as bênçãos recebidas d’Elepor intermédio de seu Servo Cônego. In-contáveis padres e bispos já participa-ram da celebração; dentre eles Dom Ge-raldo Magela Reis, Dom José PedroCosta, Dom Antônio Felippe da Cunha,Cardeal Dom Serafim Fernandes deAraújo, Dom Emanuel Messias de Oli-veira, e o atual bispo de Guanhães, Dom

Jeremias Antônio de Jesus.Parafraseando o evangelho de

Mateus (11, 7-15), podemos per-guntar: “O que fostes ver em SantaMaria do Suaçuí? Um sacerdoteque abençoa o povo? O que foramver? Pessoas relatando milagres?Eis que a Escritura diz: Eis que en-vio o meu mensageiro à tua frente,ele vai preparar o caminho diantede ti”.

O povo vai a Santa Maria parase enriquecer com o exemplo sin-cero de um humilde servidor doEvangelho; vai agradecer a Deusas graças conquistadas por inter-médio de um sacerdote que viveu agrandeza cristã na simplicidade hu-mana; e cada pessoa que participada celebração sai contando aos de-mais as maravilhas que Deus reali-

za através de seus servos fiéis, esperan-do o dia memorável em que o Servo deDeus – Côn. Lafayette – conquistará ahonra dos altares, com a declaração ofi-cial da Igreja.

Pe. Ismar Dias de Matos, biógrafo do

Servo de Deus Cônego Lafayette.

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4 SETEMBRO2014 5SETEMBRO2014ORDENAÇÕES

Com suas mãos ungidas, o sacerdote tem a missão de plasmar o mundo como amor, graças a sua capacidade de doação, de criatividade, mas, sobretudograças ao auxílio do Espírito Santo. Portanto, se a vida de oração definhar, en-tão se corre o risco de cair no ativismo frenético do mundo, perdendo a orien-

tação, a identidade. Deixa de ser “amigo” para ser um “servo”. Na verdade, não é o mun-do que deve influenciar a vida do sacerdote, mas a vida do sacerdote é que deve in-fluenciar a vida do mundo conduzindo a Deus. Isto porque a amizade com Jesus é ami-zade com os seus, de modo que só podemos ser amigos de Jesus na comunhão comCristo inteiro. É Cristo, que através do sacerdote, vem ao mundo para transformá-lo.As palavras de Bento XVI nos ajudam, ainda, a entender o compromisso dos sacerdotesna vida da comunidade cristã “são duas as tarefas que definem a essência do ministériosacerdotal: em primeiro lugar o ‘estar diante do Senhor’” – afirma o santo padre – “umavida na presença de Deus e com isto também um ministério em representação dos ou-

tros” (BENTO XVI. Homilia de Quinta-feira Santa, 20 de Março de2008). Dessa forma o sacerdote deve ser alguém que vigia, quemantém o mundo desperto para Deus. Deve ser alguém que estáfirme no compromisso pelo bem. Deve ocupar-se de Cristo, da suapalavra, da sua verdade, do seu amor. E também ocupar-se doshomens junto do Senhor que, por sua vez, se ocupa de todos nósjunto do Pai. O sacerdote celebra levando sobre os ombros o povoque lhe é confiado. Na comunhão com Jesus Cristo, homens depaz, são chamados a opor-se à violência e a confiar no poder maiordo amor.Acompanhemos as entrevistas com os neossacerdotes José Ge-raldo, Ivani e Salomão apresentando suas trajetórias, esperanças edesejos:

Entrevista comneossacerdoteIvani

Folha Diocesana:Como você se sen-tiu chamado e comose desenvolveu suavocação?Padre Ivani: Acredi-

to que só é possível ouvir o chamado de Deus a partirde uma resposta humana e solidária. Minha vocaçãofoi desenvolvendo a partir da minha experiência de féque não é virtude minha, mas dom de Deus.Folha Diocesana: Como sua família o ajudou a culti-var esta caminhada vocacional?Padre Ivani: O incentivo que sempre tive da minha fa-mília no desenvolvimento da vocação foi seu exemplode fé e honestidade. Eles sempre respeitaram minha li-berdade. Minha eterna gratidão.Folha Diocesana: O que guarda como lição de vidado tempo de seminário?Padre Ivani: Guardo no coração como lição de vida dotempo de seminário três dimensões que a equipe deformação sempre insistiu: Oração, trabalho e estudo.Folha Diocesana: Quais são os seus sonhos comosacerdote, em breve, na diocese de Guanhães?Padre Ivani: Como presbítero da Igreja na diocese deGuanhães, meu ideal é ser um sinal da graça de Deusna vida do povo de Deus a quem o bispo me confiar.Folha Diocesana: O que tem a dizer às pessoas queforam companheiras em sua caminhada vocacional,no seminário, em sua paróquia, nas comunidades poronde passou e nas experiências pastorais?Padre Ivani: Aos meus colegas e companheiros decurso, à equipe de formação do seminário, à diocesede Caratinga e Guanhães, minha paróquia de origem,meus familiares, deixo aqui registrada minha palavrade gratidão. Deus lhes pague.Folha Diocesana: Quais desafios acreditam que teráno exercício do ministério presbiteral?Padre Ivani: Os desafios são muitos, é impossível deenumerar. Acredito que os maiores desafios que pode-mos encontrar no exercício do ministério presbiteral tal-vez seja adaptar uma linguagem que possa provocarno mundo o encantamento pela pessoa de Jesus Cris-to.Folha Diocesana: Fale sobre as esperanças que en-chem seu coração neste tempo feliz de sua ordenaçãopresbiteral.Padre Ivani: Estou muito feliz, está aproximando ogrande dia da minha ordenação: momento único. Nãoestou chegando só, porque não comecei a caminhadasozinho, muitas pessoas conhecidas e não conhecidasestiveram junto comigo no caminho.Peço a Deus per-severança e fidelidade no ministério.E um tempo dedeixar ser envolvido por Deus.Folha Diocesana: O que a Igreja pode esperar de vo-cê como sacerdote, aqui na diocese de Guanhães, pa-ra o seu crescimento pastoral?Padre Ivani: A Igreja pode contar com minha disponi-bilidade, com meu serviço. Na medida das minhas ca-pacidades e possibilidades estarei junto fazendo cami-nho e construindo história.Folha Diocesana: Como se sente ao fazer parte dopresbitério da Diocese de Guanhães?Padre Ivani: Sinto-me acolhido. No presbitério exigefraternidade, comunhão e ajuda mútua. Os padres danossa diocese são marcados pelo trabalho quero so-mar com eles.

