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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS UMA INTRODUÇÃO HISTÓRICA À ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS. A atividade de material existe desde a mais remota época, através das trocas de caças e de utensílios até chegarmos aos dias de hoje, passando pela Revolução Industrial. Produzir, estocar, trocar objetos e mercadorias é algo tão antigo quanto à existência do ser humano. A Revolução Industrial, meados dos séc. XVIII e XIX acirrou a concorrência de mercado e sofisticou as operações de comercialização dos produtos, fazendo com que “compras” e “estoques” ganhassem maior importância. Este período foi marcado por modificações profundas nos métodos do sistema de fabricação e estocagem em maior escala. O trabalho, até então, totalmente artesanal foi em parte substituído pelas máquinas, fazendo com a produção evoluísse para um estágio tecnologicamente mais avançado e os estoques passassem a ser vistos sob um outro prisma pelas administrações. A constante evolução fabril, o consumo, as exigências dos consumidores, o mercado concorrente e novas tecnologias deram novo impulso à Administração de Materiais, fazendo com que a mesma fosse vista como uma arte e uma ciência das mais importantes para o alcance dos objetivos de uma organização seja ela qualquer que fosse. Um dos fatos mais marcantes e que comprovaram a necessidade de que materiais devem ser administrados cientificamente foi, sem dúvida, as duas grandes guerras mundiais, isso sem contar com outros desejos de conquistas como, principalmente, o empreendimento de Napoleão Bonaparte. Em todos os embates ficou comprovado que o fator abastecimento ou suprimento se constituiu em elemento de vital importância e que determinou o sucesso ou o insucesso dos empreendimentos. Soldados e estratégias por mais eficazes que fossem, eram insuficientes para o alcance dos resultados esperados. Munições, equipamentos, víveres, vestuários adequados, combustíveis foram, são e serão necessários sempre, no momento oportuno e no local certo, isto quer dizer que administrar materiais é como administrar informações: “quem os têm quando necessita, no local e na quantidade necessária, possui ampla possibilidade de ser bem sucedido”. CENÁRIO ECONÔMICO ATUAL Competitividade acirrada -Focar em ter produto de qualidade é insuficiente para garantir bons resultados; -Preocupação em regular fluxo (produtivo, vendas, compras, recebimento, distribuição). -Estoque { - Garantir matéria-prima para produzir; -Garantir produtos para vender; Antes: Foco no produto ou serviço propriamente dito (a qualidade era o diferencial); Com a evolução da sociedade:

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAISUMA INTRODUÇÃO HISTÓRICA À ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS.

A atividade de material existe desde a mais remota época, através das trocas de caças e de utensílios até chegarmos aos dias de hoje, passando pela Revolução Industrial. Produzir, estocar, trocar objetos e mercadorias é algo tão antigo quanto à existência do ser humano.

A Revolução Industrial, meados dos séc. XVIII e XIX acirrou a concorrência de mercado e sofisticou as operações de comercialização dos produtos, fazendo com que “compras” e “estoques” ganhassem maior importância. Este período foi marcado por modificações profundas nos métodos do sistema de fabricação e estocagem em maior escala. O trabalho, até então, totalmente artesanal foi em parte substituído pelas máquinas, fazendo com a produção evoluísse para um estágio tecnologicamente mais avançado e os estoques passassem a ser vistos sob um outro prisma pelas administrações.

A constante evolução fabril, o consumo, as exigências dos consumidores, o mercado concorrente e novas tecnologias deram novo impulso à Administração de Materiais, fazendo com que a mesma fosse vista como uma arte e uma ciência das mais importantes para o alcance dos objetivos de uma organização seja ela qualquer que fosse.

Um dos fatos mais marcantes e que comprovaram a necessidade de que materiais devem ser administrados cientificamente foi, sem dúvida, as duas grandes guerras mundiais, isso sem contar com outros desejos de conquistas como, principalmente, o empreendimento de Napoleão Bonaparte. Em todos os embates ficou comprovado que o fator abastecimento ou suprimento se constituiu em elemento de vital importância e que determinou o sucesso ou o insucesso dos empreendimentos. Soldados e estratégias por mais eficazes que fossem, eram insuficientes para o alcance dos resultados esperados.

