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REVISTA SEMANAL 139 DE 30-06-2014 A 06-07-2014 BRIEFING INTELI|CEIIA » TRANSPARÊNCIA || 2014

Brief transparência » revista semanal 139

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De 30-06-2014 a 06-07-2014

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REVISTA SEMANAL 139

DE 30-06-2014 A 06-07-2014

BRIEFING INTELI|CEIIA » TRANSPARÊNCIA || 2014

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Revista de Imprensa07-07-2014

1. Público, 30-06-2014, Há uma dimensão cleptocrata nas velhas elites da Frelimo 1

2. Público, 30-06-2014, Gestor demitido por causa dos swaps pede indemnização de270 mil euros

3

3. Página 1, 30-06-2014, Maria José Morgado diz que há muito dinheiro sujo nofutebol

6

4. Jornal de Notícias, 30-06-2014, Contabilista tenta envolver funcionários emdesfalque

8

5. Correio da Manhã, 30-06-2014, Carros milionários nas mãos dos juízes 9

6. Público, 01-07-2014, Condenados por profanação de cadáver 11

7. Público, 01-07-2014, Procurador exige cinco anos de prisão para Duarte Lima porenganar BPN

12

8. Jornal de Notícias, 01-07-2014, MP quer mais de cinco anos de prisão para DuarteLima

13

9. i, 01-07-2014, MP diz que Duarte Lima e sócio agiram com "calculismo" 15

10. Diário de Notícias, 01-07-2014, 82 polícias expulsos em três anos por corrupção 16

11. Diário de Notícias, 01-07-2014, MP pede prisão para Duarte Lima 18

12. Correio da Manhã, 01-07-2014, Justiça aperta cerco a Sarkozy 19

13. Correio da Manhã, 01-07-2014, MP quer Lima na prisão 20

14. Bola, 01-07-2014, Nicolas Sarkozy continua preso nas teias da justiça 21

15. Bola, 01-07-2014, Duarte Lima enfrenta cinco anos 22

16. Público, 02-07-2014, PS pede processo alemão das contrapartidas à venda desubmarinos a Portugal

23

17. Público, 02-07-2014, Ex-Presidente Nicolas Sarkozy detido para interrogatóriojudicial

24

18. i, 02-07-2014, BES. Juristas defendem que Salgado deveria ter sido arguido porimpostos rectificados

26

19. Correio da Manhã, 02-07-2014, Empresários em fraude 29

20. Público, 03-07-2014, Nicolas Sarkozy denuncia instrumentalização política dajustiça

30

21. Público, 03-07-2014, Infanta apresenta recurso no caso Nóos 32

22. Negócios, 03-07-2014, Nicolas Sarkozy acusado de corrupção 33

23. Jornal de Notícias, 03-07-2014, Sarkozy "surpreendido" com acusações dos juízes 34

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24. Jornal de Notícias, 03-07-2014, Infanta apresentou recurso 35

25. i, 03-07-2014, Acusado. Sarkozy critica conspiração e nega suspeitas de corrupção 36

26. i, 03-07-2014, Infanta interpõe recurso 37

27. Jornal de Notícias, 04-07-2014, Aguiar-Branco quer acusar Ana Gomes dedifamação

38

28. i, 04-07-2014, O segredo de família é a alma do negócio 39

29. i, 04-07-2014, Contabilista acusa Iñaki de desviar dinheiro no caso Nóos 45

30. Correio da Manhã, 04-07-2014, Ex-contabilista trama Urdangarín 46

31. Bola, 04-07-2014, Iñaki acusado pelo contabilista 47

32. Jornal de Notícias, 05-07-2014, Oferece 100 euros a GNR para não ser identificadocom prostituta

48

33. Expresso, 05-07-2014, Sarkozy, o regresso comprometido 49

34. Diário de Notícias, 05-07-2014, Tenta subornar militar da GNR com cem euros 50

35. Público, 06-07-2014, Restaurante do Parque Eduardo VII foi entregue a empresasem actividade

51

36. Público, 06-07-2014, Nicolas Sarkozi 54

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Tiragem: 34107

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 26,92 x 30,82 cm²

Corte: 1 de 2ID: 54604884 30-06-2014

Para o director do Centro de

Integridade Pública, há uma

“mescla entre política, poder e

economia” que envolve a Frelimo

e favorece o surgimento de novas

elites ligadas ao partido no poder,

além das famílias tradicionais.

Sobre Armando Guebuza, que

inicia amanhã uma visita ofi cial

de dois dias a Portugal, Adriano

Nuvunga afi rma que a sua saída do

cargo de Presidente da República,

no fi nal do ano, nada irá mudar.

Acha que a sociedade civil de Moçambique, e até os organismos públicos, têm capacidade para assegurar que a riqueza dos recursos naturais não irá fomentar a corrupção?As instituições, formais e

informais, do controlo social

e público estão em crescendo,

mas estão ainda numa fase muito

inicial do seu desenvolvimento. A

sociedade civil ainda tem muitas

fraquezas. Há um espaço de

actuação que lhe é restringido pelo

poder público. E há instituições de

controlo, como o parlamento, que

também estão numa fase inicial

de desenvolvimento. Tomando

em consideração que temos uma

sociedade que está, de certa

forma, sob o domínio muito forte

da Frelimo, num quadro onde

a elite política, libertadora, da

Frelimo — e a que vai nascendo

— controla o Estado, os negócios,

os mecanismos de controlo que

são próprios das democracias têm

muitos desafi os em Moçambique.

Nota-se um aumento da promiscuidade entre o mundo dos negócios e o partido que detém o poder, a Frelimo?O que existe é uma espécie de

ressurgimento de uma Frelimo

economicamente elitizada que tem

a política, o Estado, ao serviço dos

interesses económicos.

Mas tem crescido?Penso que se tem consolidado.

As velhas elites da Frelimo,

que são as principais famílias

libertadoras, estão a consolidar-

se cada vez mais, numa dimensão

até cleptocrática. Mas há também

novas elites da Frelimo que vão

surgindo, no meio de uma mescla

Há uma “dimensão cleptocrata” nas velhas elites da Frelimo

Adriano Nuvunga Director do Centro de Integridade Pública, dedicado à transparência em Moçambique, diz que se verifi ca o ressurgimento de uma Frelimo que tem o Estado ao serviço dos interesses económicos

NELSON GARRIDO

entre política, poder e economia.

Verifi ca-se um maior acumular de riqueza?Da parte da velha elite da Frelimo,

das principais famílias, elas

estão a tornar-se cada vez mais

sólidas, através da acumulação,

utilizando o Estado, obviamente,

e há também uma nova elite

emergente.

Quais são os cenários mais óbvios dessa consolidação, do cruzamento entre os negócios e a política? Os elementos de ostentação a

que assistimos hoje em dia não

refl ectem bem a riqueza que essas

pessoas já acumularam.

Ela está escondida?Eu penso que sim. As principais

elites que acumularam riqueza são,

na sua maior parte, ainda, cobertas

pelas mordomias do Estado por

terem participado no poder

público. Têm Mercedes do Estado,

têm guardas do Estado, têm uma

casa, mas ainda não começaram a

ostentar a riqueza acumulada.

A corrupção pode ameaçar o futuro de Moçambique? Moçambique é um país que vem de

uma guerra civil. Isso signifi ca que

havia um grupo de moçambicanos

que não se sentia bem com o statu

quo, combateram, fi zeram a guerra

civil, e estão agora a participar

do quadro democrático. A teoria

diz que a estabilidade política só

acontece quando essas pessoas

que combateram, que utilizaram

as armas em tempo de guerra, têm

de ter uma relativa acomodação

socioeconómica em tempo de

paz. Se a corrupção continuar da

forma em que está, essas pessoas,

que encabeçaram a guerra no

passado e que voltaram à Renamo

para fazer a guerra, não vão estar

acomodadas e vão provocar

instabilidade. Mas, sobretudo, por

parte da sociedade, não haverá

a distribuição que se espera que

ocorra, e isso conduz também à

instabilidade.

A má redistribuição de riqueza levou ao reacender dos confl itos entre a Frelimo e a Renamo?É um elemento importante, a

forma como as elites da Renamo

foram tratadas pela sociedade

e pelo Estado. Não tiveram o

acolhimento que era de esperar.

Afonso Dhlakama [líder da

Renamo] é um signatário do

acordo de paz, teve um contributo

importante e merecia outro tipo de

tratamento.

Vai haver mudanças com a saída de Armando Guebuza do cargo de Presidente da República?Penso que não. Vai haver uma

mudança do Presidente, mas o

regime vai continuar.

O aumento do fl uxo de investimento directo estrangeiro, por causa dos recursos naturais de Moçambique, requer, como já afi rmou a CIP, uma maior capacidade fi scalizadora. Nota uma tendência nesse sentido?Formalmente, as estruturas podem

ser montadas, mas o problema

é que a elas está subjacente a

Frelimo. E as coisas acontecem um

pouco ao ritmo do que pode ou

não pode ser feito no quadro dos

interesses da liderança política da

Frelimo.

O facto de a Frelimo estar tão ligada ao Estado não conduz a uma espécie de perpetuação do regime, sem alternância?Neste momento, a Frelimo,

como qualquer outro partido

dominante, tudo faz para se

manter perpetuamente no poder.

