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5/18/2018 AFOCrditosAdicionais-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/afo-creditos-adicionais 1/6 Fernando Aprato Página 1 1. CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS E CRÉDITOS ADICIONAIS A elaboração da Lei Orçamentária Anual decorre de um planejamento adequado aos projetos e atividades que o governo pretende realizar para atender e satisfazer as necessidades coletivas. O planejamento da Lei Orçamentária Anual envolve a estimativa dos recursos financeiros para realização dos projetos e atividades programadas. Assim, quando a lei é aprovada pelo Poder Legislativo, temos o surgimento da autorização para a realização de gastos dos recursos públicos, de acordo com os montantes programados e que serão destinados a cada órgão segundo sua finalidade. Essa autorização recebe o nome de crédito orçamentário (inicial ou ordinário). Ao longo do exercício financeiro e no decorrer da execução do orçamento, podem ocorrer fatos novos ou imprevisíveis que ampliem ou reduzem as necessidades coletivas já planejadas, gerando com isso a necessidade de se retificar o orçamento em vigor. Esse mecanismo de retificação é viabilizado por intermédio da utilização dos chamados créditos adicionais. O Ciclo Orçamentário, que é a seqüência das etapas desenvolvidas pelo processo orçamentário, consubstancia-se nas fases da elaboração , estudo, aprovação, execução e avaliação. Podemos definir execução orçamentária como um conjunto de procedimentos adotados pela administração governamental para que sejam alcançadas as metas estabelecidas, uma vez que é nesse estágio do ciclo orçamentário que se realiza efetivamente a atividade financeira do estado. Para realizar essa atividade financeira o governo dispõe de duas fontes: - créditos orçamentários - créditos adicionais Os créditos orçamentários são aqueles aprovados pelo Legislativo na lei do orçamento e provêm de recursos do tesouro (nacional) e de outras fontes. Os créditos adicionais são aqueles concedidos devido à insuficiência de recursos ou para atender a situações não previstas quando da sua elaboração (art. 40 da Lei nº 4.320/64). 1.1. Créditos orçamentários Consiste na autorização dada pelo Poder Legislativo ao Poder Executivo, mediante dotações orçamentárias aprovadas na Lei Orçamentária Anual (LOA), que possibilitam a execução do orçamento de programas, projetos, atividades e operações especiais, discriminados pelos órgãos e unidades orçamentárias de acordo com a classificação institucional, concedendo ao ordenador de despesa o direito de gastar os recursos públicos destinados à sua unidade gestora, mediante a emissão de empenho, limitado ao valor autorizado. O crédito orçamentário não é dinheiro, e sim uma autorização para gastar, como se fosse um cartão de crédito, com limite de gasto estabelecido na LOA, concedido ao gestor para realizar os programas governamentais sob sua responsabilidade de execução. 1.2. Créditos adicionais Durante a execução do orçamento, os recursos podem revelar-se insuficientes para a realização dos programas de trabalho, ou pode ocorrer a necessidade da realização de despesa não autorizada inicialmente. Assim com base no art. 40 da Lei n° 4.320/1964, a Lei Orçamentária poderá ser alterada no decorrer de sua execução através dos “créditos adicionais”, que são autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na lei de orçamento. Em outras palavras, podemos considerar os créditos adicionais como instrumentos de ajustes orçamentários, que visam atender às seguintes situações: corrigir falhas da Lei de Meios, mudanças de rumo das políticas públicas, variações de preço de mercado dos bens e serviços a serem adquiridos pelo governo e situações emergenciais. O ato que abrir o crédito adicional indicará a importância, a sua espécie e a classificação da despesa. São classificados em: suplementares, especiais e extraordinários. a) Suplementares são aqueles destinados a reforçar dotação orçamentária já existente mas insuficientemente contemplada no orçamento.

AFO Créditos Adicionais

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adm financeira e orçamentaria - creditos adicionais

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    1. CRDITOS ORAMENTRIOS E CRDITOS ADICIONAIS A elaborao da Lei Oramentria Anual decorre de um planejamento adequado aos projetos e

    atividades que o governo pretende realizar para atender e satisfazer as necessidades coletivas. O planejamento da Lei Oramentria Anual envolve a estimativa dos recursos financeiros para

    realizao dos projetos e atividades programadas. Assim, quando a lei aprovada pelo Poder Legislativo, temos o surgimento da autorizao para a realizao de gastos dos recursos pblicos, de acordo com os montantes programados e que sero destinados a cada rgo segundo sua finalidade. Essa autorizao recebe o nome de crdito oramentrio (inicial ou ordinrio).

