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Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO DIREITO PENAL I – 2010 4º Período - Profa. Maximiliana Moraes SUMÁRIO INTRODUÇÃO – CONCEITOS BÁSICOS .................................................................................................................... 02 REVISÃO 01 ................................................................................................................................................. 05 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL .............................................................................................................. 06 TEORIA DA LEI PENAL CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS, CLASSIFICAÇÃO ............................................................................... 06 REVISÃO 02 .................................................................................................................................................. 08 APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO ................................................................................................................................................... 08 TEMPO DO CRIME E CONTAGEM DE PRAZOS ........................................................................................ 09 REVISÃO 03 .................................................................................................................................................. 10 NO ESPAÇO E LUGAR DO CRIME ............................................................................................................. 11 REVISÃO 04 ................................................................................................................................................. 13 EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS ...................................................................................................................... 13 CONFLITO APARENTE DE NORMAS .......................................................................................................... 13 TEORIA DO CRIME CONCEITOS E ELEMENTOS DE CRIME .................................................................................................... 14 FATO TÍPICO – CONDUTA .......................................................................................................................... 14 SUJEITOS E OBJETO DO CRIME .............................................................................................................. 16 RESULTADO E NEXO CAUSAL .................................................................................................................. 17 TIPICIDADE ................................................................................................................................................ . 18 REVISÃO 05 ................................................................................................................................................ 19 TIPO PENAL- CRIMES DOLOSOS , CULPOSOS E PRETERDOLOSOS ................................................. 20 REVISÃO 06 ................................................................................................................................................ 21 ITER CRIMINIS – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA ....................................................................................... 22 REVISÃO 07 ................................................................................................................................................ 24 ANTIJURIDICIDADE E DESCRIMINANTES ................................................................................................. 26 REVISÃO 08 ................................................................................................................................................. 28 CULPABILIDADE .......................................................................................................................................... 29 REVISÃO 09 ................................................................................................................................................. 33 ERROS EM DIREITO PENAL ....................................................................................................................... 35 REVISÃO 10 ................................................................................................................................................. 37 CONCURSO DE PESSOAS ........................................................................................................................................ 39 REVISÃO 11 ..................................................................

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Universidade Salgado de Oliveira UNIVERSO DIREITO PENAL I 2010 4 Perodo - Profa. Maximiliana Moraes SUMRIO INTRODUO CONCEITOS BSICOS .................................................................................................................... 02 REVISO 01 ................................................................................................................................................. 05 PRINCPIOS DO DIREITO PENAL .............................................................................................................. 06 TEORIA DA LEI PENAL CONCEITOS, CARACTERSTICAS, CLASSIFICAO ............................................................................... 06 REVISO 02 .................................................................................................................................................. 08 APLICAO DA LEI PENAL NO TEMPO ................................................................................................................................................... 08 TEMPO DO CRIME E CONTAGEM DE PRAZOS ........................................................................................ 09 REVISO 03 .................................................................................................................................................. 10 NO ESPAO E LUGAR DO CRIME ............................................................................................................. 11 REVISO 04 ................................................................................................................................................. 13 EM RELAO S PESSOAS ...................................................................................................................... 13 CONFLITO APARENTE DE NORMAS .......................................................................................................... 13 TEORIA DO CRIME CONCEITOS E ELEMENTOS DE CRIME .................................................................................................... 14 FATO TPICO CONDUTA .......................................................................................................................... 14 SUJEITOS E OBJETO DO CRIME .............................................................................................................. 16 RESULTADO E NEXO CAUSAL .................................................................................................................. 17 TIPICIDADE ................................................................................................................................................ . 18 REVISO 05 ................................................................................................................................................ 19 TIPO PENAL- CRIMES DOLOSOS , CULPOSOS E PRETERDOLOSOS ................................................. 20 REVISO 06 ................................................................................................................................................ 21 ITER CRIMINIS CONSUMAO E TENTATIVA ....................................................................................... 22 REVISO 07 ................................................................................................................................................ 24 ANTIJURIDICIDADE E DESCRIMINANTES ................................................................................................. 26 REVISO 08 ................................................................................................................................................. 28 CULPABILIDADE .......................................................................................................................................... 29 REVISO 09 ................................................................................................................................................. 33 ERROS EM DIREITO PENAL ....................................................................................................................... 35 REVISO 10 ................................................................................................................................................. 37 CONCURSO DE PESSOAS ........................................................................................................................................ 39 REVISO 11 ..................................................................

I Introduo cincia do Direito Penal - Conceito, limites e funes do Direito Penal; Princpios do Direito Penal; Fontes do Direito Penal 1. Reflexo sobre alguns conceitos: a. NORMA sistema de regras dentro das quais as sociedades se movem e se conduzem. Normas de conduta social; normas cientficas; normas de etiqueta; normas jurdicas etc. b. DIREITO - Conjunto de normas jurdicas, ou seja, coercitivas (cuja observncia obrigatria), estabelecidas em uma sociedade por meio do Estado. Conjunto de Normas de conduta social imposta coercitivamente pelo Estado. O objetivo do Direito estabelecer as normas de comportamento (mbito jurdico) para a proteo de bens e valores considerados importantes para a sociedade controle social. Neste sentido, o Direito tem funo conservadora de estruturar e garantir determinada ordem econmica e social. c. LEI - A LEI O PRONUNCIAMENTO SOLENE DO DIREITO (Del Veccio). o veculo pelo qual a norma jurdica aparece e sua observncia se torna cogente.

A sociedade determina o Direito ou o Direito determina a sociedade? O Direito produzido pelo grupo social e pelas condies histricas concretas desse grupo; concomitantemente, ele fator de controle social, com funo conservadora; nessa dinmica o direito se reproduz. d. CINCIA DO DIREITO - o conjunto de conhecimentos e princpios, ordenados metodicamente, de modo a tornar possvel a elucidao do contedo das normas jurdicas e dos institutos em que elas se organizam. e. RAMOS DO DIREITO trabalhista etc. Constitucional; administrativo; eleitoral; militar; penal; civil;

Qual a funo de cada um desses ramos do Direito? A existncia dos diversos ramos decorre da necessidade de se organizar as regras sociais de forma metodolgica e racional. O Direito civil tutela as relaes entre pessoas fsicas casamento, famlia, patrimnio etc.; o Direito administrativo estabelece as regras da Administrao Pblica, e do relacionamento dessa administrao com o cidado; o Direito trabalhista traa as normas que regulam as relaes trabalhistas, assim por diante. Cada ramo prev punies, para as eventuais infraes, mas essas punies no se caracterizam como penas. f. DIREITO PENAL BITENCOURT: um conjunto de normas jurdicas que tem por objeto a determinao de infraes de natureza penal e suas sanes correspondentes penas e medidas de segurana. GUILHERME DE SOUZA NUCCI: o conjunto de normas jurdicas voltado fixao dos limites do poder punitivo do Estado, instituindo infraes penais e as sanes correspondentes, bom como regras atinentes sua aplicao. g. Ao Direito Penal, um dos ramos do Direito, cabe a tutela de que tipo de bem jurdico? Cabe ao Direito Penal tutelar apenas os bens jurdicos hierarquicamente considerados essenciais para garantir a paz social. Assim, s ser da alada desse ramo de Direito aquilo que positivamente tiver alcanado status penal, atravs da atividade legislativa (Direito Positivo). A razo que somente este ramo de Direito prev e aplica a pior sano, o pior castigo a pena. No deve ser usado, portanto, para disciplinar qualquer desavena ou situao humana. Ele SUBSIDIRIO dos demais ramos de Direito na funo de disciplinar as relaes humanas e sociais, e ele a ULTIMA RATIO, por ser o remdio mais amargo! Tambm por essa razo, este o ramo do Direito encarregado de estabelecer as normas jurdicas que determinam os limites punitivos do Estado. O Estado no pode punir qualquer um, nem de qualquer

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modo, nem por qualquer coisa!!!!!. Ele s pode punir DENTRO e CONFORME os limites legais! 2. Vocabulrio de interesse: CDIGO PENAL Seco; Anotado; Comentado DOUTRINA: Conjunto de teorias que envolvem um julgamento de valor, com o propsito de transformar uma realidade. No tem valor legal. JURISPRUDNCIA: Conjunto de decises dos tribunais sobre questes de direito. Decises uniformes e constantes do poder judicirio. No tem valor legal. COERO: possibilidade de aplicar sano (DP coercitivo) COAO: efetiva aplicao da sano JURDICO: relativo ao Direito, s leis JUDICIAL: relativo ao sistema judicirio DIREITO PENAL OBJETIVO: conjunto de normas jurdico- penais (...) que regulam a ao 1 estatal, definindo os crimes e cominando as respectivas sanes. Destina-se ao combate criminalidade, garantindo a defesa da sociedade. DIREITO PENAL SUBJETIVO jus puniendi e jus libertatis; O ESTADO detm o jus puniend, = o direito de punir que surge com a norma penal (direito objetivo), e que limitado pelo mesmo direito atravs do direito subjetivo de liberdade (jus libertatis) do cidado. DIREITO PENAL MATERIAL/SUBSTANTIVO: conjunto das normas que definem os crimes, cominam as penas e estabelecem os princpios e as normas gerais de Direito Penal. DIREITO PENAL FORMAL/PROCESSUAL/ADJETIVO: Conjunto das normas de aplicao do Direito penal; CRIMINOLOGIA: a cincia que estuda o crime, como fenmeno social, o criminoso, como parte integrante do mesmo contexto, bem como as origens de um e de outro, alm dos fatores de controle para superar a delinqncia. CRIMINALIDADE (conceito criminolgico) e CRIME (conceito jurdico). Cincia de referncia para o Direito Penal. POLTICA CRIMINAL: Postura do Estado no combate criminalidade, tanto com relao ao sistema penal (normas em abstrato) como no contexto de sua aplicao aos casos concretos. PARTE GERAL E PARTE ESPECIAL DO CDIGO; LEGISLAO EXTRAVAGANTE; DENNCIA: Nome da pea inicial do processo penal, produzido exclusivamente pelo Ministrio Pblico nas aes penais pblicas. QUEIXA: Nome da pea inicial do processo penal, produzido exclusivamente pelo ofendido, ou seu representante legal, nas aes penais privadas. NOTCIA-CRIME: A informao sobre a ocorrncia de um crime fornecida por um cidado autoridade policial. TCO TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRNCIA Juizados especiais BO BOLETIM DE OCORRNCIA Inqurito policial 3. CARACTERSTICAS DO DIREITO PENAL Positivo: evidenciado sociedade por meio de leis emanadas do Poder Legislativo. Pblico: protege bens jurdicos que interessam toda a sociedade. Os bens jurdicos tutelados pelo DP so considerados indispensveis para a manuteno e desenvolvimento da vida social. Autnomo: No apenas um ramo sancionador complementar dos demais ramos do Direito. um ramo autnomo em face do contedo de seus preceitos, que visam a tutelar, atravs da construo da figura de crimes e da sano correspondente sua violao, bens jurdicos hierarquicamente considerados. Valorativo: DP valora e seleciona os valores da coletividade. Finalista: Constitui tcnica de controle social (funo histrica, econmica, social). 4..FONTES DO DIREITO PENAL - DE ONDE PROVM O DIREITO PENAL MATERIAL / DE PRODUO / SUBSTANCIAL: RGO QUE ELABORA. A nica fonte material de Direito Penal o ESTADO UNIO LEI FEDERAL

A ROSA, apud NILO BATIST MIRABETE, 2001, 26-27

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Competncia privativa da Unio para legislar sobre matria penal (CF, art. 22, inc. I). CF, pargrafo nico do art. 22 - Lei complementar pode autorizar os Estados a legislar sobre matrias especficas (relacionadas na prpria lei complementar) de interesse local (competncia potencial). Iniciativa de leis penais: membros do Congresso Nacional; Presidente da Repblica; Iniciativa Popular (art. 61, 2 CF).

