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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
RESPONSABILIDADE SOCIAL E MARKETING SOCIAL NAS
ORGANIZAÇÕES
Por: Patricia Batista dos Santos
Orientador
Prof. Jorge Vieira
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
RESPONSABILIDADE SOCIAL E MARKETING SOCIAL NAS
ORGANIZAÇÕES
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Marketing
.
Por: Patricia Batista dos Santos
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida, por tudo que
me concede dia após dia, pela construção
dos meus valores, da minha família e, que
continue a iluminar as estradas de nossas
vidas.
Ao professor Jorge Vieira por sua atenção
na correção deste trabalho.
A todos os professores pela aquisição de
novos conhecimentos.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família
que souberam compreender as
minhas limitações de tempo, me
incentivando para a realização deste
curso.
5
RESUMO
Tanto a responsabilidade social quanto o marketing social têm
alcançado importância nas últimas décadas, trazendo benefícios para as
empresas e instituições que o praticam. As empresas envolvem-se com a
comunidade, em contrapartida ao apoio que esta lhes dá, compram seus
produtos e serviços. O outro benefício para as empresas comprometidas com o
marketing social é que podem conseguir junto ao governo, a isenção de
impostos na instalação e funcionamento dos seus negócios. Com base no
estudo de caso apresentado verifica-se que as conquistas do Grupo Boticário
são resultados de vontade de empreender, ousar e fazer sempre mais. O
Grupo Boticário, suas unidades de negócio, e a Fundação Grupo Boticário têm
alcançado relevantes premiações. A Fundação Grupo Boticário de Proteção à
Natureza, é uma instituição sem fins lucrativos, que promove e realiza ações
de conservação da natureza em todo Brasil, contribuindo, assim, para o
equilíbrio ecológico do planeta e para a manutenção da vida. O Grupo também
realiza e patrocina muitos eventos e instituições do terceiro setor em todo o
Brasil, sempre voltadas para ações na área social, ambiental, trabalhista, entre
tantas outras áreas. A organização é verdadeiramente uma empresa-cidadã.
6
METODOLOGIA
O critério de classificação da pesquisa quanto ao fim, é descritiva. Na
pesquisa descritiva não há a interferência do pesquisador, segundo Barros e
Lehfeld (2000), ele descreve o objeto de pesquisa, o pesquisador procura
descobrir a frequência com que um fenômeno ocorre, sua natureza,
característica, causas, relações e conexões com outros fenômenos.
Considerando as definições dadas por Gil (2002) e Vergara (2000) e dentro do
contexto do tema abordado, a pesquisa descritiva enfoca características
pertinentes a determinado assunto ou população, que neste estudo é a respeito
da responsabilidade social nas organizações.
Em relação ao meio, é uma pesquisa bibliográfica, pois se sustenta em
material publicado em livros e artigos de revistas. Vergara (2003, p. 48) define
a pesquisa bibliográfica como sendo:
O estudo sistematizado desenvolvido com base em
material publicado em livros, revistas, jornais, redes
eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral.
Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de
pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesmo. O
material publicado pode ser fonte primária ou secundária.
Portanto, a metodologia de pesquisa do presente estudo é descritiva e
bibliográfica.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Responsabilidade social 10
CAPÍTULO II - Marketing social 17
CAPÍTULO III – Responsabilidade social e
marketing social – Estudo de caso: Grupo
Boticário 24
CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA CITADA 35
WEBGRAFIA 37
ÍNDICE 39
ANEXO 41
FOLHA DE AVALIAÇÃO 44
8
INTRODUÇÃO
Os investimentos sociais das empresas vêm obtendo, cada vez mais
atenção dos meios de comunicação e da sociedade em geral. Por outro lado,
as empresas intensificam suas ações direcionadas às comunidades, projetando
uma imagem de empresa cidadã, uma vez que já perceberam o valor
estratégico de uma gestão responsável socialmente e dos resultados positivos
como maior aceitabilidade e legitimidade organizacional.
Em um país como o nosso, em que a ação social é entendida como a
relação da empresa com a comunidade, a questão é o grau de
comprometimento corporativo e a qualidade no conjunto de relações com
fornecedores, consumidores, funcionários, governo e comunidade.
Não se trata apenas de filantropia ou caridade, mas sim, de um
compromisso das organizações em criar parcerias entre o setor público, o
privado e o terceiro setor. Mais consciente de seu papel, as organizações
privadas se comprometem e dividem com o Estado a responsabilidade de
minimizar a exclusão social, mobilizando recursos para projetos sociais. Além
disso, as empresas socialmente responsáveis devem investir na educação, na
saúde, no bem-estar e no progresso/crescimento de seus funcionários, uma
vez que esses fatores geram maior produtividade, compromisso e dedicação
por parte deles.
As organizações são relevantes agentes que promovem o
desenvolvimento econômico e o avanço tecnológico que transforma em ritmo
acelerado o planeta numa aldeia global. Com a grande interdependência de
todas as pessoas o bem-estar da humanidade depende cada vez mais de uma
ação cooperativa local, regional, nacional e internacional.
9
Nesse sentido, a presente monografia faz uma abordagem da
responsabilidade social e do marketing social nas organizações. A questão
norteadora é conhecer: quais são os benefícios que a responsabilidade social
traz para as organizações que são socialmente responsáveis? O objetivo
principal é levantar as vantagens da organização de ser socialmente
responsável.
A escolha da temática é decorrente do entendimento que a instituição
ser socialmente responsável é um fator de competitividade no contexto das
organizações contemporâneas, sejam elas públicas ou privadas, além de ser
uma matéria muito discutida hoje em dia por todos os segmentos da sociedade.
10
CAPÍTULO I
RESPONSABILIDADE SOCIAL
1.1 Aspectos conceituais
São observadas maneiras de se “enxergar” o conceito da
responsabilidade social empresarial – das óticas neoclássicas, que têm foco no
papel da empresa como instituição essencialmente econômica; às sociais, que
para além da questão do lucro, agregam fatores como a sustentabilidade social
e ambiental.
