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De 22-04-2013 a 29-04-2013
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REVISTA SEMANAL 89
DE 22-04 A 28-04-2013
BRIEFING INTELI|CEIIA » TRANSPARÊNCIA || 2013
Revista de Imprensa29-04-2013
1. (PT) - Jornal de Notícias, 22/04/2013, Crise da Académica desculpa corrupção do presidente 1
2. (PT) - Jornal de Negócios, 22/04/2013, Associação de investidores questionam relatório do auditor daBrisa
2
3. (PT) - Diário de Notícias, 22/04/2013, Medidas para pôr tribunais a andar mais depressa 5
4. (PT) - Diário de Notícias, 22/04/2013, Detenções da PJ caem 26% no combate à corrupção 9
5. (PT) - Jornal de Notícias, 23/04/2013, Presidente da Académica condenado 10
6. (PT) - i, 23/04/2013, Falsas declarações. Juiz de Aveiro livra Mário Lino de ir a julgamento 11
7. (PT) - Diário de Notícias, 23/04/2013, Mário Lino ilibado de falsas declarações 12
8. (PT) - Correio da Manhã, 23/04/2013, nacional recorreu a ´offshore´ 13
9. (PT) - Correio da Manhã, 23/04/2013, Classificações eram viciadas 14
10. (PT) - Público, 24/04/2013, Associação 25 de Abril apela aos partidos para expulsarem corruptos 16
11. (PT) - Jornal de Notícias, 24/04/2013, Plataforma para combate à fraude fiscal 17
12. (PT) - Jornal de Notícias, 24/04/2013, Judiciária na ALMinho por suspeita de fraude 18
13. (PT) - Público, 25/04/2013, Acórdão do Tribunal Constitucional ditou a prisão de Isaltino Morais 20
14. (PT) - Jornal de Notícias, 25/04/2013, Isaltino vai continuar a gerir câmara na cadeia 23
15. (PT) - i, 25/04/2013, Isaltino Morais. 46 recursos depois, será que o folhetim judicial terminou? 26
16. (PT) - Diário de Notícias, 25/04/2013, Isaltino e irmã têm 650 mil euros congelados na Suíça 29
17. (PT) - Correio da Manhã, 25/04/2013, Dirige câmara na cadeia 32
18. (PT) - Vida Económica, 26/04/2013, Portugal tem resultados favoráveis no combate ao branqueamentode capitais
35
19. (PT) - Sol, 26/04/2013, Isaltino só fica preso um ano 36
20. (PT) - Jornal de Notícias, 26/04/2013, Especialistas chumbam presidência na cadeia 40
21. (PT) - Jornal de Negócios, 26/04/2013, Isaltino Morais detido para cumprir dois anos de prisão 41
22. (PT) - i, 26/04/2013, Lei impede Isaltino Morais de dirigir a Câmara de Oeiras a partir da prisão 42
23. (PT) - Diário Económico, 26/04/2013, Governos transparentes 44
24. (PT) - Público, 27/04/2013, Tribunal de Oeiras rejeita pedido para libertar Isaltino 46
25. (PT) - i, 27/04/2013, Pedido de libertação de Isaltino foi rejeitado e defesa admite 48.º recurso 47
26. (PT) - Diário de Notícias, 27/04/2013, Dirigente afastado da FIFA denuncia corrupção na primeira eleição 49
de Blatter
27. (PT) - Diário de Notícias, 27/04/2013, Constitucional ajuda Isaltino a ficar na Câmara 50
28. (PT) - Jornal de Notícias, 28/04/2013, Supremo Tribunal rejeita recurso de Isaltino Morais 52
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Tiragem: 91108
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 15
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Tiragem: 14947
País: Portugal
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Âmbito: Economia, Negócios e.
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Corte: 1 de 1ID: 47334304 24-04-2013NUNO FERREIRA SANTOS
As comemorações oficiais do 25 de Abril voltam a não contar com os militares da A25A
A Associação 25 de Abril manifes-
tou ontem a sua “indignação” so-
bre a falta de uma justiça “rápida
e efi caz” quanto ao envolvimento
de pessoas com responsabilidades
na economia e fi nanças em “pro-
cessos fraudulentos de milhares de
milhões de euros” e pediu para os
partidos expulsarem militantes que
estejam envolvidos em crimes de
corrupção.