FORMAL / DE COGNIO / DE CONHECIMENTO: MODO PELO QUAL O DIREITO PENAL EXTERIORIZA-SE. Pode ser: Imediata/direta: LEI princpio da reserva legal Mediata/indireta: COSTUMES E PRINCPIOS GERAIS DO DIREITO LEI: 0 0 rg 0.998 0 0 1 305.76 695.52 Tm [( )] TJ ET Q q125.76 561.6 Tm [( )] TJ ET Q q BT /F1 9.475 Tf 0 0

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i)-6(s)17(e)23( i )-3((d)331((o)23( )-26I)2(a)-2(l)] TJ -26((i)-6 )] TJ ET Q q BT /F2 9.475 Tf 0 0 0 rg 0.998 0 0 1 207.32 559.9207 [()28(n)

b) Estruturao do Cdigo Penal: Parte Geral: 120 artigos; Parte especial: 240 artigos (do 121 a 361) c) Exposies de Motivos d) Propostas de Novo Cdigo Penal Anteprojetos que discutem, entre outras questes: - criminalizao: pedofilia; violao da intimidade; crimes contra administrao pblica (peculato de uso) etc. - descriminalizao: bigamia; aborto; eutansia; tipos penais que afrontam o princpio da lesividade. - outras concepes de infraes e sanes penais; idade penal; direitos do consumidor, crimes organizados, crimes financeiros e tributrios, falncia do sistema prisional, outras formas de punir diversas da perda de liberdade etc. e) Tendncias do Direito Penal contemporneo: Princpio da interveno mnima: a interveno penal deve ser excepcional, e no servir como instrumento de satisfao de interesses polticos/econmicos ou para aplacar o clamor pblico exacerbado pela mdia ultima ratio e subsidiariedade. Direito Penal Mnimo: reduo da interferncia estatal na persecuo penal, restrita efetivamente tutela de bens jurdicos supra-individuais, permitindo aos particulares o livre arbtrio de invocarem a reparao de seus direitos, na rbita de outro ramo do Direito. Princpio da insignificncia (da bagatela): necessidade de excluir do mbito do DP leses insignificantes, levando-se em considerao o desvalor do dano, da conduta ou da culpabilidade. Princpio da lesividade: somente condutas que efetivamente ofeream leso ou perigo de leso devem ser alvo do DP. QUESTES PARA ORIENTAR LEITURA DE DOUTRINA - REVISO N 1 1. O que direito penal? 2. O que est sob a tutela do Direito Penal? 3. Por que se diz que a tutela penal tem carter subsidirio e a ultima ratio? 4. O que jus puniendi ? Quem tem o monoplio do jus puniendi? O que delimita o jus puniendi? 5. Qual a diferena entre Direito e Moral? 6. O que fonte de Direito Penal? 7. Diferencie fonte material e formal de Direito Penal. 8. Quais so as fontes formais de Direito Penal? 9. Qual a diferena entre o costume e o hbito (do ponto de vista jurdico)? 10. O jogo do bicho praticado em todo o territrio brasileiro, apesar da lei penal o proibir. Pode-se dizer que o costume revogou a proibio legal? Justifique. 11. O estado de Gois pode, atravs de seus rgos legislativo e executivo, passar a punir com pena de morte os criminosos condenados por estupro seguido de morte? Justifique. 12. A analogia fonte formal de Direito Penal? Justifique. 13. Que tipo de analogia pode ser aplicada ao Direito Penal? Justifique. 6. EVOLUO HISTRICA DO DIREITO PENAL: 1700 a.C: Cdigo de Hamurabi Babilnia Lei de Talio 1300 a.C: Os X Mandamentos Moises, Bblia 1280 a 888 a.C: Leis de Manu - Sistemas de castas na ndia 621 a.C: Leis de Drcon - Grcia Cdigo jurdico para Atenas 450 a.C: As XII Tbuas - base do Direito Romano Lei escrita 350 a.C: Cdigo Chins de LI KUI 1 Cdigo Imperial chins 529: Cdigo de Justiniano Imperador Bizantino 653: Cdigo TANG direito oriental 1100: 1 escola de Direito Irnerius, Bolonha 1215: Carta Magna Joo sem Terra Inglaterra esboo da common law inglesa. 1776: Declarao de independncia norte americana

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1789: Revoluo Francesa 1804: Cdigo de Napoleo Ps revoluo francesa influncia nos direitos modernos 1864:Conveno de Genebra garantia de respeito mnimo de direitos humanos 1945/46: Processos dos crimes de guerra Nuremberg 1948: Declarao Universal dos Direitos do Homem ONU

7. PRINCPIOS DO DIREITO PENAL a) Princpio da legalidade Art. 5, XXXIX da CP; Art. 1 CP: nullum crimen, nulla peoena sine praevia lege (FEUERBACH, sc. XIX) PRINCPIO DA LEGALIDADE protege contra a invaso arbitrria do Estado = garantia poltica. Histrico: Direito medieval o 1215 Inglaterra Magna Carta firmada por Joo sem Terra, por presso dos bares Ingleses proibio de definir crimes e aplicar penas; germe da limitao do poder do Estado em face da liberdade do indivduo. o Iluminismo Montesquieu diviso de poderes do Estado. o Bill of rights.- Constituies das Colnias Inglesas na Amrica do Norte o Congresso de Filadlfia (1774); o Consituio Federal Americana (1787); o Revoluo Francesa; Declarao dos Direitos Humanos (1789) A LEGALIDADE uma garantia constitucional dos direitos do homem no sentido de que ele pode fazer tudo o que a lei no probe. A PRETENSO PUNITIVA DO ESTADO jus puniendi s pode fundamentar-se na LEI. Princpios decorrentes: Princpio da reserva legal: a existncia do crime e da pena limita-se ao campo da lei. Princpio da anterioridade da lei penal: a lei penal deve estar em vigor no momento do crime. Princpio da taxatividade: necessidade de perfeita correspondncia entre o fato e o crime previsto no tipo (Beling) definio Outros Princpios: Extratividade da Lei Penal mais favorvel; Individualizao da pena; personalidade da pena; limitao das penas; humanidade, presuno da inocncia, da interveno mnima (subsidiariedade), da culpabilidade, da proporcionalidade etc. UNIDADE II TEORIA DA LEI PENAL: 1- A LEI PENAL PODER LEGISLATIVO FEDERAL Conceito de Lei Penal: nico instrumento utilizado pelo Estado para dar a conhecer o Direito Penal, onde esto contidas as normas que definem crimes e cominam penas. Caractersticas das normas penais: Exclusividade: s a norma penal define crime e comina penas; Anterioridade: s incidem se j estiverem em vigor na data do seu cometimento; Imperatividade: Impe-se coativamente a todos, sendo obrigatria a sua observncia; Gereralidade: eficcia erga omnes, dirigindo-se a todos, inclusive inimputveis. Impessoalidade: dirige-se impessoal e indistintamente a todos.

* A norma penal caracteriza-se por ser DESCRITIVA, e no proibitiva. - TIPO PENAL

Classificao das normas penais espcies: Incriminadoras: descrevem crimes e cominam penas. (Ex. art. 121 (homicdio), art. 151 (furto), art. 213 (estupro) parte especial do CP. No incriminadoras: declaram a licitude ou punibilidade de certas condutas, ou apenas esclarecem o contedo de outras normas . Elas podem ser:

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Permissivas (exculpantes, eximententes): afastam a punibilidade do agente, ou seja, tornam lcitas determinadas condutas tipificadas em leis incriminadoras. Ex. art. 128 (no se pune aborto praticado por mdico.....), art. 23 (no h crime ..... excludentes de ilicitude: estado de necessidade, legtima defesa, estrito cumprimento de dever legal ou no exerccio regular de direito). Explicativas (complementares): esclarecem o contedo de outras normas e delimitam o mbito de sua aplicao. Arts. 1, 2, 3 etc.

Estrutura da norma penal: Cada dispositivo da lei penal uma norma, e estrutura-se em ARTIGOS, compostos, na parte especial, de 02 preceitos: Preceito primrio: descrio da conduta tipo penal Preceito secundrio: sano abstratamente cominada em um valor mnimo e um mximo. - NORMA PENAL EM BRANCO: NORMAS PENAIS INCOMPLETAS Normas nas quais o preceito secundrio est completo (sano), permanecendo indeterminado o seu preceito primrio (descrio da conduta incompleta). Por isso, necessita da complementao de outro dispositivo legal ou regulamentar, ou seja, da complementao de uma outra lei EM SENTIDO MATERIAL = ato legislativo, provimentos, resolues, atos administrativos. As normas penais em branco podem ser: Sentido lato (homogneas, imprprias): quando o complemento provm da mesma origem legislativa da norma penal em branco: ex. um dispositivo do C.Civil (Lei Federal) complementa um dispositivo do C.Penal (Lei Federal). Sentido estrito (heterogneas, prprias): quando o complemento provm de fonte formal diversa, ou seja, a lei complementada por ato normativo infra-legal, como uma portaria, um decreto. Ex. art. 269 2. INTERPRETAO DA LEI PENAL HERMENUTICA Interpretar interpretare intermedirio = mediador entre o texto da lei e a realidade. A interpretao jurdica consiste em determinar o verdadeiro sentido e alcance de determinada norma jurdica. Uma boa interpretao jurdica deve fundar-se em: a) Equidade: correspondncia jurdica e tica da norma ao caso concreto. b) Doutrina: estudos, investigaes, reflexes tericas dos cultores do Direito. c) Jurisprudncia: repetio constante de decises no mesmo sentido em casos semelhantes. Conceito: a atividade que consiste em extrair da norma penal seu exato alcance e real significado. A hermenutica deve desconsiderar a vontade de quem a fez, e fixar-se apenas no que est contido em seus preceitos vontade da lei. Espcies: quanto ao sujeito que elabora: o intrprete autntica ou legislativa Feita pelo prprio rgo encarregado da elaborao do texto. Pode ser contextual (feita dentro do prprio texto interpretado (CP, art. 327 esclarece sentido de funcionrio pblico), ou posterior, quando a lei interpretadora entra em vigor depois da interpretada. Tem portanto efeito ex tunc, uma vez que apenas esclarece o sentido da outra. doutrinria ou cientfica Feita pelos estudiosos do Direito. Nesse sentido, o que a exposio de motivos de uma lei? Interpretao doutrinria. Judicial Feita pelos rgos jurisdicionais, e sem fora obrigatria.

quanto aos meios empregados: como feita a interpretao gramatical, filolgico, literal ou sinttica sentido literal das palavras (literal e sintaxe). Lgica, sistemtica ou teleolgica busca a vontade da lei, atendendo a seus fins e sua posio dentro do ordenamento jurdico (relao com demais normas). Histrica compreenso do Direito como fenmeno histrico-cultural (lei sob perspectiva histrica). Comparativa considera a recproca influncia de diversos ordenamentos jurdicos. quanto ao resultado

