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Processo Penal

Apostila IOB Processo Penal

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Processo Penal para concurso da Polícia Federal

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Processo Penal

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O Instituto IOB nasce a partir da experiência de mais de 40 anos da IOB no desenvolvimento de conteúdos, serviços de consultoria e cursos de excelência.

Por intermédio do Instituto IOB, é possível acesso a diversos cursos por meio de ambientes de aprendizado estruturados por diferentes tecnologias.

As obras que compõem os cursos preparatórios do Instituto foram desenvolvidas com o objetivo de sintetizar os principais pontos destacados nas videoaulas.

institutoiob.com.br

Processo Penal 2ª edição/ Obra organizada pelo Ins-tituto IOB - São Paulo: Editora IOB, 2013.

ISBN 978-85-63625-34-2

Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão

dos conceitos.Nenhuma parte desta publicação

poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Instituto IOB.

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº

9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.

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Sumário

Capítulo 1 – Aplicação da Lei Penal, 71. Aplicabilidade do Direito Processual Penal Brasileiro no Tempo e

no Espaço, 72. Interpretação da Lei Processual Penal, 83. Sistemas Processuais Penais, 9

Capítulo 2 – Princípios, 101. Princípios do Processo Penal: Princípio do Devido Processo Legal,

do Contraditório e da Ampla Defesa, 102. Duplo Grau de Jurisdição, Imparcialidade do Juiz e Presunção da

Inocência, 113. Verdade Real, Identidade Física do Juiz e Inadmissibilidade das

Provas Ilícitas, 12

Capítulo 3 – Inquérito Policial, 141. Inquérito Policial – Conceito, Natureza Jurídica e Finalidades, 142. Características do Inquérito – Inquisitório, Escrito e Sigiloso, 153. Oficiosidade e Oficialidade, 164. Peças Iniciais, 175. Peças Iniciais do Inquérito Policial e Prazos, 18

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6. Formas de Instauração do Inquérito Policial e Peças Iniciais, 197. Prazo e Arquivamento do Inquérito Policial, 208. Arquivamento do Inquérito Policial, 219. Espécies de Arquivamento do Inquérito Policial, 22

Capítulo 4 – Ação Penal, 241. Considerações Gerais, 242. Ação Penal Pública Incondicionada e Ação Penal Pública

Condicionada, 263. Ação Penal Pública Condicionada à Representação e Requisição, 274. Ação Penal Privada Personalíssima e Subsidiária da Pública –

Parte 1, 285. Ação Penal Subsidiária da Pública – Parte 2, 296. Princípios da Ação Penal, 307. Princípios da Ação Penal – Continuação, 32

Capítulo 5 – Sujeitos do Processo, 341. Sujeitos Processuais Penais – Introdução, 342. Sujeitos Processuais Penais – Juiz, 353. Sujeitos Processuais Penais – Juiz e Ministério Público, 414. Acusado, 425. Assistente de Acusação – Parte 1, 436. Assistente de Acusação – Parte 2, 45

Capítulo 6 – Prisões, 471. Prisões – Conceito e Espécies, 472. Prisão Preventiva e Medidas Cautelares, 483. Prisão Temporária, 49

Capítulo 7 – Atos de Comunicação do Processo, 511. Citação: Conceito e Formas, 512. Citação Ficta, 52

Capítulo 8 – Provas, 541. Fatos que não Necessitam de Provas e Sistema de Apreciação de

Provas, 542. Ônus da Prova, Prova Emprestada e Princípio da Comunhão das

Provas, 553. Princípio da Verdade Processual, Prova Inadmissível e Princípio

da Proporcionalidade dos Valores Contrastantes, 574. Prova Ilícita por Derivação. Teorias da Fonte Independente e da

Descoberta Inevitável, 585. Prova Pericial e Prova Testemunhal, 59

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Capítulo 9 – Competência, 611. Competência: Conceito & Competências Absoluta e Relativa, 612. Competência pela Natureza da Infração, 623. Competência por Prerrogativa da Função Ratione Personae, 634. Competência pelo Lugar da Infração – Ratione Loci

e Competência pelo Domicílio e Residência do Réu, 655. Competência por Distribuição e Prevenção, 66

Gabarito, 68

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Capítulo 1

Aplicação da Lei Penal

1. Aplicabilidade do Direito Processual Penal Brasileiro no Tempo e no Espaço

1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a aplicabilidade do Direito Processual Pe-nal Brasileiro no tempo e no espaço.

1.2 Síntese

Na antiguidade, quando um delito era cometido, a justiça era realizada com as próprias mãos. Exemplo: se “A” praticasse homicídio contra a irmã de “B”, “B” cometia homicídio contra a irmã de “A”.

Tempos depois, o Estado passou a ser detentor do jus puniendi, passando a deter o direito de punir. Assim, sendo detentor do direito de punir, precisava de um instrumento para aplicação da lei penal.

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Desta forma, o processo penal surge como um instrumento de aplicação da lei penal e também como forma de pacificação social.

Nota-se que o processo penal tem duas finalidades: aplicação da lei penal e pacificação social.

A aplicação da lei processual penal é dividida em aplicação da lei penal no tempo e aplicação da lei penal no espaço.

De acordo com o art. 1º do CPP, aplicar-se-á o direito processual brasileiro em todo o território nacional, sem prejuízo dos tratados internacionais.

Cumpre observar que leis esparsas poderão ser aplicadas, bem como o Có-digo de Processo Penal Militar, que terá sua aplicação em casos específicos.

Em relação à aplicação no tempo, é preciso entender que a lei processual penal tem aplicação imediata (tempus regit actum).

Exercício

1. A lei processual penal retroage?

2. Interpretação da Lei Processual Penal

2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a interpretação da lei processual penal.

2.2 Síntese

Estabelece o art. 3º do Código de Processo Penal:“Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação

analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.”Interpretação extensiva quer dizer que o legislador não tem como prever

todas as possibilidades, todas as atitudes do ser humano. Desta forma, a inter-pretação extensiva seria a utilização de um “etc.” pelo legislador.

Analogia é uma forma de autointegração da norma. Se para determinada situação o legislador não previu uma norma, o intérprete, o aplicador do direito processual penal, pode utilizar uma norma do Código de Processo Civil, por exemplo, e aplicar ao caso semelhante.

Por fim, o direito processual penal admite a interpretação analógica. Neste caso, observa-se que o legislador disse menos do que queria dizer.

É importante não esquecer os princípios previstos na Constituição Federal, como o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.

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9Faz-se necessário observar que quando o processo penal foi criado era utili-

zado como mero instrumento de aplicação do Direito Penal material.Em um segundo momento, o processo penal passou a ter autonomia em

relação ao direito penal, já que passou a ter regras e princípios próprios.Por fim, o processo penal passou a ser também instrumento de aplicação e

efetividade de direitos fundamentais.

3. Sistemas Processuais Penais

3.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os sistemas processuais penais.

3.2 Síntese

O sistema inquisitivo foi o sistema processual utilizado do século XIII ao século XVIII, momento em que todos os poderes se concentravam nas mãos do monarca. Assim, nota-se que não existia imparcialidade e o réu não era sujeito de direitos, mas um mero objeto de investigações.

No sistema inquisitivo (ou inquisitório), vigorava o sistema de provas tarifa-das, ou seja, as provas já tinham valor predeterminado em lei.

O segundo sistema é o sistema acusatório, aquele em que as funções dentro do processo são bem definidas. Neste sentido, o juiz julga, o órgão acusador acusa e o réu é aquele que ocupa o polo passivo na ação penal.

Neste sistema, o réu é um sujeito de direitos, tem direito à aplicação dos direitos fundamentais.

O sistema adotado no Brasil é o sistema acusatório não ortodoxo. Isso por-que, no sistema acusatório puro, o juiz não pode colher provas e, no sistema acusatório não ortodoxo, o juiz pode perseguir provas.

Por fim, o terceiro sistema processual é denominado sistema misto. Trata-se do sistema que tem sua origem na Revolução Francesa e é aplicado até os dias atuais na França. Este sistema é dividido em duas fases: na primeira, ocorre a investigação policial e, na segunda, o juiz, além de julgar, também investiga.

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Capítulo 2

Princípios

1. Princípios do Processo Penal: Princípio do Devido Processo Legal, do Contraditório e da Ampla Defesa

1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os princípios do processo penal, sendo abor-dados aqui os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.

1.2 Síntese

O Princípio do Devido Processo Legal quer dizer que no processo penal não há que se falar em ação penal sem a existência de um devido processo. Assim, para que uma pessoa seja processada em razão da prática de infração penal, essa pessoa deve ser submetida a um processo.

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11O devido processo legal está previsto no art. 5º, LIV, da Constituição Fe-

deral de 1988.O Código de Processo Penal e as leis processuais penais surgem para traçar

o devido processo legal.O Princípio do Contraditório diz que o sujeito tem o direito de ter ciência

da acusação, dos fatos narrados na petição inicial acusatória. Este princípio pode aparecer como Princípio da Bilateralidade da Ação.

O Princípio da Ampla Defesa dispõe que o réu, no processo penal, tem o direito de utilizar de todos os meios lícitos de prova admitidos em lei.

O juiz não deve considerar as provas ilícitas levadas ao processo, porém, estas provas poderão ser utilizadas para o exercício da defesa.

Ainda, ampla defesa se divide em: defesa técnica exercida pelo advogado (obrigatória) e autodefesa, exercida pelo próprio réu (facultativa).

O Princípio do Juiz Natural quer dizer que ninguém será processado e julgado senão pela autoridade competente.

Exercício

2. Dispõe o art. 5º, XXXVII, da Constituição da República que não have-rá juízo ou Tribunal de Exceção. Dispõe, por sua vez, o inciso LIII do mesmo artigo que ninguém será processado e nem sentenciado, senão pela autoridade competente. Tais disposições consagram o seguinte princípio:a) Presunção de Inocência.b) Devido Processo Legal.c) Ampla Defesa.d) Juiz Natural.e) Verdade Real.

2. Duplo Grau de Jurisdição, Imparcialidade do Juiz e Presunção da Inocência

2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os princípios do processo penal, sendo abor-dados aqui os princípios do duplo grau de jurisdição, imparcialidade do Juiz e presunção da inocência.

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2.2 Síntese

O Princípio da Imparcialidade do Juiz quer dizer que o juiz quando exerce seu principal papel deve ser imparcial.

O Princípio do Duplo Grau de Jurisdição traz a possibilidade de revisão da decisão por um órgão superior.

É preciso observar que o duplo grau de jurisdição não representa um direito fundamental.

O Princípio da Presunção de Inocência quer dizer que ninguém será con-siderado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

Neste sentido, cumpre salientar que o réu somente será considerado cul-pado após o fim do processo, que ocorre com a sentença transitada em julgado (aquela que não cabe mais recurso).

Por fim, é necessário observar que os Tribunais consideram o Princípio de Presunção de Inocência equivalente ao Princípio da Não Culpabilidade.

