Ufpr - Introdução a Cosmologia

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

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    Cosmologia Básica

    Laerte Sodré Jr.

    April 15, 2009

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

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    objetivos:

      abordagem rápida da cosmologia, focando no modelocosmológico padrão

     uma abordagem mais completa requeriria aulas sobre a Teoriada Relatividade Geral

     veremos como interpretar e calcular algumas quantidadesimportantes

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    Figure:   A composição do universo no modelo ΛCDM.Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

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    O modelo de trabalho atual: ΛCDM

      o universo é plano e dominado por energia escura e matériaescura fria (Cold Dark Matter )

     a matéria bariônica constribui com apenas ∼4% do conteudode matéria e energia do universo

     a constante cosmológica Λ é a forma mais simples de energiaescura

      a energia escura é necessária para explicar a  aceleração    douniverso, descoberta a partir da observação de supernovasdistantes

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    O modelo de trabalho atual: ΛCDM

      a matéria escura fria (CDM) explica as galáxias e asestruturas em grandes escalas

      CDM- principais propriedades:

    ela é escura, não interage com os fótons ela só interage gravitacionalmente ela é não-bariônica ela é fria ela é estável

    (algumas dessas propriedades podem ser relaxadas...)

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    A Teoria da Gravitação

     Teoria da Relatividade Geral (TRG) (Einstein, 1915)

     Porquê a gravitação ? em grandes escalas é a gravitação que determina a dinâmica

    dos objetos no universo apenas as interações gravitacionais e eletromagnéticas são de

    longo alcance como a matéria é em média eletricamente neutra, em grandes

    distâncias apenas a gravitação é cosmologicamente relevante

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    A Teoria da Gravitação

      TRG: matéria+energia determinam a geometria do ET   equações de Einstein:

    G µν  = 8πG 

    c 4  T µν 

    G µν : tensor de Einstein- depende da geometria doespaço-tempo através de  g µν , o tensor métrico

    T µν : o tensor de energia-momentum- depende da distribuiçãode matéria+energia

    lado esquerdo: depende apenas da geometria lado direito: distribuição de matéria+energia a distribuição de matéria e energia pode distorcer a geometria

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    A Teoria da Gravitação

    Figure:   A matéria distorce o espaço-tempo, como neste exemplo de lente gravitacional.

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    A Teoria da Gravitação

      testes da TRG: sistema solar; pulsar binário; lentes gravitacionais mal testada no limite de campos fortes (como buracos negros)

    ou muito fracos (halo das galáxias)

      limitação da TRG: não incorpora efeitos quânticos incompleta em escalas menores que a escala de Planck:

    r Pl  =

    Gh

    c 3

    1/2= 4.0× 10−33 cm.

    ou antes do tempo de Planck:

    t Pl  =

    Gh

    c 5

    1/2= 1.3× 10−43 s.

    precisamos de uma teoria quântica da gravitação

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    O Prinćıpio Cosmológico

      em escalas suficientemente grandes o universo é homogêneo e 

    isotr´ opico 

      homogêneo: todos os lugares são equivalentes

      isotrópico: todas as direções são equivalentes   evidências:

    em escalas muito grandes (centenas de Mpc), a distribuição degaláxias é bastante uniforme(a uniformidade aumenta com a escala)

    homogeneidade da radiação cósmica de fundo:

    as flutuações de temperatura têm uma amplitude muitopequena

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    O Prinćıpio Cosmológico

    Figure:   Mapa com as flutuações de temperatura da radiação cósmica de fundo medida pelo satélite WMAP.Este mapa é notavelmente uniforme; a amplitude média das flutuações é ∼ 10−5.

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    A cosmologia newtoniana

     modelo cosmológico baseado na gravitação newtoniana

     as equações que descrevem a dinâmica do universo são muito

    parecidas com as da Cosmologia Relativ́ıstica  modelo proposto por Milne e McCrea em 1934

      problema: aparecem algumas dificuldades conceituais que nãosão comportadas pela f́ısica newtoniana

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    A cosmologia newtoniana

      vamos supor que o universo é ocupado por um fluido:o  fluido cosmológico

      as part́ıculas deste fluido seriam, por exemplo, as galáxias

      esse fluido obedece ao Prinćıpio Cosmológico: deve estar emrepouso ou em expansão ou contração isotrópica - observamosa expansão

      os observadores que estão localmente em repouso com ofluido, que o acompanham em sua expansão, são chamados deobservadores comóveis

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    A cosmologia newtoniana

      para que as leis de Newton sejam válidas, os referenciaisusados devem ser inerciais

      suponha que nossa galáxia seja um referencial inercial

      PC: todos os observadores que participam da expansão (osobservadores comóveis) têm a mesma visão do universo

     Logo, todos os observadores comóveis são inerciais, emborapossam apresentar acelerações entre si!

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    A cosmologia newtoniana

     Cosmologia Newtoniana: o universo deve ser infinito, casocontrário o PC não seria válido (nos bordos, por exemplo)

     mas em um universo infinito e isotrópico, qual é a direção daaceleração gravitacional  g ?

      lei de Gauss:a aceleração da gravidade produzida por uma região esféricahomogênea de massa M centrada num ponto  O   é

    g  =  G 

    r 2    ρdV   =  GM 

    r 2

      se  g  = 0 em todos os lugares, então  ρ  = 0: o único universoque satisfaz o PC é um universo completamente vazio!

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    A cosmologia newtoniana

      Regra de Birkhoff :a velocidade (radial)  v  de qualquer galáxia vista por umobservador em  O  a uma distância  r  depende apenas da

    atração gravitacional das galáxias dentro da esfera de raio  r centrada em  O 

      não tem justificativa na teoria newtoniana, mas permite odesenvolvimento de uma cosmologia newtoniana...

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    A cosmologia newtoniana

     O fator de escala

    galáxias A e B: num certo instante  t 1  elas estão separadas poruma distância  r 1  e, num outro instante  t , a separação entreelas é  r 

    fator de escala  R (t ):

    r =

      R (t )

    R (t 1) r1

    mede as variações nas escalas produzidas pela expansão(ou contração) do universo.

