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EMERSON LUIZ BARTOLI CENTRO UNIVERSITÁRIO FMU Uso de Gonodatrofina Coriônica Humana no Controle Reprodutivo de Éguas SÃO PAULO/ 2009

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EMERSON LUIZ BARTOLI

CENTRO UNIVERSITÁRIO FMU

Uso de Gonodatrofina Coriônica Humana no Controle Reprodutivo de Éguas

SÃO PAULO/ 2009

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EMERSON LUIZ BARTOLI

CENTRO UNIVERSITÁRIO FMU

Uso de Gonodatrofina Corionica Humana no controle reprodutivo de Éguas

Trabalho de conclusão de curso apresentado no

curso de Medicina Veterinária da FMU, sob

orientação da Profª Dra. Cynthia Maria Carpigiani

Teixeira.

SÃO PAULO/ 2009

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AGRADECIMENTO

Primeiramente agradeço a Deus, porque sem Ele eu não chegaria ate

aqui. Agradeço aos meus pais Nilton Luiz Bártoli e Marisa Mara Pires Bártoli

por terem lutado muito para que eu conseguisse alcançar essa meta. Aos meus

irmãos Elton L. Bártoli e Everton L. Bártoli por fazerem parte da minha vida, a

minha namorada Gisele por ter me ajudado sempre com paciência. A minha

professora Cynthia por ter aceitado ser minha orientadora. Aos componentes

da minha banca, aos meus colegas de faculdade e aos animais que mais amo :

os cavalos.

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O cavalo é a mais bela criatura. O melhor mistério é criá-lo, a melhor ocupação

é tratá-lo e o melhor prazer é montá-lo.

Paula Nascimento

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SUMÁRIO

LiSTA DE FIGURAS..................................................................... pág. x

LISTA DE TABELAS..................................................................... pág. y

INTRODUÇÃO.............................................................................. Pág. 1

1. REVISÃO DE LITERATURA..................................................... Pág. 3

1.1 FISIOLOGIA DO CICLO ESTRAL............................................Pág. 3

1.2 NEURO-ENDOCRINOLOGIA DA REPRODUÇÃO................ Pág. 3

1.2.1 HIPOTALÁMO...................................................................... Pág. 4

1.2.2 HIPÓFISE ............................................................................ Pág. 4

1.3 MECANISMO DE AÇÃO DOS HORMONIOS......................... Pág. 5

1.4 DINÂMICA FOLICULAR.......................................................... Pág. 7

2.GONODATROFINA CORIONICA HUMANA (hCG)................... Pág. 9

3.OBJETIVOS............................................................................. Pág. 11

4. MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................... Pág. 11

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................,.........Pág.11

6. CONSIDERAÇOES FINAIS ................................................... Pág. 12

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................... Pág. 13

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Resumo

O hcg é uma molécula de glicoproteina, extraída da urina de mulheres

grávidas, e muito utilizada na reprodução de eqüinos para induzir a ovulação.

O presente estudo foi realizado no Haras Leni, localizado em .Piracaia..,

a partir com o inicio da estação de monta em outubro de 2008, examinando-se

o trato reprodutivo de éguas por palpação retal e ultra-sonografia. Foi analisado

a eficácia do hCG em éguas da raça Mangarlarga e em éguas sem raça

definida. O hCG é um indutor de ovulação eficiente, promovendo a indução da

ovulação em um período entre 12 e 48 horas após a administração do produto

em éguas com folículos maiores que 35 mm, não demonstrando ser eficaz em

folículos menores.

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LISTA DE FIGURAS

Fig 1: Controle hormonal do ciclo estral na égua ..................................... Pág. 6

Fig 2 .Alterações hormonais...................................................................... Pág. 8

x

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LISTA DE TABELAS

Resultados Esperados............................................................................. Pág. 12

y

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Glossário

hCG – Gonodotrofina corionica eqüina

PGF - Prostaglandina

LH- Hormônio luteinizante

FSH - Hormônio folículo estimulante

h - horas

ml – mililitros

IA – Inseminação Artificial

CL – Corpo Lúteo

SC – sub-cutâneo

mm – milímetros

EF – Folículo esquerdo

DF – Folículo direito

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Introdução

O setor de eqüinocultura, nos últimos cinco anos, vem sofrendo um

aumento na comercialização e no numero de criadores. Com isso tem-se

difundido cada vez mais o avanço da biotecnologia aplicada a reprodução

(MELO, 2006).