3. Verdade Real, Identidade Física do Juiz e Inadmissibilidade das Provas Ilícitas

3.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os princípios do processo penal, sendo abor-dados aqui os princípios da verdade real, da identidade física do Juiz e da inadmissibilidade das provas ilícitas.

3.2 Síntese

O Princípio da Verdade Real quer dizer que o juiz, quando exerce sua fun-ção de julgar, deve observar e analisar os fatos como ocorreram na época dos fatos. Por isso, o Código de Processo Penal autoriza que o juiz busque provas.

O Princípio da Identidade Física do Juiz foi inserido no Código de Processo Penal em 2008, após a reforma realizada.

Observa-se que o art. 399, § 2º, do Código de Processo Penal prevê o prin-cípio referido:

“§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.”O Princípio da Vedação das Provas Ilícitas, previsto no art. 5º da Constitui-

ção Federal, quer dizer que as provas obtidas por meio ilícito não poderão ser valoradas pelo juiz. Exemplo: confissão que foi obtida mediante tortura.

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13Ainda, as provas ilícitas podem ser divididas em provas ilícitas stricto sensu,

aquelas contra o direito penal material e provas ilícitas ilegítimas, aquelas ad-quiridas pela violação de direito processual.

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1. Inquérito Policial – Conceito, Natureza Jurídica e Finalidades

1.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos o conceito, natureza jurídica e finalidades do Inquérito Policial.

1.2 SínteseDisposição legal:– Art. 144, CF.– Arts. 4º a 23 e 107 do CPP.– Súmulas Vinculantes nos 14 e 24.– Súmula STF nº 524.– Súmulas STJ nos 234 e 444.

Capítulo 3

Inquérito Policial

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15A finalidade do Inquérito Policial é apurar e investigar os indícios de autoria

e de participação, bem como prova de materialidade do delito – art. 4º do CPP.A presidência do Inquérito Policial é da autoridade policial, que tem atri-

buição exclusiva – art. 144, § 4º, CF.O Ministério Público pode presidir investigação, mas não Inquérito Policial.Inquérito Policial é um procedimento administrativo prévio, ocorre antes

do processo penal, que tem como finalidade a investigação de infrações penais.A natureza jurídica do Inquérito Policial é de procedimento administrativo.Outras formas de investigação: TCO (Termo Circunstanciado de Ocor-

rência). Para crimes de menor potencial ofensivo, para pena máxima de até dois anos.

Exercícios

3. O Ministério Público pode presidir o Inquérito Policial?

2. Características do Inquérito – Inquisitório, Escrito e Sigiloso

2.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos quais são as características do inquérito policial.

2.2 Síntese

Autoritariedade: a autoridade policial é do delegado de polícia. É ele que tem autoridade para presidir o Inquérito Policial. Vale lembrar que o delegado alcança tal posição por meio de concurso público, passando pelas fases de pro-va teórica, prova física e prova psicotécnica.

Inquisitoriedade: ligado ao sistema inquisitivo. Isto significa que durante o Inquérito Policial não há acusação formal, somente há atos de investigação e, portanto, não é necessário o contraditório ou procedimento rígido pela au-toridade policial, como demonstra o art. 14 do Código de Processo Penal: “O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.”

O juiz investiga, acusa, defende; não há contraditório, não há ampla de-fesa. No Inquérito Policial, o investigado não tem direito ao contraditório e à ampla defesa.

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Discricionariedade (decorrente da inquisitoriedade): a autoridade poli-cial tem discricionariedade para realizar as diligências que julgar necessárias, ou seja, ela pode ou não tomar certas providências, relativas ao Inquérito Policial.

Sigiloso/Sigilo Externo: o Inquérito Policial é um procedimento sigiloso. (Código de Processo Penal: Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.) Para garantir as investigações do Inquérito Policial, deve-se resguardar o sigilo. Entretanto, deve-se observar que para os advogados admite-se a publicidade; contudo, apenas as diligências que estiverem juntadas nos autos (Súmula Vin-culante STF nº 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, di-gam respeito ao exercício do direito de defesa”), ou seja, o advogado não tem acesso ao que não está nos autos do Inquérito Policial.

Dispensável: os indícios de autoria e prova da materialidade podem chegar às mãos do titular da ação penal de outra forma.

Indisponível: aqui estamos intimamente ligados ao assunto do arquivamen-to, já que o inquérito não pode ser arquivado pelo delegado, pela autoridade policial, portanto, ao delegado, o inquérito policial é indisponível e só poderá ser arquivado por determinação judicial, desde que haja pedido determinado pelo Ministério Público, não podendo ser feita de ofício.

Uma vez arquivado o inquérito pode ser desarquivado quando surgirem novas provas, art. 18 do CPP e Súmula nº 524 do STF.

Exercício

4. O Inquérito Policial é um procedimento não prescindível?

3. Oficiosidade e Oficialidade

3.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a ver as características do Inquérito Po-licial, bem como a sua instauração, mediante expedição de ofícios da autoridade policial.

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3.2 SínteseOficialidade: Somente um Órgão Oficial (polícia judiciária no âmbito fe-

deral é a Polícia Federal, no âmbito Estadual, é Polícia Civil), pode realizar as investigações para o Inquérito Policial.

Obs.: outros órgãos podem realizar investigações, tais como:a) CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) (Art. 58 da Constituição

Federal: Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a respon-sabilidade civil ou criminal dos infratores), podem investigar fatos de-finidos e por prazo determinado, através de um procedimento próprio que não seja o inquérito policial;

b) IPM (Inquéritos Policiais Militares), investigam crimes militares. Vale lembrar que os IPM são presididos por um oficial da polícia militar;

c) MP (Ministério Público), de acordo com o entendimento dos tribunais superiores (STF e STJ), tem atribuição para investigar.

Oficiosidade: A partir do momento que a autoridade policial tem ciência da prática de um crime (crime de ação penal pública incondicionada), deve instaurar o inquérito policial de ofício.

Exercício

5. O Ministério Público não tem poderes investigatórios, mas apenas para propor a ação penal?

4. Peças Iniciais

4.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos as peças iniciais e os prazos do Inquérito Policial.

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4.2 Síntese

Peças iniciais do Inquérito Policial: A autoridade policial, após ter ciência da infração penal, por meio dos institutos da Notícia-crime Direta, Notícia--crime Indireta e Notícia-crime Inqualificada, deverá instaurar o Inquérito Policial.

É a página nº 2 do Inquérito Policial, pois, a página nº 1 é a capa.Portaria: deve conter as descrições dos fatos, quais diligências serão toma-

das, data e assinatura. Sendo assim, a portaria instaura o Inquérito Policial.Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD): as folhas que compõem o

APFD iniciarão o Inquérito Policial, no caso de o agente ter sido flagrado co-metendo o delito. Nesse caso, serão ouvidos: o condutor (quem capturou o agente), as testemunhas, a vítima (se houver) e o réu.

Requerimento do Ofendido: a vítima vai até a delegacia dar a Notícia-crime ao Delegado. Entretanto, na maioria das vezes, ao analisar o requerimento, o delegado não utilizará como peça inicial, mas, sim, instaurará uma portaria.

Requisição/Ordem: pode ser do Juiz, do Ministério Público ou do Ministro da Justiça. Quando houver suposição de crime, as autoridades podem requi-sitar a instauração do inquérito, por meio de um ofício requisitório dirigido ao delegado de polícia. Vale lembrar que não há hierarquia entre Autoridade Policial, Ministério Público e Juiz.

O Ministro da Justiça poderá requisitar a instauração de inquérito nos casos em que houver crimes contra a honra do presidente da república, crime contra a honra de chefe de estado ou crime praticado por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil.

Exercício

6. A partir do requerimento da vítima, a autoridade policial é obrigada a instaurar o inquérito.

5. Peças Iniciais do Inquérito Policial e Prazos5.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos as peças iniciais que compõem o Inquérito Poli-cial e os prazos para conclusão do Inquérito Policial.

É o mesmo vídeo da aula anterior.

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6. Formas de Instauração do Inquérito Policial e Peças Iniciais

6.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos as formas de instauração do Inquérito Policial e as peças iniciais que o acompanham.

6.2 Síntese

Formas de instauração de inquérito policial: quando falamos de forma, em regra, estão previstas no art. 5º do CPP e são, basicamente, cinco formas: mediante portaria ou de ofício; em crimes de ação penal pública condiciona-da; requisição da vítima ou de seu representante, em ação penal de iniciativa privada; requisição do magistrado ou do representante do MP; e quando há a lavratura do auto de prisão em flagrante.

Mediante portaria de ofício ou mediante notitia criminis: esta forma só é possível em relação aos crimes de ação penal pública incondicionada, sendo que aqui a autoridade recebe a informação da pratica do crime e verificando que existe um mínimo indício da prática do crime ela deverá instaurar o inqué-rito, podendo obter esta notícia pela vítima, terceiros, televisão, etc.

Em crimes de ação penal pública condicionada: será mediante representa-ção da vítima ou de seu representante legal ou mediante requisição do ministro da justiça, para crimes praticados contra honra do presidente da república ou chefe de governo estrangeiro e crimes praticados por estrangeiro contra brasi-leiro, fora do território nacional. Aqui o prazo decadencial é de seis meses, para a representação, contado a partir do conhecimento da autoria delitiva (art. 38 do CPP).

Em relação à requisição do ministro da justiça, não existe prazo previsto em lei, podendo fazer enquanto não se verifica a prescrição.

Mediante requisição da vítima ou de seu representante em ação penal de iniciativa privada: alguns crimes só pode se proceder se a vítima se manifestar, sendo que aqui a vítima deve requerer ao delegado a instauração do inquérito.

Requisição do magistrado ou do representante do MP: aqui ocorre o reque-rimento do inquérito em casos onde o magistrado ou o representante do MP te-nha contato com o fato, por exemplo, em um caso de falso testemunho. Neste caso, não se considera um requerimento e sim uma requisição, não podendo, em regra, que a autoridade discorde da decisão.

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Quando há lavratura do auto de prisão em flagrante, também conhecido como cognição coercitiva: aqui, simplesmente, lavrado o auto de prisão em flagrante, estará instaurado o Inquérito Policial.

Em relação à suspeição do delegado de policia, demonstrado no art. 107 do CPP: ninguém poderá arguir a suspeição do delegado de polícia, sendo que somente ele pode reconhecê-la, de ofício, já porque no Inquérito Policial não há acusação formal.

Formas de instauração do inquérito policial: para iniciar o processo, é pre-ciso que a autoridade policial fique sabendo do ato do crime, por meio das seguintes formas:

– Notícia-crime Imediata ou Notícia-crime de Cognição Direta/Imedia-ta: ocorre por meio das atividades rotineiras policiais (Ex.: investigação policial).

– Notícia-crime Indireta ou Notícia-crime de Cognição Mediata/Indire-ta: é aquela em que a autoridade policial tem ciência da prática crimi-nosa por intermédio de terceiros (Juiz, Ministério Público, Vítima).

– Notícia-crime Inqualificada: denúncia anônima.

Exercício

7. A Notícia-crime Inqualificada não pode dar ensejo ao início do inqué-rito policial?

7. Prazo e Arquivamento do Inquérito Policial

7.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos os prazos e o arquivamento do inquérito policial.