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declarativa perfeita correspondncia entre a palavra e a vontade da lei. A interpretao restringe-se exteriorizao do significado do texto. restritiva Limita o mbito de aplicao da lei a um crculo mais restrito do que o indicado por suas palavras. A lei diz mais do que queria, exigindo que o intrprete restrinja o seu significado (lex minus voluit quam dixit). Extensiva Amplia o alcance do texto. A letra escrita da lei fica aqum de sua vontade (lei diz menos do que queria), exigindo que o intrprete amplie o seu significado (lex plus voluit quam dixit). Integrao da Norma Penal: a combinao indivisvel de todas essas pesquisas, aliada conscincia do contedo finalstico e valorativo do direito, que completa a atividade de interpretao da lei. A confiabilidade da tarefa hermenutica depende do conjunto de todas essas operaes. (Ada Pellegrini Grinover). REVISO 2 1. Como se estrutura a norma penal? Ela tem uma caracterstica proibitiva ou descritiva? 2. O que so preceitos primrio e secundrio da norma penal? 3. O que norma penal em branco? Qual a sua relevncia? Por que as normas penais em branco ferem o princpio da taxatividade? 4. Qual a diferena entre norma penal em branco em sentido lato e em sentido estrito? 5. A analogia admissvel em matria penal para criar delitos e cominar penas? Justifique. 6. Qual a importncia da hermenutica para o Direito? 3. DA APLICAO DA LEI PENAL - MBITOS TEMPORAL, ESPECIAL E PESSOAL I - A LEI PENAL NO TEMPO a. Conceitos: Vigncia = Atividade da lei: Princpio tempus regit actum aplicao da lei vigente poca do fato = princpio da reserva legal. Perodo de vigncia da lei - intervalo de tempo que se inicia no momento em que a lei que define o fato tpico se torna obrigatria pela sua entrada em vigor (projeto, sano, promulgao, publicao e vacatio legis) e que termina no momento em que a lei deixa de ser obrigatria por ter cessado a sua vigncia (revogao tcita ou expressa). Retroatividade da lei: fenmeno pelo qual a lei retroage no tempo, alcanando fatos ocorridos antes de sua vigncia = aplicao de uma norma jurdica a fato ocorrido antes da sua vigncia. Irretroatividade da lei: Impossibilidade da lei alcanar fatos ocorridos antes de sua vigncia. Princpio fundamental no Direito Penal - anterioridade da lei penal princpio da reserva legal. Ultratividade da lei: fenmeno pelo qual uma norma jurdica aplicada a fato ocorrido aps o trmino de sua vigncia. Possibilidade da lei alcanar fatos ocorridos aps a sua revogao. - REGRA APLICVEL AO DIREITO PENAL: irretroatividade da lei penal: princpio da anterioridade da lei = princpio da reserva legal, art. 1 CP - princpio tempus regit actum (a lei vigente poca do fato). - EXCEO: extratividade da lei penal - retroatividade e ultratividade Retroatividade da lei penal: A lei penal sempre retroagir para beneficiar o ru, e nunca para prejudic-lo. Art. 2 CP: Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria. Pargrafo nico: a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena transitada em julgado. Art. 5, XL: A lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru.

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Ultratividade da lei penal: ocorre nas hipteses de Leis temporrias ou excepcionais - Leis auto-revogveis, de vigncia temporria. Leis excepcionais: feitas para vigorarem em perodos anormais (guerras, calamidades, estado de emergncia etc). Sua durao coincide com a do perodo anormal. Leis temporrias: feitas para vigorarem em perodo de tempo previamente determinado pelo legislador. Traz textualmente a data de cessao de sua vigncia.

Art. 3 CP: A lei excepcional ou temporria, embora decorrido o perodo de sua durao ou cessadas as circunstncias que a determinaram, aplica-se aos fatos praticados durante sua vigncia. JUSTIFICATIVA: So leis ultra-ativas, sob pena de perderam toda a sua fora intimidativa. A retroatividade de lei posterior, nesses casos, somente possvel se a novatio legis fizer meno expressa ao perodo anormal ou ao tempo de vigncia da lei temporria, passando a regular os fatos praticados ento. - SOLUO LEGAL PARA AS HIPTESES DE DIREITO INTERTEMPORAL: Novatio legis incriminadora: lei que tipifica fato anteriormente no incriminado. Hiptese em que a lei absolutamente irretroativa, por fora do princpio da legalidade. Abolitio criminis: lei posterior deixa de considerar um fato como criminoso, revogando o tipo penal incriminador. O fato passa a ser atpico. Alcana inclusive fatos definitivamente julgados (extino da punibilidade, art. 107, III do CP). Desaparecem os reflexos penais, mas no os civis. Novatio legis in mellius: a novatio legis que, de qualquer modo, traz um benefcio para o agente no caso concreto (lex mitior). Lei retroage Novatio legis in pejus: a novatio legis que, de qualquer modo, agrava a situao do agente no caso concreto (lex gravior). Lei no retroage. CONCLUSO: Havendo conflito de leis penais, com o surgimento de novos preceitos jurdicos aps a prtica do fato delituoso, ser aplicada sempre a lex mitior, que tem extratividade; a lex gravior no tem extratividade (princpio geral da irretroatividade da lei). O QUE UMA LEI MAIS BENFICA? Sempre que houver restrio do jus puniendi e, consequentemente, ampliao dos direitos de liberdade do indivduo, a lei h que ser tida como mais favorvel. Toda regra, portanto, que aumente o campo de licitude penal e amplie o espectro de atuao do agente, no s excluindo figuras criminosas, como tambm, refletindo-se sobre a culpabilidade e a antijuridicidade, considerada lex mitior. Do mesmo modo, qualquer regra que diminua ou torne a pena mais branda ou comute em outra de menor severidade tambm ser mais 2 benfica. H, no entanto, situaes difceis de serem solucionadas.

II - TEMPO DO CRIME momento em que se considera praticado o delito para a aplicao da lei penal a seu autor. Importa para a determinao da lei aplicvel hiptese, de determinao de imputabilidade, de concesso de anistia, etc. Teorias sobre o momento do crime Teoria da Atividade Considera-se praticado o crime no momento da conduta, da ao ou emisso Teoria do Resultado Considera-se praticado o crime no momento do resultado. Teoria da Ubiqidade (Mista) Considera-se praticado o crime tanto no momento da conduta (ao ou omisso) quanto no momento do resultado. Art. 4 - Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado.

MIRABETE, 2001, 26-27 2 NILO BATISTA, op. Cit.3 Coprnico; Kepler; Galileu

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O CP adotou a teoria da atividade, ou seja, a imputabilidade do agente deve ser aferida no momento em que o crime praticado, pouco importando a data em que o resultado venha a acontecer. Obs. Em matria de prescrio o CP adotou a teoria do resultado - o lapso prescricional comea a correr a partir da data da consumao (art. 111, I). Crime permanente: consumao se prolonga no tempo, ou seja, considerado tempo do crime todo o perodo em que se desenvolver a atividade delituosa. Ex. seqestro. Crime continuado: considerado uma unidade delitiva (ainda que ficcional), aplicando-se a lei do momento em que cessou a continuao, exceto com relao inimputabilidade.

- CONTAGEM DE PRAZOS Art. 10: O dia do comeo inclui-se no cmputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendrio comum. Art. 11: FRAES NO COMPUTVEIS DA PENA: Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direito, as fraes de dia, e, na pena de multa, as fraes de cruzeiro. Relevncia: durao da pena, livramento condicional, sursis, etc. No DP, quanto mais breve o prazo, melhor para o ru (inclui-se o primeiro dia no cmputo). No DPP, quanto mais longo o prazo, melhor para o ru (no se inclui o primeiro dia no cmputo- art. 798, par. 1 do CPP). Contam-se os dias, meses e anos pelo calendrio Gregoriano, ou seja, sem ateno s fraes. Uma pena cuja execuo iniciou s 23h50 min do dia 10 de maro de 2001. Esse dia dever ser computado, pois no interessam as horas ou os minutos, e sim o dia. Contagem de ms e ano: no importa o n de dias de cada um, e sim o perodo. 6 meses a partir de abril: o prazo termina em setembro, no importando se o ms tem 30 ou 31 dias; A regra aplica-se para prescrio e decadncia; Os prazos de natureza penal so fatais e improrrogveis, mesmo que terminem em feriados ou domingos.

REVISO N 3 1. Qual o princpio que rege a atividade da lei penal no tempo? 2. O que VIGNCIA de lei? O que faz cessar a vigncia de lei, e como pode ocorrer? 3. O que extratividade da lei? 4. Qual o nome com o qual se designa uma nova lei que, tratando de matria j legislada, agrava, de qualquer forma, a situao do agente da conduta criminalizada? Esta lei pode retroagir? 5. Qual o nome com o qual se designa uma nova lei que, tratando de matria j legislada, beneficia, de qualquer forma, a situao do agente da conduta criminalizada? Esta lei pode retroagir? 6. Qual o nome que se d lei que deixa de considerar crime uma conduta tipificada em lei anterior? Esta lei pode retroagir? 7. Qual o nome com o qual se designa uma nova lei que tipifica conduta anteriormente no considerada crime? Esta lei pode retroagir? 8. O que uma lei excepcional? O que uma lei temporria? O que ocorre com estas leis do ponto de vista do direito intertemporal, e sob qual fundamentao legal? 9. Quais as teorias formuladas na doutrina a respeito do tempo do crime, e o que as distingue? Qual a teoria adotada pela legislao brasileira? (cite a norma legal). 10. Tristo praticou um conduta durante a vigncia da lei X, que prev pena de recluso. Por ocasio da sentena, a matria passa a ser regulada por lei Y, que comina pena de deteno (recluso pior que deteno para o condenado). H conflito intertemporal? Qual o princpio a ser aplicado? Sob qual argumento?

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11. Isolda foi condenada por sentena penal irrecorrvel. Durante o cumprimento da pena, surge novatio legis que discrimina a conduta anteriormente tipificada. H conflito intertemporal? Qual o princpio a ser aplicado? Sob qual argumento? O que acontecer com a r? 12. Homero foi condenado com base na lei X e cumpre pena, j estando apto ao benefcio da progresso da pena. Uma nova lei Y aumenta os requisitos para a concesso do benefcio para o crime praticado por Homero. H conflito intertemporal? Qual o princpio a ser aplicado? Sob qual argumento? O que acontecer com o ru com relao ao benefcio pretendido? 13. Tibrcio, com 17 anos e 11 meses de idade, esfaqueia uma senhora que vem a falecer, em decorrncia dos golpes, somente 03 meses aps. Ele responder pelo crime? Justifique, fazendo uma observao crtica sobre a forma pela qual o Estado enfrenta esta questo. 14. Tibrcio, com 17 anos e 11 meses de idade, sequestra uma senhora e a mantm em cativeiro durante 03 meses, quando finalmente preso em flagrante. Ele dever ou no responder pelo crime? Justifique. 15. O agente de um crime foi condenado a cumprir uma pena de 6 anos, 3 meses e 25 dias. Iniciou o cumprimento da pena no dia 7 de julho de 1999, s 17:45 hs. Calcular a data do trmino da pena. 16. Em se tratando de contagem de prazos, h uma diferena entre Direito Penal e Direito Processual Penal. Qual ela? III APLICAO DA LEI PENAL NO ESPAO: DO LUGAR DO CRIME: art. 6 TEORIAS: o Teoria da Atividade Considera-se praticado o crime no lugar ou no local da ao ou da omisso, isto , no local da conduta o Teoria do Resultado Considera-se praticado o crime no lugar ou no local onde houve o resultado da conduta o Teoria da Ubiqidade (Mista) Considera-se praticado o crime tanto no local da conduta quanto no local do resultado. A doutrina adota a Teoria da Ubiqidade como mais aceita, por acreditar que o lugar do crime tanto o da conduta como o do resultado.

