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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ - UEPR – CAMPUS DE CAMPO MOURÃO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL PROJETO DO TRABALHO PROFESSORA MESTRE THAYS PERASSOLI BOIKO [email protected] CAMPO MOURÃO 2011

PROJETO DO TRABALHO - APOSTILA - PARTES I E II

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C a m p u s d e C a m p o M o u r ã o

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ - UEPR – CAMPUS DE CAMPO MOURÃO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

AGROINDUSTRIAL

PROJETO DO TRABALHO

PROFESSORA MESTRE THAYS PERASSOLI BOIKO [email protected]

CAMPO MOURÃO 2011

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PROFESSORA MSC. THAYS J. PERASSOLI BOIKO

I INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DO PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA:

EMENTA; OBJETIVOS; JUSTIFICATIVA; METODOLOGIA; PROGRAMA; MÉTODO DE AVALIAÇÃO; BIBLIOGRAFIA.

PLANO DE ENSINO

CURSO: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL

DISCIPLINA: Projeto do Trabalho

SÉRIE: 3

TURMA(S): -

ANO LETIVO: 2011

PROFESSOR: Thays J. Perassoli Boiko

CARGA-HORÁRIA ANUAL:

Teórica: 48 Prática: 20

1. EMENTA DA DISCIPLINA NO CURSO

Técnicas de análise e representação de fluxo de material e do trabalho; Modelagem em Engenharia de Métodos; Estudo do processo produtivo; Estudo de Tempos; Ergonomia do Posto de Trabalho; Organização do Trabalho e da Produção; Projeto de postos de trabalho e de centros de produção.

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA NO CURSO

Formação metodológica em análise do trabalho; Análise ergonômica do Trabalho; Aprendizado de métodos e técnicas em tempos de trabalho; Desenvolvimento de métodos de análise e projeto de postos de trabalho; compreender o processo de geração de Unidades de Produção.

3. PROGRAMA DA DISCIPLINA

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I INTRODUÇÃO 1.2 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DO PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA: EMENTA; OBJETIVOS; JUSTIFICATIVA; METODOLOGIA; PROGRAMA; MÉTODO DE AVALIAÇÃO; BIBLIOGRAFIA. II TRABALHO 2.1 DEFINIÇÃO E CONCEITO 2.1.1 Abordagem histórica do conceito de trabalho 2.1.2 Conceito de trabalho x emprego 2.2 ASPECTOS DO TRABALHO III PROJETO DO TRABALHO 3.1 DEFINIÇÕES E CONCEITOS 3.1.1 O que é Projeto do Trabalho 3.1.2 Quando realizar um Projeto do Trabalho 3.1.3 A relação com o Projeto do Produto, Processo e das Instalações 3.2 IMPLICAÇÕES EM PROJETO DO TRABALHO – A RELAÇÃO ENTRE PROJETO DO TRABALHO E A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 3.2.1 Conceitos importantes 3.2.1.1 Estrutura Organizacional 3.2.1.2 Teoria das Organizações 3.2.1.3 Organização do Trabalho 3.2.1.4 Teoria das Organizações x Organização do Trabalho 3.2.2 Abordagens práticas para o Projeto do Trabalho 3.2.2.1 Divisão do Trabalho 3.2.2.2 Administração Científica

a) Estudo do Trabalho: i) Estudo do método; ii) Medição do Trabalho - Estudo dos Tempos;

3.2.2.3 Ergonomia 3.2.2.4 Questões contemporâneas para o Projeto do Trabalho

a) Abordagens Comportamentais do Projeto do Trabalho; b) Empowerment; c) Trabalho de Equipe; d) Trabalho Flexível.

3.3 LEGISLAÇÃO 3.4 ETAPAS DO PROJETO DO TRABALHO 3.5 ESTRUTURA DO TRABALHO I INTRODUÇÃO 1.1 A ÁREA DE PROJETO DO TRABALHO NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 1.2 JUSTIFICATIVA DO PROJETO 1.3 O PRODUTO, O PROCESSO E A INSTALAÇÃO CONSIDERADOS 1.4 METODOLOGIA 1.4.1Organização 1.4.2 Estrutura Organizacional Considerada 1.4.3 Tipo de Pesquisa quanto aos meios 1.4.4 Técnicas de Pesquisa 1.4.4.1Técnicas de Coleta de Dados 1.4.4.2 Técnicas de Tratamento dos Dados 1.4.4.3 Técnicas de Análise dos Dados 1.4.4.4 Instrumentos de Pesquisa 1.4.4.4.1 Recursos de Hardware 1.4.4.4.2 Recursos de Software 1.4.4.4.3 Materiais e/ou Instrumentos e/ou Utensílios 1.5 DEFINIÇÃO DE TERMOS

