107
FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO Faculdade de Administração de Empresas Ana Paula Takahashi Terada INVESTIMENTO EM COMMODITIES COMO ESTRATÉGIA DE DIVERSIFICAÇÃO DE CARTEIRA Orientador: Prof. Luiz Alberto Melchert de Carvalho e Silva São Paulo 2013

TCC 10-3-6-1-FINAL

  • Upload
    anaptt

  • View
    29

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TCC 10-3-6-1-FINAL

FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO

Faculdade de Administração de Empresas

Ana Paula Takahashi Terada

INVESTIMENTO EM COMMODITIES COMO ESTRATÉGIA DE DIVERSIFICAÇÃO DE CARTEIRA

Orientador:

Prof. Luiz Alberto Melchert de Carvalho e Silva

São Paulo

2013

Page 2: TCC 10-3-6-1-FINAL

Ana Paula Takahashi Terada

INVESTIMENTO EM COMMODITIES COMO ESTRATÉGIA DE DIVERSIFICAÇÃO DE CARTEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação da Fundação Armando Alvares Penteado. Área de concentração: administração.

Orientador:

Prof. Luiz Alberto Melchert de Carvalho e Silva

São Paulo

2013

Page 3: TCC 10-3-6-1-FINAL

Terada, Ana Paula Takahashi

Investimento em commodities como estratégia de diversificação de carteiras / Ana Paula Takahashi Terada. São Paulo, 2013. 100p.

Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação) – Fundação Armando Alvares Penteado. Faculdade de Administração.

Área de concentração: Administração de empresas. Orientador: Prof. Luiz Alberto Melchert de Carvalho e Silva

1. Risco 2. Diversificação 3. Commodities 4. Carteira ótima 5. Retorno 6. Markowitz

Page 4: TCC 10-3-6-1-FINAL

Por todo o apoio concedido, dedico esse

trabalho a Mitie, Noriyuki, Xu e Wagner.

Page 5: TCC 10-3-6-1-FINAL

AGRADECIMENTOS

Ao meu pai, Noriyuki, por toda a base e estrutura que me foi proporcionada, tornando

possível a minha chegada até aqui. Sempre me incentivando a busca continua por

crescimento e aprendizagem.

Ao professor Luiz Alberto Melchert De Carvalho e Silva, meu orientador, por todo

conhecimento compartilhado e pelos ensinamentos que farão parte do meu futuro.

Page 6: TCC 10-3-6-1-FINAL

“Educai as crianças e não será preciso punir os homens.”

Pitágoras

Page 7: TCC 10-3-6-1-FINAL

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo responder a questão se as commodities são um

ativo efetivo na diversificação de carteiras de investimentos e consequente redução

do risco. Para realização do referido trabalho, pesquisou-se conceitos como risco,

retorno, modelo de Markowitz, ativos que podem compor um portfólio, carteira ótima,

definição de commodity e como negociá-las. Para responder o questionamento e

chegar a uma conclusão escolheu-se uma carteira base Ibovespa e depois

acrescentaram-se diferentes commodities ao portfólio, respeitando o mínimo de 67%

de ações estabelecido pela instituição 409 da Comissão de Valores Mobiliários.

Colheu-se as séries temporais dos ativos, e com base nessas calculou-se os riscos e

os retornos de cada um dos 123 portfólios elaborados. Em razão dos modelos

matemáticos e estatísticos realizados e dos resultados obtidos, concluiu-se que a

hipótese nem sempre é verdadeira. Na maioria das vezes observou-se o efeito de

diversificação e redução de risco. Porém em algumas situações o risco se mostrou

superior ao risco da carteira base.

Palavras chaves: Commodities. Diversificação. Risco. Retorno. Markowitz. Carteira

ótima.

Page 8: TCC 10-3-6-1-FINAL

ABSTRACT

This work aims to answer the issue, investing in commodities is an effective way to

diversify an investment portfolio, so this type of assets is efficient diminish the risk. In

order to accomplish this study, some ideas were research such as risk, return,

Markowitz model, diversification strategy, existing assets, optimized portfolio,

commodity´s definition and how to trade then. To enquire the question and make an

illation a base portfolio has been chosen, Ibovespa, and commodities were added to

it. The minimum of 67% of equity’s in the portfolio required by law were obey. The time

series of the assets were gathered, and based on it, some mathematical and statistical

models were apply. From the result´s, it is possible to infer that the hypothesis isn´t

always correct. Most of time, the diversification effect and decrease of risk could be

note. However, in some situations, the risk appears to be higher than the base portfolio

risk.

Keywords: Commodities. Diversification strategy. Risk. Return. Markowitz. Optimize

portfolio.

Page 9: TCC 10-3-6-1-FINAL

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Tipos de risco segundo o Risk Metrics elaborado pelo JP Morgan ......... 19

Tabela 2: Tipos de NTN ........................................................................................... 41

Tabela 3: Tipos de LFT ............................................................................................ 42

Tabela 4: Contrato a termo x contrato futuro ............................................................ 48

Tabela 5: Comparação entre instrumentos de financiamento da agropecuária ....... 58

Tabela 6: Classificação por peneira e por tipo ......................................................... 62

Tabela 7: Tabela Oficial de equivalência de defeitos ............................................... 62

Tabela 8: Classificação do café por qualidade da bebida ........................................ 63

Tabela 9: Ágio e Deságio Café ................................................................................. 64

Tabela 10: Código de determinação do tipo de algodão .......................................... 66

Tabela 11: Descrição dos algodões de coloração .................................................... 66

Tabela 12: Índices de Micronair ............................................................................... 67

Tabela 13: Categorização das fibras de algodão ..................................................... 68

Tabela 14: Índice de uniformidade ........................................................................... 68

Tabela 15: Resultados da medição da resistência ................................................... 69

Tabela 16: Código usado para determinar o grau de impureza do algodão ............ 69

Tabela 17:Tabela de ágio e deságio ........................................................................ 70

Tabela 18: Classificação de alguns tipos de petróleo (grau de API) ........................ 71

Tabela 19: Classificação dos petróleos de acordo com Tissot e Welte ................... 73

Tabela 20: Composição das carteiras ...................................................................... 79

Tabela 21: Tabela de Risco e Retorno ..................................................................... 81

Tabela 22: Tabela de covariância ............................................................................ 81

Tabela 23: Tabela de correlação .............................................................................. 82

Tabela 24: Risco e Retorno da carteira base ........................................................... 82

Tabela 25: Carteiras com risco entre 5000 e 7500 .................................................. 83

Tabela 25: Carteiras com risco entre 5000 e 7500 .................................................. 84

Tabela 25: Carteiras com risco entre 5000 e 7500 .................................................. 85

Tabela 26: Carteiras com risco entre 7500 e 10000 ................................................ 86

Tabela 27: Carteiras com risco superior a 10000 ..................................................... 87

Tabela 28: Carteira ótima ......................................................................................... 87

Page 10: TCC 10-3-6-1-FINAL

Tabela 29: Carteira com máximo retorno ................................................................. 88

Tabela 30: Carteira com mínimo risco ...................................................................... 88

Page 11: TCC 10-3-6-1-FINAL

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Risco e Retorno para diferentes correlações ........................................... 28

Gráfico 2: risco versus retorno para três ou mais ativos .......................................... 29

Gráfico 3: Número de ativos versus risco total ......................................................... 32

Gráfico 4: a linha do mercado de títulos ................................................................... 36

Gráfico 5: Mudanças inflacionárias na SML ............................................................. 37

Gráfico 6: Mudanças na aversão ao risco SML ........................................................ 38

Gráfico 7: O modelo de precificação de ativos CAPM ............................................. 39

Gráfico 8: Lucros e prejuízos do contrato de opções ............................................... 50

Gráfico 9:Tipos de petróleo comparados de acordo com suas características ........ 72

Page 12: TCC 10-3-6-1-FINAL

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: funcionamento da CPR física .................................................................. 54

Quadro 2: funcionamento da CPR financeira ........................................................... 54

w

Page 13: TCC 10-3-6-1-FINAL

LISTA DE ABREVIATURAS

API - American Petroleum Institute

BBM - Bolsa Brasileira de Mercadorias

CAPM - Capital Assets Pricing Model

CDA - Certificado de Depósito Agropecuário

CDB - Cédula de Depósito Bancário

CDCA - Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio

CDI - Cerificado de Depósito Interbancário

CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

CMG - Certificado de Mercadoria com Emissão Garantida

COB - Classificação Oficial Brasileira

CRA - Certificado de Recebíveis do Agronegócio

CVM - Comissão de Valores Mobiliários

FIA - Fundo de investimento em ações

HVI - High Volume Instrument

LCA - Letra de Crédito do Agronegócio

LF - Letras Financeiras

LFT - Letras Financeiras do Tesouro

LTN - Letras do Tesouro Nacional

MTP - Moderna Teoria de Portfólios

NTN - Notas do Tesouro Nacional

NYMEX - New York Mercantile Exchange

PIB - Produto Interno Bruto

S&P GSCI - Standard & Poors Goldman Sachs Commodity Index

SNCR - Sistema Nacional de Crédito Rural

Page 14: TCC 10-3-6-1-FINAL

SML - Security Market line

SNCR - Cédula de Produto Rural

SPE - Sociedades de Propósito Especifico

USDA - United States Department of Agriculture

WA - Warrant Agropecuário

WTI - West Texas Intermediate

Page 15: TCC 10-3-6-1-FINAL

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 16

2. MARCO TEÓRICO .............................................................................................. 19

2.1 Conceito de risco e retorno ................................................................................ 19

2.1.1 Risco ............................................................................................................... 19

2.1.2 Retorno ............................................................................................................ 21

2.2 Seleção de um portfólio ...................................................................................... 21

2.2.1 Portfolio Selection ........................................................................................... 21

2.2.2 Modern Portfolio Theory (MPT) ....................................................................... 23

2.2.3 Risco e retorno de uma carteira ...................................................................... 24

2.2.4 Contribuição de Tobin ..................................................................................... 30

2.2.5 Contribuição de Sharpe ................................................................................... 30

2.3 Capital Assets Pricing Model (CAPM) ................................................................ 31

2.3.1 Risco ............................................................................................................... 31

2.3.2 Ativo livre de risco ........................................................................................... 32

2.3.3 Coeficiente Beta .............................................................................................. 33

2.3.3.1 Interpretação do β ........................................................................................ 33

2.3.3.2 Beta de uma carteira .................................................................................... 34

2.3.4 Modelo de formação de preços de ativos de capital (CAPM) .......................... 34

2.3.5 Linha do mercado de títulos ............................................................................ 35

2.3.6 Alterações na linha do mercado de títulos....................................................... 36

2.3.7 Carteira de mercado ........................................................................................ 38

2.4 Ativos que podem compor uma carteira de investimentos ................................. 40

2.4.1 Ativos de renda fixa ......................................................................................... 40

2.4.2 Títulos públicos ............................................................................................... 40

2.4.2.1 Notas do Tesouro Nacional .......................................................................... 40

2.4.2.2 Letras Financeira do Tesouro ....................................................................... 42

2.4.3 Cédula de Depósito Bancário .......................................................................... 43

2.4.4 Letra Financeira .............................................................................................. 43

2.4.5 Debêntures ...................................................................................................... 44

2.4.6 Ações .............................................................................................................. 44

2.4.7 Mercados à Termo, Futuro, Opções e Swap ................................................... 45

2.4.7.1 Participantes do mercado de derivativos. ..................................................... 45

2.4.7.2 Mercado a Termo: ........................................................................................ 46

Page 16: TCC 10-3-6-1-FINAL

2.4.7.3 Mercado Futuro ............................................................................................ 47

2.4.7.4 Mercado de opções ...................................................................................... 48

2.4.7.4.1 Conceitos .................................................................................................. 49

2.4.7.4.2 Lucros e prejuízos de uma opção em seu exercício.................................. 50

2.4.7.5 Mercado de Swap......................................................................................... 50

2.4.8 Papéis de financiamento do agronegócio........................................................ 51

2.4.8.1 Cédula de Produto Rural .............................................................................. 52

2.4.8.2 Certificado de depósito Agropecuário e Warrant Agropecuário .................... 55

2.4.8.3 Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio ...................................... 56

2.4.8.4 Letra de Crédito do Agronegócio .................................................................. 56

2.4.8.5 Certificado de Recebíveis do Agronegócio ................................................... 57

2.5 Commodities ...................................................................................................... 59

2.5.1 Definição ......................................................................................................... 59

2.5.2 Métodos de Homogeneização ......................................................................... 60

2.5.2.1 Café .............................................................................................................. 60

2.5.2.2 Algodão ........................................................................................................ 64

2.5.2.3 Petróleo ........................................................................................................ 70

2.5.2 Commodities no mundo................................................................................... 74

2.5.3 Commodities no Brasil..................................................................................... 75

2.5.4 Métodos de investimento em commodities ...................................................... 75

3. METODOLOGIA DA PESQUISA ......................................................................... 77

3.1 Desenvolvimento da pesquisa ............................................................................ 77

3.2 Premissas ........................................................................................................... 78

3.2.1 Seleção da carteira base ................................................................................. 78

3.2.3 Composição dos ativos na carteira ................................................................. 79

3.2.4 Escolha dos ativos .......................................................................................... 79

3.2.5 Preço das commodities ................................................................................... 80

3.2.6 Período ............................................................................................................ 80

3.2.7 Programas ....................................................................................................... 80

3.3 Resultados ......................................................................................................... 81

3.3.1 Tabela Risco e Retorno individual ................................................................... 81

3.3.2 Tabela de covariância ..................................................................................... 81

3.3.3 Tabela de correlação ....................................................................................... 82

3.3.4 Carteiras .......................................................................................................... 82

3.3.4.1 Carteira base ................................................................................................ 82

Page 17: TCC 10-3-6-1-FINAL

3.3.4.2 Carteira com risco entre 5000 e 7500: ......................................................... 83

3.3.4.3 Carteira com risco entre 7500 e 10000 ........................................................ 86

3.3.4.4 Risco maior do que 10000 ............................................................................ 87

3.3.4.5 Carteira ótima ............................................................................................... 87

3.3.4.6 Carteira com máximo retorno independente do risco ................................... 88

3.3.4.7 Carteira com mínimo risco independente do retorno .................................... 88

3.4 Inferências a partir dos dados ............................................................................ 89

3.4.1 Risco ............................................................................................................... 89

3.4.2 Carteira máximo retorno .................................................................................. 89

3.4.3 Carteiras ótimas .............................................................................................. 90

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 92

5 . REFERÊNCIAS ................................................................................................... 94

Page 18: TCC 10-3-6-1-FINAL

16

1. INTRODUÇÃO

Uma carteira de investimentos pode ser composta por diversos ativos tais como

ações, derivativos, títulos públicos, títulos de renda fixa, commodities entre outros.

Cada um desses possui um risco e um retorno específico de acordo com sua natureza.

Um questionamento comum entre investidores diz respeito à possibilidade da redução

dessa volatilidade.

Quando os ativos são combinados, o risco e o retorno devem ser analisados

como um todo, e não individualmente por componente. Segundo Brito (1979), ao

compor carteiras diversificadas com diferentes ativos o nível de exposição ao risco é,

em geral, menor do que o risco de uma carteira concentrada em apenas um título. O

ditado popular “não se deve colocar todos os ovos no mesmo cesto” exemplifica esse

conceito.

Na história da economia brasileira é sabido que no Brasil grande parcela do

crescimento econômico é atrelada ao mercado de commodities. Segundo o Ministério

da Agricultura (2013), neste ano o valor bruto da produção agropecuária deve crescer

9,7% e atingir R$ 411,9 bilhões. Conforme dados do Centro de Estudos Avançados

em Economia Aplicada (CEPEA – 2012) o agronegócio representa mais de 22% do

Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Tais números comprovam a importância desses para a balança comercial e,

neste trabalho o termo commodity é utilizado segundo um conjunto de autores como

Kaldor (1939), Pinho (2002), Vian e Quintino (2007), ou seja, são bens que em sua

maioria são primários e possuem quatro características essenciais: universalidade,

imperecibilidade, divisibilidade e homogeneidade.

O número de contratos commodities apontado pela BM&FBOVESPA em

outubro de 2013 foi de 276.784 contratos futuros e de opções sobre futuros de

commodities agropecuárias, sendo 175.384 de boi gordo, 80.578 de milho, 12.512 de

café arábica, 1.878 contratos de soja e 3.187 de etanol o que mostra o interesse de

investidores por esses ativos.

Page 19: TCC 10-3-6-1-FINAL

17

Existem diversas formas de negociar commodities: mercado à vista, papéis

financeiros do agronegócio como Cédula de Produto Rural, Certificado de Direito

Creditório do Agronegócio, Certificado de Recebíveis do Agronegócio, Warrant

Agropecuário, em ações relacionadas ao ramo, índices ou no mercado futuro ou de

opções em bolsas. Assim como qualquer outro ativo financeiro, as commodities

podem integrar um portfólio financeiro.

Ao lado do interesse por parte dos agentes econômicos, há também a

preocupação com o risco. Assim, o tema “O investimento em commodities pode

diversificar uma carteira reduzindo seus riscos?” levou à realização deste estudo

exploratório, baseado em informações secundárias, obtidas em publicações e

entidades do mercado financeiro, tais como risco e retorno de carteiras, diferentes

ativos existentes, o que são commodities, como elas são negociáveis. A pesquisa foi

feita em sua maior parte com base na obra de Markowitz (1952). Utilizou-se também

relatórios pulicados por instituições como EMBRAPA, CEPEA, BM&FBOVESPA entre

outros.

A hipótese do presente trabalho é que a adição de uma ou mais commodities à

uma carteira de investimentos resultará em um efeito positivo na diversificação da

mesma, sendo assim um instrumento efetivo para a redução do risco.