Munições, equipamentos, víveres, vestuários adequados, combustíveis foram, são e serão necessários sempre, no momento oportuno e no local certo, isto quer dizer que administrar materiais é como administrar informações: “quem os têm quando necessita, no local e na quantidade necessária, possui ampla possibilidade de ser bem sucedido”.

CENÁRIO ECONÔMICO ATUAL Competitividade acirrada -Focar em ter produto de qualidade é insuficiente para garantir bons resultados; -Preocupação em regular fluxo (produtivo, vendas, compras, recebimento, distribuição). -Estoque { - Garantir matéria-prima para produzir; -Garantir produtos para vender; Antes: Foco no produto ou serviço propriamente dito (a qualidade era o diferencial); Com a evolução da sociedade: -Conceito de qualidade se amplia; - Sai da esfera do produto; - Mais um conceito subjetivo; - Varia de grupo para grupo. Busca por diferencial -Qualidade ligada ao produto – Torna-se comum (Passa a ser uma obrigação e não um diferencial. É o mínimo que o cliente espera) Redução contínua custos!!! Gasto: É todo dispêndio financeiro, todo sacrifício que uma entidade arca para a aquisição de um bem ou serviço. Ex: aquisição de máquinas, equipamentos, veículos, móveis, ferramentas, etc. Custo: - É o gasto, ou seja, o sacrifício financeiro que a entidade arca no momento da utilização dos fatores de produção para a realização de um bem ou serviço. É o dinheiro que sua empresa gasta para produzir o que será oferecido aos clientes, podem ser entendidos conforme o segmento da entidade. Ex: No comércio: a aquisição de mercadorias; Na indústria: a aquisição de matérias-primas, insumos e mão-de-obra na produção de um bem; Em uma empresa que faz sites: o salário dos funcionários que desenvolvem os sites como um custo, pois são eles que produzem o que será vendido; Em um restaurante: alimentos preparar seus pratos e todos os produtos gastos com o seu preparo, são custos. Identificar corretamente os custos dos produtos ou serviços pode ajudar na definição de quanto você irá cobrar por eles. Despesas: É o dinheiro que sua empresa gasta para vender um serviço ou produto e, assim, gerar receitas. Diferente dos custos, as despesas não são gastos usados para produzir o que será oferecido aos clientes. Ex: os gastos com salários, aluguel, telefone, propaganda, comissão de vendedores, impostos, pagamento de fretes, entre outros, estão entre as despesas mais comuns. Cuidado com despesas como multas e juros. Elas podem comprometer suas contas e diminuir o dinheiro disponível em caixa.

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Perdas: São gastos imprevistos e que não trazem retorno algum para a empresa. Ex: problemas nos computadores, acidentes de trabalho, produtos vencidos no estoque ou incêndios, sempre há desperdício de dinheiro. Por isso é importante estar sempre atento para evitar perdas. Desperdício - É o consumo intencional, que por alguma razão não foi direcionado à produção de um bem ou à prestação de um serviço. Ter estas definições claras pode ajudar você a fazer o controle dos gastos da sua empresa de maneira mais tranquila.RECURSOS

PRODUÇÃO DE PRODUTOS/SERVIÇOS = RECURSOS (FINANCEIROS, MATERIAIS E HUMANOS)Recursos: É tudo aquilo que gera ou tem a capacidade de gerar riquezas, no sentido econômico do termo. (Martins, 2006). Recursos escassos (ou de difícil obtenção) DESPERDICÍO VALOR Eliminação desperdícios Melhor utilização recursos

A EMPRESA E SEUS RECURSOS Toda produção depende da existência conjunta de três fatores de produção: natureza, capital e trabalho, integrados por um quarto fator denominado empresa. Para os economistas, todo processo produtivo se fundamenta na conjunção desses quatro fatores de produção.