Num comunicado enviado às re-
dacções, a Associação 25 de Abril
(A25A) apontou a “ausência de ac-
ções concretas para penalizar os
autores desses crimes”, depois de
referir o envolvimento “em vários
processos fraudulentos, de milha-
res de milhões de euros, de pessoas
com as mais altas responsabilidades
em diversos sectores da economia
e das fi nanças da nossa sociedade,
muitas vezes oriundos dos aparelhos
partidários e tendo desempenhado
as mais elevadas funções no Estado
português”.
Associação 25 de Abril apela aos partidos para expulsarem corruptos
Nesse sentido, a associação pre-
sidida por Vasco Lourenço reclama
junto dos partidos políticos ,“a todos
sem excepção”, para que “façam tu-
do o que estiver ao seu alcance para
denunciar e expulsar das suas organi-
zações todos quantos hajam tomado
parte em práticas corruptas”.
Sem nunca mencionar casos con-
cretos, a A25A considera que as si-
tuações em que agentes do poder se
aproveitam de situações em proveito
próprio “confi guram, sem a menor
dúvida, um enorme e muito grave
descrédito dos representantes polí-
ticos, um logro à confi ança cidadã e
um desprestígio” para o país.
Reconhecendo que os partidos são
elementos “essenciais ao funciona-
mento democrático”, a Associação
defende que “só com a sua elevação
ética e regeneração poderá a classe
política recuperar o prestígio perdi-
do e a sua representatividade moral”.
“Sem isso, a democracia, tal como a
entendemos, será uma mera fi cção!”,
concluiu.
“Outro ciclo político”As razões expressas no comunicado
Abril não desarma, que explicavam a
ausência da Associação 25 de Abril
nas comemorações solenes do dia da
liberdade na Assembleia da Repúbli-
ca, em 2012, ganharam este ano novo
fôlego. A A25A volta a não estar pre-
sente no Parlamento por considerar
que os motivos que levaram a essa
ausência se agravaram este ano.
O declínio do convite endereçado
pela presidente do Parlamento, As-
sunção Esteves, é justifi cado com o
facto de que “a linha política seguida
pelo actual poder político” confi gu-
ra “um outro ciclo político que está
contra o 25 de Abril, os seus ideais
e os seus valores”. A associação não
deixará, porém, de comemorar Abril
e apela aos portugueses para que se
“mobilizem e ajam, em unidade pa-
triótica, para salvar Portugal, a liber-
dade e a democracia”.
ParlamentoSofia Rodrigues e Rita Brandão GuerraAssociação volta a declinar convite para estar presente na sessão solene que assinala o 25 de Abril na Assembleia da República
Mário Soares e Alegre ausentes
Haverá três ausências de “notáveis” nas comemorações oficiais do dia da liberdade no
Parlamento. À semelhança do ano passado, o coronel Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, o ex-Presidente da República Mário Soares e o histórico socialista Manuel Alegre não estarão presentes. Mário Soares e Manuel Alegre justificam a ausência com a solidariedade devida aos militares de Abril. R.B.G.
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Tiragem: 91108
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Tiragem: 43021
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Âmbito: Informação Geral
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Corte: 1 de 3ID: 47356118 25-04-2013
Isaltino Morais foi detido pela PJ à saída do seu gabinete na Câmara de Oeiras
Acórdão do Tribunal Constitucional ditou a prisão de Isaltino Morais
O presidente da Câmara de Oeiras,
Isaltino Morais, perdeu nos últimos
oito dias mais dois recursos, um na
Relação de Lisboa e outro, ontem
mesmo, no Supremo Tribunal de
Justiça. Mas não foi por isso que a
Polícia Judiciária o foi prender, on-
tem à hora do almoço, à saída do
seu gabinete de autarca.
A ordem de detenção ficou a
dever-se à rejeição pelo Tribunal
Constitucional, no dia 13 do mês pas-
sado, de um outro dos mais de 40
recursos e reclamações que Isaltino
já apresentou no processo em que
foi condenado, em Julho de 2010, a
dois anos de prisão por três crimes
de fraude fi scal e um de branquea-
mento de capitais.
