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Atas do IV Congresso Internacional das
TIC na Educação Tecnologias digitais e a Escola do Futuro
Em homenagem ao professor SEYMOUR PAPERT
Lisboa, Portugal | 8 – 9 – 10 de Setembro de 2016
Comissão Organizadora: Neuza Pedro, Ana Pedro, João Filipe Matos, João Piedade, Magda Fonte, Guilhermina Miranda, Fernando Albuquerque Costa, Elisabete Cruz, Joana Viana, Nuno Dorotea, Nuno Ricardo Oliveira, Sofia Batista
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE DE LISBOA
3
Atas do IV Congresso Internacional das TIC na Educação Tecnologias digitais e a Escola do Futuro
Lisboa, Portugal 8 a 10 de Setembro de 2016 Instituto de Educação da Universidade de Lisboa
Comissão Organizadora
Neuza Pedro (coord.), Universidade de Lisboa Ana Pedro,Universidade de Lisboa João Filipe Matos, Universidade de Lisboa João Piedade, Universidade de Lisboa Magda Fonte, Universidade de Lisboa Guilhermina Miranda, Universidade de Lisboa Fernando Albuquerque Costa, Universidade de Lisboa Elisabete Cruz, Universidade de Lisboa Joana Viana, Universidade de Lisboa Nuno Dorotea, Universidade de Lisboa Nuno Ricardo Oliveira, Universidade de Lisboa Sofia Batista, Universidade de Lisboa
Créditos
Título:Atas do IV Congresso Internacional TIC na Educação 2016 Tecnologias digitais e a Escola do Futuro Lisboa, Portugal 8 a 10 de Setembro de 2016 Instituto de Educação da Universidade de Lisboa
Editor e copyright:Instituto de Educação da Universidade de Lisboa
Local: Lisboa, Portugal Ano: 2016 Paginação: Vanessa Franco
Composição Gráfica: Abel Silva
Website: http://ticeduca2016.ie.ulisboa.pt/
ISBN:978-989-8753-37-3
Nº de Páginas: 2.309
4
Índice de Artigos Tema A – Perspetivas téoricas sobre a utilização das TIC
54 - Aprendizagem colaborativa na prática: um relato de experiência na Educação Básica ............................................................................................................................ 15
71 – O vídeo experimental como produto da Mídia-Educação – Produções de sentido na adaptação das lendas locais e o mito das mulheres de branco ............................... 24
263 – Tecnologias digitais móveis e o processo de apropriação do professor para a reconstrução da prática pedagógica ............................................................................. 39
242 – Revisão sistémica de literatura sobre edição de vídeo e threshold concepts nas áreas STEM .................................................................................................................. 52
202 – A formação do leitor e as novas tecnologias: há futuro? .................................... 69
218 – As tecnologias na gestão, organização e comunicação escolar ......................... 78
233 - Tecnologias digitais na sala de aula: Por que não? ............................................. 86
136 – A inserção das tecnologias digitais nos cursos de formação inicial de
professores de Matemática da Universidade Estadual Paulista (UNESP) ................... 97
240 – Cálculo nas Engenharias – uma experiência com o ensino híbrido .................. 106
67 – Perceção dos professores sobre o perfil de competências dos formadores e a qualidade da formação na área das TIC ..................................................................... 117
210 – A formação dos bolsistas de iniciação à docência no pibid do curso de pedagogia .................................................................................................................... 134
90 – Formação contínua e comportamento infocomunicacional no contexto de ensino superior ....................................................................................................................... 147
215 - Um olhar sobre o Modelo Tpack à luz do pensamento de Paulo Freire ............ 171
62 – Globalismo virtual e qualidade da educação ....................................................... 184
258 – Cursos de formação continuada vinculados ao projeto mapeamento: expectativas e percepções .......................................................................................... 194
211 – TIC e o fazer pedagógico dos professores em formação ................................. 205
192 – Matemática e Geogebra: uma alternativa para extrapolar o currículo prescrito para o lápis e papel ..................................................................................................... 214
154 – O uso do Geogrebra na exploração do comprimento de arcos de circunferências:atividade investigativa ........................................................................ 226
257 - A utilização do software Geogebra no ensino e aprendizagem de cálculo diferencial e integral .................................................................................................... 236
173 – Cálculo do volume de objectos utilizando o software Winplot: um desafio para professores de Matemática ......................................................................................... 250
245 – Ensino de tópicos da Nanociência e Nanotecnologia: uma proposta de pesquisa no sistema educacional brasileiro ............................................................................... 266
5
85 – Montando uma revista eletrônica: uma experiência de Flipped Classroom para a prática de gêneros textuais ......................................................................................... 275
135 – Construindo Blogs, Compartilhando Experiências ............................................ 284
17 – New technologies for the classroom’s degree in Biology from the University of Brasilia, Brazil .............................................................................................................. 293
63 - Impacto do Modelo Edulab nas estratégias de ensino implementadas num agrupamentos de escolas ........................................................................................... 300
44 – A relevância do software Musibraille na inclusão de pessoas com deficiência visual no processo ensino-aprendizagem de música .................................................. 316
231 – Flipped Classroom: aplicação em aulas teóricas de Biologia e Geologia ......... 326
61 – Pesquisando sobre TIC e ensino de Artes Visuais nas escolas de Pelotas, RS, Brasil (2012-2014) ....................................................................................................... 340
81 – Ensino de Artes em rede: programas educativos através das TIC no Brasil ...... 352
111 – Universidade de Coimbra digital: visitas de estudo guiadas por tablets ........... 363
197 - Projeto com Tablets 1:1 no 3º ciclo – Aprender Inglês Língua Estrangeira ....... 374
266 – A formação continuada com o uso do tablet ..................................................... 382
79 – A programação de computadores para alunos de Arquitectura: uma análise do uso da linguagem Racket para protótipos 3D ............................................................. 390
74 – Projeto Piloto “Academia do Código Júnior”: perceções de alunos e de professores .................................................................................................................. 403
Tema B – Projetos e práticas de integração curricular
112 - O potencial da rádio na escola para a formação crítica ..................................... 413
122 - Ensino de frações alunos do primeiro ciclo com videojogos: Abordagens Instrutivista e Construcionista ..................................................................................... 426 144 – Utilização de um estúdio de televisão digital numa escola de Ensino Secundário: Impacto na aprendizagem dos alunos ........................................................................ 432 222 – Aprender através do recurso digital Pixton no 1º ciclo do Ensino Básico ......... 447
134 – Prática do Currículo em Contextos Informais Online ........................................ 461
264 – As TIC no contexto da reforma educativa em Cabo Verde: do discurso político
da modernidade ao desafio do desenvolvimento da literacia digital ........................... 473
130 - A tecnologia assistiva a favor da inclusão no ensino superior ........................... 480
137 – Combinando a simulação com o quadro interativo para o ensino e aprendizagem da Física ...................................................................................................................... 488
26 – Educação Ambiental e Tecnologias Digitais: Relato de uma experiência pedagógica com alunos do Ensino Fundamental ....................................................... 498
214 – Utilização da Wikipédia por Professores: Um estudo exploratório no Ensino Superior Online ........................................................................................................... 514
87 – Desenvolvimento de Jogos Digitais por Alunos do Ensino Médio para Aprendizagem de Conceitos Químicos ....................................................................... 527
6
42 – Projeto MANEELE - Os alunos e a leitura digital ............................................... 544
49 - Aprendizagem colaborativa na prática: um relato de experiência na Educação Básica .......................................................................................................................... 558
93 – Desdobramentos da olimpíada de programação de computadores no desenvolvimento do raciocínio lógico matemático ...................................................... 573
176 – Avaliação em um curso técnico em Informática: uma abordagem interdisciplinar e contextualizada com a prática profissional ............................................................... 587
274 – Formar o pedagogo para aprender a ensinar matemática com dispositivos digitais ......................................................................................................................... 597