7.2 SíntesePrazos de conclusão: quando o delegado de polícia, ciente de um crime,

em regra de ação penal pública incondicionada, instaura o inquérito por porta-ria. No decurso do inquérito, a autoridade policial irá realizar diligências, tais como: ouvir testemunhas, cumprir mandados de busca e apreensão (ordem judicial), enfim, realizará as diligências que achar necessárias. Após isso, a au-toridade policial deverá concluir o inquérito formulando assim seu relatório.

Relatório é a peça final do inquérito policial, por meio do qual, o delegado irá explicar sintetizar as diligências que foram realizadas durante a investigação.

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21Art. 10 do CPP: O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indi-

ciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e en-viará autos ao juiz competente.

§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores dili-gências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

Logo após o término do relatório, este será encaminhado para a justiça.Prazos de conclusão do inquérito: depende da condição do investigado.

CPP Justiça FederalLei nº

11.343/2006

Investigado preso

10 dias (art. 10), improrrogável

15 dias, prorrogáveis por mais uma vez

(15 + 15)30 dias

Investigado solto

30 dias (art. 10), prorrogável

30 dias, prorrogável por quantas vezes for

necessário90 dias

Caso o Inquérito Policial não seja concluído em tempo hábil, o advogado do investigado poderá impetrar um habeas corpus pedindo a liberdade do seu cliente.

Exercício8. Os prazos previstos na Lei nº 11.343/2006 poderão ser prorrogados?

8. Arquivamento do Inquérito Policial8.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos as formas de arquivamento do Inquérito Policial.

8.2 SínteseArquivamento do Inquérito Policial – Art. 28 do CPP: Se o órgão do Mi-

nistério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento

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do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou pe-ças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

A partir do momento que o delegado instaurar o inquérito, ele não poderá arquivar. Sendo assim, o delegado irá remeter os autos para o Juiz, para ouvir a opinião do Ministério Público no sentido de saber se este irá oferecer a denún-cia, requerer o arquivamento ou solicitar novas diligências.

Oportunamente, cabe ao Ministério Público ver se os elementos de indícios de autoria e prova da materialidade, estão presentes no inquérito. Cabendo ao Ministério Público duas possibilidades: requisitar novas diligências, em que o inquérito será novamente remetido ao Juiz e, posteriormente ao delegado para assim cumprir com as novas diligências. Vale frisar: as novas diligências devem ser especificadas pelo promotor competente. Caso o Ministério Público não solicite novas diligências ou faça a denúncia, poderá requerer o arquivamento do inquérito ao Juiz.

Somente o Juiz pode determinar o arquivamento do inquérito; o Ministério Público só requer, não determina.

Caso o Juiz acate o pedido de arquivamento do Ministério Público, o In-quérito Policial será arquivado, porém, se o Juiz não concordar com o arqui-vamento, será aplicado o art. 28 do CPP, ou seja, encaminhará ao Procurador--geral de Justiça.

Ao Procurador-geral de Justiça caberá oferecer a denúncia, designar outro membro do Ministério Público para oferecer a denúncia, obrigatoriamente (longa manus), ou poderá também insistir no arquivamento.

Exercício9. Marque certo ou errado: O Promotor de Justiça que, a princípio, pediu

o arquivamento será obrigado a oferecer a denúncia se designado pelo Procurador-geral?

9. Espécies de Arquivamento do Inquérito Policial

9.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos as espécies de arquivamento do Inquérito Policial.

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9.2 Síntese

Espécies de arquivamento do Inquérito Policial:– Arquivamento Direto: quando o Juiz discorda do pedido de arquiva-

mento e remete ao Procurador-geral de Justiça.Art. 28 do CPP – Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a

denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invoca-das, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

Se ocorrer na esfera federal, o Procurador-geral de Justiça será substituído pela Câmara de Coordenação e Revisão.

– Arquivamento Indireto (entendimento do STF): o promotor de justiça recebe o inquérito policial e entende que é de competência federal. Porém, o Juiz discordando do Ministério Público e entendendo que seja de competência estadual, remeterá os autos do inquérito para o Procurador-geral de Justiça; nesse caso, poderá oferecer a denúncia, designar outro membro do Ministério Público para oferecimento da denúncia ou então insistir a remessa dos autos para o juiz competente.

– Arquivamento implícito (corrente minoritária): ocorre, por exemplo, quando do inquérito policial foram investigadas duas pessoas em três crimes ou, então, o Ministério Público oferece denúncia contra uma pessoa e dois crimes.

O outro crime e a outra pessoa seriam o caso do arquivamento implícito, por não terem sido mencionados pelo Ministério Público.

Exercício

10. (Cespe/UnB) Se o Juiz se dá por competente e membro do Minis-tério Público se manifesta por não querer oferecer a denúncia, por considerar-se incompetente, ocorre por parte do Ministério Público um pedido de arquivamento indireto.

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Capítulo 4

Ação Penal

1. Considerações Gerais

1.1 Apresentação

Nesta unidade, iniciamos o estudo da ação penal pública.

1.2 SínteseO Estado assume o jus puniendi (dever poder de aplicar direito penal no

caso concreto).Ação Penal:Regra: se o tipo penal não diz nada, então o crime será de ação penal pú-

blica incondicionada.Entretanto, se o artigo referente ao crime disser “mediante representação

do ofendido”, é então dependente da vontade do ofendido o início da perse-cução penal.

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25Analisar o tipo penal para saber se são:Crimes de Ação Penal PúblicaIncondicionada – se o crime é de Ação Penal Pública Incondicionada, o Es-

tado não precisa de manifestação da vítima para iniciar a persecução criminal (Ex.: Homicídio, roubo, furto, o estado age de ofício).

Condicionada à representação do ofendido ou condicionada à requisição do Ministro da Justiça – para que o Estado inicie a persecução penal, depende-rá de manifestação da vítima. A condição será a manifestação/representação do ofendido, para o Estado agir (Ex.: estupro de pessoa maior de 18 anos, somente poderá processar o agente, se a vítima assim representar).

Crimes de Ação Penal PrivadaExclusivaPersonalíssimaSubsidiária da PúblicaObs.: queixa é a peça inicial da ação penal privada.§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio

ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. (Incluí-do pela Lei nº 8.699, de 27.08.1993)

Esta matéria é encontrada nos arts. 24 a 62 do CPP e 100 a 106 do CP, bem como no art. 129 da CF e Súmulas nos 608, 609, 696 e 714 do STF e 234 do STJ.

Não há diferença entre as ações penais, mas existe diferença entre sua titula-ridade, sendo assim, existem duas espécies: iniciativa pública e iniciativa privada.

Iniciativa pública é subdividida em: ação penal pública incondicionada e condicionada.

Iniciativa privada é subdividida em: iniciativa privada exclusiva, personalís-sima e subsidiária da pública.

A ação penal pública incondicionada ocorre quando a lei, o tipo penal ou o capítulo que tratam daquele crime ficam em silêncio sobre a ação penal, significando que, no silêncio, será ação penal pública incondicionada, não se imposto qualquer requisito.

Ação penal pública condicionada ocorre quando a lei, expressamente, es-tabelece que aquele crime só se procede mediante representação da vítima ou de seu representante legal, ou ainda condicionada a requisição do ministro da justiça que ocorre em duas hipóteses: crimes cometidos contra honra do presidente da república ou de chefe de governo estrangeiro e quando o crime é cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do território nacional.

A ação penal pública, como um todo, possui princípios que são: princípios da obrigatoriedade, da indisponibilidade, da intranscedência e da indivisibilidade. Pode-se citar também o princípio da oficialidade, mas não é pacífico na doutrina.

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Princípio da obrigatoriedade: o membro do MP está obrigado a oferecer a ação penal quando entender que estão presentes indícios de autoria ou prova da existência do crime suficiente.

Princípio da indisponibilidade (art. 42 do CPP): após o oferecimento da denúncia, o membro do MP não pode desistir da ação penal.

Princípio da intranscendência: a ação penal só pode ser oferecida contra aquele indivíduo que de alguma forma participou daquele crime.

Princípio da indivisibilidade: o membro do MP pode oferecer a denúncia contra um dos autores, não oferecendo contra outros, quando não houver pro-vas suficientes, mas após obter, irá oferecer denúncia.

Princípio da oficialidade: existe um órgão oficial que deve oferecer a de-núncia, ou seja, o MP (arts. 129, I da CF e 157 do CPP).

Exercício

11. (Esaf 2010) Segundo o Código de Processo Penal, seja qual for o crime quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesses da União, Estado ou Município, a ação penal será pública incondi-cionada.

2. Ação Penal Pública Incondicionada e Ação Penal Pública Condicionada

2.1 Apresentação

Nesta unidade, continuando com o estudo das ações penais públicas, veremos a ação penal pública incondicionada e a condicionada.

2.2 Síntese

Ação Penal Pública (É necessária a manifestação da vontade do ofendido, mas esse não é o titular).

Incondicionada: (regra: se o tipo penal nada disser, será Ação Penal Pública incondicionada). Sua titularidade cabe ao Ministério Público.

As partes são: Acusação (Ministério Público) e Réu/Acusado (depois do ofe-recimento da denúncia, o investigado passa a ser chamado de acusado). A Peça inicial é a Denúncia.

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27Condicionada à representação do ofendido. Titularidade do Ministério

Público, as partes são: Acusação (Ministério Público) e Réu/Acusado. A peça inicial é a Representação; é essencial para se iniciar o Processo Penal, é uma condição de procedibilidade. O prazo para oferecer a representação é de seis meses, contados a partir do conhecimento da autoria. No caso de morte ou ausência da vítima, é possível a sucessão do direito de representação.

Sendo assim, quem assume esse direito é o Cadi (Cônjuge, Ascendente, Descendente e Irmão). (Art. 24, § 1º do CPP: Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.)

Importante frisar que no art. 226, § 3º da CF/1988 inclui o companheiro da união estável como sucessor desse direito.

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre

o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua con-versão em casamento.

Exercício

12. Oferecida a representação pelo ofendido, o Ministério Público não é obrigado a intentar a Ação Penal Pública Condicionada à repre-sentação.

3. Ação Penal Pública Condicionada à Representação e Requisição

3.1 Apresentação

Nesta unidade, iremos estudar a Ação Penal Pública Condicionada à Representação e Requisição.

3.2 SínteseCaracterística da Ação Penal Pública Condicionada à representação é

semelhante à Ação Penal Pública à Requisição do Ministro da Justiça.

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A retratação da representação é possível, desde que seja antes da oferta da denúncia, pelo Ministério Público, conforme o art. 25 Código de Processo Penal. (A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.)

Conseguintemente, a retratação da retratação, que nada mais é que repre-sentar novamente mesmo tendo já retratado anteriormente, é possível, desde que seja dentro do prazo de 6 meses, caso contrário ocorrerá a decadência do direito de representar.

A Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça, a requisição do ministro da justiça é condição de procedibilidade, ou seja, nos crimes que dependem desta requisição, eles necessariamente precisarão de tal instituto, caso contrário não será instaurada a Ação Penal (Ex.: crimes contra honra do Presidente da República).

O prazo para oferecer essa requisição não é previsto em lei, então, não há prazo. Todavia, se o crime prescrever, a requisição não poderá ser realizada.

Outrossim, a retratação da requisição segue dois posicionamentos:– não é possível, pois essa requisição é um ato muito sério;– é possível aplicando-se como analogia o art. 24 (Nos crimes de ação

pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justi-ça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo).

§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por de-cisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, des-cendente ou irmão).

Exercício

13. É possível a retratação da representação até o recebimento da denúncia.

4. Ação Penal Privada Personalíssima e Subsidiária da Pública – Parte 1

4.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos as características da Ação Penal Privada Perso-nalíssima e subsidiária da Pública.

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4.2 Síntese

Ação Penal Privada é aquela que depende da vontade da vítima para sua propositura.

Ação Penal Privada Personalíssima é aquela que somente a vítima tem a possibilidade de propor, ou seja, a titularidade é da vítima; sendo assim, se o ofendido morrer ou é declarada sua ausência, o direito de propor a ação mor-rerá junto com a vítima. Nesta ação, não há que se falar em sucessão do direito de representação (Ex.: Art. 240 Código Penal – Revogado e o art. 236 Código Penal: Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior).

As partes são querelante (parte ativa) e querelado (parte passiva).A peça inicial se chama queixa-crime.Ação Penal Privada Subsidiária da Pública é a que “nasce pública”, mas

com a inércia do Ministério Público em oferecer a denúncia, ela se torna pri-vada, ou seja, a titularidade é subsidiária da vítima, as partes são querelantes (acusa) e querelados (acusado), a peça inicial é a queixa-crime.

5. Ação Penal Subsidiária da Pública – Parte 2

5.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos as características da Ação Penal subsidiária da Pública.

5.2 Síntese

Em um crime de ação penal pública, encerrado o inquérito, o delegado manda o inquérito para o Juiz e o mesmo manda para o promotor. O Ministério Público pode pedir o arquivamento, novas diligências ou oferecer a denúncia a partir do recebimento do Inquérito Policial começa-se a contar os prazos para manifestação do Promotor.

Os prazos serão:– se o acusado estiver preso: 5 dias para manifestação do Ministério Públi-

co. No final do 5º dia e início do 6º dia, a vítima percebe que acabou o prazo do Ministério Público e o mesmo se quedou inerte, nasce, assim, o direito para a vítima de propor a ação penal, mediante uma queixa-

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-crime. Vale lembrar que, mesmo a vítima tendo seu direito de propor a ação, o Ministério Público não perde seu direito de mover a ação, pois caso a vítima nada fizer, se quedar inerte também, o Ministério Público poderá ainda propor a ação;

– se o acusado estiver solto: 15 dias para manifestação do Ministério Público.

O prazo para o querelante oferecer a queixa-crime é de seis meses (prazo decadencial), contados a partir do momento que o prazo do Ministério Pú-blico for finalizado. Caso acabem os seis meses de prazo, a vítima não poderá oferecer mais a queixa-crime e o Ministério Público poderá então oferecer a denúncia.

Sendo assim, o prazo de seis meses é decadencial e não há decadência para o Ministério Público, mas apenas a prescrição.

– Subsidiária da Pública: O crime era de Ação Penal Pública e o MP não se manifestou no prazo legal. No prazo do oferecimento da denúncia, o Promotor de Justiça deve:– oferecer a denúncia;– pedir o arquivamento do Inquérito Policial;– requerer novas diligências, apontando quais.

Se no prazo de oferecimento da denúncia o MP ficou inerte, surge a possi-bilidade da ação penal privada subsidiária da pública.

Prazo 6 meses contados da data final que o Ministério Público tinha para oferecer a denúncia (Ex.: MP tinha 15 dias para oferecer denúncia, se assim não fez, o 16º dia será o primeiro dia do prazo para oferecer queixa para ação penal privada subsidiária da pública).

Exercício

14. (Fundep – MG – Defensor Público) O Ministério Público participa da Ação Penal Privada Personalíssima?

6. Princípios da Ação Penal

6.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos os princípios que norteiam a Ação Penal.

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6.2 Síntese

Ação Penal PúblicaPrincípio da obrigatoriedade: vigora neste caso, onde obriga o Ministério

Público a propor a Ação Penal assim que o inquérito policial, ou peças de informação, chegar a seu conhecimento, se assim, conter indícios de autoria e prova da materialidade (justa causa).

Indisponibilidade: a partir do momento que o Ministério Público propuser a denúncia, ele não poderá desistir da ação penal, tanto ao processo como o recurso.

Ação Penal PrivadaPrincípio da oportunidade: prevalece neste caso. Ele assegura que a partir

do momento que a vítima tiver elementos para propor a queixa-crime será fa-cultada à vítima a escolha de propor ou não.

Obs.: Renúncia: Caso a vítima não tenha interesse em propor a ação, ela poderá renunciar a esse direito. A renúncia ocorre antes do oferecimento da queixa-crime. Renúncia é diferente de desistência, já que esta ocorre depois que o processo teve início.

As características da renúncia são:– se a vítima renunciar em favor de um dos autores do crime, essa renún-

cia se estende automaticamente ao outro autor do crime;– pode ser expressa, onde a vítima se dirige ao Juiz, membro do Ministé-

rio Público ou autoridade policial e manifesta o desinteresse de proces-sar o responsável. A renúncia pode ser também tática, que está descrita no art. 104 do CP (O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. Parágrafo único. Importa renún-cia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a von-tade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime.)

Ex.: Maria pratica crime de calúnia contra Pedro, posteriormente Pedro co-meça a namorar com Maria e durante o namoro oferece a queixa-crime. Esse ato é incompatível, configurando assim a renúncia tácita.

Art. 49 do CPP – A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.

Art. 50 do CPP – A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.

Art. 57 do CPP – A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.

Disponibilidade – é a possibilidade de desistência da ação penal pela vítima.

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7. Princípios da Ação Penal – Continuação7.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos a continuação dos princípios da ação penal.

7.2 SínteseAção Penal PúblicaDivisibilidade – segundo o STF, tem justa causa apenas para propor a ação

penal, para um acusado; o Ministério Público pode dividir a denúncia, sendo oferecida contra um dos acusados e, durante o curso do processo, se tiver pro-vas, pode acusar o outro investigado.

Ação Penal PrivadaDisponibilidade: a vítima pode desistir da ação por meio de três institutos:– desistência – para que a vítima desista da ação, é imprescindível que o

querelado concorde com a desistência;– perdão do ofendido – no curso do processo, o ofendido pode acabar

com o processo, mas o querelado terá que concordar para a ação ser extinta, caso não concorde, a ação continuará;

– perempção – forma de extinção da Ação Penal Privada, art. 60 do CPP.Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á

perempta a ação penal:I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do

processo durante 30 (trinta) dias seguidos;II – quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não

comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (ses-senta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;

III – quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;

IV – quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem dei-xar sucessor;

Indivisibilidade – se houver vários autores do crime, a vítima tem que pro-por ação penal contra todos.

Princípios relacionados a ambas as ações:– legalidade: devido processo legal;– intranscendência: se o querelado vier a morrer, não há que se falar em

sucessão.

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Exercícios

15. (FCC – Analista judiciário TRF) A vítima após propor ação penal pri-vada não pode desistir da ação?

16. (FCC) O perdão do ofendido pode ser aceito por procurador? O Advo-gado da vítima pode aceitar o perdão?

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Capítulo 5

Sujeitos do Processo

1. Sujeitos Processuais Penais – Introdução

1.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos os sujeitos processuais penais e analisaremos o conceito.

1.2 Síntese

Sujeitos processuais: existe uma relação jurídica processual, ou seja, dentro de um processo, há uma relação jurídica, formada pelos sujeitos autor, juiz e réu. O autor, se na ação penal pública, será o Ministério Público. Se a ação for privada, o autor será o querelante.

O réu na ação penal pública é denominado como acusado. Na ação penal privada, é denominado querelado.

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35É importante diferenciar sujeitos do processo e partes do processo. Partes

do processo são apenas autor e réu, que também são sujeitos; o juiz é apenas sujeito.

Classificação de sujeitos do processo:Na classificação de sujeitos do processo, deve ser entendido que existem os

sujeitos principais e os sujeitos secundários.Os sujeitos principais são o juiz, autor e réu; já os sujeitos secundários são

os assistentes de acusação, peritos e servidores da justiça ou do poder judiciário. Os servidores da justiça são aqueles que exercem cargo técnico, de analista, e auxiliam o poder judiciário no exercício da Justiça.

Obs.: o defensor, segundo Guilherme de Souza Lucci, não é considerado sujeito principal ou secundário do processo, mas, sim, um sujeito especial da relação jurídica; sendo assim, o defensor não participa da classificação dos su-jeitos entre principais ou secundários.

Exercício

17. (MP Goiás) São partes do processo penal.

2. Sujeitos Processuais Penais – Juiz

2.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos o juiz como sujeito processual.

2.2 Síntese

O juiz está entre os sujeitos processuais principais. É o sujeito processual com a função de aplicar a lei ao caso concreto, é ele que, com o recebimento da petição inicial, aplicará a lei ao caso concreto. Sua principal função é julgar o caso que lhe é levado, ocupando uma posição suprapartes, ou seja, as partes se submentem à decisão dele. Vale lembrar que o juiz deve manter equidistân-cia em relação às partes, não pode beneficiar autor ou réu, qualquer que seja o motivo.

Características do juiz: para exercer suas funções deve ter investidura no seu cargo, deve ter passado por concurso público de provas e títulos (provas escrita e oral e análise de títulos adquiridos).

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O juiz deve ser competente, no sentido de que o juiz deve ser o competente para o caso concreto em análise, a competência é delimitação de jurisdição, este, que é o poder de aplicar o direito. Todavia, ele não pode dizer o direito a toda e qualquer matéria, pois sua competência é delimitada em lei.

Deve, o juiz, ser imparcial, na sua função judicante, deve manter equidis-tância em relação às partes, ser imparcial, sem beneficiar uma delas por motivo íntimo.

Art. 252 do Código de Processo Penal – Causas de impedimento – O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:

I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em li-nha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;

II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;

III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;

IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.

Art. 254. Causas de suspeição – O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a

processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro

grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;

IV – se tiver aconselhado qualquer das partes;V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;VI – se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no

processo.Todavia, a CF deu ao juiz três garantias: vitaliciedade – após dois anos de

exercício do cargo, ele passa a ser vitalício, ou seja, só perderá o cargo por sen-tença transitada em julgado; irredutibilidade de subsídios – os salários do juiz não podem ser reduzidos, salvo as regras dos arts. 39, 40 e 41 da CF; inamovi-bilidade – após os dois anos de efetivo exercício, o juiz não pode ser removido da comarca onde atua, sem a sua vontade, salvo em razão do interesse público.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes:

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37§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do

sistema remuneratório observará:I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos

componentes de cada carreira;II – os requisitos para a investidura;III – as peculiaridades dos cargos.§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo

para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, faculta-da, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, po-dendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusiva-mente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores pú-blicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disci-plinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no de-senvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atua-rial e o disposto neste artigo.