Natureza: É o fator que fornece os insumos necessários à produção. É o fator de produção que proporciona as entradas de insumos para que a produção possa se realizar. Ex: matérias-primas, os materiais, a energia etc. Capital: É o fator que fornece o dinheiro necessário para adquirir os insumos e pagar o pessoal. É o fator de produção que permite meios para comprar, adquirir e utilizar os demais fatores de produção; Trabalho: é o fator constituído pela mão de obra, que processa e transforma os insumos, através de operações manuais ou de máquinas e ferramentas, em produtos acabados ou serviços prestados. É o fator de produção que atua sobre os demais, isto é, que aciona e agiliza os outros fatores de produção. É comumente denominado mão de obra, porque se refere principalmente ao operário manual ou braçal que realiza operações físicas sobre as matérias-primas, com ou sem o auxílio de máquinas e equipamentos; Empresa: é o fator integrador capaz de aglutinar a natureza, o capital e o trabalho em um conjunto harmonioso que permite que o resultado alcançado seja muito maior do que a soma dos fatores aplicados no negócio. A empresa constitui o sistema que aglutina e coordena todos os fatores de produção envolvidos, fazendo com que o resultado do conjunto supere o resultado que teria cada fator isoladamente. Isto significa que a empresa tem um efeito multiplicador, capaz de proporcionar um ganho adicional, que é o lucro.

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Nesse sentido, esta disciplina busca mostrar a maneira de gestão de recursos materiais e patrimoniais, detalhando o papel dos estoques em uma organização, integração com o processo de compras, conceituar e mostrar formas de gerenciamento para alcançar os objetivos esperados. Então, uma empresa estruturada, deve ser vista como um conjunto de recursos a serem gerenciados de maneira que cada recurso tenha um papel estratégico no alcance dos objetivos a serem atingidos. Resumidamente, pode-se dizer que uma empresa, seja ela produtiva ou de serviços, segue o seguinte modelo: Não que seja necessário seguir essa ordem – mas essas atividades estariam presentes em qualquer tipo de organização empresarial. Em cada uma dessas etapas, podemos enxergar o que pode ser classificado de recursos, e boa parte deles são recursos escassos ou de difícil obtenção. A gestão desses recursos escassos tem sido a preocupação dos gestores que estão ligados direta ou indiretamente às atividades produtivas, tanto na produção de bens tangíveis quanto na prestação de serviços. Na figura anterior, podemos identifica 5 tipos de recursos:

DIFERENCIANDO A GESTÃO DOS RECURSOS MATERIAIS DOS RECURSOS PATRIMONIAIS Diferença Básica entre Administração de Materiais e Administração Patrimonial A diferença básica entre Administração de Materiais e Administração Patrimonial é que a primeira se tem por produto final a distribuição ao consumidor externo e a área patrimonial é responsável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto final é a conservação e manutenção de bens.

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Lembrando, recursos é tudo aquilo que gera ou tem a capacidade de gerar riqueza, no sentido econômico do termo. Martins (2006). Um item de estoque é um recurso, pois, agregado a um produto em processo, irá constituir-se em produto acabado, que deverá ser vendido por um preço superior aos seus custos – gerando um ganho Um edifício que abriga as instalações de uma empresa é um recurso, já que é essencial para seu funcionamento. Aqueles que trabalham na empresa também constituem recursos, pois, com seu conhecimento, geram novas ideias, que são transformadas em novos produtos, novos métodos de trabalho, serviços cada vez mais personalizados – esses são os recursos humanos. O recurso mais perceptível é o capital – dinheiro –, pois é a fonte para aquisição de todos os outros recursos. Com a complexidade estrutural das empresas em busca de competitividade, a tecnologia é um recurso que ganha importância a cada dia, pois tecnologias mais avançadas produzem um diferencial em relação às anteriores, normalmente resultando em menores custos, ou um outro diferencial que possa ser transformado em algum tipo de vantagem econômica, como maior lucro.

