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Ano I nº 03 Julho 2007 SUPERSIMPLES: o que muda com as novas regras para micro e pequenas ENTRE AS MELHORES CERVEJAS DO MUNDO ENTRE AS MELHORES CERVEJAS DO MUNDO Bebidas da Cervejaria Eisenbahn ganham reconhecimento também na América do Norte e Europa Bebidas da Cervejaria Eisenbahn ganham reconhecimento também na América do Norte e Europa Brinde de aniversário: Bruno, Jarbas e Juliano Mendes, os fundadores da Eisenbahn há cinco anos, no dia 25 de julho

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Ano Inº 03 Julho2007

SUPERSIMPLES: o que muda com as novas regras para micro e pequenas

EntRE aS MELhoRES cERvEjaS do MUndo

EntRE aS MELhoRES cERvEjaS do MUndoBebidas da Cervejaria Eisenbahn ganham reconhecimento também na América do Norte e Europa

Bebidas da Cervejaria Eisenbahn ganham reconhecimento também na América do Norte e Europa

Brinde de aniversário: Bruno, jarbas e juliano Mendes, os fundadores da Eisenbahn há

cinco anos, no dia 25 de julho

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EDITORIAL

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Historicamente a Acib tem trabalhado pela infra-estrutura adequada e necessária ao desenvolvimento econômico de Blumenau e região. Desde a fundação, há quase 106 anos, foram inúmeras as ações promovidas pela entidade com o objetivo de chamar a atenção das autoridades para obras que tiveram importante papel no Vale do Itajaí. A abertura das primeiras rodovias, a Usina do Salto, a ferrovia, o sistema de contenção de cheias no Alto Vale, a conclusão da BR-470 entre Gaspar e Navegantes são algumas das obras pelas quais a Acib trabalhou e hoje servem de referência para o trabalho que continua a ser desenvolvido.

Mais recentemente, a Acib e a cidade comemoraram a criação do Parque Vila Germânica, a conclusão da licitação para a obra do viaduto sobre o Trevo da Mafisa (BR-470/SC-474), o anúncio da duplicação de importante trecho da Rodovia Ingo Hering (BR-470) e outras importantes obras que devem incentivar o desenvolvimento das empresas blumenauenses e atrair novos investimentos para a cidade. Sem deixar as causas históricas de lado, a Associação Empresarial de Blumenau quer intensificar as ações em outro importante fator para o desenvolvimento regional: a educação.

Os índices de desenvolvimento de uma nação estão diretamente ligados aos índices de educação de seu povo. Exemplos não faltam. Japão, Alemanha, Austrália e Canadá são alguns dos países onde a educação teve papel funda-mental no desenvolvimento econômico e social. A realidade brasileira é fácil de ser apurada. Como somos um país em desenvolvimento, temos a educação no mesmo estágio. Nós, blumenauenses, vivemos em uma privilegiada ilha. De acordo com recente levantamento do Ministério da Educação, Blumenau tem um dos maiores índices de alfabetização do Brasil, mas estamos convencidos de que isso não garante competitividade às empresas que aqui estão sediadas.

Precisamos formar uma geração bilíngüe, que possa se comunicar com empresários de qualquer lugar do mundo. Devemos insistir na boa capacitação técnica de nossos colaboradores, tornando-os referência na execução de traba-lhos nas mais diversas áreas. Também não podemos deixar de cobrar melhores condições nos ensinos Fundamental, Médio e Superior, aliando a qualidade de ensino a oferta de vagas gratuitas.

O assunto já começou a ser discutido entre os integrantes da Diretoria e do Conselho Deliberativo e está sendo levado ao Núcleo de Escolas de Educação Profissional da Acib. A idéia é promover uma grande discussão para via-bilizar ações que colaborem ainda mais com a melhoria da educação no Vale do Itajaí. Pretendemos envolver todas as entidades e órgãos governamentais que, de uma forma ou outra, estão envolvidos no processo educacional, do pré-escolar à pós-graduação. Estamos convencidos de que só teremos competitividade se trabalharmos na educação de toda a cadeia produtiva e esperamos poder contar com a ajuda de todos para, mais uma vez, tornar Blumenau um exemplo nacional a ser seguido.

