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AVALIAÇÃO I PENAL II 1. Defina pena: R: É a consequência natural imposta pelo Estado (jus puniendi) quando alguém pratica uma infração penal. 2. O princípio de limitação de penas na CF diz respeito a que? R: Visando proteger os direitos de todos, direitos humanos: proibiu a cominação de penas: art. 5º, XLVII, dizendo que não haverá penas: a)- de morte, salvo no caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b)- de caráter perpétuo; c)- de trabalhos forçados; d)- de banimento; e)- cruéis. 3. Qual a finalidade das penas? R: reprovar o mal produzido pela conduta praticada pelo agente, bem como prevenir futuras infrações penais, (conforme art. 59 CP). 4. Quais são as espécies de penas? R: 1)- privativas de liberdade do tipo: reclusão- a pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto a reclusão é uma pena mais rígida, que vale para regimes fechados nos quais a periculosidade do preso é evidente, ou seja, crimes mais graves para os quais a possibilidade de saída do preso é restringida e detenção - em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado a detenção, por outro lado, corresponde a regimes de semiliberdade nos quais os crimes são mais brandos e o preso aguarda uma possibilidade de saída breve. a)- Reclusão: art. 33 CP: o cumprimento da pena deverá passar pelos três regimes: fechado, semiaberto e aberto); b)- Detenção: art. 33 CP: o cumprimento da pena deverá iniciar no semiaberto e aberto (menos severos), salvo necessidade de transferência a regime fechado (art. 33, caput, CP); c)- Prisão simples (para as contravenções penais somente se admite o semiaberto ou aberto, art. 6° da LCP) ; 2)- restritivas de direitos: de acordo com a nova redação dada ao art. 43 CP pela Lei nº 9.714/98 são: a) prestação pecuniária; b)- perda de bens e valores; c)- prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; d)- interdição temporária de direitos; e)- limitação de fim de semana; 3) multa: de natureza pecuniária o seu cálculo é elaborado considerando-se o sistema de dias-multa, que poderá variar entre um mínimo de 10 ao máximo 360 dias-multa, sendo que o valor correspondente a cada dia multa será de 1/30 do valor do salário mínimo vigente à época dos fatos até 5 vezes esse valor. OBS: segundo o art. 60, parágrafo 1º do CP, poderá o juiz, contudo, verificando a capacidade econômica do réu, triplicar o valor do dia-multa. 5. Quais são os tipos de regimes?

AVALIAÇÃO I PENAL II

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Page 1: AVALIAÇÃO I PENAL II

AVALIAÇÃO I PENAL II

1. Defina pena:

R: É a consequência natural imposta pelo Estado (jus puniendi) quando alguém pratica uma infração penal.

2. O princípio de limitação de penas na CF diz respeito a que?

R: Visando proteger os direitos de todos, direitos humanos: proibiu a cominação de penas: art. 5º, XLVII, dizendo que não haverá penas: a)- de morte, salvo no caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b)- de caráter perpétuo; c)- de trabalhos forçados; d)- de banimento; e)- cruéis.

3. Qual a finalidade das penas?

R: reprovar o mal produzido pela conduta praticada pelo agente, bem como prevenir futuras infrações penais, (conforme art. 59 CP).

4. Quais são as espécies de penas?

R: 1)- privativas de liberdade do tipo: reclusão- a pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto a reclusão é uma pena mais rígida, que vale para regimes fechados nos quais a periculosidade do preso é evidente, ou seja, crimes mais graves para os quais a possibilidade de saída do preso é restringida e detenção - em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado a detenção, por outro lado, corresponde a regimes de semiliberdade nos quais os crimes são mais brandos e o preso aguarda uma possibilidade de saída breve. a)- Reclusão: art. 33 CP: o cumprimento da pena deverá passar pelos três regimes: fechado, semiaberto e aberto); b)- Detenção: art. 33 CP: o cumprimento da pena deverá iniciar no semiaberto e aberto (menos severos), salvo necessidade de transferência a regime fechado (art. 33, caput, CP); c)- Prisão simples (para as contravenções penais somente se admite o semiaberto ou aberto, art. 6° da LCP) ; 2)- restritivas de direitos: de acordo com a nova redação dada ao art. 43 CP pela Lei nº 9.714/98 são: a) prestação pecuniária; b)- perda de bens e valores; c)- prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; d)- interdição temporária de direitos; e)- limitação de fim de semana; 3) multa: de natureza pecuniária o seu cálculo é elaborado considerando-se o sistema de dias-multa, que poderá variar entre um mínimo de 10 ao máximo 360 dias-multa, sendo que o valor correspondente a cada dia multa será de 1/30 do valor do salário mínimo vigente à época dos fatos até 5 vezes esse valor. OBS: segundo o art. 60, parágrafo 1º do CP, poderá o juiz, contudo, verificando a capacidade econômica do réu, triplicar o valor do dia-multa.