1.1- Administração de materiais Recursos materiais: Definidos como os itens ou componentes que uma empresa utiliza nas suas operações do dia a dia, na elaboração do produto final ou na execução da sua atividade principal. Resumidamente, são os itens de estoque, e como tais, são adquiridos regularmente. Classificam-se em: Materiais auxiliares: são os itens que não se incorporam ao produto final, mas são essenciais para que eles existam. Também chamados de improdutivos, indiretos ou não produtivos; Ex: materiais de escritório e manutenção; Matéria-prima: materiais que se incorporam ao produto final, inclusive as embalagens. Também chamados de materiais diretos ou produtivos; Produtos em processo: materiais que ainda não é produto acabado e não é mais matéria-prima, está em processo de transformação; Produtos acabados: são os materiais que agora já são produtos prontos para serem vendidos ou entregues aos clientes. Recursos patrimoniais: A importância de se analisar os recursos patrimoniais de uma organização está no fato de que a produção de bens e serviços se dão por meio de matéria-prima (não para serviços), mão-de-obra e instalações. Com o passar do tempo e com o uso, as instalações vão necessitando de uma manutenção sistemática, sendo necessário o estudo e acompanhamento de sua vida econômica, de forma que a otimização do capital empregado seja maximizado. Na visão contábil, uma empresa é constituída de bens, direitos e obrigações. Os bens podem ser itens de estoques – maquinários, móveis etc. Aqui, para fins da disciplina em questão, vamos considerar bens

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estruturais, móveis, equipamentos; em outras palavras, estrutura patrimonial da empresa. (máquinas e galpões) Recursos humanos:Interface homem x máquina Minas de carvão - Inglaterra A MINA DE CARVÃO Eram galerias subterrâneas exploradas nos séculos 18 e 19 para abastecer a indústria inglesa que estava nascendo. Extraindo cerca de 100 milhões de toneladas de carvão por ano, a Inglaterra trocou o esforço humano por locomotivas, teares e máquinas de fiação, impulsionando a Revolução Industrial. As minas de carvão não são apenas conseqüência da Era das Máquinas, mas também uma causa. Nas primeiras jazidas, usavam-se bombas de água para retirar a água que se acumulava. "Essa tecnologia rudimentar foi adaptada pelo escocês James Watt para os teares, criando seu motor a vapor, que desencadeou a revolução", diz José Jobson de Andrade Arruda, especialista em história econômica, da Unicamp. Até a invenção de Watt, motores a vapor eram geringonças dispendiosas demais. Depois dele, seriam os grandes amigos do homem OURO NEGRO O combustível da Era das Máquinas era extraído na Inglaterra os mineradores ingleses contavam com ajuda de animais e crianças. NO INÍCIO, A EXPLOSÃO Para abrir túneis e extrair o carvão da terra, os mineiros utilizavam dinamite – criada graças a uma invenção dos chineses, a pólvora, que chegou à Europa no século 16. Vigas de madeira sustentavam as galerias, que tinham pouco mais de 1 metro de altura e que chegavam até 400 metros de profundidade FORÇA ANIMAL Apesar de moverem as máquinas da Revolução Industrial, as minas de carvão contavam com pouca tecnologia. Pôneis e mulas, animais baixos e resistentes, eram usados para puxar os pequenos vagões cheios de carvão e mover os elevadores. Uma mina de tamanho médio tinha mais de 50 animais trabalhandoSEPULTURA - Enterrados vivos Umidade, calor e gases gerados pela queima de lampiões se misturavam à terra para criar um cenário dos mais perigosos deixando o ambiente insuportável, colocando a vida dos mineiros em risco. Além disso, erros na dosagem da dinamite ou problemas na estrutura que sustentava as paredes transformavam a mina, com freqüência, em sepultura. ELEVADOR O espaço pelo qual passavam o elevador e a mangueira da bomba d’ água era a principal referência espacial da mina. Para ele convergiam as galerias principais, equipadas com trilhos para os carrinhos que transportavam o carvão mineral recém extraído DESPERTADOR Assim como em diversas fábricas do século 18, os castigos corporais eram freqüentes nas galerias das minas de carvão. A função da chibata não era punir, mas manter o trabalhador acordado durante o extenso expediente, que chegava a 14 horas diárias CLIMA INFERNAL Quanto mais os mineiros se aprofundavam na terra, mais o termômetro subia. A partir dos 300 metros de profundidade, a temperatura subia 1ºC a cada 33 metros. O ar intoxicado das galerias provocava uma inflamação nos pulmões que ficou conhecida como “doença negra” CRIANÇAS NO TÚNEL Quanto mais profundo era o túnel, mais difícil era abri-lo. Nesse caso, fazia-se um pequeno buraco e colocava-se uma criança, de 5 a 7 anos, para escavá-lo. Para recolher o carvão extraído, o pequeno trabalhador levava um carrinho amarrado ao pé.Entrevista realizada com o pai de duas meninas menores de idade à época: “1. Pergunta: A que horas vão as menores à fábrica? Resposta: Durante seis semanas foram às três horas da manhã e voltaram às dez horas da noite. 2. Pergunta: Quais os intervalos concedidos durante as dezenove horas, para descansar ou comer? Resposta: Quinze minutos para o desjejum, meia hora para o almoço e quinze minutos para beber. 3. Pergunta: Tinha muita dificuldade para despertar suas filhas? Resposta: Sim. A princípio, tínhamos que sacudi-las para despertá-las e se levantarem, bem como vestirem-se antes ir ao trabalho. 4. Pergunta: Quanto tempo dormiam? Resposta: Nunca se deitavam antes das onze horas, depois de lhes dar algo que comer, e então, minha mulher passava toda a noite em vigília 13 ante o temor de não despertá-las na hora certa. 5. Pergunta: A que horas eram despertadas? Resposta: Geralmente, minha mulher e eu nos levantávamos às duas horas da manhã para vesti-las. 6. Pergunta: Então, somente tinham quatro horas de repouso? Resposta: Escassamente quatro. 7. Pergunta: Quanto tempo durou essa situação?