A Diretoria

A preocupação com as gerações futuras é necessária para que o país se desenvolva

É pREcIsOeducar bem

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cOTEMINAsDÁ EXEMpLOsOcIAL Projetos, como o Aluno Nota 10, integram comunidade com a empresa do Distrito do Garcia

14RODOLFO DEsOUZA FALAsOBRE HOTÉIs

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DIFIcULDADEspARA EMIssÃODE pAssApORTEs

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08 A estrutura esportiva de Blumenau

18 Junior Achievement ensina jovens a empreender

24 As novas medidas para a previdência social

30 Mudanças no Estatuto da Micro e

pequena Empresa gera dúvidas

34 Artigo: como administrar melhor

o seu tempo

36 Acib é notícia

41 Agenda

42 Memória: Encurtando distâncias

joRnaLISta RESPonSÁvELLuiz Mund – 189 Jp (MTb/sc)

04

sUMÁRIO

EdItoR EXEcUtIvosidnei dos santos - 1198 Jp (MTb/sc) [email protected] aSSIStEntEFábio Ricardo REPÓRtERESAna paula Lauth, Gisele scopel e Fran-cisco Fresard (Institucional)dIREtoR dE aRtERicardo Augusto KühlFoto dE caPaFlesh catálogos - 47 3340.4400PRodUÇÃo Foto dE caPaEduardo KottmannPaRa [email protected] 47 3035.5500

Problemas na Delegacia da PF geram transtornos parausuários e funcionários

Presidente do sindicato patronal analisa o momento dos setores hoteleiro e gastronômico local

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cERVEJA cOM sABOR DE TRADIÇÃOCervejaria Eisenbahn admite novo sócio e se prepara para dobrar produção

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Empreendedorismo

A Projetech Ele-trônica, através de seus dire-tores, quer ex-ternar a imensa satisfação sobre a reportagem publicado na revista Empre-sário Acib nº 2. Mais uma vez a Acib demons-trou compro-metimento com o empreendedor e, mais do que isso, já em seu segundo exemplar a revista ou-sou colocando em destaque uma em-presa ainda jovem e típica do espírito inovador que permeia as empresas da nossa cidade. Reiteramos nosso agra-decimento e, pelas manifestações que recebemos, temos certeza de que a re-vista já é um grande sucesso junto aos empresários blumenauenses. Parabéns pela iniciativa e pela qualidade editorial apresentada pela Mundi Editora.

Dieter Claus PfuetzenreiterDiretor comercial/Projetech Eletrônica

dIREtoRIaPresidente: Ricardo stodieck / vice-presidente: car-los Tavares D’Amaral / administrativo e Financeiro: Manfredo Krieck / assuntos da Indústria: carlos Odebrecht / assuntos de comércio e turismo: Bruno Nebelung / assuntos de desenvolvimento e Plane-jamento Urbano: Jorge Rodacki / assuntos de Pres-tação de Serviços: Maria Denise Ribeiro Ern / assun-tos da Pequena e Micro Empresa: Haida Leny siegle / assuntos comunitários: solange Rejane schröder / núcleos e câmaras: Avelino Lombardi / assuntos ambientais e de Energia: Marcos Inácio Ruediger / assuntos Internacionais: Ido José steiner / Relações Institucionais: Ronaldo Baumgarten Jr / assuntos da Saúde: Mauro sergio Kreibich / assuntos tecnológi-cos: Ingo Tiergarten

conSELho EdItoRIaLAvelino Lombardicarlos Tavares D’Amaralcharles schwankeFrancisco FresardHans Dieter DidjurgeitLuiz MundMarilda steil e Ricardo stodieckRubens Olbrisch

cARTA

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INFRA-EsTRUTURA

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a disputa mundial para sediar grandes eventos é concorrida. o Bra-sil também está nessa competição, e tem tomado a dianteira nos últimos tempos. Em 2006, ficou na sétima posição entre os destinos que mais recebem eventos no mundo, man-tendo a liderança na américa Latina e se posicionando como o segundo lugar nas américas.