Art. 6: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. * Aparente conflito entre art. 6 do CP e art. 70 do CPC (que adota teoria do resultado). Art. 6 do CP destina-se determinao de regras de direito penal internacional hipteses de aplicao da norma penal brasileira. APLICAO DA NORMA PENAL BRASILEIRA LEI PENAL NO ESPAO

A norma penal prev 5 (cinco) princpios para solucionar eventuais conflitos de leis penais no espao (relativos norma penal aplicvel em cada lugar). O princpio da TERRITORIEDADE adotado como REGRA, e os demais como excees (fundamentando hipteses de EXTRATERRITORIEDADE, quer seja quando a norma penal brasileira aplica-se a crimes cometidos no exterior, ou quando normas estrangeiras aplicam-se a crimes cometidos no Brasil. - Princpios de aplicao da lei penal no espao Princpio da territoriedade: Decorre da soberania do Estado (o Estado tem jurisdio sobre as pessoas dentro de seu territrio). Princpio da nacionalidade / personalidade: aplicao da lei do pas de origem do agente (nacionalidade ativa e passiva), independentemente do local onde o crime cometido. Este princpio fundamenta a proibio de extradio de brasileiros (art. 5, LI, CF) princpio da personalidade ativa art. 7, II, b do CP (hipteses em que, mesmo cometendo crimes no exterior, o agente ser punido pela Lei Penal Brasileira).

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Princpio da proteo / competncia real / de defesa: aplicao da lei nacional ao fato que atinge bem jurdico nacional, independentemente do local em que foi praticado ou da nacionalidade do agente. Art. 7, I, e 3 do CP. Princpio da competncia universal / justia cosmopolita: prev que o criminoso seja punido onde quer que seja detido, segundo as leis desse pas, desconsiderando o local do crime, a nacionalidade do autor ou o bem jurdico lesado. Este princpio leva em conta os crimes contra a humanidade (Crimes ambientais, terrorismo, genocdio, crimes de guerra, etc). Art. 7, II, a. Princpio da representao - substituio: prev a aplicao da lei do pas quando, por deficincia legislativa ou desinteresse do pas que deveria reprimir o crime, este deixa de faz-lo, com relao a delitos cometidos em aeronaves ou embarcaes (nacionalidade do meio de transporte onde ocorreu o crime). Art. 7, II, c.

O princpio fundamentalmente adotado pelos pases o da territoriedade, complementado por dispositivos fundamentados nos demais princpios, uma vez que h a necessidade de se punir crimes cometidos no exterior, sob pena de se favorecer a impunidade. - Princpio da territoriedade - Art. 5 CP: A lei penal aplica-se a todas as pessoas, nacionais ou estrangeiras, sujeitos ativos ou passivos, que se encontrem no territrio nacional. O princpio da territoriedade pode ser: o Absoluto: S a lei penal nacional aplicvel aos crimes cometidos no territrio nacional. o Temperado: a lei nacional aplica-se em regra ao crime cometido no territrio nacional, mas excepcionalmente aplicada lei estrangeira, por determinao de tratados ou convenes internacionais.

Princpio adotado no Brasil: Territoriedade temperada: O ordenamento penal brasileiro aplicvel aos crimes cometidos no territrio nacional, no importando a nacionalidade, se residente ou em trnsito, SALVO quando normas do Direito internacional dispuserem em sentido contrrio.

- CONCEITO DE TERRITRIO NACIONAL: Materialmente, o espao delimitado por fronteiras geogrficas. Juridicamente, abrange todo o espao em que o Estado exerce sua soberania: Solo; Rios, lagos, mares interiores, golfos, baas e portos; Faixa de mar exterior ao longo da costa (mar territoirial) Lei 8.617/93 12 milhas (soberania absoluta); 200 milhas (Zona econmica exclusiva). Espao areo correspondente; Navios e aeronaves (pblicas ou a servio pblico, onde quer que se encontrem) Navios e aeronaves brasileiras privadas, em alto mar ou espao areo correspondente. * A competncia para o julgamento de crimes cometidos a bordo de embarcaes e aeronaves: - da Justia Federal (art. 109, IX, CF) Todas as aeronaves (ainda que em solo) e navios (autorizados a viagens internacionais). - da Justia Estadual: iates, lanchas, botes, embarcaes equiparadas. - Extraterritoriedade Incondicionada: Art. 7, I, CP A norma penal brasileira NO subsidiria, impondo-se independentemente de julgamento do criminoso no exterior ou de seu ingresso no territrio nacional. Regra recebe crticas, invocando-se, inclusive, a Conveno Americana de Direitos Humanos (1992), que probe o duplo processo e a dupla punio pelo mesmo fato Condicionada: Art. 7, II e 3 - A aplicao da norma penal brasileira sujeita-se s condies legais, bem como ao ingresso do criminoso no territrio nacional. Art. 8 CP NON BIS IN IDEM Compensao de penas. Pena cumprida no estrangeiro: art. 8 CP: o dispositivo visa a evitar a dupla punio. Se a pena cumprida no exterior for de mesma natureza, mas menor que a prevista no Brasil, o autor dever cumprir o saldo restante. Se a cumprida for maior, evidentemente no ser

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executada no Brasil. Se as penas forem de diferentes naturezas, a cumprida no exterior dever atenuar a execuo brasileira. Eficcia da sentena estrangeira: Art. 9: A sentena estrangeira pode ser homologada no Brasil para: o obrigar o condenado reparao do dano, restituies e outros efeitos civis. Nesse caso, a homologao depende de pedido do interessado. o sujeitar o condenado ao cumprimento de pena / medida de segurana. Neste caso, a homologao depende da existncia de tratado de extradio com o pas que proferiu a sentena ou, no havendo, de requisio do Ministrio da Justia.

REVISO N 4 1. Qual o princpio que rege a aplicao da lei penal no espao? O que ele significa? 2. Escreva o Art. 6 e responda qual a teoria adotada pelo CP para a determinao do lugar do crime? 3. De que trata o Art. 5 do CP? O que territrio nacional, do ponto de vista jurdico penal? 4. possvel a aplicao da lei penal a fatos ocorridos fora do territrio nacional? Qual o nome dado a este fenmeno? Quais os princpios que justificam tais excees? 5. Uma sentena proferida e cumprida fora do territrio nacional tem alguma eficcia no Brasil? Qual a orientao legal para esta hiptese? 6. Qual a norma penal aplicvel na hiptese de um crime ser praticado dentro de um navio mercante em porto holands, no sendo interesse daquele pas punir a conduta delituosa? Qual o princpio que fundamenta a hiptese? - APLICAO SUBSIDIRIA DO CDIGO PENAL Art. 12: As regras gerais deste Cdigo aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta no dispuser de modo diverso. IV - A LEI PENAL EM RELAO S PESSOAS - Aplicao erga omnes da lei penal - IMUNIDADES: privilgios FUNCIONAIS (e no pessoais) a que se sujeitam determinadas pessoas em face da funo que exercem. Podem ser: a) diplomticas e consulares Conveno de Viena - decorrem de tratados e convenes internacionais - inviolabilidade garantida a chefes e representantes de pases estrangeiros, agentes diplomticos (embaixador, secretrios da embaixada, pessoal tcnico e administrativo); familiares dos agentes diplomticos; funcionrios das organizaes internacionais, quando em servio (ONU, OEA, UNESCO etc). b) parlamentares Podem ser: Materiais absolutas (penais) art. 53, caput CF - inviolabilidade, no exerccio de mandatos eletivos, por opinies, palavras ou votos. Absoluta liberdade de expresso de pensamento. Causa de excluso da tipicidade. Formais relativas (processuais) Art. 53, 1, 3 e 4 CF (Emenda Constitucional 35, 2001) prerrogativas concedidas a partir da diplomao aos membros do Congresso Nacional, referentes a foro, possibilidades de priso (somente se em flagrante de crime inafianvel), sigilo parlamentar etc. - Anlise das imunidades: Presidente da Repblica: no goza de imunidade material, mas de prerrogativa de funo. julgado pelo STF (crimes comuns), e pelo Senado Federal (crimes de responsabilidade), depois de licena da Cmara dos Deputados pelo voto de 2/3 da casa. Governadores de Estado: processados e julgados pelo STJ. Prefeitos: processados e julgados pelo TJ dos Estados Vereadores: No tm foro privilegiado, mas gozam de imunidade material. Advogados: imunidade judiciria, sendo inviolveis por seus atos e manifestaes no exerccio da profisso, nos limites da lei art. 133 CF.

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4. CONFLITO APARENTE DE NORMAS: No h conflito de normas penais aplicveis ao caso concreto. Eventuais dvidas se resolvem pela aplicao dos seguintes critrios-princpios: a) Sucessividade: duas leis ordinrias disciplinam a mesma matria prevalece a mais recente. Ex. vender mercadoria abaixo do preo de custo para impedir a concorrncia, infrao disciplinada pela Lei 1.521/51, art. 3, V e Lei 8.137/90, art. 4, VI. b) Especialidade: A norma especial prevalece sobre a norma geral (art. 12 CP). A norma especial constitui uma subespcie da geral, agravada ou atenuada. A especial abrange a geral mas tem um plus, uma particularidade. Ex. infanticio homicdio; furto qualificado furto simples; c) Subsidiariedade: (tipo de reserva): A conduta descrita na norma subsidiria integra a conduta descrita na norma principal. Nesse caso, aplica-se apenas a norma principal. Um tipo est contido dentro do outro. A subsidiariedade pode ser explcita (ex. se o fato no constituir crime mais grave) ou implcita (ex.. fato incriminado na norma subsidiria elemento ou circunstncia agravante da norma principal estupro + constrangimento ilegal; homicdio + leso corporal). d) Absoro (consuno): A conduta descrita em uma norma esvazia o desvalor da outra, na medida em que descrita em maior amplitude. Um fato est condito dentro do outro, de maior amplitude. (ex. violao de domiclio e furto em residncia; porte ilegal de arma e homicdio; falsificao e estelionato). 5. TEORIA DO CRIME

CRIME / DELITO: fato natural ou construo jurdico-penal?

1. CONCEITOS DE CRIME aspecto material: todo fato humano que propositada ou descuidadamente, lesa ou expe a perigo bens jurdicos considerados fundamentais para a existncia da coletividade e da paz social. Cada sociedade elege o que deve ou no ser crime, conforme seus interesses particulares, evidenciando que contedo do ilcito penal o carter danoso da ao (contra um bem jurdico) e seu desvalor social (relevncia do bem jurdico em determinada sociedade). aspecto formal/analtico: todo fato tpico / antijurdico / culpvel - elementos estruturais do crime, do ponto de vista do Direito Positivo; evidencia a relao de contrariedade entre um fato previamente descrito em lei (tipicidade) e a ordem jurdica associada pena (ilicitude). - Conceito formal bipartido: fato tpico e ilcito - Conceito formal tripartido: fato tpico, ilcito e culpvel O que fato tpico? Aquele que se ajusta perfeitamente a um determinado modelo previsto em Lei Penal, a que se denomina TIPO PENAL. O que fato antijurdico (ou fato ilcito)? Aquele contrrio ao direito, ao ordenamento jurdico de determinada sociedade. O que ser culpvel? A culpabilidade no se refere ao fato, mas pessoa que pratica o fato. ser sujeito a um juzo de reprovao social, desde que presentes os elementos da culpabilidade (imputabilidade, potencial conscincia da ilicitude e inexigibilidade de conduta diversa).