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixa-dos na forma dos §§ 3º e 17:

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I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profis-sional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos propor-cionais ao tempo de contribuição;

III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua con-cessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a con-cessão da pensão.

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a conces-são de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, res-salvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:

I – portadores de deficiência;II – que exerçam atividades de risco;III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudi-

quem a saúde ou a integridade física§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em

cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, “a”, para o professor que com-prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo.

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual:

I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou

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39II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em

que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de se-tenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.

§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.

§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício.

§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou em-pregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.

§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social.

§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão decla-rado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo tem-porário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servi-dores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.

§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o dis-posto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida.

§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar.

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§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do be-nefício previsto no § 3º serão devidamente atualizados, na forma da lei.

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titula-res de cargos efetivos.

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, “a”, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.

§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomea-dos para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla

defesa;III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na

forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele

reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável fi-cará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, obrigatória a avalia-ção especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

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Exercício

18. (Cespe/UnB – Delegado) A vitaliciedade, em qualquer caso, só é adquirida após dois anos de efetivo exercício?

3. Sujeitos Processuais Penais – Juiz e Ministério Público

3.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos o juiz e o Ministério Público como sujeitos pro-cessuais.

3.2 Síntese

Classificação do órgão jurisdicional: pode ser monocrático ou colegiado, homogêneo ou heterogêneo.

Será monocrático o órgão que é composto por um único juiz. Órgão juris-dicional colegiado é composto por mais de um juiz.

Os órgãos colegiados homogêneos são aqueles formados por juízes da mes-ma espécie, como as câmaras dos tribunais, turmas do STF, etc. Por outro lado, os órgãos colegiados heterogêneos são formados por juízes de espécies diversas. Ex.: Juiz presidente profere a sentença, baseado no que estipulou o conselho de sentença. A decisão desse conselho prevalece, pois, a sentença deve obriga-toriamente obedecer à decisão deste conselho.

O Ministério Público é dividido em Ministério Público da União (que se di-vide em Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministé-rio Público Militar e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios), Mi-nistério Público dos Estados e no Ministério Público dos Tribunais de Contas.

A função do Ministério Público no processo penal é de titular da ação penal pública, conforme Código de Processo Penal (que diz que compete privativa-mente ao Ministério Público propor a Ação Penal Pública). Outra função é a de exercer o controle externo da polícia judiciária e de requerer diligências.

Vale lembrar que o Ministério Público não pode determinar a quebra de sigilo bancário e fiscal.

Princípios institucionais do Ministério Público: unidade, indivisibilidade e a independência funcional.

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A unidade representa todos os membros do Ministério Público de um de-terminado Estado, representam o órgão como um todo.

A indivisibilidade possibilita a substituição de promotores uns pelos outros.Os promotores podem agir de acordo com sua consciência, não sendo vin-

culados com atos anteriores, segundo o princípio da independência funcional.Art. 127 da Constituição Federal: O Ministério Público é instituição per-

manente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivi-sibilidade e a independência funcional.

§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administra-tiva, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concur-so público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.

§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orça-mentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Po-der Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.

§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orça-mentária anual.

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autori-zadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

4. Acusado

4.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos o acusado como sujeito processual.

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4.2 Síntese

O acusado no processo penal ocupa o polo passivo. Deve ser pessoa natural (física), que tenha 18 anos ou mais. Vale lembrar que o menor de 18 anos, no Brasil, não comete crime, mas, sim, ato infracional; sendo assim, ele não rece-be pena e sim medida socioeducativa.

A pessoa jurídica também pode ser acusada. Segundo o entendimento do STJ, para ocupar o polo passivo, deve-se adotar a teoria da dupla imputação; o representante da pessoa jurídica também deve ser responsabilizado, advindo daí o nome da teoria.

A denominação do sujeito (agente), que se suspeita ter praticado o crime, é variável. Quando se instala o Inquérito Policial, será denominado como inves-tigado. Se o delegado conclui pela possibilidade de o sujeito ter praticado o cri-me, no Inquérito Policial, sua denominação passa de investigado para indiciado.

Quando o Ministério Público oferece a denúncia, a denominação do su-jeito passa a ser denunciado, pois ainda não se sabe se o juiz aceitará ou não a peça acusatória.

Se o juiz receber a denúncia, a denominação passará a ser acusado e, se no final do processo o juiz concluir pela condenação, sua denominação será de condenado.

Garantias do acusado: tem direito ao devido processo legal, direito ao con-traditório e à ampla defesa, direito ao silêncio: o acusado pode permanecer silente ou até então mentir no processo, tem direito também, na prisão, à co-municação de pessoas indicadas pelo preso ao juiz e, por fim, o acusado tem direito de ser ouvido pelo juiz, conhecido como direito de audiência e direito de presença, que é a participação em todos os atos do processo penal.

Exercício

19. (Cespe/UnB – AGU) Pessoa Jurídica pode ser sujeito passivo na relação jurídica do processo penal, pode ser acusada?

5. Assistente de Acusação – Parte 1

5.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos do que se trata o assistente de acusação.

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5.2 SínteseAssistente de acusação: sua atuação tem previsão no Código de Processo

Penal, nos arts. 268/273.Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assis-

tente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no art. 31.

Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sen-tença e receberá a causa no estado em que se achar.

Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público.

Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer per-guntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.

§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo assistente.

§ 2º O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente comprovado.

Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente.

Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.

Na ação penal pública, quem acusa é o Ministério Público. Entretanto, a vítima, o ofendido, não atua como parte, embora tenha interesse na condena-ção do réu.

A sentença penal transitada em julgado representa um título executivo que a vítima pode levar à esfera cível e executar para receber a indenização por conta do crime.

O interesse do assistente de acusação, segundo a doutrina majoritária, diz que o interesse em ser assistente de acusação é o interesse pecuniário.

O assistente de acusação é um advogado contratado pela vítima ou repre-sentante nomeado pelo CCADI (Companheiro/Cônjuge/Ascendente/Descen-dente/Irmão).

A autorização de entrada do assistente de acusação no processo é o juiz; entretanto, o Ministério Público necessariamente deverá ser ouvido quanto ao ingresso do assistente.

A função do assistente de acusação é a de propor meios de provas, indicar testemunhas e apresentar alegações orais (participando dos debates).

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45Conforme art. 400 do CPP, o assistente de acusação pode também apre-

sentar alegações finais; pode, ainda, apresentar recurso e arrazoar o recurso interposto pelo Ministério Público.

Art. 400 do CPP – Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela de-fesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008)

§ 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indefe-rir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008)

§ 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008)

Exercício

20. (Cesgranrio) Contra decisão que admite ou não admite a entrada do assistente no processo penal, cabe recurso?

6. Assistente de Acusação – Parte 2

6.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos a importância do defensor e dos peritos.

6.2 Síntese

A ampla defesa é realizada por uma autodefesa (facultativa) e por uma de-fesa técnica (obrigatória).

Para Lucci, o defensor é aquele que faz a defesa técnica do réu, logo, deve ter capacidade postulatória, que é a possibilidade de exercer a defesa em juízo; capacidade essa adquirida com a inscrição na OAB.

Denominações:Defensor constituído – é aquele defensor contratado pelo próprio acusado.Defensor dativo – é aquele que é nomeado pelo juiz para atuar durante o

processo: vale lembrar, que o defensor dativo não é contratado pelo acusado.

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Entretanto, se no curso do processo, o acusado contratar um advogado, o de-fensor dativo sai do processo e entra o contratado.

Defensor por ad hoc – também nomeado pelo juiz, mas apenas para um único ato no processo penal.

Peritos – são pessoas que auxiliam o juiz a resolver determinados casos. O juiz não é obrigado a conhecer assuntos diversos ao do Direito (engenharia, arquitetura, etc.).

Perito Oficial – é o que fez concurso público e é servidor público de carrei-ra. Já o perito não oficial, atua na falta do perito oficial. É necessário, então, a nomeação de dois peritos não oficiais para exararem seus pareceres.

Ambos os peritos devem apresentar o diploma de curso superior, serem alfabetizados e maiores de 18 anos (atentar para a maioridade do Código Civil de 2002 e não para o Código de Processo Penal).

Exercício

21. (Fundep – MG) Marque falso ou verdadeiro: Todo defensor dativo é defensor público.

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Capítulo 6

Prisões

1. Prisões – Conceito e Espécies

1.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos os tipos de prisões e seus respectivos conceitos.

1.2 Síntese

Tipos de prisões no processo penal: prisão em flagrante, prisão preventiva e prisão temporária.

No Brasil, vigora a prisão civil do devedor de alimentos, de forma voluntária e inescusável; esse tipo de prisão é chamado de prisão coercitiva.

Prisão em flagrantes se materializa mediante um instrumento que se chama Auto de Prisão em flagrante delito. Nesse Auto, conterá:

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– depoimentos/declarações: depoimento do condutor, quem realiza a captura do agente que cometeu uma infração penal. Conterá também os depoimentos de duas testemunhas e, por fim, constarão as declara-ções do conduzido, que é quem cometeu o ato criminoso. Lavrado o auto, deverá ser comunicado imediatamente ao juiz, ao promotor de justiça (Lei nº 12.403), à família ou outra pessoa indicada pelo preso.

Espécies de flagrante:– obrigatório ou facultativo (art. 302 do Código de Processo Penal): o fla-

grante obrigatório, a autoridade policial e seus agentes devem prender sujeitos que efetuaram a prática criminosa, tendo em vista que presen-ciaram o ato. No flagrante facultativo, qualquer pessoa do povo pode realizar a prisão em flagrante;

– flagrante próprio (art. 302, I e II do Código de Processo Penal): o sujeito que pratica o crime é surpreendido praticando o crime ou logo que acaba de cometer o crime;

– flagrante impróprio (art. 302, III do Código de Processo Penal): é aque-le em que o sujeito é preso logo após a perseguição deste sujeito;

– flagrante presumido (art. 302, IV do Código de Processo Penal): é aque-le em que o sujeito é encontrado logo depois do ato criminoso, com objetos que levam a presumir ser ele o autor do crime.

Atenção, nas expressões logo após e logo depois. Logo depois representa um período de tempo maior em relação ao logo após.

Exercício

22. (Cespe/UNB – Agente Federal 2006) Analise se a alternativa está correta ou incorreta:Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna im-possível a sua consumação.

2. Prisão Preventiva e Medidas Cautelares

2.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos as formas de prisão preventiva e as medidas cautelares.

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2.2 Síntese

Prisão preventiva – previsão expressa no art. 312 do Código de Processo Penal.Requisitos:– Indícios de autoria + prova da materialidadePreenchidos os requisitos, a prisão será cabível se algumas hipóteses esti-

verem presentes; apenas se estiverem presentes pelo menos uma delas é que a prisão preventiva poderá ser decretada.