Neste trabalho é, então, apresentada a análise de uma carteira-base pré-

selecionada à qual se acrescentam outras commodities para observar o efeito dessa

ação, utilizando-se de métodos matemáticos elaborados por Markowitz (1952) e de

métodos estatísticos básicos como desvio padrão, média, covariância e correlação.

Deve-se ressaltar que a pesquisa não tem como objetivo criar um modelo de

escolha de ativos para compor uma carteira nem abranger todas as commodities

existentes. A finalidade do trabalho é apenas descrever o tema a fim de proporcionar

familiaridade com o mesmo.

O trabalho apresenta no segundo capítulo o marco teórico que fornece base

para entendimento de como montar uma carteira de investimentos e como investir em

commodities. No capítulo três, é apresentada a análise estatística das séries

temporais dos ativos e também os métodos de pesquisa realizados, bem como a

justificativa dos ativos escolhidos.

Page 20: TCC 10-3-6-1-FINAL

18

A principal consideração que este trabalho apresenta através de análises é que

a diversificação nem sempre se mostra eficiente na melhoria do risco de um portfólio.

Page 21: TCC 10-3-6-1-FINAL

19

2. MARCO TEÓRICO

2.1 Conceito de risco e retorno

2.1.1 Risco

O conceito de risco possui várias definições, Markowitz (1952) caracteriza risco

na área financeira como sendo a variância ou o desvio padrão em relação à média.

Passando por outras obras, como Gitman (2002), o risco “no sentido mais básico, [...]

pode ser definido como a possibilidade de perda”. Atualmente esse conceito é

utilizado na maioria das operações financeiras como uma incerteza associada à

variabilidade de retornos de um ativo, de acordo com Solomon e Pringle (1981) “o

grau de incerteza a respeito de um evento”.

O banco JP Morgan, através da publicação Risk Metrics (1996), segmentou o

risco em seis tipos relevantes a um processo de decisão de investimento como

descrito na tabela 1:

Tabela 1: Tipos de risco segundo o Risk Metrics elaborado pelo JP Morgan

Tipos de Risco

Risco Operacional

Risco de Crédito

Risco de Liquidez

Risco Legal

Risco Soberano

Risco de Mercado

Fonte: adaptado do Risk Metrics – Banco JP. Morgan

Page 22: TCC 10-3-6-1-FINAL

20

O primeiro risco citado é o operacional, pode-se classificá-lo como o risco

gerado pela própria organização ao negligenciar a detecção, reconhecimento,

mensuração, controle e administração dos riscos existentes em suas posições. Ele

pode ser dividido em:

· Risco organizacional: é o risco incorrido ao manter uma organização

ineficiente, administrada sem objetivos bem estabelecidos, ausência de controles

internos e externos e outros problemas.

· Risco de equipamento: refere-se a problemas de falhas de equipamento.

· Risco de pessoa: está associado aos colaboradores da empresa,

estando eles desmotivados, mal intencionados, pouco qualificados, entre outros.

O segundo tipo de risco, o risco de crédito, decorre das possibilidades de não

recebimento de recursos que se tem direito e são resultantes de operações que geram

um desembolso temporário de recursos ou das operações que geram recursos em

datas futuras ou que o recebimento dessas esteja fora do prazo e/ou em condições

pactuadas.

O risco de liquidez está relacionado com a incapacidade de honrar os

compromissos assumidos. Quando uma instituição se torna ilíquida seus passivos se

tornam exigíveis antes da realização dos seus ativos.

O risco legal decorre da possibilidade de perdas resultantes de problemas

legais como, por exemplo, documentação inadequada, proibição legal de operar com

uma contraparte. Caso haja algum problema desse gênero, esses podem interferir na

liquidação normal das operações acarretando prejuízos.

O risco soberano é o risco incorrido pelas decisões governamentais de cada

país e essas podem prejudicar ou adiar a liquidação de operações previamente

assumidas. No caso do Brasil, o risco é denominado Risco Brasil.

Por último tem-se o risco de mercado, esse é decorrente das possibilidades de

perdas resultantes de possíveis mudanças adversas nos preços/cotações das

variáveis ativas e das variáveis passivas nas quais uma instituição possua posições.

É estimado basicamente considerando volatilidade, correlação, distribuição de

probabilidade das variáveis e o prazo de permanência das posições. Esse pode ser

subdividido em quatro grandes áreas: ações, câmbio, juros e commodities.

Page 23: TCC 10-3-6-1-FINAL

21

2.1.2 Retorno

A abordagem de risco é indissociável do retorno. Um investidor ao aplicar seus

recursos agora, deseja obter resultados futuros, maximizando sua riqueza (Sanvicente

& Mellagi Filho, 1988). Retorno então pode ser considerado a variação positiva ou

negativa na riqueza de um investidor (Fama 1976).

Para Gitman (2002), o retorno é medido a partir do total de ganhos ou prejuízos

decorrentes de um investimento durante um determinado período de tempo. E pode

ser definido pela fórmula (p.203)

= taxa de retorno exigida, ou atual, ou esperada durante o período t = Preço (valor) do ativo no tempo t

= preço (valor) do ativo no tempo t-1 = caixa (fluxo) recebido do investimento no ativo no período t-1

2.2 Seleção de um portfólio

2.2.1 Portfolio Selection

Uma das áreas estudadas pelas finanças consiste em verificar como um

investidor pode tomar melhores decisões sobre a composição de um portfólio,

analisando os retornos esperados e os riscos incorridos.

Harry Markowitz afirma que:

O processo de seleção de uma carteira pode ser dividido em dois estágios. O primeiro começa com a observação e experiência e termina com opiniões sobre a performance futura dos negócios avaliados. O segundo estágio começa com as opiniões relevantes sobre o futuro e termina com a escolha de uma carteira. (Portfolio Selection, 1952 p. 77)

Page 24: TCC 10-3-6-1-FINAL

22

Em seu clássico trabalho “Portfolio Selection”, Markowitz desenvolve a partir do

modelo matemático de regressão linear um método que propicia obter combinações

mais eficientes de alocação de recursos, com a melhor relação de risco e retorno. A

partir desse método, a variância de uma carteira é representada como a soma das

variâncias individuais de cada ação e a covariância entre os pares de ativos da carteira

de acordo com o peso que esses a compõem (2) e o retorno esperado é identificado

como a média ponderada das taxas de retorno esperadas dos ativos que compõem

essa carteira (1). Resultando assim, em um portfólio que maximiza o retorno esperado

e minimiza a variância, sendo essa a carteira mais recomendada para um investidor.

Para Markowitz (1952 Portfolio Selection, 1952 pag. 89):

Na tentativa de tornar a variância menor, não é o bastante investir em diversos ativos. É necessário evitar investimentos em ativos com alta covariância. Precisa-se diversificar entre diferentes indústrias, principalmente as com diferentes características econômicas pois essas possuem covariâncias menores que empresas com a mesma indústria.

Diante disso, o modelo de Markowitz pode ser decomposto a partir das

seguintes expressões:

Page 25: TCC 10-3-6-1-FINAL

23

E = Retorno esperado = participação do ativo i = participação do ativo j = retorno de cada ativo

V= variância = covariância entre o par de ativos se i≠j e variância de i=j

= não existe alavancagem = todo capital deve ser investido

Em suma, nesse modelo se considera que os investidores são avessos ao risco

e irá escolher seu portfólio ótimo do conjunto de portfólios que oferecer máximo

retorno esperado para diferentes níveis de risco e o mínimo risco para diferentes níveis

de retorno esperado, Alicerce para a teoria da dominância. A variância da carteira

dependerá da covariância entre os pares de ativos, que por sua vez, não depende só

da volatilidade individual dos componentes e sim da correlação entre os ativos.

Portanto, quando dois ativos pouco correlacionados compõem uma carteira

consegue-se um risco menor que a média ponderada dos riscos individuais.

2.2.2 Modern Portfolio Theory (MPT)

Um dos primeiros acadêmicos a incluir a análise de risco na gestão de carteiras

foi Harry Markowitz no célebre “Portfolio Selection”. De acordo com Bernstein (1992)

no início da década de 50, Markowitz, um então doutorando da Universidade de

Chicago desenvolveu modelos matemáticos para minimizar custos mantendo a

produção constante, ou maximizar produção. A partir de uma ideia sugerida por um

corretor de ações, ele aplicou o método programação linear na gestão de

investimentos. Tais esforços, anos mais tarde, resultaram na formação da moderna

teoria de portfólios (MTP).

A MTP apresenta o risco como um fator inerente às decisões de investimentos,

contestando o senso comum de concentração dos recursos em um único ativo de

maior retorno, ressaltando assim a importância e os benefícios da diversificação.

Bernstein citando Markowitz (pag. Xiii do prefácio, 2007), “é necessário pensar pelo

risco, além do retorno”.

Page 26: TCC 10-3-6-1-FINAL

24

Deve-se considerar algumas premissas para a evolução do modelo. De acordo

com Sanvicente e Mellagi Filho (1988, pag 41):

a. Os investidores avaliam portfólios apenas com base no valor esperado e na

variância (ou desvio padrão) das taxas de retorno sobre o horizonte de um

período.

b. Os investidores nunca estão satisfeitos. Quando postos a escolher entre dois

portfólios de mesmo risco, sempre escolheram o de maior retorno.

c. Os investidores são avessos ao risco. Quando postos a escolher dois portfólios

de mesmo retorno, sempre escolheram o de menor risco.

d. Os ativos individuais são infinitamente divisíveis, significando que um investidor

pode comprar a fração de ação, se assim o desejar.

e. Existe uma taxa livre de risco, na qual o investidor pode, tanto emprestar,

quanto tomar emprestado.

f. Custo de transação e impostos são irrelevantes.

g. Os investidores estão de acordo quanto a distribuição de probabilidades das

taxas de retorno dos ativos, o que assegura a existência de um único conjunto

de carteiras eficientes.

2.2.3 Risco e retorno de uma carteira

Segundo Markowitz (1997, p. 03), existem dois tipos de informações sobre

ativos a serem empregados como matéria prima de uma carteira. O primeiro grupo é

composto de informações futuras baseando-se no comportamento passado das

mesmas. O segundo conjunto é uma representação subjetiva inerente à construção

de cenários futuros, ou seja, são as crenças, expectativas em relação a performance

futura dos ativos.

A partir dos desempenhos passados de um ativo, é possível determinar o

retorno médio, realizando uma média aritmética. Também pode-se determinar o

Page 27: TCC 10-3-6-1-FINAL

25

desvio padrão (risco). Quando realizado esse processo com diversos ativos, deve-se

calcular a covariância entre eles.

A elaboração de um portfólio implica considerar o retorno e o risco dos ativos

em conjunto. Enquanto o retorno da carteira é equivalente à média dos retornos

individuais esperados ponderados pela participação desses, o cálculo do risco envolve

além dos riscos individuais de cada ativo, também, a covariância entre os ativos,

calculados de dois em dois.

Retorno de um portfólio com ativos

Risco de um portfólio com ativos e :

Substituindo por obtem-se:

Page 28: TCC 10-3-6-1-FINAL

26

= retorno do ativo = retorno do ativo = participação % do ativo na carteira = participação % do ativo na carteira = desvio padrão dos retornos do ativo = desvio padrão dos retornos do ativo

= covariância entre os retornos dos ativos e = correlação entre os retornos dos ativos e

Retorno de um portfólio com ativos

Risco de um portfólio com ativos

Sendo

= retorno do ativo = participação % do ativo na carteira = desvio padrão dos retornos do ativo

= covariância entre os retornos dos ativos e

O risco total passa a ser definido em função da correlação existente entre os

retornos dos ativos.

Page 29: TCC 10-3-6-1-FINAL

27

Antes do trabalho elaborado por Markowitz considerava-se os ativos

perfeitamente correlacionados, ou seja, os conceitos de risco e retorno eram

associados a uma reta. Securato (1997) ressalta:

Esse tipo de raciocínio do nosso investidor é bastante ‘intuitivo’. Tão intuitivo quanto afirmar que ‘um peso de dez quilos cai dez vezes mais depressa que o peso de um quilo’. Então, dizem, Galileu subiu no alto da torre de Pizza e soltou, junto, um peso de dez e outro de um quilo, que caíram juntos ao solo.

Bem, lá se foi a intuição. O Galileu das finanças foi Markowitz, o qual provou que o raciocínio ‘intuitivo’ de nosso investidor estava errado. O gráfico corretor da relação risco versus retorno não é, no caso geral, uma reta e sim uma hipérbole” (pag. 64)

Pode-se perceber que no gráfico 1, à medida que a correlação dos ativos

diminui há um aumento do benefício da relação entre risco e retorno, portanto, mitiga-

se o risco para um mesmo nível de retorno anterior (carteira a, b, c) ou aumentam-se

os retornos esperados para um mesmo nível anterior de risco (carteira c, d, e) (Ross

et al. 1995).

Page 30: TCC 10-3-6-1-FINAL

28

Gráfico 1: Risco e Retorno para diferentes correlações

Fonte: adaptado Ross et. al (1995 p. 213)

Markowitz citando o ditado popular “[...] não se deve colocar todos os ovos no

mesmo cesto.” (1952, p.78), exemplificou o conceito de que uma diversificação bem

realizada pode reduzir ou, até mesmo, eliminar riscos únicos. Também através da

mesma analogia eliminou o conceito de que bastava colocar os ovos em vários cestos

diferentes, e, quanto maior o número de cestos, maior a segurança. Em outras

palavras, objetivando reduzir o risco total das suas aplicações, um investidor deveria

manter a carteira diversificada, em vez de concentrá-las em poucos ativos.

Considerando que uma carteira seja composta de n ativos, as possibilidades

infinitas de combinação resultariam em um compacto, figura geométrica sem pontos

vazios internos, delimitado por uma hipérbole. A parte superior é denominada fronteira

eficiente e essa representa o conjunto de todas as carteiras que possuem uma relação

ótima entre o retorno e o risco considerando:

Page 31: TCC 10-3-6-1-FINAL

29

· Dado um nível de risco, não existe carteira com maior retorno.

· Dado um nível de retorno, não existe carteira com menor risco.

Gráfico 2: risco versus retorno para três ou mais ativos

Fonte: Adaptado de Markowitz

A maximização do retorno e a minimização do risco, simultaneamente, geram

a obtenção dos pontos que compõem a fronteira. De acordo com Securato (1997, p.

206), pode-se expressar tal conceito através da fórmula:

= Maximização do retorno e minimização do risco

= retorno da carteira = risco da carteira

Page 32: TCC 10-3-6-1-FINAL

30

2.2.4 Contribuição de Tobin

Tobin (1958) contribuiu para a MTP com a preferência pela liquidez como um

comportamento alternativo ao risco. Existem duas razões para que alguém opte pela

liquidez (Tobin, 1958 p. 65-68). A primeira é decorrente dos saldos de transação “[...]

nem sempre se tem a clara noção de quando e se as despesas superarão as receitas

ou ao contrário.” Logo, caso houvesse necessidade de cobrir as despesas pois elas

superaram as receitas, haveria reserva de liquidez que garantiria a existência de

recursos para cobrir tais. A segunda é relativa a composição de portfólios: “[...] se um

investidor tivesse a expectativa de que seu investimento vai lhe render não apenas a

taxa de juros, mas também um ganho de capital, então ele aplicaria todos os seus

recursos nesse investimento.” Em outras palavras, se o investidor esperasse ter uma

perda de capital maior que o ganho proporcionado pela taxa de aplicação, ele optaria

pela liquidez. Assim, em seu trabalho James Tobin ressaltou a importância do ativo

livre de risco no processo de escolha do investidor.

2.2.5 Contribuição de Sharpe

Os esforços iniciais de Sharpe se concentraram na dificuldade do cálculo das

covariâncias apresentadas na MTP, para uma carteira com 100 ativos seria

necessário o cálculo de 4950 covariâncias. Numa época em que os recursos de

tecnologia eram raros e de alto custo os métodos apresentados por Markowitz seriam

inviáveis. Assim surgiu o trabalho “Simplified Model for Portfolio Analysis” publicado

em 1963, apresentando uma alternativa matemática para apuração das covariâncias.

A primeira grande ideia de Sharpe foi de calcular o coeficiente de correlação linear

dos ativos com apenas um ativo, o “ativo-padrão” (1964 p.425). Sua outra grande

contribuição foi o estabelecimento do modelo de equilíbrio do mercado, Capital Assets

Pricing Model (CAPM).

Page 33: TCC 10-3-6-1-FINAL

31

2.3 Capital Assets Pricing Model (CAPM)

A partir das ideias de Markowitz (1952) e Tobin (1958), Sharpe (1964) extraiu

o conceito principal de sua teoria, que deveria existir um ponto de equilíbrio entre os

preços dos ativos no mercado de capitais. O modelo de precificação CAPM associa o

risco diversificável e o retorno de todos os ativos. Enquanto o modelo elaborado por

Markowitz procura uma maneira ótima de distribuir os recursos em um conjunto de

ativos, Sharpe elaborou um modelo de apreçamento de ativos pelo mercado em

equilíbrio e dentro de um contexto de otimização por média-variância.

Algumas novas premissas foram adicionadas às elaboradas por Markowitz.

Essas são descritas por Assaf Neto (2007):

a. Todos os investidores possuem o mesmo horizonte de um período.

b. A taxa livre de risco é igual para todos os investidores.

c. A informação é livre e instantaneamente disponível para todos os investidores.

d. Investidores tem expectativas homogêneas, o que significa que eles têm as

mesmas perspectivas em relação aos retornos esperados, desvios padrões e

covariância dos ativos.

2.3.1 Risco

De acordo com Sharpe (1963), é possível separar o risco de um ativo em duas

componentes: uma sistemática (risco do mercado) e outra individual, intrínseca ao

próprio ativo. À medida que cresce a diversificação o risco diversificado é mitigado,

portanto um investidor deveria se preocupar apenas com o risco sistemático do ativo,

que reflete a contribuição de um ativo ao risco da carteira (Gitman, 2002).