    Ao longo do exerccio financeiro e no decorrer da execuo do oramento, podem ocorrer fatos novos ou imprevisveis que ampliem ou reduzem as necessidades coletivas j planejadas, gerando com isso a necessidade de se retificar o oramento em vigor. Esse mecanismo de retificao viabilizado por intermdio da utilizao dos chamados crditos adicionais.

    O Ciclo Oramentrio, que a seqncia das etapas desenvolvidas pelo processo oramentrio, consubstancia-se nas fases da elaborao, estudo, aprovao, execuo e avaliao.

    Podemos definir execuo oramentria como um conjunto de procedimentos adotados pela administrao governamental para que sejam alcanadas as metas estabelecidas, uma vez que nesse estgio do ciclo oramentrio que se realiza efetivamente a atividade financeira do estado.

    Para realizar essa atividade financeira o governo dispe de duas fontes: - crditos oramentrios - crditos adicionais

    Os crditos oramentrios so aqueles aprovados pelo Legislativo na lei do oramento e provm de recursos do tesouro (nacional) e de outras fontes.

    Os crditos adicionais so aqueles concedidos devido insuficincia de recursos ou para atender a situaes no previstas quando da sua elaborao (art. 40 da Lei n 4.320/64).

    1.1. Crditos oramentrios Consiste na autorizao dada pelo Poder Legislativo ao Poder Executivo, mediante dotaes oramentrias aprovadas na Lei Oramentria Anual (LOA), que possibilitam a execuo do oramento de programas, projetos, atividades e operaes especiais, discriminados pelos rgos e unidades oramentrias de acordo com a classificao institucional, concedendo ao ordenador de despesa o direito de gastar os recursos pblicos destinados sua unidade gestora, mediante a emisso de empenho, limitado ao valor autorizado. O crdito oramentrio no dinheiro, e sim uma autorizao para gastar, como se fosse um carto de crdito, com limite de gasto estabelecido na LOA, concedido ao gestor para realizar os programas governamentais sob sua responsabilidade de execuo.

    1.2. Crditos adicionais Durante a execuo do oramento, os recursos podem revelar-se insuficientes para a realizao dos

    programas de trabalho, ou pode ocorrer a necessidade da realizao de despesa no autorizada inicialmente.

    Assim com base no art. 40 da Lei n 4.320/1964, a Lei Oramentria poder ser alterada no decorrer de sua execuo atravs dos crditos adicionais, que so autorizaes de despesas no computadas ou insuficientemente dotadas na lei de oramento. Em outras palavras, podemos considerar os crditos adicionais como instrumentos de ajustes oramentrios, que visam atender s seguintes situaes: corrigir falhas da Lei de Meios, mudanas de rumo das polticas pblicas, variaes de preo de mercado dos bens e servios a serem adquiridos pelo governo e situaes emergenciais.

    O ato que abrir o crdito adicional indicar a importncia, a sua espcie e a classificao da despesa.

    So classificados em: suplementares, especiais e extraordinrios.

    a) Suplementares so aqueles destinados a reforar dotao oramentria j existente mas insuficientemente contemplada no oramento.

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    autorizado por lei, podendo ser a prpria lei oramentria, e aberto por Decreto do Poder Executivo. Sua abertura depende de existncia de recursos disponveis para acorrer despesa e ser precedida de exposio justificativa. Vigncia adstrita ao exerccio financeiro em que for aberto. A Lei de Oramento Anual poder conter autorizao para que o Poder Executivo abra crditos suplementares (somente) at determinada importncia. Importante! O Poder Legislativo pode autorizar a abertura de crdito adicional suplementar na prpria LOA, at determinado valor. Essa autorizao est prevista na Constituio Federal de 1988 e constitui exceo ao princpio da exclusividade, onde, em tese, a LOA no pode tratar de dispositivos estranhos previso de receita e fixao da despesa (art. 165 8, da C.F). Importante! O crdito adicional suplementar tem sempre vigncia dentro do exerccio

    financeiro, portanto, no pode passar saldo para o ano subseqente.