As hipóteses são:– garantia da ordem pública;– garantia da ordem econômica (relacionada à possibilidade de prática de

novas infrações penais relacionadas à área econômica);– instrução processual penal/investigação criminal: o sujeito ameaça tes-

temunhas, corrompe agentes públicos, etc.;– aplicação da lei penal, visa garantir a aplicação da lei penal (sujeito

tenta fugir).Modificações trazidas pela Lei nº 12.403:A prisão preventiva poderá ser decretada também quando o indivíduo não

fornece dados para sua identificação e há dúvidas sobre sua identidade.Esse tipo de prisão passa a ser subsidiária. Será decretada em último caso.Cabimento da prisão preventiva:– será cabível apenas em relação aos crimes que têm pena máxima supe-

rior a 4 anos;– cabível também em relação àqueles reincidentes em crimes dolosos,

desde que com sentença transitada em julgado;– é cabível também quando houver violência contra a família ou a mu-

lher, criança, adolescente, idoso, enfermo e o deficiente.

Exercício23. (Cespe/UnB – Agente Federal) Marque certo ou errado:

A prisão preventiva tem prazo determinado.

3. Prisão Temporária

3.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos as características da prisão temporária e a sua alteração com a Lei nº 12.403/2011.

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3.2 Síntese

É uma prisão exclusiva do inquérito policial; da fase investigatória. Sendo assim, só será decretada durante as investigações.

Está prevista na Lei nº 7.960/1989.É decretada pelo juiz e as ordens de prisão, salvo flagrante delito, são de-

cretadas pelo juiz.Quem tem legitimidade para pedir a prisão temporária é o Ministério Pú-

blico e a autoridade policial (delegado). Atenção, o juiz não pode decretar a prisão de ofício, ele deve ser provocado pelos legitimados.

O prazo para prisão temporária é de 5 dias, durante o inquérito policial; para que as averiguações sejam realizadas, prorrogáveis por mais 5 dias.

Nos crimes hediondos, tráfico, terrorismo, tortura, o prazo da prisão tempo-rária será de 30 dias, prorrogáveis por até 30 dias.

Hipóteses de cabimento: art. 1º da Lei nº 7.960/1989.Inciso III: há um rol de crimes que admitem a prisão temporária.Autorrevogação – quando o prazo, fixado em lei e determinado pelo juiz,

findar, o preso deve ser imediatamente liberado; não há alvará de soltura. A autoridade tem que soltar o preso, sob pena de responsabilidade, por abuso de autoridade.

Exercício

24. (Cespe/UnB – Delegado Federal) Após o prazo da prisão temporária, a autoridade judiciária deverá expedir um alvará de soltura.

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Capítulo 7

Atos de Comunicação do Processo

1. Citação: Conceito e Formas

1.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos o conceito e as formas de citação no Processo Penal.

1.2 SínteseO juiz deverá chamar o réu para participar do processo. Se o juiz enten-

der que a petição inicial proposta pelo titular da ação penal preenche as con-dições da ação e todos os pressupostos processuais, deve então o juiz chamar o réu a integrar a relação processual. O ato processual destinado a chamar o réu para integrar a relação jurídica é denominado citação.

A citação tem duas finalidades:– chamar o réu ao processo;– chamar o réu para apresentar sua defesa.

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Os princípios que envolvem as finalidades da citação são: o devido processo legal, o contraditório e por último a ampla defesa.

Espécies de citação:Citação real ou pessoal: há a citação realizada por mandado.Citação ficta: realizada por edital e por meio de citação por hora certa.A citação real, ou realizada por mandado, é realizada quando o réu está em

local certo e sabido.Se o sujeito a ser citado estiver no mesmo local, na mesma comarca do juiz,

o Oficial de Justiça, a partir de uma ordem judicial, citará o sujeito. Assim, o oficial irá até a central de mandados e cumprirá a citação.

Os arts. 352 e 357 do Código de Processo Penal trazem os requisitos intrín-secos e extrínsecos da citação. Os requisitos intrínsecos (art. 352 do Código de Processo Penal) devem contar do mandado.

A leitura do mandado pelo Oficial de Justiça é requisito extrínseco. Tais requisitos representam atos que devem ser praticados pelo Oficial de Justiça no cumprimento do mandado.

Se o indivíduo a ser citado estiver em comarca diversa, será usada a mo-dalidade de citação por carta precatória. É um meio de comunicação entre comarcas diversas.

O juiz que expede a carta precatória é o juiz deprecante e o que recebe é o juiz deprecado; este último é que irá determinar a citação. Todavia, se o juiz deprecado, na realização da diligência do Oficial de Justiça, descobre que o su-jeito a ser citado está em comarca diversa daquela, deprecada, surge a hipótese da carta precatória itinerante.

Conseguintemente, se o sujeito a ser citado estiver em outro país, em local certo e sabido, o juiz do Brasil expedirá carta rogatória para que seja cumprida no país em que o sujeito encontra-se.

Espécies de citação por mandado:– citação do militar: será realizada a partir do chefe do respectivo serviço;– citação do funcionário público: será realizada pessoalmente ao servidor

e entregue uma notificação ao chefe desse funcionário público;– citação do réu preso: é realizada pessoalmente, entregue nas mãos do

réu preso.

2. Citação Ficta2.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos como se procede à citação ficta.

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2.2 Síntese

Espécies de citação ficta:– por edital;– por hora certa.O sujeito será citado por edital, quando estiver em local incerto e não sabi-

do. É realizada por publicação do edital no Diário Oficial. Com a citação por edital, o sujeito não comparece ao processo e nem constitui advogado; o juiz, de acordo com o art. 366 do Código de Processo Penal, deverá obrigatoria-mente suspender o processo e o prazo prescricional, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, até o retorno do réu. Ademais, o juiz poderá produzir provas antecipadas e também decretar a prisão preventiva.

Importante ler os arts. 361, 363, 364 e 366, todos do Código de Processo Penal.

Na citação por hora certa, que não existia no Processo Penal até 2008, ela foi inserida no art. 362 do Código de Processo Penal; não tem previsão expressa de como se procede. Para entender o procedimento, deve-se buscar no Código de Processo Civil nos arts. 227 a 229.

O oficial de justiça vai três vezes à casa do sujeito para tentar citá-lo, porém, percebe que o réu está se esquivando da citação. Importante frisar que na cita-ção por hora certa deve atentar que o réu se esquiva da citação, por três vezes; caso ele não esteja presente pela terceira vez, o Oficial de Justiça vai dizer a algum familiar ou vizinho, que retornará no dia seguinte com hora marcada, tornando, assim, válida a citação. Vale lembrar que para que o Oficial de Justi-ça retorne no quarto dia não é necessário novo despacho do juiz; o Oficial irá deixar uma cópia do Mandado de Citação para esse sujeito e juntará nos autos. O escrivão encaminhará um telegrama ao réu para confirmar a citação.

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Capítulo 8

Provas

1. Fatos que não Necessitam de Provas e Sistema de Apreciação de Provas

1.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos a introdução às provas, os fatos que não necessi-tam de provas e o sistema de apreciação de provas.

1.2 Síntese

Princípio basilar do processo penal, ou melhor, chamado de Princípio da verdade processual (verdade real).

Não são todos os fatos que precisam ser objetos de prova; há fatos que não necessitam ser provados, como os fatos notórios ou a verdade sabida.

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55Fatos notórios ou verdade sabida são aqueles de amplo conhecimento pú-

blico e não precisam ser provados; são fatos nacionalmente e/ou mundialmente conhecidos.

Nos fatos evidentes, também conhecidos como fatos axiomáticos, também não é necessário provar, pois esses fatos são evidentes, extraídos de diversas ciências (Ex. lei da gravidade).

Nos fatos evidentes, a verdade “salta aos olhos do julgador”, graças às ciên-cias gerais; sendo assim, não precisa de prova (art. 162, parágrafo único do Código de Processo Penal).

Outros fatos que não dependem de provas são os decorrentes de presunção absoluta, pois a prova do fato já decorre da própria lei. São juízos de certeza que decorrem da própria legislação, não cabendo ser provado (Ex.: não é pos-sível provar que o menor de 18 anos tem capacidade penal, pois não cabe esta prova. O Código Penal estabelece que os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis. Sua presunção decorre da lei).

Os fatos inúteis não são objeto de prova, pois são fatos irrelevantes para o julga-mento da causa. Não serão provados, pois não dizem respeito à solução da causa.

Não serão objetos de provas os fatos impossíveis, pois não serão praticados. Eles afrontam o conhecimento do homem médio.

Observação: Os fatos incontroversos são aqueles alegados por uma parte e atestado por outra; esses dependem de prova.

Sistemas de apreciação da prova, adotados pelo Código de Processo Penal. Como regra adota o Sistema do Livre Convencimento Motivado (Sistema da Persuasão Racional).

O magistrado analisa as provas, se convence em relação a eles, profere a decisão devidamente fundamentada, motivada, em respeito ao art. 93, IX da Constituição Federal (Princípio Constitucional das Decisões Judiciais).

Entretanto, o Código de Processo Penal adota também o sistema da íntima convicção do julgador. O indivíduo que julga a causa, mas não fundamenta sua decisão; é uma situação excepcional, somente o Tribunal do Júri e os jura-dos usufruem desse sistema, pois seus votos não precisam de fundamentações.

2. Ônus da Prova, Prova Emprestada e Princípio da Comunhão das Provas

2.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos quais ônus existem na produção de provas, os conceitos de prova emprestada e os princípios da comunhão das provas.

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2.2 Síntese

Teoria geral da prova:Ônus da prova é o interesse de provar e não a obrigação de provar, pois, se

fosse uma obrigação, a parte que não prova poderia sofrer uma sanção, o que não ocorre.

No processo penal, cabe a quem alega o ônus da prova, pode ser a acusação ou a defesa.

Normalmente, quem primeiro alega é a acusação, pois oferece a petição inicial. Quando a acusação alega, no mínimo, deve provar a autoria ou a parti-cipação, a materialidade delitiva e ainda o dolo caso haja imputação de crime doloso ou a culpa se houver imputação de crime culposo.

No processo penal, também caberá à defesa o ônus da prova. Sendo assim, caberá quando a defesa alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (Ex.: quando a defesa alega uma excludente de ilicitude, cul-pabilidade ou extintiva de punibilidade).

O ônus da prova, por parte da defesa, que não provou o que alegou, nem sempre resultará na condenação do acusado.

Igualmente, se a acusação não provar aquilo que alegou, não haverá con-denação do acusado.

Quando a defesa não prova o que alegou, cabe ainda à acusação provar o que alegou, pois prevalece o Princípio do Estado de Inocência.

A prova emprestada não está prevista no Código de Processo Penal; a dou-trina e jurisprudência admitem o empréstimo de prova.

Entretanto, o que prevalece na doutrina, o empréstimo de prova caberá se no processo onde a prova foi produzida e para aquele onde será emprestada figurem as mesmas partes e, que a prova onde foi produzida, tenha passado pelo crivo do contraditório.