Na visão econômica neoclássica, amplamente divulgada por Milton
Friedman apud Bernhoeft e Gallo (2003, p. 12), a única responsabilidade social
da empresa é gerar lucros e riqueza para seus acionistas, tendo como
responsabilidade o desempenho econômico: “uma empresa que não apresenta
lucro é socialmente irresponsável”, pois ele se baseia no direito de propriedade,
o qual preconiza que os administradores não têm outro dever que não seja o
de aumentar o valor do acionista, existe apenas uma responsabilidade social
da atividade de negócios – utilizar seus recursos e engajar-se em atividades
destinadas a aumentar seus lucros, tanto quanto possível, porém dentro das
regras do jogo, em busca de um mercado livre e competitivo, sem fraudes.
Cabe ao Estado a missão de prover a sociedade através de ações públicas.
Esse entendimento acerca da responsabilidade social empresarial
perde força à medida que ser socialmente responsável se torna um fato de
competitividade no atual contexto das organizações. Os empresários percebem
que se preocupar somente com questões de ordem econômica, não garante
mais o êxito de uma organização como em outros tempos.
Tendo o diálogo e a aproximação da comunidade como pressupostos
para a responsabilidade social, é resumido, de acordo com o Instituto Ethos
11
(2003), a empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade
de ouvir os interesses das diferentes partes, que são denominados de
stakeholders (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores,
consumidores, comunidade, governo e meio ambiente) e consegue incorporá-
los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demanda de
todos e não apenas do acionista ou proprietários.
Para Gonçalves (2000), por exemplo, para além dessa “realidade
econômica”, soma-se ao universo corporativo, as realidades humanas (homem
como meio de ser obter resultados) e social (meio ambiente e comunidade).
Sob uma ótica social, o autor incorpora ao universo corporativo, questões
sociais que ao encontro das expectativas de outros stakeholders, além dos
acionistas. As empresas passam a ter responsabilidades que vão além dos
lucros para os investidores.
Entretanto, para que tal mecanismo seja viável, considerando a
complexa exigência de interação dos variados componentes é necessário
adotar sistemas de gestão empresarial que promovam participação dos
diversos públicos, isto é, sem dúvida, um dos principais desafios no processo
de implementação da Responsabilidade Social.
Para Gonçalves (2000, p. 59), a sociedade espera que as empresas
possam ajudá-la em problemas sociais, “não porque a considere a única
responsável pelo aparecimento dos mesmos, mas porque reconhece na
empresa recursos e competências capazes de favorecer de maneira decisiva a
resolução desses problemas”. O autor considera que uma dessas
competências é a maior facilidade de relacionamento que a iniciativa privada
possui com as esferas governamentais.
Para a Fundação Nacional de Qualidade – FNQ (2007), a
responsabilidade social pressupõe o reconhecimento da sociedade como parte
integrante do ecossistema da organização, com necessidades e expectativas
12
que precisam ser identificadas, compreendidas e atendidas. Trata-se do
exercício constante da consciência moral e cívica da organização, advinda da
ampla compreensão de seu papel no desenvolvimento da sociedade.
Ashley (2002, p. 6-7) define responsabilidade social como sendo:
O compromisso que uma organização deve ter com a
sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que a
afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma
comunidade, de modo específico [...] Assim, numa visão
expandida, responsabilidade social é toda e qualquer
ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade
de vida da sociedade.
A ação social da empresa é conceituada por Rodrigues (2010, p. 3)
como sendo uma das “dimensões da estratégia de responsabilidade social
corporativa, a que diz respeito ao relacionamento voluntário da empresa com o
stakeholder comunidade, visando ao combate da pobreza e da exclusão
social”.
Assim, a responsabilidade social pode ser entendida como o resultado
dos esforços do povo e da classe operária na reestruturação da ordem
capitalista, representa uma busca pela revisão dos papéis.
Com base nessa exposição, observa-se que para legitimar as atitudes
das empresas em relação às demandas sociais é importante que seja criado
um ambiente que privilegie o diálogo entre as partes. É necessário que a
sociedade civil seja ouvida e respeitada pela empresa, e que, alicerçada nesta
premissa, seja criada uma comunidade que trabalhe em parceria.
No próximo tópico são tratadas as práticas, bem como o crescimento
dos projetos sociais desenvolvidos pelas empresas.
13
1.2 Práticas e crescimento de projetos sociais
A ação social da empresa inserida no contexto da gestão empresarial é
um fenômeno relativamente novo, data da década de 1990 para cá
(RODRIGUES, 2010). Até então, ela era vista, em geral, como uma iniciativa
de filantropia dos donos da empresa, e que deveria manter uma distância entre
essas ações sociais e o negócio da organização. Com a expansão da
Responsabilidade Civil Corporativa, essa distância se estreita. Nos dias de
hoje, já se pode vislumbrar a tendência à inserção estratégica da ação social
da empresa no contexto dos negócios, do que já ocorre com qualquer outro
assunto da gestão corporativa, que estão relacionados aos colaboradores da
empresa, acionistas, fornecedores, clientes e governo.
Nessa perspectiva, Próspero (2007) também ressalta que cresce, a
cada dia, o número de organizações sociais que realizam sua ação e
conseguem recursos por meio de projetos. Até mesmo a ação social na esfera
do governo vem também sendo planejada e gerenciada mediante projetos e
programas, assim como aumenta o número de entidades que financiam
projetos, disponibilizam capacitação e fornecem assessoria na área. No
entanto, o nível de exigência em relação à qualidade da ação social é
atualmente maior, por isso é essencial as instituições conhecerem as maneiras
de elaborar, gerenciar e avaliar os projetos.
Dessa forma, os projetos sociais, se bem elaborados e realizados
podem ser mecanismos importantes para a organização da ação cidadã.
Próspero (2007) salienta que projetos não existem isolados, eles só têm
sentido se fizerem parte de programas e ou políticas mais amplas.
Cabe ressaltar que o pensamento subjacente é a de que, na medida
em que a organização trabalha em benefício do interesse público, ela não faz
somente por ser “boazinha”, mas porque trará vantagem também para os seus
negócios.
14
Ainda dentro desta abordagem sobre o crescimento de projetos sociais,
de acordo com Maia Filho (2005), a responsabilidade social corporativa em
nosso país já superou a etapa de euforia inicial, que estimulou apenas o
marketing social, e começa a ser introduzida ao planejamento estratégico das
organizações. Em seu artigo, Maia Filho cita alguns comentários proferidos por
palestrantes durante o evento do Fórum Balanço Social, realizado em setembro
de 2005, na cidade de Salvador, Bahia: “Esse é um processo irreversível, que
reflete uma maior conscientização pelas companhias do que é a
responsabilidade social” (PERAZZO apud MAIA FILHO, 2005, p. 2).