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Resposta: Umas seis semanas. 8. Pergunta: Trabalhavam desde as seis horas da manhã até às oito e meia da noite? Resposta: Sim, é isso. 9. Pergunta: As menores estavam cansadas com esse regime? Reposta: Sim, muito. Mais de uma vez ficaram adormecidas com a boca aberta. Era preciso sacudi-las para que comessem. 10. Pergunta: Suas filhas sofreram acidentes? Resposta: Sim, a maior, a primeira vez que foi trabalhar, prendeu o dedo em uma engrenagem e esteve cinco semanas no hospital de Leeds. 11. Pergunta: Recebeu o salário durante esse tempo? Resposta: Não, desde o momento do acidente, cessou o salário. 12. Pergunta: Suas filhas foram remuneradas? Resposta: Sim, ambas. 13. Pergunta: Qual era o salário em semana normal? Resposta: Três shillings por semana, cada uma. 14. Pergunta: E quando faziam horas suplementares? Resposta: Três shillings e sete pences e meio.”. (NASCIMENTO, Amauri Mascaro, “A indignação do trabalho subordinado”, IN: Curso de Direito do Trabalho, Saraiva, São Paulo,1992, pág. 11-12.) SUGESTÕES DE FILMES: Germinal – retrata a situação dos trabalhadores das minas de carvão na França. Tempos Modernos – situando-se num período um pouco mais à frente, Charlie Chaplin retrata a produção em série do trabalho nas fábricas.Recursos tecnológicos: Como exemplo de tecnologias que proporcionam maior mobilidade e funcionalidade, resultando em ganhos, tem vários tipos de softwares. E desenvolvimentos desses softwares são cada vez mais intensos. No campo da gestão de materiais, existem softwares altamente sofisticados de simulação de estoques, demanda e distribuição.

AS TRÊS FASES DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS 1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência.2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em prejudicar outras áreas da Organização. Busca pela eficácia. 3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par atender bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efetividade.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – PE - (3 níveis)Estratégico Tático Operacional Traçamos os objetivos

Traçamos as metas Traçamos as ações a serem realizadas

Processo de tomada de decisãoP L A N E J

Eficácia (planejamento prévio) Eficiência É fazer a coisa certa, referindo-se a resultados.

É fazer bem as coisas, referindo-se a processos;

É a coisa certa; é o resultado; o objetivo: é aquilo para que se faz, isto é, a sua Missão.

É fazer certo; é o meio para se atingir um resultado; é a atividade, ou, aquilo que se faz.

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A M E N T O

Qual a Missão da área de Treinamento? PESSOAS APTAS às necessidades da organização. A área de treinamento treina, ou desenvolve suas atividades para alcançar este resultado.