5. Quais são os tipos de regimes?

R: Regime fechado: cumprimento de pena em estabelecimento de segurança máxima ou média (Penitenciária). Trabalhará dentro do presídio sob vigilância ostensiva ou fora do presídio em serviços/obras públicas Cela individual mínima de 6m². Regime semiaberto: cumprimento de pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento semelhante. Trabalhará dentro da colônia sob vigilância moderada, ou fora da colônia, podendo também estudar. Dormirá na colônia em cela individual ou coletiva. Regime aberto: Trabalha durante o dia em liberdade, sem vigilância alguma, e se recolhe á casa de albergado somente quando não está trabalhando (período noturno e dias de folga). - regime aberto domiciliar: maior de 70 anos; Gravemente enfermo; Mulher com filhos enfermos, com necessidades especiais que dela dependam. Jurisprudência: É pacificado entre os tribunais que, faltando vaga em albergue, é permitido que o condenado á regime aberto em albergue se submeta á prisão domiciliar. Se em regime semiaberto e faltando vaga: O entendimento predominante, mas ainda resistido, é que não poderá sofrer pena mais grave do que condenada, por isso esperará em regime aberto enquanto a vaga surge. Por culpa da insuficiência do Estado, o regime pode ser mais benéfico, mas jamais mais grave. Se em regime fechado faltar vaga: Vai sem vaga mesmo.

6. Como se mede os regimes iniciais de pena?

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R: Pena > 8 anos: inicia FECHADO, Pena 4<x<8: inicia SEMIABERTO(réu não-reincidente), Pena < 4: inicia ABERTO (réu não-reincidente)

7. O que é o princípio da individualização da pena?

R: É o princípio que garante que as penas dos infratores não sejam igualadas, mesmo que tenham praticado crimes idênticos. Isto porque, independente da prática de mesma conduta, cada indivíduo possui um histórico pessoal,

devendo cada qual receber apenas a punição que lhe é devida. - O primeiro momento da individualização da pena ocorre com a seleção feita pelo legislador, quando escolhe aquelas condutas, positivas ou negativas, que atacam nossos bens mais importantes. - O legislador valora as condutas, cominando-lhes penas que variam de acordo com a importância do bem a ser tutelado. EX1: a proteção à vida, deve ser feita com uma ameaça de pena mais severa do que aquela prevista para resguardar o patrimônio, EX2: um delito praticado a título de dolo terá sua pena maior do que aquele praticado culposamente; EX3: um crime consumado deve ser punido mais rigorosamente do que o tentado. OBS1: a individualização de cada infração penal será feita de acordo com a sua importância e gravidade. OBS2: Também ocorrerá a individualização da pena na fase da execução penal: conforme art. 5° da Lei n° 7.210/84 (LEP): “os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal”.

8. Caracterize o princípio da proporcionalidade e o da responsabilidade pessoal:

R: Princípio da proporcionalidade: a pena deverá ser proporcional ao delito, que se faça um juízo de ponderação sobre a relação entre o bem que é lesionado ou posto em perigo e aquele que pode alguém ser privado (gravidade da pena). Princípio da responsabilidade pessoal: Art. 5°, XLV, diz que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, não haverá intranscendência da pena a terceiros, sejam quaisquer forem estes, ou seja, somente o condenado poderá responder pela infração penal praticada.

9. Caracterize o sistema trifásico de aplicação da pena:

R: O juiz, ao apreciar o caso concreto, quando for decidir a pena a ser imposta ao réu, deverá passar por 03 (três) fases: a primeira, em que se incumbirá de fixar a pena-base; a segunda, em que fará a apuração das circunstâncias atenuantes e agravantes-pena provisória ; e, por fim, a terceira e última fase, que se encarregará da aplicação das causas de aumento e diminuição da pena para que, ao final, chegue ao total de pena que deverá ser cumprida pelo réu- pena definitiva.

10. Caracterize cada fase do sistema trifásico:

R: 1ª fase: essa primeira fase se destinará a fixação da pena-base, onde o juiz, em face do caso concreto, analisará as características do crime e as aplicará, não podendo fugir do mínimo e do máximo de pena cominada pela lei àquele tipo penal. Circunstâncias Judiciais (art. 59) devem ser observadas. Observando à isto o Juiz determinará a pena base: - Existência de Qualificadora ou Privilegiadora - Culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do agente. Motivo e consequência do crime bem como o comportamento da vítima. Nesta fase o limite da pena previsto no código deve ser observado para estabelecer a pena-base. CONCURSO DE QUALIFICADORAS 1ª Qualificadora: Estabelecerá novo limite da pena base, Qualificadoras restantes: Há duas correntes de entendimento

I - As qualificadoras restantes deverão ser analisadas como CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS, por causa do entendimento do art. 61 caput. Se a qualificadora restante não pode mais qualificar o crime, poderá ser uma circunstância judicial.

II – As qualificadoras restantes deverão ser analisadas como AGRAVANTES.