219 – Desafio da integração das tecnologias educativas no Ensino Superior: um relato de experiência ............................................................................................................. 611
115 – Mobile learning como ferramenta metodológica de ensino: uma atividade interdisciplinar explorando o wireless street games .................................................... 619
131 - LIMA Digital: um projeto educativo de literacia informacional e mediática ........ 630
184 – Percepções de alunos do Ensino Médio sobre o ensino de programação e sua importância para o século XXI .................................................................................... 641
51 – Contributo dos Recursos Educativos Digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico ...... 649
239 – Análisis de redes associativas pathfinder sobre el desarrollo de conceptos fundamentales (Forma, Tamaño y Color) en alumnos con discapacidad intelectual .. 660
89 – Práticas inclusivas em bibliotecas universitárias Brasileiras e Portuguesas: resultados preliminares de um inquérito a coordenadores/diretores de bibliotecas ... 681
41 – Tecnologias educacionais assistivas: inovações para auxílio a pessoas com deficiência no Brasil .................................................................................................... 698
33 - Plataforma tecnológica para o envolvimento parental na aprendizagem das crianças que frequentam o jardim-de-infância: estudo exploratório sobre necessidades dos pais ....................................................................................................................... 711
116 – Autoevaluación con erúbrica en practicum: construcción y validación del instrumento .................................................................................................................. 732
260 – Conceção de atividades multimédia de ciências de cariz CTS para o ensino básico .......................................................................................................................... 739
37 – O vídeo digital na produção de monografias em língua de sinais: novas tecnologias para o acesso de surdos ao texto acadêmico .......................................... 752
82 – Pesquisa e desenvolvimento de recursos educacionais abertos: projeto REALPTL ..................................................................................................................................... 768
119 – Estratégias para gamificação em ambientes virtuais de aprendizagem: aplicações para o moodle ........................................................................................... 779
145 - Uma reflexão sobre a inclusão social proporcionada pelo uso das tecnologias digitais nas aulas de Geografia no Brasil .................................................................... 795
230 – Educomunicação na prática: refletindo sobre a experiência do programa EDUCOM.CINE ........................................................................................................... 807
241 – O uso das tecnologias no aprendizado da Língua Portuguesa ......................... 816
272 – Um estudo de caso sobre software educativo multimídia aplicado a formação profissionalizante em Varejo ....................................................................................... 824
7
186 – A educação aberta e os percursos online múltiplos abertos e rizomáticos (pomar): potências para formação na contemporaneidade ........................................ 836
23 – O PROUCA nas escolas estaduais do estado de São Paulo: desafios e perspectivas ................................................................................................................ 850
168 - Tecnologia na educação: o uso da plataforma norteamericana Khan Academy em uma escola pública brasileira – um estudo de caso .............................................. 863
172 – “Estar junto virtual ampliado”: uma perspectiva para a interação a distância ... 876
250 – Robótica educacional: abordagens pedagógicas para a educação infantil ...... 892
251 – O desenvolvimento de uma tabela periódica interativa usando robótica educativa ..................................................................................................................................... 905
Tema C – Ambientes virtuais de aprendizagem e habitats digitais
21 – O debate que balança a palavra na rede ............................................................ 917
201 – Interação social e participação num iMOOC: o papel e contributo do BootCamp..................................................................................................................................... 930
220 – Contributo do microblogging para a expressão da presença social em MOOCs (Cursos Massivos Online Abertos) .............................................................................. 943
39 – Gamificação na educação ................................................................................... 959
188 – As estratégias para as interações online numa comunidade de prática de docentes universitários lusófonos ............................................................................... 973
123 – Laboratórios virtuais: uma experiência de aprendizagem de uma universidade da zona da Mata Mineira .................................................................................................. 986
174 – Análisis de la comunicación asíncrona en un programa de inducción para professorado principiante ............................................................................................ 992
269 – Grupo do Facebook: espaço dialógico e pedagógico no planejamento de ações educativas do Projeto Transiarte ............................................................................... 1001
14 – A desprofissionalização: o professor-tutor na Educação a Distância ............... 1011
20 – Educação e a Infoliteracia: desafios contemporâneos aos bibliotecários de universidades ............................................................................................................ 1024
225 – Estudio bibliométrico del e-potafolio en los últimos 15 años ........................... 1038
187 – Ambiente virtual de aprendizagem Matematicando: ferramenta tecnológica de apoio ao ensino da Matemática ................................................................................ 1049
132 – Tecnologias nas Bibliotecas Escolares ........................................................... 1071
94 – Inteligência Coletiva: Análise de um projeto competitivo de robótica ............... 1081
217 – As TIC ao serviço da metodologia Inquiry-Based Learning ............................ 1089
58 – Jogos digitais educativos para o ensino de Matemática: E agora Professor? .. 1098
29 – Impressão 3D em TIC: Experiências de3 Introdução ........................................ 1106
113 – Desenvolver competências que melhorem a empregabilidade ....................... 1114
103 – Uma sequência de ensino investigativa sobre Astronomia em salas virtuais no Moodle ....................................................................................................................... 1127
8
171 – Integração do mobile learning em comunidades de prática para o ensino de Geografia ................................................................................................................... 1141
40 – Uso de ambiente virtual de aprendizagem na graduação em Saúde: percepções dos estudantes .......................................................................................................... 1153
66 – Facebook: um longo percurso de rede social para recurso de aprendizagem . 1165
275 – Tecnologia móvel no contexto escolar: um estudo sobre a posição dos professores de Cabo Verde relativamente à utilização educativa de telemóveis ..... 1177
32 – Estratégia para educação de nativos digitais: modelo de metodologia híbrida e ambiente virtual de aprendizagem conjugado à mídia social ................................... 1189
46 – Moodle como ferramenta na formação docente: limites e desafios no curso de pedagogia na UEMA ................................................................................................. 1205
221 – Programação de computadores e a atenção como processo auxiliar em alunos da escola de Hackers ................................................................................................ 1218
247 – Implantação, implementação e disseminação da plataforma Moodle na rede municipal de ensino no Município de Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Brasil 1233
Tema D – Competências e desenvolvimento profissional
22 – Subjetividade, educação desterritorializada e as TICs: Um olhar sobre os Centros Juvenis de Ciência e Cultura ..................................................................................... 1244
106 – As Tecnologias de Informação e Comunicação no Ensino Superior: usos por docentes .................................................................................................................... 1258
167 – Práticas de leitura digital dos colaboradores da banca: aprender no ecrã ..... 1272
97 – REAEDUCA - Revista de educação para o século XXI ................................... 1286
107 – A utilização do livro didático pelos professores e alunos imersos em um mundo de cibercultura ........................................................................................................... 1301
244 – Bibliotecas escolares ao serviço do desenvolvimento de competências digitais em docentes: o caso de um concelho em Portugal .................................................. 1309
276 – Integração pedagógica das tecnologias digitais na formação ativa de professores ................................................................................................................ 1318