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1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO II LEVANTAMENTO E DESCRIÇÃO DAS TAREFAS E SUAS OPERAÇÕES 2.1DESIGNAÇÃO DAS TAREFAS E/OU OPERAÇÕES AOS RECURSOS 2.2 DETERMINAÇÃO DAS TAREFAS E/OU OPERAÇÕES A SEREM PROJETADAS III LOCALIZAÇÃO DAS TAREFAS E/OU OPERAÇÕES NA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL IV DESIGNAÇÃO DAS TAREFAS E/OU OPERAÇÕES A INDIVÍDUOS OU GRUPOS 4.1 DECISÕES SOBRE GRUPOS V HABILIDADE E AUTONOMIA DOS TRABALHADORES VI ESTUDO DO TRABALHO 6.1 ESTUDO DO MÉTODO 6.2 MEDIDA DO TRABALHO/ESTUDO DO TEMPO 6.2.1 Cronometragem 6.2.2 Tempo Básico 6.2.3 Tempo-padrão VII PROJETO ERGONOMICO 7.1 ASPECTOS ANTROPOMÉTRICOS 7.2 PROJETO ERGONÔMICO DO AMBIENTE 7.3 TEMPERATURA DO TRABALHO 7.4 NÍVEIS DE ILUMINAÇÃO 7.5 NÍVEIS DE RUÍDO 7.6 ERGONOMIA NO ESCRITÓRIO

4. METODOLOGIA DE TRABALHO DO PROFESSOR NA DISCIPLINA

ESTRATÉGIAS UTILIZADAS E CONDIÇÕES OFERECIDAS PELO PROFESSOR - Aulas expositivas; - Aulas de laboratório-prática; - Aulas participativas; - Ditados; - Cópias do quadro negro; - Resolução de questionários e exercícios; - Leitura e discussão de textos; - Trabalhos em grupo; - Palestras; - Seminários de Engenharia de Produção; - Mesas redondas; - Painéis; - Júris simulados; - Visitas técnicas; - Orientações individualizadas das equipes; - Reuniões simuladas. RECURSOS A SEREM UTILIZADOS BIBLIOGRAFIA: Bibliografia recomendada, além de referências diversas de textos, de vídeos e de sites da Internet. RECURSOS HUMANOS: A própria voz. RECURSOS FÍSICOS: Quadro de giz; giz e apagador; Projeções fixas

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(retroprojetor, transparências); Projeções móveis (Data Show, slides); Livros; Caneta ponto; Computador; TV, Aparelho de DVD. ATIVIDADES DOS ALUNOS - Leitura e resumo do material bibliográfico recomendado; - Leitura, resumo e discussão em sala de textos recomendados; - Cópia e escrita; - Resolução de exercícios; - Resolução de questionários e exercícios; - Atividades de laboratório-prática; - Discussão em sala; - Trabalhos em grupos; - Elaboração de trabalhos recomendados; - Apresentação de Seminários; - Apresentação de painéis; - Mesas redondas; - Participação em júris simulados; - Estudo de caso; - Elaboração de resumos, resenhas, comentários e críticas; - Elaboração de relatórios de visitas técnicas e palestras; - Participação de reuniões simuladas. TRABALHOS DOS ALUNOS: - Trabalhos escritos: elaboração, em grupo, do Projeto do Trabalho, em partes, que devem ser entregues na datas estipuladas, por meio digital; - Trabalhos orais – Seminários: apresentados em grupo, como parte da nota individual e parte em grupo, referentes Projeto do Trabalho e apresentação de vendas do Projeto do Trabalho. NORMAS ABNT A SEREM SEGUIDAS NA ELABORAÇÃO DOS TRABALHOS: USP. SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS–SIBi. Diretrizes para apresentação de dissertações e teses da USP: documento eletrônico e impresso. São Paulo: 2004.

5. AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA NO CURSO

A avaliação se dará por meio de: - Atividades (A) desenvolvidas em sala ou extra classe (descritas anteriormente).

Assim, A = ( ) nan

a

/1∑=

, sendo a = o valor de 0 a 100 de cada uma das n atividades

desenvolvidas no bimestre; - Trabalhos (T), que incluem trabalhos escritos (etapas do Projeto do Trabalho) e

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trabalhos orais - seminários. Logo, T = ( ) ntnt

/1∑=

, sendo t = o valor de 0 a 100 de

cada uma dos n trabalhos desenvolvidas no bimestre;

- Provas (P). P = ( ) npn

p

/1

∑=

sendo p = o valor de 0 a 100 de cada uma das n

provas realizadas no bimestre; A nota bimestral será obtida pela seguinte forma: (A x 0,30) + (T x 0,45) + (P x 0,25) Obs. 01: As datas serão marcadas no decorrer das aulas. Obs 02: Pode ocorrer de em um determinado bimestre não ser marcado nenhuma Atividade, Trabalho ou Prova, sendo seu peso distribuído igualmente entre as demais Avaliações. Obs 03: As avaliações devem ser respondidas de caneta esferográfica azul.