2ª fase: II – Pena Provisória: Circunstâncias atenuantes ou agravantes

AGRAVANTES:1) Reincidência: 2) Motivo fútil 3) Motivo torpe: 4) Finalidade de facilitar ou assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime 5) À traição, emboscada, dissimulação ou qualquer outro

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recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido: 6) Emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum: 7) Contra ascendente, descendente, cônjuge ou irmão: 8) Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: 9) Com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão: 10) Contra criança, maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida: 11) Quando o ofendido estava sob proteção da autoridade 12) Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública ou de desgraça particular do ofendido 13) Em estado de embriaguez preordenada

- AGRAVANTE EM CASO DE CONCURSO DE PESSOAS: 14) Promover ou organizar a cooperação no crime: 15) Dirigir a atividade dos demais 16) Coagir ou induzir outrem à execução material do crime 17) Instigar ou determinar a cometer crime alguém que esteja sob sua autoridade ou não seja punível em virtude de condição ou qualidade pessoal: 18) Executar o crime ou dele participar em razão de paga ou promessa de recompensa:

ATENUANTES: a) ser o agente menor de 21 anos na data do fato b) ser o agente maior de 70 anos na data da sentença: c) desconhecimento da lei: d) motivo de relevante valor social ou moral: f) reparação do dano até o julgamento g) praticar o crime sob coação moral resistível, obediência de autoridade superior, h) sob influência de violenta emoção provocada por ato injusto da vítima i) confissão espontânea da autoria do crime perante a autoridade: j) praticar o crime sob influência de multidão em tumulto, se não o provocou: CONCURSO DE ATENUANTES E AGRAVANTES: (art. 67 CP) Determinar-se á pelos motivos PREPONDERANTES: (MoPeRe) Motivos determinantes do crime, Personalidade do Agente, Reincidência.

3ª fase: III - Pena Definitiva: Causas de DIMINUIÇÃO ou AUMENTO de pena (Espalhados pela Parte Geral e Parte Especial – valores sempre determinados) A – Genéricos, da Parte Geral: São as causas que aumentam ou diminuem as penas em proporções fixas (1/2, 1/3, 1/6, 2/3 etc.). Exemplo de causa de aumento: - concurso formal (art. 70), - crime continuado (art. 71) - crime continuado específico (art. 71, parágrafo único). Exemplo de causa de diminuição: - tentativa (art. 14, parágrafo único),- arrependimento posterior (art. 16), - erro de proibição evitável (art. 21, 2ª parte), - semi-imputabilidade (art. 26, parágrafo único), - menor participação (art. 29, § 1º).

ATIVIDADES

1. (Exame OAB 2010.2, FGV) Com relação ao concurso de delitos, é correto afirmar que:

a) no concurso de crimes as penas de multa são aplicadas distintamente, mas de forma reduzida.

b) o concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes com dependência fática e jurídica entre estes.

c) o concurso formal perfeito, também conhecido como próprio, ocorre quando o agente, por meio de uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes idênticos, caso em as penas serão somadas.

d) o Código Penal Brasileiro adotou o sistema de aplicação de pena do cúmulo material para os concursos material e formal imperfeito, e da exasperação para o concurso formal perfeito e crime continuado.

2. (Exame OAB 2010.2, FGV) A respeito do regime legal da prescrição no Código Penal, tendo por base ocorrência do fato na data de hoje, assinale a alternativa correta.

a) A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

b) A prescrição da pena de multa ocorrerá em 2 (dois) anos, independentemente do prazo estabelecido para a prescrição da pena de liberdade aplicada cumulativamente.

c) Se o réu citado por edital permanece revel e não constitui advogado, fica suspenso o processo, mantendo-se em curso o prazo prescricional, que passa a ser computado pelo dobro da pena máxima cominada ao crime.

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d) São causas interruptivas do curso da prescrição previstas no Código Penal, dentre outras, o recebimento da denúncia ou da queixa, a pronúncia, a publicação da sentença condenatória ou absolutória recorrível.

3. (Exame OAB 2010.1, CESPE-UNB) No que se refere às penas restritivas de direitos e à de multa, assinale a opção correta.

a) A pena de multa consiste no pagamento, ao fundo penitenciário, da quantia determinada na sentença e calculada em dias-multa, sendo, no mínimo, de dez e, no máximo, de trezentos e sessenta e cinco dias-multa, a ser fixada pelo juiz, não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a cinco vezes esse salário.

b) Se o condenado for reincidente, o juiz não poderá aplicar a substituição da pena privativa de liberdade, apesar de, em face de condenação anterior, a medida ser socialmente recomendável e a reincidência não se ter operado em virtude da prática do mesmo crime.

c) A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado, sendo aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade, atendidos os demais requisitos legais.

d) A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanência, aos sábados, domingos e feriados, por oito horas diárias, em casa de albergado ou em outro estabelecimento adequado.

4. (Exame OAB 2010.1, CESPE-UNB) Com relação à pena de multa, assinale a opção correta.

a) Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa deverá ser paga no prazo de dez dias e será convertida em pena privativa de liberdade caso o condenado não realize o pagamento.

b) É vedado o pagamento da pena de multa em parcelas mensais, dada a natureza jurídica de tal espécie de sanção.

c) Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhe as normas da legislação relativa à dívida ativa da fazenda pública, exceto no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição, incidindo, nesse caso, as normas do CP.

d) Sobrevindo ao condenado doença mental, é suspensa a execução da pena de multa.