Como comportamento de poliéstrica estacional, a égua é um animal que

apresenta no período de 12 meses distintos as fases quanto ao ciclo

reprodutivo. Havendo variações sazonais no ciclo estral em éguas, porém nem

todas entram em anestro estacional no inverno ( WINTER et al., 2007).

“Apesar de várias éguas, no hemisfério norte, apresentarem

comportamento de cio em fevereiro, março e abril, durante esta época do ano o

cio não é acompanhado de ovulação e a taxa de concepção é baixa. No

hemisfério norte, as melhores taxas de concepção ocorrem nas éguas cobertas

de maio a julho, sendo que a mesma situação ocorre no hemisfério sul para as

correspondentes situações. Aquelas bem alimentadas e estabuladas tende a

ciclar o ano todo, portanto no inicio da estação reprodutiva fértil esta

intimamente associada ao manejo em que os animais são submetidos”

( HAFEZ, 2004).

Cada égua, individualmente, pode apresentar uma variabilidade quanto

à duração do período de estro, momento da ovulação, bem como do diâmetro

folicular e ovulação. A aplicação das modernas biotecnologias na reprodução

eqüina, dentre elas a transferência de embrião e a inseminação artificial,

requerem um rigoroso controle do ciclo estral (MELO, 2006).

O cio da égua dura cerca de 5 a 7 dias e a ovulação ocorre no final

deste período, sendo que a inseminação deve ser realizada o mais próximo

possível da ovulação. O ideal é que se faça controle folicular com

acompanhamento ultrasonográfico de inseminação de eqüinos, a fim de prever

a ovulação e decidir o melhor momento para inseminação, limitando assim o

número de inseminações ( LEÃO, 2003).

Alguns agentes de indução da ovulação são administrados comumente

em éguas no estro para estimulação da ovulação, em período programado.

Agentes hormonais são usados para que haja esta indução como

gonodatrofina corionica humana ( hCG) ( McCUE, 2007).

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Este hormônio é utilizado em éguas onde o folículo ovariano seja igual

ou superior a 35 mm, seu efeito primário é a luteinização (ruptura do folículo),

fazendo assim a expulsão do ovócito ( BARBACINI, 2000).

Objetivo: Analisar o tratamento hormonal com hCG, aplicados a folículos

pré-ovulatórios maiores que 35mm.

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1. Revisão de Literatura

1.1 Fisiologia do Ciclo Estral

Vários ciclos estrais são manifestados, em éguas, em um determinado período

do ano, coincidindo com os dias longos. Durante o ciclo estral, hormônios

envolvendo o eixo hipotálamo, hipófise, ovário e útero se inter-relacionam e

exercem papel fundamental na ciclicidade, determinando fases específicas do

ciclo (MEIRA, 2008).

O ciclo estral pode ser definido como intervalo entre o inicio de um estro

e o inicio do estro subseqüente, comportamento que se repete de forma cíclica.

Cada ciclo apresenta duração de 21 a 22 dias em média, com variação de 16 a

26 dias. É dividido em fases foliculares ou estral e diestro ou progestacional. A

fase de estro perdura por cerca de 6 a 7 dias e de diestro de 13 a 15 dias.

Durante cada ciclo, observa-se o desenvolvimento e a regressão folicular, que

ocorrem de forma dinâmica (CUNNINGHAM, 2004).

1.2 Neuro-Endocrinologia da Reprodução

O sistema neuro-endócrino deve manter uma relação direta e

harmônica entre os centros hipotalamicos, hipofisario e gonadais, relação essa

que deve estar em funcionamento pleno e sincrônico para que os animais

manifestem seu potencial reprodutivo, sendo que qualquer interferência nesse

processo leva a um transtorno reprodutivo (HAFEZ, 2004).