86 – Desenvolvimento de robôs educacionais em sala de aula: Uma ação colaborativa na formação de professores em uma disciplina de instrumentação para o ensino de Química ..................................................................................................................... 1332
204 – Tecnologias educacionais no cotidiano de escolas públicas: possibilidades e conhecimento na percepção dos educadores ........................................................... 1349
47 – Formação continuada de professores: atividades com tecnologias em um contexto de Educação Infantil Brasileiro ................................................................... 1360
95 – Práticas de multiletramentos na Educação Infantil: uma proposta para a formação continuada de professores no uso pedagógico de Tecnologias de Informação e Comunicação ............................................................................................................ 1373
138 – Formação inicial de professores para uso das tecnologias: a apropriação do conhecimento tecnológico ......................................................................................... 1387
9
169 – Ser professor na era digital na concepção de educadores e professores do 1.º CEB ........................................................................................................................... 1397
73 – As percepções do professor de Matemática quanto ao uso da web 2.0: mudanças a partir de uma formação continuada com enfoque colaborativo ............................. 1410
140 – TDICs em sala de aula de línguas estrangeiras: o desafio da apropriação por professores em formação inicial ................................................................................ 1424
236 – Tecnologias na formação de professores dos anos iniciais ............................ 1434
124 – A formação do professor na era digital: Experiência do curso de metodologias ativas na prática docente .......................................................................................... 1447
155 – Em busca de um modelo de formação de professores de Informática ........... 1453
177 – Língua Inglesa no Ensino Superior: Aprendizagem e avaliação com recurso à tecnologia .................................................................................................................. 1462
150 – O 1º MOOC da Universidade do Porto: desafios e estratégias ....................... 1472
158 – Autorregulación del aprendizaje en estudiantes universitarios. Cuál es el papel de las tecnologias? .................................................................................................... 1482
77 – Como os professores compartilham mídias digitais em sala de aula ............... 1504
160 – Leitura e produção de fotografias com professores ........................................ 1518
198 – Ensinar na era digital: da formação interpares à ação resultados de um estudo exploratório ................................................................................................................ 1530
110 – A formação continuada de gestores escolares na disciplina educação e suas tecnologias: reflexões sobre o uso das NTICS na gestão escolar ............................ 1545
120 – Uso do laptop educacional em sequências de ensino investigativas para o ensino de ciências na educação infantil e anos iniciais ............................................ 1555
129 – Docência no contexto atual das tecnologias digitais: a educação virtual imersiva................................................................................................................................... 1568
153 – Saber polidocente e formação de professores na escola pública brasileira: a experiência do programa escola de gestores na Universidade Federal de Ouro Preto................................................................................................................................... 1581
234 – As TIC e sua utilização no ensino público: estudo de caso numa escola da rede publica do RN/Brasil .................................................................................................. 1590
162 – A utilização de tecnologias de comunicação digital na formação de professores: conexão possível e necessária ................................................................................. 1603
232 – Conectivismo e linguística de corpus: possibilidade de prática formativa para a educação superior ..................................................................................................... 1613
237 – O uso dos recursos digitais na sala de aula: um estudo de caso em uma escola pública do Ceará/BrasiL ............................................................................................ 1624
271 – De inimigo a aliado: o uso do whatsapp como ferramenta pedagógica .......... 1627
261 – Objetos de aprendizagem para robótica educativa: modelos propostos a partir de experimentações realizadas ................................................................................. 1646
10
Tema E – E-learning e aplicações educativas emergentes
70 – Uma proposta de uso da programação de computadores para a potencialização da criatividade ........................................................................................................... 1656
64 – Presencial e a Distância: Acoplamento possível ............................................... 1672
68 – Robótica na Educação Musical: Utilização de arduino no desenvolvimento de um protótipo de xilofone de baixo custo .......................................................................... 1683
102 – A didática em contexto de E-learning: Exemplos envolvendo coaprendizagem e coinvestigação ........................................................................................................... 1700
157 – Formarse en la movilidad com Context4Learn. Desarrollo de una aplicación de mobile learning sensible al contexto ......................................................................... 1715
59 – Contribuições do uso do livro Didático Digital nas práticas docentes no ensino de Química ..................................................................................................................... 1738
189 – Desafios na Educação a Distância no Brasil: um olhar dos envolvidos no processo .................................................................................................................... 1746
156 – Construindo a mediação a partir do conceito de entendimento mútuo em Habermas .................................................................................................................. 1757
28 – Estudo de avaliação de aplicações mobile de Instituições de Ensino Superior Português .................................................................................................................. 1772
159 – Comunidades virtuais de aprendizagem, plataformas educativas e mobile learning no ensino e na aprendizagem do inglês como língua estrangeira .............. 1784
238 – Utilização de dispositivos móveis em contexto educativo: um exemplo prático na formação de professores ........................................................................................... 1794
195 – Integração do processo de Ensino a Distância no Sistema de Gestão da Universidade de Coimbra .......................................................................................... 1804
216 – Usuabilidade técnica e usuabilidade pedagógica em Mobile Learning: um estudo de revisão sistemática ............................................................................................... 1816
203 – A adoção e uso continuado do Moodle numa instituição de Ensino Superior 1830
175 – Fatores críticos de sucesso sobre a dimensão organizacional do e-learning no ensino superior .......................................................................................................... 1846
99 – Afetividade no contexto acadêmico: sentimentos experimentados por mestrandos de um curso oferecido na modalidade b-learning ..................................................... 1863
179 – Design de um modelo pedagógico de formação a distância para a formação contínua de magistrados: Uma abordagem híbrida .................................................. 1877
83 – A robótica no contexto de educação orientada a inovação ............................... 1898
224 – Como significar a aprendizagem do estudante da Educação Básica? Possibilidades de utilização de recursos para este século XXI ................................ 1913
196 – Mobile learning e educação em línguas: proposta de taxonomia para características de aplicações educativas .................................................................. 1924
50 – Portais Digitais em contexto educativo: Resultados de uma investigação na prática de ensino supervisionada no 1º Ciclo do Ensino Básico ............................... 1945
11
142 –Inserção das tecnologias no ensino das escolas da rede pública: avanços e desafios ..................................................................................................................... 1956
249 – O papel da articulação interdisciplinar na regulação do esforço de aprendizagem em ambientes online ................................................................................................. 1964
109 – A formação a distância de cuidadores na promoção do envelhecimento ativo e saudável .................................................................................................................... 1977
31 – Proposta metodológica para docência em educação a distância: o curso de extensão em tecnodocência ...................................................................................... 1987