    Caractersticas dos crditos suplementares: A despesa est prevista no oramento, apenas o crdito no foi suficiente; A abertura do crdito depende da existncia prvia de recursos disponveis;

    So abertos por Decreto do Executivo, aps a autorizao em Lei Especial; Podem ser autorizados na prpria Lei oramentria ou em Lei Especial.

    b) Especiais so destinados a atender despesas para as quais no haja dotao oramentria especfica na Lei de Meios (LOA). O crdito especial cria novo item de despesa, para atender a um objetivo no previsto no oramento. Sua abertura depende de existncia de recursos disponveis para acorrer despesa e ser

    precedida de exposio justificativa. autorizado por lei e aberto por Decreto do Poder Executivo. Se a lei de autorizao do crdito for promulgada nos ltimos 4 (quatro) meses do exerccio, poder ser reaberto no exerccio seguinte, nos limites de seu saldo, sendo incorporado ao oramento do exerccio financeiro subseqente.

    Caractersticas dos crditos especiais: A despesa no est prevista no oramento; A abertura do crdito depende da existncia prvia de recursos disponveis;

    So abertos por Decreto do Executivo, aps a autorizao em Lei Especial; Os saldos remanescentes em 31 de dezembro podem ser transferidos para o exerccio

    seguinte, desde que o ato e autorizao tenha sido promulgado nos ltimos 4 (quatro) meses do exerccio.

    c) Extraordinrios so aqueles destinados a atender despesas urgentes e imprevisveis, como as decorrentes de guerra, comoo (perturbao) interna ou calamidade pblica. Independem da existncia prvia de recursos; Se a abertura do crdito for promulgada nos ltimos 4 (quatro) meses do exerccio, poder ser reaberto no exerccio seguinte, nos limites do seu saldo, sendo incorporado ao oramento do exerccio financeiro subseqente.

    No crdito extraordinrio no existe autorizao legislativa e sim comunicao imediata ao Poder Legislativo. Ou seja, os crditos extraordinrios sero abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dar imediato conhecimento ao Poder Legislativo, conforme dispe a Lei n 4.320/64.

    No entanto, a Constituio Federal, em seu artigo 167, 3, c/c (combinado com) o art. 62, dispe que a abertura de crdito extraordinrio somente ser admitida para atender a despesas imprevisveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoo interna ou calamidade pblica, e

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    que em caso de relevncia e urgncia, o Presidente da Repblica poder adotar medidas provisrias, com fora de lei, devendo submet-las de imediato ao Congresso Nacional.

    Desse modo, na Unio, a abertura de crditos extraordinrios realizada por meio de medida provisria, haja vista disposto constitucional, porm, nos estados ou municpios em que no haja dispositivo na constituio estadual ou na lei orgnica (municpio) prevendo o instituto da medida provisria para abertura de crdito extraordinrio, deve-se fazer por decreto do executivo.

    Quanto autorizao dos crditos extraordinrios, da mesma forma que os suplementares e especiais, h que existir uma manifestao legislativa autorizando a sua abertura. Entretanto, dada a finalidade dos crditos desta natureza (urgncia na soluo de problemas) o Texto Constitucional conferiu a eles sistemtica diversa daquela adotada para os primeiros, consubstanciada na possibilidade de serem abertos antes de sua autorizao. Com efeito, presentes os pressupostos fticos, legitimado estar o chefe do Poder Executivo a proceder a abertura imediata dos crditos necessrios ao atendimento da despesa correspondente, ainda que revelia do Legislativo. Entretanto, imediatamente aps a sua abertura o chefe do Poder executivo dever submete-los apreciao legislativa, a fim de que este proceda anlise da existncia dos pressupostos que fundamentam o ato de disponibilizao dos crditos1. A abertura, em se tratando de crditos extraordinrios poder ocorrer por intermdio de Medida Provisria2. Como esta, segundo disposio constitucional, possui fora de lei3, adotar, nessa ocasio, um carter hbrido, pois ao mesmo tempo em que autorizar a abertura do crdito, servir igualmente, como meio autorizativo de sua abertura. Em decorrncia, os atos de abertura e autorizao ocorrero simultaneamente sendo veiculados pelo mesmo instituto jurdico.O crdito aberto nas circunstncias dispostas no art. 41, III da Lei n 4.320/64 (despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoo intestina ou calamidade pblica.) somente podero ser aplicados nas despesas que motivaram sua abertura.

    Ateno! Cuidado! De acordo com o texto constitucional Os crditos extraordinrios sero abertos por medida provisria e submetidos imediatamente ao Poder Legislativo (art. 167, 3, da C.F). De acordo com o texto da Lei n 4.320/64 art. 44 os crditos extraordinrios sero abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dar imediato conhecimento ao Poder Legislativo. Importante! No h necessidade de que o Governo indique a fonte de recursos para a abertura dos crditos extraordinrios. Essa uma faculdade do chefe do Poder Executivo, mas no h vedao para que ele indique, ou seja, se quiser indicar, pode.