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    A cosmologia newtoniana

      lei de Hubble:

    v =  d r

    dt   =  r1

    R (t 1)

    dR (t )

    dt    =  R (t )

    R (t 1) r1

    1

    R (t )

    dR (t )

    dt 

    Sendo

    H (t ) =  1

    R (t )

    dR (t )

    dt   =

    Ṙ 

    temosv = H (t )r

     nesta formulação,  H  não é constante, mas uma função dotempo: o  parâmetro de Hubble 

      H  mede a  taxa de expansão  no instante  t    t 0: idade do universo;  H 0  = H (t 0)   fator de escala normalizado em relação ao valor atual:

    a(t ) =  R (t )

    R (t 0)  a(t 0) = 1

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    A cosmologia newtoniana

    A densidade da matéria  o fluido cosmológico é não-viscoso:

    caracterizado pelo campo de velocidades  v(r, t ) e pelasdistribuições de densidade,  ρ(r, t ), e pressão,  p (r, t )

     homogeneidade em grande escala (PC):  ρ(r, t ) e  p (r, t ) devem

    ser os mesmos para todos os observadores comóveis em umtempo  t -  ρ(r, t ) = ρ(t )-  p (r, t ) = p (t )

     na cosmologia newtoniana assumimos  p (t ) = 0:os efeitos dinâmicos da pressão da matéria são muitopequenos hoje

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    A cosmologia newtoniana

      evolução da densidade de matéria com o tempo:devido à expansão comóvel, uma certa quantidade de matéria,M , que num instante  t 0  ocupava uma esfera de raio  r 0, numinstante  t  ocuparia uma esfera de raio  r 

    ρ(t 

    0) = 3M 

    /4πr 3

    0

    ρ(t ) = 3M /4πr 3

    ou  ρ(t ) = ρ0[r 0/r (t )]3

    ou, em termos do fator de escala:

    ρ(t ) = ρ0

    R 0

    3= ρ0   a(t )

    −3

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    A cosmologia newtoniana

    A equação de evolução do universo

      regra de Birkhoff: a dinâmica de uma galáxia de massa  m,observada a uma distância  r  de um observador comóvel numponto  O , depende apenas da massa dentro da esfera de raio  r centrada em  O :

    M (r ) =

     4

    3 πr 3

    ρ   força de atração gravitacional que essa massa exerce sobre a

    galáxia:

    F   = mr̈  =

    GmM (r )

    r 2

      =

    3

      Gmρr 

    ou,

    r̈  = −4πG ρr 3

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    A cosmologia newtoniana

     Introduzindo o fator de escala

    r  =  R (t )

    R 0r 0  = a(t )r 0

    vem

    r̈  = ä(t )r 0e temos que

    ä = −4πG 3

      ρa

     nessa equação não aparece  r : a dinâmica da expansão,descrita pelo fator de escala  a(t ), é determinada apenas peladensidade de matéria  ρ(t )(na cosmologia relativ́ıstica depende também da pressão)

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    A cosmologia newtoniana

    Conservação de energia e o futuro da expansão

      a gravitação tende a desacelerar a expansão. Mas será a

    gravitação suficientemente forte para interromper a expansãoe revertê-la?

      newtonianamente, o universo é gravitacionalmente ligado?

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    A cosmologia newtoniana

      galáxia de massa  m  a uma distância  r   de  O energia total dessa galáxia (que deve se conservar durante aexpansão):

    E   = 1

    2

    mv 2

    − GMm

      = constante

      E    0: o universo não é gravitacionalmente ligado e a

    expansão será perpétua   E   = 0: caso cŕıtico, onde a expansão diminuirá sempre mas

    sem entrar numa fase de contração

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    A cosmologia newtoniana

      E   = 0:v 2

    2   =

      GM 

    r ou

    H 2r 2

    2  =

      G 

    r  ρ0

    4

    3πr 3

    ou

    ρ =   3H 28πG 

      densidade cŕıtica  ρc : a densidade que o universo deveria terpara que  E   = 0

    ρc  =  3H 208πG 

      = 1.88× 10−29h2g cm−3

    onde  h ≡ H 0/(100  km/s/Mpc)   ρ0  > ρc , então  E   0

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    A cosmologia newtoniana

      equação de conservação de energia:

    E   = 1

    2mv 2 −  GMm

    r   = constante

    como  v  = (ȧ/a)r ,  M  = 4πr 3ρ/3 e   r  = r 0   a,

    ȧ2 = 8πG 

    3  ρ(t )a2 − K 

    onde  K   é uma constante

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    A cosmologia newtoniana

      resumo: equações básicas da cosmologia newtoniana:

    ä = −4πG 

    3   ρa

    ȧ2 = 8πG 

    3  ρ(t )a2 − K 

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    Cosmologia Relativ́ıstica

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    Cosmologia Relativıstica

      equações de Einstein: estabelecem uma relação entre ageometria do espaço-tempo e a distribuição de mat́eria eenergia

    G µν  = 8πG c 4   T µν 

      a geometria é caracterizada pelo tensor de Einstein,  G µν , quedepende dos coeficientes da métrica e de suas derivadas atésegunda ordem

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    Métrica e curvatura de superf́ıcies

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    Metrica e curvatura de superfıcies

     métrica de superf́ıcies bi-dimensionais

      métrica: distância entre dois pontos vizinhos, num dadosistema de coordenadas

      por exemplo, numa superf́ıcie plana

    ds 

    2

    = dx 2

    + dy 2

    = dr 2

    + r 2

    d φ2

    = ...

    (em coordenadas cartesianas, polares, ...)

     coordenadas (x 1, x 2):

    ds 2 =

    ij g ij (x 1, x 2)dx i dx  j 

      ds 2 não depende do sistema de coordenadas: é um invariante

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    Métrica e curvatura de superf́ıcies

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    Metrica e curvatura de superfıcies

     coordenadas (x 1, x 2):

    ds 2 =

    ij 

    g ij (x 1, x 2)dx i dx  j 

      g ij : são as componentes do chamado “tensor métrico”, quecaracteriza a geometria e depende da curvatura

      superf́ıcie esférica de raio  R : superf́ıcie de curvatura constantee positiva

      coordenadas esféricas:

    ds 2 = R 2d θ2 + R 2 sin2 θd φ2

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    Metrica e curvatura de superfıcies

      superf́ıcie esférica de raio  R : superf́ıcie de curvatura constantee positiva

      coordenadas esféricas:

    ds 2 = R 2d θ2 + R 2 sin2 θd φ2

      sistema de coordenadas onde  A = R  sin θ:

    ds 2

    =  dA2

    1−   A2R 2

    + A2

    d φ2

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    p

     reescrevendo como

    ds 2 = R 2

      d σ2

    1− k σ2  + σ2d φ2

    vale para qualquer superf́ıcie de curvatura constante! k  = 0: plano; k  = +1: superf́ıcie esférica k  = −1 superf́ıcie de curvatura constante negativa

    não ”cabe” num espaço tri-dimensional, mas podemos

    projetá-la sobre um plano

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    Métrica e curvatura de superf́ıcies

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    p

    Figure:   Superf́ıcies de curvatura nula, positiva e negativa.

