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Aula 08 - O Empirismo

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Aula 8 – O Empirismo

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O papel em branco.Façamos um exercício: desenhe algo que não existe!

Eu tentei em casa e deu isso:

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O EMPIRISMO

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Fundadores do Empirismo Os Fundadores do Empirismo são John Locke e David

Hume. David Hume nasceu em Edimburgo 1711 e morreu em

Edimburgo em 1776. Foi um filósofo e historiador que ficou conhecido pelo seu empirismo radical e cepticismo filosófico.

John Locke nasceu em Wrington em 1632 e morreu em Harlow em 1704. Foi um filósofo inglês e um ideólogo do liberismo, foi considerado o principal representante do empirismo britânico.

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Empirismo O que é?

Experiências

Conhecimento

Corrente Filosófica

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Empirismo Como funciona?

O empirismo acredita que o homem nasce sem conhecimento, vazio de conhecimento. O princípio deste modelo são as impressões.

Impressões

Impressões Impressões Impressões

Impr

essõ

es

Impressão

Complexa

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Empirismo Como funciona?

Hume verifica que o homem tem por um lado impressões e por outro lado ideias.

Podemos dizer que a impressão é a sensação original e a ideia é apenas uma cópia pálida.

Homem

Impressões

Ideias

Sensação

Recordaçãoda

sensação

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Empirismo Como funciona?

A ideia principal do empirismo é que não há nada na nossa mente que não tenha passado pelos nossos sentidos. Isto é, temos de usar os nossos sentidos para obtermos conhecimento.

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Empirismo Como funciona?

A nossa razão é capaz de juntar ideias resultantes de diferentes impressões, criando assim uma ideia complexa de algo que não existe. Por isso Hume teve a preocupação de examinar essas ideias complexas para:

Descobrir as ideias simples que as constituem;

Verificar se essas ideias simples têm ou não uma impressão correspondente;

Decidir se são ideias falsas de coisas que não existem na realidade, por não terem fundamento numa impressão correspondente.

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Empirismo Como funciona?

Por exemplo nunca ninguém observou Deus, nunca ninguém teve nenhuma experiência sensível Dele, temos sim experiência das ideias simples que o constituem, como "inteligência", "bondade", "sabedoria", etc.. Assim podemos perceber que a ideia de Deus segundo Hume e falsa pois não temos nenhuma impressão sensível que lhe corresponda.

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O Empirismo moderno

David Hume(Escócia, 1711 – 1776)

John Locke(Inglaterra, 1632 –

1704)

Continuando nossos estudos em teoria do conhecimento passaremos pelos filósofos da ilha para dar uma “olhada” na tradição do empirismo.

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JOHN LOCKE

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John LockeNem só de teoria do conhecimento vive o homem. Escreve importantes obras sobre

política, em especial os Dois Tratados Sobre o Governo, onde questiona as bases do poder absolutista. Influencia assim a revolução burguesa e até mesmo a posterior Revolução Francesa. É notável sua discussão sobre a luta pela liberdade individual.

A partir de sua atuação como médico acaba ingressando em importantes círculos políticos da Inglaterra

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Ensaio Sobre o Entendimento Humano (1690).

Questão de fundo: seria a nossa mente como um papel em branco? Como ela é preenchida?

Vamos supor que nossa mente não tenha ideias em si, tal como um papel em branco onde não haja nada escrito. Como se pode então escrever algo aí? De onde ela obtém o vasto estoque que a ocupada e ilimitada imaginação do homem aí pintou – todos os materiais da razão e da experiência? A isso respondo em uma palavra: da experiência. Nossos entendimentos derivam todos os materiais do pensamento de observações que fazemos dos objetos externos que podem ser percebidos através dos sentidos e das operações internas de nossas mentes, as quais percebemos ao olharmos para dentro de nós mesmos. Essas são as duas fontes do conhecimento, das quais emergem todas as ideias que temos ou que podemos naturalmente ter. (LOCKE, ECHU, Livro II, cap. 1, §2)

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O processo de conhecimento.

Experiência

Objetos exteriores sensíveis

Percebidos pela SENSAÇÃO: Percepções dos objetos

externos

Ex: A dureza e frieza do gelo.

O aroma e brancura de uma flor.

Objetos internos da mente

Percebidos pela REFLEXÃO:

Operação da mente sobre si mesma (O que a mente

faz e como faz)

Ex: percepção, dúvida, vontade

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A experiência fornece nossas ideias.É a partir da experiência que obtemos as ideias, ou seja, aquilo que forma o nosso entendimento do mundo a partir das qualidades dos objetos.

Estas ideias se dividem em dois tipos maiores: Ideias simples: qualidades obtidas através da sensação e/ou da reflexão.Ideias Complexas: produto da combinação e relação de ideias simples.

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Façamos a experiênciaQuais ideias vêm à nossa mente

pela experiência das seguintes?

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DAVID HUME

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David HumeHume é também autor de vasta obra:Teoria do ConhecimentoTratado da Natureza Humana (a obra que nasceu morta) Investigações Sobre o Entendimento Humano.