43 – Educação a distância e movimentos sociais em rede: articulação para formação cidadã ........................................................................................................................ 1999
80 – Inovação na formação de professores por meio de Small Open Online Course ................................................................................................................................... 2011
152 – Educação a distância e formação continuada de professores: a implementação do programa nacional escola de gestores na Universidade Federal de Ouro Preto . 2020
185 – O vídeo educativo e a formação continuada do professor de Matemática na modalidade a distância .............................................................................................. 2029
229 – Compreensão dos estilos de aprendizagem para o aperfeiçoamento dos perfis de usuários em ambientes Ulearning ........................................................................ 2040
235 – Plataformas educacionais no ensino-aprendizagem ....................................... 2047
253 – Desafios dos ambientes Ulearning: compreendendo a importância entre a identificação de perfis de usuários e a adaptabilidade .............................................. 2062
254 – Formação de professores na educação a distância: um estudo de caso no Ceará/Brasil ............................................................................................................... 2066
259 - Contribuições da semiótica para a linguagem dos aplicativos na aprendizagem com mobilidade em aulas de inglês .......................................................................... 2081
19 – Impacto da formação contínua segundo o referencial TPACK na utilização e desenvolvimento de recursos educativos digitais por professores do 1.º CEB ......... 2095
34 – A docência em EAD: reflexões sobre as estratégias utilizadas nas práticas pedagógicas do e-tutor .............................................................................................. 2113
96 – La presencia docente en una comunidad de aprendizaje colaborativa virtual .. 2124
Posters
118 – A contribuição didático-tecnológica dos planetários digitais na avaliação formativa .................................................................................................................... 2135
212 – Avaliação na EAD: utilização das TIC em cursos de formação inicial de professores ................................................................................................................ 2140
30 – A interatividade como elemento da aprendizagem colaborativa na formação de professores na educação online ............................................................................... 2145
24 _ Mobile-learning: uso de apps como estratégias pedagógicas na aprendizagem de programação em contexto universitário .................................................................... 2150
52 – Segurança na internet para encarregados de educação e pais ........................ 2156
12
183 – Universidade de Lisboa: Uma Escola, Uma Iniciativa de e-learning ............... 2162
146 – O uso de aplicativo para smartphone no ensino de função ............................ 2166
170 – Investigando as propriedades dos determinantes de matrizes com uso de celulares inteligentes ................................................................................................. 2170
122 – Ensino de frações a alunos do primeiro ciclo com videojogos: abordagens instrutivista e construcionista .................................................................................... 2176
76 – A evasão na educação a distância: estudo de caso do curso em licenciatura de matemática a distância da UFPEL ............................................................................ 2182
191 – QR Code: uma possibilidade para o uso educacional das tecnologias móveis................................................................................................................................... 2186
194 – Mobile Assisted Language Learning – Tablets 1:1 ......................................... 2190
265 – O tablet como recurso para formação continuada de professores ................. 2194
252 – A experiência com o trabalho pedagógico colaborativo entre tutores da
educação a distância ................................................................................................. 2199
246 – Tópicos de nanociência e nanotecnologia no ensino brasileiro: um estudo sobre as pespectivas dos professores ................................................................................ 2206
227 – Khan Academy em Portugal ............................................................................ 2211
262 – Design patterns em contextos educacionais: concepções para o ensino com as tecnologias ................................................................................................................ 2223
270 – Robots na formação continua de professores ................................................. 2229
180 – Do anima terê ao criacine: trabalhando curtas de animação nas escolas ...... 2233
Aprender Programação em idade adulta ................................................................. 2241
Desenvolvimento profissional docente promotor de práticas pedagógicas inovadoras com recurso a tecnologias no ensino básico - proposta de um curso de formação num EDULAB ................................................................................................................... 2243
“Iniciação à programação no 1º ciclo do ensino básico”: avaliação do projeto-piloto ................................................................................................................................... 2246
Motivação e aprendizagem através da criação de jogos educativos ........................ 2249
Utilização das redes sociais online para o desenvolvimento de competências digitais
por parte de refugiados ............................................................................................. 2252
Educação a distância em Moçambique: realidade e potencialidade ......................... 2253
Estratégia de disseminação em multiplataforma de conteúdos audiovisuais educativos
de ciências naturais ................................................................................................... 2255
Uso de objetos tangíveis programáveis na aprendizagem da programação ............ 2258
O sistema de gestão de aprendizagem suportado pela tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) em educação a distância (EAD) – um desafio para a universidade pedagógica de Moçambique ............................................................ 2261
13
Mobile learning: uso de apps como estratégias pedagógicas na aprendizagem de programação em contexto universitário .................................................................... 2264
Inclusão digital e social em ambientes de aprendizagem não formal - literacia
mediática e informacional, identidade e trabalho em comunidades em risco de
exclusão social .......................................................................................................... 2266
Bibliotecas universitárias inclusivas brasileiras e portuguesas: ações e estratégias
................................................................................................................................... 2267
Digital future classroom for the inclusion of the neet/refugee population: proposal
based on an ict skills approach ................................................................................ 2270
Garantia de qualidade em educação a distância: uma proposta de política pública para Moçambique .............................................................................................................. 2274
Educação para a utilização de tecnologias digitais de deteção de movimento na promoção de um envelhecimento ativo ..................................................................... 2277
Dispositivos móveis no desenvolvimento de competências de interpretação e gosto
pela leitura ................................................................................................................. 2280
A gamificação no ensino da informática .................................................................... 2284
A reforma curricular e o programa “mundu novu” para a inovação educativa em cabo
verde: boas práticas de integração das tecnologias de informação e comunicação no
ensino secundário ..................................................................................................... 2286
Literacia e inclusão digital de grupos vulneráveis: o papel das autarquias ............... 2290
Matemática e recursos educativos digitais: um estudo das repercussões no ensino e na aprendizagem no 1º CEB ..................................................................................... 2293
A interatividade como elemento da aprendizagem colaborativa na formação de professores na educação online ............................................................................... 2296
Internacionalização e visibilidade da comunidade científica da área de biblioteconomia
e ciência da informação (brasil e portugal): análise da dialética entre formação
contínua e comportamento infocomunicacional ........................................................ 2298
Motivação, competência digital e oralidade na língua inglesa – aprender inglês com
tablets 1:1 .................................................................................................................. 2301
MAPPEL – Modelo de aceitação pedagógica de plataforma de e-learning .............. 2303
Ensino da programação de desenho auxiliado por computador com aplicação do modelo 4C-ID ............................................................................................................ 2306
86
233 - TECNOLOGIAS DIGITAIS NA SALA DE AULA: POR QUE NÃO?