Fama (1965) em seu doutorado apresentou a diversificação de uma carteira

com 50 ações aleatórias e constatou que à medida que o número de ativos na

composição aumenta, há uma redução do risco do conjunto total.

Page 34: TCC 10-3-6-1-FINAL

32

O modelo CAPM associa o risco não diversificável e o retorno de todos os

ativos.

Gráfico 3: Número de ativos versus risco total

Fonte: Apostila CEA Edgar Abreu p. 163

2.3.2 Ativo livre de risco

Na abordagem apresentada por James Tobin (1958) em “Liquidy Preferences

as Behavior Toward Risk” há uma introdução do ativo livre de risco nas oportunidades

de investimento.

Sobre a taxa livre de risco Assaf Neto et. al (2008) define:

Para um investidor, a taxa livre de risco (RF) deve expressar o correto cumprimento da obrigação de pagamento, por parte do devedor, do principal e dos encargos financeiros, em conformidade com seus respectivos vencimentos. Em outras palavras, uma taxa livre de risco não pode revelar incerteza alguma com relação ao inadimplemento (default) de qualquer obrigação prevista no contrato da emissão do título (p. 76).

Page 35: TCC 10-3-6-1-FINAL

33

O conceito puro de ativo livre de risco implicaria na inexistência, uma vez que

todo ativo possui um risco, mesmo que mínimo. Uma aproximação teórica de um ativo

de retorno certo é de um título de renda fixa que não apresente possibilidade de

inadimplência, esse foi convencionado sendo o título emitido pelos Estados Unidos.

2.3.3 Coeficiente Beta

Gitman (2002) descreve o coeficiente beta como:

O coeficiente beta, β, é usado para medir o risco não diversificável. É um índice do grau do movimento do retorno de um ativo em resposta à mudança no retorno de mercado. O coeficiente beta de um ativo pode ser encontrado examinando-se os retornos históricos do ativo, relativos aos retornos do mercado. O retorno do mercado é o retorno da carteira de mercado de todos os títulos negociados (p.222)

Em outras palavras, o coeficiente beta é um índice de variação do retorno em

função das flutuações do mercado. (Gitman, 2002 p. 222)

= coeficiente beta, variabilidade do retorno da ação em relação ao mercado

= covariância entre o retorno do ativo e o retorno do mercado = representa a variância do retorno do mercado

2.3.3.1 Interpretação do β

Pode-se interpretar o β de uma carteira de acordo com o valor que esse

representa, segundo Gitman (2002):

β > 1: o ativo apresenta um maior risco que o risco de mercado, reagindo assim

mais do que proporcionalmente às variações de mercado. Portanto são mais voláteis.

β = 1 : o ativo possui a mesma reação ou risco que o mercado.

Page 36: TCC 10-3-6-1-FINAL

34

β < 1 : indica que o ativo apresenta um risco menor do que o risco de mercado,

ele reage menos do que proporcionalmente às variações do mercado.

2.3.3.2 Beta de uma carteira

O beta de uma carteira pode ser calculado pelos betas individuais dos ativos,

considerando a proporção de cada ativo na carteira. Segundo Damordan (2002 p. 67)

“o beta de qualquer investimento no CAPM é uma medida padronizada de risco que

ele agrega à carteira de investimentos de mercado”.

= Beta da carteira = participação % do ativo na carteira = coeficiente beta, variabilidade do retorno da ação em relação ao mercado.

2.3.4 Modelo de formação de preços de ativos de capital (CAPM)

Utilizando o coeficiente beta para medir o risco não diversificável, o modelo de

formação de preços de ativos de capital é dado pela equação (Gitman 2002 p. 225).

= retorno exigido sobre o ativo j = taxa de retorno livre de risco, medida geralmente pelo retorno sobre um título do tesouro = coeficiente beta ou índice de risco não-diversificável para o ativo j = retorno de mercado; retorno sobre a carteira de ativos de mercado

O retorno exigido do ativo , é uma função do beta que mede o risco não

diversificável. Quanto maior o risco, mais alto será o retorno exigido, e quanto mais

baixo for o risco, mais baixo será o retorno exigido. (Gitman 2002)

Page 37: TCC 10-3-6-1-FINAL

35

O modelo pode ser dividido em duas partes:

1. Taxa livre de risco

2. Prêmio pelo risco . O prêmio pelo risco de mercado

representa o quanto o investidor deve receber por tomar um montante médio

de risco associado com a manutenção da carteira de ativos de mercado.

No equilíbrio os preços dos ativos são ajustados de tal forma, que o investidor segue princípios racionais (primariamente o de diversificação) é capaz de alcançar qualquer ponto desejado através da linha do mercado de capitais (capital Market line). Ele somente pode obter uma maior taxa esperada de retorno correndo riscos adicionais. De fato, o mercado apresenta para ele dois preços: o preço do tempo, ou taxa pura de juros [...], e o preço do risco, o retorno esperado adicional por unidade de risco corrido. Sharpe (1964 p.425)

2.3.5 Linha do mercado de títulos

Quando a equação acima é representada graficamente, ela é denominada linha

do mercado de título ou Security Market Line (SML). Sua representação será de uma

reta contínua e ela reflete para cada nível de risco não diversificável o retorno exigido

de mercado. (Ross, 1995)

Page 38: TCC 10-3-6-1-FINAL

36

Gráfico 4: a linha do mercado de títulos

Adaptado do Ross et. al. p. 225

2.3.6 Alterações na linha do mercado de títulos

A linha do mercado de capitais não é estável ao longo do tempo, ela é alterada

por duas forças principais: expectativas inflacionárias e aversão ao risco.

Mudanças nas expectativas inflacionárias: As mudanças nas expectativas

inflacionárias afetam a taxa de retorno livre de risco . (Gitman, 2002). Uma vez que

a taxa livre de risco é um componente básico de todas as taxas de retorno, qualquer

mudança na risk free será refletida em todas as taxas de retorno.

= taxa de retorno livre de risco, medida geralmente pelo retorno sobre um título do tesouro = taxa de juro real constante = prêmio pela inflação, que resultarão em correspondentes mudanças na taxa livre de risco

Page 39: TCC 10-3-6-1-FINAL

37

Gráfico 5: Mudanças inflacionárias na SML

Adaptado de Gitman p.228

Mudanças na aversão ao risco: a inclinação da linha de mercado de títulos

reflete as preferências dos investidores por risco no mercado. Quanto mais íngreme

sua inclinação maior o grau de aversão ao risco, portanto um nível mais alto de retorno

poderia ser exigido para cada nível de risco medido pelo beta, ou seja, o prêmio pelo

risco aumenta com o aumento da aversão (Gitman 2002).

Page 40: TCC 10-3-6-1-FINAL

38

Gráfico 6: Mudanças na aversão ao risco SML

Adaptado de Gitman p.229

2.3.7 Carteira de mercado

Segundo Sharpe carteira de mercado

É um portfólio formado por todos os ativos onde a proporção investida em cada ativo corresponde ao seu valor relativo de mercado, por sua vez igual ao valor agregado de mercado do ativo, dividido pela soma do valor agregado de mercado para todos os ativos (Sharpe et al. 1995, p.265)

O portfólio situado no ponto de tangência entre a fronteira eficiente e o ativo

risk free representaria o equilíbrio resultante da combinação de todos os ativos com

risco.

Page 41: TCC 10-3-6-1-FINAL

39

Gráfico 7: O modelo de precificação de ativos CAPM.

Fonte: Gitman 2002 p. 245

De acordo com Sharpe et al (1995):

O equilíbrio no mercado de ativos pode ser caracterizado por dois números chaves. O primeiro é o intercepto vertical da linha do mercado de capitais, (taxa livre de risco), que é sempre referido como a recompensa pela espera. O segundo é o coeficiente da SML, que é sempre referido como a recompensa por uma unidade de risco corrido. Em essência, o mercado de ativos fornece um local onde tempo e risco podem ser comercializados com seus preços determinados pelas forças de oferta e demanda. Assim, o intercepto e o coeficiente da SML podem ser pensados como o preço do tempo e o preço do risco, respectivamente (p.268)

Page 42: TCC 10-3-6-1-FINAL

40

2.4 Ativos que podem compor uma carteira de investimentos

2.4.1 Ativos de renda fixa

Segundo Lima et al. (2006), “os títulos de renda fixa são caracterizados por

terem previamente definida a forma de remuneração, podendo ser prefixado ou pós-

fixados” p. 107.

2.4.2 Títulos públicos

Em qualquer país os títulos da dívida pública são a base do mercado de renda

fixa, esses funcionam como um referencial para o mercado de papéis privados.

Quanto maior a taxa de juros paga pelos títulos públicos, menor é o interesse de uma

empresa em lançar títulos no mercado para se financiar (Fortuna, 2011). Todos os

títulos de emissão do Tesouro descritos a seguir estão de acordo com o Decreto 3.859

de 04/07/2001.

2.4.2.1 Notas do Tesouro Nacional

Notas do Tesouro Nacional (NTN) São títulos com valor nominal de emissão,

geralmente escritos em múltiplos de R$1000,00. São títulos nominativos e

negociáveis. Podem ser colocados de forma direta ou por ofertas públicas, com a

realização de leilões pelo Banco Central (BC).

Page 43: TCC 10-3-6-1-FINAL

41

Tabela 2: tipos de NTN

Título Descrição

NTN-A

Existem dez subséries, têm a finalidade de serem utilizadas na troca pelo Brasil Investment Bond (BIB) e todos os bradies criados no acordo de reestruturação da dívida de 1994. Em

suma, elas internalizam a dívida externa

NTN-A1 Troca por BIB

NTN-A2 Troca por IDU (título extinto)

NTN-A3 Troca por PAR Bond

NTN-A4 Troca por Discount Bond

NTN-A5 Troca por FLIRB

NTN-A6 Troca por C-Bond

NTN-A7 Troca por DCB

NTN-A8 Troca por NMB

NTN-A9 Troca por EI Bond NTN-A10 Troca por MYDFA

NTN-B O valor nominal do título é atualizado pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desde a

data de emissão. Paga juros semestrais.

NTN-B Principal

Mesmas características da NTN-B, porém não paga cupom intermediário

NTN-C O valor nominal do título é atualizado pela variação do Índice

Geral de Preços (IGP-M), desde a data de emissão. Paga juros semestrais.

NTN-D

O valor nominal do título é atualizado pela variação da cotação do dólar americano no mercado de câmbio de taxas livres.

Assim é considerada a média das taxas dos dias úteis imediatamente anteriores a data-base e a data de vencimento

do título.

NTN-F Título prefixado, sendo a rentabilidade do título definida pelo

deságio sobre o valor nominal de seu lançamento.

NTN-H O valor nominal do título é feito por índice calculado com base

na Taxa Referencial (TR).

Fonte: Fortuna 2011

Page 44: TCC 10-3-6-1-FINAL

42

2.4.2.2 Letras Financeira do Tesouro

As Letras Financeiras do Tesouro (LFT) Básicas são emitidas para prover os

recursos necessários à cobertura dos déficits orçamentários ou à realização de

operações de crédito por antecipação de receitas para atendimento de determinações

legais (Fortuna 2011). Assim como as NTN, são títulos com valor nominal de emissão,

nominativos e negociáveis. Seu valor nominal na data-base é de R$1000,00. Seu

prazo é determinado pelo Ministério da Fazenda. Seu rendimento é a taxa média

ajustada dos financiamentos diários apostados no Sistema Especial de Liquidação e

Custódia (SELIC). Além da LFT Básica, existem dois outros tipos que são emitidos

diretamente em favor do interessado com o objetivo do cumprimento dos contratos de

assunção pela União da dívida de responsabilidade dos Estados e Distrito Federal

(Lei 9496/97).

Tabela 3: Tipos de LFT

Título Descrição

LFT-A Prazo de 15 anos, são remuneradas pela taxa média ajustada

dos financiamentos diários apurados no Selic para Títulos públicos federais, acrescido de 0,0245% ao mês.

LFT-B

Colocadas no mercado de forma direta em favor do interessado, com prazo de até 15 anos. São remuneradas pela taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no

Selic para títulos públicos federais.

Fonte: Fortuna 2011

2.4.2.3 Letras do Tesouro Nacional

Segundo Fortuna (2011), a base legal das Letras do Tesouro Nacional (LTN),

objetivos, forma de emissão e prazos são iguais aos da LFTs. Porém, é um título

prefixado, sem fator de remuneração já que seus juros estão implícitos no deságio do

título quando de sua emissão e pagos quando de seu resgate pelo valor nominal ou

de face. É emitido na modalidade escritural, nominativa e negociável.

Nas aplicações com prazo mínimo de 120 dias, existe a opção de repactuar a

cada 30 dias a taxa de remuneração da Cédula de Depósito Bancário (CDB). Após

Page 45: TCC 10-3-6-1-FINAL

43

02/08/99 esse tipo de CDB deixou de ter prazo mínimo, mas o rendimento ficou

vinculado à tabela regressiva de IOF (Fortuna, 2011).

2.4.3 Cédula de Depósito Bancário

Segundo Lima et al. (2006), são títulos emitidos por instituições financeiras

monetárias e não monetárias com o intuito de transferir recursos de uma instituição

financeira para outra, viabilizando assim a liquidez do sistema financeiro. As

instituições financeiras com sobra de recursos transferem para aquelas que possuem

necessidade de financiamento de seu caixa.

O CDB-DI ou CDB “swapado” em Cerificado de Depósito Interbancário (CDI),

tem liquidez diária e é pós-fixado, permitindo a sua utilização com ganho progressivo,

caracterizado pelo aumento progressivo da taxa de retorno à medida que aumenta o

prazo de aplicação. Nesse tipo de aplicação as taxas são definidas para prazos

diversos, quanto mais tempo o investido permanecer aplicado no título, maior vai ser

sua remuneração (Fortuna, 2011).

2.4.4 Letra Financeira

A medida provisória 475 de 15/12/09, no artigo 38, autorizou as instituições

financeiras a emitir Letras Financeiras (LF) como um título de crédito que consiste em

promessa de pagamento em dinheiro, nominativo, transferível e de livre negociação,

devendo assim ser emitidas de forma escritural, mediante registro em sistema

autorizado pelo BC. A resolução 3836 de 25/02/10, autorizou a sua emissão por

bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento, sociedade de crédito,

financiamento e investimento, caixas econômicas, companhias hipotecárias e

sociedade de crédito imobiliário. O valor unitário mínimo de emissão é de R$ 300 mil

e seu prazo mínimo de vencimento foi estabelecido em 24 meses. A remuneração

pode ser prefixada, combinada ou não com taxas flutuantes que podem ser

reajustadas em períodos fixos desde que tais operações tenham mais de 180 dias

(Fortuna, 2011).

Page 46: TCC 10-3-6-1-FINAL

44

2.4.5 Debêntures

Fortuna (2011) descreve as debêntures como um título privado de crédito de

médio e longo prazo emitido apenas por sociedade anônimas não financeiras junto a

terceiros para obter recursos destinados normalmente a financiamento de projetos de

investimento ou alongamento do perfil do passivo. A emissão poderá ser realizada em

séries como forma de adequação do montante às demandas de caixa da empresa ou

à demanda do mercado. É garantida ao comprador uma remuneração certa num prazo

determinado, não havendo direito a participação dos lucros ou bens da empresa, ou

seja, é uma forma de empréstimo a longo prazo.

As características das debêntures variam e são preestabelecidas na escritura

de emissão. A remuneração pode ser composta da atualização monetária, taxa de

juros e prêmio podendo haver ou não repactuação das taxas. Também há opção de

converter a debênture em ações da empresa (Lima et al. 2006).

2.4.6 Ações

Segunda Lima et al. (2006), os títulos de renda variável são caracterizados pela

sua remuneração ser atrelada a eventos futuros incertos, como o desempenho de uma

empresa. As Ações são títulos negociáveis de renda variável, que representam a

menor fração do capital da empresa que as emitiu. Segundo Fortuna (2011), elas

podem ser ordinárias, com direito a voto, ou preferenciais, com direito a preferência

sobre os lucros a serem distribuídos. O mercado de ações pode ser dividido em dois

segmentos: o primário, quando as ações de uma empresa são emitidas diretamente

ou através de uma oferta pública, e o secundário onde as ações já foram emitidas e

são comercializadas através da bolsa de valores, no caso do Brasil na

BM&BOVESPA.

Page 47: TCC 10-3-6-1-FINAL

45

2.4.7 Mercados à Termo, Futuro, Opções e Swap

Um derivativo é um ativo ou instrumento financeiro cujos preços estão

relacionados com outros ativos ou instrumentos financeiros, e sua existência é

justificada com a finalidade de obtenção de um ganho especulativo específico, ou, e

principalmente como proteção, hedge (FORTUNA, 2011). Portanto, contratos de

derivativo só existem porque há mercadoria negociada no mercado à vista e possuem

preços livremente estabelecidos pelo mercado.

Securato (2010) afirma que os derivativos estão relacionados ao conceito de

risco. No sentido financeiro da palavra a interpretação do conceito está relacionada à

probabilidade de algum evento ser diferente do esperado, incerteza em relação ao

futuro. Quanto mais incerto for o comportamento de um ativo futuro, maior a sua

volatilidade.

O Termo derivativo, como é utilizado atualmente, surgiu no início da década de

1970 com o surgimento dos swaps, operações eram utilizadas inicialmente para

proteção contra os riscos de oscilações de moedas. Na década de 1980, seu uso foi

incrementado no processo de desregulamentação e liberalização dos mercados

financeiros. (ARAÚJO; BARBEDO; BESSADA, 2009). Até o surgimento do mercado

de derivativos, não existia nenhum instrumento disponível de forma clara, padronizada

e amplamente acessível para administrar riscos financeiros (Securato, 2010).