Mas há o surgimento de outras

forças políticas, como o MDM,

e a Renamo tem agora uma

oportunidade para se renovar. Está

a haver um certo desenvolvimento

na sociedade, e tende a haver uma

maior capacidade de questionar a

qualidade da governação.

Os países dadores, que ainda contribuem com grande parte do dinheiro do Orçamento do Estado, deviam ter um papel mais interventivo? Parte importante do que tinham

a fazer já fi zeram, ao garantir a

ajuda necessária ao país. Agora,

a complexidade da fase que se

segue, com os recursos naturais e

os interesses que isso gera, põe os

dadores numa posição delicada.

Já se começa a sentir que falta

um unanimismo que lhes era

característico. Penso que começam

a compreender que parte do que

tinham para fazer já está feito,

como ao nível das reformas. Agora

cabe aos moçambicanos pôr as

instituições a andar.

Entrevista Luís Villalobos

“Vai haver uma mudança do Presidente [com a saída de Armando Guebuza após as eleições presidenciais de Outubro], mas o regime vai continuar”, diz o director do CIP, Adriano Nuvunga

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Adriano Nuvunga: Há uma “mescla entre política, poder e economia” p18

“Há uma dimensão cleptocrata na velha elite da Frelimo”

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 16

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Gestor demitido por causa dos swaps pede indemnização de 270 mil euros

O antigo presidente da Metro de

Lisboa e da Carris, demitido há um

ano na sequência da polémica dos

swaps, moveu um processo em tri-

bunal, exigindo uma indemnização

de 270 mil euros por não ter sido

reintegrado no lugar de origem,

como consultor da Refer. José Silva

Rodrigues, que foi responsabilizado

pela contratação de dois instrumen-

tos de cobertura de risco conside-

rados problemáticos, pede ainda

que a gestora da rede ferroviária

nacional o readmita. A empresa já

contestou os argumentos do gestor,

defendendo que o contrato de tra-

balho é nulo.

No processo, que entrou no Tri-

bunal de Trabalho de Lisboa a 14 de

Maio, o ex-presidente da Metro de

Lisboa e da Carris exige ser indemni-

zado por danos patrimoniais, no va-

lor de 67.810,07 euros, pelos salários

e subsídios que não foram pagos en-

tre Junho de 2013 e Abril deste ano e

pelos prémios relativos ao seguro de

saúde. Um montante que aumentará

enquanto a acção decorrer, acrescen-

do-lhe ainda os juros.

Além disso, pede que a Refer lhe

pague um valor “nunca inferior a

200 mil euros” por danos não-patri-

moniais. Silva Rodrigues argumenta

que a situação “foi extremamente pe-

nosa e vexatória” e que “abalou o seu

bom nome e reputação profi ssional

de forma irreversível”, acrescentan-

do que se sentiu “profundamente hu-

milhado e enganado”.

Entre danos patrimoniais e não-

patrimoniais, a indemnização total

atinge 269.680,07 euros. Silva Ro-

drigues exige ainda que o tribunal

reconheça a validade do contrato

de trabalho com a Refer, que decla-

re ilícito o despedimento feito pela

empresa e que a obrigue a reintegrá-

lo. Deixa, no entanto, em aberto a

possibilidade de não aceitar a read-

missão, mas sim uma indemnização

pela cessação de funções. O gestor é

hoje quadro do grupo Barraqueiro,

uma empresa privada que está a ana-

lisar as concessões dos transportes

públicos, nomeadamente da Metro

de Lisboa e da Carris.

O principal argumento do gestor

materializa-se no contrato de traba-

lho fi rmado a 16 de Dezembro de

2004 com a Refer. Nesse documen-

to, assinado pelos vice-presidente e

vogal da empresa na altura, refere-

se que Silva Rodrigues assumiu as

funções de “consultor (...) por tem-

po indeterminado”, sendo-lhe pago

mensalmente “um vencimento base

líquido (...) de 4.800 euros”.

Lugares de recuoNo dia em que o contrato foi assi-

nado, já o gestor era presidente da

Carris — uma função que assumira

em 2003. Como descreve na petição

inicial, o vínculo à Refer foi criado

com “o acordo do então ministro da

tutela”, Carmona Rodrigues. Estes

contratos, que criam os chamados lu-

gares de recuo, eram usuais à época,

permitindo que os trabalhadores não

perdessem o emprego quando con-

cluíam determinadas funções. Ainda

há, aliás, muitos exemplos deste tipo

no Estado, mas o estatuto do gestor

público, em vigor desde 2012, veio

impedir que mais fossem criados.

Silva Rodrigues manteve-se na

presidência da Carris até 2012, ano

em que acumulou a liderança da Me-

tro de Lisboa, depois da fusão ope-

racional das duas transportadoras

públicas. E, por isso, ao contrato de

trabalho assinado com a Refer em

2004 seguiram-se outros três, mas

para efectivar a cedência do gestor.

Num deles, de 26 de Março de 2009

e assinado por Silva Rodrigues, pelo

presidente da Refer e por dois vogais

da Carris na altura, refere-se que a

gestora da rede ferroviária nacional

“cede temporariamente e com ca-

rácter eventual (...) o seu trabalha-

dor que nesta detém a categoria de

consultor para que exerça o cargo de

presidente da Carris”.

O documento estabelecia ainda

que, “cessando o presente acordo

ou em caso de extinção ou cessação

de actividade” da Carris, “o traba-

lhador cuja disponibilidade é cedida

regressa à segunda outorgante”, ou

seja, à Refer. Nesse caso, manteria

“todos os direitos aí detidos”. A 28 de

Silva Rodrigues processou a Refer por não ter sido reintegrado na empresa quando foi afastado da presidência da Metro de Lisboa e da Carris. Gestora ferroviária diz que o contrato de trabalho é nulo

Empresas públicasRaquel Almeida Correia

Setembro de 2012, a cedência foi re-

novada, mas neste caso já dizia tam-

bém respeito à Metro de Lisboa. Os

termos são precisamente os mesmos

da assinada em 2009.

“Decisão política”, diz gestorQuando, no fi nal de Maio do ano

passado, o Governo convocou os

gestores envolvidos na polémica dos

swaps para lhes comunicar a retirada

de confi ança, Silva Rodrigues diz ter

contactado a Refer, com a qual che-

gou a acordo para, “após um curto

período de férias, assumir as suas

funções a 26 de Junho de 2013”. No

entanto, dois dias antes desta data,

recebeu uma carta da empresa a re-

cusar a reintegração.

“Venho pelo presente transmitir

(...) a impossibilidade legal de satisfa-

zer tal pedido por força da invalidade

do contrato de trabalho assinado a

As baixas dos contratos swap

Silva Rodrigues foi apenas um dos três gestores demitidos por causa da polémica dos swaps. O

mesmo aconteceu com o presidente da EGREP, João Vale Teixeira, e com Paulo Magina, ex-administrador da CP. Outros dois secretários de Estado, Paulo Braga Lino e Juvenal Silva Peneda, foram afastados por terem negociado ou autorizado derivados considerados problemáticos na Metro do Porto e na STCP. Mas estes dois últimos voltaram aos lugares de origem: o primeiro é director administrativo da Metro do

Porto e o segundo regressou à CCDR do Norte. A decisão do Governo foi tomada depois de o IGCP ter concluído que 56 dos instrumentos contratados por empresas públicas para proteger a variação das taxas de juro eram de risco. Dois deles foram detectados na Carris, tendo sido subscritos durante a liderança de Silva Rodrigues. O gestor, no entanto, sempre contestou esta tese. No global, os swaps acumularam perdas potenciais de 3000 milhões de euros, reduzidas para 1200 milhões após o cancelamento antecipado de 69 contratos.

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16 de Dezembro de 2004”, lê-se na

missiva da gestora ferroviária. A em-

presa baseia a decisão numa alegada

violação do Código das Sociedades

Comerciais (CSC).

Mais concretamente, no n.º 1 do

artigo 398.º, que determina que “os

administradores não podem exer-

cer, na sociedade ou em sociedades

que com esta estejam em relação de

domínio ou de grupo, quaisquer fun-

ções temporárias ou permanentes ao

abrigo de contrato de trabalho (...)

nem podem celebrar quaisquer des-

ses contratos que visem uma presta-

ção de serviços quando cessarem as

funções de administrador”.

O gestor “não se conforma com a

decisão”, considerando que “o pro-

cedimento adoptado mais não é do

que uma decisão política, à margem

do regime legal aplicável”, e que se

trata de um “despedimento sem justa

Processo movido por Silva Rodrigues (ao centro) vai demorar até ser concluído

DANIEL ROCHA

causa”. Silva Rodrigues entende que

o CSC não se aplica neste caso, mas

sim o regime dos gestores públicos

que esteve em vigor até 2012.

Nessa lei, não se proíbe a celebra-

ção deste tipo de contratos, o que só

veio a acontecer há dois anos, com a

revisão do estatuto destes trabalha-

dores. “Fica claro que, antes desta

alteração, era possível a celebração

de tais contratos de trabalho, quer

com outra empresa do sector empre-

sarial do Estado, quer com a própria

empresa, pelo que nunca seria de

colocar em causa o contrato” com a

Refer, afi rma nas alegações.

