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REVISTA SEMANAL 111 DE 16-12-2013 A 22-12-2013 BRIEFING INTELI|CEIIA » TRANSPARÊNCIA || 2013

Brief transparência » revista semanal 111

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De 16-12-2013 a 22-12-2013

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REVISTA SEMANAL 111

DE 16-12-2013 A 22-12-2013

BRIEFING INTELI|CEIIA » TRANSPARÊNCIA || 2013

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Revista de Imprensa23-12-2013

1. (PT) - Diário de Notícias da Madeira, 16/12/2013, Procuradoria recebe 5.771 denúncias em três anos 1

2. (PT) - Público, 17/12/2013, Pai de Messi desvinculado de lavagem de dinheiro 2

3. (PT) - i, 17/12/2013, O discurso da corrupção 3

4. (PT) - Público, 18/12/2013, Desafio a Erdogan com prisões por corrupção 4

5. (PT) - Público, 19/12/2013, Partidos da Madeira gastaram 4,4 milhões de euros em 2012 sem justificarutilização

5

6. (PT) - Jornal de Notícias, 19/12/2013, Patrão da Conforlimpa novamente na prisão por falar atestemunhas

6

7. (PT) - Jornal de Notícias, 19/12/2013, Fuga ao Fisco no Nacional acaba em absolvição 7

8. (PT) - Jornal de Notícias, 19/12/2013, Condenados por cartas falsificadas 9

9. (PT) - i, 19/12/2013, Chefes da polícia demitidos após prisão de 52 pessoas por corrupção 10

10. (PT) - Correio da Manhã, 19/12/2013, Vasconcellos em tribunal 11

11. (PT) - Correio da Manhã, 19/12/2013, Rui Alves absolvido no Funchal 12

12. (PT) - Correio da Manhã, 19/12/2013, Material sem uso custa 23 milhões 13

13. (PT) - Correio da Manhã, 19/12/2013, Erdogan trava investigação 14

14. (PT) - Correio da Manhã, 19/12/2013, Corrupção com cartas fica livre da cadeia 15

15. (PT) - i, 20/12/2013, Tribunais administrativos. Processo contra o estado param anos a fio. Reformaavança em 2014

16

16. (PT) - Diário de Notícias, 20/12/2013, Antigo PM de Mubarak absolvido 18

17. (PT) - Público, 21/12/2013, As responsabilidades na economia paralela 19

18. (PT) - Público, 21/12/2013, Ana Gomes coloca comissário europeu contra Aguiar-Branco 20

19. (PT) - Jornal de Notícias, 21/12/2013, MP contra "tradição" das prendas a funcionários 21

20. (PT) - Jornal de Notícias, 21/12/2013, Escutas a sucateiro de Ovar não provam luvas de 2500EUR 23

21. (PT) - Jornal de Notícias, 21/12/2013, "Caso das secretas" em debate a 7 de Fevereiro 24

22. (PT) - i, 21/12/2013, Ana Gomes apresenta queixa-crime na PGR 25

23. (PT) - Diário de Notícias, 21/12/2013, Debate instrutório sobre caso das secretas em fevereiro 26

24. (PT) - Diário de Notícias, 21/12/2013, «Há várias semelhanças com o processo dos submarinos» 27

25. (PT) - Correio da Manhã, 21/12/2013, Vasconcellos em tribunal 29

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26. (PT) - Correio da Manhã, 21/12/2013, Buscas nas sede do Partido Popular 30

27. (PT) - Correio da Manhã, 21/12/2013, Arguido penhora bens da câmara 31

28. (PT) - Jornal de Notícias, 22/12/2013, Corrupção abala Turquia 32

29. (PT) - Diário de Notícias, 22/12/2013, Escândalo de corrupção cada vez mais próximo de Recep Erdogan 33

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A1

Tiragem: 11662

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 23

Cores: Cor

Área: 11,67 x 9,67 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51350152 16-12-2013

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A2

Tiragem: 38013

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 44

Cores: Cor

Área: 5,39 x 30,26 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51365209 17-12-2013

O nome do pai de Lionel Messi an-

dou ontem nas bocas do mundo na

sequência de uma notícia do jornal El

Mundo que dava conta de que Jorge

Messi estaria a ser investigado por

ligações a uma rede de narcotráfi co

que procedia à lavagem de dinheiro

através de eventos de solidarieda-

de. A Guardia Civil espanhola e as

autoridades colombianas comuni-

caram, entretanto, que está encerra-

da a operação desencadeada contra

uma rede de tráfi co de droga e que a

participação da família Messi no caso

nunca esteve em causa.