2.4.7.1 Participantes do mercado de derivativos.

Os participantes do mercado de derivativos são classificados de acordo com o

seu relacionamento com o produto objeto do contrato, e a compreensão desses é

irrefutável para o entendimento das finalidades dessas operações.

- Hedgers

De acordo com Marins (2009), hedgers são aqueles indivíduos que realizam

uma ou mais operações com a finalidade de minimizar as exposições ao risco.

Geralmente, sua atividade econômica principal está diretamente relacionada com a

produção ou consumo da mercadoria.

Page 48: TCC 10-3-6-1-FINAL

46

Em suma, o objetivo do hedger é a transferência do risco de preços para outro

agente econômico, que se dispõe a assumir tal risco pois tem uma expectativa de

retorno sobre a posição especulativa assumida.

- Especulador

Enquanto os hedgers desejam minimizar a sua exposição ao risco, os

especuladores apostam na variação dos preços ou taxas, motivados pelo retorno

financeiro. Esses estão dispostos a assumir os riscos dos hedgers e ficar expostos a

prejuízos (HULL, 1998). Vale ressaltar que uma importante função desses atuantes

do mercado é a projeção dos preços, isto é, formação dos preços dos bens e sua

influência na liquidez do mercado, pois suas atividades aumentam muito o volume das

transações.

- Arbitrador

Os arbitradores foram o terceiro importante grupo de participantes do mercado

de derivativos. Tal operação envolve obter um lucro sem riscos, com a realização

simultânea em dois ou mais mercados (MARINS, 2009). Esses são responsáveis pela

manutenção do equilíbrio entre preços à vista em diferentes mercados, e também pelo

equilíbrio entre preços futuros e à vista.

- Market maker

São os agentes especializados em cotações de preços de compra e venda de

derivativos cotados em bolsa. Tais players garantem a boa liquidez do produto

negociado e ajuda na formação de seu preço (ARAÚJO; BARBEDO; BESSADA,

2009).

2.4.7.2 Mercado a Termo:

No mercado a termo, o investidor se pactua a comprar ou vender uma

determinada quantidade de um ativo objeto, por um preço fixado e dentro de um prazo

determinado (Fortuna, 2011);

São contratos realizados entre as contrapartes (comprador e vendedor) para

regulamentar operações de compra e venda de um ativo-objeto, havendo assim

Page 49: TCC 10-3-6-1-FINAL

47

liquidação física (entrega física do ativo-objeto, por parte do vendedor para que o

comprador receba) e também financeira (entrega de dinheiro, por parte do comprador

para o vendedor) em um determinado prazo. O preço é fixado hoje para a entrega

futura do ativo. Trata-se de um contrato concomitante, e só pode ser quebrado caso

haja cláusulas para tal (SCHOFIELD, 2011).

Esse tipo de contrato é tipicamente negociado no mercado de balcão, não é

padronizado e as contrapartes assumem o risco de crédito da operação ou contratam

um seguro de crédito ou serviços das clearings.

Em resumo, trata-se de um acordo de compra ou venda de um ativo, em

determinada data futura, por um preço especificado (Hull, 1998).

2.4.7.3 Mercado Futuro

Os contratos futuros surgiram a partir de uma limitação existente nos contratos

a termo, que é a excessiva variabilidade das características dos contratos elaborados

pois não existe nenhum tipo de padronização (Lima et al. 2006). Portanto, pode-se

considerar o mercado futuro como uma evolução do mercado a termo, uma vez que

ambos representam o compromisso de comprar/vender determinado ativo numa data

futura, por um preço previamente estabelecido. Porém, os contratos futuros são

padronizados em relação às características intrínsecas do ativo negociado,

quantidade, procedimentos de entrega, meses de vencimento, cotação de preços,

limites de oscilação diária de preços e limites de posição diária para garantir a

segurança do mercado contra grandes especulações por parte dos agentes de

mercado. Além das diferenças citadas anteriormente, a diferença preponderante entre

esses dois contratos é a existência de ajustes diários, mecanismo de redução de

riscos de crédito onde uma das partes paga as variações do valor de mercado do

contrato futuro diariamente (Hull, 2006).

A padronização dos contratos tem como objetivo gerar liquidez do mercado.

Para assegurar que o compromisso seja honrado, além dos ajustes diários também

são utilizados depósitos de margem inicial. Em resumo, as grandes vantagens sobre

o mercado a termo são maior liquidez, possibilidade de liquidação antecipada a

qualquer tempo antes da data de vencimento e a possibilidade de venda a descoberto.

Page 50: TCC 10-3-6-1-FINAL

48

Tabela 4: Contrato a termo x contrato futuro

Característica Futuros Termo

Objetivo

Proteção contra variações nos preços e especulação sem que haja na maioria das vezes transferência

das mercadorias

Proteção contra variações nos preços, normalmente com entrega

do produto contratado.

Negociabilidade Negociados antes do vencimento Não negociados

Responsabilidade Câmara de compensação Partes contratantes

Qualidade/quantidade Estabelecido pela Bolsa Estabelecido pelas partes

Local de negociação Bolsa de futuros Estabelecido pelas partes

Sistema de garantia Sempre haverá garantias Nem sempre existirão

Vencimentos Estabelecido pela Bolsa Normalmente, negociado pelas

partes

Participantes Qualquer pessoa física ou jurídica Produtores ou consumidores

Ajuste Diário No vencimento

Variação nos preços Diário Não muda o valor do contrato

Porte dos participantes Pequenos, médios e grandes Grandes

Credibilidade Não é necessário dar comprovante

de boa situação creditícia É normalmente exigido um alto

padrão de crédito

Fonte: Lima e Lopes (2003)

2.4.7.4 Mercado de opções

Em um contrato de termo, o contrato oferece um preço certo para as duas

contrapartes no futuro, porém não se consegue aproveitar os movimentos do

mercado, pois independente dos preços do spot o contrato já está fechado. Num

contrato de opção, o comprador da opção terá o direito sobre algo, mas não uma

obrigação. O titular paga ao lançador o prêmio, garantindo assim a compra da opção.

Marins (2009), define opção como “um contrato que dá a seu detentor ou comprador,

um direito sobre algo, mas não uma obrigação” (p. 522).

Page 51: TCC 10-3-6-1-FINAL

49

2.4.7.4.1 Conceitos

Titular: quem compra a opção, ou seja quem paga o prêmio, portanto possui o

direito de exercer a opção.

Lançador: quem recebe o prêmio vendendo a opção assim esse passa a ter a

obrigação quando exercido.

Preço de exercício: o preço ao qual o titular pode exercer o direito de compra.

Prêmio: valor que o titular paga para o lançador da opção pelo direito de exercê-

la.

Opções in-the-money: opções que permitem aos seus titulares a condição de

exercer com ganho.

Opções at-the-money: são opções que tornam o titular indiferente ao exercício.

Opções out-of-the-money: são as opções que não compensam ser exercidas.

Opções americanas: podem ser exercidas a qualquer momento até a data de

vencimento.

Opções europeias: o direito pode ser exercido apenas na data de vencimento

do contrato.

Opções de compra (Call Options)

Hull (2006) descreve uma opção de compra como um ativo que “(...)

proporciona a seu detentor o direito de comprar o ativo objeto em certa data ou durante

um período, por um preço determinado” (p.5)

Opções de Vendas (Put Options)

Hull (2006) descreve uma opção de venda como um ativo que “(...) proporciona

a seu titular o direito de vender o ativo objeto em certa data ou durante um período,

por um preço determinado” (p.5)

Page 52: TCC 10-3-6-1-FINAL

50

2.4.7.4.2 Lucros e prejuízos de uma opção em seu exercício

As figuras do gráfico 8 demonstram quando há ganhos ou perdas com uma

opção. No caso de ser um titular de uma opção de compra (call), quando a opção

expirar se o preço do mercado estiver inferior ao strike, a opção não é exercida e o

comprador perde o prêmio. No caso do preço ser superior, a opção é exercida e o

titular recebe a diferença financeira.

Gráfico 8: Lucros e prejuízos do contrato de opções

Fonte: Schofield, Neil C. p. 5

2.4.7.5 Mercado de Swap

De acordo com a resolução nº 2138 do Banco Central do Brasil as operações

de swap são definidas como “as consistentes na troca dos resultados financeiros

decorrentes da aplicação de taxas ou índices sobre ativos ou passivos utilizados como

referenciais”. De um modo geral, o contrato de swap é uma transação entre duas

contrapartes que concordaram em trocar futuramente os fluxos de caixa entre si. Não

há padronização dos contratos, podem ser elaboradas diferentes estratégias e tanto

Page 53: TCC 10-3-6-1-FINAL

51

o prazo quanto o tamanho são definidos pelo comprador e pelo vendedor em comum

acordo.

2.4.8 Papéis de financiamento do agronegócio

Há algum tempo o financiamento da agricultura brasileira vem se mostrando

como um dos grandes problemas da alocação de recursos da economia. Segundo

Araújo e Almeida (1997), com os problemas do Sistema Nacional de Crédito Rural

(SNCR), os agentes estão participando mais no financiamento do setor, alocando

mais eficientemente seus recursos e também procurando novas formas e fontes para

financiar suas atividades.

A falta de uma política agrícola estruturada associada com a transição político-

econômica pelo qual atravessa o país, forneceram condições favoráveis para se tentar

desenvolver um novo modelo onde o governo deixa de exercer o papel do principal

financiador da agricultura (Sousa, 1996, p.2). Para Schouchana e Perobelli (2000), a

crescente saída do governo como agente financiador da agricultura é reflexo da dívida

pública, tanto externa, contraída ao longo da década de 70, como da interna, dos anos

80. Cada vez mais o governo tem assumido uma função de agente regulador e

estimulador e deixando propriamente de ser o financiador.

Barros (1999) acredita que o setor privado está reagindo ativamente a essa

necessidade e que o mercado vem desenvolvendo e fortalecendo o gerenciamento

de riscos (contratos a termos e futuros, troca de insumos por produtos e etc) e de

financiamento, principalmente utilizando recursos externos.

Assim, pode-se dizer que o próprio mercado se ajustou para suprir suas

necessidades e desenvolveu mecanismos para as suas operações. Todos esses

mecanismos de comércio complementam a concessão do crédito rural oficial e assim,

convergiu-se para a criação dos novos títulos de crédito para financiamento do

agronegócio. Em 22 agosto de 1994, pela Lei nº 8.929 foi regulamentada a Cédula de

Produto Rural (CPR), o primeiro título de financiamento privado do agronegócio.

Além da CPR, outros mecanismos foram propostos porém sem muita aceitação

pelo mercado. O Certificado de Mercadoria com Emissão Garantida (CMG) que era

um título mercantil de contrato de compra e venda nas modalidades entrega física

Page 54: TCC 10-3-6-1-FINAL

52

futura garantida ou entrega física disponível garantida. Também no final dos anos 90

surge um novo meio de financiamento, o Finagro que buscava implantar um

mecanismo moderno de securitização em todo território nacional. O financiamento da

lavoura se daria pela venda antecipada de produtos através da CPR com garantias

do seguro rural atrelado ao seguro de garantia de obrigações contratuais e

negociáveis em mercados centralizados e organizados (Bertucci, 1999).

Existiam alguns fatores limitantes para a ampliação e consolidação desse

modelo de financiamento do agronegócio tais como elevados custos dos recursos

captados devido a encargos financeiros, tributário e contribuições sociais que limitam

os recursos recebidos pelo beneficiário. Também a deficiência no sistema de

padronização e classificação dos produtos agrícolas e a falta de papéis

representativos de produtos agrícolas com credibilidade no mercado eram problemas

significativos (Gasques, Villa Verde 1999).

Baseado nos resultados obtidos pelos ativos citados anteriormente e buscando

a consolidação do financiamento do agronegócio através de fontes privadas, a Lei nº

11.076 de 30 de dezembro de 2004 instituiu novos instrumentos:

Certificado de Depósito Agropecuário (CDA)

Warrant Agropecuário (WA)

Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA)

Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)

Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)

2.4.8.1 Cédula de Produto Rural

A CPR é um dos instrumentos mais utilizados hoje em dia nas operações de

financiamento do agronegócio. Criada em 1994 e posteriormente alterada pela lei

10.200 de 14 de fevereiro de 2001, esse papel consiste basicamente em uma venda

a termo, ou seja, o produtor rural, associações ou cooperativas emitem um título para

comercializar seus produtos recebendo o valor negociado de forma antecipada

prometendo entregar os resultados da produção em data futura (Fortuna, 2011).

Page 55: TCC 10-3-6-1-FINAL

53

Existem três tipos de CPRs no mercado. Na modalidade física, a CPR é um

ativo financeiro na forma de título cambial endossável, emitido pelo produtor rural ou

por suas associadas (cooperativas). Assim, ele antecipa a venda do produto que

colherá no futuro. O emitente recebe o valor da venda no ato de sua formalização e

promete entregar o produto físico em data futura, nas condições pactuadas no título

(Fortuna, 2011). As regras de emissão variam de acordo com as características dos

produtos, por exemplo, para emitir uma CPR de boi é necessária a existência de pelo

menos 200 animais, pois o lastro aceito é de no mínimo 100. O papel é registrado na

CETIP e é lastreado a dois tipos de garantia: seguro agrícola e um seguro bancário

(Fortuna, 2011).

A criada em 2001, CPR financeira possui as mesmas características da CPR

física porém ela é utilizada pelo produtor que não pretende entregar seu produto no

vencimento do papel e precisa de um financiamento, assim na liquidação do papel o

pagamento é realizado em dinheiro. Nessa modalidade, o produtor acredita na alta do

preço do seu produto e emite uma CPR com o vencimento fora do pico de safra. Na

liquidação do ativo, o comprador recebe o valor do título cambial na cotação do

produto no dia do resgate e o produtor fica com a produção livre para comercializá-la

no momento que o mercado oferecer melhores preços (Fortuna, 2011).

Por último, a CPR exportação, apesar de possuir as mesmas características

das duas anteriores é apenas utilizada para fins de exportação. Até sua data de

vencimento a CPR exportação é um ativo financeiro negociado em bolsa de

mercadorias e futuros e/ou no mercado de balcão organizado desde que autorizado

pelo BC e sua liquidação deve ser necessariamente física (Fortuna, 2011).

Page 56: TCC 10-3-6-1-FINAL

54

Quadro 1: funcionamento da CPR física

Fonte: Adaptado Fortuna 2011 p. 302

Quadro 2: funcionamento da CPR financeira

Fonte: Adaptado Fortuna 2011 p. 303

Page 57: TCC 10-3-6-1-FINAL

55

De acordo com a Lei 8.929, artigo terceiro a CPR deve conter os seguintes

requisitos:

I - denominação "Cédula de Produto Rural";

II - data da entrega;

III - nome do credor e cláusula à ordem;

IV - promessa pura e simples de entregar o produto, sua indicação e as especificações

de qualidade e quantidade;

V - local e condições da entrega;

VI - descrição dos bens cedularmente vinculados em garantia;

VII - data e lugar da emissão;

VIII - assinatura do emitente.

A CPR pode ser negociada tanto no mercado a termo (balcão) quanto nas

bolsas de valores. Quando negociadas no balcão, a negociação é realizada

diretamente entre o produtor rural e o comprador, acordando todas as características

do contrato, sendo que o registro dos participantes deve ser realizado junto CETIP. A

negociação na bolsa envolve instituições financeiras que atuam como avalistas da

cédula ou fazem securitização dos papéis para dar maior credibilidade e segurança à

circulação dos papéis (Rocha, 2008).

2.4.8.2 Certificado de depósito Agropecuário e Warrant Agropecuário

O CDA é definido como um título de crédito que representa uma promessa de

entrega dos produtos agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor

econômico (Lei 9.973 de 29 de maio de 2000, Art.1 parágrafo primeiro). O WA é

descrito pela mesma Lei como um título de crédito que concede direito de penhor

sobre o CDA correspondente. Em suma, o CDA é o título representativo da promessa

de entrega de produtos agropecuários para pessoa jurídica autorizada a exercer

atividades de guarda e conservação de produtos do agronegócio (depositário),

podendo ser negociado ou usado como garantia. Já o WA é um título de crédito que

representa a promessa de pagamento em dinheiro que confere direito de penhor do

Page 58: TCC 10-3-6-1-FINAL

56

CDA correspondente. Ambos são títulos unidos emitidos simultaneamente pelo

depositário a pedido do depositante (Fortuna, 2011).

2.4.8.3 Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio

Fortuna (2011) classifica o CDCA como um título de crédito nominativo, de livre

negociação, lastreado em créditos originados do agronegócio representando uma

promessa de pagamento em dinheiro. Esses podem ser emitidos apenas por

cooperativas de produtos rurais e outras pessoas jurídicas que comercializem,

beneficiem ou industrializem produtos e insumos do agronegócio ou máquinas e

implementos utilizados na produção agropecuária.

O CDCA representa um conjunto de direitos creditórios de produtores,

cooperativas e outras instituições. A capitalização pode ser feita com taxas de juros

remuneratórias ou flutuantes, sendo que o principal pode ser pago periodicamente ou

em uma única vez no vencimento. A negociação pode ser feita tanto na bolsa de

valores quanto no mercado de balcão. O registro e a liquidação são feitos na CETIP.

2.4.8.4 Letra de Crédito do Agronegócio

De acordo com Fortuna (2011) a LCA

É um título de crédito nominativo, cartular ou escritural, de livre negociação, devendo, se escritural, ser registrado em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizada pelo BC, representando promessa de pagamento em dinheiro e se constituído em título executivo extrajudicial. Confere direito de penhor sobre os direitos creditórios a ele vinculados, além de poder contar com garantias adicionais ou fidejussórias (p. 309).

Esse papel que representa uma promessa de pagamento em dinheiro pode ser

emitido apenas por instituições financeiras (Públicas ou privadas), podendo ser

negociado tanto na bolsa de valores quanto no balcão.