Nesse Fórum, foi destacado o exemplo da Petrobras, que desde 2004,
a organização estabeleceu que todas as unidades de negócios devem
desenvolver estratégias de ação social, e criou no mesmo ano um comitê
gestor de responsabilidade social e ambiental. No evento a Petrobras ressaltou
que ela não desenvolve trabalhos sociais priorizando sua imagem.
“Trabalhamos para melhorar as condições de vida da sociedade” (NERY apud
MAIA FILHO, 2005, p. 2).
No Projeto Petrobras Fome Zero, estamos investindo R$
303 milhões até 2006, sendo que, em dois anos da
iniciativa, já executamos R$ 190 milhões em ações de
educação e qualificação profissional, geração de emprego
e renda, garantias de direito para a criança e adolescente,
beneficiando 1,5 milhão de pessoas (NERY apud MAIA
FILHO, 2005, p. 1).
Outro exemplo ressaltado por Maia Filho (2005) é a Companhia Vale
do Rio Doce (CRVD), a qual compreende que a responsabilidade social é uma
atividade transversal que norteia as várias áreas da empresa, desenvolveu o
modelo de sustentabilidade social. De acordo com a CRVD, a iniciativa está
calcada no investimento social estratégico, diálogo social e gestão de impactos.
15
Para o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), a
realização do balanço social demonstra a vontade das organizações de
contribuir pela transformação da sociedade. Segundo o IBASE, 87% dos
entrevistados de uma pesquisa realizada disseram que já deixaram de comprar
um produto ou serviço por considerar as práticas sociais da empresa. A maioria
dos entrevistados considerou necessária a participação da comunidade no
planejamento e investimentos externos da empresa (MAIA FILHO, 2005).
Os projetos sociais desenvolvidos pelas empresas são fundamentados
em carências semelhantes, como dificuldades de acesso à educação, cultura e
oportunidades de profissionalização e saúde, além do desemprego e baixo
nível de renda. Conforme visto anteriormente, a responsabilidade social
corporativa no Brasil já é incorporada ao planejamento estratégico de muitas
empresas.
Cabe lembrar que o balanço social, segundo Lauretti (2003), é um
documento confeccionado pela empresa com o objetivo de prestar contas à
sociedade de suas práticas e investimentos sociais e terá grande importância
nesse processo, assim como os relatórios de sustentabilidade, que são
instrumentos mais atuais e elaborados, que além da prestação de contas,
permitem às empresas, planejarem, avaliarem sua atuação social e traçarem
metas.
Ashley (2002, p. 6-7) afirma que estabelecer um relacionamento aberto
entre organizações e público-alvo é condição sine qua non para a validação
das práticas socialmente responsáveis de uma empresa.
A responsabilidade social empresarial vai muito além do papel social
tradicional de criar empregos e atender as determinações legais da sociedade
em que a organização está inserida. “A gestão da responsabilidade social é
muito mais do que a implementação de projetos isolados de ação social. A
gestão da responsabilidade social pressupõe uma coerência de atuação que
16
englobe tanto a cadeia de valor da empresa quanto sua relação com o
ambiente externo” (FGV-online, 2011, p. 49).
Esse entendimento implica considerar a responsabilidade social como
elemento estratégico que pode até mesmo vir a condicionar a tomada de
decisão nas diversas esferas da organização.
Assim, uma empresa socialmente responsável é aquela que consegue
estabelecer um fluxo de informações aberto com seus stakeholders e alinhar
seus objetivos mercadológicos às demandas desses públicos, sendo
comprometida com a mudança de quadros sociais e com a continuidade de
suas ações. Dessa forma, verifica-se a importância de se introduzir o
comprometimento com a continuidade das ações e a mudança do quadro
social na distinção de uma empresa socialmente responsável.
17
CAPÍTULO II
MARKETING SOCIAL
2.1 Aspectos conceituais
A terminologia marketing social surgiu nos Estados Unidos da América,
em 1971, por Kotler e Zaltman que, naquela ocasião estudavam aplicações do
marketing que auxiliassem para a busca e o encaminhamento de soluções para
os muitos problemas sociais. Naquele ano, eles publicaram no Journal of
Marketing, um artigo denominado Social Marketing – an approach to planned
social change, onde conceituaram o marketing social como sendo o processo
de criação, implementação e controle de programas implementados para
influenciar a aceitabilidade das ideias sociais e envolvendo considerações
relativas ao planejamento de produto, preço, comunicação, distribuição e
pesquisa de marketing (TOLEDO e CAIGAWA, 2003).
O marketing social, segundo Toledo e Caigawa (2003), representa a
gestão estratégica do processo de inovações sociais considerando as atitudes
os comportamentos e práticas, fundamentadas em conceitos éticos, humanos e
igualdade social. Para Fontes (2001, p. 78) o marketing social:
É a gestão estratégica do processo de introdução de
inovações sociais, a partir da adoção de comportamentos,
atitudes e práticas, individuais e coletivas. Estas
inovações sociais são orientadas por preceitos éticos e
fundamentadas nos direitos humanos, na equidade social.
O que se entende dessas duas conceituações é que o marketing social
representa um sistema de gestão estratégica que objetiva mudança de
comportamento para aceitação e adoção consciente das novas atitudes, sendo
alicerçados pela ética, respeito aos direitos humanos e a igualdade social.
18
O marketing social ou marketing para causas sociais, como é chamado
em outros países, refere-se ao trabalho mercadológico com o propósito de
relacionar uma marca ou instituição a uma causa social, que pode ser o
desenvolvimento de campanhas, como, por exemplo, nos casos de prevenção
da saúde; estímulo à leitura; doações para entidades assistenciais; parcerias
com entidades filantrópicas; desenvolvimento de trabalho junto a comunidades
carentes, entre tantos outros (FONTES, 2001).
Em termos de conceitos, existem algumas distorções no emprego
dessa expressão, porque se pode entender, e alguns especialistas assim o
fazem, que o marketing social abrangeria os denominados marketing cultural,
marketing esportivo, marketing ecológico e o marketing comunitário. Fontes
(2001) comenta que faz sentido, porque do ponto de vista prático, estimular o
esporte, a cultura, a conscientização ambiental e o desenvolvimento
comunitário significa desenvolver ações sociais relevantes.