O controle neuro-endocrino ocorre por uma comunicação celular neuro-

endocrina e endócrina tendo como mensageiro os neurotransmissores, entre

eles os hormônios e neurohormonios são essenciais. Outros fatores como os

de crescimento são importantes nas fases de desenvolvimento folicular pré-

antral exercendo influencia na inter-relação dos hormônios (CUNNINGHAM,

2004).

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1.2.1 Hipotálamo

Ocupando apenas uma porção do cérebro apresenta vasta irrigação e

inervação permitindo contato com hormônios circulantes no organismo,

interação com informação neuro-endocrinas gerada pelo próprio cérebro

(ARANGO & NEWCOMBE, 2007).

Segundo MEIRA (2008), o hipotálamo é constituído por neurônios

formando núcleos hipotalamicos especializados, cada um com sua função. O

de maior interesse no processo reprodutivo é um núcleo arqueado e o ventro-

medial que constitui o centro tônico de liberação de gonodatrofina como o FSH

e o LH, área hipotalamica anterior e principalmente o núcleo pré-ótico e supra

isquiático que constitui o centro de liberação pré-ovulatório de gonadotrofina,

em que o núcleo supra ótico e paraventricular sintetiza a ocitocina.

1.2.2 Hipófise

É dividida em neurohipofise e adenohipofise, a ultima possui 5 tipos

celulares localizados a vasos sanguíneos e secretam 6 hormônios relacionados

direta e indiretamente com os processos reprodutivos. As células

somatotroficas sintetizam somatotrofinas (GH), cortitotroficas (ACTH),

mamotroficas ( prolactina), tireotroficas (TSH) e as células gonadotroficas que

sintetizam e liberam FSH e LH (CUNNINGHAM, 2004).

A adenohipofise possui sistema de irrigação próprio denominado sistema

porta-hipofisário, permitindo a troca de substancias hormonais entre esta e o

hipotálamo (MEIRA,2008).

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1.3 Mecanismo de ação dos hormônios

A secreção e liberação de gonodatrofina hipofisária se dá pela ligação

do GnRH em receptores de proteína-G, localizados na membrana das células

gonadotróficas, havendo processos bioquímicos e intra-celulares resultando em

síntese e liberação de gonodatrofina ( SQUIRES, 2008).

Ocorrem alterações no trato genital feminino, bem como o

comportamento sexual são controlados através desses hormônios. O GnRH é

um decapeptídio sintetizado e armazenado no hipotálamo, é responsável pela

conexão entre o sistema endócrino e nervoso, estimulando a síntese e

liberação de LH e FSH pela hipófise anterior ( HAFEZ, 2004).

A freqüência dos pulsos de GnRH é mediada, em éguas através da

liberação de melatonina. Uma baixa freqüência ocorre durante o anestro devido

a alta concentração de melatonina, por causa da baixa luminosidade nos

períodos de outono e inverno ( MELO, 2006).

A glândula pineal (GP) integra o hipotálamo, mostra-se sensível à luz e

secreta um hormônio, a melatonina. Sua secreção é estimulada na ausência de

luminosidade e parece interferir na adaptação das funções reprodutivas às

condições de luminosidade, especialmente em animais que se reproduzem

sazonalmente, possibilitando o nascimento dos filhotes em época mais

favorável (CUNNINGHAM, 2004).

O hormônio folículo estimulante é responsável pelo crescimento dos

folículos ovarianos, e na presença do LH estimula a produção do estrógeno

através da sua ligação nas células da granulosa aumentando a sensibilidade

das gonodatrofinas. Essa secreção de FSH é estimulada pelo comprimento do

dia, sendo que durante a estação de monta as concentrações de FSH atinge

dois picos, em intervalo de 10 a 11 dias, como é demonstrado na Figura 1 (

MEIRA, 2008).

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Próximo ao final do estro ocorre o primeiro pico de FSH coincidindo com

pico de LH próximo ou após a ovulação e segundo pico na metade do diestro,

onde a atividade folicular esta baixa, portanto este pico é responsável pelo

desenvolvimento de uma nova onda folicular ( CAMILLO et al. 2002).

O limiar pré-ovulatório de LH é responsável pela ruptura da parede do

folículo e ovulação, suas concentrações plasmáticas são baixas nos dias de 6 a

15 após a ovulação devido a ação do feedback negativo da progesterona no

hipotálamo causando supressão do GnRH. Aumentos de suas concentrações

começam próximo ao inicio do estro, quando não existe efeito da progesterona.