Mas ontem à tarde, já com as por-
tas do Palácio de Justica de Oeiras fe-
chadas, um novo requerimento dos
seus advogados, desta vez a pedir
a libertação do autarca, deu entra-
da na secretaria do tribunal. A sua
prisão é “ilegal”, alega o advogado
Rui Elói, tal como fez, então com
sucesso, logo que o seu cliente foi
detido, para ser libertado 24 horas
depois, em Setembro de 2011
O cerco tinha vindo a apertar-se
nos últimos meses e a esperança de
Isaltino começara a esmorecer. Mas
a sucessão de derrotas que averbara
no julgamento dos seus sucessivos
recursos, requerimentos e reclama-
ções não bastara para o convencer
de que a emissão do mandado de
detenção estaria iminente.
Pelo menos para o exterior fez
tudo o que pôde por mostrar que
a normalidade reinava na sua vida
e na Câmara de Oeiras. De acordo
com alguns dos seus colaboradores,
mostrava-se ultimamente obcecado
em convencer toda a gente sobre a
sua alegada inocência e não foi por
acaso que aceitou, pela primeira
vez, no princípio de Abril, dar uma
entrevista (à RTP) sobre a sua situ-
ação e, na semana passada, fazer
novas proclamações de inocência
à agência Lusa.
Nesta última declaração afi rmou
Quinze meses após a juíza decidir que os crimes não prescreveram, chegou anteontem a Oeiras o acórdão do TC que há um mês pôs fi m aos recursos dessa decisão. Isaltino foi preso no dia seguinte
mesmo: “Sou um optimista. Senão
já me tinha suicidado.” Aquilo que
nestas derradeiras tentativas de
ganhar apoios não conseguiu, co-
mo não o conseguiu em tribunal,
foi explicar a origem dos quase 1,2
milhões de euros que depositou na
Suiça entre 1993 e 2002.
Alheia à estratégia do arguido e
considerando irrelevantes para o
caso os recursos, pelo menos dois,
que o mesmo ainda tinha penden-
tes, a juíza Marta Gomes assinou ao
fi m da manhã de ontem o despacho
que ordena a sua detenção. Pouco
mais de uma hora depois, dois agen-
tes da PJ dirigiram-se discretamen-
te ao gabinete do autarca nos Paços
do Concelho de Oeiras e levaram-
no para o estabelecimento prisional
daquela polícia, em Lisboa. Isaltino
ter-se-á limitado a ordenar aos seus
colaboradores: “Cancelem tudo!”
Da prisão da PJ, o detido deverá
ser transferido para a cadeia on-
de fi cará a cumprir a pena a que
foi condenado — a menos que os
tribunais venham a dar razão aos
requerimentos e recursos que apre-
sentou, ou venha a apresentar. A sua
transferência, segundo o presidente
do Sindicato Nacional do Corpo da
Guarda Prisional, Jorge Alves, não
poderá, contudo, acontecer antes
de terça-feira, dia em que acaba a
greve dos guardas ontem iniciada.
A rapidez e a discrição com que o
mandado de captura foi ontem exe-
cutado indiciam que, ao contrário
do que sucedeu em Setembro de
2011, quando o autarca foi preso pe-
la primeira vez, a operação foi agora
objecto de concertação entre dife-
rentes entidades e cuidadosamente
preparada. Pouco depois de concre-
tizada a detenção, a Procuradoria-
Geral da República emitiu uma no-
ta em que anunciou a condução do
arguido à “zona prisional da PJ”. O
Ministério Público, do qual a PGR é
o órgão superior, vinha mostrando,
nos últimos meses, uma impaciência
cada vez maior face à não execução
da pena a que Isaltino foi condena-
do, já que, no seu entendimento, a
sentença transitou em julgado no
fi nal de 2011, altura em que devia
ter regressado à prisão.
No curto despacho ontem emiti-
do, a juíza de Oeiras explica os fun-
damento da sua decisão. O acórdão
do Tribunal da Relação de Lisboa
que condenou o arguido a dois anos
de prisão em 13 de Julho de 2010
transitou em julgado, afi rma, em 19
de Setembro de 2011. Três meses de-
pois, a 14 de Dezembro de 2011, o
mesmo Tribunal da Relação revogou
um despacho do Tribunal de Oeiras,
determinando que fosse apreciada
a alegação do arguido de que duas
das três fraudes fi scais pelas quais
foi condenado tinham prescrito.