O marketing social tem conquistado importância nos últimos tempos,
na medida em que empresas e instituições se conscientizam da necessidade
de envolver-se com a comunidade, em contrapartida ao apoio que esta lhes dá,
comprando seus produtos e serviços. Outro benefício para as empresas
comprometidas com o marketing social é que podem conseguir junto ao
governo, a isenção de impostos na instalação e funcionamento dos seus
negócios.
Kotler e Armstrong (2005) dizem que no marketing social a organização
tem como tarefa determinar as necessidades, os interesses e os desejos dos
mercados-alvo, e oferecer as satisfações desejadas mais eficaz e
eficientemente do que a concorrência, de modo a preservar ou melhorar o
bem-estar do consumidor e da sociedade. Dessa forma, percebe-se que no
marketing social a empresa consciente toma decisões considerando suas
exigências, os desejos e interesses do cliente e os interesses a longo prazo da
sociedade. Portanto, a empresa sabe de que negligenciar esses interesses a
19
longo prazo é um desserviço para os clientes e a sociedade, e as que são
alertas vêem os problemas sociais como oportunidades.
Os autores acima citados explicam que a empresa orientada
socialmente projeta produtos não só agradáveis, mas também benéficos. Eles
acrescentam que os produtos podem ser classificados, de acordo com o nível
de oferta de satisfação imediata ao cliente e de benefícios a longo prazo. Os
produtos indesejáveis, como, por exemplo, medicamentos ineficazes e de
sabor ruim, não têm procura imediata e nem produzem benefícios a longo
prazo. Os produtos agradáveis propiciam alta satisfação imediata, mas podem
prejudicar a longo prazo, como, por exemplo, os cigarros. Os produtos
saudáveis têm baixa procura, mas beneficiam os consumidores a longo prazo
como o cinto de segurança e airbags. Os produtos desejáveis fornecem alta
satisfação imediata e elevados benefícios a longo prazo, como é o caso de um
alimento saboroso e nutritivo para o café da manhã.
A partir desse raciocínio, verifica-se que o mundo corporativo passa a
perceber a sustentabilidade como um bom negócio para seus negócios. Como
forças essenciais na sociedade as empresas, de todos os segmentos, tem um
papel relevante a desempenhar em seu alcance.
Para Melo Neto e Froes (1999) há dois propósitos para as empresas
exercerem projetos sociais, sendo o primeiro por filantropia empresarial e o
segundo por desenvolvimento de estratégias de marketing com base nas ações
sociais. Sendo que as ações de filantropia podem ser constituídas por doações
para campanhas sociais; prêmios para pessoas carentes; doações de produtos
fabricados pela própria empresa; e doação de dinheiro para entidades
beneficentes.
20
2.1 A percepção do cliente/consumidor na hora da compra de
produto/serviço de empresa socialmente responsável
Quando as decisões da organização levam em conta o meio ambiente
e a sociedade, isso é percebido pelo cliente/consumidor, consequentemente,
elas geram negócios com resultados sustentáveis, portanto, é bom para o
cliente/consumidor, para a empresa, para a sociedade, para o planeta.
As organizações são relevantes agentes que promovem o
desenvolvimento econômico e o avanço tecnológico que transforma em ritmo
acelerado o planeta numa aldeia global. Com a grande interdependência de
todos, o bem-estar da humanidade depende cada vez mais de uma ação
cooperativa local, regional, nacional e internacional. É primordial que haja uma
consciência global que encaixe todos num processo de desenvolvimento que
tenha como meta à preservação do meio ambiente e do patrimônio cultural, a
promoção dos direitos humanos e a construção de uma sociedade
economicamente próspera e socialmente justa.
As empresas têm suas competências básicas e se acrescentar um
comportamento ético e socialmente responsável, elas adquirem o respeito das
pessoas e das comunidades que são atingidas por suas atividades e
gratificadas com o reconhecimento e o engajamento de seus colaboradores e a
preferência dos consumidores, o que gerará vendas com lucratividade e
rentabilidade para os acionistas/empresários.
Verifica-se que a responsabilidade social está se tornando cada vez
mais fator de sucesso empresarial, gerando, assim, novas perspectivas para o
desenvolvimento de um mundo economicamente mais próspero e socialmente
justo. Para reforçar essa afirmativa, uma pesquisa divulgada pela Revista
Exame apud Sasaki (2007, p. 60) revela que 34% dos brasileiros levam em
conta a responsabilidade ambiental na hora de comprar um produto.
21
No exterior, organizações gigantes do mercado estão muito afinadas
com esse “paradigma do bem”, como, por exemplo, a japonesa Toyota,
segunda maior montadora do mundo, mobiliza um exército de funcionários no
desenvolvimento de tecnologias para melhorar a eficiência dos combustíveis,
reduzir as emissões de gás carbônico e limitar a dependência do petróleo. O
guia de princípios da empresa, apresentado ao quadro de 285 mil funcionários,
defende a coexistência harmônica entre meio ambiente e economia. Segundo o
representante do grupo Toyota, Watanabe apud Sasaki (2007, p. 60): “os
automóveis terão um papel-chave na criação do transporte sustentável no
século 21 e a missão da Toyota será fornecer veículos que os clientes possam
usar com orgulho e alegria”.
A anglo-holandesa Unilever, líder no setor de alimentação, também é
um exemplo de “corporação verde”, ela investe em programas de agricultura,
pesca e uso sustentável de água, nos quais são criados mecanismos para
melhor compreender os efeitos que o grupo provoca no meio ambiente. A
Philips, líder mundial em iluminação e campeã no Índice Dow Jones de
Sustentabilidade, inventou e já comercializa uma nova geração de lâmpadas
compactas que economizam 80% a mais de energia e geram menos calor que
as convencionais.
O representante da Philips, Kleisterlee apud Sasaki (2007, p. 60) disse
que:
A necessidade de reduzir o aquecimento global
controlando as emissões humanas de carbono é
provavelmente a questão mais importante que
enfrentamos como comunidade global. Então, o
gerenciamento de energia também precisa ser o maior
desafio dos CEO’s na era moderna.
22
Nesse sentido, observa-se que as empresas investem nos programas
de meio ambiente não por conveniência nem por oportunismo, mas é visão
estratégica. Os executivos entenderam que existe uma relação de
interdependência entre todos os atos de produção, o consumo e o que
acontece na sociedade e na natureza. Por conta dessa percepção, investir em
sustentabilidade virou mais do que fazer dinheiro com o aval moral dos
consumidores, tornou-se uma forma de prevenção contra gastos.