No olho do furacão estarão even-

tos de benefi cência, entre os quais

se contam alguns jogos particulares

conhecidos como “Os amigos de Mes-

si”, mas também concertos, dentro e

fora de Espanha. A rede de narcotrá-

fi co em causa teria origem na Colôm-

bia, país onde já foram feitas deten-

ções, e, segundo revelou a Guardia

Civil à Europa Press, a única razão

pela qual foram ouvidos no processo

alguns jogadores do Barcelona e tam-

bém Jorge Messi foi a necessidade de

conhecer mais pormenores sobre a

organização desses eventos. Em ne-

nhum momento, esclarecem as au-

toridades espanholas, os Messi ou

qualquer futebolista do Barça foram

considerados suspeitos.

Durante a investigação, iniciada

em Abril de 2012, foram detidas qua-

tro pessoas e indiciadas outras 12. Os

investigadores terão concluído que

era uma empresa colombiana que

estava por detrás dos eventos, uti-

lizando um esquema que consistia

em manipular a venda dos bilhetes,

através da chamada Fila 0, uma cate-

goria de ingressos que são vendidos

mas aos quais não corresponde um

lugar no estádio.

Em todo o caso, segundo o jornal

A Marca, os agentes encarregados da

investigação terão congelado bens no

valor de 500 mil euros em socieda-

des relacionadas com o caso.

A empresa que representa os direi-

tos de imagem de Messi, LMM (Leo

Messi Management) já emitiu um

comunicado frisando que a Funda-

ção Leo Messi “não organiza esses

jogos”, que são geridos “por tercei-

ros”. PÚBLICO

Pai de Messi desvinculado de lavagem de dinheiro

Futebol

Jorge Messi foi ouvido no âmbito de investigação sobre branqueamento de capitais do narcotráfico, mas nunca foi suspeito

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A3

Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

Cores: Cor

Área: 16,90 x 21,39 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51366099 17-12-2013

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A4

Tiragem: 38013

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 27

Cores: Cor

Área: 5,51 x 30,51 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51387640 18-12-2013

Página 4

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A5

Tiragem: 38013

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 13

Cores: Preto e Branco

Área: 21,33 x 13,67 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51406382 19-12-2013

Os grupos parlamentares e deputa-

dos de partidos representados por

um único elemento na Assembleia

Legislativa da Região Autónoma da

Madeira (ALRAM) não justifi caram a

utilização “nos fi ns legalmente pre-

vistos” de um total de 4,377 milhões

de euros recebidos em 2012 a título

de subvenção para apoio à actividade

parlamentar.

No parecer às contas do Parla-

mento madeirense, aprovado on-

tem, a secção regional do Tribunal

Partidos da Madeira gastaram 4,4 milhões de euros em 2012 sem justificar utilização

de Contas (TC) revela que subsiste

“a possibilidade de estas convenções

estarem a ser utilizadas para fi ns não

relacionados com a actividade par-

lamentar”. Por isso, recomenda ao

conselho de administração da AL-

RAM que desenvolva mecanismo de

controlo de tais transferências, com

vista à comprovação da sua devida

utilização. E, para o adequado pro-

cedimento jurisdicional, enviou o

documento ao Ministério Público.

Devido à recusa sistemática em fa-

cultar aos auditores os documentos

comprovativos da aplicação de tais

verbas públicas, o TC aplicou recen-

temente uma multa de 500 euros aos

líderes parlamentares e deputados

regionais prevaricadores, no âmbi-

to da auditoria à conta de 2010. Ao

entregar o parecer na Assembleia, o

conselheiro presidente do tribunal,

Guilherme d’Oliveira Martins, consi-

derou “inoportuno” tecer qualquer

AutonomiasTolentino de Nóbrega

Tribunal de Contas multa deputados madeirenses por sonegação de dados solicitados em acção fiscalizadora

o mandato após a oitava legislatura.

