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D I S C I P L I N A D E S E M I O L O G I A
U N I V E R S I D A D E D E M O G I D A S C R U Z E S
FA C U L D A D E D E M E D I C I N A
C O N C E I T O
F I S I O PAT O G E N I A
S I G N I F I C A D O B I O L Ó G I C O
C A R A C T E R E S S E M I O L Ó G I C O S
C A S O S C L Í N I C O S
“Diga-me e eu esquecerei. Ensina-me e eu me
lembro. Envolva-me e eu aprendo”. (Benjamin Franklin)
h t t p : / /www.pau lode ta r so l i be ra l esso . c om
PAULO DE TARSO
F E B R E
CONCEITO6 / 45
É a tempera tura do corpo ac ima do normal
FEBRE
Sinal
S. GERAIS S. ESPECÍFICOS
PAULO DE TARSO
F E B R E
CONCEITO7 / 45
F E B R E
É a tempera tura do corpo ac ima do normal . É um s ina l
de uma s índrome, um con jun to de s in tomas e s ina is . A
s índrome febr i l pode cursar com ce fa le ia , convu lsão ,
con fusão, de l í r io , fo to fob ia , taqu icard ia , taqu is f igmia ,
taqu ipne ia , náusea, vômi to , o l igúr ia , ma l -es ta r,
as ten ia , inapetênc ia , to ta lg ia , ca la f r io e sudorese .
PAULO DE TARSO
F E B R E
SIGNIFICADO BIOLÓGICO8 / 45
Benef íc io versus male f íc io
SINAL DE ALERTA
(MECANISMO DE DEFESA
NÃO SE CONFIGURA)
PERDA DE LÍQUIDO
PERDA DE PESO
PERDA DE NITROGÊNIO
PAULO DE TARSO
F E B R E
SIGNIFICADO BIOLÓGICO9 / 45
B E N E F Í C I O V E R S U S M A L E F Í C I O
É um s ina l de a le r ta . Não conf igura mecan ismo de
defesa, v is to que não ace le ra a fagoc i tose tão pouco a
fo rmação de an t icorpos . Em sent ido con t rá r io , con t r ibu i
para a perda de l íqu ido (aumento da sudorese) , perda
de peso (aumento do metabo l ismo) e perda de
n i t rogên io (pe lo que, aumenta a f requênc ia card íaca) .
PAULO DE TARSO
F E B R E
FISIOLOGIA11 / 45
C O N T R O L E D E T E M P E R AT U R A
O ca lo r decor re do metabo l ismo. Sua l iberação dá -se
por evaporação, condução e convecção. O aumento da
produção ocor re no h iper t i reo id ismo. A d iminu ição da
l iberação, na ausênc ia de g lându las sudor íparas , na
insu f ic iênc ia card íaca e nas dermatoses . A lesão
tec idua l l ibera p i rogên icos que agem pe los do is me ios .
PAULO DE TARSO
F E B R E
LOCAIS DE AFERIÇÃO12 / 45
BUCALSUBLINGUAL36 – 37,5ºC
TIMPÂNICAMEMBRANA T.
36 – 37,5ºC
AXILAROCO AXILAR35,5 – 37ºC
RETALAMPOLA RETAL
36 – 37,5ºC
PAULO DE TARSO
F E B R E
LOCAIS DE AFERIÇÃO13 / 45
T E R M Ô M E T R O
A tempera tura buca l é a fe r ida na reg ião sub l ingua l , a
t impân ica na membrana do t ímpano, a ax i la r no cavo
axi la r e a re ta l na ampo la do re to . Os va lo res normais
es tão en t re 36 e 37 ,5ºC para as t rês p r ime i ras e 35 ,5 e
37ºC para a ú l t ima. D i fe renças super io res a 0 ,5ºC
ind icam processos in fecc iosos naque las loca l idades.
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS14 / 45
Quin te to
INÍCIO
DURAÇÃO
INTENSIDADE
EVOLUÇÃO TÉRMINO
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS15 / 45
S Ã O 5 A S E R E M I N V E S T I G A D O S
No tocante à febre , seu comple to ac la ramento
d imana da aver iguação de c inco carac te res
semio lóg icos , qua is se jam o in íc io , a in tens idade, a
duração, a evo lução e o té rmino do processo.