6. BIBLIOGRAFIA BÁSICA DA DISCIPLINA

BOIKO, T. J. P. Projeto do Trabalho – Apostila. Disciplina de Projeto do Trabalho. Curso de Engenharia de Produção Agroindustrial. Departamento de Engenharia de Produção. Universidade Estadual do Paraná – Campus de Campo Mourão. Campo Mourão. 2011. USP. SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS–SIBi. Diretrizes para apresentação de dissertações e teses da USP: documento eletrônico e impresso. São Paulo: 2004.

7. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR DA DISCIPLINA

ARAÚJO, L. C. G. de. TGA – Teoria Geral da Administração: aplicações e resultados nas empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004. BATALHA, M. O. (Coord). Gestão Agroindustrial. Vol. 1. São Paulo: Atlas, 2001. CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de Produções e Operações: Manufatura e Serviços: Uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2004. GAITHER, N.; FRAZIER, G. Administração da Produção e Operações. 8 ed. São Paulo: Thomson Learning, 2002. ILDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo, Edgard Blucher, 1990.

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MACHADO, D. C. O conceito “trabalho”. Lisboa: 2006. Disponível em:< http://www.solidariedade.pt/UserFiles/File/conceito-trabalho-dm.doc>. Acesso em 17 de fev de 2009 às 10 hs 30. MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da Produção. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2005. MAYNARD, R. Manual de Engenharia de Produção. São Paulo. 5 ed. Edgard Blucher, 1980. MEREDITH, Jack R.; MANTEL Jr., Samuel J. Administração de Projetos: Uma abordagem Gerencial. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003. MOREIRA, Daniel A. Administração da Operação e Produções. 5 ed. São Paulo: Pioneira, 2000. MORIN, E. M. Os Sentidos do Trabalho. Revista de Administração de Empresas (RAE). São Paulo: FGV/EAESP, v. 41, n. 3, jul/set, 2001, p. 8-19. OLIVEIRA, D. de P. R. Teoria Geral da Administração: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2008. RUDIO, Fram, Vicxgor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis, vozes, 1980. SANDRONI, P. Novíssimo Dicionário de Economia. São Paulo: Best Seller, 1999. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002. VIDAL, M. C. A materialidade da Organização do Trabalho como Objeto da Intervenção Ergonômica: Slides. Universidade Federal de São Carlos. São Carlos/SP: 1997. Disponível em: <http://www.simucad.dep.ufscar.br/AETpos/seminario-Douglas-Vidal.pdf>. Acesso em 20 de março de 2009 às 18 hs.

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II TRABALHO

2.1 DEFINIÇÃO E CONCEITO

A palavra trabalho deriva do latim "tripaliare", que significa torturar, daí a idéia de

sofrer ou esforçar-se e, finalmente, de trabalhar ou agir.

Da economia têm-se as seguintes definições:

a) Trabalho: “Um dos fatores de produção, é toda atividade humana voltada para a

transformação da natureza, como o objetivo de satisfazer uma necessidade.” (SANDRONI,

1999, p. 609);

b) Trabalho assalariado: “... é típico do modo de produção capitalista, no qual o trabalhador,

para sobreviver, vende ao empresário sua força de trabalho em troca de um salário.”

(SANDRONI, 1999, p. 609);

c) Trabalho simples: “... inclui apenas a energia corporal comum a todos os indivíduos.”

(SANDRONI, 1999, p. 609) – trabalhador não especializado;

d) Trabalho complexo: “... inerente ao trabalhador especializado, ao técnico, portador de

trabalho multiplicador e concentrado.” (SANDRONI, 1999, p. 609) – trabalhador qualificado;

e) Trabalho produtivo: “... trabalho que produz um objeto para o mercado, sendo fonte de

mais valia.” (SANDRONI, 1999, p. 609);

f) Trabalho improdutivo: “... não produz valor de troca, mesmo que dê origem a um objeto

material.” (SANDRONI, 1999, p. 609);

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g) Trabalho alienado: “Trabalho cujo produtor não é seu proprietário, nem dos produtos por

eles criados, pois estes são apropriados pelo capitalista, senhor dos meios de produção e,

momentaneamente, proprietário da própria força de trabalho do operário.” (SANDRONI,

1999, p. 609).