Em 2012 foram indevidamente

abonados subsídios de integração a

ex-deputados no montante de 283

mil euros. Também os membros

dos gabinetes parlamentares do

PSD, CDS, PTP e PCP auferiram in-

devidamente em subsídios de férias

e de Natal o montante de 93 mil eu-

ros, dos quais 84 mil ultrapassavam

os limites impostos pela lei do Orça-

mento do Estado.

A ALRAM obteve em 2012 um re-

sultado líquido negativo de 801 mil

euros, o que não se verifi cava desde

2006, regista o TC. O parecer refere

ainda que a gerência do ano passa-

do abre um saldo de 1,9 milhões de

euros provenientes da gerência ante-

rior, tendo sido nela movimentados

a débito 15,8 milhões e a crédito 16,4

milhões, pelo que o saldo que transi-

ta para a gerência seguinte ascende

a 1,4 milhões de euros.

comentário ao facto de os deputados

sonegarem tal informação, adiantan-

do apenas que o TC “é um tribunal

cujas decisões obedecem a regras

processuais”.

Quanto aos anos de 2005 e 2006,

foi adiado para 13 de Janeiro, a pedi-

do de um advogado invocando a sua

condição de deputado, o julgamento

do “desvio” de um montante na or-

dem dos seis milhões indevidamente

utilizados em campanhas eleitorais e

fi ns diversos, verbas cuja devolução é

reclamada pelo Ministério Público.

No parecer aprovado ontem no

Funchal, em sessão presidida por Oli-

veira Martins, este tribunal recomen-

da à ALRAM que “implemente as me-

didas constantes no Plano de gestão

de riscos de corrupção e infracções

conexas”. Exige que cumpra o dis-

posto na lei n.º 52/2005, que fez ces-

sar o direito ao subsídio de integra-

ção aos ex-deputados que iniciaram

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A6

Tiragem: 84905

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 14

Cores: Cor

Área: 21,96 x 16,21 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51407933 19-12-2013

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A7

Tiragem: 84905

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 38

Cores: Cor

Área: 17,74 x 22,79 cm²

Corte: 1 de 2ID: 51406131 19-12-2013

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Tiragem: 84905

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 38

Cores: Cor

Área: 17,74 x 22,36 cm²

Corte: 2 de 2ID: 51406131 19-12-2013

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A9

Tiragem: 84905

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 15

Cores: Cor

Área: 8,72 x 13,59 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51406418 19-12-2013

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A10

Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

Cores: Cor

Área: 9,44 x 16,90 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51407006 19-12-2013

Página 10

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A11

Tiragem: 154796

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 40

Cores: Cor

Área: 10,12 x 7,65 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51406723 19-12-2013

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A12

Tiragem: 154796

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 34

Cores: Cor

Área: 4,91 x 11,53 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51407213 19-12-2013

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A13

Tiragem: 154796

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 26

Cores: Cor

Área: 21,36 x 30,65 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51407227 19-12-2013

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A14

Tiragem: 154796

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 30

Cores: Preto e Branco

Área: 4,01 x 8,86 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51407340 19-12-2013

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A15

Tiragem: 154796

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 15

Cores: Preto e Branco

Área: 21,36 x 24,46 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51406906 19-12-2013

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A16

Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 22

Cores: Preto e Branco

Área: 23,96 x 32,43 cm²

Corte: 1 de 2ID: 51426300 20-12-2013

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 23

Cores: Cor

Área: 24,46 x 31,38 cm²

Corte: 2 de 2ID: 51426300 20-12-2013

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Tiragem: 32479

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 27

Cores: Cor

Área: 5,41 x 18,95 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51426421 20-12-2013

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A19

Tiragem: 38013

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 55

Cores: Cor

Área: 19,76 x 29,95 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51445640 21-12-2013

As responsabilidades na economia paralela

1. A economia paralela é uma

preocupação transversal à

sociedade portuguesa. Ao mesmo

tempo que se reivindica o seu fi m

no cartaz de manifestação, está

nas preocupações do Governo ao

analisar a política fi scal. Muitos

reivindicam contra ela, vários

declaram ou fi ngem combatê-la

e alguns manipulam e controlam

a sua existência e os seus avolumados

benefícios. São quarenta e quatro mil

milhões em 2012, representando 26,7% do

produto interno bruto ofi cial do país, isto

é, conforme os registos da contabilidade

nacional. Um montante de actividades

que se pagassem impostos faria com que

não tivéssemos “excessivo” défi ce no

Orçamento do Estado (admitindo, com

muita improbabilidade, que toda a sua

actividade está aí refl ectida).