Analisada a questão, o tribunal
indeferiu o pedido de declaração
de prescrição em 30 de Janeiro de
2012. Esta decisão foi alvo de recur-
so por parte de Isaltino Morais, sen-
do depois confi rmada pela Relação.
Chegada aqui, a juíza, sem detalhar
os passos do recurso depois inter-
posto pelo arguido para o Tribunal
Constitucional, afi rma que o apen-
so referente a esse recurso “desceu
agora do Tribunal da Relação” e que
o despacho de 30 de Janeiro de 2012
— que indeferiu a questão da pres-
crição — “já transitou em julgado”.
Assim sendo, escreve a juíza, “na-
da obsta à execução da decisão con-
denatória”. Pelo exposto, conclui,
“determina-se a emissão de manda-
dos de detenção do arguido Isaltino
Afonso Morais, a fi m de assegurar
o cumprimento da pena na qual foi
condenado”.
O apenso a que se refere a magis-
trada contém o acórdão do Tribunal
Constitucional que, no dia 13 do mês
passado, rejeitou o recurso através
do qual o autarca pretendia ver anu-
lada a decisão da Relação que con-
fi rmou a não prescrição das fraudes
fi scais. Este acórdão “baixou” no
mesmo dia à Relação e a 12 deste
mês o Tribunal Constitucional certi-
fi cou que o mesmo havia transitado
em julgado, comunicando o facto
Justiça José António Cerejo
O despacho que declara os crimes não prescritos já transitou em julgado. “Assim sendo nada obsta à execução da decisão condenatória.”Marta Rocha GomesJuiza do Tribunal de Oeiras
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Tiragem: 43021
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Corte: 2 de 3ID: 47356118 25-04-2013
ENRIC VIVES-RUBIO
à Relação no dia 16. Passados sete
dias, anteontem, o apenso com a
decisão do Constitucional chegou
a Oeiras e foi apresentado à juíza
Marta Rocha Gomes que ontem,
pouco depois do meio-dia, mandou
prender o arguido.
Por coincidência, ontem de ma-
nhã também o Supremo Tribunal
de Justiça rejeitou um recurso em
que Isaltino alegava a existência de
decisões contraditórias da Relação
no seu processo. Faz hoje uma se-
mana (dia 18) a Relação já indeferira
um outro recurso seu, tendo ainda
para apreciação um segundo que
deu entrada no dia 5.
Embora estes últimos recursos
não tenham efeitos suspensivos
da aplicação da pena, o advogado
de Isaltino entende que a prisão é
“ilegal” e apresentou de imediato
um requerimento a pedir a liberta-
ção do autarca. O pedido está em
apreciação.
Cronologia
Datas-chave no processo Isaltino2003A demissão do ministroNotícias sobre alegadas contas bancárias não declaradas na Suíça e na Bélgica levam Isaltino Morais a demitir-se do cargo de ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, que ocupava desde 2002. Em Junho de 2005 é constituído arguido.
2005De arguido a acusado Reeleição para presidente da Câmara de Oeiras, com 34,2%. Três meses depois, em Janeiro de 2006, o MP deduz acusação, imputando-lhe sete crimes. A decisão de levar o autarca a julgamento acontece em Junho de 2008.
2009Condenado e reeleitoTribunal de Sintra condena Isaltino a sete anos de prisão efectiva, perda de mandato e ao pagamento de 463 mil euros ao fisco. Isaltino recorre. A condenação não o impede de ser reeleito dois meses depois para mais um mandato, desta vez com 41,5%.
2010De recurso em recursoA Relação de Lisboa mantém condenação, mas reduz a pena para dois anos de prisão e o valor da indemnização ao Estado, anulando ainda a perda de mandato. O caso sobe ao Supremo, que confirma a condenação e restitui o valor original da indemnização.
2011Prisão-relâmpagoEnquanto ainda aguardava a decisão de um último recurso para o Constitucional, Isaltino é detido em sua casa pela PSP de Oeiras e conduzido ao estabelecimento prisional da Polícia Judiciária, em Lisboa. A defesa considera a detenção ilegal e requer a sua libertação imediata, o que vem a acontecer passadas 24 horas.