5. (Exame OAB 2010.1, CESPE-UNB) Em relação à imputabilidade penal, assinale a opção correta.

a) A embriaguez não acidental, seja voluntária ou culposa, completa ou incompleta, exclui a imputabilidade do agente que, ao tempo da ação ou omissão delituosa, for inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

b) Quanto à aferição da inimputabilidade, o CP adota, como regra, o critério psicológico, segundo o qual importa saber se o agente, no momento da ação ou da omissão delituosa, tem ou não condições de avaliar o caráter criminoso do fato e de orientar-se de acordo com esse entendimento.

c) A pena poderá ser reduzida se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não for inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

d) A pena imposta ao semi-imputável não pode ser substituída por medida de segurança.

6. (Exame OAB 2010.1, CESPE-UNB) Admite-se a suspensão condicional da pena (sursis)

a) para o condenado em estado de saúde grave ou portador de doença incurável, desde que ele tenha reparado o dano.

b) em casos de condenação a pena restritiva de direito ou privativa de liberdade, desde que não superior a quatro anos.

c) a reincidente em crime doloso, desde que a condenação anterior tenha sido exclusivamente à pena de multa.

d) para o condenado que, na data do fato, tenha idade acima de setenta anos, desde que a pena não seja superior a dois anos.

7. (Delegado-AP, FGV, 2010) Relativamente ao concurso de crimes, assinale a afirmativa incorreta:

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a) O concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não.

b) Na presença de um concurso formal, aplica-se ao agente a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade, salvo se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos (hipótese em que as penas aplicam-se cumulativamente).

c) Quando se tratar de crime continuado, aplica-se ao agente a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentadas, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.

d) Quando se tratar de crime continuado em que os crimes sejam dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, o juiz poderá, observados os artigos 70, 71 e 74 do Código Penal aumentar a pena mais grave até o triplo.

e) No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas de acordo com as regras aplicáveis às penas privativas de liberdade.

8. (Delegado-AP, FGV, 2010) Relativamente ao concurso de crimes, analise as afirmativas a seguir.

I. A pena será ainda agravada em relação ao agente que promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes.

II. A pena será ainda agravada em relação ao agente que coage ou induz outrem à execução material do crime.

III. A pena será ainda agravada em relação ao agente que instiga a cometer o crime alguém não-punível em virtude de condição.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

9. (Delegado-AP, FGV, 2010) Relativamente à extinção da punibilidade, analise as afirmativas a seguir:

I. Extingue-se a punibilidade, dentre outros motivos, pela morte do agente; pela anistia, graça ou indulto; pela prescrição, decadência ou perempção; e pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os costumes, definidos nos capítulos I, II e III, do Título IV do Código Penal.

II. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.

III. A renúncia do direito de queixa, ou o oferecimento de perdão pelo querelante, nos crimes de ação privada, acarreta a extinção da punibilidade.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se nenhuma afirmativa estiver correta. E

10. (Defensor-RS, FCC, 2011) No que toca ao sistema de aplicação da pena, é correto afirmar:

a) Há previsão no art. 44 do Código Penal de substituição da pena privativa de liberdade para condenados reincidentes, ainda que a reincidência tenha se operado em virtude da prática do mesmo crime, desde que o segundo delito não envolva violência ou grave ameaça à pessoa.

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b) Segundo o Código Penal, na hipótese de sobrevir condenação definitiva à pena privativa de liberdade por outro crime durante a execução de pena restritiva de direito, a conversão da pena substitutiva, em sede de execução, será obrigatória, mesmo que seu cumprimento seja compatível com o regime de cumprimento da pena definido na segunda sentença condenatória.

c) Nas hipóteses relativas à Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, há vedação legal de substituição da pena privativa de liberdade por prestação de serviço à comunidade.

d) Ao agente primário e de conduta social satisfatória que é condenado à pena de dois anos de reclusão por roubo tentado, com todas as circunstâncias previstas no art. 59 do Código Penal reconhecidas como favoráveis na sentença, é possível aplicar-se a suspensão condicional da pena prevista no art. 77 do Código Penal.

e) A substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito prevista no art. 44 do Código Penal não é possível para delitos culposos nas hipóteses de condenações superiores a quatro anos.

11. (Defensor-RS, FCC, 2011) Sobre a teoria geral do delito, é correto afirmar:

a) Na concorrência plúrima, o instituto da cooperação dolosamente diversa ocorre quando todos os agentes, mesmo sem vínculo subjetivo, se comportam para o mesmo fim, mas desconhecem a conduta alheia.

b) Nas descriminantes putativas é isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima, havendo também isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

c) Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem, atuando o coacto com excludente legal de culpabilidade.

d) O crime impossível é causa legal de exclusão da ilicitude, ocorrendo quando o agente, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, não consegue consumar o crime.

e) No concurso formal de crimes, o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, que pratica dois ou mais crimes idênticos ou não, é punido aplicando-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido, mesmo que a ação ou omissão seja dolosa e os crimes concorrentes decorram de desígnios autônomos.