Assim como o CDCA também é lastreado em recebíveis originados de

negociações entre os agentes do agronegócio sendo o mais comum a CPR, ou seja,

é uma espécie de repasse destes recebíveis aos investidores privados. A principal

Page 59: TCC 10-3-6-1-FINAL

57

função do título é a captação dos recursos dos investidores privados para aumentar a

oferta de financiamento e crédito destinados para os produtos rurais e cooperativas.

2.4.8.5 Certificado de Recebíveis do Agronegócio

O CRA assim como a LCA e o CDCA também é um título de crédito nominativo,

lastreado em direitos creditórios do agronegócio, constituindo assim uma promessa

de pagamento em dinheiro. Porém, esses títulos podem apenas emitidos por

Sociedades de Propósito Especifico (SPE), criadas para atuar como companhias

securitizadoras de direitos creditórios do agronegócio. Tais empresas compram esses

recebíveis e emitem CRA, a serem adquiridos por empresas do setor rural,

investidores e fundos de investimentos (Fortuna, 2011).

Page 60: TCC 10-3-6-1-FINAL

58

Tabela 5: comparação entre instrumentos de financiamento da agropecuária

Page 61: TCC 10-3-6-1-FINAL

59

2.5 Commodities

2.5.1 Definição

Encontram-se dezenas de definições de commodities na literatura.

De acordo com Sandroni (1994) pode-se definir commodity como um tipo

particular de mercadoria em estado bruto ou produto primário de importância

comercial, como é o caso do açúcar, café, algodão, ferro, entre outros.

Segundo Geman (2005), o termo commodity é atribuído a um bem de consumo

cuja escassez, na forma de exaustão na extração ou na redução de estoques globais,

resultará em um grande impacto no preço mundial.

Copeland e Weston (1988) definem commodity como um ativo cuja

padronização permite a execução de um maior número de negociações favorecendo

assim a liquidez.

Para Rudge (2003), as commodities podem ser descritas como bens primários

em estado bruto, produzidos em escala mundial e com características físicas

homogêneas, cujo preço é determinado pela oferta e pela demanda internacional.

Em suma, commodities são bens que em sua maioria são primários e possuem

quatro características essenciais: universalidade, imperecibilidade, divisibilidade e

homogeneidade.

O termo universalidade refere-se a amplo comércio em escala mundial. Kaldor

(1939) descreve as commodities como um bem de demanda generalizada de uso

universal.

A imperecibilidade é referente a possibilidade de armazenagem do bem para

entrega em datas futuras e pré estabelecidas, sem perda de valor com a passagem

do tempo (Kaldor 1939). Assim como um boi não pode ser dividido, ele também não

pode ser armazenado para sempre até porque sua homogeneização demanda que

esse esteja vivo ou em “pé”. Portanto é preciso prever meios para repô-lo para a

entrega ser feita em qualquer tempo.

Page 62: TCC 10-3-6-1-FINAL

60

Por divisibilidade, entende-se que é possível a entrega das quantidades em

unidades padronizadas (Vian e Quintino, 2007). O café negociado em lotes de 10 saca

com 60kg cada, todos os lotes são pré estabelecidos pela BM&FBOVESPA. Já para

produtos como o Boi que não podem ser negociados aos pedaços, estabeleceu-se

que a unidade padrão seria arrobas, suprindo a indivisibilidade do bem. O mini

contrato de Boi Gordo na BM&FBOVESPA é de 33 arrobas.

A homogeneidade está relacionada à possibilidade de se atribuir um preço à

vista antes de classificar o produto recebido, havendo assim um padrão comercial

aceitável (Pinho, 2002).

Kaldor (1939) ressalta que os atributos fornecidos anteriormente permitem a

liquidez das negociações no mercado organizado.

Apesar da maioria dos autores destacarem as commodities físicas como

palpáveis também existem commodities que não se encontram num estado tangível.

Segundo Khalili (2003) a partir das reuniões do Protocolo de Kyoto foram criados os

certificados de emissão de carbono, surgindo assim um novo tipo de commodity.

2.5.2 Métodos de Homogeneização

Com a diversidade de commodities existentes no mundo surgiu-se a

necessidade de homogeneizá-las. Os métodos consistem em estabelecer padrões

específicos para cada commodity, possibilitando assim categorizá-las e nivelar a

qualidade desses. Esse processo facilita a precificação dos ativos, sua transação e a

competitividade. Abaixo demonstra-se a classificação de três commodities sendo elas:

algodão, café e petróleo.

2.5.2.1 Café

Segundo dados da CONAB, a produção de café beneficiado em 2012 fechou

em 50,83 milhões de sacas. O café do tipo arábica teve uma produção de 38,32

milhões de sacas, ou seja 75,4% da produção nacional sendo Minas Gerais o maior

Page 63: TCC 10-3-6-1-FINAL

61

estado produtor. Já o café robusta teve uma produção de 12,48 milhões de sacas,

média de 24,6% da produção cafeeira do país, com o estado do Espírito Santo como

maior produtor. A área nacional plantada totalizou 2,33 milhões de hectares.

Inicialmente pode-se dividir o café em dois tipos: arábica e robusta. O tipo

arábica é o produzido em grande escala pelo Brasil e é o que possui melhor qualidade.

Já o robusta apresenta qualidade inferior, em geral servindo apenas como carga para

blending e para a produção de café solúvel,

Os contratos de café negociados na Bolsa Brasileira obedecem a tais

especificações: café cru, em grãos, de produção brasileira, coffea arábica, tipo seis

ou melhor, bebida dura ou melhor, ensacado em sacas de novas jutas, que não tenha

sofridas avarias. As sacas possuem 60 quilos e o contrato é negociado em lotes de

100 sacas. (Especificações do contrato disponível de café arábica, BM&F).

A classificação do produto quanto ao tipo, segundo Bártholo & Guimarães

(1997), é referente a seu aspecto e a qualidade de defeitos, sendo o aspecto

influenciado pela cor dos grãos e os defeitos oriundos de impureza (extrínsecos) ou

imperfeições dos grãos (intrínsecos). Para Borém (2008), a qualidade do café é

influenciada pela interação entre inúmeros fatores nas fases de produção, colheita e

pós colheita, sendo o local da produção, cultivo, forma de processamento e secagem

os fatores que mais influenciam na qualidade dos grãos de café. O valor comercial de

um lote depende de algumas características físicas do grão, tais como rendimento de

café beneficiado, tamanho dos grãos e quantidade de defeitos. Normalmente a

classificação física do café é realizada de acordo com a Classificação Oficial Brasileira

(COB), onde estão estabelecidos os parâmetros.

- Tamanho do grão: Para classificar o tamanho dos grãos, utiliza-se peneiras e a

separação é realizada de acordo com as dimensões dos furos na peneira. Os maiores

grãos são os mais valorizados.

- Tipo: determina a pureza do café, sendo os grãos de café separados de acordo com

sua quantidade de defeitos. Para tal classificação existem sete categorias, que vão da

2 a 8, sendo que a 8 possui mais defeitos que a dois. Os defeitos são constatados a

partir de uma amostra de 300 gramas.

Page 64: TCC 10-3-6-1-FINAL

62

Tabela 6: Classificação por peneira e por tipo

Classificação de café por peneira Classificação de café por tipo

Grão Chato Grosso Peneira 17 e Maiores Abaixo de 4 defeitos 2

Chato Média Peneira 15 e 16 De 5 a 12 defeitos 3

Chatinho Peneira 12, 13 e 14 De 13 a 26 defeitos 4

Moca Grosso Peneira 11 e 12 De 27 a 46 defeitos 5

Moca Médio Peneira 10 De 47 a 86 defeitos 6

Moquinha Peneira 8 e 9 De 87 a 170 defeitos 7

De 171 a 360 defeitos 8 Fonte: Bartholo & Guimaraes (1997) e Matiello (1991)

Tabela 7:Tabela Oficial de equivalência de defeitos

Característica Defeitos Característica Defeitos

1 grão preto 1 2 marinheiros 1

1 pedra, pau ou torrão grande 5 2/3 cascas pequenas 1

1 pedra, pau ou torrão regular 2 2/5 brocados 1

1 pedra, pau ou torrão pequeno 1 3 conchas 1

1 coco 1 5 verdes 1

1 casca grande 1 5 quebrados 1

2 ardidos 1 5 chochos ou mal granados 1

Fonte: Matiello (1991)

- Qualidade da bebida: essa classificação refere-se ao gosto ou cheiro do café.

Através da análise “prova de xícara”, provadores qualificam a bebida através dos

sentidos do paladar, olfato e tato. Existem sete escalas descritas na tabela 8.

Page 65: TCC 10-3-6-1-FINAL

63

Tabela 8: Classificação do café por qualidade da bebida

Bebidas Características

Estritamente mole Todos os requisitos de aroma e sabor da bebida “mole”, porém mais

acentuados

Mole É a bebida padrão, traduz um gosto agradável, brando e doce

Apenas mole O seu sabor é levemente suave, inferior aos anteriores, mas sem

adstringência ou aspereza de paladar

Bebida dura Apresenta com um gosto acre, adstringente e áspero. Esse café não

apresenta paladares estranhos

Riado É um café com leve sabor típico de iodofórmio

Rio Apresenta cheiro e gosto acentuado de iodofórmio

Rio zona É uma bebida com características bem mais acentuadas que da bebida Rio

Fonte: Bartholo e Guimares (1991)

Após passarem pelo processo de classificação descrita na tabela 8, os grãos

podem ser divididos e precificados. O café utilizado no Brasil como base é o tipo 6, e

utiliza-se um ágio ou deságio para a precificação desse.

Page 66: TCC 10-3-6-1-FINAL

64

Tabela 9: ágio e deságio café

Fonte: CONAB - TÍTULO 68 – NORMAS ESPECÍFICAS DE CAFÉ – SAFRA 2012/2013 (www.conab.gov.br)

2.5.2.2 Algodão

O algodão é considerado o “boi vegetal”, pois é totalmente aproveitável pelo

homem. A espécie G. hirsutum L.r latifolium Hutch é a mais plantada no mundo,

possuindo 33,31 milhões de hectares, sendo responsável por 90% da produção

mundial de algodão em caroço (Embrapa, 2013). Segundo o United States

Department of Agriculture (USDA), é uma das fibras mais importantes da indústria

têxtil mundial, sendo que 35% das fibras são advindas dessa commodity.

Tipo/Classe Preço final Ágio Deságio

(R$) % %

Arábica, tipo 6, dura para melhor, peneira 13 acima, até 10% de vazamento

e até 12,5% de teor de umidade 261,69* - -

Arábica, tipo 4/5, dura para melhor, peneira 14 acima, até 10% de

vazamento, até 10% de grãos moca e até 12,5% de teor de umidade

270,43 3,34 -

Arábica, tipo 7, dura, peneira 13, até 160 defeitos e até 12,5% de teor de umidade

252,98 - -3,33

Arábica, tipo 7, rio, peneira 13, até 160 defeitos e até 12,5% de teor de umidade

210,27 - -19,65

Arábica, tipo 7, rioda, peneira 13, até 160 defeitos e até 12,5% de teor de

umidade 238,74 - -8,77

Conison, tipo 7, peneira 13 acima, até 150 defeitos e até 12,5% de teor de

umidade 156,57* - -

Conison, tipo 6, peneira 13 acima, até 86 defeitos e até 12,5% de teor de umidade

160,67 2,62 -

Conison, tipo 8, peneira 12 acima, até 360 defeitos e até 12,5% de teor de

umidade 148,74 - -5,00

Page 67: TCC 10-3-6-1-FINAL

65

A commodity algodão é negociada através dos produtos por ela gerados como

o algodão em caroço, algodão em pluma, o caroço e os subprodutos. O algodão em

pluma é resultante do beneficiamento do algodão em caroço. Entende-se por

beneficiamento o processo que ocorre antes da indústria têxtil e consiste em separar

através de processos mecânicos a fibra da semente, retirando-se o caroço, assim as

fibras obtidas são limpas e prontas para a fiação. (Embrapa, 2009 – algodão em

pluma).

Os contratos operados na Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) obedecem o

padrão universal fornecido pela USDA. O objeto de negociação é o algodão em pluma,

embalado em fardos, base tipo middling, com o comprimento de fibra único, de no

mínimo 1 3/32 polegadas, certificado no sistema High Volume Instrument (HVI). A

classificação do algodão segundo a EMBRAPA é realizada segundo o comprimento

das fibras, sendo que o tipo será determinado levando em conta a cor das fibras,

presença de folhas que irá caracterizar as impurezas e o modo de preparação

(beneficiamento do produto).

O algodão é classificado por tipo (pureza e cor) e pelo comprimento das fibras.

O tipo levará em conta a cor das fibras, a presença de impurezas e o modo do

beneficiamento do caroço. Já a classificação da fibra do algodão será realizada por

meio do instrumento HVI, que permite a determinação das características intrínsecas

e extrínsecas da fibra como comprimento, micronaire, tenacidade e outras (Brasil,

2002).

Segundo o Ministério da agricultura (2006), o tipo de algodão será representado

por códigos compostos de dois dígitos, e esses corresponderão às impurezas e à cor

presentes na amostra do algodão. São dezessete padrões físicos universais

referentes à coloração 11,21,31,41,51,61,71, 81, 13, 23, 33, 43, 53, 63, 34, 44, 54 e o

restante são todos descritivos. Os tipos 11,21,31,41,51,61,71 e 81 se referem ao grau

de coloração branca, sendo o 11 o maior grau de coloração branca. Os tipos 12, 22,

32,42,52, 62 e 72 são para coloração ligeiramente creme. Já os tipos 13, 23, 33, 43,

53, 63 são para a coloração creme. Os padrões 81, 82, 83, 84 e 85 são considerados

de baixo padrão.

Page 68: TCC 10-3-6-1-FINAL

66

Tabela 10: Código de determinação do tipo de algodão

Branco Ligeiramente

Creme Creme Avermelhado Amalrelado

11* 12 13* - -

21* 22 23* 24 25

31* 32 33* 34* 35

41* 42 43* 44* -

51* 52 53* 54* -

61* 62 63* - -

71* - - - -

81* 82 83 84 85

Fonte: PDF EMBRAPA/ministério da agricultura, 2006

Tabela 11: Descrição dos algodões de coloração

Descrição dos Algodões de Coloração Branca

11* Cor Boa Média GM (Good Midding)

21* Cor Estritamente Média SM (Strict Midding)

31* Cor Média M (Midding)

41* Cor Estritamente Abaixo da Média SLM (Strict Low Midding)

51* Cor Abaixo da Média LM (Low Midding)

61* Cor Estritamente Boa Comum SGO (Strict Good Ordnary)

71* Cor boa Comum GO (Good Ordinary)

81* Abaixo do Padrão

Fonte: PDF EMBRAPA/ministério da agricultura, 2006

Em relação às folhas e impurezas, são estabelecidas classificações que vão de

2 a 7, sendo que o tipo 2 deve ser praticamente isento de impurezas enquanto o 7

apresenta uma quantidade muito maior de impurezas.

Características universais para classificação do algodão segundo o Ministério

da agricultura, pecuária e abastecimento:

- Maturidade: Trata-se do grau de maturidade da parede da fibra, ou seja, seu

diâmetro. Para duas fibras do mesmo diâmetro, a mais madura será aquela que

possuir a parede mais espessa. Fibras mais maduras quebram facilmente, absorvem

corantes de forma irregular e diminuem o rendimento das máquinas e formam

emaranhados que depreciam o tecido.

Page 69: TCC 10-3-6-1-FINAL

67

-Micronair: Trata-se da medida do diâmetro da fibra, no caso do algodão, o índice

Micronair, também conhecido como “finura de fibra” é um índice adimensional que

indica a resistência de uma determinada massa de fibras a um certo fluxo de ar com

pressão constante em uma câmera com volume definido. Esse índice influencia

fortemente na limpeza e remoção de “neps”, na resistência à ruptura e na uniformidade

de massa dos fios, assim como no tingimento dos tecidos.

Tabela 12: Índices de Micronair

Fonte: EMBRAPA

- Conteúdo de açúcar: a presença de açúcar nos capulhos abertos do algodão podem

causar problemas na industrialização, gerando paradas por aderência das fibras na

parte móvel das máquinas.

-Comprimento: é referente à extensão média ou a mais constante ao longo do eixo de

um corpo-de-prova de fibras, determina-se assim a resistência do fio, que ocasiona a

aparência e o título recebido. Por afetar a resistência, regularidade do fio e a eficiência

do processo de fiação, o comprimento da fibra exerce uma grande influência no preço.

Para avaliação do comprimento, realiza-se um exame de pente de fibras para estipular

Page 70: TCC 10-3-6-1-FINAL

68

o Half Meand Lenght (UHM), o Stable Lenght, o Span Lenght 1 (SL 50%), Span Lenght

2 (SL 2,5%).

Tabela 13: Categorização das fibras de algodão

Categoria UHM (polegada) UHM (mm) SL 2,5% (mm) Comercial (mm)

Curta Abaixo de 0,94 Abaixo de 25,1 Abaixo de 23,8 Abaixo de 28

0,97 a 1,03 25,2 a 26,9 24,6 a 26,2 28/30

Média 1,06 a 1,09 27,0 a 28,8 27,0 a 27,8 30/32

Longa 1,13 a 1,19 28,9 a 30,5 28,6 a 30,2 32/34

1,22 a 1,25 30,6 a 32,0 20,9 a 32,7 34/36

Muito Longa Acima de 1,28 Acima de 32,1 Acima de 32,5 Acima de 36

Fonte: Adaptado Segundo a BM&F, material informativo: Testes no HVI.

- Uniformidade: trata-se da relação entre o comprimento médio (ML) e o comprimento

médio da metade superior em uma amostra (UHM). Quanto mais elevada a

porcentagem maior a uniformidade, quanto mais baixa mais prejudicial a regularidade

e aparência do fio, acarretando assim desperdícios no beneficiamento e na indústria.