Sendo assim, não se admite empréstimo de prova proveniente de Inquéri-to Policial, pois durante o Inquérito Policial não há vigência do princípio do contraditório.

Contudo, a doutrina minoritária entende que caberá empréstimo de prova se houver mesmas partes e mesmo juiz, isso para que a mesma prova não seja interpretada de maneira diversa.

Vale lembrar que a prova emprestada sempre será prova documental.Importante frisar o Princípio da comunhão das provas, em que uma vez

produzida a prova no processo penal, esta pertence ao processo e não à parte que a produziu, podendo, assim, ser inclusive utilizada contra aquele que a produziu.

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3. Princípio da Verdade Processual, Prova Inadmissível e Princípio da Proporcionalidade dos Valores Contrastantes

3.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos da verdade processual e da proporcionalidade dos valores contrastantes e a prova inadmissível.

3.2 SíntesePrincípio da verdade processual é também conhecido como verdade real.No processo penal, busca-se a verdade a todo custo; essa “busca” é mais

aprofundada, intensa, extensos. O Princípio da verdade real é aquilo que acon-teceu de fato, pois o crime que foi praticado jamais será constituído realmente.

Não é possível a produção de toda e qualquer prova no processo penal bra-sileiro. Há uma espécie de limitação, chamada de prova inadmissível, ou seja, prova vedada é prova obtida por meio ilícito.

A prova inadmissível tem como base o art. 5º, LVI da Constituição Federal e o art. 157 do Código de Processo Penal.

Tais artigos estabelecem que são inadmissíveis no processo as provas produ-zidas por meios ilícitos.

Caso haja provas ilícitas no processo penal, estas deverão ser desentranhadas.A prova inadmissível é dividida em duas espécies: prova ilícita e prova

ilegítima.A prova ilícita afronta as normas do direito material (Ex.: realização de in-

terceptação telefônica clandestina, ou seja, sem autorização judicial).Entretanto, no Brasil, excepcionalmente, os nossos Tribunais admitem a

produção de prova ilícita, pelo Princípio da Proporcionalidade dos Valores Contrastantes ou Teoria do Sopesamento.

Tal teoria admite a prova ilícita em favor do réu, desde que não haja pre-juízo a direito de terceiros; essa teoria é reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal e pela doutrina.

A prova ilegítima afronta a norma de direito processual (Ex.: No plenário do Júri, só é possível apresentar o documento que tenha sido juntado no pro-cesso com pelo menos 3 dias úteis de antecedência da data do julgamento, conforme o art. 479 do Código de Processo Penal).

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4. Prova Ilícita por Derivação. Teorias da Fonte Independente e da Descoberta Inevitável

4.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos o conceito de prova ilícita por derivação e as teorias da fonte independente e da descoberta inevitável.

4.2 Síntese

A prova ilícita por derivação, originária do direito americano do norte em 1919-1920, é conhecida como “os frutos da arvore envenenada”.

Sendo assim, essa teoria diz que todas as provas que obrigatoriamente derivarem de uma prova ilícita, serão consideradas também provas ilícitas. Daí o nome da teoria, pois todos os frutos que dela derivarem serão ilícitos, envenenados.

A derivação deve ser necessária, ou seja, o vínculo entre a prova ilícita e a prova derivada é obrigatório. Está previsto no art. 157, § 1º do Código de Processo Penal.

A teoria que só foi adotada a partir de 2008, pelo Código de Processo Penal, conhecida como Teoria da Fonte Independente, é resultado do direito ame-ricano do norte, fazendo com que a prova ilícita por derivação possa não ser reconhecida como tal, desde que a prova derivada tenha sido originária de uma fonte independente de prova ilícita.

A Teoria da Descoberta Inevitável tem a finalidade de informar que uma prova que parecia ilícita por derivação não será declarada como ilícita [Ex.: mediante tortura o suspeito de um crime revela onde está a arma do crime. Se a arma for encontrada será prova ilícita por derivação (a confissão é a prova ilícita). Entretanto, na busca pela arma do crime, encontra-se outra equipe de policiais com outro mandando de busca e apreensão. Sendo assim, chegar-se--ia à prova pelos meios típicos de investigação. Nesse caso, a prova (confissão mediante tortura), não é ilícita por derivação].

As duas teorias aqui estudadas estão relacionadas na última parte dos §§ 1º e 2º do art. 157 do Código de Processo Penal.

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5. Prova Pericial e Prova Testemunhal

5.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos as diferenças entre prova pericial e prova teste-munhal.

5.2 Síntese

A prova pericial só ocorrerá nas infrações penais que deixam vestígios, con-forme arts. 158 a 184 do Código de Processo Penal.

Na hipótese de os vestígios desaparecem e não tenha sido realizado o exa-me de corpo de delito, serão provadas, as lesões, por meio da prova testemu-nhal, fotográfica e filmagem, conforme art. 167 do Código de Processo Penal.

A prova pericial diz respeito também aos números de peritos oficiais. Caso na localidade não haja peritos oficiais para realização da perícia, deverão ser nomeados os peritos não oficiais (peritos louvados); vale lembrar que o número de perito oficial é 1 só e dos peritos não oficiais são 2.

Para que esses peritos não oficiais sejam nomeados, precisar-se-á seguir al-guns requisitos. São eles:

– diploma em curso superior;– pessoa idônea;– tenha capacidade técnica para a natureza do exame que será realizado.O Código de Processo Penal estabelece que o perito não oficial, quando

nomeado, deve aceitar o encargo, salvo escusa atendível.O exame de corpo de delito pode ser feito a qualquer dia e a qualquer hora.O prazo estabelecido pelo Código de Processo Penal, para o laudo ficar

pronto, é de 10 dias.A prova testemunhal é regida pelos arts. 202 a 225 do Código de Processo

Penal.O Código nos diz que toda pessoa poderá ser testemunha, observando o

compromisso de dizer a verdade sob pena de cometer crime de falso testemu-nho, conforme art. 342 do Código de Processo Penal.

A regra é que toda a testemunha presta depoimento por meio oral, não poderá ser por meio escrito.

Entretanto, o Presidente da República e o vice-presidente da República poderão prestar depoimento por escrito.

As testemunhas que se sentirem humilhadas, amedrontadas com a presen-ça do acusado em audiência, serão ouvidas por videoconferência ou sistema

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análogo; salvo se não houver sistema de videoconferência, a testemunha per-manecerá na sala de audiência e o acusado será retirado.

Vale lembrar que existem pessoas impedidas de serem ouvidas. São pessoas que, em razão de sua profissão, ofício, ministério ou função, tomaram conhe-cimento do fato, mas poderão prestar depoimento se desobrigadas pela parte interessada.

Entretanto, existem pessoas que mesmo desobrigadas pela parte interessada estão proibidas de prestar testemunho, como o advogado e o padre.

Outrossim, excepcionalmente, há pessoas que podem se eximir da obriga-ção de depor. São elas o ascendente, o descendente, o afim em linha reta, o cônjuge e o irmão.

Caso ainda queiram depor, poderão ir a juízo para falarem o que souberem sobre os fatos, mas elas não prestarão compromisso ao depor.

As pessoas que não prestam compromisso ao depor não serão consideradas testemunhas, mas, sim, informantes ou declarantes, como os menores de ida-de, doentes mentais e deficientes mentais.

Exercício

25. (Cespe/UnB – 2012-Polícia Federal-Agente da Polícia Federal) Com base no direito processual penal, julgue os itens que se seguem:De acordo com inovações na legislação específica, a perícia deverá ser realizada por apenas um perito oficial, portador de diploma de curso superior; contudo, caso não haja, na localidade, perito oficial, o exame poderá ser realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, preferencialmente na área específica.Nesta última hipótese, serão facultadas, a participação das partes, com a formulação de quesitos, e a indicação de assistente técnico, que po-derá apresentar pareceres, durante a investigação policial, em prazo máximo a ser fixado pela autoridade policial.

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Capítulo 9

Competência

1. Competência: Conceito & Competências Absoluta e Relativa

1.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos os conceitos de competências absoluta e relativa.

1.2 Síntese

Competência é regida no Código de Processo Penal, nos arts. 69 a 91; vale lembrar que a definição de competência é o limite da jurisdição.

Observa-se que jurisdição é diferente de competência. A jurisdição é a ca-pacidade de julgar, de dar solução justa à lide. A competência é o limite de atuação do magistrado em sua jurisdição.

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A doutrina e jurisprudência dividem a jurisprudência em duas espécies:– competência absoluta e competência relativa.A competência absoluta é uma hipótese de fixação de competência; caso

haja o desrespeito a esta hipótese de competência, o vício gerado será a incom-petência absoluta. Este vício não tem conserto.

O magistrado que é absolutamente incompetente para a causa sempre o será, não há prorrogação de competência.

Entretanto, a incompetência absoluta pode ser reconhecida a qualquer tempo, inclusive de ofício pelo juiz.

Conseguintemente, não é o que ocorre na competência relativa. O desres-peito às suas hipóteses geram vícios mais brandos e tem reparo.

Sendo assim, a incompetência tem prazo para ser arguida, sendo esse prazo o 1º prazo para manifestação da defesa.

Caso não seja arguida no momento oportuno, haverá a possibilidade de prorrogação de competência.

Segundo o Superior Tribunal de Justiça, a incompetência relativa não po-derá ser reconhecida de ofício pelo juiz, conforme a Súmula nº 33. Mas, con-soante entendimento minoritário doutrinal, o magistrado pode, mesmo que de ofício, reconhecer a incompetência relativa desde que seja feito até o momento em que a parte possa argui-la.

Formas de competência absoluta estão basicamente relacionadas no art. 69 do Código de Processo Penal.

Neste artigo, devemos dividi-lo em hipóteses de competência absoluta e hipóteses de fixação de competência relativa.

São hipóteses de fixação de competência absoluta as competências pela natureza da infração (em razão da matéria) e competência originária por prer-rogativa de função.

Já as hipóteses de fixação de competência relativa são pelo lugar da infração: competência pelo domicílio/residência do réu, competência pela distribuição e competência por prevenção.

Quando ocorre um crime no Brasil, a competência relativa obrigatória a ser analisada é a competência pelo lugar da infração, as outras hipóteses são alternativas; já nas hipóteses de competência absoluta o que se deve observar primeiro é a competência em razão da matéria.

2. Competência pela Natureza da Infração2.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos a aplicação da competência pela natureza da infração, julgando crimes na justiça comum e na justiça especializada.

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2.2 Síntese

A aplicação da hipótese de fixação de competência absoluta, competência pela natureza da infração, também é conhecida por competência em razão da matéria.

Nessa competência, o que se busca é a divisão da justiça para processo e julgamento dos crimes na justiça especializada (Justiça Militar/Justiça Eleito-ral). A Justiça Trabalhista é especializada, mas não interessa ao processo penal.

Na justiça comum, se divide em Justiça Comum Federal e Justiça Comum Estadual.