Foi quase tudo na vida pública e
mesmo depois de renegado pelo
PSD Isaltino Morais manteve-se
activo e actuante na cena política.
Mais que um sobrevivente, o
autarca de Oeiras, que ontem
voltou à prisão, bem pode ser visto
como uma espécie de sempre-
em-pé da política, apoiado num
misto e energia, arrogância e
autoconfi ança. Chegou a ser a
estrela do PSD, o autarca-modelo,
ocupou cargos de destaque e
integrou o conselho nacional
durante as lideranças de Durão
Barroso, Santana Lopes e Marques
Mendes. Foi também presidente
da comissão política distrital de
Lisboa e liderou ainda a associação
de autarcas sociais-democratas
antes de ter chegado ao Governo
pela mão de Durão Barroso. A
pasta de ministro das Cidades,
Ordenamento do Território e
Ambiente pareceu criada à sua
imagem, de acordo com a auréola
de presidente de câmara activo e
empreendedor, mas aquilo que
parecia ser o auge veio a revelar-se,
afi nal, como início de um rápido
ocaso dentro do partido.
Surgem as primeiras notícias
sobre contas na Suíça e na Bélgica,
com verbas de proveniência
duvidosa e Isaltino é forçado a
demitir-se depois de pouco mais
de um ano no cargo. Promete
afastar-se da política até que
tudo esteja esclarecido, mas não
o faz. Rapidamente começou a
construir o caminho de regresso à
Câmara de Oeiras, onde tinha sido
presidente desde 1986. Marques
Mendes, então líder do partido,
invocou questões de ética para
vetar a recandidatura, mas Isaltino
não via limites. Desfi lia-se do PSD
para avançar como independente
e volta ao cadeirão da autarquia,
derrotando a candidatura ofi cial do
partido. Como autarca, foi sempre
muito elogiado e reconhecido.
Oeiras cresceu, ganhou peso e
atractividade e o ambiente de
consenso que gerou em redor da
sua gestão autárquica como que
o levou a pensar que nada tem
limites, tudo é possível. Mesmo
tendo passado pela magistratura
do Ministério Público antes de
abraçar a política.
Foi com uma atitude de
permanente desafi o que enfrentou
o julgamento, a condenação e
até a maratona de recursos em
que procurou enredar o aparelho
judicial. Mesmo perante a sucessão
de fracassos e decisões adversas,
deixou sempre a ideia do eterno
resistente, de nunca acreditar no
caminho da prisão. É certo que
há ainda processo para correr nos
tribunais, mas este parece ser já o
fi m da linha para a longa corrida de
Isaltino no campo da justiça.
“As questões que levaram à detenção do presidente ‘em nada afectam o funcionamento da autarquia’”Paulo VistasVice-presidente da CM Oeiras
O fim da linha para quem foi “autarca-modelo”
PerfilJosé Augusto Moreira
Isaltino Morais não deverá poder
continuar à frente da Câmara de
Oeiras a partir da prisão. O seu vice-
presidente, Paulo Vistas, garantiu
ontem, no início da reunião de câ-
mara, que as questões que levaram
à detenção do presidente “em nada
afectam o funcionamento” da autar-
quia, sugerindo assim que Isaltino
poderia dirigir a autarquia a partir
da prisão. Porém, se o autarca fi car
a cumprir os dois anos de prisão a
que foi condenado, a lei determina
a suspensão ou, no limite, a perda
do mandato.
“A assembleia municipal tem que
declarar a suspensão de mandato
e nomear um substituto, que em
princípio será o vice-presidente”,
Autarca deverá ser impedido de continuar a dirigir a Câmara de Oeiras a partir da prisão
diz o especialista em direito admi-
nistrativo Pacheco Amorim, tendo
por base o artigo n.º 67 do Código
Penal. Segundo esta norma, “o ar-
guido defi nitivamente condenado
a pena de prisão, que não for de-
mitido disciplinarmente de função
pública que desempenhe, incorre
na suspensão da função enquanto
durar o cumprimento da pena”. A
regra aplica-se a “profi ssões ou acti-
vidades cujo exercício depender de
título público”, como é o caso.