O ex-presidente da Metro de Lis-

boa e da Carris conclui que, “exis-

tindo norma especial de direito ad-

ministrativo aplicável à situação [o

regime dos gestores públicos ante-

rior a 2012], não é aplicável o CSC”,

acrescentando ainda que não pode

considerar-se “as empresas públicas

detidas pelo Estado como Estado e

muito menos como estando em re-

lação de grupo”.

A contestação da ReferNa contestação que enviou ao tribu-

nal, depois de uma tentativa fracassa-

da de conciliação entre as partes a 3

de Junho, a Refer diz que o contrato

de trabalho foi “celebrado à revelia da

letra e espírito desta proibição legal”

prevista no CSC, porque a gestora fer-

roviária e a Carris “assemelham-se

na materialidade do seu quotidiano

a um grupo de empresas”.

Além disso, e apesar de reconhecer

que o contrato e as cedências à Carris

e Metro de Lisboa existiram, argu-

menta que Silva Rodrigues “nunca

integrou os quadros” e nunca auferiu

um salário pelas funções de consul-

tor, visto que esteve sempre cedido a

terceiros. “Seria, de facto, estranho,

que [a Refer] viesse agora necessitar

do trabalho [do gestor], quando, de-

corridos quase dez anos, dele nunca

necessitou”, lê-se no documento que

deu entrada a 9 de Junho.

A Refer argumenta que “seria

eticamente chocante” que o gestor

“viesse a benefi ciar das garantias de

um estatuto laboral fi ccionado à som-

bra de um pretenso contrato de tra-

balho que só existiu na forma, care-

cendo de substância”. E diz ainda ser

“alheia à teia noticiosa” em redor da

polémica dos swaps. Por isso, pede

que a acção movida por Silva Rodri-

gues “seja declarada improcedente”

e que a empresa seja “absolvida de

todos os pedidos”, não lhe devendo

“ser assacada (...) qualquer respon-

sabilidade”.

O desfecho deste caso não será co-

nhecido tão cedo, devendo o tribunal

agendar para depois das férias judi-

ciais o julgamento. Silva Rodrigues,

que, contactado pelo PÚBLICO, recu-

sou comentar o processo, incluiu no

lote de testemunhas os dois ex-secre-

tários de Estado dos Transportes que

deram o aval ao acordo de trabalho

com a Refer quando o Governo de

então (liderado por Durão Barroso) o

nomeou para presidir à Carris: Fran-

cisco Seabra Ferreira e Jorge Borrego.

António Mendonça Mendes, antigo

director de pessoal da Refer, Manuel

Frasquilho, ex-presidente da Refer,

CP e Metro de Lisboa, e António San-

tos e Silva, antigo administrador da

Metro de Lisboa e da Carris, também

estão na lista. Já a gestora ferroviá-

ria nacional também indicou o ex-

director de pessoal da Refer e ainda

Alexandra Barbosa, que hoje ocupa

esse cargo. Página 4

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Gestor demitido no caso dos swaps reclama 270 mil euros em tribunalAntigo presidente da Metro de Lisboa e da Carris, demitido na sequência da polémica dos swaps, exige uma indemnização por não ter sido reintegrado no lugar de origem, como consultor da Refer Economia, 16/17

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Maria José Morgadodiz que há “muitodinheiro sujo” nofutebolMaria José Morgado diz que os brasileirosestão a dar uma lição ao Mundo e aosportugueses contra os gastos sumptuosos nofutebol.

Por Marina Pimentel

Maria José Morgado acredita que há “muito dinheirosujo no Mundial do Brasil e no futebol em geral. Para agravar a situação, existe um sentimento deimpunidade em relação à corrupção. Os corruptossentem que não correm grande risco de ir parar àcadeia, ao contrário do que acontece com outroscrimes, o que representa um grande problema paraquem tenta combater o fenómeno, segundo a Directorado DIAP de Lisboa. Maria José Morgado diz que ninguém pode dizer que ofenómeno da corrupção está sob controlo e dá comoexemplo o dinheiro envolvido no Mundial: “Estão emcausa, no mundial, à volta de 5 biliões de dólares.Quem controla esse dinheiro? Quem controla asfabulosas quantias das transmissões e dastransferências dos jogadores? É um mercado altamenteopaco, vulnerável e potenciador da atracção pelodinheiro sujo”. A procuradora Maria José Morgado, que coordenou asinvestigações sobre indícios de corrupção no futebolportuguês a partir do primeiro processo Apito Dourado,diz que as comissões de ética e as estruturas de justiçadesportiva são em geral apenas para fingir. O futebol éque manda e todos concordam que as entidadesreguladoras não chegam para controlar o problema. “Anda muito dinheiro a circular pelo mundo,proveniente das actividades criminosas altamenterentáveis, tráfego de estupefacientes, de pessoas,cibercrime, etc. Não estou a dizer que toda a gente estámetida, estou a falar de patologias. É precisomecanismos para os combater, controlar, prevenir ereprimir, em última instância.” “Temos autoridades desportivas que têm essaobrigação, mas todas concordam que os resultados sãoinsatisfatórios, nomeadamente na questão das fraudesnas transferências de jogadores”, acredita. Apesar de todos os problemas, Maria José Morgado diz

que os brasileiros estão a dar uma lição ao Mundo e aosportugueses contra os gastos sumptuosos no futebol,lembrando que quando criticou os elevados montantesgastos no Euro 2004 foi considerada antipatriótica. Ainda nesta edição do “Em Nome da Lei”, o advogado eprofessor de direito Luís Fábrica diz que os portuguesessão muito tolerantes em relação à corrupção no futebol,ao contrário do que acontece noutros sectores e o juizdesembargador Eurico Reis considera que asorganizações ligadas ao futebol são estados dentro doEstado, o jurista José Manuel Meirim diz queorganizações como a UEFA ou a FIFA não sómovimentam muito dinheiro como representam umenorme poder que quem lá chega não o quer largar.O programa Em Nome da Lei, com edição de MarinaPimentel, vai para o ar depois do noticiário das 12h, aossábados.

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Maria JoséMorgado diz quehá “muito dinheirosujo” no futebol

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Tiragem: 82937

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Área: 10,43 x 30,29 cm²

Corte: 1 de 1ID: 54623206 01-07-2014

Um dos réus diz que queria provar que havia corrupção no cemitério

Um coveiro que presta serviço no

Cemitério de Alverca e um casal re-

sidente na mesma cidade foram, on-

tem, condenados pelo Tribunal de

Vila Franca de Xira pela prática de

crimes de corrupção e de profanação

de cadáver. A juíza responsável pelo

julgamento do caso decidiu aplicar-

lhes penas de multa pelo crime de

profanação e penas de prisão declara-

das suspensas pela prática de crimes

de corrupção activa e passiva.

O processo, com contornos espe-

cialmente invulgares, desenvolveu-se

no fi nal de 2011, quando uma advoga-

da que representava o arguido Ricar-

do Miguel (manobrador de máquinas

de 35 anos) terá contactado a Junta de

Freguesia de Alverca explicando que

o seu cliente estava revoltado com o

alegado desaparecimento de uma

urna com ossadas da sua avó. Terá

dito que pretendia exigir um teste

de ADN para confi rmar a autentici-

dade de ossadas que entretanto lhe

teriam sido indicadas como sendo

da familiar e que levaria o caso a tri-

bunal para exigir uma indemnização

por danos morais. A autarquia local

abriu um inquérito e o coveiro José

Basílio, de 54 anos, declarou, então,

que Ricardo lhe pagara 100 euros,

dois meses antes, para lhe entregar

uma urna com as ossadas da avó. A

junta aplicou uma pena disciplinar

ao coveiro e participou o caso ao Mi-

nistério Público.

Condenados por profanação de cadáver

Já em julgamento, o coveiro confes-

sou que recebeu o dinheiro, por alega-

das difi culdades pessoais e porque o

seu ordenado é “fraco”. E o manobra-

dor de máquinas confi rmou parte da

história, mas explicou que o fez para

demonstrar que havia corrupção no

Cemitério de Alverca e que era fácil

acontecerem ali casos de troca de ur-

nas e de desaparecimento de ossadas.

Acrescentou que desconhecia que a

retirada não autorizada de ossadas

de um familiar de um cemitério era

punida por lei e que, quando soube

disso, voltou a colocar as ossadas da

avó, que guardara numa urna na des-

pensa da sua casas, no cemitério.

A juíza considerou provados quase

todos os factos da acusação mas de-

cidiu absolver a esposa de Ricardo,

Ana Sofi a, da prática, em co-autoria,

de crime de corrupção activa, consi-

derando que apenas se provou que

foi “cúmplice”. “É inviável que a ar-

guida não visse o que o marido trazia

do cemitério”, acrescentou a magis-

trada, referindo que o casal tem um

processo contra a junta de freguesia a

correr no Tribunal Administrativo de

Lisboa, pedindo uma indemnização

por danos morais pelo alegado desa-

parecimento das ossadas da avó.

No caso agora julgado, o tribunal

decidiu condenar o coveiro José Ba-

sílio a uma multa de 500 euros pela

prática de um crime de profanação

de cadáver e a uma pena suspensa

de um ano e dois meses de prisão por

um crime de corrupção passiva. Já Ri-

cardo Miguel foi condenado a uma

pena suspensa de um ano e quatro

meses de prisão por um crime de cor-

rupção activa, e a uma multa de 960

euros por profanação de cadáver. Ana

Sofi a foi condenada pela prática, em

co-autoria, de crime de profanação de

cadáver a uma multa 480 euros.