( HAFEZ, 2004).

Já as concentrações de estrógeno folicular atingem o pico 1 a 2 dias

antes da ovulação, decrescendo 2 dias após a ovulação. Na ausência da

progesterona o estrógeno secretado pelo folículo pré-ovulatório induz a

receptividade sexual, relaxamento da cérvix, estimula a produção de secreções

do trato genital, permite a passagem e transporte espermático fazendo com

que ocorra a maturação folicular e ovulação ( SQUIRES, 2008).

A regulação do FSH se da através da inibina um hormônio gonadal, que

é produzido pelas células da granulosa durante a fase folicular ( SAMPER,

2008).

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Fig 1: Controle hormonal do ciclo estral na égua. AP, hipófise anterior; LH, hormônio luteinizante; GnRH, hormônio liberador de gonadotrofina

1.4 Dinâmica Folicular

Os eqüídeos possuem ondas foliculares dividida em maiores e menores.

As ondas maiores se caracterizam pelo desenvolvimento inicial de um grupo de

folículos, em que 1 ou 2 são selecionados e crescendo rapidamente exercendo

dominância sobre os demais, essas são subdivididas em primária e secundária.

Quando a emergência (crescimento folicular) ocorre durante o cio e inicio de

diestro, denomina-se onda folicular secundária dando origem ao folículo

dominante de diestro, que pode regredir ou ovular. A emergência da onda no

meio de diestro é chamada de onda folicular primária, produzindo o folículo

dominante que irá ovular durante o estro ( GINTHER et al, 2008).

Com a diferenciação entre dominante e subordinados , o dominante

adquiriu a capacidade de refratariedade dos níveis decrescente de FSH. Com a

diminuição dos níveis de FSH circulantes , a aquisição de receptores para LH

pelas células da granulosa e as mudanças na vascularização folicular parecem

ser fundamentais para a continuação do crescimento e diferenciação celular

resultando em ovulação, demonstrado no gráfico da Figura 2 ( MOREL &

NEWCOMBE, 2007).

A fase lútea inicia-se após ovulação e se mantém por cerca de 14 dias.

As células foliculares remanescentes após a ovulação se luteinização se

transformando em corpo lúteo. Há 2 tipos de células que são observadas no

corpo lúteo, as células luteais grandes formadas a partir das células das

granulosas e as células luteais que se origina das células da teca, possuindo

característica de células secretoras e são responsáveis pela síntese de

progesterona ( BEREZOWSKI et. al, 2004).

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Fig 2 .Alterações hormonais ocorridas durante do ciclo estral normal de 21 dias na espécie

eqüina, as setas demonstram o dia da ovulação . FONTE: GHINTER, 2008

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2. Gonadotrofina Corionica Humana ( hCG )

A indução da ovulação em éguas é uma biotécnica que permite maior

sincronismo entre a ovulação, inseminação ou cobertura (GINTHER et al,

2008).

Gonadotrofina Corionica Humana (hCG) é uma glicoproteína formada

por uma subunidade alfa e beta com peso molecular de 40000 dáltons. A

porção alfa possui 92 aminoácidos e 2 cadeias de carboidratos, ela é similar a

subunidade alfa do LH em humanos, suínos, ovinos e bovinos, já a subunidade

beta possui 145 aminoácidos e 5 cadeias de carboidratos ( HAFEZ, 2004).

O papel do β-hCG durante a gravidez, em humanos, é prevenir a

desintegração do corpo lúteo do ovário, e desta forma manter a produção de

progesterona, que é crítica para o período de gravidez. O β-hCG pode ter

funções adicionais, por exemplo acha-se que ele afeta a tolerância imunológica

durante a gravidez. Testes de gravidez geralmente são baseados na detecção

e medição do β-hCG ( WINTER & RUBIN, 2005).

O hCG é extraído da urina de mulheres grávidas. Depois da fertilização

do óvulo, o modo de manter os altos níveis de progesterona varia: no caso da

mulher, a implantação do embrião induz o endométrio a produzir a

gonadotrofina coriônica humana e passa a manter a atividade luteínica

(ARANGO & NEWCOMBE, 2007).