Além de escritos em outros campos:História da InglaterraInvestigação Sobre os Princípios da MoralHistória Natural da Religião

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Como conhecemos as coisas?

PERCEPÇÕES – a experiência é a única fonte de conhecimentos.Impressões: dados fornecidos pelos sentidos e produções mentais. externas: visão de uma paisagem; audição de um ruído. internas: estados emocionais.Ideias: cópias modificadas das impressões. Memória: lembrança enfraquecida de impressões já vividas. Imaginação: associação aleatória de impressões já vividas.

Investigações sobre o entendimento humano (1748)

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Que diz o autor?Todos admitirão sem hesitar que existe uma considerável diferença entre as percepções da mente quando o homem sente a dor de um calor excessivo ou o prazer de um ar moderadamente tépido e quando relembra mais tarde essa sensação ou a antecipa pela imaginação. Essas faculdades podem remedar ou copiar as percepções dos sentidos, mas jamais atingirão a força e a vivacidade do sentimento original. O máximo que podemos dizer delas, mesmo quando operam com todo o seu vigor, é que representam o objeto de maneira tão viva que quase se poderia dizer que os vemos ou sentimos. (...)“Todas as cores da poesia, por mais esplêndidas, jamais poderão pintar os objetos naturais de tal modo que a descrição seja tomada por uma verdadeira paisagem. O mais vivo pensamento é ainda inferior à mais embotada das sensações”.

HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

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Crítica à noção de causalidade

Analisemos a seguinte sentença:

A pedra esquenta porque os raios de sol incidem sobre ela

Quais impressões ela nos fornece?

- Tátil: a pedra esquenta- Visual: os raios de sol incidem sobre ela

Mas os sentidos não conseguem provar a vinculação necessária entre estes eventos.

A conexão entre impressões é produto da crença fundada no hábito.

Pense, como podemos ter certeza de que o sol nascerá amanhã?

As ciências naturais se constroem sobre o hábito. Elas estão baseadas na frequência e repetição de certos fenômenos, e não na certeza de que certos efeitos derivam necessariamente de certas causas.

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Que diz o autor?

Quando olhamos os objetos exteriores à nossa volta e consideramos a operação das causas, nunca podemos descobrir, num único exemplo, qualquer poder ou conexão necessária, qualquer qualidade que ligue o efeito à causa e faça com que um deles seja consequência infalível do outro. Observamos, apenas, que um deles se segue realmente ao outro. O impulso de uma bola de bilhar é seguido pelo movimento da segunda. Isso é tudo que se apresenta aos nossos sentidos exteriores. Essa sucessão de objetos não produz nenhum sentimento ou impressão interior na mente: por conseguinte, num exemplo único e particular de causa e efeito nada existe que possa sugerir a ideia de poder ou conexão necessária.HUME, D. Investigação Sobre o Entendimento Humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

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Hume produz então um poderoso ataque à metafísica: não é possível afirmar nada sobre o que não pode ser percebido pelas impressões

Não é possível afirmar que há uma causa primeira que originou a tudo e mantém e ordena o universo. (ideia de causalidade)

Não é possível afirmar a existência real de algo perfeito, como Deus. (ideias inatas)

A filosofia de Hume apresenta-se como forte contraposição à René Descartes.

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Que diz o autor?[...] quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma sensação ou sentimento anterior. Mesmo as ideias que, a primeira vista, parecem mais afastadas dessa origem mostram, a um exame mais atento, ser derivadas dela. A ideia de Deus, correspondendo a um Ser infinitamente inteligente, sábio e bom, surge das reflexões que fazemos das operações de nossa própria mente, aumentando sem limites essas qualidades de bondade e sabedoria. Podemos prosseguir esse exame tanto quanto desejarmos, e sempre descobriremos que todas as ideias que examinamos são copiadas de uma impressão semelhante.HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano, seção II, pg. 14, apud COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2010. P. 163.

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A LIÇÃO DA MOSCA

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CONCLUSÃOVimos que no século XVII, a partir dos problemas gnosiológicos (relativo ao conhecimento), surgem duas correntes opostas: O RACIONALISMO E O EMPIRISMO. Exagerando, poderíamos dizer que o racionalismo é o sistema que consiste em limitar o homem ao âmbito da própria razão, e o empirismo é que limita ao âmbito da experiência sensível. Isso não quer dizer que o racionalismo exclua a experiência sensível, mas esta é apenas a ocasião do conhecimento e está sujeito a enganos. A verdadeira ciência se perfaz no espírito. Para o empirismo, ao contrário, a experiência é fundamental, e o trabalho posterior a razão está a ela subordinado. Como consequencia, os racionalistas confiam na capacidade do homem de atingir verdades universais, eternas, enquanto os empiristas terminam por questionar o caráter absoluto da verdade, já que o conhecimento parte de uma realidade in fieri (isto é, em transformação constante), sendo tudo relativo ao espaço, ao tempo, ao humano

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Certa vez, duas moscas caíram num copo de leite...

A primeira era forte e valente. Assim, logo ao cair, nadou até a borda do copo. Como a superfície era muito

lisa e suas asas estavam molhadas, não conseguiu escapar. Acreditando que não havia saída, a mosca

desanimou, parou de se debater e afundou.