Entrevista comneossacerdoteJosé Geraldo

Folha Diocesana:Como você se sen-tiu chamado e comose desenvolveu suavocação?Padre José Geral-

do: Percebi algo di-ferente em mim quando estava com oito anos de idadee passei a me interessar mais pelo ambiente de igreja.Eu gostava de estar ali, mesmo sem saber explicar oporquê. Minha vocação se desenvolveu a partir da par-ticipação nas atividades da igreja e também vendo ozelo e o testemunho do padre Antônio Alves. Folha Diocesana: Como sua família o ajudou a culti-var sua caminhada vocacional? Padre José Geraldo: Primeiramente me apoiando erespeitando minha decisão. Somente a minha mãe noinício não aceitava bem, pois queria que eu tivesseuma família. Mas com as orações de tantas pessoas econstantes conversas, ela e outras coisas foram seajustando. Folha Diocesana: O que guarda como lição de vidado tempo de seminário?Padre José Geraldo: Sentia o esforço de grande par-te para viver o lado comunitário e também os valorespara o bem viver. Folha Diocesana: Quais são os seus sonhos comosacerdote, em breve, na diocese de Guanhães?Padre José Geraldo: Acho que uma resposta assimtão rápida, em pouco tempo de ordenado, é difícil deresponder. Mas sonho ter um ministério frutuoso, ondeeu possa ter prazer em minha resposta a Deus naspessoas de meus irmãos e irmãs, em especial, os maiscarentes espiritualmente. Folha Diocesana: O que tem a dizer às pessoas queforam companheiras em sua caminhada vocacional,no seminário, em sua paróquia, nas comunidades poronde passou e nas experiências pastorais?Padre José Geraldo: A estas pessoas digo: Que Deusos abençoe, pela força, incentivo, apoio e as tantasorações que a mim, neste período, chegaram. Tenhocerteza que sem isso eu jamais teria chegado aondecheguei. Folha Diocesana: Quais desafios e temores acreditaque terá no exercício do ministério presbiteral?Padre José Geraldo: Ser presença viva de Deus àspessoas que precisarem de mim. Enfrentar as situa-ções atuais que tentam sufocar a vida dos irmãos e ir-mãs...Folha Diocesana: Fale sobre as esperanças que en-chem seu coração neste tempo feliz de sua ordenaçãopresbiteral.Padre José Geraldo: Tenho procurado fortalecer mi-nha esperança através das Palavras de Jesus, ondeelas têm me confortado e amparado em situações emque cheguei ao meu limite e muitas das vezes penseique não daria conta de dar tão precioso passo em mi-nha vida. A Deus, eu agradeço e peço muitas forçaspara superar os medos e desafios que virão diante dasminhas noites traiçoeiras. Folha Diocesana: O que a Igreja pode esperar de vo-cê como sacerdote, aqui na diocese de Guanhães, pa-ra o seu crescimento pastoral?Padre José Geraldo: Pode esperar de mim um bomempenho. O que eu puder fazer, apesar do cansaço edas fadigas para zelar pela missão da Igreja aqui nadiocese de Guanhães, eu irei fazer. Pois amo a Igrejaem que estou e com ela lutarei contra tudo que destróia vida humana. Folha Diocesana: Como se sente ao fazer parte dopresbitério da Diocese de Guanhães?Padre José Geraldo: Muita alegria por saber que es-tou sendo acolhido nesta família. Aos meus irmãospresbíteros, desejo de fato ser irmão e companheironos momentos em que teremos que enfrentar juntossituações desafiadoras.

Entrevista com neossacerdoteSalomão

Folha Diocesana: Como você se sentiu cha-mado e como se desenvolveu sua vocação ?Padre Salomão: Penso que Deus foi muito"metodológico" ao me chamar; Seu chama-mento foi devagarzinho, e quando eu percebijá tinha dito o meu SIM. Acredito que fui dandoa resposta a esse chamamento dentro da co-munidade, onde a vocação se desenvolveu.O exemplo de vida de muitos leigos e das ir-

mãs Clarissas-Franciscana, que moravam em minha cidade na época, foi funda-mental para esse desenvolvimento.Folha Diocesana: Como sua família o ajudou a cultivar sua caminhada vocacio-nal? Padre Salomão: Como bons mineiros que são, meus familiares sempre forambem católicos. Minha mãe sempre com exemplos mais engajados na comunidade;meu pai sempre fiel ao terço e à missa aos domingos; minha irmã mais velha foiminha primeira catequista; os outros irmãos e parentes, com suas particularidades,também expressavam sua fé. Então penso que a maior ajuda que eles me deramfoi os seus exemplos. Folha Diocesana: Como os trabalhos pastorais na paróquia de São José (Paulis-tas) neste tempo têm ajudado em sua preparação para o sacerdócio? Padre Salomão: Quando criança não me lembro de padre morando em nossa pa-róquia; os trabalhos pastorais eram desenvolvidos pelas irmãs e os leigos. A paró-quia São José, em Paulistas, sempre teve leigos atuantes. O engajamento dos lei-gos coordenados pelas irmãs foi um grande incentivo para mim. O que o Docu-mento de Aparecida nos pede hoje, eu acredito que em muito a paróquia de SãoJosé já realizava há muito tempo. Também me lembro muito bem do esforço queos padres, que vinham de outras cidades, tinham para não deixarem nossa paró-quia sem missa e outros sacramentos. Foram grandes guerreiros! Desde 2007 vol-tamos a ter um padre residente, era o grande desejo do povo. Tudo isso contribuiu para que Paulistas se tornasse uma paróquia peculiar; pelostrabalhos pastorais transpirava-se amor e fé. Assim pude perceber que era issomesmo que eu queria e quero. Folha Diocesana: O que guarda como lição de vida do tempo de seminário?Padre Salomão: Toda a vivência no seminário se torna lição: As amizades cons-truídas, a vida de oração e estudos, as experiências na pastoral, a disciplina ad-quirida, as decepções sofridas, as angústias ... enfim, acredito que tudo que vivi láme ajuda a ser e viver melhor hoje. E tenho certeza que sempre me ajudará a serum padre mais conectado com a realidade, e assim desenvolver um trabalho pas-toral mais adequado à vida do povo e do mundo atual. Folha Diocesana: Quais são os seus sonhos como sacerdote, em breve, na dio-cese de Guanhães?Padre Salomão: Meu sonho último é o Reino de Deus. E "meus sonhos comopresbítero" é um meio para se chegar à concretização desse Reino inaugurado porJesus. Estar na diocese de Guanhães é um grande presente que Deus me deu.Quero somar e ajudar no que for possível. Folha Diocesana: O que tem a dizer às pessoas que foram companheiras em suacaminhada vocacional, no seminário, em sua paróquia, nas comunidades por on-de passou e nas experiências pastorais?Padre Salomão: Só tenho a agradecer. Sei que tudo que eu disser será aquém doagradecimento que merecem.Muitas pessoas sonharam comigo esse momento, investiram sonhos e incentivos;lágrimas e sorrisos; incontáveis e valiosas orações e preciosas ajudas materiaistambém. Acredito que minha ordenação não é só minha e sim de todos que, dire-ta ou indiretamente, contribuíram durante todo esse período de preparação.Digo a todos que quero fazer de meu ministério meu maior ato de agradecimentoa Deus, à Igreja e a todos.Folha Diocesana: Quais desafios e temores acredita que terá no exercício do mi-nistério presbiteral?Padre Salomão: Desafios e temores são normais, mas com Deus eles se tornammenores, é o que penso. Meu maior medo e desafio é deixar de acreditar nisso. Folha Diocesana: Fale sobre as esperanças que enchem seu coração neste tem-po feliz de sua ordenação presbiteral.Padre Salomão: Vi nossas comunidades paroquiais, e até mesmo diocesanas, seenvolverem de forma tão bela em nossas ordenações (de nós três diáconos). Vique coisas maravilhosas essas comunidades fizeram. Minha grande esperança éque consigamos canalizar toda essa energia de nossas comunidades para fortale-cer ainda mais a nossa fé e realizar o que Jesus sempre nos propôs: um outromundo possível.Folha Diocesana: O que a Igreja pode esperar de você como sacerdote, aqui nadiocese de Guanhães, para o seu crescimento pastoral?Padre Salomão: A Igreja pode esperar uma pessoa que está de mente e coraçãoabertos para acolher a suas orientações e disposto a trabalhar. Alguém que chegapara somar sem preconceitos e ideias fixas. Um homem da Palavra, de palavra, eque veio para dar a Palavra. Folha Diocesana: Como se sente ao fazer parte do presbitério da Diocese deGuanhães?Padre Salomão: Sinto-me muito feliz por fazer parte de um presbitério tão aben-çoado, tão simples e tão trabalhador. Muitos que vi e vejo como ícones da evan-gelização desta nossa região agora me acolhem, e sei que é de coração. Tudo is-so é motivo de grande alegria para mim.

“Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração” (Jer 3, 15).

Três novos sacerdotes para a diocese de Guanhães

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Com suas mãos ungidas, o sacerdote tem a missão de plasmar o mundo como amor, graças a sua capacidade de doação, de criatividade, mas, sobretudograças ao auxílio do Espírito Santo. Portanto, se a vida de oração definhar, en-tão se corre o risco de cair no ativismo frenético do mundo, perdendo a orien-

tação, a identidade. Deixa de ser “amigo” para ser um “servo”. Na verdade, não é o mun-do que deve influenciar a vida do sacerdote, mas a vida do sacerdote é que deve in-fluenciar a vida do mundo conduzindo a Deus. Isto porque a amizade com Jesus é ami-zade com os seus, de modo que só podemos ser amigos de Jesus na comunhão comCristo inteiro. É Cristo, que através do sacerdote, vem ao mundo para transformá-lo.As palavras de Bento XVI nos ajudam, ainda, a entender o compromisso dos sacerdotesna vida da comunidade cristã “são duas as tarefas que definem a essência do ministériosacerdotal: em primeiro lugar o ‘estar diante do Senhor’” – afirma o santo padre – “umavida na presença de Deus e com isto também um ministério em representação dos ou-

tros” (BENTO XVI. Homilia de Quinta-feira Santa, 20 de Março de2008). Dessa forma o sacerdote deve ser alguém que vigia, quemantém o mundo desperto para Deus. Deve ser alguém que estáfirme no compromisso pelo bem. Deve ocupar-se de Cristo, da suapalavra, da sua verdade, do seu amor. E também ocupar-se doshomens junto do Senhor que, por sua vez, se ocupa de todos nósjunto do Pai. O sacerdote celebra levando sobre os ombros o povoque lhe é confiado. Na comunhão com Jesus Cristo, homens depaz, são chamados a opor-se à violência e a confiar no poder maiordo amor.Acompanhemos as entrevistas com os neossacerdotes José Ge-raldo, Ivani e Salomão apresentando suas trajetórias, esperanças edesejos:

Entrevista comneossacerdoteIvani

Folha Diocesana:Como você se sen-tiu chamado e comose desenvolveu suavocação?Padre Ivani: Acredi-

to que só é possível ouvir o chamado de Deus a partirde uma resposta humana e solidária. Minha vocaçãofoi desenvolvendo a partir da minha experiência de féque não é virtude minha, mas dom de Deus.Folha Diocesana: Como sua família o ajudou a culti-var esta caminhada vocacional?Padre Ivani: O incentivo que sempre tive da minha fa-mília no desenvolvimento da vocação foi seu exemplode fé e honestidade. Eles sempre respeitaram minha li-berdade. Minha eterna gratidão.Folha Diocesana: O que guarda como lição de vidado tempo de seminário?Padre Ivani: Guardo no coração como lição de vida dotempo de seminário três dimensões que a equipe deformação sempre insistiu: Oração, trabalho e estudo.Folha Diocesana: Quais são os seus sonhos comosacerdote, em breve, na diocese de Guanhães?Padre Ivani: Como presbítero da Igreja na diocese deGuanhães, meu ideal é ser um sinal da graça de Deusna vida do povo de Deus a quem o bispo me confiar.Folha Diocesana: O que tem a dizer às pessoas queforam companheiras em sua caminhada vocacional,no seminário, em sua paróquia, nas comunidades poronde passou e nas experiências pastorais?Padre Ivani: Aos meus colegas e companheiros decurso, à equipe de formação do seminário, à diocesede Caratinga e Guanhães, minha paróquia de origem,meus familiares, deixo aqui registrada minha palavrade gratidão. Deus lhes pague.Folha Diocesana: Quais desafios acreditam que teráno exercício do ministério presbiteral?Padre Ivani: Os desafios são muitos, é impossível deenumerar. Acredito que os maiores desafios que pode-mos encontrar no exercício do ministério presbiteral tal-vez seja adaptar uma linguagem que possa provocarno mundo o encantamento pela pessoa de Jesus Cris-to.Folha Diocesana: Fale sobre as esperanças que en-chem seu coração neste tempo feliz de sua ordenaçãopresbiteral.Padre Ivani: Estou muito feliz, está aproximando ogrande dia da minha ordenação: momento único. Nãoestou chegando só, porque não comecei a caminhadasozinho, muitas pessoas conhecidas e não conhecidasestiveram junto comigo no caminho.Peço a Deus per-severança e fidelidade no ministério.E um tempo dedeixar ser envolvido por Deus.Folha Diocesana: O que a Igreja pode esperar de vo-cê como sacerdote, aqui na diocese de Guanhães, pa-ra o seu crescimento pastoral?Padre Ivani: A Igreja pode contar com minha disponi-bilidade, com meu serviço. Na medida das minhas ca-pacidades e possibilidades estarei junto fazendo cami-nho e construindo história.Folha Diocesana: Como se sente ao fazer parte dopresbitério da Diocese de Guanhães?Padre Ivani: Sinto-me acolhido. No presbitério exigefraternidade, comunhão e ajuda mútua. Os padres danossa diocese são marcados pelo trabalho quero so-mar com eles.

Entrevista comneossacerdoteJosé Geraldo

Folha Diocesana:Como você se sen-tiu chamado e comose desenvolveu suavocação?Padre José Geral-

do: Percebi algo di-ferente em mim quando estava com oito anos de idadee passei a me interessar mais pelo ambiente de igreja.Eu gostava de estar ali, mesmo sem saber explicar oporquê. Minha vocação se desenvolveu a partir da par-ticipação nas atividades da igreja e também vendo ozelo e o testemunho do padre Antônio Alves. Folha Diocesana: Como sua família o ajudou a culti-var sua caminhada vocacional? Padre José Geraldo: Primeiramente me apoiando erespeitando minha decisão. Somente a minha mãe noinício não aceitava bem, pois queria que eu tivesseuma família. Mas com as orações de tantas pessoas econstantes conversas, ela e outras coisas foram seajustando. Folha Diocesana: O que guarda como lição de vidado tempo de seminário?Padre José Geraldo: Sentia o esforço de grande par-te para viver o lado comunitário e também os valorespara o bem viver. Folha Diocesana: Quais são os seus sonhos comosacerdote, em breve, na diocese de Guanhães?Padre José Geraldo: Acho que uma resposta assimtão rápida, em pouco tempo de ordenado, é difícil deresponder. Mas sonho ter um ministério frutuoso, ondeeu possa ter prazer em minha resposta a Deus naspessoas de meus irmãos e irmãs, em especial, os maiscarentes espiritualmente. Folha Diocesana: O que tem a dizer às pessoas queforam companheiras em sua caminhada vocacional,no seminário, em sua paróquia, nas comunidades poronde passou e nas experiências pastorais?Padre José Geraldo: A estas pessoas digo: Que Deusos abençoe, pela força, incentivo, apoio e as tantasorações que a mim, neste período, chegaram. Tenhocerteza que sem isso eu jamais teria chegado aondecheguei. Folha Diocesana: Quais desafios e temores acreditaque terá no exercício do ministério presbiteral?Padre José Geraldo: Ser presença viva de Deus àspessoas que precisarem de mim. Enfrentar as situa-ções atuais que tentam sufocar a vida dos irmãos e ir-mãs...Folha Diocesana: Fale sobre as esperanças que en-chem seu coração neste tempo feliz de sua ordenaçãopresbiteral.Padre José Geraldo: Tenho procurado fortalecer mi-nha esperança através das Palavras de Jesus, ondeelas têm me confortado e amparado em situações emque cheguei ao meu limite e muitas das vezes penseique não daria conta de dar tão precioso passo em mi-nha vida. A Deus, eu agradeço e peço muitas forçaspara superar os medos e desafios que virão diante dasminhas noites traiçoeiras. Folha Diocesana: O que a Igreja pode esperar de vo-cê como sacerdote, aqui na diocese de Guanhães, pa-ra o seu crescimento pastoral?Padre José Geraldo: Pode esperar de mim um bomempenho. O que eu puder fazer, apesar do cansaço edas fadigas para zelar pela missão da Igreja aqui nadiocese de Guanhães, eu irei fazer. Pois amo a Igrejaem que estou e com ela lutarei contra tudo que destróia vida humana. Folha Diocesana: Como se sente ao fazer parte dopresbitério da Diocese de Guanhães?Padre José Geraldo: Muita alegria por saber que es-tou sendo acolhido nesta família. Aos meus irmãospresbíteros, desejo de fato ser irmão e companheironos momentos em que teremos que enfrentar juntossituações desafiadoras.

