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AULA 01 DO PONTODOS CONCURSOS DE AFO
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA – TEFC/TCU PROF. GRACIANO ROCHA
Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 1 de 49
AULA 01
Saudações, caros alunos!
Inicialmente, gostaria de agradecer a confiança depositada em nosso trabalho.
A cada aula, tentarei corresponder ao máximo a sua expectativa, de forma a
prepará-lo o mais possível para a prova do TCU. E sempre com a didática que
acredito ser mais eficiente: indo direto ao ponto, usando vocabulário simples,
tratando do que realmente importa.
Neste encontro, estudaremos a primeira parte da Lei 4.320/64, acrescentando,
sempre que necessário, remissões a temas externos, como disposições da
CF/88, por exemplo, para aperfeiçoar nosso entendimento do assunto.
Muito bem, vamos lá. Boa aula!
GRACIANO ROCHA
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA – TEFC/TCU PROF. GRACIANO ROCHA
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LEI 4.320/64 – PARTE 1
A Lei 4.320/64, apesar da data de edição, continua sendo o principal diploma legal relativo a direito financeiro no país, válida para todos os entes federados.
Dessa forma, suas disposições sobre lei de orçamento, classificação da receita e da despesa, créditos adicionais, contabilidade pública etc. devem ser observadas por todas as esferas de governo.
A Lei 4.320/64 representou um avanço na época de sua edição. Ela trouxe conceitos e procedimentos bastante avançados a respeito da utilização do dinheiro público. Porém, como se vê, ela já é bastante antiga, e a atividade financeira dos entes federados brasileiros precisa de atualizações.
É por isso que se espera, por parte do Congresso Nacional, a edição de uma lei complementar que atualize as normas gerais de direito financeiro. Enquanto isso não ocorre, diversas “atualizações” relacionadas ao direito financeiro e ao orçamento público são instituídas anualmente, com as Leis de Diretrizes Orçamentárias.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Nos artigos iniciais da Lei 4.320/64, encontram-se dispositivos que abordam diversos princípios orçamentários, a serem observados pelos entes públicos na elaboração e execução de seus respectivos orçamentos. Vamos vê-los aqui, acompanhados de alguns trechos da Constituição.
Unidade/totalidade
A unidade é um dos “ancestrais” dos princípios orçamentários. No art. 2º, a Lei
4.320/64 estabelece que “A Lei do Orçamento conterá a discriminação da
receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o
programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade,
universalidade e anualidade”.
Desses outros princípios, falaremos em seguida.
Pelo princípio da unidade, o orçamento público deve ser uno, uma só
peça, garantindo uma visão de conjunto das receitas e das despesas.
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Vale destacar aqui uma informação histórica sobre o orçamento público.
Inicialmente, a peça orçamentária era bastante simples, primeiro porque a
participação do governo na vida econômica dos países europeus (onde a lei
orçamentária surgiu primeiro) não era muito ampla.
Nesses tempos, prestigiava-se o liberalismo econômico, a livre iniciativa dos
atores econômicos, e a intromissão do Estado nesse contexto era mal vista,
porque, desde sempre, o setor público foi visto como um mau gastador.
Portanto, o melhor que o governo poderia fazer seria gastar pouco e deixar os
recursos financeiros fluírem nas relações entre atores privados, sem
intervenções, sem tributação.
Assim, tendo a máquina estatal pequena dimensão e pouca participação na
economia – situação ideal para os liberais –, o orçamento consistia numa
autorização de gastos que também representava o controle do tamanho do
Estado. Assim, o Parlamento utilizava o orçamento como ferramenta de
controle da ação do Executivo.
Para facilitar esse controle, era necessário que o orçamento tivesse certas
características. Essas características vieram a constituir os primeiros
princípios orçamentários, dos quais, como já falamos, a unidade é um dos
exemplares.
Sendo o orçamento público uma peça única, a tarefa de controle e
acompanhamento dos gastos públicos estaria assegurada. Caso a execução
orçamentária obedecesse a diversos instrumentos, diversas leis, quadros,
normativos, os controladores teriam bem mais dores de cabeça.
Porém, ocorre que o crescimento do aparelho do Estado, em praticamente
todos os países, a partir do século XX, ocasionou a criação de estruturas
descentralizadas e autônomas – as conhecidas entidades da administração
indireta. Essas entidades também cumpriam (cumprem) funções estatais, mas
sua autonomia, inclusive financeira, dificultava a consolidação do orçamento
público numa só peça, bem como o acompanhamento de sua execução.
Nesse sentido, vamos acrescentar uma observação sobre o sistema
orçamentário federal prévio à Constituição de 1988. Nesse período, havia
realmente orçamentos paralelos, já que o orçamento fiscal, levado à
aprovação do Congresso, representava apenas pequena parte das receitas e
despesas do governo. O orçamento das estatais e o “orçamento
monetário” congregavam a maior parte dos gastos, e eram aprovados e
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executados apenas no âmbito do Poder Executivo. Com isso, o Parlamento
tinha pouquíssima noção da realidade fiscal pela qual passava o país.
No passo seguinte da evolução, a Constituição de 1988 trouxe uma disposição
“fatal” para a visão tradicional do princípio da unidade:
Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
Pisou pra valer, hein?
Assim, a própria Constituição estabeleceu três orçamentos diferentes. É
dessa evolução que a doutrina instituiu o “princípio da totalidade”, como
uma “atualização” do da unidade.
Segundo o professor James Giacomoni (in “Orçamento Público”, ed. Atlas, 14ª
edição), pelo princípio da totalidade, é possível a coexistência de orçamentos
variados, desde que estejam consolidados numa peça, de forma que
continue sendo possível uma visão geral das finanças públicas.
Dessa forma, os três orçamentos instituídos pela CF/88 respeitam o
princípio da unidade/totalidade, já que, como diz o § 5º do art. 165, eles
compõem uma só peça: a Lei Orçamentária Anual.
Como isso cai na prova?
1. (CONTADOR/UNIPAMPA/2009) O princípio da unidade, também chamado
de princípio da totalidade, não é respeitado no Brasil, pois a Constituição
Federal (CF) estabelece três orçamentos distintos: fiscal, de investimentos
das empresas estatais e da seguridade social.
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2. (TÉCNICO/MPU/2010) A existência do PPA, da LDO e da LOA, aprovados
em momentos distintos, constitui uma exceção ao princípio orçamentário
da unidade.
3. (ANALISTA/CNPQ/2011) O princípio orçamentário da totalidade determina
que haja um orçamento único para cada um dos entes federados, com a
finalidade de se evitar a ocorrência de múltiplos orçamentos paralelos
internamente à mesma pessoa política.
A questão 1 está ERRADA: o princípio da totalidade abarca a existência dos
três orçamentos discriminados na CF/88, aglomerados numa só peça.
A questão 2 está ERRADA também: o orçamento em si, ao qual se aplicam os
princípios que estamos estudando, está contido na LOA. A Lei de Diretrizes
Orçamentárias e o Plano Plurianual têm diferentes papéis na temática
orçamentária, como veremos, mas não se misturam à peça orçamentária
propriamente dita.
A questão 3 está CERTA. Como visto, o princípio da totalidade preocupa-se
com a manutenção de uma só peça orçamentária (mesmo que com
“orçamentos” distintos incluídos nela), a fim de evitar o descontrole que
haveria com o estabelecimento de orçamentos paralelos no âmbito do governo.
Universalidade
O princípio da universalidade e o recém estudado, da unidade/totalidade, são
complementares, articulados em torno da garantia do controle sobre o
orçamento.
Enquanto a unidade/totalidade prioriza a agregação das receitas e despesas do
governo em poucos documentos (num só agregado, de preferência), a
universalidade estabelece que todas as receitas e despesas devem constar
da lei orçamentária.
Um orçamento único e universal é, portanto, o sonho de consumo de alguém
que tenha a titularidade do controle sobre as finanças públicas.
Além do art. 2º da Lei 4.320/64, que já vimos, o princípio da universalidade
também pode ser percebido nos arts. 3º e 4º da mesma lei:
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Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.
Novamente, segundo a lição do professor Giacomoni, o princípio da
universalidade proporciona ao Legislativo:
• conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia
autorização para a respectiva arrecadação e realização;
• impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e
despesa sem prévia autorização parlamentar;
• conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a
fim de autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para
atendê-las.
Alguns trechos acima poderão causar estranhamento. É que essa história
de a lei orçamentária “autorizar a arrecadação” da receita não se aplica
mais.
Até a Constituição de 1967, isso era verdade, mas, de lá para cá, os
tributos e sua arrecadação são regulamentados por leis próprias. A lei
orçamentária, atualmente, não autoriza a arrecadação, apenas a prevê.
A arrecadação ocorre havendo ou não orçamento publicado.
Entretanto, não é raro encontrar questões que se refiram a esse aspecto
de maneira “tradicional”, já que, historicamente, a função do orçamento
também foi de autorização da arrecadação.
Portanto, surgindo questões totalmente teóricas, sem aplicação à
realidade atual, que confirmem o papel autorizador da lei orçamentária
quanto à arrecadação, marque CERTO.
Pragmatismo: devemos dançar conforme a música! Depois de acertar o
gabarito, você pode esbravejar o quanto quiser contra a banca.
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Como isso cai na prova?
4. (ANALISTA/MCT/2008) O princípio orçamentário da universalidade
possibilita ao Poder Legislativo conhecer a priori todas as receitas e
despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva
arrecadação.
5. (AUDITOR/AUGE-MG/2009) De acordo com o princípio da unidade, o
orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas do Estado.
6. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) O refinanciamento da dívida
pública federal consta do orçamento fiscal, pelo mesmo valor, tanto na
estimativa da receita como na fixação da despesa. Este tratamento é
compatível com o princípio orçamentário da universalidade.
7. (ANALISTA/STM/2011) Nem todas as entidades da administração pública
indireta obedecem ao princípio orçamentário da universalidade.
A questão 4 é um exemplo do que acabamos de destacar. Questão teórica,
sem referência à prática atual, etc. etc. Nesse caso, questão CERTA.
A questão 5 inverte conceitos e descrições. O que está sendo tratado nela é o
princípio da universalidade, sobre o qual conversamos nesse momento.
Portanto, ela está ERRADA.
A questão 6 trata do refinanciamento, ou rolagem, da dívida pública. Significa
tomar dinheiro emprestado para pagar empréstimos anteriores. E, realmente,
na lei orçamentária, tanto o dinheiro emprestado quanto a dívida antiga são
discriminados (respectivamente, como receita e como despesa). Questão
CERTA.
A questão 7 está CERTA. Há entidades da administração indireta cujas finanças
não pertencem realmente ao ente público, mas à própria entidade; é o caso
das empresas estatais independentes, que não necessitam de recursos
públicos para bancar seus gastos. Nesses casos, as receitas e despesas da
estatal independente não integram o orçamento do ente controlador.
Orçamento Bruto
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Já deixamos bem destacado que a necessidade de controle dos gastos públicos
fundamentou bastante a maturação de princípios orçamentários.
Se qualquer fato chega a afetar as receitas públicas, diminuindo o volume que
realmente deveria entrar em caixa, a ocultação desse fato geraria
insegurança, desinformação e, quem sabe, algum prejuízo futuro ao ente
público.
A contabilidade pública tem como uma de suas funções a prestação de
informações fidedignas sobre o patrimônio e o orçamento, a fim de que
decisões por parte dos responsáveis sejam baseadas em dados corretos. Desse
modo, deduções, abatimentos, diminuições que afetam o conjunto das receitas
públicas devem ser considerados no orçamento.
É essa preocupação com a transparência e a fidedignidade das informações
orçamentárias que baseia o princípio do orçamento bruto, cujo teor é
complementar ao princípio da universalidade. Enquanto a universalidade
estabelece que todas as receitas e todas as despesas devem constar do
orçamento, o princípio do orçamento bruto acrescenta a observação “pelos
seus valores brutos, sem deduções”.
Assim, se for o caso de se fazer uma dedução a uma receita, o ente público
não pode apenas registrar o valor líquido a ser arrecadado. Tanto a
arrecadação bruta quanto a dedução devem ser consideradas na elaboração
das peças orçamentárias.
Como isso cai na prova?
8. (TÉCNICO SUPERIOR/IPEA/2008) Se uma receita é arrecadada pela União
e parte dela é distribuída para os estados, então a União deve prever no
orçamento, como receita, apenas o valor líquido.
9. (AUDITOR/AUGE-MG/2009) A observação ao princípio do orçamento bruto
é um instrumento que auxilia a ligação técnica entre as funções de
planejamento e gerência.
10. (ANALISTA/STM/2011) O princípio do orçamento bruto se aplica
indistintamente à lei orçamentária anual e a todos os tipos de crédito
adicional.
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Como vimos, pelo princípio do orçamento bruto, não deve haver deduções
tanto na despesa quanto na receita. Assim, na hipótese trazida pela questão 8,
que trata de uma obrigação constitucional (transferência de arrecadação
federal aos Estados e Municípios), a União deve indicar em seu orçamento a
arrecadação total prevista e também a distribuição da parcela dos estados.
Questão ERRADA.
Quanto à questão 9, o princípio do orçamento bruto tem mais a ver com a
transparência e a correção das informações orçamentárias. O princípio cuja
observância serviria de elo entre as funções de planejamento e de gerência
seria o da programação, princípio complementar segundo o qual a atuação do
setor público em suas diferentes competências deve obedecer a planejamento
prévio e à estruturação em programas. Questão ERRADA.
A questão 10 está CERTA. O princípio do orçamento bruto complementa o da
universalidade, ao exigir que as receitas e despesas sejam dispostas no
orçamento sob seus valores brutos, sem deduções. Isso se aplica tanto à lei
orçamentária quanto aos instrumentos de retificação do orçamento – os
créditos adicionais.
Anualidade/Periodicidade
Trataremos agora do terceiro princípio orçamentário mencionado pelo art. 2º
da Lei 4.320/64.
Segundo o prof. Giacomoni (mais uma vez!), o princípio de que o orçamento
deve ser elaborado e autorizado para o período normalmente de um ano está
ligado à antiga “regra da anualidade do imposto”, vigente até a Constituição de
1967. Como já estudamos, até esse momento a lei orçamentária é que
autorizava a arrecadação tributária para um exercício, para cobrir as
despesas pertencentes a esse mesmo exercício.
Portanto, a disposição sobre o princípio da anualidade na Lei 4.320/64 ainda é
válida, tanto no art. 2º, já estudado, quanto no art. 34 (O exercício financeiro
coincidirá com o ano civil). Por isso, entre outras coisas, justifica-se a
terminologia da lei orçamentária anual.
A elaboração do orçamento para um período limitado de tempo favorece a
atividade de planejamento, pois, dessa forma, é possível programar a
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aplicação dos recursos em objetivos do governo e verificar o alcance das metas
nos prazos estabelecidos.
Não obstante o que estamos dizendo, há vários programas e despesas
assumidas pelo poder público cuja duração ultrapassa um exercício.
Para alcançar objetivos de maior dimensão, apenas ações plurianuais podem
garantir o sucesso dessas iniciativas governamentais. A conciliação entre
esses programas plurianuais e o princípio da anualidade/periodicidade ocorre
por meio da execução “fatiada” dessas despesas plurianuais, com parcelas
distribuídas pela sequência de orçamentos anuais.
Como exceção ao princípio da anualidade, há a possibilidade de execução, em
outro exercício, de créditos adicionais (especiais e extraordinários)
autorizados no final do ano.
Esse ponto será comentado posteriormente, quando tratarmos dos créditos
adicionais, que constituem novas autorizações de despesa, além das
consignadas na lei orçamentária.
Como isso cai na prova?
11. (ANALISTA/SERPRO/2008) Segundo o princípio da anualidade, as
previsões de receita e despesa devem fazer referência, sempre, a um
período limitado de tempo.
12. (TÉCNICO/STM/2011) O conceito de exercício financeiro deriva do
princípio da anualidade e, no Brasil, esse exercício coincide com o ano
civil.
13. (ANALISTA/MPU/2010) O princípio da periodicidade fortalece a
prerrogativa de controle prévio do orçamento público pelo Poder
Legislativo, obrigando o Poder Executivo a solicitar anualmente
autorização para arrecadar receitas e executar as despesas públicas.
A questão 11 basicamente reproduz a lição do princípio da anualidade. Questão
CERTA.
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Para julgar a questão 12, bastaria uma rápida leitura do referido art. 34 da Lei
4.320/64 para matar a parada. O exercício financeiro, período em que se
observa a execução orçamentária da receita e da despesa, necessariamente
coincide com o ano civil, pelo dispositivo legal referido. Questão CERTA.
A questão 13 está CERTA. O fato de, a cada ano, o orçamento ser submetido
ao Parlamento fortalece o controle a ser exercido pelo Legislativo, que pode
verificar (e modificar) a forma como os recursos públicos vêm sendo aplicados.
Vale relembrar: apesar de o CESPE considerar correto dizer que o orçamento
“autoriza” a arrecadação das receitas, isso se refere a uma visão tradicional da
peça orçamentária, tendo em vista que, atualmente, as receitas são
arrecadadas independentemente da aprovação da LOA.
Exclusividade
Esse é um dos princípios mais manjados em concursos públicos. Figurinha
carimbada!
Segundo a doutrina, a lei orçamentária deve conter apenas matéria financeira,
não trazendo conteúdos alheios à previsão da receita e à fixação da
despesa.
A Lei 4.320/64 positivou esse princípio em nosso ordenamento, nos seguintes
termos:
Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:
I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do artigo 43;
II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa.
O princípio da exclusividade também pode ser traduzido pela afirmação inicial
do art. 165, § 8º, da CF/88:
“A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa (...)”.
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A ideia subjacente ao princípio da exclusividade é evitar que matérias não
financeiras “caronas” sejam tratadas na lei orçamentária, aproveitando-se
do ritmo mais rápido de sua aprovação pelo Parlamento. Em tempos
passados, o Executivo utilizava-se dessa manobra, para colocar rapidamente,
em pauta de votação, assuntos de seu interesse.
Entretanto, temos que destacar as exceções que a Constituição impôs,
na continuidade do dispositivo que começamos a analisar, à semelhança do
art. 7º da Lei 4.320/64:
“(...) não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei”.
Os créditos suplementares representam um acréscimo às despesas já
previstas na lei orçamentária anual, devendo apontar também as receitas que
suportarão esse incremento. É como uma “revisão para mais” da lei
orçamentária. Estudaremos mais a respeito deles ainda nesta aula.
A outra exceção à exclusividade orçamentária trata da autorização para
contratação de operações de crédito. A própria LOA pode se antecipar a uma
necessidade futura de recursos além dos estimados, e autorizar a tomada de
empréstimos pelo ente público.
Perceba que a CF/88 acrescentou mais um item às permissões da Lei
4.320/64: agora, as operações de crédito “normais” também podem ter sua
autorização de celebração veiculada na LOA, além das operações “por
antecipação da receita”.