Em relação aos grupos brasileiros e os que aqui operam, eles são uma
referência forte no quesito responsabilidade. O Banco Bradesco, por exemplo,
trabalha de diversas formas para contribuir contra o aquecimento global. Ele
incorporou análises de riscos socioambientais nas operações de financiamento
e assessora projetos econômicos com base no Protocolo de Kyoto. Próximo da
sede, na região de Cidade de Deus, na grande São Paulo, onde o volume de
gás carbônico chega a 22,3 mil toneladas por ano, o banco plantará
aproximadamente 37 mil árvores de espécies da Mata Atlântica e a meta é
estender o programa a todas as localidades onde a instituição possui agências
(SASAKI, 2007).
O representante do Banco Bradesco Cypriano apud Sasaki (2007, p.
61) comenta que “o mercado e os próprios consumidores não aceitam uma
postura passiva. Fomos o primeiro banco brasileiro a iniciar um programa para
neutralizar as emissões de carbono de suas operações”. O presidente
acrescenta: “Quase todo o papel utilizado pelo Bradesco (hoje, próximo a 600
toneladas por mês) é reciclado, inclusive talões de cheques e memorandos
internos. Somos a empresa brasileira que mais utiliza papel reciclado”. Esse
tipo de iniciativa levou o banco ao Índice Dow Jones de Sustentabilidade.
Grupos como a Usiminas não ficam atrás. Por intermédio do Programa
“Áreas Verdes”, a siderúrgica realiza ações para recompor a vegetação nativa
em áreas degradadas pela ocupação humana. A iniciativa inclui a produção de
200 mil mudas ao ano, a manutenção de um parque zoobotânico e a
23
recuperação de matas ciliares. Outras empresas, como Faber-Castell, Aracruz,
Suzano, Natura, Boticário, Ambev, Norberto Odebrecht, Banco Santander,
entre outras, estão envolvidas com programas de desenvolvimento de
sustentabilidade (SASAKI, 2007).
Dessa forma, verifica-se que ser sustentável minimiza os riscos de
responsabilização por danos à natureza, os órgãos fiscalizadores estão cada
vez mais atentos e os consumidores estão vigilantes em quem investe em
sustentabilidade e, de acordo com a pesquisa mencionada anteriormente, os
brasileiros consideram a responsabilidade ambiental na hora de comprar um
produto ou serviço, gerando assim, uma fidelização à marca, pois o consumidor
vai dar preferência àquela empresa que investe no meio ambiente e na
sociedade do que àquela que não investe em sustentabilidade.
24
CAPÍTULO III
RESPONSABILIDADE SOCIAL E MARKETING SOCIAL
ESTUDO DE CASO: GRUPO BOTICÁRIO
3.1 Histórico da empresa
Tudo começou em 1977, com Miguel Krigsner, recém-formado em
Farmácia e Bioquímica, que inaugura uma pequena farmácia de manipulação
no centro de Curitiba, Paraná. Ele investiu na criação de cosméticos naturais,
manipulados artesanalmente, os clientes, então, tinham a disposição produtos
para cabelos, cremes e desodorantes com fórmulas exclusivas. Era uma
alternativa diferente de tudo que existia no mercado naquela ocasião. Krigsner
escolheu o nome “O Boticário” fazendo referência aos antigos farmacêuticos,
denominados no passado como boticas (GRUPO BOTICÁRIO, 2015).
O Grupo Boticário foi criado em 2010, a partir da experiência de 33
anos da indústria de perfumaria e cosméticos O Boticário. O Grupo formaliza
em seu primeiro Relatório de Sustentabilidade (em 2009, a publicação se
referia apenas a empresa O Boticário), as atividades e iniciativas voltadas à
prática da sustentabilidade desenvolvidas durante o ano de 2010. Esse
relatório explica que a conduta inspiradora, o espírito empreendedor e a
trajetória de sucesso deste Grupo se consolidam em grandes resultados para
todos os envolvidos.
Em fevereiro de 2011, deu início às operações de “Eudora”, primeira
unidade de negócio que surgiu após a formação do Grupo Boticário.
Em 2012, foi realizado um posicionamento de comunicação “Beleza é o
que a gente faz”, traduzindo a essência, a personalidade e os valores do Grupo
Boticário. Em agosto do mesmo ano, surge “Quem disse, berenice?”, outra
25
unidade de negócio focada no mundo da maquiagem, com cores vibrantes e
produtos inovadores. Em novembro, chegou a mais nova unidade de negócio
“The beauty box”, voltada para a comercialização de produtos nacionais e
internacionais e, também da linha própria “Produtinhos da beauty”.
Em 2013, foi criado o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento junto à
planta industrial de São José dos Pinhais, Paraná. No mesmo ano, iniciou as
operações da nova fábrica de maquiagem e do novo armazém, finalizando,
assim, as obras de expansão da planta paranaense.
Segundo o Instituto Euromonitor, a unidade de negócio “O Boticário”,
em 2014, alcançou a liderança no mercado brasileiro de perfumaria. Nesse
mesmo ano, a empresa conquistou o 1º lugar na categoria “bens de consumo”,
e de destaque em “cidadania empresarial” no ranking “As melhores empresas
para você trabalhar”, da Revista Você S/A. Da mesma revista, conseguiu
destaque em “qualidade de vida” entre as “Melhores empresas para iniciar a
carreira” (GRUPO BOTICÁRIO, 2015).
Ao longo dos últimos cinco anos, foram inauguradas fábricas, centros
de distribuição e um centro de pesquisa. Foi alcançada com “O Boticário” a
liderança no mercado de perfumaria, além de lançamentos de outras três
unidades de negócio: “Eudora”, “Quem disse, berenice?” e “The Beauty Box”. A
figura 1 ilustra a frente de uma loja O Boticário.
A beleza do Grupo Boticário também se multiplicou por meio
da “Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza”, instituição sem fins
lucrativos que há 25 anos evidencia o respeito do Grupo pelo patrimônio do
meio ambiente.