PAULO PIMENTA

AlvercaJorge Talixa

O coveiro confessou que recebeu 100 euros para entregar a um familiar a urna com as ossadas da avó

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Tiragem: 34438

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

Cores: Cor

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Corte: 1 de 1ID: 54623169 01-07-2014

MP disse que o ex-deputado enriqueceu ilegitimamente

O Ministério Público, que ontem

exigiu uma pena efectiva superior

a cinco anos de prisão para Duarte

Lima, sustentou que aquele arguido

e o empresário Vítor Raposo “enga-

naram” o ex-presidente do BPN Oli-

veira Costa, no “caso Homeland”,

causando “prejuízo patrimonial”

ao banco. O procurador José Niza

disse que ambos “enriqueceram

ilegitimamente”.

O magistrado fundamentou, nas

alegações fi nais do julgamento so-

bre a compra de terrenos em Oeiras

e um fi nanciamento de 42 milhões

de euros do BPN, as razões que o

levaram a considerar que o ex-líder

parlamentar do PSD e o empresário

devem ser condenados.

O MP pediu ao tribunal que con-

dene o antigo deputado pela prá-

tica de quatro dos seis crimes que

lhe são imputados. Duarte Lima es-

tá acusado de três crimes de burla

qualifi cada, um crime de abuso de

confi ança agravado e dois crimes de

branqueamento de capitais. Tam-

bém para Vítor Raposo, sócio de

Duarte Lima, o MP pediu uma pena

superior a cinco anos de prisão por

burla qualifi cada. Em mais de três

horas de alegações, José Niza salien-

tou que o caso “não é uma bagatela

penal”, mas um “crime dos negó-

cios e dos poderosos que afecta a

economia e a sociedade”, inserin-

do-se na criminalidade económi-

Procurador exigecinco anos de prisão para Duarte Limapor enganar BPN

co-fi nanceira grave, com recurso

a sociedades off shores e às novas

tecnologias de comunicação.

Disse ainda que, “pese embora

o pacto de silêncio entre os impli-

cados”, a “abundante prova docu-

mental” e alguns dos depoimentos

das testemunhas permitiram provar

“claramente” a actividade crimino-

sa dos arguidos, revelada com a na-

cionalização do BPN, em Novembro

de 2008. A “conduta enganatória

de Duarte Lima”, “o falso preço do

metro quadrado” dos terrenos, on-

de supostamente iria ser instalado

o IPO, as “falsas sinalizações” do

negócio, o crédito de mais de 40

milhões de euros, concedido pelo

BPN dirigido por Oliveira Costa, e

as “provas do relacionamento pró-

ximo”, entre o ex-deputado e o fun-

dador do BPN, foram momentos-

chave das alegações do MP.

“O projecto permitia que os ar-

guidos não gastassem um cênti-

mo de capitais próprios”, acusou

o procurador, observando que os

principais implicados agiram com

“calculismo, experiência e sabe-

doria”, para, com a “encenação”

do negócio, obterem um “lucro”

avultado. O procurador acusou ain-

da a defesa dos arguidos de tentar

montar “labirintos probatórios” e

uma “encenação documental”. Re-

alçou, porém, que a prova produzi-

da em julgamento e os próprios do-

cumentos no processo “falam por

si” no sentido da culpabilidade de

todos os arguidos, com excepção

de Pedro Lima (fi lho de Duarte Li-

ma). Para o MP, não se provou o

envolvimento directo de Pedro Li-

ma no negócio. Apesar de este ter

assinado “quilos de documentos”,

não esteve presente nas reuniões,

não havendo certeza de que o pai,

Duarte Lima, lhe tivesse contado o

estratagema.

Foram também pedidas conde-

nações a penas não superiores a

cinco anos de prisão para os res-

tantes três arguidos ( João e Pedro

Almeida e Paiva e Francisco Canas),

com possibilidade de aplicação de

pena suspensa, caso estes arguidos

devolvam o que auferiram ilegiti-

mamente com os ilícitos criminais

de que estão acusados. No fi nal, So-

ares da Veiga, advogado de Duarte

Lima, considerou “pesada” a pena

pedida pelo procurador.

Por outro lado, Rogério Alves, ad-

vogado de Pedro Lima, mostrou-se

“satisfeito” com o pedido de absol-

vição do MP para o seu cliente, con-

siderando a decisão um acto “justo

e de lucidez”. PÚBLICO/LUSA

“Caso Homeland”

MP diz que ex-deputado burlou o banco com crédito de mais de 40 milhões para terrenos em Oeiras

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A13

Tiragem: 82937

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

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Tiragem: 82937

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

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Área: 12,24 x 3,71 cm²

Corte: 2 de 2ID: 54623745 01-07-2014

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 7

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Corte: 1 de 1ID: 54623841 01-07-2014

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Tiragem: 31363

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

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Corte: 1 de 2ID: 54623542 01-07-2014

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Tiragem: 31363

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

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Área: 10,46 x 14,10 cm²

Corte: 2 de 2ID: 54623542 01-07-2014

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A18

Tiragem: 31363

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 9

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Corte: 1 de 1ID: 54623502 01-07-2014

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Tiragem: 148956

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 21

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Tiragem: 125000

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Âmbito: Desporto e Veículos

Pág: 37

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Corte: 1 de 1ID: 54624939 01-07-2014

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Tiragem: 125000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Desporto e Veículos

Pág: 36

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Tiragem: 34442

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

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Área: 10,63 x 30,15 cm²

Corte: 1 de 1ID: 54641645 02-07-2014

A compra dos submarinos é o principal objecto do inquérito

O PS propôs que a comissão de in-

quérito parlamentar à compra de

equipamentos militares, como os

submarinos e os Pandur, solicite

à justiça alemã o despacho de acu-

sação do Ministério Público da Ale-

manha e a sentença que condenou

alguns responsáveis por corrupção

no caso das contrapartidas pela ven-

da de submarinos. “Tendo havido

condenações por crime de corrup-

ção e tendo sido punidos os autores

de actos de corrupção, é importante

analisar o como e em que circunstân-

cias e eventualmente, com base nes-

ses dados, interrogá-los sobre quem

corromperam em Portugal”, afi rmou

o deputado do PS José Magalhães, em

declarações à Lusa.

Na reunião de ontem da comissão

de inquérito, foram aprovadas por

unanimidade as propostas de depu-

tados da maioria PSD/CDS-PP, PS e

PCP para ouvir cerca de 40 persona-

lidades, devendo começar pelos che-

fes militares e ex-ministros da Defesa.

Na reunião, José Magalhães argumen-

tou que, além dos decisores políticos,

será necessário ouvir consultores e

peritos que fundamentaram juridi-

camente as necessidades contratuais,

os responsáveis ministeriais com in-

tervenção na contratação e entidades

privadas.

A lista de audições propostas pelo

PS centra-se nos intervenientes liga-

PS pede processo alemãodas contrapartidasà venda de submarinosa Portugal

dos aos contratos dos submarinos e

viaturas blindadas Pandur durante o

Governo de coligação liderado por

Durão Barroso e no qual Paulo Por-

tas era ministro da Defesa, que era

o âmbito do inquérito inicialmente

proposto pelos socialistas. O objecto

da comissão de inquérito sofreu de-

pois modifi cações, por proposta da

maioria PSD/CDS-PP, para abranger

todos os contratos desde há cerca de

15 anos: P3 Orion, helicópteros EH101,

Torpedos, C295, aviões F-16, submari-

nos e viaturas blindadas Pandur.

A lista de audições proposta pelo

PSD/CDS-PP inclui o almirante Luís

Macieira Fragoso, chefe do Estado-

Maior da Armada, o general Carlos

Jerónimo, chefe do Estado-Maior do

Exército, o general José Pinheiro, che-

fe do Estado-Maior da Força Aérea. A

lista inclui também os ex-ministros da

Defesa António Vitorino, Jaime Gama,

Júlio Castro Caldas, Rui Pena, Paulo

Portas, Luís Amado, Nuno Severiano

Teixeira, Augusto Santos Silva, José Pe-

dro Aguiar-Branco. Os ex-presidentes

da comissão permanente de contra-

partidas Francisco Barroso de Sousa

Gomes, José de Melo Torres Campos,

Pedro Brandão Rodrigues, Rui Neves

e Pedro Catarino, o ex-director-geral

do Armamento e Infra-estruturas de

Defesa, vice-almirante Carlos Viegas

Filipe e o atual, major-general Gravita

Chambel, serão também ouvidos.

O ex-administrador da Ferrostaal

Johann-Friedrich Haun e o ex-pro-

curador Hans-Peter Muehlenbeck,

julgados por suborno, integram a lis-

ta proposta pelo PS, entre outros. O

presidente da comissão, Telmo Cor-

reia, irá agendar o primeiro lote de

audições aos chefes militares, com o

objectivo de ouvir o maior número de

pessoas possível ainda em Julho.