Treinar pessoas; reciclar; desenvolver ou algo parecido. (verbos e dirige-se à ação, portanto refere-se a aquilo que se faz, ou à atividade ou o MEIO para se atingir o resultado). Utiliza-se, com freqüência o indicador de “homens/horas/treinamento” para medir o seu esforço, ou seja, a sua eficiência no desenvolvimento da ação

Qual a Missão da área de manutenção de ar condicionado? Manter o AR CONDICIONADO FUNCIONANDO. Consertar ar condicionado é o que

A eficiência é medida pelo tempo que gasta consertando ar condicionado; Diz respeito a como fazer e está relacionada às ações a serem realizadas, definidas no nível operacional.

Ex: Uma pessoa eficaz é aquela que faz aquilo que dever ser feito, que cumpre com suas metas, que realiza o que foi proposto. Cláudio vendeu sua quota de produtos. Eliza também, mas gastou 30% de gasolina a menos. Neste caso, se a meta era vender a quota, ambos foram eficazes, mas Eliza foi mais eficiente.

É uma questão de custo-benefício, onde buscamos ter o mínimo de perdas e/ou desperdício. Uma relação entre os resultados obtidos e os recursos empregados. Se toda a sua equipe entregou o relatório na data prevista, foram eficazes. Mas se você conseguiu fazê-lo e ainda sobrou tempo para realizar a próxima tarefa, ou mesmo para aproveitar o resto do dia e ir ao cinema, então você foi eficiente.

As diferenças entre esses dois conceitos podem até parecer sutis, mas realmente são extremamente importantes: Eficiência é fazer certo as coisas, eficácia são as coisas certas. E complementa: o resultado depende de “fazer certo as coisas certas”, que é a efetividade. EFICIÊNCIA - É a relação entre o resultado alcançado e os recursos utilizados; BATALAS (2001). EFICÁCIA - É a extensão na qual as atividades planejadas são realizadas e os resultados planejados são alcançados. EFETIVIDADE – É a satisfação continuada dos diversos parceiros de relação negocial. CHIAVENATO (1997). Trata-se de se colocar, perenemente, a eficiência a serviço da eficácia. É ser, ao mesmo tempo e reiteradamente, eficiente e eficaz, objetivando a sobrevivência, a perpetuidade e o aumento do valor da organização (BUENO, 1995).MEDIDA DE DESEMPENHO A administração de materiais tem como base de trabalho a responsabilidade de manter o material certo, na quantidade certa, na hora certa para ser vendido ou utilizado . Isso pode fazer com que a empresa não precise comprar grandes quantidades ou comprar a qualquer preço. Qualquer falha que ocorra nessa operação pode comprometer o bom funcionamento da empresa, pois o objetivo não é só produzir e vender – mas sim produzir e vender da melhor maneira possível. Desempenho: Todas as ações que levam ao resultado esperado, então, avaliar o que ocorre na gestão dos materiais é essencial – essa avaliação é o que se pode chamar de medida de desempenho. Essa medida de desempenho é uma maneira de medir o desempenho em determinada área, e agir sobre os desvios em relação aos objetivos traçados (Martins, 2006). Então, mensurar o desempenho é possibilitar uma tomada de decisão que leve a ação mais efetiva. No gerenciamento empresarial, podemos ver algumas medidas de desempenho; como exemplo: nível de atendimento ao cliente; tempo de ciclo e confiabilidade das entregas do processo produtivo; nível de qualidade dos produtos, entre outros. 1.1.2 Principais indicadores na gestão de materiais a serem avaliados • Incidência de erros; • entregas e coletas no prazo; • tempo de localizar um item; • perdas de materiais; • tempo de espera de veículos para descarregar; • tempo de conferência de pedidos; • controle sobre prazo de validade de produtos;