Mas não são só os montantes. Também

conta a tendência de evolução dessa

economia não-registada que passa de 9,2%,

em 1970, para o montante acima referido,

conforme os estudos do Observatório de

Economia e Gestão de Fraude.

Responsabilidade de cada um de

nós? Responsabilidade do Governo,

bode expiatório das nossas desilusões?

Responsabilidade do sistema, declarada

quando não conseguimos identifi car as

causas?

2. Quando, no início do presente milénio,

estudámos a globalização, quando as

turbulências da crise ainda não existiam,

mas eram previstas, a partir da observação

das suas características (subestimação das

actividades produtivas, poder crescente do

sector fi nanceiro, aumento da importância

relativa das actividades especulativas e da

circulação do capital, fi ctício, totalmente

desligado da satisfação das necessidades da

sociedade e de todos nós), concluímos da

existência de uma importante actividade

ilegal (droga, órgãos humanos, espécies

protegidas, armamento, escravatura,

etc.). Acrescentaríamos hoje uma forte

dimensão da fraude e da corrupção, do

branqueamento de capitais.

Os crimes socialmente mais

relevantes são praticados por quem está

profundamente integrado na sociedade,

pela criminalidade de colarinho branco.

A crise de 2007 poderia ter conduzido

a uma alteração dos modelos de

comportamento, como pareciam indiciar

algumas declarações políticas de então,

mas o poder económico conseguiu

subjugar o poder político, e tudo continuou

parecido. Demonstram-no as políticas

assumidas e a realidade dos paraísos

fi scais e tributários, vulgo off shores, que

são espaços legalmente constituídos e

politicamente suportados para difi cultar a

criminalização nacional dos actos ilícitos,

para aproximar actividades legais e a

criminalidade económica internacional,

para disfarçar a grande corrupção, para

fl uir o branqueamento de capitais, para

implantar empresas-fantasma e reforçar a

fraude fi scal.

E tudo isto está estreitamente associado a

uma profunda desigualdade na distribuição

do rendimento, assumindo frequentemente

formas que qualquer moral do senso

comum rejeitaria: as fraudes e crimes

de uns (uma elite económica e política

defraudadora) são pagas pelos que nada

têm a ver com o assunto e, muitas vezes, se

encontram no limiar que separa viver do

de sobreviver. Para que o capital fi nanceiro

não se desvalorize, desvalorizam-se as

condições de vida das populações.

O sistema económico e social

actualmente existente é responsável: é

o Preço da Desigualdade, para referir o

título dum recente livro de Stiglitz. Mas a

responsabilidade não se dilui: há actores

responsáveis e reconhecidos.

3. A tendência de aumento da economia

não registada nas últimas décadas é, em

primeiro lugar, resultado da integração

do nosso país nesta dinâmica global da

globalização. Contudo, tal não reduz a

responsabilidade dos poderes políticos

neste processo: durante grandes

períodos tem havido uma cumplicidade e

envolvimento nessa dinâmica internacional,

facilitou-se o controlo de importantes

segmentos do

Estado pelo poder

económico. A

crise acelerou as

tensões existentes

e aumentou as

desigualdades

sociais no nosso

país.

Neste contexto

foi-se assistindo

nacionalmente

a um conjunto

de actuações

de curto prazo,

mas duradoiras,

que minaram a

confi ança entre

o Estado e os

cidadãos. Como diz

Finura, “a confi ança

(...) permite (...)

aos indivíduos

e às sociedades

lidarem com a

complexidade e a

incerteza no mundo

(...), porque se

constitui ela própria

num mecanismo

de simplifi cação”.