2. FATO TPICO: TIPO PENAL= Tatbestand a descrio legal da conduta proibida. (Beling).

FATO TPICO: conceito: fato material que se amolda perfeitamente aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal. Sntese da conduta ligada ao resultado pelo nexo causal, amoldando-se ao modelo legal incriminador.

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elementos: conduta; resultado; relao de causalidade; tipicidade

2.1. CONDUTA: Conduzir - Dicotomia CORPO x MENTE H vrias teorias sobre a conduta punvel. Em todas, indispensvel a existncia do binmio VONTADE (querer ativo) e CONSCINCIA.

TEORIAS DA CONDUTA i- Causal/naturalstica: FRANZ VON LISZT, fim do sc. XIX: ao o movimento corporal voluntrio causador de modificao no mundo exterior. - Movimento voluntrio no significa movimento desejado, e sim o movimento muscular mecnico decorrente de um IMPULSO NERVOSO CEREBRAL DO HOMEM. - Os movimentos de uma pessoa em convulso podem ser chamados de movimentos voluntrios? Justifique. Influncia da filosofia positivista, comtiana. O movimento deve ser consciente e voluntrio. nfase no desvalor do resultado. Conceito da conduta neutro, no valorizado. Dolo e culpa so irrelevantes para enquadramento tpico da conduta, importando to somente para o exame da culpabilidade. Ex: motorista prudente + suicida atropelado e morto = a ao do motorista seria considerada conduta, ficando para anlise posterior a aferio da culpabilidade (dolo ou culpa).

ii Final/finalista: HANS WELZEL, 1920/1930. Conduta a ao/omisso humana, consciente e voluntria, dirigida a uma finalidade.

A conduta no apenas a causao de um resultado. Ela deve ser consciente, voluntria, mas tambm dirigida a uma finalidade (propsito). nfase no desvalor da ao (dolo ou culpa); A finalidade (O DOLO/CULPA) est na prpria conduta, e no fora dela. O dolo e a culpa so imprescindveis para enquadramento tpico da conduta. A culpabilidade passa a ter um conceito apenas normativo.

SEM O EXAME DA VONTADE FINALSTICA NO SE SABE SE O FATO TPICO OU NO = NO EXISTE CONDUTA TPICA SEM VONTADE, CONSCINCIA E FINALIDADE = NO POSSVEL SEPARAR O DOLO/CULPA DA CONDUTA. FATO TPICO: fato material que se amolda perfeitamente aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal. PARA QUE UM FATO SEJA TPICO NECESSRIO QUE DECORRA DE UMA CONDUTA (dolosa ou culposa); QUE HAJA UM RESULTADO (sentido jurdico); QUE HAJA RELAO DE CAUSALIDADE ENTRE A CONDUTA E O RESULTADO; E QUE TAL FATO CORRESPONDA AO MODELO LEGAL (tipicidade). A tipicidade no apenas material, mas tambm subjetiva (existncia da finalidade motivando a voluntariedade do agente. SE A CONDUDA UM DOS ELEMENTOS DO FATO TPICO, E SE O DOLO/CULPA INTEGRAM A CONDUTA (e no a culpabilidade), CONCLUI-SE QUE O DOLO/CULPA INTEGRAM O FATO TPICO. NO H FATO TPICO (E PORTANTO NO H CRIME) SE O AGENTE PRATICA A CONDUTA (AO OU OMISSO) SEM DOLO OU CULPA. - Dolo: elemento subjetivo da conduta. Conscincia dos elementos do tipo legal + vontade de realiz-los para alcanar o resultado. - Culpa: elemento normativo. Ausncia do dever objetivo de cuidado imposto a todas as pessoas de razovel diligncia. Um fato descrito no cdigo como crime, mas que praticado sem dolo ou sem culpa, no um fato tpico, ou seja, no um crime. APENAS AZAR!!!!!

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iii- Teoria Social: Conduta a manifestao externa da vontade com relevncia social = comportamento humano com relevncia social.

Tentativa de conciliao entre as outras duas teorias. H relevncia quando afeta a relao do indivduo para com seu meio, constituindo, no campo social, elemento de juzo de valor. Alm da vontade de realizar determinada ao dirigida a determinado fim, necessrio que o resultado seja socialmente danoso e relevante. No apresenta uma estrutura sistemtica prpria do delito. CRTICAS: Conceito normativo e valorativo de ao. Exige um juzo de valor tico para conceituao de relevncia social. A fluidez do conceito influiria nos limites da antijuridicidade, tornando vaga a tipicidade.

- A qual das teorias filia-se o atual Cdigo Penal Brasileiro? (art. 18 do CP). Resumo : Elementos da conduta: vontade, finalidade, exteriorizao, conscincia. No h conduta: quando no existe vontade (coao fsica absoluta, fora bruta; movimentos involuntrios reflexos; casos fortuitos ou fora maior). H conduta: quando h coao moral irresistvel. A vontade viciada, mas existe. O coato no responde ante ausncia de culpabilidade. H conduta: quando o agente pratica conduta voluntria e finalstica, mas produz resultado no querido, ante a quebra de um dever objetivo de cuidado (culposa). H conduta: conduta consciente e voluntria produz resultado coincidente com a finalidade que dirigiu o ato (dolosa); H conduta :conduta consciente e voluntria produz resultado alm da vontade, havendo uma mistura entre a conduta dolosa e culposa. (preterdolosa). No h conduta: agente pratica conduta sem dolo, no sendo prevista a modalidade culposa para o tipo. b. FORMAS DE CONDUTA: a) AO: comportamento positivo, movimentao corprea, facere, atividade consciente dirigida a um fim. b) OMISSO: absteno de atividade que o agente podia e devia realizar, comportamento negativo, non facere. A estrutura da conduta omissiva normativa, e no naturalstica. 1) FORMAS DE CONDUTAS OMISSIVAS Crimes omissivos prprios (puros): a omisso elemento do tipo penal. Trata-se de simples infrao da ordem ou comando de agir, independentemente do resultado. Ex: omisso de socorro (135), omisso de notificao de doena (269). O omitente responde pela omisso, mas no pelo resultado. Crimes omissivos imprprios (comissivos por omisso): a conduta descrita comissiva, mas o resultado ocorre porque aquele que tinha dever jurdico de impedir omite-se. O omitente responde no s pela omisso, mas tambm pelo resultado, salvo se este no puder lhe ser atribudo por dolo ou culpa. Ex. art. 13, Parg. 2. - Fontes formais do dever de atuar listadas pelo CP:

c. SUJEITOS E OBJETO DO CRIME Sujeito ativo: pessoa humana que pratica a CONDUTA correspondente figura tpica descrita na lei - Quem pode ser sujeito ativo de crime?

Sujeito passivo: titular do bem jurdico lesado ou ameaado de leso. O Estado sempre sujeito passivo indireto do crime, uma vez que no apenas o ofendido, mas a prpria ordem pblica e a paz social so violados pela prtica de um crime. O Estado sujeito passivo direto de crimes que atentam contra sua entidade poltica ou administrativa. A pessoa jurdica pode ser sujeito passivo e ativo (*) de crime.

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c.2 OBJETO DO CRIME: - JURDICO: o bem jurdico, interesse protegido pela norma penal. A vida (homicdio), a integridade corporal (leses corporais); patrimnio (furto); honra (injria); costumes e liberdade da mulher (estupro); administrao da justia (peculato) etc. - MATERIAL: Pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta. O morto (homicdio), o machucado (leses corporais); a coisa alheia mvel subtrada (furto); a mulher (estupro), etc. 2.2. RESULTADO: Segundo elemento do crime; - Conceito naturalstico: modificao no mundo exterior provocada pelo comportamento humano voluntrio. - Conceito jurdico/normativo: LESO OU PERIGO DE LESO DE UM INTERESSE PROTEGIDO PELA NORMA PENAL. (H crimes que no provocam modificaes no mundo exterior, mas lesam bens jurdicos - o art. 13 do CP vincula ao resultado normativo a existncia de um crime). Do ponto de vista do resultado naturalstico, os crimes classificam-se em: o Materiais: (crimes de resultado) - h a necessidade de um resultado externo ao, descrito na lei. Ex. morte (homicdio), subtrao (furto, roubo) etc. A consumao do crime depende da realizao do resultado, ou seja, h o momento da ao e o momento do resultado. POR ISSO ADMITE A TENTATIVA DO CRIME. o Formais: (crimes de atividade) - a consumao do crime no depende do resultado pretendido pelo agente. A prtica da conduta apenas implica no crime consumado. Ex. ameaa, art. 147 (independe que a vtima efetivamente fique intimidada); injria, art. 140 (independe de reao psicolgica do ofendido). POR ISSO NO ADMITE A TENTATIVA DO CRIME. o De mera conduta: (crimes de atividade) - No h qualquer resultado naturalstico. A simples prtica da conduta implica no crime consumado. Ex. violao de domicilio, art. 150, ato obsceno, art. 233 etc. POR ISSO NO ADMITE A TENTATIVA DO CRIME.

2.3. RELAO DE CAUSALIDADE NEXO CAUSAL: ART. 13 CP a. Conceito: elo de ligao fsico (material, natural) que se estabelece entre a conduta e o resultado naturalstico - art, 13 CP: A idia de causa remete para um conceito naturalstico, e no jurdico. Assim, causa a conexo, a ligao que existe numa sucesso de acontecimentos que pode ser entendida pelo homem. b. Teoria: O CP brasileiro adotou a Teoria da equivalncia dos antecedentes ou teoria da conditio sine qua non * Pensamento de Stuart Mill: causa toda ao ou omisso anterior que contribui para a produo do resultado (art. 13, caput) = LEI ATRIBUI RELEVNCIA CAUSAL A TODOS OS ANTECEDENTES DO RESULTADO tudo o que, retirado da cadeia de causa e efeito, provocar a excluso do resultado, considera-se causa procedimento hipottico de eliminao. * O que impede o regressus ad infinitum? A presena do dolo/culpa na conduta.

Como vimos, h crimes que no provocam uma mudana naturalstica no mundo exterior. A conseqncia dessa caracterstica reflete-se na relao de causalidade entre a conduta (ao/omisso) e o resultado, algumas vezes irrelevante para a existncia do crime (do ponto de vista naturalstico). Teoria da imputao objetiva Teoria que exclui do nexo causal as aes que no criam risco intolervel e proibido.

Supervenincia de causa relativamente independente art. 13, 1 - exclui imputao quando por si s produziu o resultado.