Entrevista com neossacerdoteSalomão

Folha Diocesana: Como você se sentiu cha-mado e como se desenvolveu sua vocação ?Padre Salomão: Penso que Deus foi muito"metodológico" ao me chamar; Seu chama-mento foi devagarzinho, e quando eu percebijá tinha dito o meu SIM. Acredito que fui dandoa resposta a esse chamamento dentro da co-munidade, onde a vocação se desenvolveu.O exemplo de vida de muitos leigos e das ir-

mãs Clarissas-Franciscana, que moravam em minha cidade na época, foi funda-mental para esse desenvolvimento.Folha Diocesana: Como sua família o ajudou a cultivar sua caminhada vocacio-nal? Padre Salomão: Como bons mineiros que são, meus familiares sempre forambem católicos. Minha mãe sempre com exemplos mais engajados na comunidade;meu pai sempre fiel ao terço e à missa aos domingos; minha irmã mais velha foiminha primeira catequista; os outros irmãos e parentes, com suas particularidades,também expressavam sua fé. Então penso que a maior ajuda que eles me deramfoi os seus exemplos. Folha Diocesana: Como os trabalhos pastorais na paróquia de São José (Paulis-tas) neste tempo têm ajudado em sua preparação para o sacerdócio? Padre Salomão: Quando criança não me lembro de padre morando em nossa pa-róquia; os trabalhos pastorais eram desenvolvidos pelas irmãs e os leigos. A paró-quia São José, em Paulistas, sempre teve leigos atuantes. O engajamento dos lei-gos coordenados pelas irmãs foi um grande incentivo para mim. O que o Docu-mento de Aparecida nos pede hoje, eu acredito que em muito a paróquia de SãoJosé já realizava há muito tempo. Também me lembro muito bem do esforço queos padres, que vinham de outras cidades, tinham para não deixarem nossa paró-quia sem missa e outros sacramentos. Foram grandes guerreiros! Desde 2007 vol-tamos a ter um padre residente, era o grande desejo do povo. Tudo isso contribuiu para que Paulistas se tornasse uma paróquia peculiar; pelostrabalhos pastorais transpirava-se amor e fé. Assim pude perceber que era issomesmo que eu queria e quero. Folha Diocesana: O que guarda como lição de vida do tempo de seminário?Padre Salomão: Toda a vivência no seminário se torna lição: As amizades cons-truídas, a vida de oração e estudos, as experiências na pastoral, a disciplina ad-quirida, as decepções sofridas, as angústias ... enfim, acredito que tudo que vivi láme ajuda a ser e viver melhor hoje. E tenho certeza que sempre me ajudará a serum padre mais conectado com a realidade, e assim desenvolver um trabalho pas-toral mais adequado à vida do povo e do mundo atual. Folha Diocesana: Quais são os seus sonhos como sacerdote, em breve, na dio-cese de Guanhães?Padre Salomão: Meu sonho último é o Reino de Deus. E "meus sonhos comopresbítero" é um meio para se chegar à concretização desse Reino inaugurado porJesus. Estar na diocese de Guanhães é um grande presente que Deus me deu.Quero somar e ajudar no que for possível. Folha Diocesana: O que tem a dizer às pessoas que foram companheiras em suacaminhada vocacional, no seminário, em sua paróquia, nas comunidades por on-de passou e nas experiências pastorais?Padre Salomão: Só tenho a agradecer. Sei que tudo que eu disser será aquém doagradecimento que merecem.Muitas pessoas sonharam comigo esse momento, investiram sonhos e incentivos;lágrimas e sorrisos; incontáveis e valiosas orações e preciosas ajudas materiaistambém. Acredito que minha ordenação não é só minha e sim de todos que, dire-ta ou indiretamente, contribuíram durante todo esse período de preparação.Digo a todos que quero fazer de meu ministério meu maior ato de agradecimentoa Deus, à Igreja e a todos.Folha Diocesana: Quais desafios e temores acredita que terá no exercício do mi-nistério presbiteral?Padre Salomão: Desafios e temores são normais, mas com Deus eles se tornammenores, é o que penso. Meu maior medo e desafio é deixar de acreditar nisso. Folha Diocesana: Fale sobre as esperanças que enchem seu coração neste tem-po feliz de sua ordenação presbiteral.Padre Salomão: Vi nossas comunidades paroquiais, e até mesmo diocesanas, seenvolverem de forma tão bela em nossas ordenações (de nós três diáconos). Vique coisas maravilhosas essas comunidades fizeram. Minha grande esperança éque consigamos canalizar toda essa energia de nossas comunidades para fortale-cer ainda mais a nossa fé e realizar o que Jesus sempre nos propôs: um outromundo possível.Folha Diocesana: O que a Igreja pode esperar de você como sacerdote, aqui nadiocese de Guanhães, para o seu crescimento pastoral?Padre Salomão: A Igreja pode esperar uma pessoa que está de mente e coraçãoabertos para acolher a suas orientações e disposto a trabalhar. Alguém que chegapara somar sem preconceitos e ideias fixas. Um homem da Palavra, de palavra, eque veio para dar a Palavra. Folha Diocesana: Como se sente ao fazer parte do presbitério da Diocese deGuanhães?Padre Salomão: Sinto-me muito feliz por fazer parte de um presbitério tão aben-çoado, tão simples e tão trabalhador. Muitos que vi e vejo como ícones da evan-gelização desta nossa região agora me acolhem, e sei que é de coração. Tudo is-so é motivo de grande alegria para mim.

“Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração” (Jer 3, 15).

Três novos sacerdotes para a diocese de Guanhães

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Antes do Concílio VaticanoII a Bíblia era tida como tão sa-grada a ponto de ser inacessí-vel, hoje está nas mãos dagrande maioria dos cristãos; is-to graças à constituição “DeiVerbum” que estimulou e tor-nou possível esta realidade.No entanto, para aqueles quetentam lê-la sem nenhumaorientação, a confusão é certa.O resultado é uma “leitura aopé da letra”, com consequên-cias desastrosas, visto que aPalavra de Deus está contidana Sagrada Escritura, mas re-vestida da cultura semita (cul-tura judaica).