Marcus Vinicius Maltempi1, Ricardo de Oliveira Mendes2
UNESP – Universidade Estadual Paulista – Rio Claro, Brasil Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática
Resumo: Neste artigo evidenciamos que as tecnologias digitais constituem a realidade contemporânea e, assim como tecnologias anteriores, modificam nossa maneira de pensar e agir. Contudo, surpreendentemente, ainda pouco influenciam as salas de aula, contrariando previsões de especialistas em informática na educação. Diante disso, e no contexto da Educação Matemática, buscamos entender as características das tecnologias digitais para a educação e seu potencial para modificar a matemática escolar e seu ensino. Concluímos que esse potencial é freado pelo modelo de educação geralmente praticado, baseado no acúmulo de conhecimentos, o qual vem se intensificando com exames de avaliação de âmbito nacional e internacional. Tal modelo se perpetua na formação de professores, tanto inicial quanto continuada, e implica numa subutil ização das tecnologias digitais em sala de aula. Para que seu potencial possa ser aproveitado, esboçamos a defesa da sala de aula ser um espaço de experiências e sentidos, um local de encontros onde o aluno possa vivenciar a matemática, ao mesmo tempo, mais conceitual, relacional e prática.
Palavras-chave: Tecnologias da informação e comunicação, ensino de
matemática, formação de professores. Abstract: In this paper, we indicate that digital technologies constitute
contemporary reality and l ike previous technologies, change our way of thinking and acting. However, surprisingly their influence at classrooms is sti l l low, contradicting computer education experts forecasts. Thus, in the context of mathematics education, we seek to understand the characteristics of digital technologies for education and its potential to change the school math and its teaching. We conclude that the educational model based on the accumulation of knowledge holds this potential back, and this has intensified with national and international assessment tests. This model is perpetuated in teacher training, both pre-service and in-service resulting an underuti l ization of digital technologies in classroom. In order to use its potential, we outl ined the defense of the classroom to be a place of experience and senses, a place for meetings where students can experience the math at the same time, more conceptual, relational and practical.
Keywords: Information and communication technologies, mathematics
education, teacher education.
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1. INTRODUÇÃO
Hoje em dia as tecnologias digitais (TDs) tomam parte da maioria das coisas que
fazemos no dia a dia; temos um cotidiano digitalizado em vários sentidos, por isso,
diferente de anos atrás. Profissões e hábitos deixaram de existir e novos foram criados
por conta das TDs, tal qual ocorreu com o surgimento de outras tecnologias no
passado, como a prensa de tipos móveis de Gutemberg, no século XV. Conforme
afirma McLuhan e Fiore (1967, p.54 e p.69), “Todos os meios [tecnologias] são
prolongamentos de alguma faculdade humana – psíquica ou física. [...] O
prolongamento de qualquer de nossos sentidos altera nossa maneira de pensar e agir
– o modo de perceber o mundo. Quando essas relações se alteram, os homens
mudam”. Assim, é inegável a influência das TDs em nossas vidas, mas,
estranhamente, a sala de aula pouco mudou nas últimas décadas, ou seja, a
configuração física da sala de aula (a disposição dos móveis e os recursos
disponíveis), o papel do professor e dos alunos, e o senso comum do que acontece
em uma aula, pouco foram influenciados pelas TDs.
Por outro lado, investimentos em pesquisas e definição de políticas públicas,
visando um quadro oposto a este, foram realizados em diversos países, incluindo o
Brasil. Além disso, a previsão de especialistas em informática na educação, há 20
anos, era que as TDs já teriam mudado “a natureza fundamental da escola” e a sala
de aula nos dias atuais (Papert e Freire, 1995). Assim, cabe questionarmos: Por que
não mudou? Será que as TDs não são tão relevantes para a educação a ponto de
influencia-la de modo a modificar a aula e a sala de aula?
Neste artigo objetivamos explorar estes questionamentos no contexto da
Educação Matemática, o que nos levou a refletir sobre a própria matemática escolar e
seu ensino, evidenciando o potencial e desafios do uso das TDs na educação e as
implicações disso para a sala de aula.
2. O FOCO NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Vamos nos concentrar na área de Educação Matemática por ser de nosso
interesse e por sua relevância no direcionamento de esforços visando alterar um
quadro generalizado de insatisfação. Atualmente, alunos e professores pressionam
por mudanças no ensino de matemática. Os primeiros ao manifestarem insatisfação
com uma matemática difícil, desinteressante e dissociada do mundo em que vivem; e
os professores por estarem frustrados por não conseguirem estimular seus alunos a
aprenderem matemática. Também, resultados recentes de exames nacionais e
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internacionais, balizadores de políticas públicas, indicam problemas com a matemática
escolar. Por exemplo, o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio no Brasil (mais
informações em http://portal.inep.gov.br/enem), divulgado em janeiro de 2015, aponta
uma queda de 7,3% no desempenho médio em matemática, com relação ao ano
anterior. Além disso, apenas 9% dos concluintes do Ensino Médio demonstraram um
nível esperado de conhecimento em matemática, com a capacidade para calcular
juros e percentagens, por exemplo. Entre os adultos com idade média de 40 anos,
pesquisa mais recente realizada no Brasil, divulgada em novembro de 2015, apontou
que 75% não sabem médias simples, 63% não conseguem responder a perguntas
sobre percentuais e 75% não entendem frações (retirado de
http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,adultos-nao-sabem-matematica-basica--
segundo-pesquisa,1789357).
Também, optamos por focar na Educação Matemática por esta já ter uma longa
história com as TDs. Pois, de maneira breve, temos, em 1967, o surgimento da
calculadora de quatro operações; no final dos anos 1960, a percepção de alguns
matemáticos e educadores matemáticos de que as tecnologias informáticas poderiam
ter um efeito positivo no ensino de matemática; em 1978 surge o microcomputador,
favorecendo sua disseminação na sociedade; em 1984 temos os primeiros sistemas
com interface gráfica, muito mais acessíveis a usuários comuns; em 1985, a
calculadora gráfica; e, finalmente, em 1995 a Internet é liberada no Brasil para acesso
de todos.