Caso a assembleia municipal não
declare a suspensão do mandato,
poderá aplicar-se uma outra norma
que leva quase “inevitavelmente” à
perda de mandato, explica Pache-
co Amorim: “Pode haver perda de
mandato por faltas, uma vez que o
cumprimento de pena de prisão não
confi gura falta justifi cada.”
A Lei n.º 27/96, que defi ne o regi-
me jurídico da tutela administrativa,
prevê a perda de mandato, caso os
membros de órgãos autárquicos não
compareçam, “sem motivo justifi ca-
tivo”, a três sessões da assembleia
municipal ou a seis reuniões de câ-
mara seguidas. Estando preso, Isal-
tino esgotaria o número de faltas in-
justifi cadas permitido, muito antes
das autárquicas de Outubro.
“Há uma situação de impossibili-
dade física que, a médio prazo, in-
viabiliza a gestão da câmara”, afi rma
o também professor da Universida-
de do Porto, embora admita que a
lei não é clara neste ponto, por não
dizer se a prisão pode ou não ser
similar a doença. A perda de man-
dato teria que ser determinada pelo
tribunal, na sequência de uma acção
interposta pelo Ministério Público.
Marisa Soares
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Tiragem: 43021
País: Portugal
Period.: Diária
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Corte: 3 de 3ID: 47356118 25-04-2013
Decisão do TC precipitou prisão de Isaltino MoraisPresidente da Câmara de Oeiras perdeu mais dois recursos, mas foi a rejeição pelo Tribunal Constitucional de um outro que o levou à cadeia. Advogados alegam que prisão é ilegal e apresentaram requerimento para o libertar
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A23
Tiragem: 91108
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Portugal obteve sempre resultados favo-ráveis no que respeita à aplicação de pa-drões de boas práticas no combate ao bran-queamento de capitais e financiamento do terrorismo. O país tem agora de reunir as condições necessárias para dar cumpri-mento às exigências que resultam das no-vas recomendações emitidas pelo Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), referiu o ministro das Finanças, Vítor Gas-par, durante uma conferência subordinada ao tema da luta contra a fraude e a evasão fiscais.
Considera o governante que as jurisdi-ções não-cooperantes devem ser chamadas a respeitarem as normas internacionais em matéria fiscal, prudencial e de combate ao branqueamento de capitais e de financia-mento do terrorismo. “O G20 deverá en-corajar todas as jurisdições a procederem à troca automática de informação, não ape-nas para fins fiscais, mas também no que
respeita à aplicação das recomendações do GAFI.” Chama a atenção para o facto de a Comissão Europeia estar a adotar medidas legislativas concretas neste domínio: “São os casos da diretiva relativa à prevenção da utilização do sistema financeiro para efei-tos de branqueamento de capitais e de fi-nanciamento do terrorismo, bem como o regulamento relativo às informações que acompanham as transferências de fundos para garantir a respetiva rastreabilidade.”
Quanto ao GAFI, tem dedicado parti-cular atenção à prevenção e ao combate
à corrupção, segundo Vítor Gaspar, que adianta: “Como se sabe, a corrupção é um fenómeno que se regista à escala global e que, por isso, pode causar prejuízos ao de-senvolvimento económico e criar obstácu-los ao combate à criminalidade organizada. Desde modo, a corrupção pode impedir uma governação eficaz e, em consequên-cia, enfraquecer o Estado de Direito. Neste contexto, as recomendações emitidas pelo GAFI ganham uma relevância acrescida.”
A nível nacional, fez saber o ministro das Finanças, estão em curso as diligências ne-cessárias para a constituição de um grupo de trabalho que assumirá a missão de ela-borar um programa compreensivo e dirigi-do à aplicação concreta das recomendações do GAFI nos diversos setores. “O desafio que agora se coloca a Portugal, a par dos demais Estados-Membros, é o de reunir
as condições necessárias para dar cumpri-mento às exigências que resultam das novas recomendações emitidas pelo GAFI.”
Está para breve o ciclo de avaliações mútuas do GAFI. A primeira sessão dará conta das inovações introduzidas pelas re-comendações do grupo no que respeita ao combate ao branqueamento de capitais e de financiamento ao terrorismo. “Nas ses-sões seguintes, os representantes do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mun-dial darão o seu contributo.” O ministro quis deixar claro quais as funções especí-ficas do GAFI. Trata-se de um organismo de natureza intergovernamental e multi-disciplinar que tem a missão de conceber e promover, a nível internacional, estratégias e recomendações contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terroris-mo.