Vamos separar aqui a operação de crédito “normal” da operação de crédito
por antecipação da receita orçamentária, ambas referidas nos dispositivos
acima, e passíveis de autorização pela LOA.
As operações de crédito “normais” constituem receitas orçamentárias, que
servirão para custear despesas orçamentárias. Ou seja, para determinadas
despesas, o dinheiro disponível não é próprio do governo; deverá ser tomado
junto a agentes financiadores.
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Por outro lado, as operações por antecipação da receita orçamentária (ARO’s)
são empréstimos tomados pelos entes públicos para suprir insuficiências
momentâneas de caixa. Para as despesas, nesse caso, existe receita própria
atribuída, que deverá ser arrecadada.
Em outras palavras, ARO’s não são receitas orçamentárias, mas sim
empréstimos que substituem receitas orçamentárias não arrecadadas no
momento esperado. Essas receitas atrasadas, ao serem finalmente realizadas,
servirão então para honrar as ARO’s que as substituíram, ao invés das
despesas originais.
Portanto, além de prever receitas e fixar despesas, a lei orçamentária anual,
no Brasil, pode trazer esses dois tipos de autorização – que, no fundo, não
fogem da temática orçamentária.
Grave essas exceções, porque é difícil achar um tópico tão cobrado
quanto esse quando o tema é princípios orçamentários!
Como isso cai na prova?
14. (ANALISTA/ANTAQ/2008) Prevista na lei orçamentária anual, a
autorização para abertura de créditos suplementares é uma das exceções
de cumprimento do princípio do orçamento bruto.
15. (AUDITOR/AUGE-MG/2009) Segundo o princípio da especialização, a lei
orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária, excluindo dela
qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e fixação da
despesa.
16. (INSPETOR/TCE-RN/2009) A autorização para um órgão público realizar
licitações não pode ser incluída na lei orçamentária anual em observância
ao princípio da exclusividade.
17. (TÉCNICO/MPU/2010) O princípio da exclusividade tem por objetivo
principal evitar a ocorrência das chamadas caudas orçamentárias.
A questão 14 trocou o princípio da exclusividade pelo do orçamento bruto.
Questão ERRADA.
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Na questão 15, outra vez, houve uma inversão de princípios e conceitos. Todo
o vocabulário da questão indica que estamos tratando do princípio da
exclusividade, como deve ter ficado evidente depois dos últimos comentários.
Questão ERRADA.
A questão 16 está CERTA. A autorização para a realização de licitações fugiria
completamente da matéria própria da lei orçamentária (previsão da receita –
fixação da despesa).
A questão 17 também está CERTA. As “caudas orçamentárias” se referem à
prática comum no passado de adicionar matérias estranhas às finanças
públicas nas leis orçamentárias, para aprovação em conjunto de forma mais
rápida. O professor Giacomoni ressalta que uma alteração da ação processual
de desquite – portanto, afeta ao direito processual civil – foi implementada por
meio de uma lei orçamentária.
Especificação/Especialização/Discriminação
Historicamente, nos países em que o orçamento foi primeiramente adotado
como peça institucional, observou-se a exigência, feita pelos parlamentos, de
discriminação das receitas e despesas por parte do Executivo. Os
controladores desejavam saber de onde sairiam os recursos arrecadados e a
sua aplicação. Assim, o fato de as receitas e despesas serem publicadas de
forma detalhada também favorecia a tarefa de controle do orçamento.
Esse mandamento perdurou na evolução da peça orçamentária, e
institucionalizou-se no Brasil sob a forma legal. Na Lei 4.320/64, encontram-se
os seguintes trechos:
Art. 5º. A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.
Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos.
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O que se buscou na Lei 4.320/64 foi algo parecido com a exigência inicial, nos
países em que se originou o orçamento público, quanto à discriminação das
receitas e despesas.
Para a Lei, também era necessário disponibilizar informações detalhadas, na
LOA, deixando evidente qual fim teriam os recursos públicos, e para evitar que
as decisões sobre a aplicação da arrecadação ficassem concentradas nas
mãos dos gestores, fora das vistas do controle externo.
Entretanto, o que se percebeu, com o passar do tempo, e com a maior
complexidade do orçamento, foi a necessidade de um “meio termo” quanto ao
princípio da especificação.
Por um lado, um orçamento excessivamente detalhado pode se tornar uma
peça sem correspondência com a realidade, já que as circunstâncias no
momento da execução do orçamento podem fugir aos pequenos detalhes
fixados na LOA.
Ao mesmo tempo, a edição de um orçamento totalmente genérico, com
dotações globais, significa a renúncia, pelo Parlamento, de seu papel de
controlador, o que também desrespeitaria vários princípios constitucionais e
não seria benéfico de maneira alguma para o bem-estar coletivo.
Bem, agora que já delineamos o princípio da discriminação, vamos falar das
exceções/flexibilizações.
A doutrina reconhece alguns exemplos de exceção ao princípio da
discriminação, ou seja, situações em que o orçamento transparece uma “face
genérica”, sem detalhamento.
Originalmente, a Lei 4.320/64 determinou que “Na Lei de Orçamento a
discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos”, como vimos
agora há pouco. Isso estava conforme o princípio da discriminação; o
detalhamento da despesa em elementos tornava a LOA bastante minuciosa.
Porém, essa classificação detalhista foi flexibilizada há pouco tempo. Segundo
a Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001, que atualizou a classificação
pela natureza da despesa, a LOA não precisa mais trazer a despesa em
nível de elemento.
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Ao invés disso, a alocação de recursos aos diferentes elementos de despesa
pode ficar a cargo das unidades executoras do orçamento, posteriormente
à aprovação da Lei.
Assim, podem-se verificar atualmente dotações destinadas ao mesmo tempo à
aquisição de materiais de consumo, pagamento de serviços de terceiros,
indenizações, pagamentos de diárias a servidores etc. (todas seriam
consideradas “despesas de custeio”, ou, na classificação atual, “outras
despesas correntes”).
Outra exceção refere-se à reserva de contingência, que constitui uma
dotação genérica, sem aplicação definida, a partir da qual o poder público pode
atender a “passivos contingentes”, como pagamentos devidos a execuções
judiciais, ou executar novas dotações, por meio de créditos adicionais.
Além disso, como sinaliza a redação do art. 5º da Lei 4.320/64, o art. 20 e seu
parágrafo único, da mesma lei, trazem mais uma exceção ao princípio da
discriminação:
Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações.
Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.
Trata-se dos “programas especiais de trabalho” (PET’s), grandes
investimentos públicos que, por sua complexidade e abrangência, não podem
ter toda sua composição de despesas explicitada de antemão. Assim, eles são
autorizados a partir de dotações globais, genéricas, e a correspondente
discriminação das despesas se dá durante a própria execução.
Como isso cai na prova?
18. (ADMINISTRADOR/UNIPAMPA/2009) Em respeito ao princípio da
discriminação ou especialização, as receitas e despesas devem constar no
orçamento de tal forma que seja possível saber, pormenorizadamente, a
origem dos recursos e sua aplicação.
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19. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) O detalhamento da programação
orçamentária, em consonância com o princípio da especialização, deve
permitir a discriminação até onde seja necessário para o controle
operacional e contábil e, ao mesmo tempo, suficientemente agregativo
para facilitar a formulação e a análise das políticas públicas.
20. (ANALISTA/TRE-MT/2010) De acordo com o princípio da especialização, a
lei orçamentária consigna dotações globais destinadas a atender,
indiferentemente, a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
transferências ou quaisquer outras. Assim, há maior transparência no
processo orçamentário, corroborando a flexibilidade na alocação dos
recursos pelo poder Executivo.
A questão 18 está CERTA, basicamente reproduzindo o conteúdo conceitual do
princípio da discriminação.
A questão 19 reflete justamente o meio termo que deve ser alcançado quanto
ao princípio da discriminação. Questão CERTA.
A questão 20 está ERRADA. Como já visto, pelo princípio da especialização,
deve-se evitar a inserção de dotações globais no orçamento, via de regra.
DA LEI DE ORÇAMENTO
A parte da Lei 4.320/64 relativa à Lei de Orçamento em si, selecionada pelo edital, não traz muitos pontos de destaque. É um trecho pouco cobrado em concursos, pelo fato de o assunto ser tratado, atualmente, de forma bem mais abrangente pelas Leis de Diretrizes Orçamentárias, a cada ano.
De qualquer forma, vejamos o que diz a Lei nesse aspecto, logo em seu início:
Art. 2º, § 1° Integrarão a Lei de Orçamento:
I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do Govêrno;
II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias Econômicas, na forma do Anexo nº. 1;
III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;
IV - Quadro das dotações por órgãos do Govêrno e da Administração.
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§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:
I - Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos especiais;
II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos Anexos ns. 6 a 9;
III - Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Govêrno, em têrmos de realização de obras e de prestação de serviços.
Dessa forma, temos itens que integram e outros que acompanham a LOA. Esquematizando, e exemplificando, é o seguinte:
INTEGRAM A LOA ACOMPANHAM A LOA
Sumário geral da receita por fontes (tributária, contribuições, industriais, operações de crédito
etc.)
Quadros demonstrativos da receita
Sumário da despesa por funções do governo (classificação
funcional – saúde, educação, segurança, administração etc.)
Planos de aplicação dos fundos especiais
Quadro demonstrativo da receita e despesa segundo as categorias
econômicas (correntes e de capital)
Quadros demonstrativos da despesa
Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação
Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do
governo (obras e serviços)
Quadro das dotações por órgãos (classificação institucional)
Fica bem evidente que a LOA deve tratar de receita e despesa, não é? rsrs. Afinal, é o que determina o princípio da exclusividade, que já estudamos.