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    Figure:   Obra de Escher, representando a projeção de uma superf́ıcie de curvatura negativa constante sobre umplano.

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    A métrica de Robertson-Walker (MRW)

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    ( )

      Teoria da Relatividade Restrita: métrica de Minkowski,

    ds 2 = c 2dt 2 − (dx 2 + dy 2 + dz 2)

    separação entre dois eventos (pontos no espaço-tempo, ET)próximos

     TRG: distribuição arbitrária de matéria pode levar a umespaço de curvatura arbitrária

      PC: espaços de curvatura constante

     métrica de Robertson-Walker:

    ds 2 = c 2dt 2 − R (t )2

      d σ2

    1− k σ2  + σ2(d θ2 + sin2 θd φ2)

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    A métrica de Robertson-Walker

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      MRW:

    ds 2 = c 2dt 2 − R (t )2

      d σ2

    1− k σ2  + σ2(d θ2 + sin2 θd φ2)

    t : tempo R (t ): fator de escala σ,θ,φ: coordenadas comóveis k : “sinal da curvatura” (-1, 0, +1)

      R (t ) determina como a distância entre 2 observadores

    comóveis varia com o tempo   observadores comóveis: em repouso em um sistema de

    coordenadas comóveis

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    A métrica de Robertson-Walker

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    Figure:   Coordenadas comóveis.

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    A métrica de Robertson-Walker

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      tempo próprio  τ :   ds  ≡ cd τ    observador comóvel:

    d σ = d θ = d φ = 0 −→  ds  = cdt  −→  dt  = d τ o tempo  t   é o tempo próprio dos observadores comóveis

     TRG: as trajetórias das part́ıculas livres são geodésicas no ET

      Geodésicas: linhas de comprimento ḿınimo (ou máximo)entre 2 eventos no ET

      a luz segue “geodésicas nulas”,  ds 2 = 0, enquanto que

    part́ıculas com massa seguem trajetórias  time-like :   ds 2 > 0

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    O desvio espectral

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      desvio espectral observado no espectro das galáxias:uma medida direta da expansão do universo

     coordenadas comóveis: observador O : na origem - (σG , θG , φG ) = (0, 0, 0) galáxia  G : (σG , θG , φG ) = (σG , 0, 0)

      t 0: o observador recebe um fóton que foi emitido por  G   notempo  t 

      t 0 + ∆t 0: o observador recebe um outro fóton que foi emitido

    por  G  no tempo  t  + ∆t 

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    O desvio espectral

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

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    Figure:   Linhas de mundo de fótons emitidos por uma galáxia G.

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    O desvio espectral

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    41/127

      como a luz viaja por geodésicas nulas (ds 2 = 0):

    c   dt 

    R (t )  =  d σ√ 1− k σ2

    e, portanto,

       σG 

    0

    d σ

    √ 1− k σ2  = c  

      t 0

    dt 

    R (t )  para o segundo fóton emitido em  t  + ∆t  e recebido em

    t 0 + ∆t 0:

       σG 0

    d σ

    √ 1− k σ2   = c    t 0+∆t 0

    t +∆t 

    dt 

    R (t ) .

      logo,    t 0t 

    dt 

    R (t ) =

       t 0+∆t 0t +∆t 

    dt 

    R (t )

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    O desvio espectral

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    42/127

     vamos supor que ∆t   e ∆t 0  são muito menores que  t   e  t 0:

    ∆t 

    R (t )    ∆t 0

    R (t 0)

     vamos associar a ∆t   e ∆t 0

     o peŕıodo da radiação emitida erecebida

     os comprimentos de onda correspondentes sãoλe  = c ∆t   e  λ0  = c ∆t 0

      Então,

    λ0λe 

    =   R (t 0)R (t )

      =   R 0R 

      =   1a(t )

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    O desvio espectral

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    43/127

      temosλ0λe 

    =  R (t 0)

    R (t )  =

      R 0

    R   =

      1

    a(t )

     desvio espectral:

    z  ≡  λ0 − λe λe 

      portanto,

    a(z ) =  R 

    R 0

    =  1

    1 + z 

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    O desvio espectral

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    44/127

      relação entre desvio espectral e fator de escala:

    1 + z  = 1

    a

      z  depende apenas da razão entre os fatores de escala quandoa luz foi emitida e quando foi recebida e, portanto, é uma

    medida de quanto o universo se expandiu desde que a luz foiemitidaEx.:   z  = 1 −→  a = 1/2 - as escalas no universo eram metadedo que são hoje

      universo em expansão:   R (t 0) > R (t ) (ou  a  0 eλ0  > λe  −→  a radiação sofre redshiftHoje (a = 1):   z  = 0Big-Bang (a = 0):   z  = ∞

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Equações de Friedmann - Lemâıtre (EFL)

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    45/127

     as equações de evolução do fator de escala que derivamos na

    cosmologia newtoniana são, na forma, parecidas com a que seobtém das equações de campo da TRG, com a MRW

      tensor de energia-momentum: depende da distribuição dematéria e energia (ρ(t ) e  p (t ))

    (note que na TRG  p  contribui para a energia!)   Equações de Friedmann - Lemâıtre:

    a2

    = 8πG 

    3  ρ−  Kc 

    2

    a2

    a = −4πG 

    3

    ρ +

     3p 

    c 2

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Equações de Friedmann - Lemâıtre

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    46/127

      Equações de Friedmann - Lemâıtre (EFL):

    a

    2=

     8πG 

    3  ρ−  Kc 

    2

    a2

    a  = −4πG 

    3

    ρ +

     3p 

    c 2

    K  = k /R 20  dessas equações vem que:

    d dt 

    (ρa3) = −  p c 2

    d dt 

    (a3)

    EXERĆICIO: MOSTRAR ISSO

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A equação de estado

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    47/127

      relação entre a pressão e a densidade:   p  = p (ρ)  com a relação

    dt (ρa3) = −  p 

    c 2d 

    dt (a3)

    temos, por exemplo: matéria (“poeira”,  p  = 0):   ρm ∝ a−3 radiação (p  = ρr c 

    2/3):   ρr  ∝ a−4 vácuo:   p  = −ρv c 2,  ρv  = Λ/(4πG ) (pressão negativa) modelo simples para energia escura:

    p  = w ρc 2, com  w   constante

     diferentes equações de estado −→  diferentes modelos ecomportamentos para  a(t )