É preciso, ainda, consideraros estilos literários, com suasdistintas chaves de interpreta-ção, pois “A verdade é apre-sentada e expressa de manei-ras bem diferentes nos textosde um modo ou outro históri-cos, ou proféticos, ou poéticos,bem como em outras modali-dades de expressão. Ora, épreciso que o intérprete pes-quise o sentido que, em deter-minadas circunstâncias, o ha-giógrafo, conforme a situaçãode seu tempo e sua cultura,quis exprimir e exprimiu pormeio de gêneros literários en-tão em uso” (DV 12).

A Bíblia é, portanto, veículoda Palavra de Deus. No entan-to os textos bíblicos são frutosdas suas respectivas épocas,histórias e contextos sociais eeconômicos. Precisam ser in-terpretados a fim de que se te-nha condição necessária parauma boa interpretação damensagem. Seja qual for nos-

so conhecimento da Escritura,somos sempre questionadospelo texto. Do contrário, caí-mos no fundamentalismo.

A leitura fundamentalistaparte do princípio de que a Bí-blia, sendo Palavra de Deusinspirada é isenta de erro, de-ve ser lida e interpretada literal-mente em todos os seus deta-lhes. Ela se opõe à utilizaçãode qualquer método para a in-terpretação da Escritura. Essetipo de leitura faz com que aBíblia deixe de ser “veículo” daPalavra de Deus e passa a serinstrumento supersticioso.

Ao buscarmos a palavra deDeus na Bíblia precisamos en-tender que “A Sagrada Escritu-ra deve ser lida e interpretadacom o mesmo Espírito comque foi escrita” (DV,12); ou se-ja: o mesmo Espírito que inspi-rou os livros santos deve ilumi-nar os que, docilmente e comespírito de fé, se dedicam a in-terpretá-los. A interpretaçãodeve ser feita a partir da fé enão contra a fé. E assim fazera experiência do profeta quediz: “Quando encontrei tuaspalavras, alimentei-me; elas setornaram para mim uma delíciae a alegria do coração” (Jr15,16).

Uma das formas mais apro-priadas para se ter contatocom a Palavra de Deus é aprática da Lectio Divina. Essa“leitura orante da Bíblia” foiexortada pelos Padres da Igre-ja e tem sido cultivada atravésdos séculos no coração da vi-da monástica. Atualmente seredescobriu, com grande entu-

siasmo entre os lei-gos, fruto do movi-mento bíblico e doConcilio Vaticano II.A partir da exortaçãoapostólica Dei Ver-bum (n 25) reconhe-ceu vivamente estaprática e, desde en-tão, os documentosda Igreja não têmdeixado de reco-mendá-lo.

A Lectio Divina é,basicamente, o exer-cício dum coraçãodisposto ao encontrocom Deus atravésda Sagrada Escritu-ra. É um exercício deleitura, mas é tam-

bém uma oração. Seus frutosnão vêm tanto pelo acúmulo desaber sobre a Bíblia, mas daaudição da voz de Jesus que,depois da sua morte e ressur-reição, se realiza, se dá de for-ma semelhante à dos discípu-los de Emaús: “E, então, abriusuas inteligências para quecompreendessem as Escritu-ras”( Lc. 24, 45).

Este método de leitura daSagrada Escritura realiza-seatravés de passos bem defini-dos, que podem se expressardidaticamente não só paracompreendê-los melhor, mastambém para praticá-los e en-siná-los. Foi o monge Guigo,em aproximadamente 1150,quem propôs estes quatro pas-sos: leitura, meditação, oraçãoe contemplação. Percebemos,assim, a Lectio Divina comouma escada, onde cada etapado processo é um degrau.

O papa emérito Bento XVI,na Verbum Domini, nos pro-põe: Começa com a leitura(lectio) do texto, que suscita ainterrogação sobre um autênti-co conhecimento do seu con-teúdo: o que diz o texto bíblicoem si? Sem este momento,corre-se o risco que o texto setorne somente um pretexto pa-ra nunca ultrapassar os nossospensamentos. Segue-se de-pois a meditação (meditatio),durante a qual nos pergunta-mos: que nos diz o texto bí-blico? Aqui cada um,pessoal-m e n t e ,mas tam-bém comoreal idadecomunitária,deve deixar-se sensibili-zar e pôr emquestão, por-que não se tra-ta de conside-rar palavras pro-nunciadas nopassado, mas nopresente. Suces-sivamente chega-se ao momento daoração (oratio), quesupõe a pergunta:que dizemos ao Se-nhor, em resposta àsua Palavra? A ora-ção enquanto pedido,intercessão, ação de

graças e lou-vor é o primei-ro modo comoa Palavra nost ransforma.Finalmente, alectio divinac o n c l u i - s ecom a con-t e m p l a ç ã o(contempla-tio), durante aqual assumi-mos comodom de Deuso seu próprioolhar, ao julgara realidade, einterrogamo-nos: qual é aconversão damente, do co-ração e da vi-da que o Senhor nos pede? –Para Bento XVI, a Lectio Divi-na tem suas consequências –Há que recordar ainda que alectio divina não está concluí-da, na sua dinâmica, enquantonão chegar à ação (actio), queimpele a existência do fiel adoar-se aos outros na caridade(VD, 87).

A Bíblia é um livro complexoporque composto de váriostextos contraditórios e uma lei-tura que não seja sistemática ecrítica poderá levar o leitor auma visão passiva da vida. Pa-ra compreender bem

um texto é preciso compreen-der o mundo do autor. Essetrabalho se chama exegese.Doutro modo caímos no funda-mentalismo. Sendo assim énecessário buscar as fontes,retornar, compreendendo e su-perando ideologias até chegarà verdadeira intenção exercen-do uma leitura espiritual da Bí-blia iluminando a própria reali-dade.

Conforme o apóstolo Paulo“A letra mata, o Espírito dá vi-da” (2 Cor 3,6). “Por isso é ne-cessário prover também a umapreparação adequada dos sa-cerdotes e dos leigos, para po-

derem instruir o Povode Deus na genuínaabordagem das Escri-turas”(VD 73). De mo-do que cultivem a ora-ção e a meditação daPalavra de Deus edesenvolvam uma es-piritualidade centradana Palavra e encon-trem nela motivaçõespara vivência da fé. Eassim superem oalerta de São Jerôni-mo: “a ignorância dasEscrituras é ignorân-cia de Cristo”. A Escri-tura é antes de tudoPalavra de Deus. Masnão uma palavra apri-sionada no passado,mas sim palavra vivaque se dirige ao ho-mem de hoje.

Bruno Costa Ribeiro

33SETEMBRO2014DIOCESEEMFOCO

A ignorância das Escriturasé ignorância de Cristo

não se lidera por meio deterceiros, da mesma forma, não se

lidera estando mentalmente eespiritualmente afastado do público alvo da mensagem.

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6 SETEMBRO2014 ARTIGOSFé

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LIDERANÇA E COMUNICAÇÃO

Juliano NunesJornalista [email protected]

A comunicação eficienteé uma das ferramentas maisimportantes para qualquer li-derança. Ela deve ser direta,clara e objetiva. Não temostempo para rodeios; mensa-gens obscuras não transmi-tem conteúdo; o excesso deinformações impossibilita oreceptor de chegar ao en-tendimento, finalidade doato de comunicar.