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CONCAUSA: CAUSAS DISTINTAS DA CONDUTA PRINCIPAL, QUE ATUAM AO SEU LADO, CONTRIBUINDO PARA A PRODUO DO RESULTADO. PODEM SER: A) DEPENDENTES inserem-se na linha normal de desdobramento causal da conduta. No h ruptura do nexo causal. ex. a atira em b: desdobramentos: perfurao em rgo vital leso cavitria hemorragia parada cardio-respiratria morte (relao de dependncia, sem um no h outro) B) INDEPENDENTES refoge ao desdobramento causal da conduta, produzindo, por si s, o resultado. Estas podem ser: - absolutamente independentes (quando a segunda causa no se origina na conduta, no sendo decorrncia dela. H uma ruptura do nexo causal). - relativamente independentes (origina-se da conduta, mas independente, uma vez que atua como se por si s tivesse produzido o resultado. No uma decorrncia esperada da conduta no se situa dentro da linha de desdobramento causal da conduta.). * estas podem ser: - Preexistentes: A hemoflico (causa preexistente); A recebe golpe de faca de B, o qual no tem gravidade para, isoladamente, provocar a morte de ningum; A morre, em face da conjugao do seu estado de hemofilia e da facada. - Concomitantes: A atira na vtima B; B, por causa do tiro, escorrega e cai de um desfiladeiro, morrendo em decorrncia das leses causadas. - Supervenientes: A golpeia B; B levado ao hospital mas sofre acidente no percurso e morre em decorrncia deste. Apesar de haver nexo causal, o legislador estabeleceu uma exceo, rompendo, juridicamente, tal nexo. Assim, o nexo causal s ser mantido se a causa superveniente manter-se na linha de desdobramento fsico ou antomo-patolgico da conduta (desdobramento causal obrigatrio). Se a causa superveniente por si s causar o resultado, h uma ruptura do nexo causal. Analise e decida as situaes em que verifica-se o nexo causal, justificando-se. Crimes omissivos prprios: Crimes de mera conduta: Crimes formais: Crimes materiais: Crimes omissivos imprprios:

2.4. TIPICIDADE: a correspondncia exata, a adequao perfeita entre o fato natural, concreto, e a descrio contida na lei. a. Generalidades A teoria do tipo foi desenvolvida em 1907, por Ernest Beling Tadbestand Conceito de tipo penal: modelo descritivo das condutas humanas criminosas, criado pela Lei penal com a funo de garantia do direito de liberdade. Conceito de tipicidade: subsuno ou adequao do fato ao modelo previsto no tipo legal = adequao tpica. Ao tpica: aquela que apresenta juzo de tipicidade positivo adequa-se ao tipo. Ao atpica: aquela que apresenta juzo de tipicidade negativo no adequa-se ao tipo

Tipo de injusto: conduta tpica e ilcita Relao entre tipicidade e ilicitude (contrariedade entre fato e ordenamento jurdico: Dentre vrias teorias, domina a do carter indicirio da ilicitude (teoria incidiria,

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Mayer, Welzel, Maurach). A tipicidade da ao constitui um indcio de ilicitude (h uma contrariedade entre a ao e a ordem legal). Esse indcio comprovado, SALVO se na presena de causa justificante, que exclui a ilicitude. Espcies de adequao tpica = enquadramento da conduta ao tipo penal: a) de subordinao imediata: correspondncia integral e perfeita entre o fato e o tipo. b) de subordinao mediata: em face da no correspondncia perfeita entre a conduta e o tipo, recorre-se a uma norma que promove a ampliao do tipo at alcanar o fato, evitando que a conduta fique sem enquadramento tpico e garantindo a punibilidade NORMA DE EXTENSO ou de ampliao da figura tpica. Exs: art. 14, II, CP (tentativa); art. 29, caput CP (participao), etc.

b. Elementos do tipo incriminador: Elementos objetivos: no dizem respeito vontade do agente. Subdividem-se em: descritivos: so os elementos verificveis sensorialmente, que se referem ao aspecto material do fato, que no exigem valorao ou interpretao. Ex. ncleo do tio, objeto do crime, lugar, tempo, meios empregados, etc.. normativos: Decorrem de um juzo de valorao jurdica, social, cultural, histrica, poltica, religiosa, etc. Podem ser jurdicos (documento, funcionrio pblico) ou morais (indevidamente, dignidade, mulher honesta).

Elementos subjetivos: elementos relacionados com a vontade e/ou inteno do agente. So aqueles que pertencem ao campo psquico-espiritual e ao mundo de representaes do autor. nimos, tendncias, fins dotados de especificidade prpria. Ex. delitos de inteno = dolo especfico, onde o legislador destaca a finalidade do agente para o enquadramento tpico. Esse elemento subjetivo difere do dolo, uma vez que este parte da conduta. Ex. furto, art. 155 (SUBTRAIR PARA SI OU PARA OUTREM); art. 134 (abandono de recm-nascido PARA OCULTAR DESONRA PRPRIA). c. Espcies de tipo: Permissivos (justificadores): permitem, sob circunstncias objetivas, prtica de condutas descritas como criminosas. Ex. legtima defesa. Incriminadores: descrevem condutas proibidas. Fundamental / bsico: localiza-se no caput do artigo e contem elementos essenciais do crime (sem os quais h atipicidade absoluta ou relativa); Derivado: tipo que se forma a partir do tipo bsico, mediante o destaque de circunstncias que agravam ou atenuam o fato. (parg.) Fechado: a descrio legal da ao proibida completa, em todos os aspectos fticos. Constitudo apenas de elementos descritivos. (tipo objetivo) Aberto: o contedo da conduta proibida exige uma valorao ou interpretao por parte do intrprete. A tipicidade depende de um juzo axiolgico. Ex. delito culposo, elementos normativos, art. 177, art. 121, par. 3. (tipo subjetivo).

REVISO N 5 1. Qual o conceito de conduta para as teorias causais da conduta? 2. Qual o conceito de conduta para a teoria finalista da conduta? 3. Qual o conceito material de crime? 4. A partir do conceito material de crime, defina o que objeto de crime do ponto de vista material e jurdico. 5. Qual o conceito de fato tpico? 6. A partir do conceito de fato tpico, como voc define a tipicidade? 7. Quais os elementos do fato tpico? 8. Quais os elementos da conduta? 9. possvel haver conduta sem voluntariedade? Justifique e d exemplos. 10. Qual a origem da palavra tipo, exprimindo a idia de modelo? 11. Quais as formas de conduta tpica? O que as diferencia? 12. Quais as formas de condutas omissivas? O que as diferencia? 13. Como se classificam os crimes do ponto de vista do resultado naturalstico?

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14. Analise a hiptese e responda: Zez, tendo presenciado um acidente automobilstico, acompanhou o sofrimento da vtima sem tomar a iniciativa de prestar ou pedir socorro. Aps 20 minutos de agonia, a vtima foi socorrida por Maria, tendo sobrevivido aos ferimentos. Zez praticou algum crime? Caso afirmativo, qual o tipo penal que descreve tal conduta? Qual o nome dado pela doutrina para esse tipo de conduta omissiva? Qual a classificao desse crime, do ponto de vista do resultado? 15. Analise a hiptese e responda: Maria, enfermeira de um recm-nascido e em horrio de trabalho, no percebe que a criana est engasgada e mortalmente sufocada por encontrar-se falando no telefone com o namorado. Maria praticou algum crime? Caso afirmativo, qual o tipo penal que descreve tal conduta? Qual o nome dado pela doutrina para esse tipo de conduta omissiva? Qual a classificao desse crime, do ponto de vista do resultado? 16. O art. 13, par. 2, enumera as trs situaes em que o agente tem dever jurdico de agir e impedir o resultado, sob pena de incorrer na prtica de crime omissivo imprprio. Quais so elas? 17. Analise a hiptese e responda: Maria, enfermeira de um recm-nascido e em horrio de trabalho, apesar de atenta e expedita no capaz de impedir uma parada cardaca fatal. Maria praticou algum crime? Justifique. Qual o nome dado pela doutrina para esse fenmeno? 18. Defina sujeito ativo e sujeito passivo de conduta tpica. O TIPO PENAL NOS CRIMES DOLOSOS - Regra DOLO: parte subjetiva da conduta tpica, constituindo a vontade e conscincia de realizar os elementos objetivos do tipo legal. Est presente tanto no crime consumado como no crime tentado. Elementos: conscincia (de todos os elementos do tipo, especialmente o resultado e o processo causal) + vontade (de realizar todos os elementos do tipo). O dolo diferente da conscincia da ilicitude (esta faz parte da culpabilidade). Teorias: Conforme o art. 18, I do CP, o ordenamento penal brasileiro abraou as seguintes teorias: Teoria da vontade dolo direto ( necessrio, para a existncia do dolo, que a conduta seja praticada com conscincia dos resultados e com voluntariedade) e a Teoria do assentimento dolo eventual (previso do resultado com a aceitao dos riscos de produzi-lo. O agente adere ao resultado, sem necessariamente quere-lo).

- Espcies de dolo: Natural: conscincia e vontade (ou adeso), sem a conscincia da ilicitude finalismo Direto: vontade de realizar a conduta e produzir o resultado (teoria da vontade) Indireto = dolo eventual: o agente no quer diretamente o resultado, mas aceita a possibilidade de produzi-lo, ou no se importa em produzir este ou aquele resultado (dolo alternativo = matar ou ferir). Exs. Racha, roleta russa, direo perigosa. Genrico: vontade de realizar a conduta genericamente descrita no tipo, sem fim ou inteno especfica. Especfico: vontade de realizar a conduta visando a um fim especial, necessrio para que o fato seja tpico. O dolo especfico equivale ao elemento subjetivo do tipo, quando houver (explicita ou implicitamente). O TIPO PENAL NOS CRIMES CULPOSOS - Exceo Conceitos O Direito impe s pessoas de razovel diligncia, um dever objetivo de cuidado, uma vez que resultados lesivos so previsveis e devem ser, quando possvel, evitados. H culpa, quando o agente deixa de ter o dever objetivo de cuidado, produzindo um resultado ilcito, no desejado, mas previsvel e passvel de ser evitado. Culpa: o elemento normativo da conduta, uma vez que resulta da comparao entre o fato e a norma. A culpa deve ser expressamente delineada no tipo penal.

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A culpa tem dois pressupostos: o Previsibilidade - possibilidade de antever a ocorrncia do resultado danoso. Ex: vaso no parapeito de prdio. o dirigibilidade - condio de dirigir comportamentos dentro dos limites estabelecidos em lei atravs da vontade exigncia de cuidado. Tipo culposo = tipo aberto, dependente de valorao decorrente da comparao entre a conduta do caso concreto e aquela considerada ideal para a circunstncias.

Cdigo Penal Militar, art. 33: Diz-se o crime: II culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, ateno ou diligncia ordinria, ou especial, a que estava obrigado em face das circunstncias, no prev o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supe levianamente que no se realizaria ou que poderia evita-lo. Modalidades de culpa Imprudncia: ao descuidada, comportamento arriscado forma ativa agir sem a cautela necessria. Forma militante e positiva da culpa, consistente no atuar o agente com precipitao, insensatez ou desconsiderao. Ex. Dirigir em excesso de velocidade. Negligncia: Deixar de tomar o devido cuidado, desmazelo absteno de um comportamento devido. O negligente deixa de tomar as cautelas devidas antes de agir Impercia: Imprudncia ou negligncia no campo tcnico. Falta de aptido para exerccio de atividade; demonstrao de inaptido tcnica em profisso ou atividade. Incapacidade, falta de conhecimento ou habilitao para o exerccio de determinado objetivo. Espcies de culpa Inconsciente: o agente no prev o que era previsvel Consciente: o agente prev o resultado, embora no o aceite. * a distino do dolo eventual e da culpa consciente absolutamente tnue, resolvendo-se no campo volitivo, e no intelectivo. Graus de culpa S relevante para a dosagem da pena concreta por parte do juiz que, conforme art. 59, caput, deve atentar para o grau de culpabilidade do autor. Grave Leve Levssima

EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO: Art. 18, pargrafo nico: Um crime s pode ser punido como culposo quando houver previso legal expressa. No silncio da lei, o crime s punido como doloso. * COMPARE AS SITUAES: O TIPO PENAL NOS CRIMES PRETERDOLOSOS: - Conceito: espcie de crime qualificado pelo resultado, ou seja, aquele em que o legislador, aps descrever a figura tpica, acrescenta-lhe um resultado, com a finalidade de aumentar abstratamente a pena - o agente realiza uma conduta dolosa, mas acaba produzindo um resultado mais grave do que o pretendido, em razo de intensificao culposa (dolo no antecedente e culpa no conseqente). Conduta dolosa e resultado agravador culposo: agente quer cometer um crime mas, excedendo-se, produz culposamente um resultado mais grave que o desejado. Ex. leso corporal seguida de morte.