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A constante cosmológica

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    48/127

      universo onde, além de matéria e radiação (com densidade epressão  ρ  e  p ), tem também a energia do vácuo (w  =

    −1)

      ρ → ρ + ρv   e  p  → p  + p v    com  p v   = −ρv c 2,

    a2

    = 8πG 

    3  ρ−  Kc 

    2

    a2  +

     Λ

    3

    eä

    a  = −4πG 

    3

    ρ +

     3p 

    c 2

    +

     Λ

    3

    onde

    Λ ≡ 4πG ρv é a chamada   constante cosmológica

     note que, se  p  e  ρ  são positivos, não existe solução estáticadas EFL sem constante cosmológica

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A constante cosmológica

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    49/127

     proposta por Einstein (1919) para se obter uma soluçãoestática (isto é, independente do tempo)

     a lei de Hubble só seria descoberta em 1929

     Einstein: “o maior erro de sua vida”   hoje é associada à “energia do vácuo” (equação de estado

    com pressão negativa)

      vácuo: o estado de menor energia de um certo campo f́ısico

      é a “explicação ” mais simples para a “energia escura”

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A constante cosmológica

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    50/127

      mas  w  pode depender do desvio espectral  z !

     modelo simples:

    w  == w 0 + w a[1− a(z )] = w 0 + w az 

    1 + z ,

    com  w 0  e  w a  constantes

      este tipo de modelo deverá ser testado nos  surveys  dospróximos anos

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Parâmetros cosmológicos

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    51/127

     parâmetro de Hubble:

    H (t ) = ȧ

    a

      parâmetro de densidade:

    Ω =  ρ(t )

    ρc (t )

    onde

    ρc (t ) =  3H 2

    8πG 

    é a densidade cŕıtica

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    Parâmetros cosmológicos

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    52/127

      Quando se tem várias espécies simultaneamente, pode-sedefinir um parâmetro de densidade para cada espécie,Ωi   = ρi (t )/ρc (t )

    Por exemplo, para os bárions:

    Ωb  = ρb (t )

    ρc (t )

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    Parâmetros cosmológicos

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    53/127

      parâmetro de densidade do vácuo (ou constante cosmológica):

    Ωλ =  Λ

    3H 2

      parâmetro de curvatura:

    Ωk  ≡ −   kc 2H 2R 2

      parâmetro de desaceleração:

    q  = − äaȧ2   = −   äaH 2   todos esses parâmetros dependem do tempo

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Parâmetros cosmológicos

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    54/127

      valores atuais desses parâmetros, de acordo com a equipe doWMAP (Hinshaw et al. 2008; assumindo Ωk  = 0): H 0  =70.1 km s

    −1 Mpc−1

    ρc ,0  = 1.88× 10−29

    h2

    g cm−3

    = 9.2× 10−30

    g cm−3

    Ωm,0  = 0.28 Ωλ = 0.72 Ωb ,0  = 0.0462

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Dinâmica dos universos de Friedmann

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    55/127

      modelos de Friedmann: dominados pela matéria (ρ = ρm),com constante cosmológica e pressão nulas

     nesse caso,  q  = Ω/2 (EXERĆICIO: MOSTRAR ISSO)

     3 soluções posśıveis: se  q  >   12   ou Ω >  1, então  k  = +1

    universo fechado e oscilante se  q  =   12   ou Ω = 1, então  k  = 0

    universo aberto em expansão perpétua se  q  <   12   ou Ω <  1, então  k  = −1

    universo aberto em expansão perpétua

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Dinâmica dos universos de Friedmann

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    56/127

    Figure:   Evolução do fator de escala nos modelos de Friedmann: (i) k=-1; (ii) k=0; (iii) k=+1.

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    O modelo de Einstein-de Sitter

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    57/127

     modelo cosmológico muito simples: universo “plano”, apenascom matéria:   k  = 0, Λ = 0,  p  = 0 ρ =  ρm = ρ0a

    −3

     a primeira das EFL fica:ȧ

    a

    2=

     8πG 

    3  ρ =

     8πG 

    3  ρ0a

    −3

      esta equação é fácil de resolver e dá

    a(t ) = (6πG ρ0)1/3 t 2/3

      logo,

    ρ(t ) =  1

    6πGt 2

    H (t ) =  2

    3t 

    ρc (t ) =  3H 2

    8πG   =

      1

    6πGt 2  = ρ(t )   −→   Ω = 1

      EXERĆICIO: verifique essas equações

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    As 4 eras do Universo

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    58/127

     O paradigma cosmológico atual sugere que o universo passoupor 4 etapas distintas: o Big-Bang e a inflação a era da radiação a era da matéria a era da energia escura

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A inflação

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    59/127

      Big-Bang:   t  = 0 e  a = 0 singularidade nas equações possivelmente vai requerer uma nova f́ısica (do tipo gravitação

    quântica)

      inflação : fase muito curta, de expansão muito rápida (exponencial) teria ocorrido logo após o Big-Bang, talvez logo após a quebra

    espontânea de simetria da grande unificação t  ∼ 10−34 s (num certo cenário)

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A inflação

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    60/127

      dinâmica do universo inflacionário: durante um breve intervalo de tempo o universo pode

    ser considerado dominado pela energia do vácuo de um campoescalar (o   inflaton), agindo como uma constante cosmológica

    ρ ρI   = cte   ρr  então,

    ȧ2 ≈  8πG 3

      ρI a2

    e, portanto,a

    ∝exp(H I t )

    onde  H I   = (8πG ρI /3)1/2 (parâmetro de Hubble) é constante

    EXERĆICIO: MOSTRAR ISSO

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A inflação

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    61/127

     o problema da ”planura” (flatness ): WMAP: o universo tem curvatura nula, Ω = 1 para se ter Ω entre 0.95 e 1.05 hoje, na época da

    recombinação (z  ∼ 103) se deveria ter Ω entre 0.99995e 1.000005, a menos que a curvatura seja estritamente nula(k  = 0)

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A inflação

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    62/127

     a inflação produz um universo localmente plano

    Figure:   Esfera inflada por um fator 3 entre 2 imagens sucessivas

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A inflação

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    63/127

     o problema do horizonte a informação viaja no máximo à velocidade da luz:há uma distância limite a que se tem acesso causal:raio do horizonte (∼ ct )

    radiação cósmica de fundo: notavelmente uniforme na época em que ela foi emitida (z 

     ∼1000), o

    tamanho do horizonte era muito menor que o universoobservável hoje

    nem todo o universo observável estava dentro de uma regiãocausalmente conexa e, portanto, não seesperaria que os fótons da radiação de fundo vindo de regiões

    diferentes do céu tivessem essencialmente amesma temperatura!