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS17 / 45
I N Í C I O
A febre pode in ic ia r -se de mane i ra g radua l ou súb i ta .
No pr ime i ro caso, a tempera tura sobe pouco a pouco e
pode ou não ser acompanhada de s índrome febr i l .
Já na segunda s i tuação, a tempera tura sobe
repent inamente , de mane i ra inesperada e a s índrome
febr i l é cor r ique i ra , ev idenc iando -se o ca la f r io .
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS18 / 45
In tens idade
MODERADA
Axilar entre 37,5 e 38,5ºC
LEVE
Axilar inferior a 37.5ºC
ALTA
Axilar superior a 38,5ºC
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS19 / 45
I N T E N S I D A D E
Cons iderando -se a a fe r ição ax i la r, a febre leve
cor responde à tempera tura cu jo va lo r es te ja en t re 37 e
37,5ºC, a moderada en t re 37 ,5 e 38 ,5ºC e a a l ta ac ima
de 38 ,5ºC. A in tens idade depende do fa to r causa l e da
capac idade de reação do organ ismo. In fecção grave
em idoso ou depauperado pode cursar com febre leve .
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS20 / 45
Duração
PROLONGADA
> 1 SEMANA
BACTÉRIAS PARASITAS
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS21 / 45
D U R A Ç Ã O
A febre é d i ta p ro longada quando de duração super io r
a uma semana, con t ínua ou não. Pode decor re r de
sept icemia , endocard i te , tubercu lose , p ie lonef r i te ,
l i n foma, co lagenoses , amebíase , esqu is tossomose,
sa lmone lose , ma lár ia , t r ipanossomíase e bruce lose .
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS22 / 45
Evo lução
Dia 106 h
Dia 112 h
Dia 118 h
Dia 124 h
Dia 206 h
Dia 212 h
Dia 218 h
Dia 224 h
Dia 306 h
Dia 312 h
Dia 318 h
Dia 324 h
Dia 406 h
Dia 412 h
Dia 418 h
Dia 424 h
Série 1 36 37,3 36,5 37 36 36,5 37 37,3 36 37 36,5 37 36 36,5 37 36
3 4
3 5
3 6
3 7
3 8
3 9
4 0
4 1
4 2
Te
mp
era
tura
D i a s e h o r á r i o s d e a f e r i ç ã o
Normal
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS23 / 45
E V O L U Ç Ã O
O cont ro le de tempera tura é fe i to com o quadro
té rmico , um grá f ico car tes iano dos d ias e horár ios de
afer ição pe los va lo res a fe r idos . A tempera tura é
med ida quat ro vezes ao d ia . A un ião dos va lo res
mensurados dá or igem à curva té rmica . Em cond ições
normais , os va lo res var iam ent re 36 e 37 ,5ºC.
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS24 / 45
Evo lução
Dia 106 h
Dia 112 h
Dia 118 h
Dia 124 h
Dia 206 h
Dia 212 h
Dia 218 h
Dia 224 h
Dia 306 h
Dia 312 h
Dia 318 h
Dia 324 h
Dia 406 h
Dia 412 h
Dia 418 h
Dia 424 h
Série 1 38 38,5 39 38,5 39 38 38,5 38 38 39 38 38,5 39 38 39 38
3 4
3 5
3 6
3 7
3 8
3 9
4 0
4 1
4 2
Te
mp
era
tura
D i a s e h o r á r i o s d e a f e r i ç ã o
Febre Cont ínua
Endocardite, pneumonia e salmonelose
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS25 / 45
E V O L U Ç Ã O
A febre cont ínua carac ter iza -se pe la ausênc ia de
per íodos de ap i rex ia . As osc i lações cos tumam ser
pequenas , de a té 1ºC. Pode ocor re r na endocard i te
in fecc iosa , na pneumonia e na sa lmone lose .