Parlamento

Comissão de inquérito aprova audições a 40 personalidades, a começar pelos antigos e actual ministros da Defesa

DANIEL ROCHA

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Tiragem: 34438

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 21

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Área: 27,50 x 30,68 cm²

Corte: 1 de 2ID: 54641799 02-07-2014

Ex-Presidente Nicolas Sarkozy detido para interrogatório judicial

PASCAL PAVANI/AFP

Os aliados de Sarkozy falam de uma campanha para minar o seu regresso à liderança da direita francesa e ao Eliseu

O ex-Presidente francês Nicolas

Sarkozy foi detido ontem para ser

interrogado por investigadores an-

ticorrupção, algo sem precedentes

numa investigação a um antigo Pre-

sidente em França. Sarkozy é sus-

peito de “tráfi co de infl uência” e

“violação do segredo de justiça”. A

imprensa francesa fala da suspeita

de existência de uma “rede de in-

formadores” que mantinha Sarkozy

e o seu advogado a par dos desen-

volvimentos de processos judiciais

contra si.

Sarkozy, de 59 anos, compareceu

perante os investigadores em Nan-

terre, perto de Paris, para o inter-

rogatório de ontem, às 8h de Paris

(menos uma hora em Lisboa), e fi -

cou sob custódia judicial. Pela lei,

pode fi car detido para interrogató-

rio por um período de 24 horas, com

uma possível extensão por mais um

dia. No entanto, ninguém esperava

que dormisse na prisão – os investi-

gadores deveriam deixá-lo passar a

noite em casa.

No dia anterior, o advogado do

antigo Presidente, Thierry Her-

zog, e dois altos magistrados foram

também detidos e interrogados por

suspeitas de tráfi co de infl uências e

violação do segredo de justiça, se-

gundo a agência francesa AFP. Estes

continuaram detidos.

A investigação começou no iní-

cio do ano passado, quando foram

ordenadas escutas a Sarkozy no

âmbito do caso de suspeitas de fi -

nanciamento ilegal, no valor de 50

milhões de euros, da campanha pre-

sidencial de 2007 pelo então ditador

líbio, Muammar Khadafi . Estas escu-

tas já tinham sido um passo inédito

contra um antigo Presidente.

Os investigadores aperceberam-se

então de que Sarkozy tinha infor-

mações sobre o processo líbio (que

ainda decorre) e ainda sobre outro

caso de possíveis irregularidades,

de verbas dadas ao seu partido pela

herdeira da L’Oréal, Liliane Betten-

court (caso entretanto encerrado

com Sarkozy ilibado). O jornal Le

Monde diz que, nas conversas es-

cutadas, Sarkozy se refere mesmo

a alguém bem colocado que lhe da-

ria informações no âmbito do pro-

cesso líbio.

Azibert, que as agendas poderiam ser

usadas nos outros processos.

Recentemente, foi aberta mais

uma investigação ao antigo Presi-

dente, esta sobre alegadas irregu-

laridades no fi nanciamento da sua

campanha eleitoral de 2012, em que

foi derrotado pelo actual Presidente,

François Hollande.

Apesar de vários políticos france-

ses se terem envolvido em casos de

corrupção e utilização ilícita de ver-

bas, a imprensa francesa nota que é

a primeira vez que um antigo Presi-

dente está sob custódia policial, ain-

da que apenas para ser interrogado

– tal como não é conhecido nenhum

caso de escutas telefónicas feitas a

um antigo Presidente (a instituição

é reverenciada e a imunidade presi-

dencial é forte). Jacques Chirac, por

exemplo, chegou a ser condenado,

já depois de deixar a Presidência da

República, por um escândalo de cor-

rupção enquanto era presidente da

Câmara de Paris. A pena de prisão

de 2011 foi suspensa e Chirac nunca

chegou a ser detido.

Tudo isto acontece quando Sarko-

zy, que foi Presidente de 2007 a 2012,

se prepararia para voltar à liderança

do seu partido, UMP (conservador),

em Outubro e concorrer de novo à

Presidência em 2017, com sondagens

a mostrar que é mais popular do que

Hollande. Isto leva os seus apoiantes

a dizer que a campanha é motivada

politicamente. Christian Estrosi, pre-

sidente da Câmara de Nice, escreveu

na sua conta do Twitter: “Nunca ne-

nhum antigo Presidente foi vítima de

tal tratamento, de tanto ódio.”

O escândalo também prejudica o

partido no Governo. A ministra da

Justiça tentou distanciar-se, dizendo

que nada sabia das escutas, quando

se sabe agora que já tinha sido disso

informada.

Acção sem precedentes visa determinar se o antigo Presidente francês tentou obter acesso a informação sobre uma investigação judicial relativa a fi nanciamento de campanha

FrançaMaria João Guimarães

magistrados agora interrogados, Gil-

bert Azibert, em troca de informação

sobre o “caso Bettencourt”.

A investigação deverá ainda escla-

recer outra suspeita, de que Azibert

teria não só passado informação mas

teria também tentado benefi ciar o

ex-Presidente numa decisão sobre se

a manutenção, nas mãos da Justiça,

das agendas de Sarkozy investigadas

no âmbito do “caso Bettencourt” se-

ria ilegal, por contrariar a imunidade

presidencial (que se mantém para

acções levadas a cabo durante a pre-

sidência, mesmo que o Presidente

já não exerça o cargo). As agendas

seriam úteis nos casos do alegado fi -

nanciamento líbio e ainda num outro

envolvendo o empresário Bernard

Tapie e a então ministra das Finan-

ças, agora directora do FMI, Christi-

ne Lagarde.

Os tribunais acabaram, no entan-

to, por decidir, contra a opinião de

Nicolas Sarkozy é suspeito de “tráfi co de infl uências” e “violação do segredo de justiça”

Suspeita-se de que Sarkozy tenha

sido alertado para o facto de o seu

telefone estar sob escuta. O ex-Presi-

dente e o seu advogado compraram

discretamente telefones sob nomes

falsos (Sarkozy era Paul Bismuth),

através dos quais terão chegado a

combinar conversas para terem no

telefone que sabiam ser escutado.

Sarkozy, pensam ainda os investi-

gadores, terá prometido um cargo de

prestígio, no Mónaco, a um dos altos

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Acção sem precedentes visa determinar se o antigo Presidente francês tentou aceder a informação sobre uma investigação relativa ao fi nanciamento da campanha presidencial de 2007 p21

Nicolas Sarkozy detido para interrogatório

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Nicolas Sarkozy denuncia ‘instrumentalização política da justiça’

STEPHANE DE SAKUTIN/AFP

“Tudo isto foi feito para dar uma imagem de mim que não corresponde à realidade”, disse o ex-Presidente francês

Depois de ter sido detido na terça-

feira e interrogado durante cerca de

15 horas, o ex-Presidente francês foi

constituído arguido por suspeita de

corrupção e de tráfi co de infl uências.

Ontem ao fi m do dia, Nicolas Sarkozy

quebrou o silêncio para clamar ino-

cência e denunciar “a instrumenta-

lização política da justiça”.

A acusação é diferente das de ou-

tros seis casos em que o antigo chefe

de Estado está a ser investigado, de

fi nanciamento ilegal de campanhas

ou do partido. E a pergunta que está

na cabeça de todos é se este caso será

o travão às cada vez mais evidentes

ambições presidenciais do antigo

Presidente. Nas palavras do próprio

Sarkozy, o objectivo dos seus inimi-

gos políticos do Governo socialista

terá sido esse mesmo: travar o seu

regresso à liderança da UMP (direi-

ta) e ao palco principal da política

francesa.

“Tudo isto foi feito para dar uma

imagem de mim que não correspon-

de à realidade”, disse o ex-Presiden-

te em entrevista à TF1 e à Europe 1.

“Nunca cometi um acto contrário aos

princípios republicanos ou ao Estado

de direito”, garantiu.

O caso provoca grande comoção

em França, onde a instituição do

Presidente tem especial prestígio e

onde há uma forte protecção da sua

imunidade. Jacques Chirac, outro

antigo Presidente condenado, foi-o

por acções cometidas enquanto pre-

sidente da câmara de Paris, e aca-

bou por ser condenado a uma pena,

suspensa, de prisão, não chegando

a ser detido. Sarzoky foi ouvido na

segunda-feira e, após chegar ao ga-

binete anticorrupção da Polícia Judi-

ciária em Nanterre, fi cou detido para

interrogatório. “A noite passada que

me foi reservada convenceu-me a fa-

lar aqui e agora para dizer que estou

profundamente chocado e que não

exijo nenhum privilégio. Há uma

vontade de me humilhar”, disse Sa-

rkozy, comentando a sua detenção.

“Se cometi falhas, assumirei todas

as consequências, não sou um ho-

mem que fuja às suas responsabili-

dades.”

Na noite de terça-feira, depois de

questionado, o ex-Presidente foi con-

te que as agendas de Sarkozy, usadas

no âmbito do caso Bettencourt, que

terminou com Sarkozy ilibado, não

pudessem ser usadas noutros pro-

cessos que decorrem ainda, como

o do fi nanciamento líbio — algo que

benefi ciaria o antigo Presidente. A

decisão acabou por ser a contrária e

as agendas poderão ser usadas.

As escutas a outros responsáveis

revelaram ainda várias tentativas de

pessoas próximas de Sarkozy de se

informarem sobre o processo líbio,

interpelando directamente os inves-

tigadores.