Quando ela

Os crimes socialmente mais relevantes são praticados por quem está profundamente integrado na sociedade, pela criminalidade de colarinho branco

MIGUEL MADEIRA

Debate Poder político e mercadosCarlos J. G. Pimenta

se rompe, ou continua esfacelada, a

incerteza avoluma-se, as relações sociais

enfraquecem-se, a ética degenera, os

desonestos reforçam o seu poder, porque

fi cam em melhores condições de “vencer a

concorrência”.

E há razões para essa quebra de

confi ança. A carga fi scal aumenta e

os serviços públicos diminuem, ao

mesmo tempo que os contratos com os

cidadãos são unilateral e politicamente

violados. A corrupção, a fraude fi scal e o

crime económico-fi nanceiro são menos

combatidos que os “crimes de rua”,

que o não cumprimento de obrigações

de muitas famílias por estritas razões

de sobrevivência. As desigualdades na

distribuição do rendimento agravam-se

obscenamente.

Esta falta de confi ança cria grande

incerteza no futuro, dilui a coesão social,

reforça a barbárie. A Igreja Católica

bem tem chamado a atenção para estas

dinâmicas castradoras da dignidade

humana.

4. Quanto às responsabilidades de cada

um, elas são muito diferenciadas. Há quem

canibalize, quem viva e quem sobreviva.

O Homem deveria ser a razão da

actividade económica, mas quem anseia

respeito e dignidade tem de procurar

substituir o Estado-mercado pelo Estado-

nação, para utilizar a terminologia de

Napoleoni.

Só em democracia se reduz a economia

não-registada, mas não acontecerá

enquanto o poder político estiver

exclusivamente subjugado à dinâmica

económica, aos “mercados”.

Presidente da direcção do Observatório de Economia e Gestão de FraudePágina 19

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A20

Tiragem: 38013

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

Cores: Cor

Área: 27,28 x 31,33 cm²

Corte: 1 de 1ID: 51445604 21-12-2013

PAULO PIMENTA

Ana Gomes coloca comissário europeu contra Aguiar-Branco

Governo nunca invocou que os ENVC construíam navios para a Marinha, diz a eurodeputada Ana Gomes

Para lá da queixa-crime entregue na

Procuradoria-Geral da República e

o pedido à Comissão Europeia para

que suspenda o processo de subcon-

cessão dos Estaleiros Navais de Viana

do Castelo (ENVC), o que resultou da

iniciativa de ontem da eurodeputa-

da socialista Ana Gomes foi o desafi o

feito ao ministro da Defesa, Aguiar-

Branco, através da fi gura do comis-

sário europeu para a Concorrência,

Joaquín Almunia.

Numa conferência organizada em

Lisboa, a eurodeputada deu conta de

uma reunião com o responsável euro-

peu, a 11 de Dezembro, em Estrasbur-

go, onde este se mostrou “surpreen-

dido” por o “Governo nunca ter invo-

cado junto da Comissão Europeia o

facto de os ENVC construírem navios

para a Marinha Portuguesa”. Facto

relevante, acrescentou, uma vez que

tal “poderia justifi car transferências

fi nanceiras do Estado para os ENVC”.

Em causa estão as alegadas ajudas

estatais ilegais aos estaleiros, detecta-

das pela CE, e que segundo o minis-

tro fi zeram travar a reprivatização e

avançar para a solução de subconces-

são para a Martifer. Para Ana Gomes,

este é um indício de que os interesses

portugueses não estavam a ser devi-

damente defendidos pelo Governo.

Lembra que fora esse o argumento

que “permitira a continuação da la-

boração dos Estaleiros Navantia, na

Galiza, Espanha, também alvo de

investigação [europeia] por ajudas

do Estado”.

A acusação a Aguiar-Branco de

falta de empenho para encontrar

uma solução para os ENVC foi ainda

sustentada com outros argumentos

– nomeadamente, por não ter sido

apresentado um plano de reestru-

turação da empresa, ou classifi cado

a mesma como uma empresa em

difi culdades. Isso levou Ana Gomes

a concluir que Aguiar-Branco se de-

cidiu pela extinção dos estaleiros

“porque quer e porque nunca quis

reestruturar”.