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A inflação

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    64/127

      ”solução ”: com a inflação o horizonte também cresceexponencialmente e todo o universo observável hoje estaria

    dentro de uma região causalmente conexa antes da inflação

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A inflação

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    65/127

      flutuações primordiais de densidade: a inflação produz flutuações quânticas que são amplificadas:

    as amplitudes dessas flutuações são aproximadamenteindependente da escala

    a gravidade amplifica estas flutuações , produzindo galáxias,aglomerados, etc.

    este cenário ajusta bem as observações

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A era da radiação

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    66/127

      logo após o Big-Bang (e a inflação ) o universo éextremamente quente

      sua dinâmica é regida pela radiação:   p  = ρc 2/3

     nesse caso,

    ρ ∝a−4

    No expoente, 3 é devido à variação na densidade de fótons e 1é devido à variação da energia de cada fóton

     considera-se que a radiação está em equiĺıbrio termodinâmico:

    o espectro da radiação é planckiano e depende apenas datemperatura T 

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A era da radiação

    densidade de radiacão em erg cm−3:

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    67/127

     densidade de radiaçao, em  erg cm :

    u  = aT 4 = 7.566×

    10−15T 4 erg cm−3 K−4

      em  g cm−3:

    ρ = 4σSB 

    c 3  T 4 = 8.4× 10−36T 4 g cm−3 K−4

     logo, a temperatura varia com o fator de escala como:

    T  ∝ a−1

      fator de escala:

    ȧ2  8πG 

    3   ρa2

    pois no começo do universo, a densidade é muito grande. Dáı,

    a ∝ t 1/2

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A origem da matéria

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    68/127

      supõe-se que a matéria seja formada a partir do campo deradiação :interconversão de part́ıculas 

      pares de part́ıcula e antipart́ıcula de massa  m  estão emequiĺıbrio termodinâmico se  kT   >> mc 2:

    p  + p̄  2γ 

     quando a temperatura cai abaixo de  kT  ∼ 2mc 2, o par se“desacopla” do campo de radiação :   p  e p̄  se aniquilam e aspart́ıculas que sobrevivem constituem as  reĺıquias 

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A nucleośıntese primordial e a abundância dos bárions

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    69/127

      abundâncias t́ıpicas (em massa) observadas no universo hoje:H: ∼75%; He ∼25%; o resto: ∼1%

      abundância do hélio: ∼25% estrelas: a nucleośıntese estelar só pode converter ∼5% da

    massa em He Gamow (anos 40)- nucleośıntese primordial: nucleośıntese do

    He no começo do universo

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A nucleośıntese primordial

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    70/127

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A nucleośıntese primordial

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    71/127

     depois da aniquilação sobra mais matéria que anti-matéria(porquê?)

      p e n que sobram ficam em equiĺıbrio, via interações fracas:

    p  + e − n + ν 

    n + e + p  + ν̄ 

      a densidade relativa de p e n é dada pelo fator de Boltzmannbaseado na diferença de massa ∆m = mn −mp :

    r  = nn/np  = exp(−∆mc 2/kT ) exp(−1.5× 1010K /T )

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    72/127

      os n livres são instáveis (tempo de decaimento = 890 s):

    a razão pela qual os n existem é que estas interações fracasdesacoplam logo e a nucleośıntese primordial ocorre poucosminutos depois disso, de modo que a maior parte delestermina no núcleo de He e de outros elementos leves

      série de reações nucleares: p e n se combinam para formar

    núcleos atômicos mais pesados que o do   1H

      têm o deutério D como intermedíario:

    p  + n D  + γ 

    D  + D  3He  + n 3H  + p 

    3H  + D  4He  + n

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A nucleośıntese primordial

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    73/127

     deutério: pode ser formado via  n + p  −→ D  é frágil: facilmente destrúıdo acima de ∼ 109K por

    fotodissociação :   D  + γ  −→ n + p  mas abaixo de ∼ 109K o D pode sobreviver

      abundância em massa do He prevista:   Y   0.24   além do   4He e do D, na nucleośıntese primordial forma-se um

    pouco de   3He,   7Li,   7Be

      elementos mais pesados não se formam porque não há núcleosestáveis com massa atômica 5 e 8

      quando  t  ∼ 3 min a nucleośıntese primordial termina

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A nucleośıntese primordial

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    74/127

    Figure:   Śıntese dos elementos leves no universo primordial.

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    A nucleośıntese primordial

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    75/127

      parâmetro  η: número de bárions sobre o número de fótons

    η ≡   np  + nnnγ 

     densidade numérica de fótons para um corpo negro:

    nγ  = 2ζ (3)

    π2

    k B 

     c 

    3

    T 3 20.2× T 3 cm−3

    ζ (x ): função zeta de Riemann

      dáı,η  2.74× 10−8(T /2.73K)−3Ωb h2

    Ωb : parâmetro de densidade dos bárions

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

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    A nucleośıntese primordial

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

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    Figure:   Abundância dos elementos leves produzidos na nucleośıntese primordial em função da abundância debárions (e de  η).

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A nucleośıntese primordial

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    78/127

      dos elementos leves formados na nucleośıntese primordial,qual é o melhor  bariˆ ometro ? que isótopo é melhor para se determinar  η? a abundância do   4He é pouco senśıvel a  η

      3

    He: sua formação e destruição em estrelas é pouco conhecida a abundância do D parece ser a melhor opção pois apresenta

    forte dependência com  η, além dele não ser produzido emestrelas

      7Li: apresenta um comportamento com  η  não-monotônico

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A nucleośıntese primordial

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    79/127

      Estimativas de abundâncias primordiais deut́erio

    observações no UV (Ly-α); espectroscopia de alta resolução isótopo frágil: só é destrúıdo: sua abundância deve decrescer

    com o tempo

    meio interestelar local:   D /H  = (1.32± 0.08)× 10−

    5 nuvem protosolar (4.6 Ganos atrás):

    D /H  = (2.1± 0.5)× 10−5

    linhas de absorção em quasares (produzidos em ”nuvensLy-α”)D /H  = (2.6± 0.4)× 10−5 (Kirkman et al. 2003)

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    A nucleośıntese primordial

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    80/127

    Figure:   Observação de uma linha do D no espectro do quasar 1937-1009.