Muito bem, são vários quadros relativos à receita e à despesa: classificação econômica, funcional, institucional, por fontes (atualmente, por
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origens), por esfera orçamentária (fiscal, seguridade e investimento das estatais)...
Além disso, vamos relembrar, a Lei 4.320/64 determina que a LOA pode autorizar uma nova fonte de receita, que é uma exceção ao princípio da exclusividade: a celebração de operações de crédito. Leitura:
Art. 7º, § 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos que o Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura.
§ 2° O produto estimado de operações de crédito e de alienação de bens imóveis sòmente se incluirá na receita quando umas e outras forem especìficamente autorizadas pelo Poder Legislativo em forma que jurìdicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício.
§ 3º A autorização legislativa a que se refere o parágrafo anterior, no tocante a operações de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento.
As operações de crédito são meios para o governo suprir a ausência de recursos próprios para atender as despesas de sua atribuição. O trecho acima trata da autorização dada pelo Legislativo para que o Executivo contrate empréstimos durante o exercício, autorização essa que pode se dar mediante leis especiais, mas que, como sugerido, pode constar da própria LOA.
Como isso cai na prova?
21. (CONTADOR/TJ-RR/2006) Acerca da estrutura da Lei de Orçamento
Público no Brasil, assinale a opção correta.
A) O sumário geral da receita por fontes e das despesas por funções do
governo deve acompanhar a Lei de Orçamento.
B) O quadro demonstrativo da receita por fontes deve acompanhar a Lei
de Orçamento.
C) Todos os quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos
recursos advindos de fundos especiais integram a Lei de Orçamento.
D) O quadro das dotações, detalhado por órgão do governo e da
administração, integra a Lei de Orçamento.
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22. (ANALISTA/MPU/2010) O sumário geral da receita por fontes e das
despesas por funções do governo deve seguir os princípios da unidade,
universalidade e anualidade, integrando a Lei de Orçamento e o quadro
demonstrativo do passivo orçamentário anual.
Na questão 21, tem-se um exercício de decoreba: devemos lembrar que os
quadros mais detalhados sobre receita e despesa, com suas classificações,
integram a LOA, ao passo que os quadros de descrição mais resumida
acompanham a LOA. Com isso em vista, resta como opção correta o quadro de
dotações detalhado por órgãos como um dos itens integrantes da LOA.
Gabarito: D.
A questão 22 está ERRADA. Os princípios orçamentários devem ser seguidos
pela lei de orçamento como um todo, e, além disso, não existe “quadro
demonstrativo do passivo orçamentário anual”.
DA RECEITA
Ao tratar de receita, a Lei 4.320/64 utiliza um critério estritamente
orçamentário, diferente, portanto, do modelo adotado pela contabilidade
privada (em que a receita nem sempre representa dinheiro). Portanto,
nos comentários a seguir, estaremos nos referindo às receitas
orçamentárias.
Portanto, para começar, um questionamento que se pode fazer aqui – e que as
provas sempre fazem – é o seguinte: “receitas orçamentárias” significam
“aquelas previstas no orçamento”?
Para pensar nisso, vamos elaborar uma situação hipotética, para pensar no
dinheiro que efetivamente entra no caixa público.
Suponha que um observador curioso dedicasse todo seu ano de 2012 a
verificar a arrecadação das receitas federais. Considerando todos os depósitos
na conta única do Tesouro, ele poderia chegar ao fim do exercício financeiro e
constatar um volume de entradas até mesmo superior ao previsto na LOA.
A partir disso, poderia concluir que os recursos previstos na Lei Orçamentária,
e arrecadados durante o exercício, são receita orçamentária, e os que
entraram “por fora” do orçamento, acima da estimativa, seriam receita
extraorçamentária. Parece bem lógico, né?
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Sim, parece lógico, e esse é o perigo explorado por bancas de concursos. O
critério para classificação de receitas públicas como orçamentárias ou
extraorçamentárias não é o fato de constarem do Orçamento.
No art. 57 da Lei 4.320/64, temos a seguinte redação:
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei, serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento.
Portanto, o critério legal é bem abrangente: até mesmo receitas não
previstas no Orçamento, se arrecadadas, serão consideradas orçamentárias,
e, dessa forma, poderão ser utilizadas para aplicação em ações
governamentais.
Receitas orçamentárias são aquelas que podem ser utilizadas pelo ente
público para cobrir despesas orçamentárias.
Preste atenção à observação feita pelo art. 57 da Lei 4.320/64, que
reproduzimos agora há pouco: “Ressalvado o disposto no parágrafo único do
artigo 3º desta lei”.
Vejamos o que há nesse dispositivo ressalvado:
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de credito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.
Aqui, temos o seguinte: mesmo tendo expectativa do recebimento de certos
recursos durante o exercício, a LOA não faz a previsão deles. É como se o
orçamento “desprezasse” alguns recursos que entrarão no caixa.
Para bem entender isso, considere que o caixa também recebe recursos que
não pertencem ao ente público, de sorte que não podem ser utilizados para
custear despesas orçamentárias. São recursos que deverão, de alguma forma,
ser devolvidos posteriormente – razão pela qual se chamam, tecnicamente, de
entradas compensatórias. O ente público age, nessas ocasiões, apenas
como depositário dos valores.
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Receitas extraorçamentárias são entradas compensatórias no ativo e no
passivo financeiros, que não precisam de autorização legislativa para
sua arrecadação, e não são utilizadas para cobrir despesas
orçamentárias.
A Secretaria do Tesouro Nacional prefere a utilização do termo “ingressos
extraorçamentários”, ao invés de receitas extraorçamentárias, para deixar
bem claro que essas operações não afetam em nada o patrimônio público.
Como as provas podem utilizar ambas as expressões, vamos nos familiarizar
com elas.
Outros exemplos de entradas compensatórias estão lá no parágrafo único do
art. 3º da Lei 4.320/64: operações de crédito por antecipação da receita (as já
conhecidas ARO) e emissões de papel-moeda. Mas há outras hipóteses além
dessas: recebimento de depósitos judiciais, recebimento de cauções de
licitantes para participação em licitações...
Para relembrar o conceito, operações de crédito por Antecipação da Receita
Orçamentária, ou, abreviadamente, ARO, são empréstimos tomados pelos
entes públicos para suprir insuficiências momentâneas de caixa. Isso significa
que a LOA previu certas receitas para atender a algumas despesas, mas,
durante a execução do orçamento, a arrecadação não se realizou como
previsto.
Diante disso, para custear as obrigações assumidas, sem esperar pela
arrecadação atrasada, o ente público pode contratar esse tipo de
empréstimo, se houver autorização na LOA para tanto, custeando
imediatamente a despesa orçamentária.
Quando a receita atrasada for finalmente arrecadada, não atenderá mais à
despesa para a qual foi prevista; ela servirá para honrar a operação do tipo
ARO, que a substituiu.
Por isso, a ARO não constitui recursos orçamentários, mas uma operação
substituta deles; ela representa uma entrada no ativo financeiro (dinheiro) e
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no passivo financeiro (recurso a restituir), ou seja, exatamente o conceito de
receita extraorçamentária.
Como isso cai na prova?
23. (ANALISTA/TRT-17/2009) No conceito de receita orçamentária, estão
incluídas as operações de crédito por antecipação de receita, mas
excluídas as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias
no ativo e passivo financeiros.
24. (ANALISTA/MPU/2010) A receita orçamentária, sob as rubricas próprias,
engloba todas as receitas arrecadadas e que não possuem caráter
devolutivo, inclusive as provenientes de operações de crédito. Por sua
vez, os ingressos extraorçamentários são aqueles pertencentes a
terceiros, arrecadados pelo ente público, exclusivamente para fazer face
às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução.
25. (ANALISTA/ANATEL/2006) As entradas e saídas de dinheiro com efeito
apenas transitório, em razão de o ente público ser mero depositário ou
depositante desses valores, não são reconhecidas como receitas e
despesas, por sua natureza extraorçamentária.
26. (TÉCNICO/MPU/2010) Por não ser possível prever no orçamento todos os
casos em que o órgão público fará a alienação de algum bem do seu
patrimônio, a receita proveniente das alienações pode ser classificada
como orçamentária ou extraorçamentária.
Como acabamos de ver, as operações do tipo ARO não constituem receitas
orçamentárias, diferentemente das operações de crédito “normais”. A questão
23 está ERRADA.
A questão 24 se constitui num bom resumo para distinguir receitas
orçamentárias e extraorçamentárias, repetindo as diferenças que demarcamos.
Questão CERTA.
A questão 25 está ERRADA. Apesar do efeito transitório, e de não pertencerem
ao ente público, os ingressos extraorçamentários são classificados como
receitas: receitas extraorçamentárias.
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A questão 26 está ERRADA. A receita obtida com a alienação de ativos públicos
é sempre orçamentária, pelo fato de não constituir recursos devolutivos.
Classificação econômica da receita (ou por natureza da receita
orçamentária)
Vou pedir atenção especial a esse tópico da aula. Os próximos comentários são
fortíssimos candidatos a questões de prova, já que esta classificação da receita
é talvez a mais importante e frequente em concursos.
A Lei 4.320/64, por tratar de normas gerais de direito financeiro, obriga todos
os entes federados – União, Estados, DF e Municípios – a adotar essa mesma
classificação e sua codificação contábil.
Como resultado, torna-se possível avaliar os efeitos econômicos da
participação do setor público nacional na economia, a partir, por exemplo,
da contabilização da arrecadação tributária de todos os entes, ou da aplicação
de recursos de todos os entes em investimentos públicos.