12. (MP-SP, 2010) A exposição de motivos da Parte Geral do Código Penal Brasileiro, ao referir-se à finalidade da individualização da pena, à vista de sua necessidade e eficácia para reprovação e prevenção do crime, afirma que “nesse conceito se define a Política Criminal preconizada no Projeto, da qual se deverão extrair todas as suas lógicas conseqüências”. A partir de tal afirmativa, assinale a alternativa correta:

a) O Código Penal Brasileiro adotou a concepção da pena como imperativo categórico, a qual se amolda à teoria da prevenção geral negativa.

b) O procedimento de aplicação da pena adotado pelo Código Penal (art. 59) tem como fundamento único o princípio da retribuição.

c) A concepção da pena como medida de prevenção de delitos, acolhida pelo Código Penal (art. 59), amolda-se às chamadas teorias absolutas.

d) O procedimento de aplicação da pena adotado pelo Código Penal (art. 59) tem como fundamento único o princípio da prevenção especial.

e) O Código Penal adotou como um dos fundamentos da aplicação da pena o princípio da prevenção geral (art. 59), preconizado pelas teorias relativas.

13. (MP-SP, 2010) Assinale a alternativa correta, no que se refere ao procedimento de aplicação da pena:

a) Os motivos determinantes do crime, como circunstância judicial, preponderam sobre as causas de aumento ou diminuição de pena.

b) As causas de aumento de pena incidem em fase posterior à consideração das agravantes e atenuantes.

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c) Na fixação da pena-base, o juiz levará em conta a eventual reincidência do réu.

d) Segundo entendimento sumular do Superior Tribunal de Justiça, a quantidade das circunstâncias atenuantes pode fazer a pena-base recuar para aquém do mínimo legal.

e) A menoridade relativa constitui causa obrigatória de diminuição de pena, a incidir na terceira etapa de aplicação da pena.

14. (MP-SP, 2010) Assinale a alternativa correta:

a) A pena de detenção não pode ser cumprida em regime inicialmente fechado.

b) O condenado, não reincidente, a pena superior a oito anos de reclusão pode começar a cumpri-la em regime semi-aberto.

c) Na hipótese de concurso formal imperfeito, aplica-se ao agente a pena mais grave das cabíveis ou, se iguais, só uma delas, aumentada de 1/6 até ½.

d) A prescrição intercorrente tem como baliza a pena aplicada na sentença condenatória, podendo abranger o período entre a sentença e o recebimento da denúncia.

e) É facultado ao juiz substituir a pena privativa de liberdade não superior a quatro anos, imposta ao réu reincidente pela prática do mesmo crime ou de diversa espécie, se constituir medida socialmente recomendável.

GABARITO: 1 D 2 A 3 C 4 D 5 C 6 C 7 E 8 E 9 E 10 D 11 C 12 E 13 B 14 A

15. (RS-2006-3) Maria, pessoa humilde e de pouca instrução, emprestou suas contas bancárias à patroa, Rafaela, para que esta pudesse movimentar vultosos valores originários das vendas efetuadas na Loja de Roupas Rafaela's Magazine. Para tanto, Maria outorgou uma procuração a Rafaela, dando-lhe amplos poderes para administrar essas contas. Rafaela convenceu Maria de que a movimentação financeira seria declarada às autoridades competentes, não existindo, portanto, qualquer problema quanto ao empréstimo. Rafaela, porém, não declarou à Receita Federal os valores depositados nas contas de Maria, motivo pelo qual o Ministério Público Federal denunciou ambas por sonegação fiscal, na forma do art. 29 do Código Penal. No tocante ao concurso de pessoas, o que o advogado de Maria argüiria em sua defesa?a) Absolvição, por estar provada a inexistência do fato.b) Somente absolvição, porquanto a participação de menor importância não é punível pelo Código Penal.c) Absolvição, pois não existiu vínculo psicológico entre seu comportamento e a ação desenvolvida por Rafaela, ou seja, Maria não sabia que estava cooperando com a vontade de Rafaela.d) Somente mitigação da pena por participação de menor importância. A participação de menor importância é uma causa de diminuição genérica pela qual a pena é diminuída de um sexto a um terço (art. 29, §1º, CP). Todavia, no caso em tela, não houve participação ou co-autoria de Maria, restando correta a alternativa “c”.

16. (RS-2006-3) Antônio, com 21 anos na data do fato, praticou o crime de roubo simples (art. 157, caput, do Código Penal), na forma tentada, no dia 12/05/1999. A denúncia do Ministério Público foi recebida em 15/05/2001. A sentença condenatória recorrível foi publicada em 21/05/2002, estabelecendo uma pena privativa de liberdade de 3 anos de reclusão em regime inicial aberto, por ser Antônio primário. Houve recurso da defesa apenas. A sentençatransitou em julgado para a acusação em 03/06/2002. Somente em 11/03/2003 ocorreu o trânsito em julgado definitivo da sentença condenatória, tendo sido confirmada a pena imposta ao réu. Antônio ainda não foi encontrado para começar a cumprir a pena. Diante desta situação, assinale a assertiva correta.a) Houve a prescrição da pretensão punitiva retroativa.b) Ainda não houve qualquer prescrição.c) Houve a prescrição da pretensão executória.d) Houve a prescrição da pretensão punitiva intercorrente. O crime de roubo simples possui uma pena privativa de liberdade abstratamente cominada de quatro a dez anos de reclusão (art. 157 caput, CP). Como as causas de aumento e diminuição são de aplicação obrigatória e possuem quantum preestabelecido, elas devem ser calculadas. Assim, no caso em tela, a pena de 10 anos é reduzida em um terço (3,3 anos), que é o mínimo de diminuição em caso de tentativa, ficando a pena abstratamente cominada em 6 anos e 9 meses. Destarte, segundo o artigo 109, inciso III, a prescrição da pretensão punitiva (antes de transitar em julgado) propriamente dita