Após estas definições é possível observar que a palavra trabalho é usada em diversos

sentidos, pois:

1) Pode referir-se:

a) a qualquer atividade humana (inclusive a puramente mental ou intelectual), ou;

b) atividades de natureza exclusivamente econômicas;

2) Pode estar associado:

a) à todo esforço humano realizado com o corpo;

b) à produção ou à troca.

A palavra trabalho pode ser utilizada em várias situações, que lhe empregam vários

conceitos.

Em situações de Projeto do Trabalho, a palavra trabalho tem seu conceito relacionado

à seguinte definição:

TRABALHO = TAREFAS E/OU OPERAÇÕES E/OU ATIVIDADES REALIZADAS POR

RECURSOS HUMANOS.

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Considerando esta definição de trabalho é importante entender os seguintes termos:

→ PRODUTO 1 ou SERVIÇO ou SERVIÇO ADMINISTRATIVO 1 = TAREFA 1;

→ TAREFA 1 = m OPERAÇÕES (op 11, op12, ...., op1m);

→ op 11 = x ATIVIDADES (Ativ 11A, Ativ 11b, ... Ativ 11X).

Essas tarefas, operações e atividades podem ser executadas por:

a) Recursos Físicos;

b) Recursos Humanos;

c) Recursos Físicos e Recursos Humanos.

Esta é uma decisão que pode ser tomada no:

a) Projeto do Processo;

b) Projeto das Instalações;

c) Projeto do Trabalho;

d) ou, em mais de um destes Projetos.

2.1.1 Abordagem histórica do conceito de trabalho

O conceito do trabalho, conforme afirma Sandroni (1999), assumiu formas

particulares ao longo da história, conforme os diversos modos de produção. Em cada época

histórica existia uma relação de trabalho mais característica, predominante o que não quer

dizer que não existissem outras.

Na comunidade primitiva, teve caráter solidário, coletivo, enquanto que, nas

sociedades de classes (escravista, feudal e capitalista) se tornou alienado.

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Até a Idade Média, o trabalho, conforme MACHADO (2006), era considerado como

um sinal de desprezo, inferioridade, depois, o trabalho passou a ser considerado fonte de

realização pessoal e social.

O Quadro 01 resume o conceito de trabalho ao longo da história do Ocidente.

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HISTÓRIA PÉRÍODOS SISTEMA

RELAÇÕES DE

TRABALHO Regime

PAPÉIS DIREITOS DO

TRAB. ESSÊNCIA

Pré-história ----- ----- ----- Trabalho possui caráter solidário, coletivo.

IDADE ANTIGA

4000 a 3500 a.C. ao século V: desde a invenção da escrita (4000 a 3500 a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.).

ESCRAVISMO Escravizador x

escravo ESCRAVIDÃO

- Escravos: trabalho; - Homens-livres: 1. Filosofia (definições de questões econômicas, sociais e políticas; 2. Artesanato.

- Nenhum. - O ócio dos filósofos; - O senhor é sujeito dos direitos, titular de dominium sobre o escravo.

FEUDALISMO Senhor x servo SERVIDÃO

- Servos: trabalho; - “Homem-livre”: política, guerra, caça, sacerdócio e o exercício do poder.

- Morar nas terras do senhor.

- O trabalho é condenado, pela Igreja Católica, como uma forma de enriquecimento; - Trabalho como ½ de subsistência, disciplina e purificação da mente.

IDADE MÉDIA

Séculos V ao XV: ... até o fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla (em 1453 d.C.).

(fim da Idade Média)

- Mestre x aprendiz

- Relações familiares

CORPORAÇÕES

- Mestres: são os donos das unidades de produção – corporações; - Aprendiz: livre, mais impossibilitado de exercer sua atividade profissional em outro lugar ou de modo diverso daquele que é imposto pelo mestre da corporação da localidade onde vive.

- Aprender o ofício da profissão.

- Corporações: grupos profissionais que desenvolvem seus trabalhos com rígidos métodos e hierarquia e que possuem autonomia de regulamentação das RT, por meio de estatutos; - O trabalho se torna assalariado.

Quadro 01 – Conceito de trabalho ao longo da história do Ocidente (Continua...)

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HISTÓRIA PÉRÍODOS SISTEMA

RELAÇÕES DE

TRABALHO Regime

PAPÉIS DIREITOS DO

TRAB. ESSÊNCIA

Século XV

IDADE MODERNA

Séculos XVI e XVII: ... até a Revolução Francesa (em 1789).