A classificação econômica da receita traz os seguintes níveis:
• categoria econômica;
• origem;
• espécie;
• rubrica;
• alínea;
• subalínea.
Um mnemônico que se pode usar para guardar essa informação é
“CORES RUBRAS”, a partir das iniciais dessa série: Categoria – ORigem –
ESpécie – RUBRica – Alínea – Subalínea.
Assim, quanto à natureza da receita, o primeiro nível da codificação diz
respeito às “categorias econômicas”, que permitem dividir as receitas em
receitas correntes e receitas de capital (art. 11, caput, da Lei).
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As receitas correntes são, tipicamente, receitas de custeio: servem para
suportar a manutenção e o funcionamento de atividades administrativas.
Talvez você já tenha visto na mídia a expressão “custeio da máquina pública”,
referindo-se à aplicação de recursos em atividades e serviços próprios das
atribuições do ente público.
Por sua vez, receitas de capital servem à aquisição ou formação de bens de
capital. Bens de capital, segundo a teoria econômica, seriam aqueles capazes
de gerar novos bens ou serviços, produzindo riqueza.
Cabe registrar, também, a identidade dessa classificação com a afetação
patrimonial. Via de regra, as receitas correntes são receitas efetivas; elas
aumentam o patrimônio público. Ora são resultado da atividade
arrecadatória do Estado, ora da atividade empresarial/comercial pública. Seu
registro corresponde a fatos contábeis modificativos aumentativos da
situação patrimonial.
Já as receitas de capital, também via de regra, são receitas por mutação, não
efetivas, e, por isso, não afetam o patrimônio. Envolvem registros contábeis
que se compensam mutuamente.
Os dispositivos que discriminam as categorias econômicas da receita são os
seguintes:
Art. 11, § 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
Para deixar bem esquematizada a classificação econômica da receita, vamos
utilizar o seguinte diagrama:
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RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL
Receita Tributária Operações de Crédito
Receita de Contribuições Alienação de Bens
Receita Patrimonial Amortização de Empréstimos
Receita Agropecuária Transferências de Capital
Receita Industrial Outras Receitas de Capital
Receita de Serviços Mnemônico:
OPERA-ALI-AMOR-TRANSOU Transferências Correntes
Outras Receitas Correntes
Mnemônico:
TRICÔ-PAÍS-TRANSOU
Esse diagrama, adaptado da Lei 4.320/64 (art. 11, § 4º) é importantíssimo, de
forma que merece ser decorado. Utilize os mnemônicos que anotei; tentar
“aprender” qual receita é corrente e qual é de capital pela “essência” de cada
uma nos fará perder tempo.
Essas subdivisões das receitas correntes e de capital, como vimos nos
comentários iniciais, chamam-se origens (na Lei 4.320/64, chamavam-se
fontes). Elas classificam as receitas tipicamente segundo seu fato gerador.
Assim, a partir da origem da receita, verifica-se se ela foi obtida em razão das
atribuições de arrecadação coercitiva do Estado, ou pela ação do Estado como
um agente econômico comum, ou pela obtenção de transferências de outros
agentes etc.
Das origens acima, a Lei 4.320/64 dá atenção especial à receita tributária,
dedicando um dispositivo específico ao tema:
Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu
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produto ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades.
Como isso cai na prova?
27. (CONTADOR/UNIPAMPA/2009) As receitas são classificadas em dois
segmentos: receitas correntes e receitas de capital. Essa divisão obedece
a um critério econômico, dentro da idéia de demonstrar a origem das
diversas fontes. As receitas de capital derivam do exercício de poder,
próprio do Estado, de tributar as pessoas e agentes econômicos ou do
exercício da atividade econômica.
28. (ADMINISTRADOR/AGU/2010) Receitas intraorçamentárias são diferentes
de receitas correntes e de capital.
29. (ANALISTA/TRE-MA/2009) Receitas que decorrem de um fato permutativo
são denominadas receitas correntes.
30. (ANALISTA/ANTAQ/2008) O 1.º nível da codificação da natureza da
receita é utilizado para mensurar o impacto das decisões do governo na
economia nacional.
A questão 27 está ERRADA. A metade inicial estava certa, mas, ao final,
misturou-se a classificação econômica com a classificação quanto à
coercitividade.
Na questão 28, mostra-se exatamente o contrário do que estudamos. Receitas
intraorçamentárias (correntes e de capital) são iguais às orçamentárias
(correntes e de capital), exceto pelo fato de ocorrerem entre órgãos e
entidades compreendidas no orçamento fiscal e da seguridade social. Questão
ERRADA.
A questão 29 também está ERRADA. Receitas decorrentes de fatos
permutativos são simplesmente receitas não efetivas. O critério para classificar
as receitas como “correntes” não é este.
A questão 30 está CERTA. O primeiro nível de classificação por natureza da
receita (correntes e de capital) indica o perfil de participação do Estado na
economia – mais custeio ou mais investimento.
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Superávit do orçamento corrente
O superávit do orçamento corrente (SOC) representa uma previsão, na
LOA, da diferença positiva a se obter entre o total da arrecadação de receitas
correntes e o total da execução das despesas correntes em um exercício.
Significa que o governo espera contar com recursos de custeio mais que
suficientes para sustentar sua máquina administrativa, seus serviços, seu
custo de operação.
A Lei 4.320/64 determina que o SOC seja classificado como receita de capital
(art. 11, § 2º), embora não deva constituir item da receita orçamentária
(art. 11, § 3º).
Isso não é muito intuitivo, vamos dizer assim, né?
A lição transmitida pela lei é a seguinte: se o governo arrecada mais do que
gasta com seu custeio, a sobra financeira deverá ser aplicada em favor do
patrimônio duradouro do Estado, para gerar mais riqueza (ou para evitar o
endividamento). Portanto, a vocação do superávit do orçamento corrente é ser
aplicado em despesas de capital. Daí ser classificado como receita de
capital.
E essa história de o SOC não constituir “item da receita orçamentária”?
Significa que ele não pode ser contabilizado como “nova arrecadação”. O SOC
está compreendido na estimativa de arrecadação das receitas
correntes; considerá-lo novo item de receita orçamentária – nova
arrecadação – seria incorrer em duplicidade.
Como isso cai na prova?
31. (ANALISTA/MPU/2010) O superavit do orçamento corrente constitui item
de receita orçamentária, resultando do balanceamento dos totais das
receitas e despesas correntes somadas ao passivo circulante e divididas
pelo total da receita patrimonial.
32. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) Não existe nem deve existir
perfeita correspondência entre as respectivas categorias de receitas e de
despesas. No entanto, é recomendável que exista um saldo positivo entre
receitas de capital e despesas de capital, para a formação de poupança
que financie os novos investimentos.
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A questão 31 está ERRADA. Como vimos, o SOC não constitui item de receita
orçamentária. Além disso, a operação matemática referida pela questão não
existe.
Quanto à questão 32, a poupança do governo, para financiar investimentos, ou
para pagar dívida, se dá pela manutenção de um saldo positivo entre receitas
correntes e despesas correntes (ou seja, o SOC). Questão ERRADA.
Estágios da receita
Previsão
A previsão da receita orçamentária é a estimativa para a arrecadação
durante o exercício, que tomará forma nos valores consignados pela LOA. O
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público relaciona esse estágio a
uma fase de planejamento executado pela área técnica do governo, com
base na “Metodologia de Projeção das Receitas Orçamentárias”.
Conforme o MCASP,
”Esta metodologia busca traduzir matematicamente o comportamento
da arrecadação de uma determinada receita ao longo dos meses e anos
anteriores e refleti‐la para os meses ou anos seguintes, utilizando‐se de
modelos matemáticos”.
A importância do estágio da previsão para o orçamento está em sua influência
sobre a fixação da despesa, cujo montante não poderá, em princípio,
superar a arrecadação estimada (princípio do equilíbrio formal). Assim, é
esperado que a previsão da receita obedeça a rigorosos modelos de projeção,
já que dela dependerá a definição do volume do orçamento seguinte.
Essa característica técnica que deve permear a previsão orçamentária
impede, por exemplo, que se façam alterações na estimativa de arrecadação a
partir de critérios políticos ou circunstanciais, conforme indica o seguinte
dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal:
Art. 12, § 1º. Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
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Portanto, os cálculos feitos pelos técnicos do Executivo não poderão ser
suplantados por opiniões sem perfil “científico” e objetivo, digamos assim.
A Lei 4.320/64 não apresenta a previsão como um estágio da receita; essa
classificação é atribuída à doutrina.
A respeito da previsão da receita, a Lei 4.320/64 traz apenas uma disposição
digna de nota, mas já superada:
Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o impôsto lançado por motivo de guerra.
Atualmente, a receita orçamentária é realizada sem necessidade de
“autorização” pela LOA. O orçamento apenas prevê os recursos que devem
adentrar o caixa durante o exercício, enquanto que a disciplina de autorização
dessa arrecadação se faz por meio de outros normativos.
Como isso cai na prova?
33. (ANALISTA/STF/2008) A estimativa de arrecadação da receita é resultante
da metodologia de projeção das receitas orçamentárias.
A questão 33 está CERTA. Como vimos, há uma metodologia estabelecida no
âmbito do governo para se implementar a previsão da receita.
Lançamento
Como dissemos, o MCASP correlaciona o supracitado estágio da previsão a
uma fase de planejamento das receitas, e considera os próximos três estágios
abrangidos pela fase de execução da receita orçamentária.
Assim, o lançamento da receita já faz parte de sua execução. Segundo o art.
53 da Lei 4.320/64,
“O lançamento da receita é o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta”.