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• tempo de permanência de produtos no armazém; • utilização de espaço, mão de obra e equipamento; • acuracidade de estoque e do pedido; (após inventário, valor percentual de itens com registros corretos / Valor total de itens) • giro de estoques; • velocidade de separação, de expedição, de recebimento; • tempo de resposta ao cliente. Técnicas em administração de materiaisAdministração de materiais: é definida como um grupo de atividades desenvolvidas em uma empresa, que pode ser de forma centralizada ou não, com o objetivo de suprir as necessidades de cada um dos setores de uma empresa, com os materiais necessários ao desempenho normal das atividades corriqueiras de cada setor. Tais atividades envolvem desde a previsão das necessidades de compras, a previsão de recebimento, de armazenagem dos materiais, o fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes até as operações gerais de controle de estoques – como controlar volume –, giro tempo de cobertura etc. Balou (1998) afirma: “A Administração de Materiais visa à garantia de existência contínua de um estoque organizado de modo a nunca faltar nenhum dos itens que o compõem, sem tornar excessivo o investimento total”. Percebe-se que a administração de materiais é uma função que tem como responsabilidade (o coordenador) o planejamento dos materiais e controlar o fluxo de materiais, que se refere à movimentação dos itens em sua entrada e saída. Esse processo se inicia no fornecedor, passa pela produção e chega ao consumidor e esse processo deve ser gerenciado de maneira a garantir eficiência e competitividade para a empresa. Principais Técnicas em administração de materiais Desenvolvimento de Fornecedores Fornecedor Preferencial: é fundamental um relacionamento estratégico com os fornecedores. Cada troca de fornecedor significa aprender o seu jeito de funcionar. Essa técnica consiste em seleciona fornecedores para garantir a qualidade eliminando testes de recebimento e garantindo o feedback e correção de defeitos na fábrica do fornecedor. O objetivo é assegurar que o produto final atenda às expectativas dos clientes. Pode evoluir para parcerias e consórcios de fornecedores. O ponto forte é manter parcerias, buscando ter poucos, mas bons fornecedores. Ex: Em 1996 a Gessy Lever tinha 180 fornecedores, apenas em Transporte. Em menos de três anos, esse número já era 58; e o índice de solicitação do cliente atendida na qualidade certa e prazo certo haviam passado de 26% para mais de 80%. (fidelização de fornecedores). Programação de fornecedores O fluxo da informação e a rapidez e exatidão em que se dá é uma importante ferramenta para a boa gestão de materiais. Receber o item certo, na hora certa e na quantidade certa requer um relacionamento integrado entre os participantes de um negócio, ou pelo menos os mais importantes. O Effficient Consumer Response (ECR), ou Resposta Eficiente ao Consumidor, é uma estratégia amplamente utilizada em supermercados, segundo a qual fornecedores trabalham em conjunto para proporcionar maior valor para o cliente e maior redução dos custos. Isso ocorre por saber exatamente o que e quanto está vendendo, informação que é transmitida para os parceiros. Ex: Quando compramos um xampu no supermercado; ao registrar no caixa, o sistema dá baixa no estoque da loja, que gera uma informação ao estoque central da loja, que o repõe no dia seguinte, o que, por sua vez, reduz o estoque central que gera informação para compras, acionando o fornecedor, podendo abastecer a rede diariamente. Nesse processo, os produtos são identificados por código de barras ou RFID – que é uma transferência de dados por radiofreqüência. Há intenso uso de EDI – transferência eletrônica de dados. Essa estrutura possibilita saber o que, quando e quanto deve receber os itens necessários, possibilitando menores estoques, menor volumes de produção e adequação às mudanças de consumo. Kanban (em português, significa “cartão”) É uma ferramenta de controle de fábrica pela qual as necessidades de entregas determinam os níveis de estoque no decorrer do processo. Tem como objetivo mudar o processo de empurrar da produção para o método de puxar, oferece o start de produção (é uma alavanca). O Kanban busca o volume adequado, melhorar o fluxo dos volumes de produtos, busca seqüência correta (o processo subseqüente deve retirar no processo precedente os produtos necessários

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nas quantidades e no momentos necessários), usa de engenharia de processos e layout (o processo precedente deve produzir seus produtos nas quantidades requisitadas pelo processo subseqüente), utiliza gerenciamento de capacidade e monitoramento, pois produtos com defeito não devem seguir seu fluxo.Em outras palavras, orienta e direciona a produção de forma que se produza na quantidade necessária minimizando os estoques dos materiais em processo, produzindo em pequenos lotes somente o necessário. 20