Tabela 14: Índice de uniformidade

Uniformidade Descrição

Abaixo de 77 Muito baixa

77 - 79 Baixa

80-82 Média

83-85 Alta

Acima de 85 Muito alta

Fonte: EMBRAPA

- Resistência: o teste de resistência é realizado através da apreensão e do rompimento

de um pacote de fibras das mesmas amostras do algodão que são utilizadas para

mensurar o comprimento. Os resultados possuem a dimensão grama por tex (unidade

igual ao peso em gramas de 1000 metros de fibra).

Page 71: TCC 10-3-6-1-FINAL

69

Tabela 15: Resultados da medição da resistência

Resistencia Descrição

Abaixo de 23 Fraco

24-25 Intermediário

26-28 Médio

29-30 Forte

Acima de 31 Muito forte

Fonte: EMBRAPA

- Impurezas: o grau da folha refere-se à quantidade de impurezas que estão dentro

da escala apresentada por um jogo de amostras dos padrões físicos.

Tabela 16: Código usado para determinar o grau de impureza do algodão

Grau da Folha Códigos Correspondente ao Código de

determinação do tipo

1 LG1 11

2 LG2 21

3 LG3 31

4 LG4 41

5 LG5 51

6 LG6 61

7 LG7 71

8 LG8 81

Fonte: EMBRAPA

Page 72: TCC 10-3-6-1-FINAL

70

Tabela 17:Tabela de ágio e deságio

Folha

Grade Tipo 1 & 2 3 4 5 6 7

Good Midding 11 3,1386 3,1086 3,0725 - - -

Strict Midding 21 3,1386 3,1086 3,0725 - - -

Midding 31 3,1056 3,0725 3,0394 3,0064 - -

Strict Low Midding 41 3,0394 3,0064 2,9733* 2,9402 2,9072 -

Low Midding 51 2,9733 2,9402 2,9072 2,8741 2,8410 2,8080

Strict Good Ordnary 61 2,9072 2,8741 2,8410 2,8080 2,7749 2,7418

Micronaire Resistência Comprimento da Fibra

- R$/kg gf/tex R$/kg Polegadas Cód.

Universal R$/kg

5,0/5,2 (0,0551) 25,0/26,9 (0,0496) 1,1/8” ou

acima 36 ou acima 0,0331

3,5/4,9* 0,0000* 27,0/29,9* 0,0000* 1,3/32”* 35* 0,0000*

3,3/3,4 (0,0220) 30,0/31,9 ou acima 0,0496 1,1/16” 34 (0,0661)

Fonte: http://www.conab.gov.br/conabweb/download/moc/titulos/T41s2011-12e2012.pdf

2.5.2.3 Petróleo

O Petróleo é composto de hidrocarbonetos, moléculas de hidrogênio e

carbono e é encontrado abaixo da superfície do planeta Terra. Na Mesopotâmia

perto de 4000 A.C. a substância era utilizada para construir navios e como adesivo.

No antigo Egito, foi utilizado para a construção de pirâmides e para o processo de

embalsamar.

De acordo com Schofield (2007) as características do petróleo podem variar

de acordo com a origem de extração, e essas são importantes para definir a

qualidade do petróleo. A classificação mais usual para petróleos, principalmente os

refinados foi estabelecida pelo American Petroleum Institute (API).

- Densidade/API: A sigla API significa American Petroleum Institute, e de acordo com

essa escala é medida a densidade de um petróleo. Um petróleo considerado leve

Page 73: TCC 10-3-6-1-FINAL

71

possui um grau de API entorno de 39º a 41º API, sendo esses petróleos como o

Brent e o West Texas Intermediate (WTI) que são referência para a formação de

preços de outros petróleos. Os petróleos menos densos são mais fáceis de refinar e

têm maior capacidade de produzir grandes quantidades de produtos (ex: gasolina,

querosene) em relação aos mais densos. A medição da densidade é realizada pelo

número de moléculas em um determinado volume. Os óleos médios possuem 21º a

30º API, já os pesados possuem valor inferior a 21º API.

Tabela 18: Classificação de alguns tipos de petróleo (grau de API) – Do mais leve para o mais pesado

Tipo de petróleo País de origem Grau API

Mistura Siburina Argélia 44

West Texas Intermediate (WTI) EUA 40

Brent Reino Unido 38

Benny Lager Nigéria 37

Arabian Light Arábia Saudita 34

Minas Indonésia 34

Isthma México 34

Fateh Dubai 32

Corvina Brasil (Bacia de Campos) 29

Tía Juana Leve Venezuela 26

Cabiúnas/Marlin Brasil (Bacia de Campos) 19

Fonte: Gazeta Mercantil (1999, apud Almeida 2010)

Page 74: TCC 10-3-6-1-FINAL

72

Gráfico 9:Tipos de petróleo comparados de acordo com suas características.

Fonte: User Guide do Commodities 2011 – Deutsche Bank/EIA

- Enxofre: O enxofre é uma propriedade indesejável quando em grandes quantidades.

Um petróleo é considerado “doce” (sweet) quando sua massa contém menos de 0.5%

de enxofre e “azedo” (sour) quando possui mais do que essa quantidade. Óleos com

menor teor de enxofre são mais valorizados, pois o enxofre é um elemento poluidor,

e a presença desse aumenta o custo do refino.

- Viscosidade dinâmica/fluxo: A viscosidade é uma medida da capacidade de

deformação do produto, ou seja, sua resistência. O pour point é a temperatura mínima

na qual um líquido mantém suas características de fluído e ainda pode ser derramado.

Um alto pour point indica que o produto deve ser aquecido para se tornar um líquido,

e isso impacta o armazenamento e o transporte.

Tissot e Welte (1984), a partir de um estudo realizado com 550 petróleos

propuseram classificá-los com passe no teor de hidrocarbonetos presentes: Alcanos

(composto parafínicos), Cicloalcanos (naftênicos), aromáticos mais composto de

N,S,O (resinas e asfaltenos) e levando em conta o teor de enxofre. Assim classificou-

se em seis categorias como descrito na tabela 19.

Page 75: TCC 10-3-6-1-FINAL

73

Tabela 19: Classificação dos petróleos de acordo com Tissot e Welte

Tipo de Petróleo Concentração no Petróleo (>210ªC)

Teor de Enxofre

no Óleo

Parafínicos P > N e P > 40%

Parafínicos-naftênicos S>50% P ≤ 40% e N ≤ 40% <1%

Naftênicos AA<50% N > P e N > 40%

Aromáticos intermediários P > 10%

Aromáticos asfálticos S>50% P ≤ 10% e N ≤ 25% >1%

Aromáticos naftênicos AA>50% P ≤ 10% e N ≤ 25% Geralmente <1%

Obs.: S = saturados; P = parafinas; N = naftênicos; AA = aromáticos + resinas + asfaltenos

Fonte: Tissot e Welte

Segundo Zílio e Pinto (2002):

-Parafínicos: possuem 75% ou mais de parafinas. Nesta classe estão os óleos leves,

fluidos ou de alto ponto de fluidez, com densidade inferior a 0,85. Incluem a maior

parte dos petróleos produzidos no Nordeste Brasileiro. Aplicações: Gasolina de baixo

índice de octanagem, querosene de alta qualidade, óleo diesel com boas

características de combustão. Entre outros.

- Parafínicos- Naftênicos: possuem de 50 a 70% de parafinas e mais de 20% de

naftênicos. A viscosidade é moderada. A maioria dos petróleos produzidos na Bacia

de Campos, RJ, é deste tipo.

- Naftênicos: Possuem mais de 70% de naftênicos. São originados da alteração

bioquímica dos óleos parafínicos e parafino-naftênicos. Possuem baixo teor de

enxofre. São pouco representativos no volume total de petróleo. Tem aplicação em

gasolina de alto índice de octanagem e óleos lubrificantes de baixo resíduo de

carbono.

- Classe aromática intermediária: possuem mais de 50% de hidrocarbonetos

aromáticos. São óleos pesados, com densidade maior que 0,85, contendo entre 5 e

15% de asfaltenos. Esse tipo é encontrado principalmente no oriente médio e na

Venezuela.

- Classe aromática-Naftênica: Possuem mais de 35% de naftênicos. Esse tipo de óleo

sofre processo inicial de biodegradação, no qual foram removidas as parafinas. São

derivados de óleos parafínicos e parafínico-naftênicos. São encontrados na África

Ocidental.

Page 76: TCC 10-3-6-1-FINAL

74

- Classe aromático-Asfáltica: possuem mais de 35% de asfaltenos e resinas. São

provenientes de um processo de biodegradação para gerar óleos mais pesados e

viscosos, resultantes da alteração dos óleos aromáticos intermediários. São

encontrados no Canadá Ocidental, Venezuela e Sul da França.

Na BM&F, são negociados contratos futuros de WTI, do CME Group em lotes

de 100 barris (BM&FBOVESPA, 2013).

2.5.2 Commodities no mundo

As commodities são divididas em três grandes grupos: metais, energia e

agrícolas. De acordo com Geman (2005), o grupo dos metais é dividido em:

- Metais preciosos como ouro, platina e prata

- Metais industriais como o cobre, chumbo e níquel

- Metais menores: cobalto, gálio, lítio, tungstênio

- Metais raros: elementos da série dos lantanídeos da tabela periódica como o cério,

lantânio entre outros.

As commodities agrícolas são divididas em:

- Grãos: milho, soja, arroz

- Alimentos/fibras: café, cacau, borracha, suco de laranja

- Pecuária: bovinos, suínos

E por fim as commodities de energia englobam commodities como petróleo,

gás natural e os certificados de emissão de carbono.

Nota-se que apesar da convenção adotada, o petróleo pode ser utilizado como

fonte de energia ou como matéria prima para plásticos e outros produtos. Além disso,

os créditos de carbono que também são negociados em bolsa encaixados na

categoria de energia, referem-se a emissão de gases e não como fonte de energia.

As commodities ao redor do mundo são negociadas principalmente nas bolsas

de futuros. Cada bolsa de cada país negocia diferentes commodities, no Brasil são

negociados contratos das commodities: Açúcar, Boi Gordo, Café Arábica, Etanol,

Page 77: TCC 10-3-6-1-FINAL

75

Milho, Ouro, Petróleo e soja (BM&FBOVESPA, 2013). Já na New York Mercantile

Exchange (NYMEX) são negociados contratos de: carvão, petróleo, gás natural,

paládio, platina, urânio, propano, gasolina e óleo (NYMEX, 2013). Porém podem ser

negociadas também por meios de títulos com lastro em agronegócio, opções ou

mercado à vista.

Dados do Yahoo Finance mostram que as dez commodities mais negociadas

no mundo são: petróleo, café, gás natural, ouro, petróleo Brent, prata, açúcar, milho,

trigo e algodão.

2.5.3 Commodities no Brasil

O Brasil apresenta grandes vantagens em relação a outros países em termos

de produção de commodities. Não apenas o solo é fértil, também há grande

disponibilidade de água, a biodiversidade é vasta e o clima é adequado.

Conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

(CEPEA – 2012) o agronegócio representa mais de 22% do PIB Brasileiro. De acordo

com o IBGE a agropecuária se mantem como atividade relevante no cenário nacional.

No âmbito externo, o Brasil é um dos principais exportadores de soja, açúcar bruto,

grãos de café e carnes. Assim como também é significativo no comércio do minério

de ferro e petróleo bruto.

Segundo dados da secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de

Minas Gerais (2013) o Brasil se destaca na produção e exportação das commodities

milho, arroz, soja, café, açúcar, algodão e carne bovina. É o maior produtor do mundo

de café e açúcar.

2.5.4 Métodos de investimento em commodities

Existem diversas formas de se investir em commodities e cada uma delas

possui vantagens e desvantagens, segundo Schofield (2007) e Geman (2005) são:

Page 78: TCC 10-3-6-1-FINAL

76

a. Compra da commodity física no mercado: Um investidor ou fundo pode

ir comprar qualquer commodity no mercado spot, tanto diretamente do produtor

quanto de um intermediário. Nesse caso, apesar da entrega ser organizada pelo

intermediário, o comprador terá de cuidar do armazenamento, condições

necessárias para a commodity ser bem conservada uma vez que há entrega física

do produto.

b. Compra de ações de empresas relacionadas a commodities: Comprar

participação em companhias de recursos naturais é a forma mais tradicional de se

antecipar o aumento no preço de commodities. Nesse caso, não se terá uma

exposição completa da commodity e irá assumir riscos intrínsecos do ativo ação.

c. Compra de futuros de commodities: Uma maneira de criar uma

exposição de uma commodity é ficar long ou short nos futuros dessa. Esse tipo de

negociação é realizada em bolsas que fornecem transparência e integridade de

clearings. A vantagem sobre as commodities físicas é que não há necessidade de

se ter todo o montante, uma vez que para esse tipo de operação só é exigida a

margem inicial. Porém como a maioria dos contratos de futuros é negociada em

dólar americano, esses criarão uma exposição com a variação desse.

d. Compra de opções de commodities: Aquisição de uma opção de compra

de uma determinada commodity. As vantagens são semelhantes com a de futuros,

porém no caso das opções paga-se um prêmio pelo direito de compra ou venda

da commodity negociada, não necessitando deter todo o montante na hora da

compra.

e. Índices de commodities e papéis relacionados a commodities: Hoje em

dia os índices são a maneira mais fácil de ficar exposto a commodities. Em vez de

se investir em apenas uma commodity investe-se em um índice. Existem vários

tipos de índices, porém o mais popular é o Standard & Poors Goldman Sachs

Commodity Index (S&P GSCI).

f. Compra de títulos para o financiamento do agronegócio. No Brasil tais

papéis são: CPR, CDA, WA, CDCA, LCA, CRA

Page 79: TCC 10-3-6-1-FINAL

77

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 Desenvolvimento da pesquisa

Segundo Gil (2002) pesquisa é um conjunto de ações, propostas para encontrar

a solução de um problema, e essa tem como base procedimentos racionais e

sistemáticos, ou seja, é realizada quando se tem um problema e não se tem as

informações necessárias para solucioná-lo.

O questionamento central do presente trabalho é: commodities podem

diversificar uma carteira reduzindo seus riscos? Para responder a tal, a metodologia

selecionada foi um estudo exploratório.

Pela natureza do problema do trabalho optou-se pela coleta de dados

secundários que são “[...] dados que já foram coletados para outra finalidade e podem

ser encontrados em algum lugar.” (KOTLER, 2009 p. 101). Nesse caso, foram

coletadas séries históricas dos preços dos ativos. Também foram utilizados métodos

estatísticos e matemáticos para responder a hipótese que a adição de uma ou mais

commodities à uma carteira de investimento resultará em um efeito positivo na

diversificação da mesma, sendo assim um instrumento efetivo para a redução do

risco.

Num primeiro momento, foi elaborada uma pesquisa bibliográfica em livros e

sites. A etapa seguinte constituiu-se das coletas das séries temporais dos ativos

obtidas em sites governamentais e de centros de estudos. Para as commodities milho,

soja, café arábica, boi gordo, etanol e açúcar a fonte foi o Centro de Estudos

Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). Para a commodity petróleo os dados

foram coletados no site do U.S Energy Information Administration (EIA). Como o preço

spot estava em dólares, utilizou-se a taxa de câmbio divulgada pelo Banco Central

para realizar a conversão para reais. Após a coleta foi realizado o procedimento de

acerto das séries temporais para que todas estivessem com as datas casadas.

Uma vez coletados, calculou-se o risco e o retorno individualmente dos ativos

a partir das variações diárias, conceito abordado anteriormente na seção 2.1.2. O

Page 80: TCC 10-3-6-1-FINAL

78

retorno é calculado através de uma média das variações diárias que segundo Toledo

e Ovalle (1995), é uma medida de posição, de tendência central, como consta na

seção 2.2.3. O risco, segundo Martins (2005) é uma medida de dispersão, ou seja, é

utilizada para avaliar o grau de volatilidade dos valores em torno da média. Para

realizar esse cálculo utilizou-se o desvio padrão e a variância.

Segundo Milone (2004), operacionalmente a variância é a média aritmética dos

quadrados das diferenças entre cada valor e a média aritmética e o desvio padrão

operacionalmente é a raiz quadrada da variância. Logo após, calculou-se a

covariância e a correlação entre os ativos. A covariância para Miloni (2004) é uma

variância conjunta, ela mede o grau de interdependência (ou interpelação) numérica

entre duas variáveis, já a correlação é um indicador de força de uma relação linear

entre duas variáveis.

Com a obtenção de todos os resultados (desvio padrão, variância, covariância,

correlação, média), através dos modelos matemáticos elaborados por Markowitz

(1952), já citados na seção 2.2.3 é possível calcular o risco e o retorno total da carteira,

uma vez que os riscos dos ativos individuais são distintos do risco e do retorno dos

ativos agrupados. Uma vez elaborada uma planilha que calcula o risco do portfólio,

foram realizados procedimentos de montagem de carteiras de acordo com as

premissas elaboradas.

3.2 Premissas

3.2.1 Seleção da carteira base

Utilizou-se o Ibovespa como a carteira base por motivos de facilidade de

obtenção de sua série história e por ser o mais importante indicador de desempenho

das cotações do mercado de ações brasileiro, sendo composta dos principais papéis

negociados (BM&FBOVESPA, outubro de 2013). Portanto a carteira foi classificada

como Fundo de investimento em ações (FIA), já que sua composição é constituída

apenas por ações, ativos abordados na seção 2.4.6.