Sendo assim, se um crime é de competência da Justiça especializada Mili-tar e está sendo julgado na Justiça Eleitoral, há então a incompetência absoluta. Da mesma forma, se um crime de competência da Justiça comum federal e está sendo julgado na Justiça comum estadual, há também a incompetência absoluta. Não pode haver julgamentos de crimes pela justiça que não seja com-petente; não há exceção.

Logo, no Tribunal do júri, julgam-se crimes dolosos, contra a vida, con-sumados ou tentados e os crimes a ele conexos. Na Vara Criminal, julgam-se demais crimes que não sejam da Justiça especializada e, por fim, no Jecrim, julgam-se crimes de menor potencial ofensivo, com penas de até 2 anos.

Exercícios

26. O militar que, dolosamente em serviço, matar um civil responderá pela justiça comum e não pela justiça especializada.

27. O crime praticado por militar fora de serviço, mas com a arma da corporação.

3. Competência por Prerrogativa da Função Ratione Personae

3.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos que as prerrogativas que a função traz também determinam certas competências, julgando alguns casos e determinadas justiças.

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3.2 Síntese

A competência pela prerrogativa de função é também conhecida como competência ratione personae.

No Brasil, em razão da função que ocupam algumas pessoas, serão proces-sadas originariamente perante determinados órgãos do poder judiciário. Entre-tanto, originariamente, não serão processados em primeira instância.

Há órgãos específicos do poder judiciário que possuem prerrogativa de função. São eles: Supremo Tribunal Federal que também tem competência originária para processo e julgamento de pessoas do Executivo/Judiciário/Le-gislativo e outros.

O Supremo Tribunal Federal julgará do poder executivo o Presidente da República, Vice-presidente da República, Advogado-Geral da União, Minis-tros de Estado e ainda o Presidente do Banco Central.

No caso de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, quanto ao judi-ciário, julgará originariamente os membros dos tribunais superiores, ministros dos tribunais superiores, ministros do próprio Supremo Tribunal Federal, os ministros do Superior Tribunal de Justiça, os ministros do Tribunal Superior do Trabalho, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral e os ministros do Su-perior Tribunal Militar.

A competência originária do Supremo Tribunal Federal, em julgar pessoas, quanto ao poder Legislativo, é de julgar os membros do Congresso Nacional, deputados federais e senadores, quando comentem crime; enquanto ocupam o cargo, serão julgados originariamente perante o Supremo Tribunal Federal.

E, por fim, o Supremo Tribunal Federal ainda julga originariamente, ou-tros casos, tais como o Procurador-geral da República, Comandante das Forças Armadas, os membros do Tribunal de Contas da União e o Chefe de missão diplomática de caráter permanente.

Se isso for desrespeitado, será declarada a incompetência absoluta de qual-quer outro órgão.

Deixando o cargo, não é mais competência do Superior Tribunal de Justi-ça, mas sim será julgado na primeira instância.

A competência originária do Superior Tribunal de Justiça está relacionada no art. 105 da Constituição Federal.

Sendo assim, ela também se divide em competência originária do Execu-tivo/Judiciário e outros.

A competência originária do Superior Tribunal de Justiça, no tocante ao poder executivo, nos remete aos julgamentos de governadores de Estado e do Distrito Federal; no poder Judiciário, todos os desembargadores de todos os Tribunais e, no caso do poder Legislativo, não há competência para julgar.

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65Entretanto, há outros casos que são julgados originariamente. São eles os

membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal e também dos Municípios e também os membros do Ministério Público da União que atuam perante os Tribunais.

Vale lembrar que há ainda a competência originária para delitos dos Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais Federais e Tribunais Regionais Eleitorais, quanto ao executivo, judiciário, legislativo e outros dos que ocupam as seguintes funções:

– do executivo: os Prefeitos, Vice-governador e Secretários de Estado;– do judiciário: os Magistrados em geral, que atuam em primeira instância;– do Legislativo: os Deputados estaduais e os Deputados Distritais;Em relação aos outros, os Membros do Ministério Público, Procurador-

-geral de Justiça e Procurador-geral do Estado.Em concurso de pessoas, todos serão julgados perante o órgão com maior

grau de jurisdição, no caso o Supremo Tribunal Federal.

4. Competência pelo Lugar da Infração – Ratione Loci e Competência pelo Domicílio e Residência do Réu

4.1 Apresentação

Nesta unidade, iremos ver como se aplicam as competências em razão do lugar e pelo domicílio e residência do réu.

4.2 SínteseCompetência pelo lugar da infração e a competência pelo domicílio e re-

sidência do réu são hipóteses de competência relativa que, se não respeitadas, geram a incompetência relativa.

Não sendo arguida em momento oportuno, haverá a prorrogação de competência.

Na competência em lugar da infração, o Código de Processo Penal, para crime consumado, crime tentado no território de uma só comarca, adota a Teoria do Resultado, ou seja, o crime deve ser julgado e processado no local de sua consumação, conforme dita o art. 70 do Código de Processo Penal.

Entretanto, vale observar a jurisprudência nos crimes dolosos contra a vida, onde a conduta é praticada em um local e a consumação ocorre em outra co-marca; neste caso, há uma exceção, vale a comarca onde foi praticada a condu-

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ta, pois assim, o crime vai a Júri, portanto, deve ser julgado pela população do local onde causou maior repercussão e onde há mais facilidade para a produ-ção de provas.

Outra observação diz respeito ao crime tentado praticado em várias comar-cas: será competente a comarca onde foi praticado o último ato executório. Neste caso, o Código adota a Teoria da Atividade.

Quanto ao Jecrim, a doutrina se divide em três correntes para delimitar a teoria adotada para o local da infração.

Prevalece a teoria da Atividade, por conta da redação do art. 63 da Lei nº 9.099/1995.

Esse entendimento não é pacífico na doutrina, pois existem ainda outras correntes como a adoção da Teoria Mista e a Teoria do Resultado.

Nos crimes continuado ou crime permanente praticado no território de várias comarcas, será competência pela prevenção, ou seja, a comarca que pri-meiro tomar conhecimento do fato de acordo com o art. 71 do Código de Processo Penal.

Se iniciada a execução do crime em território brasileiro e a consumação fora do território nacional, será competente o lugar em que tiver sido praticado no Brasil o último ato executório.

Se o lugar da infração for ignorado ou conhecido e crime de ação penal de iniciativa privada exclusiva, a competência será firmada pelo domicílio ou residência do réu.

Se o réu morar em local diverso da vítima, poder-se-á, então, escolher o local do domicílio do réu para o processo e julgamento da causa.

Caso tenha o réu mais de um domicílio, a competência será firmada pela prevenção e, se o réu não tem residência fixa, ou for ignorado seu paradeiro, será competente o local que primeiro tomar conhecimento do fato.

5. Competência por Distribuição e Prevenção

5.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos a aplicação da competência por distribuição e pela prevenção.

5.2 SínteseAs competências pela distribuição e pela prevenção são hipóteses de com-

petência relativa. O desrespeito por essa forma gera a incompetência relativa.

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67Segundo a Súmula nº 33 do Superior Tribunal de Justiça, não pode ser

reconhecida de ofício.Na competência por distribuição, não é obrigatória. Só há tal competência

se na comarca do lugar da infração existir mais de um juiz igualmente compe-tente para processar e julgar. Não são todos os crimes que passam pela fixação de competência pela distribuição.

Para a aplicação, vale observar o crime consumado, pois aí sim será julgado na comarca onde houve a consumação.

Entretanto, na comarca onde houve a consumação, existem mais varas cri-minais, todas aptas a julgar o crime praticado; por exemplo, contra funcionário público federal, no exercício de suas funções.

Sendo assim, deve haver a distribuição automática para uma dessas varas, conforme art. 75 do Código de Processo Penal.

Se a Vara que analisar antecipadamente alguns elementos, antes das outras Varas e antes da denúncia ou queixa, a primeira Vara que realizou a análise destes elementos ficará preventa diante das outras Varas, de acordo com o § 1º do art. 75 do Código de Processo Penal.

A prevenção é uma espécie de fixação de competência relativa que pode re-solver questões de lugar da infração, domicílio/residência do réu e distribuição.

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Gabarito

1. A lei processual penal, em regra, não retroage.

2. Letra D.3. Segundo jurisprudência predo-

minante, que inclusive tem pre-cedentes no Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público não pode presidir Inquérito Policial.

4. É prescindível, pois é dispensá-vel. Não prescindível significa imprescindível, o que não é o caso.

5. Incorreto. Atualmente, o Mi-nistério Público tem também o poder de investigar.

6. Não, pois a autoridade policial somente irá instaurar o inquérito, se o ato constituir crime.

7. Errado. Tanto o STF como STJ já se manifestaram pela possi-bilidade de instauração de in-quérito policial a partir de uma denúncia anônima. O delegado pode instaurar o inquérito des-de que as informações tragam o mínimo de indícios de autoria e prova da materialidade.

8. Sim. Os prazos poderão ser du-plicados por 30 x 2 e 90 x 2.

9. Errado, pois como já requereu o arquivamento do inquérito, não cabe a ele agora oferecer a denúncia, o PGJ deverá obri-gatoriamente indicar outro Pro-motor, para aí sim oferecer a denúncia obrigatoriamente.

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6910. A afirmativa está correta, segundo

entendimento do STF.11. Correto. Art. 24, § 2º, do CPP

(Art. 24. Nos crimes de ação pú-blica, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo).

12. Correta, pois o MP só deverá instaurar a ação penal com o oferecimento da denúncia, se houver a justa causa, ou seja, indícios de autoria e prova da materialidade.

13. Errado. É até o oferecimento da denúncia e não até o recebi-mento.

14. Sim. Mas não como parte, mas como fiscal da lei.

15. Errada. Pelo princípio da dispo-nibilidade, ela pode desistir.

16. Sim, pode. O perdão pode ser aceito por procurador com po-deres especiais.

17. Autor e Réu.18. Não em qualquer caso, pois os

juízes que entram pelo quinto constitucional não precisam passar por esses dois anos de efe-tivo exercício para obtê-la.

19. Sim. Pode ser ré no processo penal. Segundo o entendimen-

to do STJ, para ocupar o polo passivo deve-se adotar a teoria da dupla imputação, o repre-sentante da pessoa jurídica tam-bém deve ser responsabilizado, advindo daí o nome da teoria.

20. Não cabe recurso, mas cabe mandado de segurança (art. 273 do CPP).

21. Errado. Nem todo defensor no-meado pelo juiz é um defensor público, pode ser que o juiz nomeie um advogado aleatório, como nas cidades em que não há defensoria. Apesar de o de-fensor público exercer a função de defensor dativo, nem todo defensor dativo é defensor pú-blico.

22. Flagrante preparado, a polícia prepara a situação “flagrancial”, a prisão é ilegal.

23. Errado. Enquanto houver ne-cessidade, o sujeito fica preso.

24. Errada. A prisão temporária é autorrevogável.

25. Incorreto, porque as partes não atuam na perícia, mas, sim, após o término dela.

26. Não é crime militar próprio; não está previsto no Código Pe-nal Militar; ele responderá na Justiça comum.

27. Responderá pela justiça comum; não crime militar próprio.

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