Com unidades
Paulo e na Bahia, cont
diversos públicos de
empresa disseminadora
“Afinal, para nós, bel
quer. Beleza é o que a
As quatro unid
Eudora; Quem disse,
pontos de vendas, send
ano e, ao todo, estã
presente em outros oito
A unidade de n
cosméticos, maquiagem
1.100 produtos.
A unidade de n
voltada para a mulher:
Figura 1 – Loja O Boticário
Fonte: GRUPO BOTICÁRIO, 2015a
ades operacionais e administrativas no Pa
, contam com cerca de 7.000 colaboradores d
de relacionamento. A empresa se orgulh
nadora da beleza em todas as suas formas
s, beleza não é só o que a gente sonh
ue a gente faz” (GRUPO BOTICÁRIO, 2015).
unidades de negócios do Grupo Boticári
se, berenice?; e The beauty Box, em 2014, to
, sendo que 160 pontos de vendas foram ina
estão espalhados em 1.750 municípios b
s oito países (GRUPO BOTICÁRIO, 2015).
de negócio O Boticário disponibiliza soluçõe
uiagem e perfumaria. Eles detêm um portfó
e de negócio Eudora representa uma marca
lher:
26
no Paraná, em São
ores diretos, além de
orgulha de ser uma
ormas de expressão.
sonha, imagina ou
015).
oticário: O Boticário;
14, totalizaram 3.912
m inaugurados nesse
ios brasileiros. Está
luções completas em
portfólio de mais de
marca de cosméticos
27
Que une beleza e atitude, e tem poder para pequenas e
grandes conquistas As cores, as texturas e as fragrâncias
dos produtos trazem ainda mais sensualidade para a
mulher feminina e, ao mesmo tempo, forte. Tudo isso
aliando qualidade, tecnologia e sofisticação com valor
acessível (GRUPO BOTICÁRIO, 2015).
A unidade de negócio Quem disse berenice? oferece opções acessíveis
para a diversidade feminina expressa em todas as idades e classes sociais. “As
consumidoras da marca são mulheres que gostam de provar novas
combinações. Bom humor, irreverência e originalidade são os valores que
traduzem a proposta da unidade de negócio” (GRUPO BOTICÁRIO, 2015).
Essa unidade de negócio apresenta um portfólio colorido, com mais de
500 produtos de diversas cores, texturas e fragrâncias. Atingiu, em 2014, a
marca de 1 milhão de batons vendidos e reuniu 3,4 milhões de fãs no
Facebook e 277 mil seguidores no Instagram.
A unidade de negócio The beauty box reúne os itens globais que são,
unanimidade, entre as mulheres quando se fala em cosméticos, esmaltes,
maquiagem e perfumaria. São aproximadamente 7.000 produtos de 60 marcas,
entre nacionais e internacionais, que podem ser encontrados nas belas lojas
físicas ou pelo comércio online. “Assim, The beauty box traz um novo universo
de possibilidades para a beleza das consumidoras” (GRUPO BOTICÁRIO,
2015).
O logotipo do Grupo Boticário significa a origem do negócio, os valores
de sua cultura organizacional e o orgulho de empreender sempre. A natureza
foi um dos fatores de inspiração para o desenho da marca, que ganhou formas
espiraladas e leves. O movimento dos traços mostra a constante evolução,
enquanto a entrada de luz e as letras minúsculas representam a clareza e a
proximidade de suas relações com todos os públicos. A fonte moderna mostra
28
a constante busca por inovação, enquanto a singularidade do logo se expressa
pelo desenho diferenciado das letras “g” e do acento no “a” (GRUPO
BOTICÁRIO, 2015b). A figura 2 apresenta o logo da marca do Grupo Boticário.
Figura 2 – Logotipo da marca do Grupo Boticário
Fonte: GRUPO BOTICÁRIO, 2015b
A figura 3 ilustra as maiores empresas no segmento de higiene e
beleza. O Boticário, em 2014, aparece em 3º lugar, com 10.3%; atrás apenas
da Natura, segunda colocada no ranking, com 11.3%; e a Unilever, que ocupa
o primeiro lugar, com 11.8% de participação no mercado. Em quarto lugar é a
Procter & Gamble, com 9.4%; em quinto lugar é ocupada pela L’Óreal, com
6.9%; e em sexto lugar é a Avon, com 5.8%. O gráfico também apresenta os
anos de 2008, 2012, 2013 e 2014, da participação dessas empresas no
mercado brasileiro.
29
Figura 3 – As maiores empresas do setor de higiene e beleza (2008-2014)
Fonte: EUROMONITOR, 2015
3.2 Responsabilidade social e marketing social
A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, principal
expressão do investimento social privado do Grupo, nasceu em 1990, para
contribuir com a conservação da natureza do Brasil. A instituição mantém duas
reservas naturais, pelas quais protege mais de 11 mil hectares dos dois biomas
mais ameaçados do Brasil: a Mata Atlântica (Reserva Natural Salto Morato, em
Guaraqueçaba, litoral do Paraná) e o Cerrado (Reserva Natural Serra do
Tombador, em Cavalcante, interior de Goiás) (GRUPO BOTICÁRIO, 2015). A
figura 4 ilustra uma das reservas naturais.
A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é detentora de
inúmeros prêmios por suas ações, ao longo dos anos, a Fundação também
investe em apoio a iniciativas de outras organizações e sensibilização da
sociedade para a causa conservacionista.
30
Figura 4 – Fundação Grupo Boticário
Fonte: GRUPO BOTICÁRIO, 2015
Suas ações incluem também apoio a projetos de outras organizações,
investimento em estratégias inovadoras de conservação, como pagamento por
serviços ambientais e a disseminação do conhecimento.
Nos últimos anos, o Grupo Boticário tem apoiado ou patrocinado
projetos que propiciam benefícios a sociedade em diversificadas áreas, tais
como: ambiental, cultural, educativa, de inovação, social e de sustentabilidade.
O Grupo se orgulha de demonstrar que as experiências alinhadas aos seus
valores e estratégias de desenvolvimento foram bem sucedidas.
Entre as iniciativas que contaram com subsídio financeiro do Grupo
Boticário, estão as de desenvolvimento nas artes (música, artes cênicas e
dança), conferências sobre empreendedorismo sustentável, congressos sobre
inovação tecnológica. A empresa aposta, também, em ações sociais
transformadoras de resistência às drogas, à violência e de proteção à natureza,
como já mencionado anteriormente, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à
Natureza, a principal expressão do investimento social privado, e que desde
31
seu nascimento realiza ações de conservação da natureza em todo Brasil
(GRUPO BOTICÁRIO, 2015c).