    Caractersticas dos crditos extraordinrios: Imprevisibilidade do fato, que requer ao urgente do poder pblico; A despesa no est prevista no oramento;

    A abertura do crdito independe da existncia prvia de recursos disponveis; Abertos por Medida Provisria (MP) de acordo com o texto constitucional;

    Abertos por Decreto do Poder Executivo de acordo com o texto da Lei 4.320/64.

    Os saldos remanescentes em 31 de dezembro podem ser transferidos para o exerccio seguinte, desde que o ato de autorizao tenha sido promulgado nos ltimos 4 (quatro) meses do exerccio.

    Consideram-se recursos disponveis para fins de abertura de crditos suplementares e especiais, alm da reserva de contingncia:

    I O supervit financeiro apurado em balano patrimonial do exerccio anterior;

    1 Art. 167, V da CF/88.

    2 Art. 44 da Lei n 4.320/64.

    3 Art. 62, caput, da CF/88.

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    II Os provenientes do excesso de arrecadao; III Os resultados de anulao parcial ou total de dotaes oramentrias ou de crditos adicionais autorizados em lei; e IV O produto de operaes de crdito autorizados em forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo realiz-las.

    Entende-se por supervit financeiro a diferena positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos crditos adicionais transferidos e as operaes de crditos a eles vinculadas.

    Entende-se por excesso de arrecadao o saldo positivo das diferenas, acumuladas ms a ms, entre a arrecadao prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendncia do exerccio, excluda a importncia dos crditos extraordinrios abertos no exerccio.

    Significa o seguinte: dos recursos utilizveis, provenientes de excesso de arrecadao devero ser deduzidos, caso j tenha ocorrido uma abertura de crdito extraordinrio no exerccio. Observe o esquema abaixo.

    Entende-se por resultantes de anulao parcial ou total de dotaes oramentrias ou de crditos adicionais autorizados em lei a reduo de parte, ou integral, de dotaes consignadas na Lei do Oramento ou em crditos adicionais, pois, tendo sido devidamente autorizados, j possuam recursos financeiros de cobertura. Portanto, possuindo recursos financeiros de cobertura, ao serem anulados ou reduzidos, quer parcial ou totalmente, h sobra do recurso correspondente, que pode ser reaproveitado, por disponvel, para ocorrer a despesa de novos crditos adicionais.

    Entende-se por produto de operaes de crdito autorizadas em forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo realiz-las preliminarmente devemos saber o que significa operao de crdito: a designao de dbitos de curto ou longo prazo, provenientes de emprstimos ou financiamentos contrados pelo governo, e que constituem a Dvida Pblica. Identifica-se dois tipos de operaes de crdito de curto e longo prazo. Em regra as operaes de crdito, provenientes de emprstimos de curto prazo, constituem, em virtude de o prazo de resgate ser inferior a 12 (doze) meses, operaes de crditos por antecipao de receita e, como tal, integram o grupo das dvidas flutuantes, exceto se suas receitas tenham constando do oramento. E, as operaes de crdito, provenientes de emprstimos ou financiamentos de longo prazo, constituem, em virtude de o prazo de resgate ser superior a 12 (doze) meses, operaes de crdito sujeitas a autorizao legislativa, e por isso integram o grupo da dvida fundada. Quanto s operaes de crditos de longo prazo, isto , de prazo de resgate superior a 12 (doze) meses, por se constiturem em dvida fundada, necessitam de autorizao legislativa; entretanto, preliminarmente, o seu limite de endividamento depende de autorizao do Senado Federal, a

    Crdito extraordinrio (abertura j ocorrida no exerccio) R$ 520.000

    Excesso de arrecadao R$ 1.000.000

    Recursos utilizveis provenientes do excesso de arrecadao (j deduzido o valor do crdito extraordinrio aberto) R$ 480.000

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    quem compete autorizar emprstimos, operaes ou acordos externos, de qualquer natureza, de interesse da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, ouvido o Poder executivo Federal . Portanto, esse tipo de operao de crdito somente pode ser realizado mediante solicitao do interessado ao Ministrio da Fazenda, ouvido o Banco Central do Brasil que, se aceitar as justificativas e documentos apresentados, encaminha-os ao Senado Federal que, por sua vez, se aprov-las, edita uma resoluo autorizatria do respectivo limite. Estas sim enquadram-se e podem ser compreendidas como sendo as operaes de crditos consideradas como recurso hbeis, para abertura de crditos adicionais e tambm para cobrir eventuais dficits oramentrios, por se constiturem em dvida fundada. Portanto, a interpretao que se d ao texto produto de operaes de crdito autorizadas em forma que, juridicamente, possibilite o Poder Executivo realiz-las. Obviamente, trata-se de operaes de crdito, devidamente autorizadas pelo Senado Federal, e de cujo limite haja disponibilidade que possa ser utilizada para cobertura de crditos adicionais.