MINISTRO DAS FINANÇAS GARANTE
Portugal tem resultados favoráveis no combate ao branqueamento de capitais
Vítor Gaspar considera que as jurisdições internacionais devem avançar para a troca automática de informações aos níveis fiscal e financeiro.
“O desafio que agora se coloca é o de reunir as condições necessárias para dar cumprimento às exigências que resultam das novas recomendações emitidas pelo GAFI.”
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A36
Tiragem: 50017
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A42
Tiragem: 27259
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Âmbito: Informação Geral
Pág: 6
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Tiragem: 18056
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Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 39
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Corte: 1 de 2ID: 47369317 26-04-2013
OReinoUnido integraactualmenteaPresidênciadaParceriaparaGover-nosAbertos (OpenGovernmentPartnership-OGP),uma iniciativamultilateral lançadaemSetembrode2011peloPresidentedosEUABarackObama,comobjectivode reforçaroexercíciodopodergovernamental, ocrescimentoeaprosperidade,pro-
movendoa transparência, combatendoacorrupçãoeexplorandoasnovas tecnologias.Desdeque foi oficialmente lançada já aderiramà
OGP58países–daNoruegaàÁfricadoSul, doMéxi-coàsFilipinas, elaborandoplanosdeacçãoondede-finema formacomopretendempromoveraberturaedemocracianos seuspaíses. Estabeleceu-seumme-canismodecontrolo independenteparagarantir queoscompromissos serãocumpridos.NoReinoUnidoestamosa fazer esteprecurso.O
primeiro-ministroDavidCameroncomprometeu-sea tornaroGovernoBritânicono“mais transparen-tedomundo”.Neste âmbito, oGoverno lançouumanovaplataformadigital queacabade receberopré-miodoMuseudeDesigndeLondresparao“DesigndoAno”. Aqui aspessoaspodempelaprimeiravezsaberoque sepassanogoverno,numsósítio edeformaclaraeconsistente.AOGPtem3grandesvantagens.Primeiro, a
transparência conduzagovernoseficientes e respon-sáveis.OReinoUnido, tal comoPortugal eoutrospaíses, está acumprir rigorososprogramasdeconso-lidação financeira.OGoverno iniciouapublicação
regulardedespesasdaadministraçãocentral acimade25mil libras edaadministração local acimade500libras,permitindoque tantooGovernocomoodi-nheirodoscontribuintes, seja escrutinadonumabase regular enãoapenasemtempodeeleições.Em segundo lugar, expondo o que não é cor-
recto, a transparência pode tambémpromovermelhorias a nível dos serviços públicos e alargar apossibilidade de escolha. É possível agora escruti-nizar estatisticas de criminalidade local; compa-rar a qualidade da prática dosmédicos na aborda-gem a casos de cancro; ou avaliar o nível de êxitode determinadas escolas ou universidades em pro-moverem o progresso dos seus alunos.Emterceiro lugar, a transparência contribuiparao
desenvolvimentoeconómicoe social tornandoa in-formaçãoacessível aumanovageraçãodeempreen-dedores inovadores. NoReinoUnidoestamosadi-vulgar informaçõesemtemporeal sobrecomboios eautocarros, apoiandoodesenvolvimentodeaplica-ções inovadoras. AParkopedia,umapequena firmaestabelecidanoReinoUnido, começouausar infor-maçõesemtemporealdisponibilizadaspelas autar-quias locaisparaajudaroscondutores a identificarespaços livres emparquesdeestacionamento, alar-gandoa suaactividadea25países eabrangendo20milhõesde lugaresdeestacionamento.