Por apresentar efeito fisiológico semelhante ao hormônio luteinizante

(LH), vem sendo utilizado como hormônio indutor de ovulação, pois sua

utilização promove a maturação e ovulação de folículos de forma sincrônica por

apresentar longa meia-vida, em torno de 10 horas, sendo provavelmente um

dos hormônios mais utilizado no manejo da reprodução eqüina. Quando

administrado em éguas, o hCG reduz a duração do estro e aumenta o número

de animais que ovulam em até 48h pós-indução ( SQUIRES, 2008).

O medicamento utilizado, hCG, deve ser sempre usada parenteralmente,

pois após a administração oral, é destruída pelo trato gastrointestinal. Após a

aplicação IM, alcança-se um nível plasmático em 6 horas, distribuindo-se

primariamente nos ovários das fêmeas ( SAMPER, 2008).

Tem sido utilizado por muitos anos para diminuir o período de estro e

acelerar a ovulação, sua eficiência é amplamente demonstrada na indução da

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ovulação quando um folículo pré-ovulatório é detectado, a administração do

hCG em éguas com um folículo pré-ovulatório de pelo menos 35 mm é capaz

de induzir a ovulação em até 48 horas em 80% dos casos ( BEREZOWSKI et

al, 2004).

Aumenta a probabilidade de um ciclo ovulatório estar associado a uma

única cobertura, viabilizando o planejamento do acasalamento. A administração

do hCG, em éguas no cio, contendo mais de um folículo pré-ovulatório tem

ampliado a possibilidade de ocorrer dupla ovulação ( MOREL & NEWCOMBE,

2007).

É utilizada para induzir a ovulação, não existe um padrão ou nível de

dose, variando entre 1000UI a 6000UI ou mais, sendo que a maioria das doses

utilizadas é entre 2000 a 3000 UI, geralmente de 1 a 2 ml em dose única.

(FLEURY, 2007).

Devido ao fato de ser uma grande molécula glicoprotéica, induz a uma

ação antigênica por parte do sistema imunológico quando utilizado mais do que

três vezes na mesma estação reprodutiva, apresenta a inconveniência de

induzir a formação de anticorpo após algumas injeções sucessivas ( CAMILLO

et al. 2001).Alguns autores demonstram que a formação de anticorpos se inicia

após 2 a 5 injeções de hCG. Sendo assim, o uso de análogos do GnRH

(deslorelina) e do extrato de pituitária eqüina tem sido uma alternativa ao uso

do hCG na sincronização e indução da ovulação em éguas (MEIRA, 2008).

O momento da administração do hCG normalmente é ditado pela

associação de alguns fatores, dentre eles: a período do ano, comportamento

de estro, eco textura uterina, tônus uterino e cervical, eco textura da parede

do folículo pré-ovulatório e diâmetro e formato do maior folículo. De todos os

fatores citados, a administração do hCG é realizada quando um folículo atinge

35 mm de diâmetro durante a fase folicular (MELO, 2006).

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3. Objetivos

O presente trabalho teve como principal objetivo a análise do tratamento

hormonal com hCG aplicados em éguas no estro com folículos pré-ovulatórios

maiores que 35mm.

4. Materiais e Métodos Foram utilizadas 15 éguas da raça Mangalarga , as quais são doadoras

de embriões, e 10 éguas sem raça definida, receptoras de embriões.

A estação de monta se iniciou no mês de outubro de 2008 e seu término

ocorreu no final de março de 2009, os animais eram palpados diariamente

com auxílio de ultra-sonografia, o controle folicular incluía o diâmetro do

folículo, flutuação, ao qual foi mensurado de 1 a 5, espessamento da parede

folicular e presença de edema uterino. Aqueles animais que possuíam o corpo

lúteo, sem presença de folículo primário, recebiam 1 ml de prostaglandina SC,

aguardado 4 dias e retornava a ser palpada diariamente.