Em tempos de internet –chegando mais longe – e in-formações na palma damão, a um toque, fica umadúvida, aparentemente con-traditória: está havendo co-municação eficiente? Esta-mos nos beneficiando da en-xurrada de notícias exibidasno celular, PC, rádio, jornais

e TV? Econo-mia, política,cultura, espor-tes, cotidiano,policial; o volu-me aumenta emquantidade evelocidade, contudo não emqualidade. A liderança ga-nha importância, entretanto,se afasta das pessoas e asconversas olho no olho fi-cam raras.

Não se lidera por meio deterceiros, da mesma forma,não se lidera estando men-talmente e espiritualmenteafastado do público alvo damensagem. O líder não de-ve desprezar os meios decomunicação, contudo, nãoos pode priorizar ou se res-

tringir a eles. Imaginemospais ausentes da vida em fa-mília, comunicando-se vir-tualmente; pensemos emum pastor presente na vidade sua comunidade apenasna rádio, na internet ou naTV; um empresário, isoladoem sua sala, que ordenaaos colaboradores por meiodos gerentes e supervisores(estes não são meros “garo-tos de recados”). O celularpode até transmitir mensa-gens de amor e união, toda-

via, ele não substitui o calorhumano, a força do abraço,a energia da união.

Muitos anos atrás, as ge-rações e a Igreja não convi-veram com a tecnologia; atépouco tempo atrás, as famí-lias e as comunidades nãotinham acesso ao aparatoeletrônico tal qual o conhe-cemos hoje, nem por issohavia tanta desunião etranstornos como agora. Ospais não concorriam com aTV e as redes sociais naconvivência com os filhos;os padres eram próximos àsfamílias; as grandes empre-sas, geradoras de empregoe bons produtos, passarama usar computadores há cer-ca de 20 anos. Nós nos en-

tregamos demais às telas eainda não percebemos queelas não têm braços.

Precisamos voltar àqueletempo quando pais e filhos,sem TV, tinham prazer emse sentar para conversar ou,com TV, sabiam qual era omomento para dialogar e pa-rar o aparelho. Estamos ca-rentes de pastores atentosàs nossas fraquezas, líderesespirituais firmes sim, po-rém, amigos, disponíveis,abertos. Queremos empre-sas onde, mesmo com cres-cimento – bem-vindo –, oproprietário ou sócio dialo-gue com os colaboradores,ainda que a organização te-nha gerentes e superviso-res.

53 anos de memória do Cônego Lafayette

Aparóquia Santa Maria Eterna,em Santa Maria do Suaçuí,vai comemorar, dia 21 de se-tembro, o 53º aniversário defalecimento do Cônego La-

fayette da Costa Coelho, que ali trabalhoudurante 44 anos, de 1917 a 1961, dei-xando grande fama de santidade.

A comemoração do primeiro aniversá-rio de falecimento, em 1962, foi marcadacom três missas: uma em Glucínio (Cris-tais), outra em Folha Larga, atual JoséRaydan, e a terceira na matriz de SantaMaria. Segundo o então pároco, padreJoão Motta, mais de seiscentas pessoascomungaram durante aquela missa. A ca-da ano era maior o número de pessoasparticipantes daquela eucaristia.

A missa do 10º aniversário, em 1971,com a presença de milhares de fiéis, foipresidida por Dom Geraldo Sigaud, arce-bispo de Diamantina. No ano seguinte,por iniciativa dos próprios paroquianos,com a aprovação do pároco, padre LuizBarroso, houve um tríduo vocacional pre-paratório para a data festiva. Em 1994 jáeram celebradas quatro missas: às, 5h,às 7h, às 10h e às 19h, sendo a terceiraa mais concorrida de todas. Nesse anocomeçou também outra atividade festiva:uma cavalgada, em 10 de novembro, pa-

ra comemorar o aniversário natalício doCônego Lafayette.

Desde 2002 o povo faz uma novenaem louvor à Santíssima Trindade pelabeatificação do Servo de Deus, o queperdura até hoje. Em 2009 foi concluída aprimeira fase do processo de canoniza-ção que levará o Servo de Deus à honrados altares.

Ano após ano aumenta o número das

pessoas que vão a Santa Maria agrade-cer a Deus as bênçãos recebidas d’Elepor intermédio de seu Servo Cônego. In-contáveis padres e bispos já participa-ram da celebração; dentre eles Dom Ge-raldo Magela Reis, Dom José PedroCosta, Dom Antônio Felippe da Cunha,Cardeal Dom Serafim Fernandes deAraújo, Dom Emanuel Messias de Oli-veira, e o atual bispo de Guanhães, Dom

Jeremias Antônio de Jesus.Parafraseando o evangelho de

Mateus (11, 7-15), podemos per-guntar: “O que fostes ver em SantaMaria do Suaçuí? Um sacerdoteque abençoa o povo? O que foramver? Pessoas relatando milagres?Eis que a Escritura diz: Eis que en-vio o meu mensageiro à tua frente,ele vai preparar o caminho diantede ti”.

O povo vai a Santa Maria parase enriquecer com o exemplo sin-cero de um humilde servidor doEvangelho; vai agradecer a Deusas graças conquistadas por inter-médio de um sacerdote que viveu agrandeza cristã na simplicidade hu-mana; e cada pessoa que participada celebração sai contando aos de-mais as maravilhas que Deus reali-

za através de seus servos fiéis, esperan-do o dia memorável em que o Servo deDeus – Côn. Lafayette – conquistará ahonra dos altares, com a declaração ofi-cial da Igreja.

Pe. Ismar Dias de Matos, biógrafo do

Servo de Deus Cônego Lafayette.

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Page 7: Folha diocesana ed219

Con se lho Edi to rial:

Padre Adão Soares de Souza, padre Saint-Clair Ferreira Filho, Taisson dos Santos BicalhoRevisão: Mariza da Consolação PimentaDupimJor na lis ta Res pon sá vel:

Luiz Eduar do Bra ga - SJPMG 3883En de re ço pa ra cor res pon dên cia:

Rua Amável Nunes, 55 - CentroGuanhães-MG - CEP: 39740-000Fone:(33) 3421-3331fo lha dio ce sa na@ gmail.com

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expediente

2 SETEMBRO2014

O jornal Folha Diocesana reserva-se o direito de condensar/editar as matériasenviadas como colaboração.Os artigos assinados não refletem necessariamente a

opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores.

COMEMORAÇÃO - SETEMBRO DE 2014Padres, religiosas, consagradas e seminaristas da diocese de Guanhães

DAREDAÇÃO

Lista dos Aniversários do Clero da Diocese de Guanhães

01 Pe. Mário Gomes da Silva Nascimento

06 Pe. João Carlos Sousa Nascimento

08 Dom Marcello Romano Ordenação Episcopal

16 Dom Marcello Romano Posse Canônica Araçuaí

22 Dom José Maria Pires Ordenação Episcopal

24 Pe. José de Brito Filho Nascimento

27 Pe. Elair Sales Diniz Nascimento

Lista dos Aniversários das Religiosas e Consagradas da Diocese de Guanhães

02 Ir. Regina Vieira (Conc. M. Dentro – Clarissa Franciscana) Nascimento

07 Maria Raquel M. Duarte (Guanhães – Coop. Família) Nascimento

19 Gracíula Gonzaga (Guanhães – Coop. Família) Nascimento

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Edito

rial

SETEMBRO07 Grito dos Excluídos9 Coordenação de Pastoral (14hs.)9 Colégio dos Consultores (9hs.)9 PASCOM12 a 14 Assembléia eletiva - da Pastoral da Criança13 a 14 Pastoral da Juventude13 Escola de Teologia: Mariologia (Pe. Valter)13-21 Novena e Festa do Servo de Deus Cônego Lafayette emSanta Maria do Suaçuí13 CRB em Carmésia18 a 20 Tríduo Servo de Deus Côn. Lafayette em todas as Pa-róquias da Diocese 23 Reunião dos Padres29 às 10hs. Missa com todos os padres na festa do padroeiroda Diocese e almoço na Paróquia São Miguel

OUTUBRO5 Eleições para Presidente

18 e 19 Espiritualidade da RCC12 Jubileu de N. S. Aparecida em Divinolândia12 Presença da Equipe Causa do Côn. Divinolândia14 PASCOM18 Escola Teologia: Escatologia (Pe. Wanderlei Fonseca)18 Encontro Diocesano da P. Carcerária em Guanhães19 DNJ em Divinolândia21 a 23 Atualização dos Agentes (De 9 às 12hs.) Tema: Revi-talização das Paróquias em Guanhães25 Encontro da Pastoral da Saúde na Área S. Maria27 Encontro de convivência mensal dos padres em Joanésia eEncontro dos padres de 0 a 10 anos após as 14hs.28 e 29 de Outubro: Encontro com a dinâmica do “eneagrama”com o Diácono Ruy de Juiz de Fora.

contribua com a

FOLHADIOCESANADados para depósito bancário:Editora Folha Diocesana de GuanhãesCooperativa: 4103-3Conta Corrente: 10.643.001-7SICOOB-CREDICENM

A FOLHA DIOCESANAPRECISA DE VOCÊ

Em setembro aesperança se refaz

A igreja no Brasil, no mês de setembro, chama a atençãopara a Sagrada Escritura, já que sempre veneramos as divi-nas Escrituras como veneramos o próprio Corpo do Senhor(Dei Verbum, 21).

Aliás, a 48ª Assembleia dos Bispos (Assembleia Geral emBrasília de 2010) lança o apelo “para que, em nossas dioce-ses, paróquias e comunidades, se ofereça e se facilite o aces-so à Bíblia, ao estudo bíblico e à vivência da mensagem re-velada”. Os Roteiros para grupos de reflexão buscam atendereste apelo, juntamente com sua equipe formada e a Pascom.

No mês da primavera nossa Igreja particular tem a alegriade saudar três novos padres para o serviço do povo de Deus.Depois de um longo período de estudos, alegrias e sofrimen-to, esses neossacerdotes são enviados para a messe do Se-nhor como operários que irradiam vitalidade e ânimo de quemmuito esperou. Poderemos conhecer um pouco mais do per-curso de cada um através da entrevista.

Eles – os neossacerdotes – serão líderes nas comunida-des eclesiais. No entanto, não se lidera por meio de terceiros;da mesma forma, não se lidera estando mentalmente e espi-ritualmente afastado do público alvo da mensagem. Esta é aproposta do texto “Liderança e Comunicação” do jornalistaJuliano Nunes. Lembrando que estamos num período de es-colha dos líderes políticos em nosso país.

Celebramos ainda o dia do padroeiro de nossa Diocese,São Miguel Arcanjo, e também o 53º aniversário de faleci-mento do Cônego Lafayette. Que São Miguel nos defendanas nossas labutas e que o Cônego, com fama de santo, se-ja modelo e exemplo para os nossos novos padres.

Boa leitura.

Aniversário de Falecimento do Servo de DeusCônego Lafayette da Costa Coelho

Vem ai o 53ºAniversário deFalecimento do Servode Deus CônegoLafayette da CostaCoelho, de 12 á 21 desetembro, comnovenas e missas noSantuário São Miguelem Santa Maria DoSuaçuí, Minas Gerais.Venha participar daMissa do CônegoLafayette. Organize suacaravana.

7SETEMBRO2014DIOCESEEMFOCO

A devoção a São Miguel e AlmasA Sagrada Escritura indica a existência de seres

denominados “anjos”. Alguns trechos fazem mençãoao Arcanjo Miguel, conforme podemos constatar (Dn12, 1-3; Is 28, 17; Jó 31, 6-7; Ex 23, 20-21; Ap 12, 7-8). Dos trechos encontrados, o mais importante, semdúvida, é a luta de Miguel e seus anjos contra o Lúci-fer (Ap 12, 7-8), perpetuado na tradição iconográfica(imagens) de São Miguel.

Conforme podemos conferir no texto bíblico, Lúci-fer tentou se equiparar a Deus e, reprimido por Mi-guel, foi banido do céu e condenado à escuridão dasprofundezas dos abismos (Ap 20, 1-3).

O nome Miguel vem do hebraico Mi-câ-el, em latimQuis ut Deus, que quer dizer: Quem (é) como Deus.Faz referência ao livro do Êxodo 23,20-21. É por issoque no escudo encontramos a inscrição Quis ut Deusou então, apenas as iniciais “Q”, “U”, “D”.

A balança na mão do anjo é o que difere a imagem– ou título – de “São Miguel Arcanjo” do “São Miguel eAlmas” e refere-se ao “julgamento das almas”.Conforme o contexto da época era ali (na balan-ça) que se avaliavam as almas justas e pecado-ras e se comparava o peso dos atos e das obri-gações: “pese-me Deus em sua balança justa, econhecerá a minha simplicidade” (cf. Jó 31,6).Esta função, de avaliar as almas, cabia a SãoMiguel (veja na figura disposta) já que, conforme

as escrituras, ele é tido como príncipe e defensor dospovos e ainda aquele soldado que luta contra o Anti-cristo (Dn 10, 13 e 21; Dn 12, 1; Ap 20, 1-3, Ex 23, 20-21).

A devoção a “São Miguel e Almas”, em Minas Ge-rais, se refere a um período onde a evangelização nãoacontecia através de missionários (da Santa Sé ou doPadroado), então os leigos reagem com as práticasreligiosas e a organização no âmbito laical, atuandode forma inovadora – na Terra de Santa Cruz – atra-vés da atividade religiosa popular.

A religiosidade popular nós a entendemos a partirdas Associações de Leigos (irmandade, confrarias)como tentativa de manter a fé na ausência dos pa-dres. Além de terem sido a primeira forma de evange-lização em terras mineiras e caracterizado pelo inédi-to protagonismo do leigo, sua importância se dá aindapor terem sido um espaço de se estar em comunida-de. Tinham, também, uma função social, pois era um

ambiente de solidariedade onde seus membros seajudavam mutuamente e, mais importante para osfiéis da época, tinha um enterro digno. Construíamsuas próprias igrejas e mantinham cemitério próprio.

Esta devoção – a São Miguel e Almas – está ligadaà prática das “obras de misericórdia corporal” de en-terrar os mortos, e “espiritual” de rezar a Deus por vi-vos e defuntos, conforme o Catecismo de São Pio X(Capítulo IV. “Das obras de misericórdia”). Geralmen-te era os pobres, a maioria negra e parda, quem ne-cessitava do socorro das confrarias para enterros.

Conforme o livro dos Macabeus “É um santo e sa-lutar pensamento este de orar pelos mortos” (Cf. 2Mc12,42-45) – prática esta que foi muito estimulada pe-las confrarias de São Miguel e Almas – e aos que “es-tão se purificando” é louvável oferecer sufrágios (Cf.Lumen Gentium ,50).

Oração a São Miguel:

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no comba-te, sede o nosso refúgio contra as maldades eciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instante-mente o pedimos, e vós, príncipe da milícia ce-leste, pela virtude divina, precipitai no inferno asatanás e aos outros espíritos malignos, que an-dam pelo mundo para perder as almas. Amém.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos.