É interessante notar que o objetivo inicial do desenvolvimento de todas essas
tecnologias nunca foi a sua aplicação na educação, entretanto, todas essas foram
adaptadas, utilizadas e objeto de estudo de pessoas preocupadas com o ensino e a
aprendizagem de matemática. Assim, o desenvolvimento tecnológico, em termos de
hardware e software, o surgimento de interfaces de manipulação direta e de diferentes
formas de comunicação, propiciaram uma diversificação de práticas pedagógicas,
acompanhadas de pesquisas em Educação Matemática visando analisar o uso das
TDs na educação, o desenvolvimento de teorias específicas e a adaptação de teorias
existentes, de forma cada vez mais abrangente, incluindo o professor e sua formação,
o aprendiz e toda a comunidade.
2.1 Características das Tecnologias Digitais
No contexto da Educação Matemática, diversas são as pesquisas que relatam
resultados indicando a relevância do uso das TDs nas aulas de matemática (Clements
et al., 2013; Hoyles e Lagrange, 2010). Podemos dizer, de forma resumida, que uma
vertente destas pesquisas aponta como potencialidades das TDs para a educação:
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• Gerar múltiplas representações do conhecimento (estáticas e dinâmicas);
• Oferecer feedback imediato às ações dos aprendizes;
• Oferecer interatividade com o conteúdo e a possibilidade de colaboração
com outros aprendizes ou especialistas;
• Favorecer a autoria e o desenvolvimento de projetos;
• Realizar cálculos matemáticos com grande eficiência.
Tais resultados e potencialidades nos levam a entender que as TDs são
relevantes e podem modificar a sala de aula. Entretanto, há também características
intrínsecas às TDs que dificultam seu uso em sala de aula. A partir de Koehler e
Mishra (2009), entendemos que as seguintes podem ser consideradas:
• Plasticidade: as TDs podem ser utilizadas de muitas maneiras diferentes;
• Instabilidade: novas versões ou aplicações totalmente novas surgem com
frequência, quando consideramos as TDs;
• Opacidade: em geral, o funcionamento interno das TDs fica escondido e
não está diretamente relacionado com a sua função;
• Parcialidade: as TDs não são neutras, modificam o ambiente, sendo mais
adequadas para certas tarefas do que outras.
Comparando estas quatro características com uma tecnologia amplamente
utilizada em sala de aula, o lápis, por exemplo, percebemos que este tem uma forma
de uso bastante óbvia, podendo ser bem caracterizado por uma especificidade (deixar
marcas no papel); pouco mudou desde que foi criado; tem funcionamento
transparente, diretamente relacionado com sua função; e, apesar de influenciar o
ambiente, atualmente passa despercebido, dada a naturalidade com que é encarado
em sala de aula.
Estas características das TDs impõem, inicialmente, dificuldades ao professor,
responsável pela sala de aula, colocando em evidência sua formação. No que se
refere à formação inicial, temos que os professores ainda são maciçamente formados
em salas de aula onde as TDs são, quando muito, apêndices. Ou seja, continuam
produzindo conhecimentos necessários à sua futura prática, sem a presença das TDs.
Quanto à formação continuada, independentemente de sua qualidade, ela está
condicionada ao tempo e recursos físicos que o professor dispõe para realizá-la e,
principalmente, para modificar a sua prática a partir dela. Em geral, o que temos no
Brasil são professores sobrecarregados com uma carga horária semanal altíssima de
aulas e salas superlotadas e mal equipadas. Tais fatos contribuem para uma prática
docente e salas de aula desprovidas de TDs.
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Assim, formação e condições de trabalho precárias de professores são
justificativas para as salas de aula não terem mudado com a disseminação das TDs na
sociedade, mas não são as únicas. Vinculadas a ela estão, entre outras, políticas
públicas equivocadas, descontinuadas ou mesmo inexistentes; ausência de
investimento financeiro contínuo; visão ultrapassada sobre a educação (currículo,
abordagem, avaliação etc.); e resistência à mudança. Sobre estas últimas, o fato da
geração anterior ter sido educada no “modelo lápis e papel”, faz com que os pais,
muitas vezes, embora imersos numa sociedade digitalizada, tenham dificuldade em
entender que seus filhos podem estudar usando um celular inteligente.
3. MATEMÁTICA ESCOLAR PARA ALÉM DOS CÁLCULOS
Ao refletirmos sobre algumas tecnologias disponíveis e seu uso em sala de aula,
somos levados a ponderar sobre a natureza do conteúdo a ser ensinado e,
consequentemente, sobre nossas expectativas com este ensino, sendo estas,
portanto, desdobramentos da questão inicial que se refere à relevância das TDs na
educação.
Atualmente é impossível ficar indiferente ao que nos é oferecido por softwares
(com versões online) como o GeoGebra e o WolframAlpha (disponíveis em
http://www.geogebra.org/ e http://www.wolframalpha.com/, respetivamente),
denominados softwares de matemática dinâmica (SMD). Estes tornam obsoleto, ou
sem sentido, o modo como tradicionalmente a matemática é ensinada nas escolas. Ao
apresentarem diferentes soluções passo a passo (algébricas, geométricas etc.), em
representações diversas, para exercícios comumente solicitados por professores nas
aulas de matemática, em qualquer nível, evidenciam que a matemática não se resume
a cálculos e seu ensino pode se ocupar prioritariamente de questões mais conceituais,
uma vez que os procedimentos técnicos de realização de cálculos são realizados com
mais eficiência pelo computador.
Os SMD evidenciam que restringir ou privilegiar o ensino de matemática aos
cálculos e técnicas associadas é dar continuidade ao que vem sendo feito há décadas,
com origem em uma época em que os cálculos limitavam os avanços tanto cognitivo
quanto do desenvolvimento científico e tecnológico, nas diversas áreas. Tal
abordagem norteia grande parte dos currículos, dos diversos níveis educacionais, de
modo que estes se organizam, geralmente, por quão difícil é calcular (Wolfram, 2010).
As implicações desta visão, centrada nos cálculos, no ensino de matemática são
várias, entre elas, a de que os conteúdos são fixos, ideais, independentes do contexto
e são ou não alcançados (aprendidos) pelos alunos, os quais devem percorrer uma
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estrutura hierárquica de conteúdos para poder aprender o próximo. Tais implicações
justificam o entendimento, de muitas pessoas, de que ou se acerta ou se erra em
matemática e que na cabeça de diferentes matemáticos os conceitos são exatamente
iguais. Esta visão favorece pensar o conhecimento como estático, condicionando os
processos pedagógicos ao acúmulo de informações, que devem ser reproduzidas na
forma ideal, como prova de aprendizado. Além disso, o erro geralmente não é
aproveitado, mas, pior, é motivo de punição, o que, ao longo dos anos escolares, gera
pessoas pouco criativas, pois é imprescindível errar para ser criativo.