Com a detecção de um folículo dominante pré -ovulatorio, com presença

de edema uterino, flutuação 4 – 5, espessamento de parede folicular e o

folículo com diâmetro igual ou superior a 35 mm, foram aplicados 1ml de hCG

subcutâneo e realizada a IA 48 h após essa aplicação (FLEURY, 2007)

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5. Resultado e Discussão

ANIMAIS Diâmetro folicular

Flutuação 1-5

Espessamento de parede folicular

Edema uterino

Dias Responsivo ao após aplicação de hCG

Bruna EF 48mm 4 ++ + 5d

Carlota DF 38mm 4 + + 2d

Copacabana EF 46mm 5 ++ + 5d

Conquista EF 42mm 4 ++ + 1d

Chalana EF 40mm 4/5 +++ + 2d

Diadema DF39mm 5 + + 2d

Façanha DF 41mm 5 ++ + 3d

Gênova EF 44mm 5 + + 2d

Imperatriz DF 46mm 5 + + 5d

Modena DF42mm 4 +++ + Regrediu

Namorada DF 36mm 5 + + 2d

Nirvana EF45mm 4 ++ + 3d

Safira DF 50mm 5 ++ + 1d

Tailandinha EF35mm 5 ++ + 2d

Tisbe EF 39mm 4 ++ + 3d

240 EF41mm 4/5 + + Regrediu

252 EF47mm 5 +++ + 1d

269 DF 42mm 5 + + 2d

345 EF 49mm 4 ++ + 2d

349 DF 36mm 4 ++ + 3d

355 DF 41mm 5 +++ + 1d

358 EF 42mm 4/5 + + 2d

361 DF 38mm 4 ++ + 2d

388 EF 40mm 4 +++ + 5d

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No presente estudo, 50 % dos animais analisados, responderam ao hCG

48 h após sua aplicação denotando os mesmos princípios previstos por

SQUIRES (2008), 10% responderam 12 h após o uso desse hormônio, 20 %

ovularam após 70 h de sua administração, ou seja, três dias após a aplicação,

e no restante dos animais houve regressão do folículo, portanto não foram

responsivos ao tratamento.

Analisando o fato ocorrido podemos afirmar que esses 20% dos animais

que responderam 70 h após a administração do hormônio, deram resultado

errôneo, pois na verdade, esses folículos não responderam ao tratamento,

ovulando em um período que seria o mesmo se não tivéssemos aplicado o

hCG.

Segundo MOREL & NEWCOMBE (2007) a administração do hCG em

éguas em cio contendo mais de um folículo pré-ovulatório tem ampliado a

possibilidade de ocorrer dupla ovulação, o que não ocorreu nas éguas

analisadas no presente estudo, pois éguas que possuíam mais que 1 folículo

pré-ovulatório, com a administração do hCG, teve uma regressão folicular de

um desses folículos.

Devido ao fato de ser uma grande molécula glicoprotéica, induz a uma

ação antigênica por parte do sistema imunológico quando utilizado mais do que

três vezes, apresenta a inconveniência de induzir a formação de anticorpo após

algumas injeções sucessivas ( CAMILLO et al. 2001). Alguns autores

demonstram que a formação de anticorpos se inicia após 2 a 5 injeções de

hCG. Como a maioria das éguas eram multíparas e utilizadas em estações de

monta anteriores, confirma-se a teoria relatada acima.

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6. Considerações Finais

A espécie eqüina, dentre os animais domésticos, possui menor eficiência

reprodutiva, por esse motivo a utilização de biotécnicas como a inseminação

artificial, transferência de embrião e os protocolos hormonais têm valor e

permite um incremento nas taxas reprodutivas.

E necessário o entendimento correto do ciclo estral das éguas para, que

de certa maneira, possamos otimizar as taxas de prenhez.

Alguns hormônios são utilizados para que seja feita a inseminação

artificial em tempo determinado, facilitando a vida das pessoas envolvidas

nesse meio.

O hCG é um indutor de ovulação eficiente, promovendo a indução da

ovulação em um período entre 12 e 48 horas após a administração do

produto em éguas com folículos maiores que 35 mm, não demonstrando

efeitos colaterais em folículos menores, porém repetidas aplicações numa

mesma estação de monta pode não ter o efeito desejado, pois o hCG é uma

glicoproteina em que o organismo vê como um antígeno produzindo assim

anticorpos contra tal molécula.

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