Page 81: TCC 10-3-6-1-FINAL

79

3.2.3 Composição dos ativos na carteira

A carteira base foi composta de 100% de Ibovespa. As demais, manteve-se o

estabelecido pela Instrução CVM nº 409 para os FIAs, ter no mínimo 67% da carteira

composta por ações. Os outros 33% foram compostos por commodities. Por

comodidade as commodities foram acrescidas na mesma proporção, caso contrário

inúmeras carteiras seriam apresentadas e dificultaria a análise dos resultados. Foram

compostos seis tipos de carteiras, o ativo Ibovespa foi fixo em 67% da carteira e

variou-se o número de commodities que compuseram os 33%, conforme a tabela 20.

Tabela 20: composição das carteiras

Ibovespa Commodities Exemplo

Ibovespa (100%) Ibovespa

Ibovespa (67%) 1 Commodity (33%) Ibovespa + Soja

Ibovespa (67%) 2 Commodity (16,5%) Ibovespa + Soja + Milho

Ibovespa (67%) 3 Commodity (11%) Ibovespa + Soja + Milho + WTI

Ibovespa (67%) 4 Commodity (8,25%) Ibovespa + Soja + Milho + WTI + Etanol

Ibovespa (67%) 5 Commodity (6,6%) Ibovespa + Soja + Milho + WTI + Etanol + Boi

Ibovespa (67%) 6 Commodity (5,5%) Ibovespa + Soja + Milho + WTI + Etanol + Boi + Café

Ibovespa (67%) 7 Commodity (4,71%) Ibovespa + Soja + Milho + WTI + Etanol + Boi + Café + Açúcar

Fonte: elaborada pela autora

3.2.4 Escolha dos ativos

As commodities utilizadas foram: soja, milho, petróleo (WTI), etanol, boi gordo,

café arábica e açúcar cristal. Essas foram escolhidas por estarem disponíveis na

BM&FBOVESPA. Apesar de ouro também ser uma commodity negociada ela não foi

utilizada por motivo da sua baixa negociação no mercado.

Page 82: TCC 10-3-6-1-FINAL

80

3.2.5 Preço das commodities

Por questões de facilidade, além de que o preço futuro interessa mais o

mercados de opções, produtores e compradores das commodities, para efeito desse

trabalho, usaram-se os preços à vista.

3.2.6 Período

Para que haja uma certa homogeneidade na coleta de dados, bem como

estabilidade no cenário econômico, a série temporal terá 30 de setembro de 2008

como dada inicial, findando 31 de agosto de 2013. Espera-se dessa forma, minimizar

os efeitos heterocedásticos1 da crise de 2008.

3.2.7 Programas

Usaram-se as ferramentas estatísticas (correlação e covariância) do Excel e o

programa R2 a otimização da carteira.

1 De acordo com o Dicionário Aurélio Heterocedástico refere-se a distribuição de frequência de padrão irregular 2 O Programa R é um programa estatística que está disponível em <http://www.r-project.org/>

Page 83: TCC 10-3-6-1-FINAL

81

3.3 Resultados

3.3.1 Tabela Risco e Retorno individual

Tabela 21: Tabela de Risco e Retorno

Fonte: elaborada pela autora

3.3.2 Tabela de covariância

Tabela 22: Tabela de covariância

Fonte: elaborada pela autora

Page 84: TCC 10-3-6-1-FINAL

82

3.3.3 Tabela de correlação

Tabela 23: Tabela de correlação

Fonte: elaborada pela autora

3.3.4 Carteiras

Após o procedimento estatístico elaborou-se uma planilha que calcula o risco e o

retorno da carteira. Como resultado obteve-se 123 carteiras, incluindo a carteira base.

Por ser um grande número de resultados dividiu-se em três grupos de acordo com

seu risco.

3.3.4.1 Carteira base

Tabela 24: Risco e Retorno da carteira base

Ativo Retorno Risco

Ibovespa 0,000183736 10235,34904 Fonte: elaborada pela autora

Page 85: TCC 10-3-6-1-FINAL

83

3.3.4.2 Carteira com risco entre 5000 e 7500:

Nessa categoria foram elaboradas 86 carteiras.

Tabela 25: Carteiras com risco entre 5000 e 7500

Ativos Retorno Risco

Ibovespa e petróleo 0,000317 5771,673

Ibovespa soja wti 0,000302 5347,012

Ibovespa soja 0,000287 5215,609

Ibovespa soja wti açúcar 0,000277 5330,521

Ibovespa wti açúcar 0,000272 5528

Ibovespa soja wti café 0,000261 5734,105

Ibovespa milho soja wti 0,000261 5941,678

Ibovespa soja wti boi 0,000258 5725,448

Ibovespa soja açúcar 0,000258 5266,542

Ibovespa soja wti café açúcar 0,000252 5658,143

Ibovespa milho soja wti açúcar 0,000252 5803,802

Ibovespa soja wti boi açúcar 0,00025 5651,81

Ibovespa wti café 0,000247 6187,63

Ibovespa milho wti 0,000247 6498,136

Ibovespa wti boi 0,000243 6187,691

Ibovespa wti café açúcar 0,000241 5936,65

Ibovespa milho wti açúcar 0,000241 6124,724

Ibovespa milho soja wti café 0,00024 6155,997

Ibovespa wti boi açúcar 0,000238 5934,378

Ibovespa soja wti boi café 0,000238 5998,972

Ibovespa milho soja wti boi 0,000238 6152,611

Ibovespa milho soja wti café açúcar 0,000237 6011,891

Ibovespa soja wti boi café açúcar 0,000236 5893,401

Ibovespa milho soja wti boi açúcar 0,000236 6008,825

Ibovespa soja café 0,000233 5924,632

Ibovespa milho soja 0,000232 6299,952

Ibovespa soja café açúcar 0,000231 5775,214

Ibovespa milho soja açúcar 0,000231 5989,935

Ibovespa soja wti etanol 0,000229 6595,458

Ibovespa Soja wti etanol açúcar 0,000229 6277,45

Fonte: elaborada pela autora

Page 86: TCC 10-3-6-1-FINAL

84

Tabela 25: Carteiras com risco entre 5000 e 7500

Ativos Retorno Risco

Ibovespa soja boi 0,000228 5915,16

Ibovespa soja boi açúcar 0,000228 5769,141

Ibovespa e milho 0,000228 5558,581

Ibovespa milho soja wti boi café açúcar 0,000226 6170,848

Ibovespa Milho Wti café açúcar 0,000225 6338,489

Ibovespa milho wti café 0,000224 6651,748

Ibovespa wti boi café açúcar 0,000223 6199,789

Ibovespa Milho wti boi açúcar 0,000223 6339,356

Ibovespa wti boi café 0,000221 6453,22

Ibovespa milho wti boi 0,000221 6655,917

Ibovespa soja wti etanol café açúcar 0,000218 6423,883

Ibovespa milho soja café açúcar 0,000218 6241,353

Ibovespa soja wti etanol boi açúcar 0,000217 6425,325

Ibovespa Soja wti etanol café 0,000216 6693,703

Ibovespa milho soja wti etanol 0,000216 6864,087

Ibovespa Milho soja boi açúcar 0,000215 6240,42

Ibovespa milho soja café 0,000214 6522,758

Ibovespa Soja wti etanol boi 0,000214 6697,661

Ibovespa milho wti boi café açúcar 0,000214 6492,872

Ibovespa soja boi café 0,000211 6290,906

Ibovespa milho soja boi 0,000211 6523,613

Ibovespa Milho wti boi café 0,00021 6771,676

Ibovespa soja wti etanol boi café açúcar 0,00021 6539,158

Ibovespa milho soja wti etanol boi açúcar 0,00021 6641,831

Ibovespa wti etanol açúcar 0,000209 6923,067

Ibovespa milho soja wti etanol café 0,000208 6907,662

Ibovespa milho soja boi café açúcar 0,000208 6417,235

Ibovespa soja wti etanol boi café 0,000207 6780,003

Ibovespa milho soja wti etanol boi 0,000207 6912,168

Ibovespa milho soja boi café 0,000203 6677,416

Ibovespa café açúcar 0,000203 6339,697

Ibovespa milho açúcar 0,000203 6664,406

Ibovespa milho soja wti etanol boi café 0,000202 6953,277

Ibovespa wti etanol café açúcar 0,000201 6970,775

Ibovespa Milho wti etanol açúcar 0,000201 7127,174

Fonte: elaborada pela autora

Page 87: TCC 10-3-6-1-FINAL

85

Tabela 25: Carteiras com risco entre 5000 e 7500

Ativos Retorno Risco

Ibovespa soja etanol açúcar 0,000199 6799,998

Ibovespa wti etanol boi açúcar 0,000199 6981,55

Ibovespa boi açúcar 0,000199 6352,662

Ibovespa milho wti etanol café açúcar 0,000196 7137,34

Ibovespa wti etanol boi café açúcar 0,000195 7024,696

Ibovespa milho wti etanol boi açúcar 0,000195 7146,358

Ibovespa milho café açúcar 0,000194 6849,44

Ibovespa soja etanol café açúcar 0,000194 6881,38

Ibovespa milho soja etanol açúcar 0,000194 7055,332

Ibovespa milho wti etanol boi café açúcar 0,000192 7160,265

Ibovespa boi café açúcar 0,000192 6659,502

Ibovespa Soja etanol boi açúcar 0,000192 6890,694

Ibovespa milho boi açúcar 0,000191 6861,494

Ibovespa milho soja etanol café açúcar 0,00019 7079,545

Ibovespa soja etanol boi café açúcar 0,000189 6954,898

Ibovespa milho soja etanol boi açúcar 0,000189 7087,784

Ibovespa soja etanol café 0,000182 7493,879

Ibovespa soja etanol boi café 0,000179 7427,934

Ibovespa café 0,000178 7338,513

Ibovespa boi café 0,000173 7383,012

Ibovespa e boi 0,000169 7422,618

Fonte: elaborada pela autora

Page 88: TCC 10-3-6-1-FINAL

86

3.3.4.3 Carteira com risco entre 7500 e 10000

Foram obtidas 29 carteiras

Tabela 26: Carteiras com risco entre 7500 e 10000

Ativos Retorno Risco

Ibovespa wti etanol 0,000199416 7887,010178

Ibovespa wti etanol café 0,000192226 7601,406943

Ibovespa milho wti etanol 0,000192076 7836,610116

Ibovespa wti etanol boi 0,000189319 7626,202752

Ibovespa Milho wti etanol café 0,000188518 7659,259239

Ibovespa wti etanol boi café 0,000186451 7509,22738

Ibovespa Milho wti etanol boi 0,000186338 7676,688183

Ibovespa soja etanol 0,000184668 7738,40619

Ibovespa milho wti etanol boi café 0,00018464 7581,501619

Ibovespa milho soja etanol 0,000182244 7764,53456

Ibovespa milho soja etanol café 0,000181145 7598,475952

Ibovespa soja etanol boi 0,000179487 7516,502127

Ibovespa milho soja etanol boi 0,000178964 7614,947843

Ibovespa milho soja etanol boi café 0,000178741 7530,249899

Ibovespa milho café 0,000177621 7717,713705

Ibovespa milho 0,000177396 8299,022413

Ibovespa milho boi café 0,000174789 7594,287402

Ibovespa milho boi 0,00017326 7757,241151

Ibovespa milho etanol boi café açúcar 0,000166851 7869,435111

Ibovespa milho etanol café açúcar 0,000166282 8013,77071

Ibovespa milho etanol boi açúcar 0,000164102 8041,718578

Ibovespa etanol café açúcar 0,000162578 8084,526967

Ibovespa milho etanol açúcar 0,000162428 8325,298003

Ibovespa etanol boi açúcar 0,000159671 8129,648375

Ibovespa etanol açúcar 0,000154944 8683,144574

Ibovespa milho etanol boi café 0,000151589 8769,613392

Ibovespa milho etanol café 0,000145743 9365,13313

Ibovespa etanol boi café 0,000142986 9164,422569

Ibovespa milho etanol boi 0,000142836 9435,630321 Fonte: elaborada pela autora

Page 89: TCC 10-3-6-1-FINAL

87

3.3.4.4 Risco maior do que 10000

Foram obtidas 4 carteiras

Tabela 27: Carteiras com risco superior a 10000

Ativos Retorno Risco

Ibovespa etanol café 0,000129917 10488,59496

Ibovespa milho etanol 0,000129692 10987,10336

Ibovespa etanol boi 0,000125557 10664,78642

Ibovespa etanol 0,000081988 19006,20151 Fonte: elaborada pela autora

3.3.4.5 Carteira ótima

De acordo com Securato, conforme foi citado na seção 2.2.3 para obter a

carteira ótima deve-se maximizar a relação retorno e risco. Utilizando uma ferramenta

computacional colocam-se as restrição de 67% de Ibovespa e a soma de todos os

ativos ser 100%, encontrou-se a carteira abaixo.

Tabela 28: Carteira ótima

Retorno ponderado Media Porcentagem Produto

Ibovespa 0,000183736 0,67 0,000123103

Milho 0,000164524 0 0

Soja 0,000497715 0,187211195 9,31777E-05

WTI 0,000587092 0,142789475 8,38306E-05

Etanol 0,000124591 0 0

Boi 0,000139461 0 0

Café 0,000165887 0 0

Açúcar 0,000317566 0 0

Retorno 0,000300111

Risco 5309,123874 Fonte: elaborada pela autora

Page 90: TCC 10-3-6-1-FINAL

88

3.3.4.6 Carteira com máximo retorno independente do risco

Tabela 29: Carteira com máximo retorno

Retorno ponderado Media Porcentagem Produto

Ibovespa 0,000183736 0,67 0,000123103

Milho 0,000164524 0 0

Soja 0,000497715 0 0

WTI 0,000587092 0,330000645 0,000193741

Etanol 0,000124591 0 0

Boi 0,000139461 0 0

Café 0,000165887 0 0

Açúcar 0,000317566 0 0

Retorno 0,000316844

Risco 5771,670301 Fonte: elaborada pela autora

3.3.4.7 Carteira com mínimo risco independente do retorno

Tabela 30: Carteira com mínimo risco

Retorno ponderado Media Porcentagem Produto

Ibovespa 0,000183736 0,67 0,000123103

Milho 0,000164524 0 0

Soja 0,000497715 0,289121596 0,0001439

WTI 0,000587092 0,018925006 1,11107E-05

Etanol 0,000124591 0 0

Boi 0,000139461 0 0

Café 0,000165887 0 0

Açúcar 0,000317566 0,021954069 6,97186E-06

Retorno 0,000285085

Risco 5210,069002 Fonte: elaborada pela autora

Page 91: TCC 10-3-6-1-FINAL

89

3.4 Inferências a partir dos dados

3.4.1 Risco

Com base nos resultados obtidos através das carteiras teóricas, pode-se fazer

algumas inferências acerca do risco. Nota-se que para efeito de mitigação do risco a

diversificação nem sempre parece ser efetiva, sendo que a adição de um novo ativo

pode talvez até piorar a volatilidade da carteira mostrando uma certa discrepância com

o tema abordado na seção 2.3.1. Tal disparidade pode ser observada no item 3.3.4.4,

onde são apresentadas quatro carteiras que apresentam um risco superior ao risco

da carteira base.

Atenta-se ao fato de que nas de risco superior ao risco base, o etanol participa

em todas e o açúcar se fez presente na carteira com menor risco. Apesar de não ser

o escopo do presente trabalho explicar os dois pontos anteriores, essa relação se

mostrou significativa e deve ser notada podendo ser objeto de estudo para um

posterior trabalho.

Com percepção de que a diversificação não é sempre eficaz, tudo leva a crer

que a ideia de securitização pela securitização abordada na seção 2.4.5.1 pode ser

contestada. O termo securitização vem do termo security. Segundo Sandroni (2008)

esse processo consiste na transformação de ativos não líquidos em títulos mobiliários

líquidos agrupando-os, ou seja, parte do princípio que quanto maior o portfólio

agrupado menor é o risco.

3.4.2 Carteira máximo retorno

Ao calcular a carteira com o máximo retorno item 3.3.4.6 o risco não foi levado

em conta. Tudo leva a crer que apesar dessa ter o maior retorno o risco apresentado

não foi o maior dentre as 123 carteiras teóricas. Assim, pode ser que se o risco e o

retorno possuem alguma correlação positiva, essa nem sempre é observada.

Portanto, a teoria muito difundida de que quanto maior o risco maior o retorno parece

nem sempre estar correta. Possivelmente, pode-se considerar que um investidor está

Page 92: TCC 10-3-6-1-FINAL

90

mais disposto a correr mais riscos caso o retorno seja maior e não significa

necessariamente que o risco e retorno tenham uma alta correlação. Pode ser que o

risco seja dependente do retorno, mas talvez a correlação natural seja inexistente.

Apesar de não ser o objetivo principal deste trabalho explicar a relação entre

Ibovespa e o petróleo, vale ressaltar que a carteira ótima é composta dessa

commodity e o índice. No dia 6 de novembro de 2013 segundo a BM&FBOVESPA

aproximadamente 10% do Ibovespa é composto por ações da Petrobras que está

altamente relacionada com o ativo, e apesar da carteira ser trocada

quadrimestralmente os papéis da empresa sempre estão presentes.

3.4.3 Carteiras ótimas

O tópico 3.3.4.5 apresenta a carteira ótima, a que possui a melhor relação risco,

retorno. Essa é composta por duas commodities: Soja e WTI.

Não é tão surpreendente que os produtos antagônicos açúcar e etanol não

componham essa carteira. Tais produtos podem ser considerados antagônicos pois a

maior produção de um faz com que a produção do outro caia uma vez que os dois

utilizam os mesmos insumos, sendo assim o açúcar um bem inelástico e a oferta

torná-lo elástico graças a possibilidade da cana gerar o álcool como produto final.

Outro ponto é que o preço do açúcar é altamente manipulável, em matéria publicada

na revista Exame em 25/06/2013, aponta que a União Europeia concorda em perder

30 por cento de algum dos atuais subsídios, porém faz frente a continuar com as cotas

de açúcar. Recentemente, na Europa, principalmente na França, para reduzir o valor

do subsídio o preço foi influenciado, fazendo o mesmo sofrer grandes oscilações. O

preço do etanol aparentemente está muito mais correlacionado ao preço do petróleo,

caso um tenha uma queda nos preços o outro também terá.