Uma das principais razões para a

constituição de Sarkozy como argui-

do terá sido a utilização de um segun-

do telefone registado num nome fal-

so, com o qual tinha conversas com

o seu advogado, que tinha também

outro telefone com outro nome. Nu-

ma delas, ainda segundo as escutas,

teriam combinado conversas para ter

duzido ao Tribunal de Grande Instân-

cia de Paris, onde chegou por volta

das 23h30 (hora de Paris, menos

uma hora em Lisboa), e foi constitu-

ído arguido por violação do segredo

profi ssional, corrupção e tráfi co de

infl uência activos, segundo um co-

municado citado pela agência france-

sa AFP. Estes crimes têm penas que

podem ir até dez anos de prisão.

Sarkozy deixou o local pelas 2h da

manhã, 18 horas depois do início do

período de detenção (que poderia

ser de 24 horas, extensível por mais

24), sem estar submetido a quaisquer

medidas de controlo judiciário, indi-

cava ainda o comunicado.

O processo segue agora para a fase

de instrução, e depois um juiz decidi-

rá se formaliza uma acusação ou não.

Sarkozy já esteve neste papel, no caso

de alegado aproveitamento de fragi-

lidade da herdeira da L’Oréal Liliane

Bettencourt, mas o caso acabou por

nos telefones normais, mostrando

saber que estavam sob escuta.

Pelo timing da investigação, no mo-

mento em que parecia evidente que

Sarkozy se preparava para concorrer

à liderança da UMP como primeiro

passo para uma nova candidatura

presidencial, os seus apoiantes cri-

ticam-na como tendo um objectivo

político. O Partido Socialista, no po-

der, nega qualquer interferência —

mas quando surgiram notícias das

escutas a ministra da Justiça negou

saber da sua existência, o que acabou

por prejudicar o Governo, já que se

sabe agora que Christiane Taubira ti-

nha sido informada. Para o Financial

Times, tudo isto contribui para o des-

crédito da classe política, muito invo-

cado para o crescimento da Frente

Nacional, e sublinha que as hipóteses

de Marine Le Pen poder ser uma sé-

ria candidata à presidência em 2017

não devem ser menorizadas.

Ex-Presidente francês foi constituído arguido por suspeita de corrupção e de tráfi co de infl uências. “Há uma vontade de me humilhar”, disse, apontando o dedo aos seus inimigos do Governo socialista

FrançaMaria João Guimarães e Joana Amado

não seguir para julgamento.

Agora, está em causa uma alegada

tentativa de Sarkozy de obter infor-

mações sobre processos em que era

investigado — do caso das suspeitas

de fi nanciamento ilegal do antigo di-

tador líbio Muammar Khadafi à sua

campanha para as presidenciais de

2007 às verbas dadas por Liliane Bet-

tencourt, herdeira da L’Oréal. Escu-

tas ao seu telefone feitas no início do

ano passado pareciam mostrar que

o Presidente tinha informação sobre

os processos e referiu-se mesmo a

alguém que lhe daria essas informa-

ções.

O juiz AzibertMais: há suspeitas ainda de que pro-

meteu um cargo a um alto magistra-

do — Gilbert Azibert, também cons-

tituído arguido — para não só lhe dar

informação como para infl uenciar o

processo. Azibert pediu recentemen-

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Tiragem: 34442

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

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Área: 5,14 x 4,81 cm²

Corte: 2 de 2ID: 54661490 03-07-2014

Suspeito de corrupção e de tráfi co de infl uências, o ex-Presidente aponta o dedo aos socialistas. “Há uma vontade de me humilhar” p22

Sarkozy diz-se vítima de uma justiça instrumentalizada

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Tiragem: 34442

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 25

Cores: Cor

Área: 4,97 x 13,18 cm²

Corte: 1 de 1ID: 54661270 03-07-2014

A infanta Cristina, irmã do rei de Es-

panha, Felipe VI, apresentou ontem

um recurso contra a manutenção da

acusação por fraude fi scal e branque-

amento de capitais, pronunciada

contra si no dia 25 de Junho e que

a poderá levá-la a um julgamento

inédito no âmbito do “caso Nóos”,

que também envolve o seu marido,

Iñaki Urdangarin. O seu advogado,

Miquel Roca, reafi rmou a convicção

na inocência da fi lha de Juan Carlos,

que abdicou a 19 de Junho a favor do

fi lho. “Não se trata de uma questão

de optimismo ou de pessimismo.

Trata-se de ter a certeza absoluta da

inocência da nossa cliente”, afi rmou

Roca. “Estamos convencidos que a

Audiência [de Palma de Maiorca] vai

pronunciar-se a favor daquilo que

consideramos justo.”

Infanta apresenta recurso no “caso Nóos”

Espanha

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Tiragem: 13045

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 25

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Área: 5,53 x 12,06 cm²

Corte: 1 de 1ID: 54661660 03-07-2014

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Tiragem: 82688

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 32

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Área: 21,87 x 18,38 cm²

Corte: 1 de 1ID: 54661735 03-07-2014

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Tiragem: 82688

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 32

Cores: Cor

Área: 4,35 x 6,55 cm²

Corte: 1 de 1ID: 54661762 03-07-2014

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 26

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Área: 24,40 x 32,40 cm²

Corte: 1 de 1ID: 54662073 03-07-2014

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

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Tiragem: 82688

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 26

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Área: 9,17 x 31,51 cm²

Corte: 1 de 1ID: 54680311 04-07-2014

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 16

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 17

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 18

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 19

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

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Área: 24,06 x 31,97 cm²

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

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Área: 23,01 x 20,90 cm²

Corte: 6 de 6ID: 54680709 04-07-2014

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

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Área: 4,98 x 8,54 cm²

Corte: 1 de 1ID: 54681125 04-07-2014

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Tiragem: 148956

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 28

Cores: Cor

Área: 21,34 x 31,53 cm²

Corte: 1 de 1ID: 54681171 04-07-2014

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Tiragem: 125000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Desporto e Veículos

Pág: 37

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Área: 5,24 x 10,90 cm²

Corte: 1 de 1ID: 54682243 04-07-2014

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Tiragem: 82688

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

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Área: 4,12 x 20,87 cm²

Corte: 1 de 1ID: 54697912 05-07-2014

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Tiragem: 97150

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

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Tiragem: 31025

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 19

Cores: Cor

Área: 4,95 x 12,59 cm²

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Tiragem: 34442

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 27,14 x 30,61 cm²

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Restaurante do Parque Eduardo VII foi entregue a empresa sem actividade

Normal é o único qualifi cativo que

não se pode aplicar à forma como

decorreu o processo através do qual

a Câmara de Lisboa concessionou o

direito de construir o restaurante de

luxo inaugurado em Novembro de

2004 no Jardim do Alto do Parque

Eduardo VII. Se o programa da hasta

pública lançada em 1999 pelo execu-

tivo de João Soares tivesse sido res-

peitado, a empresa vencedora nem

sequer teria sido admitida a concur-

so. Mas mesmo que preenchesse os

requisitos para concorrer e tudo ti-

vesse sido normal no procedimento,

a sua proposta não teria ganho.

A sociedade a quem foi atribuída a

concessão, a Estalagem de Monsaraz

Ld.ª (EM Ld.ª) — depois adquirida pe-

los proprietários do Eleven — nunca

tinha tido qualquer actividade, pelo

que não podia satisfazer parte das

condições exigidas para participar na

hasta pública. Além disso, o simples

facto de não ter qualquer experiência

no sector da restauração, apesar de

ter declarado o contrário, e pratica-

mente não ter apresentado garantias,

devia tê-la empurrado para segundo

ou terceiro lugar.

Os documentos ofi ciais que terá

apresentado para concorrer, mas

cuja obtenção não poderia conse-

guir em circunstâncias normais por

nunca ter tido actividade, desapare-

ceram dos processos camarários.

João Alberto Correia, o arquitecto

que três dias antes da hasta pública

de 1999 fora nomeado gerente da EM

Ld.ª, fi rma então pertencente a dois

dos seus irmãos, era fi lho de João Ro-

sado Correia, antigo ministro do PS

e ex-grão-mestre do Grande Oriente

Lusitano, falecido em 2002.

O arquitecto, também ele desta-

cado maçon, ocupou até Fevereiro

deste ano o lugar de director-geral

de Infra-estruturas e Equipamentos

do Ministério da Administração In-

terna, nomeado pelo antigo ministro

socialista Rui Pereira — igualmente

maçon — e encontra-se preso preven-

tivamente desde o início de Maio, por

suspeitas de corrupção relacionadas

com o cargo de que se demitiu há

quatro meses.

O programa do concursoO programa da hasta pública lançada

para escolher o concessionário do

“direito de ocupação, concepção,

construção e exploração do restau-

rante do Jardim do Alto do Parque

Eduardo VII” foi publicado no Bole-

tim Municipal em Junho de 1999. Pa-

ra lá de elencar os documentos que

tinham de ser apresentados com a

proposta de renda mensal a pagar

pela concessão, e sem os quais a pro-

posta seria considerada nula, o pro-

grama estabelecia os cinco critérios

que seriam tidos em conta na selec-

ção do concessionário. O escolhido

teria o direito de ali construir e ex-

plorar um restaurante durante vinte

anos, prorrogáveis por períodos de

dez, fi ndos os quais o edifício teria

de ser entregue ao município.

Entre os documentos obrigatórios,

além do anteprojecto do restauran-

te, encontrava-se a “prova de que

[o concorrente] não se encontra em

dívida à Fazenda Nacional por con-

tribuições e impostos liquidados nos

últimos três anos” e, no caso de se

tratar de uma empresa, “documento

comprovativo da entrega da Declara-

ção de Rendimentos”, nos termos do

código do IRC, bem como a prova de

ter as contribuições para a Segurança

Social regularizadas.