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Just in Time (JIT): (é uma filosofia japonesa de produção, mais conhecida como filosofia Toyota de produção). Sistema que garante a quantidade certa, na hora exata que atenda necessidades de demanda com o mínimo em estoque. Os fornecedores devem abastecer a empresa-cliente na medida em que essa empresa necessite dos itens na linha de produção. Bases do JIT: visa reduzir ou eliminar funções ou sistemas desnecessários para o processo global de produção buscando a eliminação de tudo que não agregue valor ao produto ou serviço. É ter baixos estoques desde o fornecedor até o produto acabado no cliente. Para Martins (2006), “O JIT contempla a redução de inventários, melhoria contínua da qualidade, redução de custos do produto e agilização do prazo de entrega”. “O que não agrega valor ao produto é desnecessário, portanto, eliminável.” Kaisen. O JIT incentiva a melhoria contínua. Entender e responder às necessidades do cliente. As sete categorias de Desperdícios em Produção: ● Super produção – Antecipação da Demanda ● De Espera – Refere-se ao material que espera para ser processado. ● De Transporte – o transporte e a movimentação não agregam valor ao produto. ● De Processamento – Falta de otimização ● De Movimento – refere-se às movimentações do operador de máquinas durante o processo. ● De Produção de Produtos Defeituosos – gerados por problemas de qualidade. ● De Estoques – quando este é utilizado de forma não efetiva. Diferenciais do JIT a. Entregas parceladas b. Linha de produção sem gargalos c. Inspeção e embalagem na própria linha de produção d. Envio direto ao cliente sempre que possível e. Melhoria continua da qualidade f. Redução do custo de produção g. Agilidade do prazo de entrega. Gestão recursos patrimoniais Recurso patrimonial é o conjunto de riquezas da empresa: instalações, prédios, equipamentos e veículos da empresa. ● Bens Tangíveis – são os que podem ser trocados (edifício, veículo) ● Bens Intangíveis – não podem ser trocados (marca da empresa, logotipo). Bens, direitos e obrigações Na visão contábil, uma empresa é constituída de bens, direitos e obrigações. Os ativos são as somas dos Bens + os Direitos, os Passivos são as Obrigações, e o Capital Próprio da empresa é a diferença entre seus ativos e seus passivos. Os bens podem ser itens de estoques – maquinários, móveis etc. Aqui, para fins da disciplina em questão, vamos considerar bens estruturais, móveis, equipamentos; em outras palavras, estrutura patrimonial da empresa. (máquinas e galpões) Técnicas para gestão de recursos patrimoniais – bens e equipamentos Para um melhor entendimento, vamos aceitar que recurso patrimonial são as instalações, utilizadas nas operações do dia a dia da empresa, e, no entanto são adquiridas esporadicamente; pode-se ver, nesse conceito, prédio, equipamentos e veículos da empresa. A organização para aquisição de bens patrimoniais é bem diferente da utilizada para comprar materiais, pois envolve muito mais recursos e é muito peculiar, com projetos específicos. A organização para aquisição de equipamentos merece atenção diferenciada, pois é muito complexa e exige estudos detalhados. Os equipamentos a serem adquiridos podem ser equipamentos já existentes – padronizados, expostos em catálogos, ou equipamentos desenvolvidos por projetos específicos para alguma empresa ou necessidade. Análise investimento A justificativa de investimentos é mais do que uma simples análise de redução de custos de produção ou de desenvolvimento dos serviços.A automação da fabrica passa por sua qualidade total, redução do ciclo de fabricação, flexibilidade de programação, melhoria do ambiente de trabalho, respeito às normas de qualidade e ambientais ou adequação dos prazos de entrega às necessidades dos clientes; Simulação (planejamento)

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São simulações utilizadas no balanceamento necessário para testar decisões de mudanças organizacionais com maior grau de segurança possível. Configuração do Fluxo das operações (otimização layout) O layout da fábrica deverá ser projetado para tirar o Maximo proveito, simplificando ao máximo cada etapa de cada operação. É necessário desenvolver estudos para se chegar ao layout ótimo em função do tipo de fábrica, e facilitar a movimentação dos equipamentos de movimentação em busca de redução do lead-time de fabricação (simplificações inerentes a um fluxo ótimo).