Dos produtos agrícolas, a soja é a única que compõe a carteira ideal, o que

aparenta ser coerente, uma vez que esse ativo tem grande volume de negociações

em termos mundiais. O outro ativo que compõe o portfólio é o petróleo WTI, que

também é um dos ativos mais negociados no mundo. Esse ativo foi um dos mais

afetados pela crise, deve-se levar em conta que a soja possui uma elasticidade preço

baixa e a elasticidade preço da oferta da mesma é muito maior se relacionada com a

Page 93: TCC 10-3-6-1-FINAL

91

elasticidade preço do petróleo. Caso tenha necessidade de mais soja, planta-se e em

alguns meses a produção aumenta. Já no caso do petróleo, o processo é muito mais

complexo. Para a criação de um novo poço deve haver prospecção do local adequado,

realizar a perfuração e após a extração ser iniciada, caso o preço caia a produção não

tem condições de parar.

Notamos que na composição dessa carteira estão presentes duas commodities

das sete selecionadas para o trabalho, mostrando que não necessariamente quanto

maior o número de ativos menor o risco da carteira.

Page 94: TCC 10-3-6-1-FINAL

92

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Responder à questão sobre se a adoção de investimentos em commodities

reduziria o risco de uma carteira, propiciou o estudo de conceitos de risco, retorno,

formação de um portfólio, definição de commodities, como negociá-las.

A partir da análise realizada, não é possível afirmar que sempre que uma

commodity é introduzida os riscos são eliminados uma vez que foi escolhida uma

carteira base e apenas 7 commodities dentre uma infinidade de ativos existentes. Por

questões de viabilidade limitou-se o trabalho a esse escopo, e é possível que haja

diversas outras combinações de ativos dentro de uma carteira de investimentos,

utilizando outra carteira base e outras commodities que poderão alterar as

considerações sobre riscos, alterando também os resultados de ganhos.

Foi observada uma aparente disparidade entre alguns conceitos abordados no

marco teórico e o resultado da pesquisa. A teoria apresenta que quando a correlação

entre os ativos diminui há um aumento do benefício da relação entre risco e retorno.

A partir das carteiras pode-se observar que ativos com correlação negativa não

participam da carteira ótima (máximo retorno e mínimo risco). Assim, aparentemente

o risco e o retorno parecem não ter essa correlação teórica apresentada por muitos

autores e talvez isso seja uma interpretação errônea de quem os estuda. Outro ponto

encontrado que se mostrou distinto foi que a diversificação nem sempre se mostra

eficiente na melhoria da relação risco e retorno. Foram elaboradas carteiras onde o

acréscimo de alguns ativos na carteira base piorou o risco da mesma. Portanto, tudo

indica que a ideia da securitização pela securitização parece não se sustentar.

Apesar das disparidades, também foram encontradas similaridades. A teoria da

dominância, que retrata que o investidor irá escolher o portfólio que oferecer máximo

retorno esperado para diferentes níveis de risco e o mínimo risco para diferentes níveis

de retorno esperados é condizente com o resultado da carteira ótima apresentada no

trabalho. O investidor irá escolher a carteira com a melhor relação entre risco e retorno

ao invés de uma carteira que possui um risco superior e um retorno inferior.

Page 95: TCC 10-3-6-1-FINAL

93

Na hipótese que a adição de uma ou mais commodities a uma carteira de

investimento resultará em um efeito positivo na diversificação da mesma, sendo assim

um instrumento efetivo para a redução do risco, pode-se chegar as seguintes

considerações finais:

A elaboração das 123 carteiras mostram que a adição de commodities a uma

carteira nem sempre é efetiva para efeito de diversificação. A adição desse ativo em

algumas carteiras faz com que o risco seja mais elevado do que o nosso risco base,

que no caso é o Ibovespa. Porém, na maioria das carteiras apresentou-se redução do

risco, estando em conformidade com a teoria. Assim, deduz-se que se bem feita a

escolha dos ativos, esse pode ser um bom instrumento para a redução do risco.

O trabalho não visa esclarecer a razão de algumas commodities serem mais

eficientes para a redução do risco e outras para a maximização do retorno. Assim

como não visa elucidar qual é o modelo ideal de seleção de commodities para

composição de um portfólio ou qual é a influência da economia real no preço dos

papeis relacionados a commodities, sendo essas um legado para pesquisas futuras.

Conclui-se, a partir do estudo realizado que as commodities podem ser um

instrumento de mitigação do risco, porém apenas em algumas situações.

Page 96: TCC 10-3-6-1-FINAL

94

5 . REFERÊNCIAS

ABREU, Edgar. Apostila Certificação especialista em investimentos 2013. Disponível em <http://edgarabreu.com.br/?page_id=4903> Acessado em 15 de junho de 2013

ALMEIDA, E.L.F. Dinâmica tecnológica das industrias. Rio de Janeiro: UFRJ, 2010

ARAÚJO, Gustavo; BESADA, Octávio; BARBEDO, Claudio. Mercado de derivativos no Brasil. São Paulo: Record, 2009.

ARAÚJO, P.F.C. de; ALMEIDA, A. de. Financiamento da agricultura: evolução e

perspectivas. Preços Agrícolas, Piracicaba, v. 11, n. 126, p. 3-8, abr. 1997.

ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2007

ASSAF NETO, Alexandre et al. Uma proposta metodológica para o cálculo de custo de capital no Brasil. Revista de administração, São Paulo, v.32, nº 1, p.72-83, jan./fev./mar. 2008

Banco Central do Brasil. Série Histórica dólar. Disponível em < http://www4.bcb .gov.br/pec/taxas/port/ptaxnpesq.asp?id=txcotacao> Acessado em 3 de outubro de 2013

BARROS, G.S.C. Novas estratégias de gerenciamento de risco e financiamento do agronegócio. Preços Agrícolas, Piracicaba, v. 13, n. 152, p. 9-10, jun. 1999.

BÁRTHOLO, G.F.; GUIMARÃES, P.T.G. Cuidados na colheita e preparo do café. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.18, n. 187, p.33-42, 1997.

BERNSTEIN, Peter Lewyn. Capital Ideas. 2 ed. Nova York: Free Pass, 1992

BERTUCCI, A.C. Finagro, securatização, financiamento e comercialização agropecuária. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 37., 1999, Foz de Iguaçu.

Page 97: TCC 10-3-6-1-FINAL

95

BM&FBOVESPA. Contrato de café negociado na bolsa - <http://www.bmf.com.br/bmfbovespa/pages/contratos1/agropecuarios/pdf/CafeArabica.pdf >Acessado em 23 de setembro de 2013

______. Contrato de petróleo negociado na bolsa -<http://www.bmf.com.br/bmfbovespa/pages/Contratos1/Agropecuarios/pdf/Contrato-Futuro-de-Petroleo-WTI.pdf> Acessado em 23 de setembro de 2013

______. Contratos de Commodities. Disponível em <http://www.bmfbovespa.com.br/shared/iframe.aspx?altura=1200&idioma=pt-br&url=www.bmf.com.br/bmfbovespa/pages/contratos1/contratosProdutosAgropecuarios1.asp> Acessado em 5 de junho de 2013.

______. Balanço de operações de Outubro de 2013. Disponível em <http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/Noticias/2013/download/balanco-agosto-13.pdf> Acessado em 4 de novembro de 2013.

BOLSA DE MERCADORIAS & FUTUROS. Resultados de testes no HVI. São Paulo, s.d.. não paginado

BOLSA BRASILEIRA DE MERCADORIAS. Regulamento do algodão. Disponível em <http://www.bbmnet.com.br/pages/portal/bbmnet/arquivos/doc umentos/BBM-Regulamento-de-Algodao-Disponivel.pdf>

BORÉM, Flávio M. Pós-colheita do café. Lavras: UFLA, 2008.

BRASIL. Instrução Normativa nº 63, de 5 de dezembro de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, 6 de dezembro de 2002. p.6-8

BREBNER, Daniel et al. Deutsche Bank – User Guide to Commodities. London: Deustche Bank AG, 2011.

CEPEA. Dados o PIB brasileiro relacionado com a agropecuária. Disponível em <http://cepea.esalq.usp.br/pib/> Acessado em 14 de agosto de 2013

______. Série histórica café. Disponível em <http://cepea.esalq.usp.br/cafe/>

Acessado em 2 de outubro de 2013

______. Série histórica Boi. Disponível em <http://cepea.esalq.usp.br/boi/>

Acessado em 2 de outubro de 2013

Page 98: TCC 10-3-6-1-FINAL

96

______. Série histórica do Açúcar. Disponível em <http://cepea.esalq.usp.br /acucar/> Acessado em 2 de outubro de 2013

______. Série histórica Milho. Disponível em <http://cepea.esalq.usp .br/milho/> Acessado em 2 de outubro de 2013

______. Série histórica Etanol. Disponível em <http://cepea.esalq.usp. br/etanol/> Acessado em 2 de outubro de 2013

______. Série histórica Soja. Disponível em <http://cepea.esalq.usp.br/soja/>

Acessado em 2 de outubro de 2013

CONAB. Dados sobre a produção de café. < http://www.conab.gov.br/ imprensa-noticia.php?id=28810> Acessado em 23 de setembro de 2013

CONAB. Título 68 – Normas específicas do café - safra 2012/2013. Disponível em <http://www.conab.gov.br/conabweb/download/moc/titulos/T68s2013-2014.pdf> Acessado em 24 de setembro de 2013

COPELAND, Thomas; WESTON, J. Fred. Financial theory and corporative policy. 3 ed. New York: Addison Wesley, 1988

DARMORAN, Ashwarth. Finanças corporativas aplicadas. Tradução por Jorge Ritter. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2002

EMBRAPA. Dados sobre a produção de algodão. Disponível em <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Algodao/AlgodaoAgriculturaFamiliar/subprodutos.htm> Acessado em 23 de setembro de 2012

______. Algodão em Pluma 2009. Dados disponíveis em < http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/659531/1/AGROINDFAMAlgodaoempluma1ed012009.pdf> Acessado em 23 de setembro de 2013

EMBRAPA; MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Padrões universais para classificação do algodão, 2006. Dados disponíveis em<http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPA/ 18321/1/DOC151.pdf> Acessado em 23 de setembro de 2012

Page 99: TCC 10-3-6-1-FINAL

97

FAMA, Eugene. The Behavior of Stock-Market Prices. Journal of Business, Chicago V. 39, nº 1, p. 35-105, jan. 1965

FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 18 ed. Rio de Janeiro: Qualimark, 2011.

GASQUES, J.G.; VERDE, C.M.V. Financiamento da agricultura: outras alternativas. In:CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL 37, 1999, Foz de Iguaçu

GEMAN, Hélyette. Commodities and Commodity Derivatives: Modeling Price for Agriculturals, Metals and Energy. Chinchester: Wiley, 2005.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7 ed. São Paulo: Harbra, 2002

GOVERNO DA BAHIA. Café: manual de procedimentos. Disponível em <http://intranet.sefaz.ba.gov.br/tributacao/fiscalizacao/manual.pdf.>Acessado em 27 de setembro de 2013

HULL, John. Opções, futuros e outros derivativos. 3 ed. São Paulo: BM&F, 1998.

______. Fundamentos dos mercados futuros e opções. 4 ed. São Paulo: BM&F, 2006.

IBGE. Dados sobre a agropecuária brasileira. Disponível em < http://brasilemsintese.ibge.gov.br/agropecuaria> Acessado em 29 de outubro de 2013

KALDOR, Nicholas. Speculation and economic stability. The review of economic studies, Nova York, V.7, nº 1, p.1-27, oct. 1939

KHALILI, Amyra El. O que são créditos de carbono? Revista Eco 21, ano XII, nº 74, jan 2003

LIMA, I. S. et al. Curso de mercado financeiro: Tópicos Avançados. São Paulo: Atlas, 2006.

Page 100: TCC 10-3-6-1-FINAL

98

LOPES, A. B.; Lima, I. S. Contabilidade e controle de operações com derivativos: Incluindo o FASB nº 133. 2 ed. São Paulo: Pioneira Thomson, 2003

LONGERSTAEY, Jacques. J.P. Morgan - Risk Metrics: Technical Document. 4 ed. Nova York: J. P. Morgan, Dec. 1996.

MARINS, André. Mercados derivativos e análise de risco. V.1, 2 ed. Rio de Janeiro: AMS Editora, 2009.

______. Mercados derivativos e análise de risco. V.2, 2 ed. Rio de Janeiro: AMS Editora, 2009.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Estatística geral e aplicada. 3 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005.

MARKOWITZ, Harry. Portfolio selection. Journal finance. V. 7, nº 1, p.77-91, Mar. 1952

______. Porfolio Selection - 6ª reimpressão da 2ª edição. Massachusetts: Blackwell, 1997

MATIELLO, J. B.O café: do cultivo ao consumo. Coleção do Agricultor. São Paulo: Ed. Globo. 1991. 320 p.

MILONE, Giuseppe. Estatística geral e aplicada. São Paulo: Thomson Learning, 2004.

PINHO, José Benedito. Publicidade como ferramenta para promoção de commodities agrícolas. Comunicação e Sociedade, Editora Metodista, 2002.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA CIVIL. Lei nº 8.929. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8929.htm> Acessado em 24 de setembro de 2013

ROCHA, Gustavo Ribeiro. Cédula de Produto Rural. Nova Lima, 2008

ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J.J. Administração financeira: Corporate finance. 3 ed. São Paulo: Atlas 1995

Page 101: TCC 10-3-6-1-FINAL

99

RUDGE, L.F. Dicionário de termos financeiros. 1. ed. São Paulo: Santander Banespa, 2003. 158 p.

SANDRONI, Paulo. Novo dicionário de economia. 1 ed. São Paulo: Abril 1994

SANVICENTE, A. Z.; MELLAGGI FILHO, A. Mercado de capitais e estratégias de investimento. São Paulo: Atlas, 1988

SCHOFIELD, Neil C. Commodity Derivatives: Markets and Applications. Chinchester: Wiley, 2007

SCHOUCHANA, F.; PEROBELLI, F.S. O financiamento da agricultura e o mercado futuro. Resenha BM&F, São Paulo, n. 142, p. 78-83, nov./dez. 2000

SECRETARIA DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO DE MINAS GERAIS. Dados sobre a exportação de commodites. Disponível em <http://www.agricultura.gov.br/animal/exportacao> Acessado em 25 de outubro de 2013

SECURATO, J. R. O modelo de Markowitz na administração de carteiras. Revista Brasileira de Mercados de capitais, São Paulo, 64, pp.17-20, 1997

SECURADO, J. R. et al. Mercado financeiro: Conceitos, cálculos e análises de investimento. 3 ed. São Paulo: Saint Paul Editora, 2009.

SHARPE, W. F. Simplified Model for Portfolio Analyzes. Management Science, V. 9, nº 12, p. 277-293, Jan. 1963.

______. Capital Asset Princing: a Theory of Markets Equilibrium Under Conditions of Risk. Journal of finance, V. XIX, nº 3, p; 425-442, Set. 1964

SHARPE, Willian et al. Investments. 5 ed. New Jersey: Prentice Hall, 1995.

SOLOMON, E.; PRINGLE, J. J. Introdução à administração financeira. São Paulo: Atlas, 1981, 525p.

SOUSA, E.L.L. Estudo do potencial de desenvolvimento de um mercado futuro de milho no Brasil. 1996. 122 p. Dissertação (Mestrado em Economia Aplicada) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba,1996.

Page 102: TCC 10-3-6-1-FINAL

100

TISSOT, B. P; Welte, D. H. Petroleum formation and occurrence. Berlin ; New York : Springer-Verlag, 1984. xxi, 699 p.

TOBIN, J. Liquidity preferences as behavior towards risk. Review of economic Stuties, London School of Economic Studies, V. XXVI, nº 1, p.65-85, feb. 1958

TOLEDO, Geraldo; OVALLE, Ivo. Estatística básica. 2 ed. São Paulo: Editora Atlas, 1995.

UNITED STATES DEPARTAMENT OF AGRICULTURE. Dados sobre algodão <http://www.ers.usda.gov/topics/crops/cotton-wool.aspx#.UneJrZpTuP8> Acesso em 25 de junho de 2013

U. S. Energy Information Administration. Série histórica do petróleo. Disponível em < http://www.eia.gov/dnav/pet/pet_pri_spt_s1_d.htm> Acessado em de outubro de 2013

VIAN, Carlos Eduardo; QUINTINO, Derick. Crítica à teoria dos mercados futuros à luz do desenvolvimento recente dos contratos futuros de açúcar e álcool da BM&F. PESQUISA & DEBATE, SP, volume 18, número 2 (32), 2007.

YAHOO FINANCE. Top 10 traded goods. Disponível em <http://in.finance. yahoo.com/photos/the-world-s-top-10-traded-goods-1366353488-slideshow/> Acessado em 26 de outubro de 2013

ZÍLIO, Evaldo López; PINTO, Ulysses Brandão. Identificação e distribuição dos principais grupos presentes nos petróleos brasileiras. Bol. Téc Petrobras, Rio de Janeiro, Jan/mar. 2002

Page 103: TCC 10-3-6-1-FINAL

101

Apêndices

Page 104: TCC 10-3-6-1-FINAL

102

Os Apêndices estão gravados no cd encartado na capa do presente trabalho devido

a extensão da planilha.

Page 105: TCC 10-3-6-1-FINAL

103

Anexos

Page 106: TCC 10-3-6-1-FINAL

104

Os anexos estão gravados no cd encartado na capa do presente trabalho devido a

extensão das séries históricas das commodities e do índice Ibovespa.

Page 107: TCC 10-3-6-1-FINAL

105