Quanto às regras da adjudicação, o

programa estipulava que ela seria fei-

ta à “proposta mais vantajosa”. E esta

seria escolhida em função de cinco

critérios ordenados de forma decres-

cente de importância: integração do

projecto no parque — o mais impor-

tante de todos; garantias oferecidas

pelos concorrentes em relação à boa

execução e qualidade técnica do pro-

jecto; experiência na exploração de

“equipamentos congéneres”; prazo

de execução; e preço proposto.

No que respeita à experiência em

“estabelecimentos congéneres”, o

documento nada mais dizia, não ex-

plicitando o género, ou a categoria,

do restaurante a construir.

A 2 de Setembro de 1999, véspe-

ra da hasta pública, João Correia fez

chegar a câmara a sua proposta de

Concessão daquele que veio a ser o Eleven foi ganha em 2001 por empresa que se registou nas Finanças na véspera do concurso. Pertencia a fi lhos de ex-ministro e ex-grão-mestre da Maçonaria

Câmara de Lisboa José António Cerejo

Um dos concorrente preteridos chegou a ponderar apresentar uma que

”Houve ali fretes e compadrios, interesses que me ultrapassaram”, diz o empresá

“Cheguei a preparar uma queixa-crime contra a câmara, mas depois aconselharam-me a não

me meter nisso porque havia política no caso”. Esta é uma das recordações do empresário Abílio Fernandes, dono de vários restaurantes em Lisboa e no Algarve, relativamente à forma como decorreu a hasta pública destinada a escolher o

concessionário do restaurante do Parque Eduardo VII. O então dono da mariscaria Lagosta Real, na Baixa de Lisboa, contactado pelo PÚBLICO, não hesitou em afirmar: “Houve ali fretes e compadrios, interesses que me ultrapassaram.” Abílio Fernandes afirma que ficou “muito incomodado com a situação” e lembra que antes de pensar na queixa-crime, quando

soube a quem a concessão ia ser entregue, apresentou uma reclamação escrita à câmara. Entre os argumentos usados nessa reclamação encontra-se o facto de o júri não ter respeitado, no caso da Estalagem de Monsaraz Ld.ª (EM Ld.ª), a decisão que havia tomado de atribuir a pontuação mínima aos concorrentes que não respondessem aos pedidos de

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Empresa que ganhou a hasta pública tinha o mesmo nome que uma estalagem existente em Monsaraz, mas não era ela que a explorava

NUNO FERREIRA SANTOSrenda de cerca de 300 euros mensais

(60 mil escudos, que era o valor da

base de licitação), acompanhada de

vários documentos. A proposta era

apresentada por aquele arquitecto,

na qualidade de gerente e em nome

da EM Ld.ª. Os donos desta socie-

dade eram dois dos seus irmãos, os

quais o tinham nomeado gerente três

dias antes, a 30 de Agosto.

A proposta e alguns outros docu-

mentos eram apresentados em papel

timbrado da Estalagem de Monsaraz,

uma pequena unidade hoteleira exis-

tente naquela vila alentejana, que

nunca fora detida ou explorada pela

fi rma homónima, embora o dono do

edifício fosse João Correia.

Documentos desaparecidosA prova da entrega da declaração de

IRC não foi apresentada, conforme se

depreende do índice dos documen-

tos entregues, anexo a um dos pro-

cessos camarários consultados pelo

PÚBLICO. Porém, de acordo com

esse índice, João Correia entregou

o comprovativo da inexistência de

dívidas ao fi sco e à Segurança Social,

facto que, pelo menos no respeitante

às Finanças, a ter acontecido, tam-

bém seria tudo menos normal.

Isto porque a declaração de início

de actividade da EM Ld.ª foi feita nas

Finanças na véspera da hasta públi-

ca, conforme cópia junta à proposta

por João Correia, razão pela qual a

fi rma também não podia ter feito a

declaração de IRC no ano anterior.

As declarações de inexistência de

dívidas às Finanças e à Segurança So-

cial, bem como a certidão do registo

comercial da fi rma, documentos que

estão no índice como se tivessem sido

entregues e que eram obrigatórios,

não se encontram actualmente nos

processos arquivados na autarquia.

Questionada sobre o paradeiro

destas e outras peças dos processos,

a câmara, através do Departamento

de Comunicação, respondeu: “Esses

documentos não foram encontrados,

ninguém sabe onde é que eles estão”.

Mas mesmo que tivessem sido entre-

gues em 1999, sempre teria faltado a

declaração de IRC, o que, só por si,

implicaria, nos termos do programa

do concurso, que a proposta fosse

considerada nula.

Não foi esse o entendimento da Co-

missão de Abertura das propostas,

que incluía uma jurista do município

actualmente ao serviço do Tribunal

de Contas e que deliberou admitir

as três propostas apresentadas — a

da EM Lda, e as dos empresários de

restauração Alfredo de Jesus (já fa-

lecido) e Abílio Fernandes, ambas

apresentadas em nome individual.

A não entrega da declaração de

IRC foi confi rmada ao PÚBLICO por

João Correia, através do seu advoga-

do, Pedro Matos Ferreira, A socieda-

de “não tinha que apresentar” esse

documento, “facto que, aliás, estava

expressamente previsto na alínea b)

do artigo 6.º do programa do con-

curso”, alegou, por escrito, o antigo

gerente.

E para ser mais concreto transcre-

veu aquilo que diz ser a alínea em

causa: “Na falta deste documento de-

ve ser entregue cópia da declaração

de inscrição no Registo [comercial].”

Esta norma, aliás, acrescentou, “de-

monstra claramente que (...) não ha-

via qualquer impedimento a que a

sociedade tivesse iniciado a activi-

dade naquela altura”.

Sucede que a mencionada alínea

do programa, bem como o restan-

te articulado que está publicado no

Boletim Municipal, nada diz que se

pareça, de perto ou de longe, com a

frase citada por João Correia. Coloca-

do perante este facto, o seu advogado

afi rmou que “a frase em questão foi

retirada do programa do concurso

elaborado pelo Gabinete de Apoio

Jurídico da Direcção Municipal de

Ambiente Espaços Verdes da CML,

onde consta o despacho a mandar

publicar no Boletim Municipal. Não

se recorda o sr. Prof. Arqt.º João Al-

berto Correia se o que foi publicado

no Boletim Municipal referido cor-

responde exactamente ao teor desse

documento, pois passaram mais de

20 anos e, atendendo ao curto es-

paço de tempo em que as respostas

foram solicitadas e ao facto de estar

preso, teve de trabalhar com a do-

cumentação que ainda tinha em seu

poder”. Em todo o caso, realça Matos

Ferreira, “o fundamental é que a EM

Ld.ª, quando se candidatou a esta

hasta pública, não tinha quaisquer

dívidas à Fazenda Nacional ou à Se-

gurança Social”.

Informação privilegiada?Independentemente do facto de o

programa que tem validade jurídica

ser o que foi publicado, a resposta de

João Correia parece indiciar que ele

terá tido acesso a dados referentes ao

concurso que não eram públicos.

O ex-gerente da empresa garan-

te, no entanto, que “a Estalagem de

Monsaraz Ld.ª entregou toda a do-

cumentação exigida no programa

da hasta pública, incluindo as de-

clarações de inexistência de dívidas

à Fazenda Nacional e à Segurança So-

cial”. O mandatário de João Correia

adianta mesmo que “tais declarações

eram aliás desnecessárias e perfeita-

mente substituíveis pela cópia da de-

claração de início de actividade que

também foi junta à proposta apresen-

tada”. Isto porque, sustenta, “tendo

a sociedade iniciado a actividade nes-

sa altura não poderia ter dívidas de

impostos ou de contribuições para a

Segurança Social”.

Este argumento falece de imedia-

to, na medida em que, por um lado,

o programa exigia aqueles documen-

tos, bem como a declaração de IRC,

como condição de admissibilidade

da proposta e, por outro, a experi-

ência no sector da restauração era

um dos factores que contribuía para

escolher o vencedor.

Ora se a empresa concorrente ti-

nha iniciado a sua actividade no dia

anterior não podia deter qualquer

experiência, ao contrário do que se

lê na declaração assinada por João

Correia, onde está escrito que ela

tem como “fi liais” a “Estalagem de

Monsaraz ****” e o “Convento da

Orada ****”.

Acresce que a unidade hoteleira

em questão e o Convento da Orada,

também situado junto a Monsaraz,

ainda que tendo ligações a João Cor-

reia e a uma fundação criada pelo

seu pai, não podiam ser “fi liais” c

João Correia declarou-se gerente de uma empresa com duas supostas fi liais em Monsaraz, mas nem sequer estava colectada nas Finanças

eixa-crime contra a câmara

ário, que desistiu da queixa para não ter problemasesclarecimento que lhes tinha dirigido, quanto à experiência dos concorrentes e aos prazos previstos para a abertura do restaurante. A câmara, porém, indeferiu em 2001, com as abstenções dos vereadores do PSD e do CDS, a reclamação apresentada. A decisão teve por base um parecer redigido por um dos seus juristas, que considerou não haver contradição nas

decisões do júri. A reclamação de Abílio Fernandes é outro dos documentos que desapareceram dos arquivos camarários (ver texto principal), bem como os pedidos de esclarecimento dirigidos aos concorrentes pelo júri e restante correspondência com eles trocada. Os serviços de Notariado e de Espaços Verdes procuraram-no durante semanas mas não os encontraram.