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É importante registrar que nem todas as receitas percorrem o estágio do
lançamento. A Lei 4.320/64 firma o seguinte:
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.
Assim, para lançar uma receita, conforme o Código Tributário Nacional, deve-
se identificar o fato gerador da obrigação, calcular o montante devido,
identificar o devedor e, se for o caso, propor a penalidade cabível. E esses
passos não são aplicáveis a diversos tipos de receita.
Veja-se, por exemplo, o caso das transferências, ou das operações de crédito:
não há “devedor” em sentido tributário, não há crédito fiscal a se lançar,
penalidade aplicável etc.
Como isso cai na prova?
34. (ANALISTA/MPU/2010) Os estágios da receita orçamentária são previsão,
lançamento, arrecadação e recolhimento. Entretanto, o lançamento, que
tem origem fiscal, não se aplica a todas as receitas orçamentárias, mas
basicamente às receitas tributárias, conforme dispõe o Código Tributário
Nacional.
35. (ANALISTA/STF/2008) No lançamento da receita, é verificada a
procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora.
36. (ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) Todas as receitas públicas devem
passar pelo estágio do lançamento, em que se verifica a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, calcula-se o montante devido,
identifica-se o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe-se a aplicação da
penalidade cabível.
A questão 34 está CERTA. Foram indicados todos os estágios da receita, e
destacou-se a informação de que o lançamento está vinculado a um “perfil” de
receitas, não se aplicando a todas.
A questão 35 está CERTA, sem maiores complicações. São discriminados os
procedimentos pertencentes ao estágio do lançamento.
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Na questão 36, novamente, há uma abordagem em sentido oposto àquilo que
acabamos de estudar. Vários tipos de receita, por sua própria natureza, não
podem ser objeto de lançamento. Questão ERRADA.
Arrecadação
A arrecadação envolve a entrega dos recursos devidos pelos contribuintes aos
agentes arrecadadores ou às instituições financeiras autorizadas pelo
ente recebedor, ainda sem chegada à conta do Tesouro.
Segundo a Lei 4.320/64, a arrecadação é o estágio em que se registra o
pertencimento da receita ao exercício financeiro. Nos dizeres do art. 35, inc. I,
“Pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas”. Isso quer
dizer que a receita arrecadada em 2010 será contabilizada como receita de
2010, para todos os fins.
Portanto, a arrecadação não corresponde ainda à disponibilização dos
recursos financeiros para uso do ente público. Pode haver um período em
que esses recursos estejam em processamento na rede bancária, ou sob a
posse de agentes arrecadadores. De qualquer modo, a disponibilidade
financeira só se efetivará no próximo estágio, o recolhimento.
Um ponto adicional, tratado pela Lei, diz respeito à compensação de créditos
contra a Fazenda Pública, incidente sobre valores devidos:
Art. 54. Não será admitida a compensação da observação de recolher rendas ou receitas com direito creditório contra a Fazenda Pública.
Isso significa que, se alguém tem certa quantia a receber do Estado, não
pode alegar tal fato para deduzir o montante correspondente de um
imposto cobrado pelo mesmo poder público, por exemplo. A compensação
deve ocorrer num processo em separado, distinto da arrecadação.
Como isso cai na prova?
37. (TÉCNICO/MPU/2010) O estágio do recolhimento de uma receita pública
corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro, efetuada pelos
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contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou instituições
financeiras autorizadas pelo ente.
A questão 37 faz uma troca entre os nomes dos estágios. As características
acima pertencem ao estágio da arrecadação, e não ao do recolhimento.
Questão ERRADA.
Recolhimento
O estágio do recolhimento consiste na entrega, pelos agentes arrecadadores e
pela rede bancária autorizada, do produto da arrecadação ao caixa do Tesouro,
correspondendo à efetiva disponibilização de recursos ao ente público.
Segundo o MCASP, nesse estágio, deve ser observado o Princípio da
Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos
arrecadados.
Assim se manifesta a Lei 4.320/64 sobre esse estágio:
Art. 56. O recolhimento de tôdas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.
Como isso cai na prova?
38. (ANALISTA/MPU/2010) Todas as receitas devem ser recolhidas em estrita
observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer
fragmentação para criação de caixas especiais.
A questão 38 praticamente reproduz o teor do art. 56 da Lei 4.320/64, sem
alteração de sentido. Questão CERTA.
DÍVIDA ATIVA
Inicialmente, para tratar desse tema, vamos pensar numa situação ilustrativa:
Um servidor federal, no ano de 2012, após preencher sua declaração de
imposto de renda, verifica, pelo sistema da Receita Federal, que deverá
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ainda pagar R$ 500,00 referentes a esse imposto ao Fisco, além daquilo
que foi abatido na fonte de seus pagamentos durante todo o ano de
2011.
Entretanto, por razões quaisquer, deixa de recolher os R$ 500,00 junto à
Receita, ultrapassando‐se o prazo de pagamento.
A Receita Federal havia registrado os R$ 500,00 como estimativa de
receita. Porém, diante do não pagamento por parte do servidor
contribuinte, ao invés de a contabilidade acusar recebimento de receita
tributária, fará um registro de um “direito não recebido a receber” –
afinal de contas, o referido servidor deverá pagar esse “resto” de
imposto, mais cedo ou mais tarde.
Essa historinha nos apresenta uma hipótese de registro de dívida ativa. A
dívida ativa constitui um direito a receber por parte do ente público. Ela
representa a possibilidade de ocorrência de fluxos de receita em momento
futuro, quando as obrigações dos devedores forem cumpridas. Por isso, é
contabilizada no ativo do ente.
No exemplo que vimos, ela é tributária, porque o pagamento não realizado
tem essa natureza (imposto de renda não recolhido). Portanto, impostos,
taxas, contribuições de melhoria, além dos adicionais, juros e multas
incidentes sobre essas figuras, podem dar ensejo ao registro de dívida ativa
tributária, caso não seja feito o correspondente pagamento.
Entretanto, a dívida ativa também pode ser não tributária: nesse caso, o não
pagamento relaciona-se a obrigações não tributárias (atraso de pagamento de
concessão de uso de bem público, de aluguel de imóvel público, custas
processuais etc.), que não foram cumpridas pelos respectivos devedores.
Vale ressaltar que a dívida ativa abrange valores adicionais, como atualização
monetária e juros. Vou deixar a Lei 4.320/64 responder por mim:
Art. 39, § 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978.
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Assim, a dívida ativa compreende o principal e os acessórios que incidem
sobre ele.
Dívida ativa segundo o MCASP
A partir de agora, vamos falar da dívida ativa conforme as orientações do
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público.
Para começar, é preciso registrarmos que, nesse tema, pensaremos no
regime de competência aplicado à receita pública. Isso porque, antes de
qualquer entrada de recursos (representada pelo pagamento da dívida ativa,
por parte do credor), haverá registros contábeis que previam o direito a
receber original.
Portanto, considere que, antes do registro da dívida ativa, houve o registro
de um crédito anterior. O ente público faz estimativas de arrecadação
tributária e de recebimento de receitas próprias, e lança essas estimativas
como créditos a receber. Vamos chamá-los de “créditos iniciais”.
Isso está de acordo com a Lei 4.320/64, como segue:
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.
Assim, se os devedores pagarem em dia suas obrigações, esses “créditos
iniciais” são extintos, registra-se a receita orçamentária, e acabou-se a
história. Porém, se os devedores atrasarem o pagamento, o crédito inicial é
convertido em dívida ativa – um direito a receber.
Outro detalhe curioso é que, por força da legislação (“Lei de Execução
Fiscal” – Lei 6.830/80), as unidades responsáveis pelo crédito inicial e
pela administração da dívida ativa correspondente devem ser distintas.
Por exemplo, na esfera federal, a Receita Federal do Brasil é a principal
responsável pela arrecadação dos impostos; mas a responsabilidade pela
execução da dívida ativa (exigência do pagamento dos impostos) é da
Procuradoria‐Geral da Fazenda Nacional, unidade integrante da
Advocacia‐Geral da União.
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Assim, se o devedor atrasar seu pagamento, dando ensejo ao registro da
dívida ativa, ocorre uma “transferência de créditos” entre as unidades
envolvidas: a responsável pelo crédito inicial dá baixa no crédito inicial, e a
responsável pela dívida ativa registra uma entrada de crédito, no valor
correspondente.
Assim, no “nascimento” da dívida ativa, a unidade responsável por ela registra
um direito a receber junto ao devedor, em razão de sua inadimplência, e a
unidade originária, responsável pelo crédito inicial, registra uma baixa em seu
Ativo.
Considere que, pensando de forma agregada, essa transferência de
créditos não altera o patrimônio público. Um movimento compensa o
outro.
Dessa forma, o registro de dívida ativa afeta positivamente o patrimônio da
unidade responsável pela cobrança, embora não tenha efeitos sobre o caixa.
Por isso, em alguns concursos, já se falou que o registro da dívida ativa é
exceção ao princípio de caixa.
Entretanto, é temerário entender dessa forma; o que afeta positivamente o
patrimônio, nesse caso, não é “receita”, já que não há ingresso de recursos.
Na contabilidade pública, tecnicamente, classifica-se esse fato como uma
“variação ativa”.
Assim, dizer que a dívida ativa é uma “exceção ao princípio de caixa” não
corresponde muito bem à realidade. Mas, volta e meia, as provas trazem esse
entendimento, e não nos cabe brigar com as bancas.
Prosseguindo com o raciocínio, ao ser quitada, a dívida ativa é convertida em
receita orçamentária pertencente ao exercício do pagamento, sob a
classificação econômica “outras receitas correntes”.