Para além dos cálculos e dos procedimentos associados a eles, as TDs tornam
mais evidente que a matemática também diz respeito a modelar problemas e a
interpretar/verificar os resultados obtidos com os cálculos, o que requer muito mais
conhecimento conceitual-relacional do que procedimental-técnico. Tal conhecimento é
mais coerente e próximo dos problemas que enfrentamos no dia a dia, que não têm
certo ou errado, mas que devem ser ponderados a partir dos aspectos escolhidos
como os mais relevantes no momento. Assim, atualmente a organização curricular por
quão difícil é calcular não se justifica, pois as TDs podem viabilizar um ensino de
matemática, ao mesmo tempo, mais conceitual, relacional e prático (experiencial).
Conceitual porque oferecem a possibilidade de manipular/experimentar conceitos
empiricamente, de modo sem precedentes (Maltempi, 2010). Por exemplo, usando um
SMD pode-se criar uma circunferência e interagir com ela, verificando que ao se
movimentar um ponto sobre ela, a distância do ponto ao centro permanece constante.
Além disso, as TDs favorecem a exploração concomitante de conteúdos geralmente
estudados de forma independente e estática no âmbito da aritmética, álgebra ou
geometria (Faria e Maltempi, 2015).
E prático porque as TDs viabilizam a modelagem de problemas da realidade
mundana que, geralmente, requerem cálculos complexos envolvendo conteúdos cujo
estudo é postergado para um futuro, que quase sempre não chega, sob a alegação de
serem limitados os conhecimentos dos aprendizes. Dessa forma, as TDs podem
colocar a matemática escolar em outro patamar, no qual se busca uma aproximação
dos alunos com conceitos matemáticos, privilegiando a experiência do fazer
matemática. As implicações desta visão vão na direção de uma matemática que
abarca possibilidades do certo e do errado, sem estrutura rígida de conteúdos pré-
requisitos, que não nega a existência do conceito, mas o toma de forma dinâmica, em
diferentes contextos, ao possibilitar diversas aproximações a ele.
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3.1 Uma Experiência
Buscando explorar os conceitos do Cálculo Diferencial e Integral por meio de TDs
desenvolvemos um website que agrega algumas possibilidades oferecidas pelo
GeoGebra e WolframAlpha, dentre outros recursos digitais. Tal website, disponível em
http://matemabio.blogspot.com.br, foi desenvolvido como parte de uma pesquisa de
doutorado em Educação Matemática e serviu como principal referência teórica na
disciplina de Matemática Aplicada oferecida pelo curso de Ciências Biológicas da
Universidade Estadual Paulista, campus de Rio Claro (Brasil), durante o segundo
semestre letivo de 2014. Nesta disciplina os alunos, divididos em pequenos grupos,
eram convidados a “navegar” por uma página do website, relacionado ao conteúdo a
ser discutido na aula, conversar sobre o conteúdo explorado nos pequenos grupos e,
em seguida, participar de uma discussão com toda a turma.
As páginas do website são constituídas por textos, applets do Geogebra, widgets
do WolframAlpha, vídeos e links para outras páginas da Web. Elas foram construídas
pensando em explorar os conceitos do Cálculo em detrimento de contas e técnicas
que acabam tomando grande parte da carga horária das disciplinas de matemática.
Por exemplo, há no site uma “calculadora”, widget do WolframApha, que, com apenas
um clique fornece ao leitor várias informações acerca de uma dada função, tais como:
gráfico, domínio, imagem, raízes, derivadas, máximos e mínimos locais, dentre outras
informações (Figura 1). Isto é, realizar o procedimento algébrico que conduz a cada
um dos dados obtidos com a “calculadora” se torna secundário, uma vez que estes
podem ser facilmente obtidos por recursos oferecidos no site. O primordial, torna-se,
assim, compreender o que cada elemento obtido significa e como ele pode ser útil no
estudo de funções.
Figura 1: Calculadora disponível no website.
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Deste modo, para falar sobre derivadas, por exemplo, não se exige do aluno o
conhecimento de regras de derivação ou a capacidade de calcular limites. Em uma
atividade, disponível em http://matemabio.blogspot.com.br/p/cultura-de-bacterias.html,
realizada no primeiro dia de aula com conteúdo matemático, as derivadas (na forma
de taxas de variação instantânea) já se tornaram objetos de discussão, juntamente
com o conceito de função, reta tangente, taxa de variação média, noções de limites,
etc. A atividade diz respeito a um experimento no qual foi introduzida uma toxina em
uma determinada cultura de bactérias que, a partir deste evento, tem sua população
modelada pela função ! " = $%&'%(&)'* , onde !(") representa a população total da
cultura, em milhões de bactérias, " horas após a introdução da toxina. Nesta atividade
os alunos exploraram um applet do GeoGebra a partir de um roteiro e registraram o
resultado de uma primeira discussão com o pequeno grupo de colegas. No applet
desta atividade os alunos tinham a possibilidade de controlar, dentro de alguns limites
previamente estabelecidos, as variáveis "e Δ", como mostra a Figura 2.
Figura 2: “gráfico-applet” para o estudo de taxa de variação.
Com esta atividade tivemos a oportunidade de produzir um rico debate acerca de
praticamente todos os conceitos que seriam objetos de discussão ao longo da
disciplina. Por exemplo, seguem comentários de dois dos pequenos grupos de
discussão quando questionados sobre a relação de dependência entre as grandezas
envolvidas, se a toxina teve uma ação imediata e o que aconteceria se o experimento
não fosse interrompido.
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Grupo 1: “O experimento envolve a ação de uma toxina sob cultura de bactérias,
representando sua eficiência através de uma função (quantidade de bactérias X
tempo). No início do experimento, pode-se observar que a toxina não surte o efeito
esperado, sendo a taxa de crescimento positiva. A partir do ponto máximo de 12,58
milhões de bactérias (aproximadamente t=1,35h), observa-se o fator limitante (toxina)
agindo na população, resultando no decréscimo da população de bactérias: a taxa de
mortalidade das bactérias é maior que sua reprodução (crescimento vegetativo
negativo). Com relação ao término do experimento e sua continuidade, o grupo possui
duas opiniões: 1) Como aproximadamente no intervalo de 38h a 48h a taxa de
variação média foi de -0,02 (bactérias/hora), portanto a cultura de bactérias irá
colapsar nesse ritmo; 2) A toxina, ao decorrer do tempo “t”, sofrerá perda de efeito
progressivo, possibilitando novamente o crescimento da colônia de bactérias”.
Grupo 2: “Analisando o gráfico e de acordo com a taxa de variação instantânea,
quando ∆t tende à t, observamos que a previsão foi de que o número de bactérias
cresceria 6,8 milhões, porém, em 1h após o instante inicial, constatamos que houve
um crescimento de apenas 4,33 milhões. Pode-se concluir que, ou a toxina teve efeito
desde o início de sua introdução, porém seu efeito só atingiu seu ápice de atividade
em ∆t=1,35 horas, ou elas morreram naturalmente, ou a união dos dois eventos”.