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    A nucleośıntese primordial

      ĺıtioi i i d ” l d S i ”

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

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    estimativas a partir do ”plateau de Spite”(Li/H vs metalicidade):   7Li /H  = (2.6

    ±0.4)

    ×10−5

    (em número; Ryan et al. 2000)

    Figure:   Abundância do Li (em massa) em função da metalicidade (abundância do Fe).

    Laerte Sodré Jr. Cosmologia Básica

    A nucleośıntese primordial

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    82/127

    Figure:   Observações de uma linha do Li em 5 estrelas do aglomerado globular NGC6397, com modelossobrepostos.

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    A nucleośıntese primordial

      4He

    b d HII

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    83/127

    observações de regiões HII

    extrapolação de Y 

      em função da metalicidade Y p  = 0.2429± 0.0009 (Izotov & Thuan 2004)

    Figure:   Relação entre a abundância do   4He com a metalicidade de regiões HII. A abundância do He foideterminada a partir da intensidade das linhas  λλ4471, 5876 e 6678 Å do He I.

    Laerte Sodré Jr. Cosmologia Básica

    A nucleośıntese primordial

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    84/127

      abundância dos bárions, obtida pela determinaçãodas abundâncias dos elementos leves(Kneller & Steigman, 2004):

      4He: Ωb h2 = 0.0103± 0.0025

    D: Ωb h2 = 0.0221

    ±0.0025

      7Li : Ωb h2 = 0.0118± 0.0016   se Ωb h

    2 0.022 e  h = 0.7, temos que Ωb   0.045  note que Ωm  0.3, ou seja, a maior parte da matéria é não

    bariônica!

    É a matéria escura.

    Laerte Sodré Jr. Cosmologia Básica

    A era da matéria

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    85/127

      depois da era radiativa segue-se a era dominada pela matéria   num universo dominado pela matéria:

    p  ∼ ρv 2 v   é a velocidade t́ıpica das gaĺaxias v   c  −→  p   ρc 2 e pode ser desprezado nas EFL

      então,ρm ∝ a−3

    Laerte Sodré Jr. Cosmologia Básica

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    86/127

    A época da recombinação

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    87/127

    Figure:   Definição da época da igualdade.

    Laerte Sodré Jr Cosmologia Básica

    A época da recombinação

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    88/127

     durante a era radiativa, como o universo era muito quente, amatéria era ionizada

      após o começo da era da matéria a temperatura cai abaixo dopotencial de ionização do hidrogênio e torna posśıvel aformação de átomos:

    é a época da recombinação:   z rec   1100  o universo, que era opaco aos fótons, fica transparente e a

    matéria bariônica fica praticamente neutra

      para  z 

     ∼10

    −30 a “reionização ” ocorrerá, quando as

    primeiras estrelas começarem a se formar

    Laerte Sodré Jr Cosmologia Básica

    A era da energia escura

      observações de SNs tipo Ia distantes levaram à descoberta deque o universo está se acelerando (ä < 0)

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    89/127

    que o universo esta se acelerando (a 

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    90/127

     modelo canonico : ΛCDM

    um universo dominado por matéria escura fria com umaconstante cosmológica

     com a equação de Friedmann

    ȧa2

    =

     8πG 

    3   ρ− Kc 2

    a2

    é fácil verificar que num universo com matéria, radiação econstante cosmológica temos

    Ωm + Ωr  + Ωλ + Ωk  = 1

    EXERĆICIO: MOSTRE ISSO

    Laerte Sodré Jr Cosmologia Básica

    O modelo padrão: ΛCDM

    seja H( ) H E ( )

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    91/127

      seja  H (z ) = H 0E (z )

    E (z ) caracteriza a dependência em redshift do parâmetro deHubble

      vamos reescrever o parâmetro de densidade de cada espécie:

    Ωm

     = ρm

    ρc =

     8πG ρm

    3H 2

    Como ρm  = ρm0(R 0/R )3 = ρm0(1 + z )

    3 e  H  = H 0E (z ),temos:

    Ωm  = 8πG ρm0(1 + z )3

    3H 20 E 2   = Ωm0(1 + z )

    3

    E (z )2

    Laerte Sodré Jr Cosmologia Básica

    O modelo padrão: ΛCDM

      Analogamente,

    Ω = Ωr 0(1 + z )

    4

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    92/127

    Ωr   =E (z )2

      ,

    Ωλ =  Ωλ0E (z )2

    ,

    Ωk  = Ωk 0(1 + z )

    2

    E (z )2  ,

    de modo que fica fácil ver que

    E (z ) = [Ωm0(1 + z )3 + Ωr 0(1 + z )

    4 + Ωλ0 + Ωk 0(1 + z )2]1/2

      observações do WMAP e SNIa mais as considerações teóricasda inflação sugerem que o universo tem curvatura nula

    (k  = 0, Ωk  = 0) e é dominado por matéria escura, Ωm0  0.3,e energia escura, Ωλ0  0.7

      Ωr 0   é muito pequeno e a radiação pode ser desprezada(exceto na era radiativa, claro!)

    Laerte Sodré Jr Cosmologia Básica

    O modelo padrão: ΛCDM

     modelo para o universo atual:k  = 0, matéria e constante cosmológica

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    93/127

    g

    a =

    Ωm0Ωλ0

    1/3

    sinh2/3

    3H 0Ω1/2λ02

      t 

    Figure:   Expansão para diferentes valores de Ωm   e Ωλ. De cima para baixo as curvas descrevem(Ωm, Ωλ) = (0.3, 0.7), (0.3, 0), (1, 0), (4, 0).

    Laerte Sodré Jr Cosmologia Básica

    O modelo padrão: ΛCDM

      o universo passou a maior parte de sua vida em expansãod l d i t t t t

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    94/127

    desacelerada mas, mais recentemente, a constante

    cosmológica sobrepujou a densidade de matéria, produzindouma fase de expansão acelerada

      inflexão desaceleração - aceleração : ä = 0

    aI   = Ωm0

    2Ωλ01/3

      isso acontece em

    t I   =

      2

    3H 0Ω1/2λ0

    arcsinh 1

    2

      t 0/t I   1.84;  z I   0.7

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    O modelo padrão: ΛCDM

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    95/127

     num universo com  k  = 0, a densidade da energia escura (Ωλ)domina a da matéria (Ωm) para  z  

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    96/127

    ¸ p

    H  = H 0E (z )

    E (z ) =

    Ωm0(1 + z )3 + Ωk 0(1 + z )