Art. 19 CP: No basta a existncia de nexo causal entre a conduta e o resultado, uma vez que sem o nexo normativo, o agente no responde pelo excesso no querido, ou seja, se o resultado no puder ser atribudo ao agente, ao menos culposamente, no lhe ser imputado.

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REVISO N 6 1. O que tipo penal? 2. O que tipicidade? 3. Qual a relao entre tipicidade e ilicitude? 4. O que tipo de injusto? 1. O que tipo permissivo? 2. Discorra sobre os elementos do tipo (objetivos, normativos e subjetivos). 3. O que o dolo? 4. Quais so os seus elementos do dolo? 5. Conforme o art. 18, I do CP, qual teoria sobre o dolo foi abraada pelo ordenamento brasileiro? 6. Cite e defina os diferentes tipos de dolo? 7. O que a culpa? 8. Por que se diz que a culpa o elemento normativo da conduta? 9. Discorra sobre as trs modalidades de culpa,. 10. Qual a diferena entre culpa inconsciente, culpa consciente e dolo eventual? 11. O que so tipos penais abertos? Explique e exemplifique. 12. O que crime preterdoloso? Explique e exemplifique. ITER-CRIMINIS - CONSUMAO E TENTATIVA 1. CRIME CONSUMADO: aquele em que foram realizados todos os elementos constantes de sua definio legal. Art. 14, I. O RESULTADO NO DEVE SER CRITRIO DE CONSUMAO, POIS H CRIMES (de atitude) QUE SE CONSUMAM INDEPENDENTEMENTE DE QUALQUER RESULTADO (formais e de mera conduta). Como se consumam os seguintes crimes? Homicdio (121) e infanticdio (123); leso corporal (129); furto (155) ; estelionato (171); Extorso mediante seqestro (159) ; Corrupo passiva (317). a. Analise a consumao nos diversos tipos de crime: Crimes materiais: Crimes formais: Crimes de mera conduta: Crimes culposos: Crimes permanentes: Crimes omissivos prprios: Crimes omissivos imprprios: Crimes qualificados pelo resultado: - Do ponto de vista do momento consumativo, os crimes classificam-se em instantneos, permanentes e instantneos de efeitos permanentes. b. ITER CRIMINIS: denominao das etapas, do caminho do crime, desde o momento da idia de sua realizao at aquele em que ocorre a consumao. formado por uma fase interna e outra externa. Cogitao: agente idealiza, mentaliza, prev, planeja, deseja, representa mentalmente a prtica de um crime. Nesta fase o crime no passvel de punio, uma vez que no h a ruptura do claustro psquico. Preparao (atos preparatrios): prtica de atos imprescindveis execuo do crime. No h ainda agresso a bem jurdico, no h a realizao do ncleo do tipo. Logo o crime ainda no pode ser punido. Entretanto, h casos em que o legislador transformou atos preparatrios em crimes especiais: Art. 251, 252 e 253 (possuir substncia ou engenho explosivo, gs txico ...., que pode ser ato preparatrio do crime de exploso). Execuo (atos de execuo): O bem jurdico comea a ser atacado, o agente inicia a realizao do ncleo do tipo e o crime j torna-se punvel. Consumao: todos os elementos descritos no tipo penal foram realizados.

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*** Onde acabam os atos preparatrios e inicia-se a execuo? Dificuldade de estabelecimento objetivo. Adota-se o critrio de que a execuo inicia-se com a prtica do primeiro ato idneo e inequvoco consumao do delito. *** Diferena entre consumao e exaurimento: O crime exaurido aquele em que mesmo aps a consumao, outros resultados lesivos ocorrem. Ex. recebimento de resgate exaure o crime de extorso mediante seqestro. (ex. 159 CP). 2. TENTATIVA: No consumao de um crime, cuja execuo foi iniciada, por circunstncias alheias vontade do agente. Constitui norma de extenso temporal da figura tpica, causadora de adequao tpica mediata ou indireta. Elementos: Incio da execuo; no consumao; circunstncia alheia vontade do agente. Formas: Imperfeita: o agente no chega a praticar todos os atos de execuo do crime, h interrupo do processo executrio. Perfeita / crime falho: o agente pratica todos os atos de execuo do crime, mas no o consuma por circunstncia alheia sua vontade. Branca: O agente pratica todos os atos executrios, mas no logra xito em causar qualquer leso ao objeto material do crime. Infraes penais que NO admitem tentativa: Crimes culposos, infraes preterdolosas, contravenes penais (art. 4 da LCP), crimes omissivos prprios (de mera conduta), crimes habituais, crimes em que a lei s pune se ocorrer o resultado (CP, 122), crimes em que a lei pune a tentativa como crime consumado (art. 352, evaso de presdio). Teoria adotada pelo sistema brasileiro: objetiva, ou seja, a tentativa recebe punio mais branda, uma vez que objetivamente produziu um mal menor. (art. 14, par. nico). Quanto mais prximo o agente chegar consumao, menor ser a reduo, e vice-versa. 3. DESISTNCIA VOLUNTRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ: Espcies de tentativa abandonada, em que o resultado no se produz por fora da vontade do agente. Incompatveis com crimes culposos, uma vez que pressupe um resultado que o agente pretendia produzir, mas que desistiu ou arrependeu-se. No precisam ser espontneos, bastando que sejam voluntrios. Desistncia voluntria: agente impede a consumao, interrompendo a execuo do crime. No possvel em crimes de mera conduta. Arrependimento eficaz: agente impede a produo do resultado, aps ter encerrado a execuo do crime. S possvel nos crimes materiais. Arrependimento ineficaz: Irrelevante, devendo o agente responder pelo crime. Conseqncia: afasta a tentativa e o agente s responde pelos atos at ento praticados. Num caso de tentativa de homicdio, se houver uma desistncia voluntria, o agente responder por periclitao de vida (art. 132 CP), e se houver arrependimento eficaz, o agente responder por leses corporais (art. 129). 4. ARREPENDIMENTO POSTERIOR: causa obrigatria de reduo de pena (de um a dois teros) nos crimes cometidos sem violncia ou grave ameaa pessoa (pode ser aplicada a crimes culposos violentos) o agente deve, voluntariamente, reparar o dano ou restituir a coisa (deve ser integral, a no ser que a vtima/herdeiros recebam parte, renunciando ao restante) o arrependimento deve ocorrer at o recebimento da denncia ou queixa (se posterior, causa atenuante genrica, art. 65, III, b) Comunicabilidade a co-autores e partcipes: tratando-se de causa objetiva de diminuio de pena, o arrependimento posterior estende-se aos co-autores, partcipes, condenados pelo mesmo fato, uma vez que no se restringe esfera pessoal de quem a realiza.

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5. CRIME IMPOSSVEL art. 17 - tentativa inidnea; tentativa inadequada; quase-crime. Aquele em que, pela ineficcia absoluta do meio empregado, ou pela impropriedade absoluta do objeto material, impossvel de consumar-se. a. HIPTESES: - ineficcia absoluta do meio: meio empregado ou instrumento utilizado para execuo do crime jamais o levar consumao. Ex. palito de dentes para matar adulto; envenenamento com acar; arma de fogo inapta a disparar projteis; falsificao grosseira de dinheiro, etc. a ineficcia do meio relativa, uma vez que pode ser ineficaz para um crime, mas no para outro. - Impropriedade absoluta do objeto: a pessoa ou coisa sobre as quais recai a conduta so absolutamente inidneas produo de algum resultado lesivo. Ex. matar cadver; ingerir substncia abortiva sem estar grvida; comprar talco ao invs de cocana; furtar quem no tem dinheiro algum, etc. espcie de delito putativo (crime putativo por erro de tipo) B. CRITRIO PARA AFERIO DA IDONEIDADE teoria objetiva temperada

Erro de tipo: agente no sabe que est cometendo crime (compra cocana pensando que talco) Delito putativo por erro de tipo: agente quer praticar o crime mas comete um irrelevante penal.

- CRIME DE FLAGRANTE PREPARADO delito putativo por obra do agente provocador. O agente provocador prepara uma situao, na qual induz o agente a cometer o delito. O autor no age por iniciativa prpria, mas incitado, afetando sua vontade. protagonista de uma farsa, que desde o incio no passava de encenao do flagrante. A jurisprudncia considera a encenao de flagrante espcie de crime impossvel (Smula 145 STF). - CRIME DE FLAGRANTE ESPERADO a posio da autoridade limita-se mera expectativa, no havendo interferncia na vontade do autor. Nesse caso a priso em flagrante vlida. No existe flagrante preparado quando o crime no resulta de ao direita do agente provocador, mas a priso deve ser efetuada no primeiro momento, sem possibilidade de retardamento. REVISO N 7 1.O que iter criminis? Como se divide? 2. A partir de que fase um crime passa a ser passvel de punio? Justifique. 3. O que a consumao? 4. A tentativa punvel como crime autnomo? 5. O que significa norma de extenso da figura tpica? 6. Em quais hipteses inadmissvel a tentativa? 7. Quais os elementos da tentativa? 8. Cite e defina as formas de tentativa? 9. Defina o arrependimento eficaz, a desistncia voluntria e o arrependimento posterior, ressaltando as diferenas entre os trs institutos. 10. Qual a natureza jurdica da desistncia voluntria e do arrependimento eficaz? 11. O arrependimento posterior comunica-se entre co-autores e partcipes? Justifique. 12. O que crime impossvel? 13. Quais as hipteses que caracterizam o crime impossvel? 14. Qual a diferena entre flagrante preparado e flagrante esperado? 15. Analise as hipteses e responda: Tibrcio, ao retornar para sua residncia ao entardecer na vspera do ano novo, pensando na festa que iria com a famlia, presenciou uma briga com arma branca na periferia da cidade. Um dos envolvidos, aps receber uma facada no abdmen, ficou agonizando no asfalto. Tibrcio, depois de ponderar se deveria ou no prestar socorro, opta por deixar o local para no perder a festa com a namorada. Decide tambm no avisar as autoridades,