A ex-diplomata acusou ainda o

ministro da Defesa de se “descul-

par com Bruxelas artifi ciosamente”,

acrescentando mesmo que a Comis-

são “não queria abrir um processo

a Portugal”. Apresentou “avenidas

de saída” para Portugal justifi car

recimento de interesses privados”.

E foi feita a participação à Comis-

são Europeia com o argumento de ter

detectado uma “clara ligação entre as

contrapartidas no processo dos sub-

marinos [para a Marinha Portuguesa]

com o processo de subconcessão”.

Na conferência de imprensa, Ana

Gomes enumerou os dados que con-

siderou indiciarem condutas menos

próprias no processo – a saber, o pa-

pel do banco BES na escolha da Mar-

tifer para fi car com a actividade, que

esteve também ligado ao processo de

aquisição dos submarinos, e ainda a

ligação do escritório de advogados

do actual ministro da Defesa, José

Pedro Aguiar-Branco, com o Grupo

Espírito Santo. A eurodeputada sa-

lientou que “a sociedade de advoga-

dos JPAB & Associados tem intensas,

extensas e históricas relações com o

GES — Grupo Espírito Santo”, que,

por seu turno, “tem um amplo histo-

rial de relações e apoios às empresas

do universo Martifer”.

Recuperou o caderno de encargos

e o processo de concurso para a sub-

concessão dos ENVC para destacar

“que a quem é pedido os esclareci-

mentos e quem é suposto fornecer

esses esclarecimentos são dois fun-

cionários do [grupo] BES, do BESI

[BES Investimento]”: “O BESI foi con-

tratado para a assessoria fi nanceira

do concurso. Ora, eu noto que essa

é uma semelhança com o concurso

dos submarinos e das contrapartidas,

em que o BES assessorava o Governo

e assessorava o consórcio [alemão]

vendedor e naturalmente que me

interrogo sobre as ligações, conhe-

cidas e históricas, do escritório de

advogados de que o ministro [Aguiar-

Branco] é sócio e do BES.”

Para Ana Gomes, “só esse facto já

seria mais do que sufi ciente para [a]

inquietar sobre a lisura deste proces-

so”. E fi nalizou: “Como é que o Go-

verno português contrata para uma

assessoria fi nanceira um banco que

está a ser investigado pela PGR, jus-

tamente no caso dos submarinos? E

que está envolvido no processo, no

mínimo, nebuloso, relativamente aos

submarinos e às contrapartidas?”

Para a eurodeputada, a subcon-

cessão é “altamente lesiva para os

interesses nacionais e porque estão

em causa os empregos de 608 tra-

balhadores que o ministro ameaça,

no fi m do ano, condenar ao despe-

dimento colectivo”.

Eurodeputada apresentou queixa-crime contra incertos na Procuradoria-Geral da República e solicitou à Comissão Europeia que suspenda subconcessão dos Estaleiros de Viana à Martifer

DefesaNuno Sá Lourenço

as ajudas estatais nos documentos

que produziu sobre o assunto. Essas

pistas eram declarar a empresa em

difi culdades ou então avançar com

um processo de reestruturação.

Esta foi uma das razões que a le-

varam a agir contra o ministro: “Fui

hoje [ontem] recebida pela procura-

dora-geral da República [ Joana Mar-

ques Vidal], às 15h00, a quem dei-

xei a queixa-crime contra incertos,

e entreguei uma participação tam-

bém junto da Comissão Europeia.”

Justifi cou a acção judicial com a

suspeita de que teria “havido viola-

ção de normas que, no Código Pe-

nal, punem a corrupção, tráfi co de

infl uência, abuso de poder e favo-

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Tiragem: 84905

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 42

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Tiragem: 84905

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

Cores: Cor

Área: 6,85 x 1,53 cm²

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Tiragem: 84905

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 17

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Área: 21,68 x 21,46 cm²

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Tiragem: 84905

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 16

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Tiragem: 27259

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 4

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Pág: 10

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Tiragem: 32479

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Âmbito: Informação Geral

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Âmbito: Informação Geral

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Pág: 39

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Tiragem: 154796

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Pág: 29

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Tiragem: 154796

País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 27

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Tiragem: 84905

País: Portugal

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Tiragem: 32479

País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 24

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Área: 26,33 x 22,30 cm²

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