Alguns projetos que recebem o apoio do Grupo Boticário são
relacionados a seguir. Esses eventos, alguns deles já foram realizados em
2015, e outros estão ocorrendo no presente momento: Festival Internacional de
Danças Urbanas, Rio de Janeiro; Festival de Danças: solo, duos, trios, Porto
Velho; Viva Dança Festival Internacional, Camaçari; Festival Nacional de
Dança Ballace, Camaçari; e Mostra Paranaense de Dança, Curitiba.
Outro evento que está sendo patrocinado pelo Grupo é o “Espaço
Perfume”. O propósito desse espaço é registrar os 5 mil anos de história do
perfume e as curiosidades sobre sua produção. Para isso, conta com mais de
500 peças históricas que também instigam a memória e provocam verdadeiras
viagens no tempo (GRUPO BOTICÁRIO, 2015d).
O Grupo Boticário em parceria com a Chevrolet e a Editora Globo
contribui para a ONG Orpas, localizada na favela Jardim São Luiz, bairro pobre
da periferia de São Paulo. A Orpas promove muitas ações para melhorar a
economia e as relações da comunidade local, desde a promoção ao comércio
dos vizinhos até o intercambio internacional de moradores da localidade.
Verifica-se que o Grupo Boticário em parceria com outras organizações
realizam ou patrocinam muitas outras ações visando fazer o bem em muitos
segmentos. Os exemplos citados acima são apenas algumas das ações
realizadas pelo Grupo dentre muitas outras que já tiveram o apoio da
organização nos últimos anos.
A organização acredita que é possível alcançar o crescimento
econômico em equilíbrio com o respeito à sociedade e ao meio ambiente. Eles
compartilham a maneira deles de ser com toda a cadeia de valor, inspirando
32
atitudes transformadoras que levam à construção coletiva de um mundo mais
belo.
O Grupo Boticário é ganhador de inúmeros prêmios pelas suas
atividades sociais, sua contribuição para a preservação do meio ambiente e de
sua gestão de sustentabilidade. É anexada uma lista de diversos prêmios entre
os anos de 2012 e 2015.
33
CONCLUSÃO
O marketing social tem alcançado importância nas últimas décadas,
trazendo benefícios para as empresas e instituições que o praticam. As
organizações envolvem-se com a comunidade, em contrapartida ao apoio que
esta lhes dá, compram seus produtos e serviços. O outro benefício para as
empresas comprometidas com o marketing social é que podem conseguir junto
ao governo, a isenção de impostos na instalação e funcionamento dos seus
negócios.
É constatado que o marketing social, em geral, é um tipo de iniciativa
extremamente válido, por parte das emissoras de televisão. Como estratégia
de mudança de atitudes e adoção de novos comportamentos. Promover um
bom marketing social para alcançar o público-alvo é realizar a integração de
esforços de marketing e de comunicação. Ele funciona, se realizado com
inteligência e de forma adequada, mas deve ser antes uma ação de cidadania
do que de marketing.
Observa-se que as empresas-cidadãs são vistas como socialmente
responsáveis e, se assim o são, é porque realizam investimentos estratégicos
na área social, ambiental, trabalhista, com o consumidor, com o fornecedor e
em todos os públicos que têm ligação com ela.
Com base no estudo de caso apresentado verifica-se que as
conquistas do Grupo Boticário são resultados de vontade de empreender,
ousar e fazer sempre mais. Seja pela competência na operação dos negócios,
pela dedicação da rede colaborativa, pela inovação e qualidade dos produtos
ou pela estratégia baseada em sustentabilidade. O Grupo Boticário, suas
unidades de negócio, e a Fundação Grupo Boticário têm alcançado relevantes
premiações.
34
A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, é uma instituição
sem fins lucrativos, que promove e realiza ações de conservação da natureza
em todo Brasil, contribuindo, assim, para o equilíbrio ecológico do planeta e
para a manutenção da vida.
O Grupo Boticário também realiza e patrocina muitos eventos e
instituições do terceiro setor em todo o Brasil, sempre voltadas para ações na
área social, ambiental, trabalhista, entre tantas outras áreas. A organização é
verdadeiramente uma empresa-cidadã.
35
BIBLIOGRAFIA CITADA
ASHLEY, Patrícia. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2002.
BARROS, Aidil; LEHFELD, Neide. Fundamentos de metodologia científica. 2.
ed. São Paulo: Makron Books, 2000.
BERNHOEFT, Renato; GALLO, Miguel. Governança na empresa familiar:
poder, gestão e sucessão. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
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Elsevier, 2001.
FUNDAÇÃO Getulio Vargas – FGV. Responsabilidade socioambiental. Rio de
Janeiro: FGV-online. 2011.
FUNDAÇÃO Nacional da Qualidade – FNQ. Conceitos fundamentais da
excelência em gestão. São Paulo: FNQ, 2007.
GIL, Antonio. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
GONÇALVES, Ernesto. Mecanismos sociais na gestão empresarial para além
de uma vã filosofia. Revista de Administração de Empresas, Rio de Janeiro,
out. / dez. 2000.
INSTITUTO Ethos. Indicadores Ethos de responsabilidade social empresarial.
São Paulo: Instituto Ethos, 2003.
36
KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 9. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2005.
LAURETTI, Lélio. Relatório anual – veículo por excelência da comunicação
institucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
MELO NETO, Francisco; FROES, César. Responsabilidade social e cidadania
empresarial: a administração do terceiro setor. Rio de Janeiro: Qualitymark,
1999.
RODRIGUES, Maria. Projetos sociais corporativos – como avaliar e tornar essa
estratégia eficaz. São Paulo: Atlas, 2010.
SASAKI, Daniel. Corporações verdes. Revista Exame, São Paulo, n. 500, ano
10, p. 58-62, 25 abr. 2007.
VERGARA, Sylvia. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2003.
37
WEBGRAFIA
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<http://www.varejo.espm.br>. Acesso em: 25 maio 2015.
GRUPO BOTICÁRIO. Nossa história. 2015. Disponível em:
<http://nossahistoria.grupoboticario.com.br/ptbr/Paginas/interna_decadas.aspx
?ano=1970s>. Acesso em: 24 maio 2015.