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País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

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Corte: 3 de 3ID: 54705337 06-07-2014

A empresa que ganhou a hasta públi-

ca do Parque Eduardo VII, e que veio

a transformar-se na actual Eleven SA,

tem uma história pouco comum. Um

dos seus fundadores garante que

nunca vendeu a quota que lá tinha,

embora a venda da mesma tenha si-

do objecto de escritura notarial.

Criada em 1991 por João Correia e

José Conchinha, a empresa recebeu

o nome de Reguengos Hotel Ld.ª e

tinha por objecto a construção de um

hotel. O projecto foi depois abando-

nado e a sociedade não chegou a

registar-se nas Finanças.

Foi esta empresa que, em 1993,

mudou o nome para Estalagem de

Monsaraz Ld.ª (EM Ld.ª), na sequên-

cia da celebração de uma escritura

em Portel, de acordo com a qual José

Conchinha vendeu a sua quota, por

500 mil escudos, a um irmão de João

Correia, e este vendeu a sua, pelo

mesmo valor, a uma irmã.

José Conchinha, porém, garante

que isso nunca aconteceu. “Eu nunca

vendi quota nenhuma, não conheço

o irmão do senhor João Correia de

parte nenhuma e nunca entrei no

Cartório de Portel”, garante o em-

presário, dono de várias pastelarias

e outros negócios em Reguengos de

Monsaraz. Segundo disse ao PÚBLI-

CO, que lhe enviou uma cópia da

escritura assinada por ele, “a assi-

natura que lá está só pode ter sido

falsifi cada”. Confrontado com estas

de uma empresa que só então

iniciou a sua actividade. O Convento

da Orada, aliás, nunca teve qualquer

restaurante a funcionar.

O advogado de João Correia garan-

te, contudo, que “a proposta não ti-

nha quaisquer elementos falsos”,

argumentando que “a experiência

de uma sociedade mede-se também

pela experiência dos seus responsá-

veis”. No caso concreto, salienta,

João Correia “era quem explorava

quer a Estalagem de Monsaraz, quer

o Convento da Orada”. Quanto a es-

te, afi rma que “embora não tenha

um restaurante aberto ao público,

sempre serviu refeições às pessoas

que aí fi cavam hospedadas”.

Além da EM Ld.ª, concorreram

dois empresários há muitos anos

implantados no sector da restaura-

ção, designadamente em Lisboa, que

apresentaram todos os documentos

exigidos pela câmara. Alfredo de Je-

sus, então dirigente da associação

empresarial do ramo (ARESP), era

proprietário de uma rede de paste-

larias e restaurantes, e Abílio Fer-

nandes era dono de casas conheci-

das, como a Lagosta Real, a Gamba

d’Ouro, ou o Café In.

Critérios incompreensíveisA proposta da EM Ld.ª acabou por

ser a vencedora, fi cando a empresa

obrigada a pagar à Câmara de Lisboa

110 mil escudos por mês (cerca de

550 euros), valor que ofereceu du-

rante a licitação em que Alfredo de

Jesus se propôs pagar 130 mil. O pre-

ço era, todavia, o factor que menos

pesava na decisão de adjudicação, de

acordo com a ponderação estabele-

cida pelo júri em Setembro de 2000,

um ano depois da hasta pública.

Bastaria no entanto que o júri tives-

se tido em conta, como o programa

impunha, a inexistência de qualquer

experiência no sector por parte da

EM Ld.ª e a debilidade, quando não

total ausência, de “garantias de boa

execução” e de “qualidade de cons-

trução” de equipamentos semelhan-

Antigo sócio nega ter vendido quota na empresa que ganhou

afi rmações, João Correia respondeu,

através do advogado, que elas só po-

dem resultar de “esquecimento, pois

já passaram 21 anos”.

Em todo o caso, João Correia

manteve-se afastado da empresa,

que não desenvolvia qualquer acti-

vidade, até que em 30 de Agosto de

1999 foi nomeado gerente pelos seus

irmãos, para três dias depois apre-

sentar a sua declaração de início de

actividade nas Finanças e concorrer

à hasta pública. Em Maio de 2001,

já depois de a Câmara de Lisboa ter

procedido à adjudicação provisória

à EM Ld.ª, João Correia comprou as

quotas dos irmãos, tornando-se o

seu único proprietário. Dez meses

depois, em Fevereiro de 2002, com

a decisão de adjudicação já ratifi cada

pela maioria PS/PCP, foi a vez de a

fi rma ser transformada em sociedade

anónima, fi cando como accionistas,

além de João Correia, o advogado Jo-

sé Miguel Júdice e nove sócios, entre

os quais Américo Amorim.

O contrato de concessão foi as-

sinado em Julho desse ano, já no

mandato de Santana Lopes, com

João Correia e José Miguel Júdice a

representar a EM Ld.ª. Embora o

prazo para a abertura do restaurante

proposto pela empresa fosse de dez

meses após a aprovação do projecto

(factor que também foi tido em con-

ta na sua escolha) o Eleven só abriu

em Novembro de 2004, mais de dois

anos após daquela data — atraso pe-

lo qual João Correia responsabiliza a

burocracia camarária.

José António Cerejo

PEDRO CUNHA

A Estalagem de Monsaraz nada tinha a ver com a firma homónima

tes para que o vencedor fosse um dos

outros concorrentes.

No caso da “experiência na explo-

ração de equipamentos congéneres”,

o júri deliberou mesmo classifi car

com 2, numa escala de 1 a 3, a EM

Ld.ª, “dado deter a exploração de

dois estabelecimentos similares”, e

com 1 o concorrente Alfredo de Jesus,

“dado que os estabelecimentos que

explora não são comparáveis ao que

é objecto da presente hasta pública”.

Sublinhe-se, porém, que o programa

nada dizia sobre o tipo de estabele-

cimento a construir.

Quanto às “garantias de boa exe-

cução”, o júri atribuiu a pontuação

máxima aos três concorrentes, tendo

a EM Lda apresentado apenas uma

declaração do banco BBVA, datada

de 1 de Setembro de 1999, em que

este certifi cava a “capacidade fi nan-

ceira e idoneidade comercial” daque-

la empresa — que ainda nem sequer

tinha iniciado a sua actividade.

Os outros dois concorrentes

apresentaram diversas credenciais

e declarações emitidas por várias

entidades, para além de extensos

currículos empresariais. O segun-

do classifi cado, Alfredo de Jesus,

forneceu mesmo elementos sobre

a empresa de construção civil que

executaria a obra, bem como um

anteprojecto pormenorizado, com

muitas dezenas de desenhos e uma

memória descritiva em que todos os

detalhes da obra proposta vinham

descritos. Neste aspecto, a EM Ld.ª

entregou apenas seis desenhos como

se fosse um anteprojecto.

O júri foi nomeado pelo então ve-

reador dos Espaços Verdes, Rui Godi-

nho (PCP) e era composto pelo então

director municipal dos Espaços Ver-

des e por dois técnicos camarários.

Rui Godinho acabou por não tomar

qualquer decisão neste processo,

uma vez que deixou a câmara em

Junho de 2000, meses antes de o júri

propor a adjudicação à EM Ld.ª.

Esta proposta mereceu a concor-

dância de Manuel Figueiredo (PCP),

o substituto de Rui Godinho, e foi ra-

tifi cada pelo executivo camarário em

Maio de 2001, vindo o contrato de

concessão a ser assinado só em Julho

de 2002, depois de a EM Ld.ª ter sido

comprada aos irmãos por João Cor-

reia e a seguir vendida a um grupo de

investidores liderado pelo advogado

José Miguel Júdice.

Manuel Figueiredo, contactado

pelo PÚBLICO, afirmou que não

acompanhou de perto o caso, mas

que nunca se apercebeu de nada

de “anormal” no processo da hasta

pública.

c

Segundo classifi cado tinha uma rede de pastelarias e restaurantes e foi penalizado pelo júri por alegada falta de experiência

3Entre a data da hasta pública e a assinatura do contrato de concessão decorreram três anos, intervalo no qual a firma vencedora foi vendida aos donos do Eleven

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Tiragem: 34442

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Corte: 1 de 1ID: 54705281 06-07-2014

Nicolas SarkoziO arguidoEx-Presidente francês responderá

em tribunal por acusações graves

Para um ex-Presidente não é coisa

que se recomende, mas Nicolas

Sarkozy resolveu acusar a justiça

francesa de “instrumentalização”,

à semelhança do que em Itália

costuma fazer Berlusconi. Mal foi

constituído arguido num processo

em que é suspeito de corrupção e

de tráfi co de infl uências, deu uma

entrevista à TF1 e à Europe 1 com

o intuito de se “defender”. Mas a

melhor defesa de Sarkozy estará

nos próprios tribunais, se ele se

comportar como ex-Presidente e

não como um acusado qualquer.

Descredibilizar a justiça quando

esta não age a seu favor só ajudará

a descredibilizá-lo. Sarkozy diz

que, se falhou, assumirá “todas as

consequências”. Assim seja.

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