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Sua companheira de infortúnio, apesar de não ser tão forte, era tenaz e, por isso, continuou a se

debater e a lutar. Aos poucos com tanta agitação, o leite ao seu redor formou

um pequeno nódulo de manteiga no qual ela subiu.

Dali, conseguiu levantar vôo e sair do copo.

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Tempos depois, a mosca tenaz, por descuido, novamente caiu num copo,

desta vez cheio de água. Como pensou que já conhecia a solução daquele

problema, começou a se debater na esperança de que, no devido tempo, se

salvasse.Outra mosca, passando por ali e vendo a

aflição da companheira de espécie, pousou na beira do copo e gritou:

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SOLUÇÕES DO PASSADO, EM CONTEXTOS DIFERENTES,

PODEM TRANSFORMAR-SE EM PROBLEMAS.

SE A SITUAÇÃO SE MODIFICOU, DÊ UM JEITO DE MUDAR.

"Tem umcanudo ali,

nade atélá e suba".

A mosca tenaz respondeu:"Pode deixar que eu sei como

resolver este problema."E continuou a se debater mais

e mais até que, exausta, afundou na água.

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Quantos de nós, baseados em experiências anteriores,

deixamos de observar as mudanças ao redor e

ficamos lutando inutilmente até afundar em nossa própria falta de visão!

Criamos uma confiança equivocada e perdemos a oportunidade de repensar nossas

experiências. Ficamos presos a velhos hábitos que nos levaram ao sucesso e perdemos a oportunidade de evoluir.

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É por isso que os japoneses dizem que na garupa do sucesso vem

sempre o fracasso. Os dois estão tão próximos que a arrogância pelo sucesso pode levar à displicência

que conduz ao fracasso.Os donos do futuro sabem

reconhecer essas transformações e fazer as mudanças necessárias

para acompanhar a nova situação.

(De: Os Donos do Futuro-Roberto Shinyashiki)

Se a única ferramenta que você conhece é o martelo, todo problema que aparece você pensa que é prego.

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CONCLUSÃO

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Essas regras auxiliam-nos a adquirir a certeza da verdade. Parte da dúvida

metódica

René Descartes

MÉTODO CARTESIANO1) Só admitir como verdadeiro o que parece

evidente, evitar a precipitação e a prevenção

2) Dividir o problema em tantas partes quantas as possíveis - análise

3) Recompor a totalidade subindo por degraus -síntese

4) Rever o todo para se ter a certeza de não há erro.

”A única certeza que tenho é a dúvida”. Descartes.

Racionalista

“Cogito ergo sum = eu penso, logo

existo”. Descartes

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David Hume Empirismo

o fenomenismo empírico Desenvolveu

Sua filosofia, portanto, é de caráter empírico

Ele parte de duas idéias fundamentais:

Para ele, todo conhecimento humano é combinação de sensações. A impressão de que a percepção atual das coisas é a idéia, de que a imagem é a impressão deixa após ser, i.e., apenas uma cópia pálida do original.Para ele o homem possui impressões e idéias.

Impressões são as percepções imediatas da realidade e as idéias são as lembranças de tais impressões.

Escocês - (1711-1776)

Ex: A junção de uma idéia simples de um cavalo e outra de asas formariam uma idéia complexa de um cavalo alado.

A filosofia de Hume assume que todo conhecimento é reduzido ao sentido, que nos proporciona os

fenômenos, as aparências das coisas.

Se um livro sobre doutrina divina, não é baseado na experiência atira-o no fogo.

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Immanuel KantO último grande filósofo da era moderna, Kant

fez uma síntese entre o racionalismo de René Descartes, onde prevalece a forma de raciocínio dedutivo, e a tradição empírica inglesa de David Hume, que valoriza a indução.

Para os racionalistas a base de todo o conhecimento humano está na consciência do homem.

Para os empiristas o conhecimento do homem se baseia na experiência, isto é, derivam das impressões dos sentidos.

Kant acreditava que tanto os sentidos quanto a razão eram muito importantes, porém não se poderia supervalorizar um ou outro atributo. "Só a crítica pode cortar pela raiz o

materialismo, o fatalismo, o ateísmo, a incredulidade dos espíritos fortes, o fanatismo e a superstição, que se podem tornar nocivos a todos e, por último, também o idealismo e o cepticismo, que são sobretudo perigosos para as escolas e dificilmente se propagam no público" Kant, Crítica da razão pura, B XXXIV[1]

teoria do conhecimento. Deseja saber, mas sem erro. Para tanto, elabora a relação entre os juízos sintéticos "a priori" e os juízos sintéticos "a posteriori". Aos primeiros, são chamados de puros, que caberia à matemática desvendá-los; aos segundos, de fenômenos, influenciados pela percepção sensorial.

Epistemologia

A sua teoria é chamada de criticismo kantiano e é postulada nos esforços para aproximar o fenômeno a "coisa em si".

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BIBLIOGRAFIA CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 7ª ed. 2ª imp. editora ática, 2000.ARANHA, M. L de A. & MARTINS, M. H. P. Filosofando. São Paulo, Moderna, 1986.

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