______. Lojas O Boticário. 2015a. Disponível em:
<http://lojas.oboticario.grupoboticario.com.br/ptbr/Paginas/interna_decadas.asp
x?ano=1970s>. Acesso em: 24 maio 2015.
______. Logotipo da marca do Grupo Boticário. 2015b. Disponível:
<http://www.logotipo+do+grupo+boticario.html>. Acesso em: 2 jun. 2015.
______. Projetos apoiados pelo Grupo Boticário de 2015. 2015c. Disponível
em: <http://www.oboticarionadanca.com.br/projetos-apoiados/ano/2015>.
Acesso em: 2 jun. 2015.
______. Espaço perfume. 2015d. Disponível em:
<http://www.espacoperfume.com.br>. Acesso em: 15 jul. 2015.
MAIA FILHO, José. Projetos sociais já fazem parte do planejamento estratégico
das empresas. Gazeta Mercantil, São Paulo, 26 set. 2005. Disponível em:
<http://www. fgv.br/fgvonline>. Acesso em: 10 set. 2014.
PRÓSPERO, Daniele. Guia ensina as organizações a como elaborar seus
projetos sociais. 2007. Disponível em: <http://www.fgv.br/fgvonline>. Acesso
em: 10 set. 2014.
38
TOLEDO, Luciano; CAIGAWA, Sidney. Marketing social e comportamento do
consumidor. 12 mar. 2003. Disponível em:
<http://www.marketingsocial.com.br> . Acesso em: 15 mar. 2015.
39
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
RESPONSABILIDADE SOCIAL 10
1.1 Aspectos conceituais 10
1.2 Práticas e crescimento de projetos sociais 13
CAPÍTULO II
MARKETING SOCIAL 17
2.1 Aspectos conceituais 17
2.1 A percepção do cliente/consumidor na hora da
compra de produto/serviço de empresa socialmente
responsável 20
CAPÍTULO III
RESPONSABILIDADE SOCIAL E MARKETING
SOCIAL
ESTUDO DE CASO: GRUPO BOTICÁRIO 24
3.1 Histórico da empresa 24
3.2 Responsabilidade social e marketing social 29
CONCLUSÃO 33
40
BIBLIOGRAFIA CITADA 35
WEBGRAFIA 37
ÍNDICE 39
ANEXO 41
FOLHA DE AVALIAÇÃO 44
41
ANEXO
2015
Prêmio LIDE de Meio Ambiente
A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza recebeu o Prêmio LIDE
de Meio Ambiente 2015, na categoria Unidades de Conservação (UCs).
2014
Guia EXAME de Sustentabilidade
A publicação apontou o Grupo como uma das empresas mais sustentáveis na
categoria Bens de Consumo.
Prêmio Época Empresa Verde
Somos uma das 22 melhores empresas do Brasil para o meio ambiente.
50 Empresas do Bem – IstoÉ Dinheiro
A premiação reconheceu as iniciativas do Grupo voltadas à redução do
consumo de energia elétrica na planta de São José dos Pinhais (PR) e a
atuação em logística reversa.
As 100 Companhias Mais Responsáveis do Brasil – Revista EXAME
Neste ranking, o Grupo Boticário ocupa a 12ª posição.
As Marcas dos Cariocas – O Globo
O Grupo Boticário ocupa o 2º lugar na categoria Respeito ao Meio Ambiente.
100 + Admiradas – Revista Época
Na categoria Compromisso Social e Ambiental, o Grupo Boticário ficou em 2º
lugar deste ranking.
42
2013
Top of Mind Estadão 2013
O Grupo Boticário é Top of Mind Estadão de RH 2013, na categoria empresas
com Melhores Práticas em Responsabilidade Social.
Guia Exame de Sustentabilidade
O Grupo Boticário se destacou entre as empresas do setor de bens de
consumo do Guia Exame de Sustentabilidade 2013. A revisão da estratégia de
sustentabilidade e os critérios de boa conduta utilizados para contratação de
fornecedores foram considerados os pontos fortes da gestão de
Sustentabilidade na empresa.
10 Melhores em Sustentabilidade Corporativa 2013
O Grupo Boticário está entre as 10 melhores empresas em sustentabilidade, de
acordo com a pesquisa Monitor de Sustentabilidade Corporativa 2013,
elaborada pela Market Analysis.
2012
Empresa-modelo no Guia Exame de Sustentabilidade
O Grupo Boticário foi considerado uma das 20 empresas-modelo em
responsabilidade social corporativa nessa publicação anual da revista Exame,
que avalia compromissos e práticas nas dimensões econômico-financeira,
ambiental e social.
Prêmio LIDE de Sustentabilidade
O Grupo Boticário recebeu este prêmio em Manaus (AM), durante o Fórum
Mundial de Sustentabilidade. Promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes
Empresariais – o prêmio é destinado às empresas que realizam projetos de
sustentabilidade com padrões de excelência.
TOP 3 Prêmio GreenBest
A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza recebeu este prêmio por
Júri Popular, na categoria ONG (2012, Greenvana). O prêmio elege as
43
melhores iniciativas relativas à sustentabilidade, em 19 categorias, por meio de
votação popular e da Academia Greenbest.
Prêmio Criança
O Programa de Gestantes do Grupo Boticário foi selecionado entre os quatro
melhores do Prêmio Criança 2012, da Fundação ABRINQ. O projeto elege
iniciativas reconhecidas como boas práticas para a Primeira Infância e que
servem de exemplo para outros projetos em território nacional.
Prêmio Furnas Ouro Azul
O Projeto Oásis Serra da Moeda Brumadinho, iniciativa da Fundação Grupo
Boticário de Proteção à Natureza, ficou em 2º lugar na categoria Comunidade,
do 11º Prêmio Furnas Ouro Azul, que valoriza ideias de proteção e uso racional
dos recursos hídricos em Minas Gerais.
Prêmio ABF-AFRAS Destaque Sustentabilidade
Umas das franquias de O Boticário, em Salvador (BA), recebeu o prêmio da
Associação Franquia Sustentável (AFRAS), que faz parte da Associação
Brasileira de Franchising (ABF), na categoria Franqueado.
44
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES - PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” -
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: Responsabilidade social e marketing social nas
organizações
Autora: Patricia Batista dos Santos
Data da entrega: 31/07/2015
Avaliado por: Prof. Jorge Vieira Conceito: