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TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

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FLEXIBILIDADEna habitação

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FLEXIBIL IDADEna habitação

FLEXIBILIDADEna habitação

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VERÔNICA MOURA BERTOLINI

TRABALHO FINAL DE CURSO

orientador ONÉSIMO CARVALHO

flexibilidadena habitação

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDARIBEIRÃO PRETO, 2014

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figura 1. Villa Savoye, Le Corbusier (jeffreysander.com)

figura 2. Fábrica Fagus (diseyoyarquitectura.net)

figura 3 e 4. Edifício Fidalga, Andrade Morettin Arquitetos (archdaily.com)

figura 5, 6 e 7. Vista apartamento, Triptyque (archdaily.com)

figura 8. Croqui Casa Dominó, Le Corbusier (studyblue.com)

figura 9. Edifício Simpatia, Grupo Sp (archdaily.com)

figura 10. Croqui autor desconhecidofigura 11 e 12. Fuduoka House, Steven

Holl (stevenholl.com)figura 13. Fachada Edifício Itacolomi,

Grupo Sp (arcoweb.com)figura 14 e 15. Vistas térreo Edifício

Itacolomi, Grupo Sp (arcoweb.com)figuras 16 E 17. interior apartamento

Itacolomi, Grupo Sp (arcoweb.com)figuras 18 e 19. Fachada Edifício

Itacolomi, Grupo Sp (arcoweb.com.br)

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lista defigurasFachada Edifício Aimberê, Andrade Morettin Arquitetos (andrademorettin.com). figuras 20, 21 e 22. Vista interior apartamento Edifício Aim-berê, Andrade Morettin Arquitetos (an-drademorettin.com). figuras 23 e 24. Fachada Edifício Fidalga 727 Triptyque (archdaily.com). figuras 25 e 26. Zoom circulação vertical Edifício Fidal-ga 727 (archdaily.com). figura 27. Praça frontal Edifício Fidalga 727 Trip-tyque (archdaily.com). figura 28. Térreo Edifício Fidalga 727 Triptyque (archdaily.com). figura 29.Interior apartamento Edifício Fidalga 727 (archdaily.com). figuras 30 e 31.Fachada Edifício Fidalga 727 (archdaily.com). figura 32 e 33.Fachada Edifício Amélia Teles (archdaily.com). figura 34.

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9,apresentação

10,modos de morar

flexibilidade16, flexibilidade na habitação19, elementos da flexibilidade

30, tipos de flexbilidade

flexibilidade e construtibilidade35, sistemas construtivos

38, pré-fabricação

análise de projetos42, justificativa da metodologia

44, edifício itacolomi54, edifício aimberê64, edifício fidalga

76, edifício amélia teles

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o local de implantaçãoterreno, 90legislação, 94entorno, 97tipologia de habitação, 106

programa de necessidades, 108

o edifícioapresentação, 115projeto, 117representações arquitetônicas, 131

considerações finais, 141

referências bibliográficas, 142

sumário

Page 9: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

A presente pesquisa desenvolve análises e aplicação do conceito de flexibilidade na arquitetura, com o objetivo de repensar o desenho dos espaços da habitação propostos hoje, considerando sua história recente, transformações nos grupos familiares e as atuais tendências comportamentais para defender e estudar um modelo de habitação que atenda às necessidades atuais. O entendimento do tema em questão complementa o curso de Arquitetura e Urbanismo. Oferece ao profissional uma nova visão sobre futuros projetos e levanta questionamentos fundamentais e inevitáveis ao futuro da habitação no Brasil.

apresentação

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Cada vez mais surgem diferentes grupos domésticos aceitos socialmente, como os formados por casais homossexuais, casais sem filhos, a coabitação de pessoas sem vinculo conjugal, pessoas morando só, entre tantos outros identificados por Tramontano, Eza Berqó, IBGE. Com a consolidação desses novos grupos, a família nuclear convencional, composta pelo pai provedor do sustento e mãe gerenciadora da casa e filhos, deixa de ser predominante.

modos de morar

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Observa-se também uma mudança dentro da família nuclear, decorrida de alterações nas relações dos menbros familiares. Um enfraquecimento da autoridade dos pais, e aumento da autonomia de cada um de seus membros familiares. Os pais, que antes exigiam total obediência, hoje parecem mais preocupados com o futuro profissional dos filhos, diminuindo a hierarquização familiar. A evolução dos costumes e as diferentes variações comportamentais nos fazem repensar os espaços de morar atuais, com o objetivo de atender as necessidades dessa nova sociedade, composta por uma familia nuclear modificada e diversos grupos familiares, cada vez mais dominantes.

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Segundo Tramontano e Benevente (2004), as transformações nos padrões comportamentais do século XX ultrapassaram as soluções projetuais para espaços de morar que se tem no mercado atual. O que se tem hoje são diversos grupos familiares morando em espaços planejados para atender necessidades de uma estrutura familiar antiga, forçando, com isso, uma sobreposição de funções não planejadas. As habitações disponíveis hoje se remetem ambas as habitações burguesas européias e as propostas no Movimento Moderno. As primeiras dependem do funcionamento de pessoal doméstico, são divididas em cômodos de acordo com suas funções e agrupadas em zonas (íntima, social e serviço). (TRAMONTANO, 1997)

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Já as habitações modernas trazem cozinha junto à sala de estar, fazendo dela um espaço de convívio dos membros da família. Há uma grande preocupação em oferecer um espaço por pessoa, mesmo que para isso o espaço de cada quarto seja reduzido. Surgem, então, espaços internos equipados com elementos flexíveis, como camas dobráveis, por exemplo, para que a casa absorva essas características. (TRAMONTANO, 1997)

Figura 1. villa savoye, projetada por le corbusier, é considerada um ícone da arquitetura moderna. é lembrada por características e elementos, como a planta livre, presentes em habitações modernas e flexíveis.

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Nos modos de vida contemporâneo, os espaços são utilizados para mais de uma atividade, tendo-se uma sobreposição de funções. Ambientes divididos por funções e zonas, como cozinha pra cozinhar e quarto para dormir, tornam-se ultrapassados e inadequados a esse estilo de vida, proveniente das diversas transformações sociais descritas aqui. As habitações contemporâneas devem garantir espaços flexíveis, que possam ser reordenados facilmente, proporcionando várias funções em um mesmo lugar. Segundo Tramontano (1993), a moradia deve ser flexível, permitindo várias possibilidades de reordenação do espaço durante toda a vida útil da moradia e sem a necessidade de reformas.

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A aplicação da flexibilidade na habitação e todas as suas possibilidades, oferecem não só uma flexibilidade física, mas também maior liberdade estética à habitação. Dessa forma, habitações podem variar no tamanho, forma e distribuição interna de acordo com o desejado pelo proprietário, atendendo às necessidades de várias tipologias familiares atuais, e permitindo uma constante reordenação do espaço durante a vida útil da habitação, que poderá, então, evoluir e se transformar paralelamente às necessidades da sociedade.

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Os conceitos a seguir são baseados em pesquisas e conhcimentos de Finkelstein, 2009. Alguns dos principais fatores contribuintes para o fortalecimento da “flexibilidade” como conceito arquitetônico no início do século XIX foram a evolução do conhecimento técnico e a nova forma de utilização de materiais de construção já conhecidos, como o concreto.

flexibilidadeflexilibidade na habitação

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Segundo a autora, já é possível ver a interferência dessas mudanças na arquitetura do final do século XVIII, quando grandes arquitetos passaram a ver estrutura e paredes como elementos arquitetônicos independentes. A utilização da estrutura independente e da planta livre antecipa o movimento moderno, além de abrir caminhos para uma arquitetura flexível. Novas propostas surgiram, para um novo modo de vida. “Assim, a arquitetura moderna foi trazendo à tona várias contribuições para a arquitetura flexível, fortalecendo esse conceito” (FINKELSTEIN, 2009, p.27). A arquitetura moderna permitiu pensar a independência de cada elemento componente do projeto e as combinações entre eles, oferecendo flexibilidade aos espaços.

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Esta nova forma de projetar visa atender maior flexibilidade nos ambientes. O conceito de “continuidade do espaço”, “planta livre” com paredes não estruturais, divisórias móveis e mobiliário desenvolvido de acordo com o projeto de arquitetura são alguns exemplos das heranças do movimento moderno.

Figura 2. A Fábrica Fagus, de 1911, com fachadas projetadas por Wal-ter Gropius e Adolf Meyer, utiliza estrutura independente e fechamen-tos de vidro.

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Ainda hoje, segundo Finkelstein (2009), dentre muitas soluções, podemos facilmente citar o uso da planta livre, com ambientes liberados e serviços junto às paredes; “móveis-containers”, que propõem atender a várias atividades em um só mobiliário; portas de correr e divisórias móveis, que facilitam a flexibilidade dos espaços.

flexibilidadeelementos da flexibilidade

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Essas soluções geram ambientes flexíveis, todas com o mesmo objetivo final, porém formas diferentes de chegar a isso. A chamada “flexibilidade inicial” acontece quando ainda na fase do planejamento, oferece ao usuário diferentes opções de plantas para escolher a que melhor lhe atende. A “flexibilidade permanente” pode ser subdividida entre “mobilidade”, que é a capacidade do ambiente de mudar durante o dia; “evolução”, referente à potencialidade de seguir as mudanças da família através dos anos; e “elasticidade”, que ocorre quando há a possibilidade de aumentar o número ou tamanho de ambientes.

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Segundo a autora, operação interativa é

a liberdade de movimentação e interação do

visitante e usuário, através de um planejamento

cuidadoso e organização dos espaços. Em locais

comunitários, especialmente nos residenciais,

é importante que o morador se sinta parte dos

acontecimentos.

Figuras 3 e 4. No Edifício Fidalga, projeto de andrade morettin arquitetos, As unidades são pensadas como es-paços abertos que oferecem total liberdade de ocupação para acomodar o estilo de vida próprio de cada morador.

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A autora discorre, ainda, sobre outros elementos que permitem a flexibilidade dos ambientes. Dentre eles, os elementos móveis, caracterizados como espaços com uma superfície livre de estruturas fixas, na qual vários desses componentes estão dispostos e organizam o espaço (como balcões-caixas, guarda volumes, lanchonetes, mesas e cadeiras e palcos móveis). Nesse local, podem ocorrer apresentações, exposições, inclusive em áreas com mais privacidade. Finkelstein cita ainda a fachada neutra, divisórias internas e piso elevado como parte desses elementos flexíveis, já que permitem maior liberdade na distribuição interna, adaptando-se a novas demandas.

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Sobre cozinha modular, a autora não a caracteriza como definidora de um local específico para as atividades de cozinhar e comer, mas com mobiliário especifico que a qualifique como cozinha. Assim como a cozinha modular, o banho é caracterizado como um móvel ou eletrodoméstico, com sanitários que possam mudar de lugar ou serem substituídos por novos; com instalações hidráulicas fáceis de instalar ou modificar-se. Com o aumento da tecnologia, estes ambientes não são mais considerados locais marginalizados, mas sim locais de uso da maior parte dos objetos de tecnologia como lavadoras de roupa, micro-ondas, banheiras, tornando-se espaços de prazer e ócio.

Figuras 5, 6 e 7. No apartamento projetado pelo escritório Triptyque, não há divisões no espaço interno, ele funciona como uma grande galeria pontuada por elementos integrados essenciais como: armários, banheira, cama, cozinha, etc.

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Outros elementos, citados pela autora, que facilitam a flexibilidade nos projetos são a estrutura independente e modulação. A casa Dominó de Le Corbusier, com separação

da estrutura portante da vedação, possibilita criação de novos subsistemas. A

modulação aparece como um elemento de repetição, quantas vezes forem necessárias para a conformação e representação de um espaço arquitetônico. Através da modulação são gerados o “módulo-unidade singular” ou subdivisões do mesmo (meio módulo, um quarto de modulo, etc.).

Figura 8. casa dominó, le corbusier

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Sobre divisórias internas, Finkelstein (2009) discorre sobre as paredes divisórias internas livres, que devem oferecer privacidade acústica e visual, qualidades desmontáveis ou móveis, para que possa se adequar a novas organizações espaciais; servir de suporte às instalações, assim como ser utilizada para armazenamento de objetos; ter fabricação industrial ou com materiais de fácil acesso e ainda deve permitir a instalação de portas e aberturas necessárias. Sobre divisórias móveis, a autora diz que devem permitir ampla comunicação, sempre que necessário; podem aparecer camufladas ou desaparecer por completo quando convém. Esse elemento aumenta as alternativas de uso e distribuições de atividades na moradia.

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O mobiliário como divisória é um elemento de fácil adaptação ao ambiente, ótimo para moradias com área pequena, economizando espaço. “O mobiliário se confunde com a parede e torna-se polifuncional.” (FINKELSTEIN, 2009). Possui capacidade de separar espaços, fornecendo privacidade e servindo como armazenamento. Em edifícios residenciais, segundo a autora, quando se busca a flexibilidade na moradia,

núcleos de circulação vertical como também banheiros e cozinhas se tornam o único conjunto de elementos fixos. Eles podem estar agrupados ou não. Os núcleos de banheiros e cozinha devem ser vistos como atividades que necessitam de instalações hidráulicas e elétricas, gerando eficiência econômica e construtiva.

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Em muitos casos, esses núcleos são dispostos no interior da planta, liberando os espaços periféricos para atividades consideradas mais nobres, como jantar, dormir e estar. No banho, o sanitário tende a ser uma parte isolada, que requer privacidade, diferente da hidromassagem e lavatório, por exemplo. A cozinha pode locar-se junto aos espaços de estar, se resumindo à um balcão que atende as necessidades da atividade e se integra ao restante da moradia. Os shafts são espaços ocos, por onde passam dutos de instalações verticais. E, segundo Finkelstein, estes dutos promovem maior economia e organização nas construções, pois concentram as descidas de instalações.

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A fachada também faz parte dos elementos que facilitam a flexibilidade no projeto. A “fachada livre” permite que seja aplicada como um dos sistemas que compõe o projeto, independente do restante, permitindo que o espaço interno se adapte às mudanças de uso. Assim, o morador pode expressar sua individualidade ao mundo exterior e também tecnicamente. Uma vantagem deste sistema é a fácil reposição do elemento, já que ele sofre grande deterioração ao longo

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Ainda sobre a fachada,

as grelhas e “brise-

soleil”, segundo a autora,

podem ser de concreto,

ferro, alumínio, madeira;

funcionam como elementos

ordenadores da fachada

ou controladores da

insolação. As varandas

entram nesse mesmo

grupo, pois provêem maior

liberdade aos interiores,

permitindo que ocorram

diversas atividades.

As grelhas podem ser

dispostas de tal forma que

formem varandas e brises,

somente brises ou apenas

grelhas ordenadoras da

fachada.

Figura 9. edifício simpatia; grupo sp

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Segundo Finkelstein (2009), a flexibilidade pode ser projetada de acordo com dois fatores básicos: projetos de uma arquitetura neutra (deixando margens de interpretação maior para o usuário), e projetos que oferecem aos moradores opções para a flexibilidade.

flexibilidadetipos de flexibilidade

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Referente ao primeiro grupo, projetos de uma arquitetura neutra, subdividem-se dois tipos de flexibilidade, ambas qualificadas por flexibilidades de forma intrínseca: Espaços neutros; possibilidades de transposição de espaços: se encontram nessa subdivisão projetos com flexibilidade que provém da sua forma, neutra, e que possibilita vários rearranjos na sua distribuição. A transposição de atividades é facilitada. Flexibilidade inicial, várias alternativas de plantas para escolha: nestre grupo são encontrados projetos que oferecem uma flexibilidade de planta ao morador.

Figura 10. A construção define áreas molhadas e algumas paredes fixas, deixando a definição final para o usuário.

planta com opções de layoutplanta tipo, como entregue ao

morador

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De acordo com Finkelstein, projetos que oferecem essa flexibilidade inicial, subdividem-se em: Projetos com várias possibilidades de layouts, quando são oferecidas ao usuário alternativas de opções de distribuição de atividades, sem que sejam necessários recursos financeiros ou reformas, apenas uma mudança na distribuição do mobiliário, de forma fácil e prática; Projetos com mudanças ao longo do dia/noite, alterações no espaço de acordo com o período do dia, aproveitando a área de dormir (utilizada no período da noite) durante o dia; por exemplo, como local para estudos ou brincadeiras de crianças; podem ocorrer, também, pela utilização de camas embutidas ou mobiliário planejados.

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Projetos inacabados: é entregue ao

morador a estrutura, na qual ele mesmo

preenche com componentes como desejar. Esse

tipo de flexibilidade não é muito encontrado

em habitações por ser um método no qual o

incorporador não obtém muito lucro e por

necessitar de maior empenho no planejamento.

Projetos expansíveis: são moradias que

podem ser aumentadas, ou não, pelo morador,

mesmo depois da moradia entregue.

Figuras 11 e 12. A fukuoka house, projeto de Steven Holl, oferece um espaço interno com paredes que se dobram e se abrem. durante o dia, pode se te mais áreas de convivência livre. ao anoitecer, as paredes voltam para seus lugares, criando espaços mais reservados para dormir.

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Como última forma de flexibilidade projetada, temos a possibilidade de subdividir e/ou integrar espaços: essa flexibilidade é possível através do uso de “elementos facilitadores”, como portas e painéis de correr, pivotantes ou dobráveis, ou ainda através de mobiliário projetado, como estantes vazadas, balcões baixos ou armários com duas faces que atendem a duas atividades diferentes. Esse método facilita a interação do usuário.

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Segundo Jorge (2012), sistema é um grupo de componentes e partes inter-relacionadas independentes, formando uma unidade complexa e regendo o funcionamento do todo. Podem ser fechados, sem possibilidades de crescimento e mudança, devidamente associados ao objeto moderno, determinista e previsível; ou abertos, com significativa interação com o meio, permitindo adaptações e reorganizações a partir de fatores externos.

flexibilidadee construtibilidadesistemas construtivos

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Um sistema arquitetônico aberto permite a reconstrução do todo através de alterações dos componentes ou partes inter-relacionadas e, portando, gera diversas combinações que atendem uma larga escala de necessidades da população. A imposição de um sistema unifuncional e definitivo (um sistema fechado), compromete a liberdade de uso e a possibilidade de atualização da sua função do objeto. A organização dos sistemas construtivos abertos é essencial para gerar maior flexibi-lidade construtiva. Cada subsistema, definido por estrutura, vedações e instalações, é com-posto por componentes e materiais, atuando em conjunto dentro de uma obra. Segundo Mesquita (2000, apud JORGE, 2012), a estrutura deve permitir o acréscimo de sobrecarga; amplo espaçamento de pilares e vigas; evitar alvenarias estruturais que impossibilitam abertura de vãos, além de optar por sistemas preferencialmente pré-fabricados ou pré-moldados.

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Mesquita diz ainda que vedações devem ser de componentes leves, com pequena espessura, alta transportabilidade e fácil instalação e manutenção, além de ser independentes dos demais sistemas. Alguns dos componentes desse subsistema são divisórias leves, painéis operacionais, armários leves, pisos de fácil aplicação, montagem e desmontagem de componentes e pisos elevados, laminados ou vinílicos.

Outro subsistema citado foram as instalações, que devem estar dissociadas da estrutura e vedações, percorrendo trajetórias sob pisos flutuantes e acima dos forros falsos e rebaixados. O autor diz que estas devem aparecer preferencialmente em uma concentração de serviços e blocos. Algumas possibilidades são a adoção de kits de serviços pré-fabricados e tubulações flexíveis.

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Com o surgimento e crescimento da industrialização no século XIX, as construções de habitações em massa ganharam foco e, consequentemente, os sistema pré-fabricados e a racionalização construtiva. Segundo Jorge (2012, p. 198), a utilização de um sistema construtivo pré-fabricado traz à obra agilidade construtiva, redução de custos e mão de obra, aumento da produtividade, economia de materiais, redução de resíduos, facilidade de transporte e montagem, adaptabilidade posterior favorável, assim como benefícios ambientais.

flexibilidadee construtibilidade

pré-fabricação

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Votava (2006, apud JORGE, 2012, p. 198) ressalta que adaptação física, operacionalização (possibilidade de abrir, dobrar, desmembrar), adjunção ou separação, transporte e combinação de componentes são maneiras de se obter flexibilidade na arquitetura. A autora indica ainda a utilização de métodos construtivos como kit of parts, sistemas volumétricos ou modulados, sistemas de painéis, sistema semi volumétricos ou híbridos. Estes sistemas são citados, também, por Freidman (2001, apud Jorge, 2012, p. 181), que os classifica como métodos construtivos principais referentes à pré-fabricação.

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Kit os parts é um sistema construtivo onde todos os subsistemas são produzidos industrialmente e então levados ao canteiro de obras em partes separadas, para serem montados no local. Os quatros tipos de sistemas são pilar e viga, laje e pilar, painéis e juntas integradas. A existência de juntas secas garante que esses sistemas possam ser redistribuídos e desmontados, possibilitando flexibilidade ao projeto. Sistemas volumétricos ou modulados são espaços tridimensionais pré-fabricados prontos a serem instalados. O tamanho máximo de cada unidade é definido pelo meio de transporte, como dimensão das vias e plataforma dos caminhões. A composição final da construção pode see pela combinação de módulos ou empilhamento deles.

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Outro sistema citado é o sistema de painéis, que consiste em painéis planos como paredes maciças, pisos, forros, janelas e portas, divisórias, revestimentos e telhados pré-fabricados. Estes componentes são transportados por agrupamento e montados no local, por montagem manual ou mecanizada. O sistema é prático e proporciona grande flexibilidade, desde que esteja associado a peças moduladas, desmontáveis, operacionais e leves. Podem ser aplicadas em fachadas, vedações externas, coberturas, pisos, divisórias internas, portas, esquadrias, acabamentos decorativos e isolamento. O último sistema discutido por Jorge (2012) é o sistema volumétrico/híbrido, uma combinação do sistema volumétrico e de painéis. Nesse caso, o sistema volumétrico é utilizado para áreas molhadas e os painéis para o restante da residência, gerando “ampliabilidade” de espaços sem interferências ao corpo existente.

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A análise de projetos na arquitetura possibilita melhorar o entendimento do projeto, seu conceto e suas limitações. A capacidade de projetar pode ser desenvolvida a partir do estudo do trabalho de outros arquitetos. Na análise de projetos a representação gráfica é um dos principais meios de expressão. A presente pesquisa traz a leitura projetual de quatro referências. Serão analisados projetos arquitetônicos relevantes ao tema em questão. As obras e projetos utilizados aqui servirão de referência para a proposta, seja no aspecto conceitual, formal ou estrutural.

análise de projetosjustificativa da metodologia

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Os projetos selecionados para análise são o Edifício residencial multifamiliar Amélia Teles 315, em Porto Alegre, RS; o Edifício residencial da Rua Itacolomi, em São Paulo; o Edifício da Rua Aimberê, em São Paulo; e por fim o Edifício Fidalga 727, também em São Paulo. As referências a serem analisadas fazem parte de um mesmo conceito de habitação, referentes ao tema aqui estudado. Cada uma com sua solução estrutural e arquitetônica, porém todas com o mesmo objetivo: elaborar projetos flexíveis, que permitem ao morador maior liberdade e interferência na moradia. Será analisada a flexibilidade oferecida nas moradias; assim como aspectos estruturais, que garantem a utilização da planta livre e um espaço transformável. Para isso, serão apresentados plantas, cortes e elevações, gráfica e contextualmente analisados. A mesma estratégia de leitura será aplicada em todos os projetos referência.

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O primeiro projeto selecionado para análise é o edifício construído em 2008 na Rua Itacolomi, em São Paulo, do escritório GrupoSp.

análise de projetosedifício itacolomi

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Page 45: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

45Figura 13

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O térreo, espaço aberto com pé-direito duplo, expressa a preocupação que se teve em construir uma relação entre o edifício e seu entorno, como uma praça que estende os espaços da calçada. Esse pavimento abriga a entrada principal do edifício, dois elevadores, caixa de escada, uma varanda aberta de estar próxima a piscina de 25 metros de extensão, além de um jardim.

planta do pavimento térreo

Figuras 14 e 15

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Ainda no térreo, um mezanino abriga a moradia do zelador e uma sala de ginástica. Para garagem dos moradores, foram feitos dois subsolos, com acesso de carros pela fachada principal do edifício.

planta do zelador

planta do subsolo

ginásticazelador

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Figuras 14 e 15

Page 48: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Os apartamentos são espaços abertos, com planta livre, onde é possível atender diversos programas de acordo com o tamanho e modo de vida da família. O bloco de circulação vertical é um volume central que organiza o espaço definindo um setor de convivência ligado à rua e outro mais íntimo vinculado ao lado interno do lote. As moradias possuem varandas tanto na fachada principal como na posterior, o que permite maior relação entre o apartamento e a vista do bairro. Assim como no térreo, todos os andares de apartamentos possuem um mezanino, que estende a área das moradias.

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Figuras 16 e 17

Page 49: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

planta pavimento tipo

planta pavimento tipo - mezanino

circulação vertical

circulação vertical

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Figuras 16 e 17

Page 50: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

planta do último pavimento - sala

Figura 18

Page 51: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

A estrutura principal do edifício é de concreto armado, ainda com uma estrutura complementar metálica, que acompanha o limite dos apartamentos e se encontra mais recuada em relação ao corpo principal no último pavimento. A cobertura do último apartamento foi utilizada como terraço, com uma piscina esguia e deck.

planta do último pavimento - quartos

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Figura 18

Page 52: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

corte transversal

corte transversal - zoom cobertura

Figura 19

Page 53: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

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planta da cobertura

corte transversal - zoom cobertura

Figura 19

Page 54: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

O segundo projeto selecionado para análise é o edifício da Rua Aimberê, em São Paulo, por Andrade Morettin Arquitetos. É um projeto entregue em 2010 com 3.685 m² de área construída, oito andares mais pavimento térreo.

análise de projetosedifício da rua aimberê

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Page 55: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

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Figura 20

Page 56: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

O prédio de apartamentos retoma o diálogo entre os espaços privados e coletivos, entre casa e rua. Localizado num bairro central da cidade de São Paulo, completo de equipamentos urbanos, de comércio e serviços, o projeto foi pensado como um edifício sem área comum, ou atividades coletivas dentro do lote, como academias esportivas, salões de festas, etc. O espaço coletivo é a própria cidade. O edifício é estruturado em concreto e aço, com um gabarito de nove andares e um amplo recuo junto à rua. O jardim de entrada faz uma mediação entre a rua e o prédio, além de configurar uma fachada bastante marcante, com os planos inclinados marcados pelo jardim e a rampa de acesso ao hall do prédio.

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Page 57: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

planta pavimento térreo

recuo junto à rua marcado por planos inclinados entre jardim

Figura 21

Page 58: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

O projeto conta com doze moradias, cada uma com sua morfologia específica. Existem apartamentos com pé-direito duplo, apartamentos que se abrem para os jardins do térreo e outros que usam a cobertura como terraço. As moradias e suas diferentes formas se encaixam em planta, preenchendo e abrindo espaços. A associação destas unidades de características diferentes resultou numa volumetria que se destaca das demais vistas hoje. Para tanto existe uma série de vazios no prédio que organizam o conjunto. São amplas varandas que funcionam como verdadeiros quintais dos apartamentos, ou fendas que recortam o volume com o objetivo de trazer luz para os espaços internos.

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Page 59: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Figura 22

Page 60: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

corte longitudinal

planta segundo pavimento

analisando o corte, fica clara a diversidade de metragens e alturas de uma moradia a outra.

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O espaço interior dos apartamentos pode ser configurado com grande liberdade, de acordo com as necessidades dos moradores. Cozinhas e banheiros podem ser mudados de lugar, os espaços podem ser totalmente integrados ou então divididos em ambientes específicos. Analisando as plantas do segundo e terceiro pavimento, observamos as diferentes possibilidades do projeto, com diversas morfologias e tamanhos de apartamentos. A figura na página a seguir destaca essa diversidade, marcada pela mesma circulação vertical em todos os pavimentos.

planta terceiro pavimento

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planta segundo pavimento - morfologia de apartamentos

planta terceiro pavimento - morfologia de apartamentos

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visão interna de um dos apartamentos do edifício

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Figuras 23 e 24

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O Edifício Fidalga 727 do escritório Triptyque fica em São Paulo e foi entregue em 2009. A proposta do projeto é formar uma complexidade formal e textual do local em vez de uma reformulação do modelo de residência tradicional paulistano.

análise de projetosedifício fidalga

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Figura 25

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A partir do questionamento de modelos racionalistas, os arquitetos do escritório Triptyque buscaram harmonizar soluções e elaboraram uma proposta conceitual para um edifício-casa vertical que fragmenta os elementos constitutivos comuns e estabelece diálogo com o bairro. O prédio é dividido em dois blocos com fachadas de concreto, tijolos e vidros, interligados por um terceiro volume, que concentra a circulação vertical. Em vez de grades, vidros fazem a separação entre o espaço interno e externo. Voltadas para a rua, as passarelas de circulação que interligam os dois blocos também respondem pelo acesso aos apartamentos.

Figura 26

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Figura 27. volume central que concentra a circulação vertical

Figura 26

Page 68: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

A fragmentação do corpo do edifício é feita em três partes para uma melhor integração da área de lazer e das circulações verticais e horizontais, e uma pequena praça na área frontal é devolvida ao espaço urbano, por um grande recuo frontal.

corte longitudinal

praça frontal

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Figura 28

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segundo bloco com apartamento, apoiado no solo

Figura 29

Page 71: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

O primeiro bloco está apoiado em uma sequência de pilares de concreto em X, abrindo lugar para o jardim, que começa ainda no espaço público, passa pelo térreo e ganha continuidade na torre de circulação vertical. O segundo volume apoia-se diretamente no solo, com um apartamento térreo.

planta do pavimento térreo

primeiro bloco, apoiado em pilares de concreto

circulação vertical

71

Figura 29

Page 72: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Os dois blocos de apartamentos abrigam onze unidades com áreas de 79m² a 281m² e desfrutam de ampla visão do exterior, possível pelo desmembramento do edifício e o deslocamento do bloco da circulação. Para individualizar as unidades, a proposta arquitetônica estabeleceu posicionamentos diferentes para as varandas e criou um jogo de aberturas livre de modulações repetitivas, recursos que também dinamizaram e tornaram mais atraentes as fachadas. Todos os apartamentos são privilegiados por vistas panorâmicas e farta ventilação natural, assegurada por aberturas em todas as faces. As unidades habitacionais foram projetadas de acordo com uma variação não-linear e não-modular de tipologias e janelas, dando ao edifício a sua aparência.

planta de um dos apartamentos

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Page 73: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Os apartamentos ocupam a totalidade da laje, o que resulta em 11 unidades assimétricas, com sete diferentes tipologias simples ou dúplex, do loft à unidade com três suítes. A cada comprador foi oferecida a liberdade de locar os espaços internos onde fossem necessários, e essa liberdade acarretou diferentes posições de aberturas, que tiveram que ser organizadas pelos arquitetos. As moradias foram entregues como contêineres o que permitiu diversas possibilidades de layout para atender às necessidades específicas de cada morador.

planta de um dos apartamentos - mezanino

Figuras 30 e 31

Page 74: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Figura 33

Figura 32

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O design dos apartamentos segue os seguintes princípios: acesso individual pelo portão externo; um apartamento por andar enfatizando a visão / ventilação de 300 graus; um elemento arquitetônico fora do comum por apartamento. (terraço, cobertura duplex com jardim); janelas diferentes em cada unidade; planta livre permitindo diferentes divisões internas – modulação hidráulica e distribuição elétrica aparentes. O posicionamento da estrutura e hidráulica no projeto permitiram apartamentos com planta livre.

planta esquematizada - pontos hidráulicos

pontos hidráulicos

Figura 33

Figura 32

Page 76: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Localizado em Porto Alegre, a obra, de 1.190 m², conta com 8 apartamentos de 102 a 127 m² e 12 vagas de garagem. São cinco pavimentos no total, térreo e mais quatro, com dois apartamentos por andar.

análise de projetosedifício amélia teles

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Figura 34

Page 78: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Na esfera urbana, temos um objeto arquitetônico que reforça o respeito à escala humana, integrando-se ao seu entorno e à cidade, em meio a um bairro onde as atrações da cidade possam ser vivenciadas a pé. Do ponto de vista formal, é um projeto com linhas puras, neutro e atemporal. Uma arquitetura que dialoga de forma positiva e propositiva com seus vizinhos. As colunas esguias e lajes nervuradas com grandes vãos acentuam a proposta formal do projeto. Quanto ao caráter funcional, valoriza a área privativa através da otimização da área condominial que fica restrita ao hall de entrada, vestiário de serviço, compartimento para gestão de resíduos e circulações.

planta pavimento térreo

circulação vertical

garagem

entrada principal

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Page 79: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Analisando a escala mais privada do edifício, os apartamentos contém plantas de 102 a 127 m² completamente adaptáveis. Ao morador é oferecida a liberdade de escolha da divisão interna do apartamento, optando pelo número de quartos, cômodos ou um espaço completamente integrado. A maior parte dos apartamentos optou pela configuração de um dormitório integrado ou semi-integrado à área social.

planta segundo pavimento

planta terceiropavimento

circulação vertical

o edifício oferece dois apartamentos por an-dar, completamente adaptáveis internamente

79

Page 80: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Um dos atributos mais expressivos do apartamento é a esquadria principal com 9,40m de largura, com abertura de 2/3 do vão, permitindo a completa apropriação da paisagem e a laje nervurada aparente.

Figura 35

Page 81: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

81

Figura 35

Figura 36

Page 82: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Em todo o edifício foram usadas esquadrias em PVC com vidro duplo, isolamento acústico nas lajes e tubulações, sistema de aquecimento de piso nos banheiros e central de automação controlando todo o sistema de iluminação e tomadas. Todos os apartamentos foram entregues com contra piso em cimento queimado e manta acústica, automação de iluminação e tomadas, motorização de persianas, além de banheiros e lavabos equipados com louças, metais e acessórios de design. As fachadas Leste e Oeste receberam tratamentos especiais para valorizar a iluminação natural, reduzindo a carga térmica das unidades. As especificações técnicas proporcionam melhor aproveitamento térmico e acústico, tanto nas paredes, quanto em esquadrias e vidros.

82

Figuras 37 e 38

Page 83: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Figuras 37 e 38

Figura 39

Page 84: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Figura 40

Page 85: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

O edifício é revestido de pastilhas de vidro e somente luminárias LED foram usadas nas áreas condominiais. As lajes da cobertura receberam telhado verde e todo o paisagismo foi composto por espécies nativas com necessidade mínima de irrigação. O terraço na cobertura, apesar de ser uma área técnica, que concentra reservatórios, central de lógica e casa de máquinas, é acessível aos moradores.

85

Figura 40

Figura 41

Page 86: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Em relação à estrutura que possibilita a planta livre dos apartamentos, o projeto conta com uma estrutura de concreto e pilares de aço que cortam o edifício do térreo ao último pavimento, além de paredes estruturais, concentradas em áreas fixas a todos os pavimentos, como caixa de escada, elevador, e banheiro. A planta livre foi possível, também, pela utilização de lajes nervuradas, que podem mais tarde receber forros para melhor acabamento, de acordo com o desejo do morador. Nas imagens a seguir foram destacados, em círculos vermelhos, pilares de aço e concreto, dispostos no projeto; e em amarelo paredes estruturais.

plantas esquematizadaspavimento térreo e primeiro andar

cortelongitudinal

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plantas esquematizadaspavimento térreo e primeiro andar

cortelongitudinal

corte transversal

corte longitudinal

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Page 88: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

O terreno está localizado no bairro Residencial Flórida, em Ribeirão Preto, entre a Avenida Coronel Fernando Ferreira Leite e a Rua Nicanor Ferreira Viana. A área é um terreno de esquina de 578,34 m² (23,80m x 24,30m). A área disponível escolhida é composta por dois lotes adjacentes. O terreno é praticamente plano, com desnível de aproximadamente 40 centímetros de um lote ao outro.

o local de implantaçãoterreno

90

Page 89: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

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Page 91: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

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Page 92: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

O terreno está localizado na ZUP (Zona de Urbanização Preferencial) de Ribeirão Preto, o que permite um coeficiente de aproveitamento de até 5 vezes a área do terreno.

o local de implantaçãolegislação

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Page 93: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Segundo a Lei de Parcelamento e Uso do solo, de Ribeirão Preto, fica estabelecido o gabarito básico de até 10 (dez) metros de altura para as edificações da área referente ao terreno escolhido, ou seja, o bairro Residencial Florida. A taxa de ocupação máxima do solo para edificações residenciais é de 75% e, pela localização do terreno na ZUP, é permitidauma densidade populacional líquida de até 1.700 hab/ha, e restringe-se 10% da área do lote para área permável.

95

Page 94: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini
Page 95: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

O entorno aqui considerado para estudo está localizado no bairro Residencial Florida e consiste nos quarteirões que rodeiam a quadra onde se insere o terreno. Analisando os mapas de uso e ocupação do solo, percebe-se que o entorno é predominantemente residencial, composto em sua maioria por residências multifamiliares de 3 a 4 pavimentos com afastamentos laterias e recuos frontais.

o local de implantaçãoentorno

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Page 96: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

localização do terreno na quadravazio

residência

comercial

prestação de serviçoem construção

institucional

verde

mapa de uso do solo

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Page 97: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

localização do terreno na quadravazio4 pavimentos

3 pavimentos

2 pavimentos

térreo

mapa de gabarito

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Page 98: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

localização do terreno na quadraconstrução dentro do lote

mapa figura fundo

100

Page 99: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

A análise das construções vizinhas tem grande influência na escolha da tipologia do objeto a ser desenvolvido no local, já que mostra a forma mais utilizada de aproveitamento dos lotes, dentro da legislação do entorno.

As fotos mostram edificações que rodeiam o terreno. Complementando a análise dos mapas, podemos ver uma predominânica na tipologia de habitação, assim como no gabarito, ou seja, edificações multifamiliares de 3 a 4 pavimentos.

101

Page 100: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

O entorno possui equipamentos como hospitais e escolas próximas ao terreno. O mapa de equipamentos, disponibilizado pela Prefeitura de Ribeirão Preto, aponta uma

creche particular, um hospital mantido pelo

estado, uma UBS mantida pelo município e uma

escola de 2o grau particular.

102

Page 101: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

localização do terreno na quadra

mapa de equipamentos

103

Page 102: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

A área do projeto está próxima a áreas comerciais, como a Avenida Independência e a Avenida Coronel Fernando Ferreira Leite, dividida por lotes residenciais e comerciais. Possui um entorno rico em serviços e comércios. O mapa viário nos mostra as vias do entorno, composto principalmente por vias locais. A Avenida Coronel Fernando Leite, onde o terreno está inserido, é uma via coletora destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, como a Avenida Independência, por exemplo.

104

Page 103: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

localização do terreno na quadravias coletorasvias locais

mapa viário

105

Page 104: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

A tipologia de habitação estipulada para o objeto será definida segundo as características do local de implantação. Aqui são paralelamente analisados dados coletados do terreno e entorno para que a tipologia de habitação determinada seja a mais coerente possível, de acordo com as possibilidades que o terreno oferece. Apesar do coeficiente de aproveitamento ser de até cinco vezes a área do terreno, esse fator é limitado pela legislação, que estabelece às construções um gabarito básico de 10 metros de altura. A fim de se obter um aproveitamento máximo da área do terreno, é definida, então, a tipologia habitação multifamiliar.

o local de implantaçãotipologia de habitação

106

Page 105: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Observando as habitações do entorno, semelhantes à tipologia já então definida, vê-se uma repetição quando se trata da metragem das habitações. O entorno oferece moradias de 60 m². Analisando melhor esse dado, percebe-se que isso acontece para gerar melhor aproveitamento da área aos investidores, conciliado às necessidades de metragem e forma de habitação do público dessa região. Com isso, fica definido que a metragem das moradias manterá o padrão predominante na região. Após o desenvolvimento do programa de necessidades, que será estabelecido de acordo com a tipologia e população aqui estipuladas, poderá ser estabelecida a metragem correta das moradias.

107

Page 106: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Tramontano (1995) divide os componentes usuais dos programas arquitetônicos domésticos em seis partes, a fim de permitir novas denominações e suposições para os espaços, sem o rótulo de cômodos, que abrigariam cada uma das atividades exercidas na habitação. A lista de atividades aqui desenvolvida foi baseada nesses parâmetros estabelecidos por Tramontano (1995) e subdividida entre atividades coletivas e privadas aos moradores.

programade necessidades

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Page 107: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Atividades consideradas coletivas se referem às atividades desenvolvidas por qualquer morador. São elas: circulação; armazenamento; serviço (portaria, área funcionários); convívio; higiene (funcionários e social) e armazenamento de veículos. Dentre as atividades privadas às moradias está o convívio; repouso e isolamento; preparação de alimentos; trabalho em casa; armazenamento e estocagem; circulação. Equipamentos previstos aqui no programa de necessidades incluem dois elevadores e ar condicionado nos apartamentos. Analisando cada moradia individualmente, foi definida uma divisão de espaços por atividades, aqui distintas por nível de privacidade necessário. Espaços definidos pela caracterização “A” desenvolvem atividades que permitem maior integração entre as pessoas de uma mesma moradia como, por exemplo, preparação de alimentos.

109

Page 108: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Nos espaços do grupo “B” acontecem atividades que necessitam de maior privacidade aos moradores, já que são realizadas sozinhas. Quando realizadas com mais de uma pessoa, como a atividade de repouso, por exemplo, ainda assim exige um nível de privacidade oferecida ao casal. Assim, no espaço A temos: convívio; preparação de alimentos; armazenamento/estocagem e circulação. No espaço B se encontram as atividades de repouso e isolamento, higiene e trabalho em casa. A fim de chegar a uma metragem aproximada de cada moradia e do espaço coletivo, foi desenvolvida uma relação de áreas para cada uma das atividades listadas. A metragem apresentada considera uma média de três pessoas por moradia e tem intenção apenas de definir a área necessária para cada atividade, independentemente de como esses espaços serão distribuídos em projeto. São elas:

110

Page 109: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Atividades coletivas aos moradores:Serviço: 10 m²; Convívio: 24 m²; Armazenamento: 5 m²; Armazenamento de veículos: 300 m²

Atividades privadas de cada moradia:Convívio: 12 m²; Preparação de alimentos: 6 m² Armazenamento e estocagem: 7 m²; Circulação: 5 m²; Repouso e isolamento: 18 m²; Higiene: 6 m²; Trabalho em casa: 6 m². Com isso, define-se a metragem estimada de 60 m² por moradia. Visando o maior aproveitamento do lote, e respeitando os limites impostos pela legislação, definiu-se que poderão ser oferecidos no máximo 12 apartamentos no edifício, dentro da metragem estipulada de 60 m2 cada um. Esse dado foi definido através da relação entre o máximo de pavimentos permitidos pela legislação, e a metragem aqui determinada para cada moradia.

111

convíviorepouso e isolamentohigienepreparação de alimentostrabalho em casaestocagemcirculação

espaço a

espaço b

integração

privacidade

Page 110: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

A fim de desenvolver um projeto baseado no conceito aqui apresentado, o partido adotado foi a utilização da estrutura independente e distribuição dos pontos hidráulicos que permitissem diversas possibilidades de uso do espaço. Além disso, painéis que correm nas fachadas permitiram, também, maior flexibilidade nos apartamentos. O edifício possui 4 andares e 12 moradias. Cada pavimento agrega quatro apartamentos, e o último deles é composto apenas por mezaninos. A estrutura definida para o projeto conta com lajes e pilares em concreto armado e utilização de alvenaria convencional para fechamento externo. O sistema estrutural escolhido propõe a execução da obra com racionalidade, sem despedício de materiais.

o edifícioapresentação

114

Page 111: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

115

Page 112: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

116

Page 113: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

o edifícioprojeto

Pelo pavimento térreo acontecem os acessos de pedestres e veículos. Esses são levados por uma rampa até o subsolo, onde cada apartamento conta com uma vaga, exceto os apartamentos do terceiro andar, com mezanino, que tem duas vagas para carros em gaveta. No pavimento térreo acontecem as áreas coletivas, como academia e um espaço aberto para descanso com deck, spa e lounge. Além disso, recebe a infraestrutura do prédio, como copa para funcionários, banheiro, portaria e espaço para correio e relógio.

117

Page 114: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Incl

inaç

ão 2

0%

0.00

0.00 - NIVEL CALÇADA

-0.03

0.00

+0.02

-0.06 -0.06

-0.03

-0.03 +0.06

0.00

-0.03

WC2.22 m²

ARMÁRIODESTINADO A

CORREIO ERELOGIOS

PORTARIA7.75 m2

COPAFUNCIONÁRIOS

ARMAZENAMENTO

WC2.94 m2

ACADEMIA28.32 m2

HALL81.73 m2

DECK64.21 m2

ÁREAPERMEÁVEL

19,30 m2

SPA

WC FEM.2.81 m2

LIXO2.41 m2

SERVIÇO15.44 m2

WC MASC.2.81 m2

pavimento térreoesc. 1:125

Acessopedestres

Acessoveículos

118

Page 115: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

VAGA 1

VAGA 2

VAGA 3

VAGA 4

VAGA 5

VAGA 6

VAGA 7

VAGA 8

VAGA 9

VAGA 10 (VAGAGAVETA)

(VAGAGAVETA)

(VAGAGAVETA)

(VAGAGAVETA)

VAGA 11

VAGA 12

VAGA 13

RAMPA ACESSOVEÍCULOS

ÁREAPERMEÁVEL

22,85 m2

Um rasgo entre o térreo esubsolo conectam essespavimentos e trazemiluminação à garagem. A áreapermeável no subsolo, comvegetação alta, garante umavista mais agradável aosmoradores escondendo omuro de divisa. Ao todo, são42,15 m2 de área permeável,onde 19,30 m2 estão notérreo e 22,85 m2 no subsolo.No corte acima fica visívelessa integração.

corte CCesc. 1:200

subsoloesc. 1:200

119

Page 116: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

A circulação vertical foi centralizada e agrega escadas e dois elevadores, que correm do subsolo ao quarto pavimento. ela acontece no mesmo local em todos os andares, porém de um jeito diferente em cada um deles. isso foi permitido pelo movimento das escadas e vãos, integrando o máximo possível os andares. O esquema na página ao lado esclarece melhor esses posicionamentos. Os espaços preenchidos em cinza são vazios, e representam o vão principal por onde corre toda a circulação vertical.

Page 117: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

CAIXA D'ÁGUA8.000 L

esquema circulação verticalesc. 1:125

Subsolo Térreo 1o pav. 2o pav. 3o pav. 4o pav.

Além das escadas, o vão principal também da movimento à circulação vertical. Nosegundo pavimento, o vazio se estende à direita, o que permite que parte do andarabaixo fique exposta aos moradores desse piso acima. A mesma coisa ocorre no terceiropavimento, o vazio principal se estende para um lado, permitindo maior integração entremoradores. A escada que chega ao 4o pavimento acessa apenas à passarela da caixad'água.

O corte DD, demonstra acirculação vertical e a caixa deelevador, de vidro, assim comoo jogo de escadas em cadapavimento.

corte DDesc. 1:200

A circulação vertical recebeventilação e iluminação naturalgraças a abertura zenital acimadela.

Page 118: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Os 12 apartamentos tem uma área aproximada de 60 m2, exceto o terceiro piso, que ainda conta com o mezanino, de 20 m2 cada um. Além da estrutura independente do edifício, que permite apartamentos livres de paredes estruturais, as moradias contam com pontos hidráulicos estabelecidos e painéis que correm toda a fachada, permitindo diversas distribuições internas. As moradias foram projetadas para serem entregues livre de divisões internas. Essa distribuição é escolhida pelo morador e feita através de painéis leves, como gesso, madeira, plástico ou vidro.

122

Page 119: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

+3.30

+3.30

+3.30

+3.30

APARTAMENTO 456.81 m2

APARTAMENTO 358.32 m2

APARTAMENTO 259.28 m2

APARTAMENTO 159.13 m2

primeiro pavimentoesc. 1:100

123

Page 120: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

+6.30

+6.30

+6.30

+6.30

APARTAMENTO 756.81 m2

APARTAMENTO 659.16 m2

APARTAMENTO 559.28 m2

APARTAMENTO 858.32 m2

+9.30+9.30

+9.30

+9.30

APARTAMENTO 1256.81 m2

APARTAMENTO 1158.32 m2

APARTAMENTO 1059.28 m2

APARTAMENTO 959.13 m2

+12.30 +12.30

+12.30+12.30

CAIXA D'ÁGUA8.000 L

MEZANINO AP.1220 m2

MEZANINO AP.1120 m2

MEZANINO AP.1020 m2

MEZANINO AP.920 m2

terceiro pavimentoesc. 1:200

quarto pavimento - mezaninoesc. 1:200

segundo pavimentoesc. 1:200

Existe um movimento entre ospavimentos que agregam as moradias.Em cada andar eles recebem um girode 90o. Essa característica damovimento, também, aos painéis dafachada, que acompanham a maiorface dos apartamentos. Nas plantasdos 3o e 4o pavimentos acima épossível comparar essa disposição emcada andar.

zoom núcleoesc. 1:75

banheiro

box

shaft124

Page 121: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Cada apartamento foi projetoado com um núcleo que agrega shaft, box e banheiro. O shaft foi projetado para receber dutos de ventilação, hidráulica e elétrica. Apesar dos apartamentos estarem em locais diferentes em cada pavimento, o shaft se mantém o mesmo em todos eles, com diferença apenas nos núcleos, que aparecem ou não naquele local da moradia. Existe um deslocamento do shaft apenas no pavimento térreo, deslocado para o local mais próximo possível. para definição da melhor localização das prumadas foram feitos estudos com diversas opções de layout. a localicação das prumadas que ofereceram as melhores opções foram as escolhidas, e serão apresentadas mais adiante.

125

Page 122: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

A maior face dos apartamentos é composta por painéis e um guarda corpo, o que facilitou as diferentes possibilidades de layout. Os painéis internos, de vidro, correm toda essa face. O guarda corpo de telas expandidas, fabricadas a partir de chapas metálicas, tem a função de proteção quando os painéis de vidro estiverem todos abertos, permitindo que a moradia se transforme numa varanda, com ampla iluminação e ventilação. O painel externo, de aço corten, está distante 40 cm do edifício. Esse sistema é composto por painéis que correm toda a fachada, dando privacidade às moradias e ainda assim permitindo a entrada de luz. Foram projetados espaços para ar condicionado, que ficam aparentes nas fachadas, caso os painéis externos estiverem abertos.

tela expandida.Aço corten

126

Revestimento fachada - massa de revestimento Itaplast: Italit Indústria e Comércio Ltda

Page 123: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

CAIXA D'ÁGUA8.000 L

zoom corte DDesc. 1:75

corte DDesc. 1:250

painéisripados emaço corten

suporte arcondicionado

guarda corpoem telaexpandida

painéis emvidro

fachada principal - representação com alguns painéis abertosesc. 1:200

127

A fachada é revestida por massa Itaplast,um revestimento mineral decorativo da ItalitIndústria e Comércio. O material apresentaalta durabilidade e baixo consumo derecursos naturais.

Page 124: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

representação de layout - primeiro pavimentoesc. 1:100

representação de layout - segundo pavimentoesc. 1:100

representação de layout - segundo pavimentoesc. 1:100

representação de layout - primeiro pavimentoesc. 1:100

representação de layout - primeiro pavimentoesc. 1:100

representação de layout - primeiro pavimentoesc. 1:100

128

Page 125: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

representação de layout - terceiro pavimento + mezaninoesc. 1:100

representação de layout - terceiro pavimento + mezaninoesc. 1:100

As opções a seguir demonstram algumasdas diversas possibilidades de layout nosapartamentos de cada pavimento. Todos oslayouts possuem áreas para trabalhar,cozinhar, descansar, dormir, higiene earmazenamentos.

Page 126: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Inclinação 5%Inclinação 5%

Inclinação 5%Inclinação 5%

+15.30 +15.30

+15.30+15.30

ACESSOTERRAÇO

ACESSOTERRAÇO

ACESSOTERRAÇO

ACESSOTERRAÇO

TERRAÇO AP.1263.84 m2

TERRAÇO AP.1164.00 m2

TERRAÇO AP.1066.88 m2

TERRAÇO AP.965.23 m2

além do espaço de lazer projetado notérreo, o edifício conta com um terraço,composto por quatro piscinas e decks,restritos aos apartamentos do último piso.cada um desses apartamentos tem sua áreaindividual do terraço, que pode ser acessadapor uma circulação vertical interna de cadamoradia. O acesso por escadas é permitido porpainéis que correm sobre o terraço e liberamespaço para o morador subir.

terraçoesc. 1:200

130

Page 127: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

6,7251,

250

3,450 1,850

12,3

5021,800

22,2

75

4,70

0

VAGA 1

VAGA 2

VAGA 3

VAGA 4

VAGA 5

VAGA 6

VAGA 7

VAGA 8

VAGA 9

VAGA 10 (VAGAGAVETA)

(VAGAGAVETA)

(VAGAGAVETA)

(VAGAGAVETA)

VAGA 11

VAGA 12

VAGA 13

RAMPA ACESSOVEÍCULOS

ÁREAPERMEÁVEL

22,85 m2

A1 A1

D1

D1

B1 B1

C1 C1

4,700

4,70

07,

500

3,825 3,825

o edifíciorepresentações arquitetônicas

A seguir estão plantas, cortes e elevaçõesmais detalhadaS para melhor entendimentodo projeto.

subsoloesc. 1:1200

131

planta estruturaesc. 1:200

Page 128: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

Incl

inaç

ão 2

0%

9,050 3,450 1,850

2,60

0

9,3004,300 5,000

4,80

0

6,050

3,35

0

1,20

02,

000

1,850

0,5007,189 15,811

7,475

1,85

0

5,00

0

9,65

012

,350

14,0

70

11,4

20

5,08

0

5,1001,8001,200 1,200

2,97

0

24,3

00

23,800

-0.03

-0.03 +0.06

0.00

+0.02

-0.06

-0.03

0.00 - NIVEL CALÇADA

-0.06

0.00

-0.03

0.00

A1 A1

D1

D1

B1 B1

C1 C1

WC2.22 m²

ARMÁRIODESTINADO A

CORREIO ERELOGIOS

PORTARIA7.75 m2

COPAFUNCIONÁRIOS

ARMAZENAMENTO

WC2.94 m2

ACADEMIA28.32 m2

HALL81.73 m2

DECK64.21 m2

ÁREAPERMEÁVEL

19,30 m2

0,5001,989 1,661

2,545

2,10

0

SPA

WC FEM.2.81 m2

LIXO2.41 m2

SERVIÇO15.44 m2

WC MASC.2.81 m2

pavimento térreoesc. 1:125

132

Page 129: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

A1 A1

D1

D1

B1 B1

C1 C1

4,800

12,3

504,

600

12,350 4,800

12,1

50

12,350

4,80

0

1,20

0

1,200

1,20

0

1,200

2,20

01,

050

0,90

0

1,20

01,

000

1,5501,000

0,200

2,650

1,400

0,35

07,

500

7,500

17,3

00

17,500

+3.30

+3.30

+3.30

+3.30

APARTAMENTO 456.81 m2

APARTAMENTO 358.32 m2

APARTAMENTO 259.28 m2

APARTAMENTO 159.13 m2

primeiro pavimentoesc. 1:100

133

Page 130: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

A1 A1

D1

D1

B1 B1

C1 C1

1,425

5,00

0

+6.30

+6.30

+6.30

+6.30

APARTAMENTO 756.81 m2

APARTAMENTO 858.32 m2

APARTAMENTO 559.28 m2

APARTAMENTO 659.16 m2

A1 A1

D1

D1

B1 B1

C1 C1

1,20

03,

400

1,200 3,600

3,600 1,200

1,20

03,

600

1,425

5,00

0

+9.30+9.30

+9.30

+9.30

APARTAMENTO 1256.81 m2

APARTAMENTO 959.13 m2

APARTAMENTO 1059.28 m2

APARTAMENTO 1158.32 m2

A1 A1

D1

D1

B1 B1

C1 C1

1,25

01,

550

3,30

06,

100

6,1003,300 1,550 1,250

5,90

33,

100

1,55

01,

253

6,1001,250 1,550 3,300

1,25

0

4,650

1,800

5,05

0

7,500

7,50

0

+12.30

+12.30+12.30

+12.30

CAIXA D'ÁGUA8.000 L

MEZANINO AP.1220 m2

MEZANINO AP.920 m2

MEZANINO AP.1020 m2

MEZANINO AP.1120 m2

Inclinação 5%Inclinação 5%

Inclinação 5%Inclinação 5%

A1 A1

D1

D1

B1 B1

C1 C14,700 12,350

4,70

012

,150

12,3

504,

500

12,350

1,50

0

4,700

1,650

1,650

1,65

0

7,650

7,65

0

7,650

7,65

0

0,600

0,600

0,60

0

0,60

0

3,750 3,750

3,75

03,

750

+15.30

+15.30

+15.30

+15.30

ACESSOTERRAÇO

ACESSOTERRAÇO

ACESSOTERRAÇO

ACESSOTERRAÇO

TERRAÇO AP.1164.00 m2

TERRAÇO AP.1263.84 m2

TERRAÇO AP.965.23 m2

TERRAÇO AP.1066.88 m2

segundo pavimentoesc. 1:200

terceiro pavimentoesc. 1:200

terraçoesc. 1:200

quarto pavimento/mezaninoesc. 1:200

134

Page 131: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

CAIXA D'ÁGUA8.000 L

corte AAesc. 1:125

135

Page 132: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

corte BBesc. 1:125

136

Page 133: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

corte CCesc. 1:125

137

Page 134: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

CAIXA D'ÁGUA8.000 L

corte DDesc. 1:125

138

Page 135: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

fachada principalesc. 1:125

elevação fachada fundoesc. 1:200

139

Page 136: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

fachada principal - representação painéis abertosesc. 1:125

elevação fachada lateral esquerdaesc. 1:200

140

Page 137: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

considerações finais

Retomando o conceito do projeto, ou seja, a aplicação da flexibilidade na arquitetura residencial, conclui-se que este é o principal aspecto a ser analisado. As moradias oferecem total liberdade ao morador tanto na escolha do layout interno, quanto na entrada de luz e ventilação na fachada, assim como privacidade visual, quando desejada. Contudo, ainda sobre uma análise do projeto, percebe-se um excesso em relação aos shafts projetados nos pavimentos. O estudos finais de layout apresentados mostram que os pavimentos tem acesso a mais shafts do que necessário. Em vista dos argumentos mencionados, conclui-se que os objetivos do projeto foram atendidos, já que o projeto desenvolvido oferece ampla flexibilidade, através de fatores baseados em estudos e análises aqui apresentadas.

141

Page 138: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

142

referências bibliográficas

TRAMONTANO, M. ; BENEVENTE, V. A. Comportamentos & espaços de morar: leituras preliminares das e-pesquisas Nomads. Nomads USP. São Paulo, 2004. Disponível em: http://www.nomads.usp.br/site/livraria/livraria.html. Acesso em 2004.

TRAMONTANO, M. Habitações, metrópoles e modos de vida. Por uma reflexão sobre o espaço doméstico contemporâneo. 3o. Prêmio Jovens Arquitetos, categoria “Ensaio Crítico”. São Paulo, 1997. Disponível em: <http://www.nomads.usp.br/site/livraria/livraria.html>. Acesso em: 1997.

TRAMONTANO, M. Novos Modos de Vida, Novos Espaços de Morar. 373edição. São Carlos: EESC/SAP, 1993.

Page 139: TFC Flexibilidade na Habitacao Veronica Bertolini

143

TRAMONTANO, M. Habitação Contemporânea, Riscos Preliminares. 495edição. São Carlos: EESC/SAP, 1995.

FINKELSTEIN, C. Flexibilidade na Arquitetura Residencial – Um estudo sobre o conceito e sua aplicação. 2009. 173 f. Dissertação de Mestrado apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009.

JORGE, Liziane de Oliveira. Estratégias de flexibilidade na arquitetura residencial multifamiliar. 2012. 511f. Tese de Doutorado apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Doutora em Arquitetura. FAUUSP, 2012.