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temeroso de se ver envolvido num homicdio. No dia seguinte Tibrcio leu nos jornais que uma pessoa havia agonizado at a morte em decorrncia de hemorragia no contida, causada por arma branca. Tibrcio sujeito ativo de alguma conduta? No caso afirmativo, de que tipo? Qual o sujeito passivo? Qual o objeto jurdico ofendido? E o objeto material ofendido? Qual o elemento subjetivo da conduta de omisso de socorro? Na hiptese da vtima no ter morrido, haveria alguma alterao a respeito do delito cometido por Tibrcio? Classifique o delito de omisso de socorro do ponto de vista do resultado. H nexo de causalidade entre a conduta de Tibrcio e a morte da vtima? Qual o momento consumativo do delito? Edinho, o filho de Pel, respondeu por homicdio por ter atropelado e matado uma pessoa enquanto disputava uma corrida de automvel em permetro urbano. Aps o acidente, prestou socorro a vtima, mas no pode evitar o resultado. H adequao tpica entre a conduta e o tipo de homicdio? Qual o elemento subjetivo da conduta? Classifique-o. Em funo do elemento subjetivo da conduta, ele dever ou no ir a tribunal do Jri? Classifique o tipo do ponto de vista do resultado. Houve consumao? Qual o momento consumativo? Uma me, logo aps o parto e encontrando-se em profunda depresso, asfixia seu filho recm nascido, matando-o H uma conduta? De que tipo? H adequao tpica? Por que? De que tipo? Quem o sujeito ativo? Qual a classificao desse tipo de crime que exige um sujeito ativo determinado? Seria possvel a prtica desse crime se a criana tivesse nascido morta? H nexo causal entre a conduta e o resultado? Qual o momento consumativo do delito? Classifique o delito de infanticdio do ponto de vista do resultado. Quais so os elementos do tipo de infanticdio? Descreva as fases do iter criminis. Tibrcio encontrando-se em um restaurante com um amigo, interpelado por um antigo desafeto que inicia uma discusso. Esta pessoa, aps afirmar em pblico que Tibrcio precisa morrer, saca uma arma. O amigo de Tibrcio, temendo sua morte, agride o desafeto com uma faca, matando-o. H uma conduta tpica? Justifique. Tibrcio ser punido pela prtica de crime? Explique. Joaquim, aps ter observado que uma famlia havia sado de viagem, decide furtar a residncia com seus amigos Tibrcio e Heleninha. Os trs observam atentamente as imediaes e as entradas da casa, planejam a ao, compram cordas, duas armas de fogo e emprestam um automvel de uma amigo que o cede, na completa ignorncia. A ao executada pelos trs durante a noite, sem qualquer problema. Foram furtados 2 televisores, um computador, uma filmadora, jias, dlares e algumas obras de arte. Aps iniciadas as investigaes policiais, Tibrcio, uma alma boa, temendo ser preso e arrependido de ter concordado com a ao e decide devolver os objetos furtados que haviam ficado em sua residncia. H uma conduta tpica? H nexo de causalidade? Qual o artigo que descreve a conduta tpica? Qual o elemento subjetivo da conduta? Classifique-o. Quais os elementos do tipo praticado? Quais o sujeito ativo e passivo? Qual o objeto jurdico? Qual o objeto material? Classifique o tipo do ponto de vista do resultado. Quais so as fases do iter criminis? Houve consumao? Por que? Qual o momento consumativo? A ao posterior de Tibrcio tem alguma repercusso jurdica? Se sim, qual? Qual a extenso da atitude de Tibrcio com relao aos co-autores? O que aconteceria se Tibrcio tivesse devolvido apenas parte dos objetos furtados? E se tivesse devolvido tudo, entretanto com danos irreparveis nos objetos? H possibilidade do crime ter sido cometido com culpa, e no com dolo? O que teria acontecido se, antes de consumido o crime, a polcia tivesse chegado ao local em decorrncia de um alarme silencioso instalado na residncia? Dois amigos, Tibrcio e Homero, encontram-se em uma pscina. Tibrcio, desconhecendo o fato de que Homero no sabe nadar e cardaco, o empurra na gua e lhe d um caldo. Homero, apavorado, assusta-se e tem uma parada cardaca que lhe causa a morte. Do ponto de vista da causa do crime, como classificada a ao descrita? Ao relativamente independente concomitante. Existe nexo causal entre o resultado morte e a causa susto? De

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onde originou-se o susto? H nexo de causalidade? Dever Tibrcio responder por homicdio? Qual o elemento subjetivo da conduta de Tibrcio? Qual modalidade de culpa? Paulo Tibrcio e Jos Homero discutem em um bar. Paulo Tibrcio leva um tiro na perna e levado a um hospital pelo prprio Jos Homero. No hospital, h uma exploso por defeito em uma das mquinas e Paulo Tibrcio morre. Existe nexo causal entre o resultado morte e o tiro na perna? O agente responder pelo resultado morte? Por que? O agente responder por que crime? O que representa para Jos Homero o fato dele ter se arrependido de ter atirado e ter providenciado socorro para Paulo Tibrcio? Jos Homero ter a pena cominada no tipo ou ter a pena diminuda? ANTIJURIDICIDADE = ILICITUDE CRIME = FATO TPICO + ANTIJURDICO + CULPVEL - Conceito: (1) a contradio entre a conduta e o ordenamento jurdico, consistindo na prtica de uma ao ou omisso ilegal; (2) Contradio entre o fato e a ordem jurdica, constituindo a leso de um interesse protegido; (3) Contradio que se estabelece entre a conduta e a norma jurdica, causando uma efetiva leso ao bem jurdico protegido. - Conceito de injusto: a conduta ilcita em si mesma, a ao valorada como antijurdica, em face da contrariedade do fato em relao ao sentimento social de justia. H condutas ilcitas que so consideradas justas por muitas pessoas, como a seduo ou jogo do bicho. - Conceito de tipo de injusto: conduta tpica e antijurdica (aquela que contm os elementos essenciais da tipicidade, acrescida da nota da ilicitude). - Carter objetivo da antijuridicidade a determinao da antijuridicidade independe da culpabilidade do agente; ela fundamenta-se num juzo de desaprovao do fato. Um menor, inimputvel, que mata pratica um fato antijurdico, pois matar algum fato que no se ajusta s exigncias da norma penal como tutela de valores sociais. 2. CAUSAS DE EXCLUSO DA ANTIJURIDICIDADE - H circunstncias concretas que tornam LCITO o que, em tese, seria ILCITO. Gerais: art. 23 CP Descriminantes (vlidas para todas as condutas tpicas (Parte Especial e Leis Especiais). Especficas: ex. art. 128 CP Extra-penais: ex. art. 1210 CC ao do possuidor turbado ou esbulhado = Leg. def. . Consentimento do ofendido bens disponveis. Excludente supralegal 3. CAUSAS GERAIS DE DESCRIMINANTES excludentes da ilicitude justificantes art. 23 CP - Tipos permissivos que excluem a antijuridicidade, permitindo a prtica de um fato tpico em face de determinadas circunstncias objetivas. - Requisitos objetivos e subjetivos subjetivo: necessrio que o sujeito conhea a situao justificante o agente precisa ter conscincia de que est se defendendo. objetivos: especficos para cada excludente - Art. 23 CP: estado de necessidade; legtima defesa; estrito cumprimento de dever legal; exerccio regular de direito. - ESTADO DE NECESSIDADE art. 24 CP SACRIFCIO DE INTERESSE JURIDICAMENTE PROTEGIDO, PARA SALVAR DE PERIGO ATUAL E INEVITVEL O DIREITO PRPRIO OU DE 3, DESDE QUE CONCRETAMENTE OUTRA CONDUTA NO SEJA RAZOAVELMENTE EXIGVEL. - Requisitos objetivos

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Bem prprio ou de terceiro Que se encontre em perigo atual Que o perigo no tenha sido gerado voluntariamente pelo agente Que seja justificvel a proteo do bem e inevitvel o sacrifcio do outro bem Que o agente aja com moderao

- Conceitos relevantes EN real - verdadeira situao de perigo EM putativo - situao de perigo imaginria EM defensivo - contra coisa ou animal da qual provenha o perigo EM agressivo - contra pessoa ou coisa diversa da qual provenha o perigo - Exemplos:

Violao de domiclio para acudir vtima de crime ou desastre Destruio de propriedade alheia para extinguir incndio e salvar pessoas em perigo; Subtrao de auto para salvar pessoa em perigo de vida, levando-a ao hospital; Subtrao de alimento para salvar algum da inanio; Antes ele do que eu (alpinistas com uma corda, nufragos com um salvavidas) Lanamento de mercadorias para salvar passageiros em barco ou aeronave Desvio de canal para impedir inundao; Antropofagia Mdico que deixa um paciente morrer enquanto salva outro; Aeronave em pane que aterrissa e causa danos em propriedade alheia Aborto praticado por mdico quando no h outro meio para salvar vida de gestante; Revelao de segredo mdico (domstica portadora de doena contagiosa)

- LEGTIMA DEFESA DEFESA NECESSRIA CONTRA AGRESSO INJUSTA, ATUAL OU IMINENTE, CONTRA DIREITO PRPRIO OU DE TERCEIRO, UDANDO MODERADAMENTE OS MEIOS NECESSRIOS. - Requisitos objetivos Quanto agresso (conduta humana) sofrida Injusta (ilcita, no protegida pelo direito) Atual ou iminente contra agresso passada h vingana Agresso contra direito prprio ou alheio Quanto repulsa por parte do agente Visar proteo de interesse protegido (proporcionalidade) Utilizar meios necessrios (suficientes menos lesivos) em face da situao concreta Utilizar moderao (dentro dos limites necessrios para conter a agresso) em face da situao concreta

- Conceitos relevantes: Legtima defesa Sucessiva: a repulsa contra o excesso Legtima defesa Putativa: a errnea suposio da existncia da legtima defesa por erro de tipo ou erro de proibio Legtima defesa recproca (LD contra LD ou outra causa descriminante) impossvel, pois uma agresso no pode ser, ao mesmo tempo, justa e injusta. - ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL AO EM CUMPRIMENTO DE UM DEVER IMPOSTO POR LEI (PENAL OU EXTRA-PENAL), MESMO QUE CAUSE LESO A BEM JURDICO ALHEIO. - Requisitos objetivos

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O dever deve constar da lei, decreto, regulamento ou qualquer ato administrativo, desde que de carter geral (lei em sentido lato). Exige-se que o agente se contenha nos rgidos limites de seu dever, fora dos quais desaparece a excludente (excesso). Circunstncia que se comunica entre co-autores e partcipes. Exemplos: Execuo do condenado pelo carrasco; priso legal efetuada por agentes policiais;morte em batalha; perito que afirma que assinatura falsa; Policial que cumpre mandado de priso; violao de domiclio nas hipteses legais; busca pessoal legal; mesrio da Justia eleitoral que d voz de priso a eleitor. - EXERCCIO REGULAR DE DIREITO: PRTICA DE CONDUTA AUTORIZADA POR LEI. SEMPRE LCITO O EXERCCIO DE UM DIREITO. - Requisitos objetivos O agente age por estar autorizado, e no por dever O exerccio do direito deve ser regular e objetivamente dentro dos limites. Direito sentido amplo, abrangendo todas as formas de direito subjetivo, penal ou extrapenal. - Exemplos: Intervenes mdicas e cirrgicas; violncia desportiva dentro dos limites do esporte ( Lei 8.672/93 Lei Zico); pais que repreendem (dentro dos limites) os filhos; priso em flagrante por particular; expulsar pessoa no autorizada de clube privado. - CONSENTIMENTO DO OFENDIDO - Causa supra-legal e limitada de excludente Requisitos objetivos O bem jurdico ofendido deve ser disponvel O agente deve ter capacidade legal para consentir O consentimento deve ser anterior conduta - EXCESSO NAS EXCLUDENTES: Pode haver excesso com relao aos meios necessrios ou com relao a maneira ou intensidad