MERCANTILISMO

---- ----

- Liberdade de trabalho.

- Os reis exercem o poderio econômico e político e assim, ditam as relações de trabalho- Absolutismo; - Especialização regional da produção; - Trabalho assalariado;

Século XVIII

IDADE CONTEMPORÂNEA

Séculos XIX e XX: ... até?

CAPITALISMO

- Classe capitalista x proletária

SALARIATO

- Classe capitalista: detentora dos meios de produção; - Classe proletária: trabalho.

- Salário... - Surge o conceito de emprego; - As relações de trabalho se firmam com base em um contrato de locação de serviços.

SÉCULO XXI Quadro 01 – Conceito de trabalho ao longo da história do Ocidente (Fim.)

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2.1.2 Conceito de trabalho x emprego

As palavras trabalho e emprego possuem significados diferentes, apesar de estarem

associadas, conforme Iamamoto; Isotani; Endo (1999). O trabalho existe desde o instante que

o homem começou a transformar a natureza e o ambiente ao seu redor.

Enquanto que, o emprego é um conceito que surgiu por volta da Revolução

Industrial. Assim:

a) Emprego: “É a relação, estável, e mais ou menos duradoura, que existe entre quem

organiza o trabalho e quem realiza o trabalho. É uma espécie de contrato no qual o possuidor

dos meios de produção paga pelo trabalho de outros, que não são possuidores do meio de

produção.” (IAMAMOTO; ISOTANI; ENDO, 1999);

b) Relação de emprego: 1. “... a relação jurídica de natureza contratual tendo como sujeitos o

emprego e o empregador e como objeto o trabalho subordinado, continuado e assalariado."

(NASCIMENTO, 1992, p. 269); 2. "... é o vinculo obrigacional que subordina o empregado

ao empregador, resultante do contrato individual de trabalho." (RUSSOMANO, 1984, p. 110).

É possível perceber nas definições anteriores que a noção de contrato está na

centralidade para a compreensão do emprego, que implica ainda em uma relação de trabalho

estável, continuada e jurídica, cujos sujeitos das relações de trabalho são o empregador e o

empregado. Além disso, estas definições demonstram que o empregador é subordinado ao

empregador e que o trabalho é assalariado.

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2.2 ASPECTOS DO TRABALHO

MORIN, E. M. Os Sentidos do Trabalho. Revista de Administração de Empresas (RAE). São Paulo: FGV/EAESP, v. 41, n. 3, jul/set, 2001, p. 8-19.

Ao longo da história surgiram diferentes conceitos e definições de Trabalho. Estes

diferentes conceitos e definições levam a diferentes entendimentos dos sentidos do trabalho,

diferentes formas de Organização do Trabalho e diferentes tipos de Relações de Trabalho, ao

mesmo tempo em que são influenciadas por estas.

As diferentes formas de Organização do Trabalho estão diretamente relacionadas com

as diferentes Teorias das Organizações adotadas pelas organizações e são influenciados, ao

mesmo tempo em que influenciam os diferentes entendimentos dos sentidos do trabalho e as

diferentes tipos de Relações do Trabalho

As Relações do Trabalho também são influenciadas pela legislação, cultura, política e

religião das regiões (nações, estados, cidades).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IAMAMOTO, E. M.; ISOTANI, S. ENDO, R. B. O fim dos empregos. Página dos Projetos dos Alunos, Disciplina Informação, Comunicação e a Sociedade do Conhecimento, Departamento de Ciências da Computação, Instituto de Matemática e Estatística (IME), Universidade de São Paulo (USP), São Paulo/SP, 1999. Disponível em: <http://www.ime.usp.br/~is/ddt/mac333/projetos/fim-dos-empregos/empregoEtrabalho.htm>. Acesso em 17 de fev de 2009 às 10 hs 45.

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MACHADO, D. C. O conceito “trabalho”. Lisboa: 2006. Disponível em:< http://www.solidariedade.pt/UserFiles/File/conceito-trabalho-dm.doc>. Acesso em 17 de fev de 2009 às 10 hs 30.

MORIN, E. M. Os Sentidos do Trabalho. Revista de Administração de Empresas (RAE). São Paulo: FGV/EAESP, v. 41, n. 3, jul/set, 2001, p. 8-19.

NASCIMENTO, A. M. Curso de direito do trabalho. 10.ed. São Paulo: Saraiva, 1992.

RUSSOMANO, M. V. O empregador e o empregado no direito brasileiro. 7.ed. Rio de Janeiro: Forense, 1984

SANDRONI, P. Novíssimo Dicionário de Economia. São Paulo: Best Seller, 1999.