    Entende-se por Reserva de Contingncia segundo o art. 91 do Decreto-Lei 200/1967, com a redao dada pelo Decreto-Lei 900/69, sob a denominao de reserva de contingncia, o oramento anual poder conter dotao global no especificamente destinada a determinado programa ou unidade oramentria, cujos recursos sero utilizados para abertura de crditos suplementares, quando se evidenciarem insuficientes, durante o exerccio, as dotaes oramentrias constantes do oramento anual. Portanto, a nica funo da Reserva de Contingncia servir como fonte de cancelamento para a abertura de crditos adicionais. Segundo alguns autores, esta reserva encontra respaldo no princpio da flexibilidade.

    1.3. Forma de solicitao No mbito do Governo Federal as solicitaes para a abertura de crditos suplementares e

    especiais sero encaminhadas Secretaria de Oramento Federal SOF. Esta, por sua vez, analisar a adequabilidade tcnica e oramentria da solicitao e posteriormente encaminhar o pedido Presidncia da Repblica que tomar as providncias para a abertura do crdito mediante Decreto ou, ainda, por meio de encaminhamento de projeto de lei ao Congresso Nacional com esta finalidade. Os procedimentos adotados nos governos estaduais e municipais correspondero aos mesmos do Governo Federal respeitadas, bvio, as peculiaridades, rotinas e estruturas de cada ente federativo.

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    Espcie de Crdito

    Suplementares - SU Especiais - ES Extraordinrios - EX

    Finalidade Reforo de dotao oramentria existente na LOA.

    Atender a categoria de programao no contemplada na LOA.

    Atender a despesas imprevisveis e urgentes.

    Autorizao Prvia, podendo ser includa na prpria LOA ou em lei especial.

    Prvia, em lei especial.

    Sem necessidade prvia

    Forma de Abertura

    Decreto do PE, aps autorizao legislativa, at o limite estabelecido em lei. Na Unio so considerados autorizados e abertos com a sano e publicao da respectiva lei.

    Decreto do PE, aps autorizao legislativa, at o limite estabelecido em lei. Na Unio so considerados autorizados e abertos com a sano e publicao da respectiva lei.

    Por meio de medida provisria (Unio) ou Decreto (Estados e Municpios).

    Recursos Indicao obrigatria. Facultativa.

    Valor/Limite

    Obrigatrio, indicado na lei de autorizao e no decreto de abertura.

    Obrigatrio, indicado na medida provisria (Unio) ou no Decreto (Estados e Municpios).

    Vigncia Sempre no exerccio financeiro em que foi aberto.

    Em princpio no exerccio financeiro em que foi aberto.

    Prorrogao No permitida. S para o exerccio seguinte, se autorizado em um dos quatro ltimos meses do exerccio.

    PE Poder Executivo LOA Lei oramentria Anual

    1.4. Autorizao e abertura preciso, desde j, estabelecer-se a diferena entre autorizao e abertura do crdito

    oramentrio. A autorizao caracterizada pelo consentimento do Poder Legislativo na realizao de determinada despesa (levada e efeito pelos rgos e unidades oramentrias). Ela veiculada sempre por intermdio de uma lei. A abertura do crdito oramentrio, por sua vez, corresponde ao ato em que o chefe do Poder Executivo, amparado numa anuncia do Legislativo, implementa as condies para que esta anuncia transforme-se em aes prticas vindo a repercutir no dia-a-dia dos administrados ou do prprio Poder Pblico. Sua conseqncia imediata a elevao do estoque de crditos disponveis nos rgos e unidades oramentrias beneficiados possibilitando-os empenharem o crdito que at o limite fixado, isto , compromet-lo com eventuais fornecedores de bens e servios.

    Os crditos suplementares sero autorizados ou na prpria lei de oramento ou mediante lei especfica. Quando autorizada na lei oramentria o limite normalmente fixado em percentual.