Acerca do conceito de taxa de variação instantânea, por exemplo, podemos notar
que o primeiro grupo concluiu que a toxina não teve ação imediata, pois num
determinado intervalo inicial a taxa de crescimento se mantém positiva, o que
possibilitou o crescimento populacional mesmo com a toxina. Já o segundo grupo
notou que o fato da taxa de crescimento no instante inicial ser de 6,8 (isto é, /0 1 =2, 4) deveria implicar, portanto, em um crescimento populacional de pelo menos 6,8
milhões de bactérias no decorrer da primeira hora. No entanto, o que se observou foi
um crescimento de apenas 4,33 milhões de bactérias, o que permitiu a conclusão de
que a toxina agiu imediatamente, pois o crescimento populacional se deu a taxas
decrescentes. Comentários desta natureza possibilitaram, logo na primeira aula de
conteúdo matemático, uma discussão em torno do sinal da derivada e sua relação
com o crescimento ou decrescimento da função. Além ainda de uma discussão sobre
a taxa de variação instantânea em funções monótonas, isto é, se o crescimento ou
decrescimento se dá a taxas crescentes ou decrescentes.
No desenvolvimento desta disciplina, ainda tivemos a oportunidade, tal como foi
feito com a taxa de variação instantânea, de colocar em debate vários outros conceitos
matemáticos, o de limites, por exemplo. Desejamos com estes exemplos destacar as
possibilidades criadas pelas TDs de promover um debate mais conceitual em sala de
aula, sem que para isso seja necessário primeiramente o desenvolvimento de técnicas
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e procedimentos de cálculos. Vale ressaltar, no entanto, que não estamos defendendo
o abandono, por exemplo, das técnicas de derivação; apenas desejamos voltar a
atenção para questões mais conceituais, potencializadas pelas TDs.
3.2 Por uma Nova Concepção de Aula
A visão de matemática e do ensino de matemática apresentada, motivada pelas
TDs, não cabe em uma sala de aula comum, onde os professores explicam o
conteúdo programado a estudantes pouco participativos, que só se comunicam e
fazem perguntas nos momentos estipulados pelos docentes. Este modelo de aula está
em consonância com um ensino de matemática que privilegia os cálculos, o acúmulo
de conhecimentos e que subutiliza as TDs, de modo que estas passam até a serem
responsabilizadas por resultados negativos, a despeito de contexto e forma de uso,
conforme destacam estudos disponíveis em http://www.smh.com.au/national/
education/the-reality-is-that-technology-is-doing-more-harm-than-good-in-our-schools-
says-education-chief-20160330-gnu370.html#ixzz44xdVlNHh e https://seii.mit.edu/
research/study/the-impact-of-computer-usage-on-academic-performance-evidence-
from-a-randomized-trial-at-the-united-states-military-academy/.
Considerando que as TDs ampliam as possibilidades de um ensino, ao mesmo
tempo, mais conceitual, relacional e prático, precisamos caminhar no sentido de
conceber e organizar a sala de aula como um espaço de experiências e sentidos, um
local de encontros, capaz de acolher o aluno real, sujeito da experiência, em
contraponto ao ser racional, ativo, determinado, responsável pelo seu aprendizado que
parece ser a concepção de aluno por trás do modelo tradicional de aula.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Utilizar as tecnologias digitais em sala de aula é ser coerente com o tempo em
que vivemos. No entanto, o modelo de educação escolar geralmente praticado,
reforçado pelo recrudescimento de exames de avaliação nacional e internacional (de
escolas, professores e alunos), aliados a uma formação de professores anacrônica,
freia o potencial de mudanças que as TDs podem oferecer à educação, na medida em
que as subutilizam em sala de aula.
Neste artigo, questionamos a relevância das TDs para educação e seu potencial
para modificar a sala de aula. No contexto da Educação Matemática argumentamos a
favor de um ensino voltado a conceitos e relações em detrimento a técnicas e
procedimentos de cálculos, o que julgamos mais coerente com uma sala de aula
concebida como um espaço de experiências e sentidos. Parte destas ideias tem
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origem e são exemplificadas na experiência descrita, que envolve uma sala de aula
cujos alunos são estimulados a conversar sobre matemática ao interagirem com
recursos tecnológicos. Assim, embora não sejam panaceia para a educação, as TDs
nos confrontam com novas possibilidades de ensinar e aprender, muito bem-vindas
em um contexto de insatisfação geral com os resultados da educação escolar. No
entanto, estas possibilidades requerem mudanças de entendimentos e expectativas
que confrontam interesses e ideias cristalizadas.
A história nos oferece vários exemplos mostrando que o surgimento e a adoção
de novas tecnologias é um caminho sem volta. No final do séc. XIX, por exemplo, os
Luditas, trabalhadores ingleses que viram seus empregos ameaçados com a chegada
das máquinas, protagonizaram um movimento de destruição dessas máquinas. No
entanto, a destruição do maquinário não significou sua extinção nas fábricas.
Podemos pensar de modo similar as escolas na atualidade: a adoção das TDs é um
caminho sem volta. Diante desta situação, portanto, faz-se necessário construirmos
novos entendimentos que sejam vantajosos para educação escolar.
5. REFERÊNCIAS Clements, M. A. K., Bishop, A., Keitel-Kreidt, C., Kilpatrick, J. & Leung, F. K. -S.
(2013). Third International Handbook of Mathematics Education. Part III. London: Springer.
Faria, R. W. S. C. & Maltempi, M. V. (2015). Atuação do GeoGebra em atividades integrando aritmética, geometria e álgebra. Revista do Instituto Geogebra Internacional de São Paulo (IGISP). Volume 4. 142 - 142.
Hoyles, C. & Lagrange, J. -P. (2010). Mathematics Education and Technology-Rethinking the Terrain. The 17th ICMI Study. London: Springer.
Koehler, M. J. & Mishra, P. (2009). What is technological pedagogical content knowledge? Contemporary Issues in Technology and Teacher Education, Volume 9, Number 1, 60-70.
Maltempi, M. V. (2010). Mathematical Generalisation and Technology. Proceedings of the 34th Conference of the International Group for the Psychology of Mathematics Education (PME). Belo Horizonte, Brasil.
McLuhan, M & Fiore, Q. (1969). O meio são as massa-gens: Um inventário de efeitos. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Record.
Papert, S. & Freire, P. (1995) O Futuro da Escola: Uma conversa sobre informática, ensino e aprendizagem. Vídeo. São Paulo: PUC.
Wolfram, C. (2010). Teaching kids real math with computers. TED. Retirado de https://www.ted.com/talks/conrad_wolfram_teaching_kids_real_math_with_computers.