A transparêncianãoéapenasumateoriabemso-nante.Ela faz realmenteadiferençaemmuitíssimosaspectos– salvandovidas,melhorandoserviçospú-blicosousimplesmente tornandoavidamais cómo-da. Sei queoGovernoportuguês tambémestáa to-marmedidas emmuitasdas áreasqueacabeidemencionare seriaóptimoverPortugal e todososnossosparceiros europeusassociarem-seaestapar-ceria, emespecial tirandopartidoda influenciadePortugalnomundo lusófono.■
Governostransparentes
Jill GallardEmbaixadorado Reino Unido
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Tiragem: 18056
País: Portugal
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Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 3
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Corte: 2 de 2ID: 47369317 26-04-2013
Jill GallardGovernos transparentesO primeiro- ministro David Cameroncomprometeu-se a tornaro Governo Britânico no “mais transparentedo mundo”. ➥ P39
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Tiragem: 43021
País: Portugal
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Corte: 1 de 1ID: 47389471 27-04-2013
O autarca de Oeiras começou a cumprir pena na última quarta-feira
O Tribunal de Oeiras rejeitou o pedi-
do de libertação imediata de Isaltino
Morais, detido na quarta-feira para
cumprir uma pena de dois anos de
prisão por fraude fi scal e branquea-
mento de capitais. O autarca poderá
vir a recorrer da decisão.
A decisão de indeferir o requeri-
mento solicitando a libertação foi
emitida logo na quarta-feira. O ad-
vogado de Isaltino Morais, Rui Elói
Ferreira, defendeu, nesse mesmo
dia, que a detenção do autarca de
Oeiras era “ilegal” por considerar
que existiam questões pendentes em
instâncias superiores, tendo pedido
de imediato, ao Tribunal de Oeiras,
a sua libertação.
Isaltino Morais foi detido após a
Relação de Lisboa ter rejeitado uma
nova reclamação do presidente da
Câmara Municipal de Oeiras. O man-
dado de detenção do autarca foi emi-
tido pela juíza do Tribunal de Oeiras
Marta Rocha Gomes.
Entretanto, os dois vereadores do
PSD que tinham aceitado pelouros
na Câmara de Oeiras, Ricardo Lino e
Ricardo Júlio Pinho, decidiram abdi-
car deles, na sequência da detenção.
Ricardo Lino tinha os pelouros de Ilu-
minação Pública, Parques Infantis e
Cemitérios, enquanto Júlio Pinho era
responsável pela Juventude e pelas
Contra-Ordenações. O PSD de Oei-
ras emitiu ontem um comunicado
em que considera, “além de ilegal,
Tribunal de Oeiras rejeita pedido para libertar Isaltino
moral, ética e politicamente repro-
vável” a possibilidade de Isaltino
Morais fi car a governar o concelho
de Oeiras a partir da cadeia. Para
os sociais-democratas de Oeiras,
“uma hipotética continuidade do
Dr. Isaltino Morais como presidente
da câmara, a concretizar-se”, cau-
sará “evidentes prejuízos à gestão
autárquica e à imagem do concelho”.
A concelhia apela ainda “a quem fi -
car a governar a autarquia” para asse-
gurar a gestão do município de forma
“sensata e equilibrada até à realiza-
ção das próximas eleições autárqui-
cas que decorrerão daqui a poucos
meses”. O PSD-Oeiras adianta ainda
que os seus vereadores “continuarão
a contribuir para a governabilidade
do actual executivo durante este pe-
ríodo, sem no entanto, e por razões
óbvias, estarem disponíveis para as-
sumir quaisquer pelouros”.
Os sociais-democratas dizem la-
mentar profundamente “estes re-
correntes e infelizes acontecimentos
que têm envolvido o bom nome de
Oeiras” e esperam que a situação “se
resolva em breve e em defi nitivo”.
Isaltino Morais está detido no es-
tabelecimento prisional das instala-
ções da Polícia Judiciária em Lisboa,
donde será mais tarde transferido
para outra cadeia. Conseguiu au-
torização para que lhe levassem
medicamentos, roupa e artigos de
higiene pessoal, mas as autoridades
não permitiram a entrada dos cha-
rutos que costuma fumar. Quando
foi detido, Isaltino Morais estava a
sair da Câmara de Oeiras para ir al-
moçar com o presidente da Câmara
de Sintra, Fernando Seara. Isaltino
Morais começou por ser condenado,
em Agosto de 2009, a sete anos de
prisão, pena que viria a ser reduzida
mais tarde para dois anos.
RUI GAUDENCIO
Justiça
Autarca preparava-se para almoçar com Fernando Seara quando foi detido. Autoridades não deixaram charutos entrar na cadeia
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Tiragem: 27259
País: Portugal
Period.: Diária
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