Para fechar, vamos deixar bem assentado que essa receita orçamentária
proveniente do pagamento da dívida ativa envolve a baixa do direito a
receber – ou seja, temos aí uma receita não efetiva (sem aumento no
patrimônio).
Colocando a sequência da dívida ativa num quadro, e usando o exemplo do
imposto de renda não pago, temos o seguinte:
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Como isso cai na prova?
39. (ANALISTA/ANATEL/2004) Os créditos da fazenda pública, de natureza
tributária ou não-tributária, serão escriturados como receita do exercício
em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.
Aqueles exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento serão
inscritos, na forma da legislação própria, como dívida ativa, e podem ser
classificados como dívida ativa tributária ou dívida ativa não-tributária.
40. (TEFC/TCU/2009) De acordo com as características do regime contábil
adotado no Brasil, a receita lançada e não arrecadada será apropriada no
exercício de seu recebimento, exceto se inscrita em dívida ativa, hipótese
em que o resultado econômico será imediatamente afetado.
41. (ANALISTA/TRE-TO/2006) Os créditos inscritos em dívida ativa não são
objeto de atualização monetária, juros ou multas, previstos em contratos
ou em normativos legais, não sendo, portanto, esses valores incorporados
ao valor original inscrito.
42. (CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Segundo sua origem, o valor da
arrecadação da receita decorrente de dívida ativa deve ser classificado
como outras receitas de capital.
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A questão 39 está CERTA. Ela faz um mini-resumo do que vimos sobre dívida
ativa.
A questão 40 está CERTA: é um caso em que se interpreta o registro de dívida
ativa como “receita patrimonial”. Nesse caso, o resultado econômico (não o
financeiro) é afetado positivamente.
A questão 41 está ERRADA. Já vimos que os adicionais cobrados sobre o valor
principal da dívida ativa passam a integrar o débito.
Por fim, a questão 42 também está ERRADA. A receita decorrente do
recebimento da dívida ativa é classificada na origem “outras receitas
correntes”.
Muito bem, caro aluno, aqui se encerra nosso primeiro encontro.
Na próxima aula, terminaremos os conteúdos relativos à Lei 4.320/64.
Bons estudos, até lá!
GRACIANO ROCHA
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RESUMO DA AULA
1. O princípio da unidade/totalidade preza a agregação das receitas e
despesas do Estado numa só peça, favorecendo a atividade de controle.
2. O princípio orçamentário da universalidade estabelece que todas as
receitas e despesas devem constar da lei orçamentária, garantindo-se
uma visão geral sobre as finanças públicas e evitando-se a realização de
operações orçamentárias sem conhecimento do Poder Legislativo.
3. O princípio do orçamento bruto é complementar ao da universalidade, e
determina que as receitas e despesas devem aparecer no orçamento sem
qualquer dedução.
4. Segundo o princípio da anualidade/periodicidade, o orçamento deve ser
elaborado e autorizado para um período definido, normalmente de um
ano.
5. A própria Constituição expressa o princípio da exclusividade, em seu art.
165, § 8º (A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa). Também a Constituição traz
as exceções a esse princípio: a autorização para abertura de créditos
suplementares e a autorização para a realização de operações de crédito
(inclusive ARO).
6. O princípio da discriminação preza pelo detalhamento, até onde for
possível, das receitas e despesas, para verificação, pelos órgãos de
controle, da origem e da aplicação dos recursos públicos.
7. A LOA contempla vários quadros relativos à receita e à despesa:
classificação econômica, funcional, institucional, por fontes (atualmente,
por origens), por esfera orçamentária (fiscal, seguridade e investimento
das estatais), etc.
8. Receitas orçamentárias são aquelas que podem ser utilizadas pelo ente
público para cobrir despesas orçamentárias.
9. Receitas extraorçamentárias são entradas compensatórias no ativo e no
passivo financeiros, que não precisam de autorização legislativa para sua
arrecadação, e não são utilizadas para cobrir despesas orçamentárias.
10. A Lei 4.320/64, por tratar de normas gerais de direito financeiro, obriga
todos os entes federados – União, Estados, DF e Municípios – a adotar
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essa mesma classificação e sua codificação contábil. Como resultado,
torna-se possível avaliar os efeitos econômicos da participação do setor
público nacional na economia.
11. A classificação econômica da receita traz os seguintes níveis: categoria
econômica; origem; espécie; rubrica; alínea; subalínea.
12. As receitas correntes são, tipicamente, receitas de custeio: servem para
suportar a manutenção e o funcionamento de atividades administrativas.
Receitas de capital servem à aquisição ou formação de bens de capital
(aqueles capazes de gerar novos bens ou serviços, produzindo riqueza).
13. A partir do nível “origem” da receita, logo abaixo do nível “categoria
econômica”, verifica-se se os recursos foram obtidos em razão das
atribuições de arrecadação coercitiva do Estado, ou pela ação do Estado
como um agente econômico comum, ou pela obtenção de transferências
de outros agentes etc.
14. O superávit do orçamento corrente (SOC) representa uma previsão, na
LOA, da diferença positiva a se obter entre o total da arrecadação de
receitas correntes e o total da execução das despesas correntes em um
exercício.
15. A previsão da receita orçamentária é a estimativa para a arrecadação
durante o exercício, que tomará forma nos valores consignados pela LOA.
16. Atualmente, a receita orçamentária é realizada sem necessidade de
“autorização” pela LOA. O orçamento apenas prevê os recursos que
devem adentrar o caixa durante o exercício.
17. O lançamento da receita é o ato da repartição competente que verifica a
procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o
débito desta.
18. A arrecadação envolve a entrega dos recursos devidos pelos contribuintes
aos agentes arrecadadores ou às instituições financeiras autorizadas pelo
ente recebedor, ainda sem chegada à conta do Tesouro.
19. O estágio do recolhimento consiste na entrega, pelos agentes
arrecadadores e pela rede bancária autorizada, do produto da arrecadação
ao caixa do Tesouro, correspondendo à efetiva disponibilização de
recursos ao ente público.
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20. A dívida ativa constitui um direito a receber por parte do ente público, e
pode ser classificada como tributária ou não tributária, a depender do tipo
de obrigação que lhe deu origem.
21. A dívida ativa abrange a obrigação principal e os valores correspondentes
à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora.
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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA
1. (CONTADOR/UNIPAMPA/2009) O princípio da unidade, também chamado
de princípio da totalidade, não é respeitado no Brasil, pois a Constituição
Federal (CF) estabelece três orçamentos distintos: fiscal, de investimentos
das empresas estatais e da seguridade social.
2. (TÉCNICO/MPU/2010) A existência do PPA, da LDO e da LOA, aprovados
em momentos distintos, constitui uma exceção ao princípio orçamentário
da unidade.
3. (ANALISTA/CNPQ/2011) O princípio orçamentário da totalidade determina
que haja um orçamento único para cada um dos entes federados, com a
finalidade de se evitar a ocorrência de múltiplos orçamentos paralelos
internamente à mesma pessoa política.
4. (ANALISTA/MCT/2008) O princípio orçamentário da universalidade
possibilita ao Poder Legislativo conhecer a priori todas as receitas e
despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva
arrecadação.
5. (AUDITOR/AUGE-MG/2009) De acordo com o princípio da unidade, o
orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas do Estado.
6. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) O refinanciamento da dívida
pública federal consta do orçamento fiscal, pelo mesmo valor, tanto na
estimativa da receita como na fixação da despesa. Este tratamento é
compatível com o princípio orçamentário da universalidade.
7. (ANALISTA/STM/2011) Nem todas as entidades da administração pública
indireta obedecem ao princípio orçamentário da universalidade.
8. (TÉCNICO SUPERIOR/IPEA/2008) Se uma receita é arrecadada pela União
e parte dela é distribuída para os estados, então a União deve prever no
orçamento, como receita, apenas o valor líquido.
9. (AUDITOR/AUGE-MG/2009) A observação ao princípio do orçamento bruto
é um instrumento que auxilia a ligação técnica entre as funções de
planejamento e gerência.
10. (ANALISTA/STM/2011) O princípio do orçamento bruto se aplica
indistintamente à lei orçamentária anual e a todos os tipos de crédito
adicional.
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11. (ANALISTA/SERPRO/2008) Segundo o princípio da anualidade, as
previsões de receita e despesa devem fazer referência, sempre, a um
período limitado de tempo.
12. (TÉCNICO/STM/2011) O conceito de exercício financeiro deriva do
princípio da anualidade e, no Brasil, esse exercício coincide com o ano
civil.
13. (ANALISTA/MPU/2010) O princípio da periodicidade fortalece a
prerrogativa de controle prévio do orçamento público pelo Poder
Legislativo, obrigando o Poder Executivo a solicitar anualmente
autorização para arrecadar receitas e executar as despesas públicas.
14. (ANALISTA/ANTAQ/2008) Prevista na lei orçamentária anual, a
autorização para abertura de créditos suplementares é uma das exceções
de cumprimento do princípio do orçamento bruto.
15. (AUDITOR/AUGE-MG/2009) Segundo o princípio da especialização, a lei
orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária, excluindo dela
qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e fixação da
despesa.
16. (INSPETOR/TCE-RN/2009) A autorização para um órgão público realizar
licitações não pode ser incluída na lei orçamentária anual em observância
ao princípio da exclusividade.
17. (TÉCNICO/MPU/2010) O princípio da exclusividade tem por objetivo
principal evitar a ocorrência das chamadas caudas orçamentárias.
18. (ADMINISTRADOR/UNIPAMPA/2009) Em respeito ao princípio da
discriminação ou especialização, as receitas e despesas devem constar no
orçamento de tal forma que seja possível saber, pormenorizadamente, a
origem dos recursos e sua aplicação.
19. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) O detalhamento da programação
orçamentária, em consonância com o princípio da especialização, deve
permitir a discriminação até onde seja necessário para o controle
operacional e contábil e, ao mesmo tempo, suficientemente agregativo
para facilitar a formulação e a análise das políticas públicas.
20. (ANALISTA/TRE-MT/2010) De acordo com o princípio da especialização, a
lei orçamentária consigna dotações globais destinadas a atender,
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indiferentemente, a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
transferências ou quaisquer outras. Assim, há maior transparência no
processo orçamentário, corroborando a flexibilidade na alocação dos
recursos pelo poder Executivo.
21. (CONTADOR/TJ-RR/2006) Acerca da estrutura da Lei de Orçamento
Público no Brasil, assinale a opção correta.
A) O sumário geral da receita por fontes e das despesas por funções do
governo deve acompanhar a Lei de Orçamento.
B) O quadro demonstrativo da receita por fontes deve acompanhar a Lei
de Orçamento.
C) Todos os quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos
recursos advindos de fundos especiais integram a Lei de Orçamento.
D) O quadro das dotações, detalhado por órgão do governo e da
administração, integra a Lei de Orçamento.
22. (ANALISTA/MPU/2010) O sumário geral da receita por fontes e das
despesas por funções do governo deve seguir os princípios da unidade,
universalidade e anualidade, integrando a Lei de Orçamento e o quadro
demonstrativo do passivo orçamentário anual.
23. (ANALISTA/TRT-17/2009) No conceito de receita orçamentária, estão
incluídas as operações de crédito por antecipação de receita, mas
excluídas as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias
no ativo e passivo financeiros.
24. (ANALISTA/MPU/2010) A receita orçamentária, sob as rubricas próprias,
engloba todas as receitas arrecadadas e que não possuem caráter
devolutivo, inclusive as provenientes de operações de crédito. Por sua
vez, os ingressos extraorçamentários são aqueles pertencentes a
terceiros, arrecadados pelo ente público, exclusivamente para fazer face
às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução.
25. (ANALISTA/ANATEL/2006) As entradas e saídas de dinheiro com efeito
apenas transitório, em razão de o ente público ser mero depositário ou
depositante desses valores, não são reconhecidas como receitas e
despesas, por sua natureza extraorçamentária.
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26. (TÉCNICO/MPU/2010) Por não ser possível prever no orçamento todos os
casos em que o órgão público fará a alienação de algum bem do seu
patrimônio, a receita proveniente das alienações pode ser classificada
como orçamentária ou extraorçamentária.
27. (CONTADOR/UNIPAMPA/2009) As receitas são classificadas em dois
segmentos: receitas correntes e receitas de capital. Essa divisão obedece
a um critério econômico, dentro da ideia de demonstrar a origem das
diversas fontes. As receitas de capital derivam do exercício de poder,
próprio do Estado, de tributar as pessoas e agentes econômicos ou do
exercício da atividade econômica.
28. (ADMINISTRADOR/AGU/2010) Receitas intraorçamentárias são diferentes
de receitas correntes e de capital.
29. (ANALISTA/TRE-MA/2009) Receitas que decorrem de um fato permutativo
são denominadas receitas correntes.
30. (ANALISTA/ANTAQ/2008) O 1.º nível da codificação da natureza da
receita é utilizado para mensurar o impacto das decisões do governo na
economia nacional.
31. (ANALISTA/MPU/2010) O superávit do orçamento corrente constitui item
de receita orçamentária, resultando do balanceamento dos totais das
receitas e despesas correntes somadas ao passivo circulante e divididas
pelo total da receita patrimonial.
32. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) Não existe nem deve existir
perfeita correspondência entre as respectivas categorias de receitas e de
despesas. No entanto, é recomendável que exista um saldo positivo entre
receitas de capital e despesas de capital, para a formação de poupança
que financie os novos investimentos.
33. (ANALISTA/STF/2008) A estimativa de arrecadação da receita é resultante
da metodologia de projeção das receitas orçamentárias.
34. (ANALISTA/MPU/2010) Os estágios da receita orçamentária são previsão,
lançamento, arrecadação e recolhimento. Entretanto, o lançamento, que
tem origem fiscal, não se aplica a todas as receitas orçamentárias, mas
basicamente às receitas tributárias, conforme dispõe o Código Tributário
Nacional.
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35. (ANALISTA/STF/2008) No lançamento da receita, é verificada a
procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora.
36. (ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) Todas as receitas públicas devem
passar pelo estágio do lançamento, em que se verifica a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, calcula-se o montante devido,
identifica-se o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe-se a aplicação da
penalidade cabível.
37. (TÉCNICO/MPU/2010) O estágio do recolhimento de uma receita pública
corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro, efetuada pelos
contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou instituições
financeiras autorizadas pelo ente.
38. (ANALISTA/MPU/2010) Todas as receitas devem ser recolhidas em estrita
observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer
fragmentação para criação de caixas especiais.
39. (ANALISTA/ANATEL/2004) Os créditos da fazenda pública, de natureza
tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício
em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.
Aqueles exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento serão
inscritos, na forma da legislação própria, como dívida ativa, e podem ser
classificados como dívida ativa tributária ou dívida ativa não tributária.
40. (TEFC/TCU/2009) De acordo com as características do regime contábil
adotado no Brasil, a receita lançada e não arrecadada será apropriada no
exercício de seu recebimento, exceto se inscrita em dívida ativa, hipótese
em que o resultado econômico será imediatamente afetado.
41. (ANALISTA/TRE-TO/2006) Os créditos inscritos em dívida ativa não são
objeto de atualização monetária, juros ou multas, previstos em contratos
ou em normativos legais, não sendo, portanto, esses valores incorporados
ao valor original inscrito.
42. (CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Segundo sua origem, o valor da
arrecadação da receita decorrente de dívida ativa deve ser classificado
como outras receitas de capital.
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QUESTÕES ADICIONAIS
43. (ANALISTA/CENSIPAM/2006) O orçamento deve ser uno, isto é, deve
existir apenas um orçamento e não mais que um para dado exercício
financeiro. Visa-se com esse princípio eliminar a existência de orçamentos
paralelos e possibilitar uma visão e uma gestão globais das finanças
públicas.
44. (ANALISTA/ANCINE/2006) De acordo com o princípio da universalidade, o
orçamento (uno) deve conter todas as receitas e todas as despesas do
Estado, regra tradicional amplamente aceita pelos tratadistas clássicos e
considerada indispensável para o controle parlamentar sobre as finanças
públicas.
45. (ANALISTA/ANEEL/2010) A lei de orçamento contém a discriminação da
receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômica financeira e
o programa de trabalho do governo, respeitados os princípios da unidade,
universalidade e anualidade.
46. (TÉCNICO/MPU/2010) Em caráter excepcional e mediante decreto do
presidente da República, o exercício financeiro para a administração
pública pode ser diferente do ano civil.
47. (ANALISTA/INMETRO/2010) Entre as exigências em relação à elaboração
da LOA, incluem-se a discriminação de receita e despesa do governo e a
obediência aos princípios da generalização, do orçamento líquido e da
universalidade.
48. (ANALISTA/PREVIC/2011) A legislação brasileira, ao admitir a existência
do orçamento da seguridade social e do orçamento fiscal, viola o princípio
da totalidade orçamentária.
49. (ANALISTA/MMA/2008) A apuração e a divulgação dos dados da
arrecadação líquida, sem a indicação das deduções previamente efetuadas
a título de restituições, fere o princípio da discriminação.
50. (ANALISTA/TRE-MA/2009) Só podem ser consideradas receitas
orçamentárias aquelas que já estejam formalmente incluídas na LOA.
51. (ANALISTA/TRE-MA/2009) Receitas que decorrem de um fato permutativo
são denominadas receitas correntes.
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52. (AUDITOR/AUGE-MG/2009) As multas, juros de mora, indenizações e
receitas diversas são classificadas como transferências correntes.
53. (ANALISTA/TCE-AC/2009) A previsão da receita visa identificar o devedor
dos tributos e os respectivos valores e espécies.
54. (ANALISTA/TCE-AC/2009) Os impostos diretos e outras receitas com
vencimento determinado em leis especiais, regulamentos ou contratos são
objeto de lançamento.
55. (ANALISTA/TCE-AC/2009) É no estágio da arrecadação que se verifica o
princípio da unidade de tesouraria.
56. (ANALISTA/TCE-AC/2009) O estágio do recolhimento deve anteceder a
arrecadação aos cofres públicos.
57. (ANALISTA/SEGER-ES/2009) O estágio de recolhimento da receita
caracteriza-se pela liquidação, junto aos agentes arrecadadores, dos
compromissos do contribuinte com o Tesouro.
58. (ANALISTA/TRE-MA/2009) A dívida ativa corresponde aos créditos da
fazenda pública, de natureza tributária ou não, exigíveis pelo transcurso
de prazo de pagamento pelo contribuinte.
59. (ANALISTA/ANEEL/2010) As receitas decorrentes de dívida ativa tributária
ou não tributária devem ser classificadas como outras receitas de capital.
60. (ANALISTA/TRE-TO/2006) Todo recebimento de dívida ativa, qualquer que
seja a forma, deve corresponder a uma receita orçamentária e à
simultânea baixa contábil de crédito registrado anteriormente no ativo.
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GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E E C C E C C E E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C C C E E C C C C E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
D E E C E E E E E C
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
E E C C C E E C C C
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
E E C C C E E E E E
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
E E E C E E E C E C