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é de 12 anos, não se aplicando a redução pela metade prevista no artigo 115 do CP, pois ela ocorre apenas quando o agente, na data da sentença, é maior que 70 anos, ou, na data do fato é menor que 21 (a questão é clara ao dizer que Antônio possuía 21 anos na data do fato e não menos). Como o crime foi de tentativa, o termo inicial da prescrição é o dia em que cessou a atividade criminosa (art. 111, II, CP), ou seja, no dia 12/05/1999. A denúncia recebida em 15/05/2001 interrompeu o curso prescricional (art. 117, I, CP), reiniciando a contagem temporal (art. 117, § 2º, CP). O mesmo aconteceu na publicação da sentença condenatória recorrível em 21/05/2002. Com o trânsito em julgado para a defesa (03/06/02), calcula-se a prescrição da pretensão punitiva retroativa e a prescrição da pretensão punitiva intercorrente, calculada na pena concretamente aplicada. Isto porque, em decorrência da impossibilidade da reformato in pejus caso haja recurso da defesa, não há como a pena aplicada aumentar, mas, tão-somente, reduzir. Como a sentença determinou uma pena privativa de liberdade de 3 anos de reclusão (lembrando que o crime foi na forma tentada), o prazo prescricional para o crime de Antônio, agora calculado sobre a pena concretamente aplicada, diminuiu para 8 anos (art. 109, IV, CP). Ressaltando que não há a redução pela metade pois o agente não possuía menos de 21 anos na data do fato criminoso. A prescrição da pretensão executória iniciou no dia 03/06/2002 (art. 112, I, CP) com o prazo de 8 anos.Destarte, chegamos as seguintes conclusões: Não houve prescrição da pretensão punitiva propriamente dita que era de 12 anos (12/05/99 até 15/05/01, e 15/05/01 até 21/05/02);Não houve prescrição da pretensão punitiva retroativa que é de 8 anos (12/05/99 até 15/05/01, e 15/05/01 até 03/06/02); Não houve a prescrição da pretensão punitiva intercorrente que é de 8 anos (03/06/2002 até 11/03/03);Não houve, ainda, a prescrição da pretensão executória, que também é de 8 anos, possuindo a data de 03/06/02 como termo inicial, e data de 03/06/10 como termo final, se não houver interrupção (reincidência ou início do cumprimento da pena).Desta forma, correta a alternativa “b”.

17. (RS-2006-3) Álvaro, sendo primário, foi condenado por crime de latrocínio (art. 157, § 3o, 2a parte, do Código Penal) a uma pena privativa de liberdade de 21 anos de reclusão em regime inicial fechado (crime praticado em 1997). Iniciou o cumprimento da pena em 26/08/2000, tendo obtido a remição de 207 dias de pena. Considerando que Álvaro possui boa conduta carcerária e jamais praticou falta disciplinar de natureza grave, seu advogado pleiteou ao Juízo, conjunta e alternativamente, progressão de regime e livramento condicional. Assinale a assertiva correta, tomando como base a apreciação do juiz realizada em 27/11/2006.a) O juiz poderá conceder somente a progressão de regime para o semi-aberto.b) O juiz poderá conceder a progressão de regime para o semi-aberto e o livramento condicional.c) O juiz não poderá conceder a progressão de regime para o semi-aberto nem o livramento condicional, por não estarem presentes os requisitos legais.d) O juiz poderá conceder a progressão de regime para o aberto.