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS26 / 45
Evo lução
Dia 106 h
Dia 112 h
Dia 118 h
Dia 124 h
Dia 206 h
Dia 212 h
Dia 218 h
Dia 224 h
Dia 306 h
Dia 312 h
Dia 318 h
Dia 324 h
Dia 406 h
Dia 412 h
Dia 418 h
Dia 424 h
Série 1 38 40 39 38 38 40 38 38 39 40 38 40 39 38 40 38
3 4
3 5
3 6
3 7
3 8
3 9
4 0
4 1
4 2
Te
mp
era
tura
D i a s e h o r á r i o s d e a f e r i ç ã o
Febre Remitente
Septicemia, pneumonia e tuberculose
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS27 / 45
E V O L U Ç Ã O
A febre remi ten te carac ter iza -se pe la ausênc ia de
per íodo de ap i rex ia e pe las g randes osc i lações nos
va lo res da tempera tura , sempre super io res a 1ºC. Pode
ocor re r na sep t icemia , na pneumonia e na tubercu lose .
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS28 / 45
Evo lução
Dia 106 h
Dia 112 h
Dia 118 h
Dia 124 h
Dia 206 h
Dia 212 h
Dia 218 h
Dia 224 h
Dia 306 h
Dia 312 h
Dia 318 h
Dia 324 h
Dia 406 h
Dia 412 h
Dia 418 h
Dia 424 h
Série 1 36 37 38 39 36 40 38 37 36 38 37 40 36 39 38 37
3 4
3 5
3 6
3 7
3 8
3 9
4 0
4 1
4 2
Te
mp
era
tura
D i a s e h o r á r i o s d e a f e r i ç ã o
Febre Ir regular
Septicemia, tuberculose e malária
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS29 / 45
E V O L U Ç Ã O
A febre i r regu la r carac te r iza -se pe la p resença de
per íodos de ap i rex ia , pe los p icos a l tos e pe lo cará te r
acíc l i co , abso lu tamente imprev is íve l . Pode ocor rer na
sept icemia , na tubercu lose , na ma lár ia , no abcesso
pu lmonar e no empiema ves icu la r, en t re ou t ras .
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS30 / 45
Evo lução
Dia 106 h
Dia 112 h
Dia 118 h
Dia 124 h
Dia 206 h
Dia 212 h
Dia 218 h
Dia 224 h
Dia 306 h
Dia 312 h
Dia 318 h
Dia 324 h
Dia 406 h
Dia 412 h
Dia 418 h
Dia 424 h
Série 1 40 37 36 36 39 37 36 36 40 37 36 36 39 37 36 36
3 4
3 5
3 6
3 7
3 8
3 9
4 0
4 1
4 2
Te
mp
era
tura
D i a s e h o r á r i o s d e a f e r i ç ã o
Febre Intermitente
Sepse, pielonefrite e linfoma
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS31 / 45
E V O L U Ç Ã O
A febre in te rmi ten te carac te r iza -se por per íodos de
ap i rex ia . Pode ser co t id iana ( febre em um per íodo e
ap i rex ia no ou t ro ) , te rçã ( febre em um d ia e ap i rex ia no
ou t ro ) ou quar tã ( febre em um d ia e ap i rex ia nos do is
d ias segu in tes) . Pode ocor re r na sep t icemia , na
pneumonia e na tubercu lose , en t re ou t ras .
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS32 / 45
Evo lução
Dia 106 h
Dia 112 h
Dia 118 h
Dia 124 h
Dia 206 h
Dia 212 h
Dia 218 h
Dia 224 h
Dia 306 h
Dia 312 h
Dia 318 h
Dia 324 h
Dia 406 h
Dia 412 h
Dia 418 h
Dia 424 h
Série 1 36 38 39 36,5 36 37 36,5 38 36 37 36,5 36 37 36,5 37 36
3 4
3 5
3 6
3 7
3 8
3 9
4 0
4 1
4 2
Te
mp
era
tura
D i a s e h o r á r i o s d e a f e r i ç ã o
Febre Recorrente
Brucelose e linfomas (Hodgkin)
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS33 / 45
E V O L U Ç Ã O
A febre recor ren te carac te r iza -se por apresentar
per íodos de ap i rex ia , que podem es tender -se de d ias
até semanas e per íodos de febre , sem grandes
osc i lações, gera lmente in fe r io res à 1ºC. Pode ocor re r
na bruce lose , ass im como na Doença de Hodgk in .