CNBB:eleições 2014

A Conferência Nacional dosBispos do Brasil (CNBB), pormeio da Comissão Episcopalpara o Laicato, lançou a carti-lha Seu voto tem consequências: Umnovo mundo, uma nova sociedade. Odocumento pretende servir de instru-mento aos eleitores na hora da escolhade um candidato para as próximas elei-ções no Brasil, marcadas para outubro.

Dom Severino Clasen, presidente daComissão e bispo de Caçador (SC),ressalta o protagonismo do leigo nestainiciativa, que também é inspirada na

exortação apostólicaEvangelii Gaudium, doPapa Francisco. “Deve-mos ser sal da terratambém nessas reali-dades, na construçãode um mundo novo”,exorta.

Elaborada pelo Cen-tro Nacional de Fé e Política Dom Hel-der Câmara, a cartilha é dividida emtrês partes: ver, julgar e agir. Na primei-ra parte, são tratadas as questões en-frentadas na política nacional, lembran-do as manifestações ocorridas no anopassado durante e após a realização daCopa das Confederações.

Na segunda parte, a cartilha dá des-

taque à desigualdade social e à particu-lar situação de tomada de decisões nopaís, que pode acarretar uma reformado sistema político brasileiro. Já na últi-ma parte, são traçados caminhos deresponsabilidade social e cristã no meiopúblico.

Esta iniciativa da Conferência não énova. Nas eleições municipais de 2012,70 mil cartilhas foram distribuídas paraas (arqui)dioceses de todo o Brasil.

Trechos da mensagem

“Pensando o Brasil”:

“O eleitor consciente deve conhecero passado de seu candidato e averiguarse o discurso e a prática por ele apre-sentados se conformam aos valores da

ética e do bem comum”.“É preciso também exercer a missão

profética de todo cristão e manter umaatitude de fiscalização e vigilância.Diante de irregularidades, é necessáriodenunciar. O silencio e a omissão tam-bém são responsáveis pela deteriora-ção da democracia”.

“É indispensável o acompanhamen-to dos candidatos eleitos e o engaja-mento em prol de uma efetiva reformapolítica. A fé não pode ser vivida isola-damente, mas em comunidade e noexercício da caridade, de modo quenão sobre na mesa de poucos aquiloque falta na mesa de muitos”.

Fonte: http://www.zenit.org/

pag2e7 2014_PAG1N.QXD 15/09/2014 13:21 Página 1

Page 8: Folha diocesana ed219

IOCESANAFOLHA

IN FOR MA TI VO DA DIO CE SE DE GUA NHÃES | MG | ANO XVIII | Nº 219 | Setembro de 2014D

| PÁGINAS 4 E 5 |

| PÁGINA 3 |

| PÁGINA 5 |

“A ignorância dasEscrituras é ignorância

de Cristo.”| PÁGINA 6 |

“O que fostes ver emSanta Maria

do Suaçuí?”| PÁGINA 8 |

“O silêncio e a omissãotambém são responsáveis

pela deterioração da democracia”

Dar-vos-ei pastoressegundo o Meu coração

“Basta-te aminha graça” (2Cor 12,9)

“Em atenção a tuapalavra, lançarei as redes” ( Lc 5,5 )

“Sim, Pai, porque assimfoi do teu agrado” (Mt 11,26)

(Jer 3, 15).

Padre José Geraldo Padre Ivani Padre Salomão

8 SETEMBRO2014 DIOCESEEMFOCO

www.diocesedeguanhaes.com.br

O novo site daDiocese de Guanhães

já está na net

Faça-nos uma visita!Divulguem!

PARÓQUIA SÃO JOÃO EVANGELISTA REALIZA O XIV CERCO DE JERICÓE neste domingo (25/08) a Comuni-

dade Evangelista e visitantes se reuni-

ram para celebrarem o Encerramento

do XIV Cerco de Jericó.

Com o tema: Venha a nós o Teu Rei-

no e lema: Seja Feita a Tua Vontade

(Mateus 6:10) o Cerco de Jericó rea-

cendeu as chamas da Fé a a devoção

à Eucaristia em muitos corações paro-

quianos.

E que as palavras do Padre Saint

Clair na celebração de encerramento

de que a participação ativa da comuni-

dade durante essa semana de orações

não se esfrie a espera do próximo Cer-

co de Jericó, mas que possa ter nos

transformado para assumirmos de fato

a nossa missão e compromisso com a

comunidade.

Agradecemos a Deus por mais essa

semana abençoada. A cada irmão e ir-

mã que atendeu ao convite de Deus e

foi ao seu encontro na Eucaristia. E que

estejamos sempre atentos e dispostos

a O adorá-lo e amá-lo na Eucaristia e

na pessoa do nosso próximo.

Deus nos proteja! Amém.

Adenil Borges da Silva – Dedé

Paróquia São João Evangelista

Juventude se prepara para acolher o DNJ em Divinolândia de MinasA paróquia Nossa Senhora da Glória,

em Divinolândia de Minas, promoveu na

tarde do sábado, 6, um animado encon-

tro com os membros do Grupo de Jo-

vens Renovados para Amar e os jovens

que se preparam para receber o Sacra-

mento da Crisma. Num clima de alegria,

cerca de 120 jovens se encontraram no

salão paroquial para renovar as motiva-

ções e planejar as atividades em torno

da realização do Dia Nacional da Juven-

tude, no próximo dia 19 de outubro.

O encontro teve início com uma aco-

lhida calorosa aos participantes com

músicas de entrosamento e louvor. Em

seguida foi realizado um momento de

oração coordenado pelo seminarista An-

dré, a partir da iluminação bíblica de Dt

8. Em sua partilha, André destacou a

presença amorosa de Deus em todos os

momentos da história humana e a im-

portância de se ter um coração jovem

cheio gratidão a Deus pelas bênçãos de

cada dia.

Após a oração inicial, André ainda di-

recionou os participantes para escolhas

de coordenadores das equipes de tra-

balhos tendo em vista a realização do

DNJ. Foram indicados coordenadores

para as equipes de acolhida, alimenta-

ção, liturgia, ornamentação e limpeza.

Os demais participantes serão indicados

para se juntarem aos coordenadores

dessas equipes, trabalhando para que

DNJ seja celebrado de forma bem ani-

mada e organizada. A juventude contará

com o apoio e orientações do padre Jo-

sé Martins, administrador paroquial, e do

seminarista André, que faz estágio pas-

toral.

Realizados esses encaminhamentos,

o encontro seguiu com muita animação

e louvor, encerrando-se com um lanche

de confraternização.

Nos dias atuais, é impossível não perceber aimportância e a centralidade que os meios decomunicação conquistaram em nossa socieda-de, sobretudo quando associados à comunica-ção entre a juventude e aos demais de suas rea-lidades.

"E com a afirmação do Papa Francisco deque 'o melhor instrumento para evangelizar o jo-vem é outro jovem' a juventude da Diocese deGuanhães dispõe de um novo canal de comuni-cação e diálogo.

O #Programa Nova Geração vai ao ar aossábados às 15:00 horas na Rádio Vida Nova

Fm 91,5 Mhz ou pela internet em www.vidanovafm.com.br.

#Programa Nova Geração. Um canal decomunicação com a juventude.

Curta e acompanhe a nossa página nofacebook e nos dê sua opinião e sugestão!

Pastoral da JuventudeDiocese de Guanhães/MG

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