O instituto do livramento condicional (arts. 83 e ss do CP, 710 e ss do CPP, e 131 e ss da LEP) tem aplicação apenas para crimes cuja pena privativa de liberdade seja igual ou superior a dois anos. O requisito temporal exigido é um cumprimento parcial da pena, que varia conforme a natureza do delito, comportamento, antecedentes, reparação do dano (salvo impossibilidade) e reincidência em crime doloso do agente. Álvaro foi condenado a uma pena de 21 anos de reclusão em regime fechado por ter cometido latrocínio, tipificado no artigo 157 §3º in fine do Código Penal, considerado um crime hediondo (art. 1º, I, da lei 8.072/90). Portanto, para obter o livramento condicional (livramento qualificado), Álvaro deveria: ter cumprido, no mínimo, mais de dois terços (14 anos) da pena; não ser reincidente específico em crime hediondo, tráfico, terrorismo ou tortura; e fazer presumir, pela constatação de suas condições pessoais, que não voltará a delinqüir (art. 83, V, e parágrafo único, CP). A questão explicita que o condenado era réu primário, que possui boa conduta carcerária e que não havia cometido nenhum falta grave. O cumprimento da pena iniciou em 26/08/00, e a apreciação judicial foi em 27/11/06, portanto, após 6 anos, 3 meses e 1 dia. Porém, o condenado obteve uma remição (art. 126 da LEP) de 207 dias (trabalhou 621 dias), ou seja, 6 meses e 27 dias. Então, o total da pena cumprida foi de 6 anos, 9 meses e 28 dias, não atingindo o requisito temporal exigido de 14 anos (2/3 de 21), por isto, não podendo obter o benefício do livramento condicional. No tocante a progressão de regimes, a lei exigia o cumprimento de, no mínimo, um sexto da pena e bom comportamento carcerário (art. 112, caput, LEP). Álvaro, então, tem direito a progressão para o regime semi-aberto, pois já cumpriu 6 anos, 9 meses, e 28 dias da pena, considerando que o requisito temporal exigido, para o caso dele, será de 3 anos e 6 meses. Correta alternativa “a”. Havia enorme querela sobre a possibilidade ou não de progressão de regime para os crimes hediondos, visto que o § 1º do artigo 2º da lei 8.072/90 (Lei dos crimes hediondos) determinava o cumprimento da pena integralmente em regime fechado. Tal

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dispositivo chegou ser declarado, por via de exceção, inconstitucional, pelo Supremo Tribunal Federal. Defendia-se, entre outros argumentos, que o mencionado parágrafo primeiro violava os princípios da proporcionalidade e da humanização e individualização das penas, como também, era manifestamente incongruente com o ordenamento jurídico penal visto que este prevê o livramento condicional (qualificado) para crimes hediondos (desde que não reincidente) com o cumprimento de 2/3 da pena (art. 83, V, CP). Ou seja, o condenado por crime hediondo não poderia progredir para o regime semi-aberto quando cumprido 1/6 da pena, porém, poderia, cumprindo um pouco mais da pena em regime fechado, ser diretamente posto em liberdade (período de provas) através do livramento condicional. Para por fim à discussão, a Lei 11.464/07 alterou a Lei 8.072/90, prevendo expressamente a possibilidade de progressão de regimes no cumprimento de pena aplicada para crimes hediondos, todavia, com um requisito objetivo (cumprimento parcial da pena) maior.

1 - Aponte a afirmação certa.

a) Na fixação da pena de multa, o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu.

b) A multa não pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.

c) A pena privativa de liberdade não superior a 6 meses não pode ser substituída pela de multa.

d) Ao fixar a pena de multa, o juiz deve ter em mente o crime praticado pelo réu, com vistas a majorá-la ou não.

2 - A Lei no 9.714, de 25 de novembro de 1998, que alterou dispositivos do Código Penal relativos às penas restritivas de direito,

a) somente criou uma nova espécie de penas restritivas de direito - perda de bens e valores -, admitindo a substituição da pena privativa de liberdade não superior a quatro anos nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa.

b) criou duas novas espécies de penas restritivas de direito - prestação pecuniária e perda de bens e valores -, admitindo a substituição da pena privativa de liberdade não superior a quatro anos nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa.

c) somente criou uma nova espécie de penas restritivas de direito - prestação pecuniária -, admitindo a substituição da pena privativa de liberdade não superior a quatro anos nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa.

d) criou duas novas espécies de penas restritivas de direitos - prestação pecuniária e perda de bens e valores -, admitindo a substituição da pena privativa de liberdade inferior a um ano.

3 - O preso pode freqüentar curso de nível superior?

a) Depende. O preso só pode freqüentar cursos compatíveis com o crime por ele praticado.b) Não. Em nenhuma hipótese o preso pode freqüentar curso de nível superior, por ser incompatível com o regime de abstinência de liberdade.

c) Sim. O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral.

d) Não. A freqüência a cursos de nível superior fica subordinada à plena liberdade do sentenciado.

4 - A conduta de adolescente descrita como crime ou contravenção penal é denominada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei no 8069/90) como ato

a) anti-social.

b) irrregular.

c) desviante.

d) infracional

5 - A pena restritiva de direitos não pode substituir a privativa de liberdade quando

o réu for reincidente

a) em qualquer crime, doloso ou culposo.

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b) exclusivamente em crime doloso.

c) em crime culposo e a pena privativa de liberdade ultrapassar quatro anos.

d) específico.

6 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a

a) 30 (trinta) anos.

b) 25 (vinte e cinco) anos.

c) 20 (vinte) anos.

d) 35 (trinta e cinco) anos.

7 – O Código Penal de 1984 dividiu as penas em:

a) principais e acessórias;

b) privativas de liberdade;

c) restritivas de direito;

d) privativas de liberdade, restritivas de direito e multa.

8 – Detração significa:

a) a análise da conduta do criminoso para saber se agiu com dolo ou culpa;

b) o cômputo, na pena privativa de liberdade, do tempo de prisão provisória cumprida pelo réu;

c) punição para o condenado que tenta se evadir do presídio;

d) o cumprimento da pena em um regime mais severo, em virtude de condenação posterior ao início do cumprimento da pena.

9 – A pena de multa no sistema brasileiro:

a) é sempre fixada alternativa ou cumulativamente com a pena privativa de liberdade;

b) é calculado em dias-multa, sendo, no mínimo, e 20, e, no máximo, de 300 dias-multa;

c) tem como valor do dia-multa importância que pode ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente no país, mas não pode ser superior a cinco vezes esse salário;

d) consiste no pagamento, ao fundo penitenciário, de quantia fixada na sentença.

10 – Com relação às penas e seu cumprimento é correto afirmar que:

a) o condenado não poderá ser submetido, no início de cumprimento de pena, a exame criminológico de classificação para a individualização da execução;

b) a pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado ou semi-aberto e a de detenção em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado;

c) o condenado por crime contra a Administração Pública terá a progressão de regimes condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais;

d) o trabalho externo não é admissível, no regime fechado, mesmo em serviços ou obras públicas.

Gabarito: 1) A 2) B 3) C 4) D 5) D 6) A 7) D 8) B 9) D 10) C

11. Mediante o seguinte caso, fiz uma aplicação de pena que, julgo, não estar correcta, porém desconheço quais os reais motivos. Conhecedores sobre a a plicação da pena, como a aplicariam no seguinte caso e como avaliam a aplicação que fiz.

O caso: Diva Magalhães foi presa em flagrante por ter agredido Simone Costa, por esta ter derrubado cerveja em sua blusa, produzindo-lhe lesões de natureza leve. Após a oitiva das testemunhas presentes ao fato e depois do devido processo legal, ficou comprovado que Diva Magalhães é amplamente conhecida no bairro em que mora por ser encrenqueira e não levar desaforo para casa, estando em fase de inquérito, duas outras agressões e uma ameaça.

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A minha aplicação: Diva Magalhães foi presa pela presa pela prática do cime de lesão corporal art. 129 CP.

Passo a aplicar a pena.

Atentando para o disposto no art. 59 do CP, noto que, em geral, não há circustância desfavorável a ré. Fixo, portanto, a pena-base em 3 (três) meses.

Fazendo incidir circunstâncias agravantes e atenuantes, verifico que está presente a agravante referente ao motivo fútil (art. 61, II, "a" CP). Desse modo, aumento a pena para 5 (cinco) meses.

Concernete às causas de aumento e diminuição da pena, vislumbro a existência de causa de aumento da pena, conforme disposto no art. 121, §4º, vez que a ré não procurou diminuir as consequências do seu ato. Por outro lado, verifico tratar-se de ré primária, lesões leves e não havendo cirunstâncias judiciais, em suma, que viabilizem um regime mais gravoso.

Assim, fixo a pena com regime inicial semiaberto em 4 (quatro) meses.

12. Lekão do Cerrado atira de longa distância em Buguelo, com a intenção de testar a eficácia do tiro da pistola que recentemente adquirira. No momento do disparo vislumbra que Buguelo, caso atingido, poderá morrer, tendo em conta o grande poder vulnerante da arma, conforme afiançado pelo vendedor; mesmo assim, aciona o gatilho, vindo o projétil atingir Buguelo que tomba morto na mata. Nessa situação, Lekão do Cerrado pratica um crime dea) homicídio dolosob) homicídio culposoc) perigo para a vida ou saúde de outremd) disparo de arma de fogo

Gabarito: A

13. Magrillo, contumaz praticante de crimes contra o patrimônio, decide subtrair uma quantia em dinheiro que supostamente X traria para casa. Para tanto convida Cabelo de Anjo, seu velho conhecido de empreitadas criminosas. Ao chegar em casa do trabalho, X é ameaçado e, posteriormente, amarrado pelos agentes, que exigem a entrega do dinheiro, mas ao perceberem que não havia nenhum dinheiro com a vítima, a abandonam amarrada aos pés da mesa da cozinha. Nessa hipótese, Magrillo e Cabelo de Anjo praticarama) crime impossível por absoluta ineficácia do meiob) furto na forma tentadac) roubo na forma tentadad) crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.

Gabarito: C

14. João, após cometer um crime de homicídio contra sua esposa, foge da ação policial que busca prendê-lo em flagrante delito. Em meio à fuga, vai até o escritório de seu tio Cícero, que também é advogado, ocasião em que este, ao ser procurado pela polícia indagando sobre o paradeiro do perseguido, diz dele não ter notícias, mas, logo em seguida, empresta um carro e o sítio de recreio que possui no interior para João se esconder. Nesse contexto a conduta de Cícero éa) tipicamente irrelevante, tendo em vista que foi o autor do homicídio quem o procurou.b) típica, configurando crime de favorecimento pessoal, previsto no art. 348 do Código Penal.c) não é punível em razão do grau de parentesco entre eles.d) típica, configurando crime de favorecimento real, previsto no art. 349 do Código Penal.

Gabarito: B

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