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS34 / 45
Término
CRISE
Normalização súbita
LISE
Normalização gradual
PAULO DE TARSO
F E B R E
CARACTERES SEMIOLÓGICOS35 / 45
T É R M I N O
Quando em l i se , a normal ização da tempera tura é
gradua l e gera lmente ass in tomát ica , o que ocor re na
maior ia das doenças. Por ou t ro lado , quando em cr ise ,
a normal ização da tempera tura é súb i ta e no ma is das
vezes s in tomát ica , cursando com sudorese pro fusa e
p ros t ração, o que acontece no acesso malár ico .
PAULO DE TARSO
F E B R E
CASO CLÍNICO36 / 45
Doenças in fecc iosas
Febre
Tosse
Dispneia
PNEUMONIA
Fadiga
Edema
Sopro
ENDOCARDITE
Dor garganta
Hiperemia
Exsudato
FARINGITE
Lombalgia
Disúria
Hematúria
PIELONEFRITE
Náuseas
Vômitos
Diarreia
GECA
PAULO DE TARSO
F E B R E
CASO CLÍNICO37 / 45
D O E N Ç A S I N F E C C I O S A S
A febre se acompanha de s in tomas e s ina is ind ica t ivos
do órgão a fe tado, fac i l i tando o reconhec imento da
enfermidade. Exempl i f i cando, na fa r ing i te há dor de
garganta (s in toma) e h iperemia de oro fa r inge (s ina l ) .
Essas doenças cons t i tuem a causa mais comum de
febre , mas, não a ún ica . An t ib ió t ico com parc imôn ia .
PAULO DE TARSO
F E B R E
CASO CLÍNICO38 / 45
Doenças neuro lóg icas
Embotamento
físico
e mental
AVC
Embotamento
físico
e mental
TCE
Variável
conforme
altura
TRM
PAULO DE TARSO
F E B R E
CASO CLÍNICO39 / 45
D O E N Ç A S N E U R O L Ó G I C A S
No ac idente vascu la r cerebra l há embotamento f ís ico
e ps íqu ico . No t raumat ismo crân io -encefá l i co is to se
repe te . Ne les , a febre cos tuma ser d i re tamente
p roporc iona l ao g rau de lesão tec idua l , ass im como ao
prognóst ico . No t raumat ismo raqu imedu lar cerv ica l a l to
a febre é e levada e no ba ixo ins ta la -se a h ipo te rmia .
PAULO DE TARSO
F E B R E
CASO CLÍNICO40 / 45
Doenças hemato lóg icas
Fadiga
Palidez
Taquicardia
ANEMIA IMUNE
Fadiga
Palidez
Taquicardia
ANEMIA FALC.
Hemorragia
Púrpuras
Homens
PTI
Hemorragia
Homens
50 anos
HEMOFILIA
PAULO DE TARSO
F E B R E
CASO CLÍNICO41 / 45
D O E N Ç A S H E M ATO L Ó G I C A S
Na mesma med ida , a febre se av iz inha de s in tomas e
s ina is que cor roboram para o d iagnóst ico . Med i temos,
tomando por exemplo , a hemof i l ia que é duas vezes
mais inc idente nos homens, que man i fes ta -se
espec ia lmente na qu in ta década de v ida e que cursa
com ep isód ios os ma is var iados de hemorrag ias .
PAULO DE TARSO
F E B R E
CASO CLÍNICO42 / 45
Doenças neop lás icas ma l ignas
Hematúria
Dor flanco
Perda peso
RINS
Icterícia
Dor HD
Massa HD
FÍGADO
Tosse
Hemoptise
Perda peso
BRÔNQUIOS
Infecções
Hemorragia
Perda peso
LEUCEMIA
Adenomega
Sudorese
Prurido
LINFOMA
PAULO DE TARSO
F E B R E
CASO CLÍNICO43 / 45
D O E N Ç A S N E O P L Á S I C A S M A L I G N A S
Febre cons tan te , p ro longada e sem causa ev idente
impõe sempre a inves t igação do câncer. Ma is uma vez ,
os s in tomas e s ina is nor te iam o méd ico para o ó rgão
assa l tado . Por exemplo , o câncer b rônqu ico ,
comumente , se faz esco l ta r da perda de peso
s ign i f i ca t iva , da tosse cons tan te e da hemopt ise .