    2 + Ωλ01/2

    (onde desprezamos a radiação)

      como  H  = ȧ/a  e  a = (1 + z )−1, temos

    H  = −   ż 1 + z 

    ou,dt  = −   dz 

    (1 + z )H 

    Laerte Sodré Jr Cosmologia Básica

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    97/127

    A idade do universo

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    98/127

     idade do universo no redshift  z :

    t (z ) = τ H 

       ∞

    dz 

    (1 + z )E (z )

      look-back time  de um objeto no redshift  z :

    t l (z ) = t 0 − t (z ) = τ H    z 

    0

    dz 

    (1 + z )E (z )

    Laerte Sodré Jr Cosmologia Básica

    A idade do universo

     universo de curvatura nula:

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    99/127

    t (z ) = 23

    τ H Ω−1/2λ0   arcsinh

      Ωλ0

    Ωm0(1 + z )3

    1/2

     no intervalo de interesse (0.1 

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    100/127

    revisão: Demarque, 1997,  The ages of globular star clusters -tem no Level 5 turn-off (TO): a estrela termina de queimar H no núcleo e vai

    para o ramo das gigantes no diagrama HRlimite de Schemberg-Chandrasekhar (1942): a queima do Htermina quando

     ∼10% da massa da estrela é convertida em

    He t TO : depende principalmente da massa da estrela, mas

    também de  Y ,  Z , convecção , rotação ...

    t TO  ∝ M −2

    Maeder (XEAA): modelos com rotação aumentam asestimativas de idade dos AG até 25%!

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A idade do universo

     Chaboyer et al. (1998):   t AG   = 11.5± 1.3 Ganos   t 0: depende da época de formação dos AGs

    P k t t´ t 12 16 G

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    101/127

    Peacock:   t 0  esta entre 12 e 16 Ganos

    Figure:   Isócronas superpostas ao diagrama cor-magnitude do aglomerado globular M15.

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A idade do universo

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    102/127

    Figure:   Estimativas de idade do universo e dos objetos mais velhos da galáxia (Lineweaver, 1999, Sci. 284,1503; tem no Level 5).

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    A idade do universo

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    103/127

    Figure:   Idade do universo e lookback time (em unidades do tempo de Hubble) em função do redshift paravários modelos cosmológicos (Ωm0, Ωλ0). Linha sólida: (1,0); pontilhada: (0.05,0); tracejada: (0.2,0.8).

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Distâncias

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    104/127

     Hogg (1999):   Distance Measures in Cosmology ,astro-ph/9905116

      o conceito de distância não é único em um espaço-tempodinâmico

      medidas de distância relacionam 2 eventos em geodésicasseparadas que estão em um mesmo cone de luz; podem sercaracterizados pelos tempos  t e   e  t 0  de emissão e observação,ou pelo fator de escala nesses tempos,  R (t e ) e  R (t 0), ou pelosredshifts correspondentes,  z e   e  z 0

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    Distância própria e comóvel

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    105/127

     distância própria entre dois eventos ao longo de umageodésica,  D p    note que não se mede  D p !

      elemento de distância própria:   dD p  = cdt 

      como  dt  =−

    dz /[(1 + z )H ], é fácil verificar quedD p  = D H dz /[(1 + z )E (z )], onde

    D H  =  c 

    H 0 3000  h−1 Mpc

    é a  distância de Hubble 

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Distância própria e comóvel

     distância própria entre dois eventos em  z 1  e  z 2:

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    106/127

    D p  = D H  

      z 2

    z 1

    dz 

    (1 + z )E (z )

    toda a cosmologia está embutida em  E (z )

      distância comóvel  D c 

    dD p  = (R /R 0)  dD c 

      distância comóvel entre  z 1  e  z 2:

    D c  = D H    z 2

    z 1

    dz 

    E (z )

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    107/127

    Distância própria e comóvel

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    108/127

      note que não se pode medir diretamente nem as distânciaspróprias nem as distâncias comóveis

      entre as distâncias que se medem, as mais importantes são asde luminosidade e de diâmetro

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Distância própria e comóvel

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    109/127

    Figure:   Distância comóvel entre O e G,  D c , sobre um ćırculo.

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Distância de luminosidade

      D l : medida por métodos baseados na luminosidade aparente

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    110/127

      classicamente, fluxo, luminosidade e distância estãorelacionados como

    f    =  L

    4πD 2

      elemento de área (hoje) na métrica de RW:

    dA =  R 20 σ2 sin θd θd φ =  R 20 σ

    2d Ω

      área de uma esfera de “raio”  σ  hoje é

    A = 4πR 20 σ2

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Distância de luminosidade

      L(ν, t )d ν : energia emitida por uma galáxia G por segundocom frequência  ν   entre  ν  e  ν  + d ν  no instante  t 

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    111/127

      esses fótons são recebidos com energia menor, devido aoredshift:

    hν 0  =  hν 

    1 + z 

      além disso, essa energia é recebida em um intervalo de tempo

    maior:∆t 0  = (1 + z )∆t 

     energia recebida por cm2 por  s  (fluxo) no intervalo[ν 0, ν 0 + d ν 0]:

    f   (ν 0, t 0)d ν 0  =  L(ν, t )d ν 

    4πR 20 σ2(1 + z )2

      =  L(ν, t )d ν 

    4πD 2l 

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Distância de luminosidade

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    112/127

    f   (ν 0, t 0)d ν 0  =  L(ν, t )d ν 

    4πR 20 σ2(1 + z )2

      =  L(ν, t )d ν 

    4πD 2l 

    onde

    D l  = R 0σ(1 + z )

    D l   é denominada  distância de luminosidade 

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Distância de luminosidade

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  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    113/127

    Figure:   Distância de luminosidade normalizada em função do redshift para três modelos de mundo:(Ωm, Ωλ) = (1, 0), linha sólida; (0.05,0), pontilhada; (0.2, 0.8), tracejada.

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Distância de diâmetro

      distância de diâmetro (D A; “A” de  aperture ): obtida pelosmétodos baseados no tamanho aparente

    http://find/

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    114/127

      sendo ∆θ  o tamanho aparente de um corpo de diâmetro  D , adistância de dîametro  D A   é tal que

    ∆θ =  D 

    D A

      dîametro próprio:D  = R σ∆θ

     como 1 + z  = R 0/R , temos

    D A =  R 0σ1 + z 

      =  D l 

    (1 + z )2

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Distância de diâmetro

    http://find/

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    115/127

      em estudos de lentes aparece a distância de diâmetro entre oredshift  z 1  e  z 2  (z 1  

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    116/127

      em um universo dominado apenas por matéria, vale a   relação de Mattig  (1959):

    D A(z ) =  2c 

    H 0Ω2m0(1 + z )2 [Ωm0z  + (Ωm0− 2)( 1 + Ωm0z − 1)]

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Distância de diâmetro

    http://find/

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    117/127

    Figure:   Distância de diâmetro normalizada em função do redshift para três modelos de mundo:(Ωm, Ωλ) = (1, 0), linha sólida; (0.05,0), pontilhada; (0.2, 0.8), tracejada.

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Cálculo das distâncias

     ”distância comóvel transversal”:   D M  R 0σ

    http://goforward/http://find/http://goback/

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    118/127

     ≡então,  D l  = (1 + z )D M   e  D A = D M /(1 + z )   logo, se conhecermos  D M (z ) podemos calcular  D l (z ) e  D A(z )

      distância comóvel de um objeto no redshift  z :

    D c  = D H    z 

    0

    dz 

    E (z )  = R 0S (σ)

    então, se k  = +1:   D M  = R 0   sin(D c /R 0) k  = 0:   D M  = D c  k  = −1:   D M  = R 0   sinh(D c /R 0)

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Cálculo das distâncias

    2 2 2

    http://find/

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    119/127

      Ωk 0  = −kc  /(H 0 R 0 ), de modo que, se  k  for diferente de zero,R 0  = D H /

     |Ωk 0|

      juntando tudo, temos:

    k  = +1:   D M  = D H / |Ωk 0| sin |Ωk 0|D c /D H 

    k  = 0:   D M  = D c  k  = −1:   D M  = D H /

     |Ωk 0| sinh

     |Ωk 0|D c /D H 

    onde  D c /D H  =  

    0   dz /E (z )

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    Volumes

      espaço euclidiano: o elemento de volume é  dV   = r 2d Ωdr 

      espaços curvos, com a MRW,

    http://find/

  • 8/18/2019 Ufpr - Introdução a Cosmologia

    120/127

    dV   =  R 2σ2d ΩRd σ√ 

    1− k σ2

      substituindo  Rd σ/√ 

    1

    −k σ2 por  cdt  =

    −cdz /[(1 + z )H ], o

    elemento de volume fica:

    dV   =  D H D 

    2Ad Ωdz 

    (1 + z )E (z )

     elemento de volume comóvel:

    dV c  = (1 + z )3dV 

    Laerte Sodré Jr.   Cosmologia Básica

    Volumes

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      contagem de objetos: qual é o número de objetos dentro ded Ω e  dz ?

    dN  = n(z )dV 

    onde  n(z ) é a densidade de objetos no redshift  z 

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    Figure:   Elemento de volume comóvel normalizado,(1/d H )3(dV c /dz ), em função do redshift para três modelosde mundo: (Ωm, Ωλ) = (1, 0), linha sólida; (0.05,0), pontilhada; (0.2, 0.8), tracejada.

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    Exerćıcios

    1.  Mostre que, com a constante cosmológica, é posśıvel obter-se uma

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    solução estática para o universo: o “universo de Einstein”. ComoΛ se relaciona com  ρ? Em termos de curvatura, que tipo deuniverso é esse? Qual é seu “raio”?

    2.   Um quasar em  z  = 1 varia com uma escala de tempo observada de

    1 ano. Qual é a escala de tempo de variabilidade no referencial doquasar? Esse resultado depende do modelo cosmológico?

    3.   Suponha que  k  = 0 e Λ = 0. Calcule  H (t ) para um universodominado apenas por radiação e apenas por matéria.

    4.   Suponha que a densidade de energia e a pressão estão relacionadascomo  p  = w ρc 2, com  w   constante. Mostre que  ρ ∝ R −3(1+w ).

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    Exerćıcios

    M k2

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    5.  Mostre que, se  k  = 0 e  p  = w ρc  , com  w   constante, entãoR  ∝ t  23(1+w ) .

    6.   Mostre que  η  2.74× 10−8(T /2.73K)−3Ωb h2.7.  Suponha que o modelo de Einstein-de Sitter esteja correto e que os

    aglomerados globulares tenham pelo menos 12 Ganos. O que vocediria sobre  H 0?

    8.   Calcule  t l   e  t (z ) para o modelo de Einstein-de Sitter. Verifique,em termos do tempo de Hubble, o valor dessas quantidades emz  = 1 e  z  = 15.

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    Exerćıcios9.   Mostre que

    t (z ) = 2

    3τ H Ω

    −1/2λ0   arcsinh

      Ωλ0Ωm0(1 + z )3

    1/2

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    é a idade do universo num redshift  z  para um universo decurvatura nula com matéria e constante cosmológica. Verifique,em termos do tempo de Hubble, o valor dessa quantidade emz  = 1 e  z  = 15. Compare com Einstein-de Sitter.

    10.   Friaça, Alcaniz & Lima (2005) estudaram o quasarAPM08279+5255, em  z  = 3.91. A razão de abundância Fe/Oobservada é 3.3 em unidades solares. Usando um modelo deevolução qúımio-dinâmico do quasar, concluem que sua idade ét q  =2.1 Ganos. Discuta as implicações disso para a constante deHubble, supondo um universo plano com Ωm0  = 0.3 e Ωλ0  = 0.7.

    11.   Mostre que num universo de Einstein-de Sitter, o diâmetroaparente em função do redshift tem um ḿınimo. Determine oredshift onde isso ocorre.

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    Exerćıcios

    12.  Use Einstein-de Sitter para estimar a quanto corresponde, emminutos de arco, um diâmetro de 1Mpc em  z  igual a 0.5, 1., 1.5 e

    2

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    2.13.   Faça um programa para reproduzir as figuras que mostram as

    idades, e as distâncias de luminosidade e diâmetro em função doredshift.

    14.   Use o site   icosmo  (www.icosmo.org) para estudar um modelo ondea energia escura pode ser descrita como

    w  = w 0 + w a(1− a)

    Suponha que  w 0  = −1 e  w a  = ±0.1. Que variação isso produz nasdistâncias de diâmetro e luminosidade em  z  = 0.8 em relação aomodelo ΛCDM convencional (  w 0  = −1 e  w a  = 0)?

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    Referências

    Hi h G t l 2008 Xi 0803 0732

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    Hinshaw, G. et al., 2008, arXiv:0803.0732Hogg, D.W., 1999, astro-ph/9905116Kneller, J.P., Steigman, G., 2004, astro-ph/0406320Peacock, J.A., 1999,  Cosmological Physics , CUPSteigman, G., 2007, arXiv:0712.1100

    um site muito útil é o Level 5:A Knowledgebase for Extragalactic Astronomy and Cosmology 

    http://nedwww.ipac.caltech.edu/level5/

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