As revitalizações urbanas e turísticas fazem sucesso no mundo inteiro, como foi o caso de Barcelona, na Espanha, sede dos Jogos Olímpicos de 1992, e outros tantos que se seguiram. De acordo com estu-dos de uma consultoria européia, grande

parte da excelente ocupação hoteleira na Europa se deu pela realização de grandes eventos esportivos no continente. Inserida nesse contexto, Blumenau também bus-ca o seu lugar ao sol e tem feito grandes realizações. A busca constante de incenti-vos para que a cidade seja sede de vários eventos esportivos, tanto nacionais como internacionais, permite ir além da prática do desporto. Sem dúvida o saldo dessas realizações é positivo para toda a eco-nomia local, que se beneficia do turismo esportivo.

De fato, Blumenau tem se mostrado cada vez mais atrativa. De acordo com Lu-ciano Monteiro, presidente do Blumenau Convention & Visitors Bureau, a recente

realização dos Jogos Universitários Brasilei-ros (Jubs) deu condições para credenciar Blumenau em nível nacional para esse tipo de evento. Monteiro afirma que o Comi-tê Olímpico Brasileiro (COB), que realiza essas competições há três anos, vistoriou as instalações da cidade e saiu muito sa-tisfeito com o que viu. Sempre com uma média de 3,5 mil participantes, o evento em Blumenau se destacou como o melhor dentre eles.

Monteiro salienta a importância eco-nômica desses acontecimentos. “Esses eventos, antes de qualquer coisa, geram riquesa para a cidade”, afirma. Para ele, é infinita a gama de setores que se favo-recem nesse panorama. “Você não con-

EspíRITO esportivo

Hermes Tomedi comemora melhorias e modernizaçăo do Sesi, reformulaçăo da Vila Germânica e reforma do Galegăo

Através dessas atividades esportivas, as pessoas podem aproveitar para conhecer cidades, novas regiões do Brasil,

não ficam restritas à quadra onde competem

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segue calcular quantos empregos diretos e indiretos são gerados”, aponta. Ele cita que, de acordo com os cálculos do COB, os Jogos Universitários de 2007 movimen-taram cerca de R$ 5,5 milhões em Blumenau e região. Os resultados são incontestáveis e trazem ainda a divulgação da cidade, que por várias vezes apareceu em mídia nacional, “o que não deixa de ser uma propaganda gratuita”, lembra Monteiro.

Presidente de uma entidade responsável por captar, gerar, pro-mover e apoiar eventos, Monteiro relata que os Jogos Universitários realizados em Blumenau foram os maiores do mundo. “Nunca na história da competição hou-ve tantos universitários fazendo esportes”. Estiveram presentes o presidente mundial dos Jogos Uni-versitários, vários presidentes de federações universitárias e ainda representantes de 16 países que vieram conhecer a estrutura de Blumenau. “Por isso conseguimos credenciar a cidade como possível organizadora dos Jogos Mundiais Universitários de 2013”, conclui o presidente.

Da mesma forma, o gerente regional do Sesi, Hermes Tome-di, garante que os resultados são advindos de ações conjuntas. As reformas de melhorias e moder-nização do Sesi, a reformulação da Vila Germânica e a possibilidade de o Galegão servir como pon-to de referência para uma arena que receba um grande público em eventos esportivos, são iniciativas entre Prefeitura Municipal e suas Secretarias, Fundação Municipal de Desportos e o próprio Sesi. Para ele, a estrutura de Blumenau é muito boa em praças e equipa-mentos esportivos, porém para receber alguns eventos interna-cionais, seria necessário melhorar bastante algumas estruturas, como é o caso da natação e do atletis-

mo. “Para isso, a cidade precisaria ser mais bem preparada, mas para eventos nacionais, Blumenau tem uma capacidade bastante boa”, aponta confiante o gerente.

Uma questão que centraliza muitas discussões atualmente é a estrutura da rede hoteleira da cidade. Tomedi coloca que o nú-mero de leitos, 4,2 mil entre ho-téis e pousadas, não é suficiente para atender a demanda, e que a qualidade de alguns hotéis blu-menauenses muitas vezes deixa a desejar. “Temos sofrido bastante com relação ao preparo da rede hoteleira de Blumenau”, admite. Entre os itens apontados como prioridade, estão a qualidade dos leitos e a prestação de serviços em boa parte dos hotéis locais. Por outro lado, a cidade tem se destacado ultimamente com o bom desenvolvimento de restau-rantes, apresentando uma exce-lente gastronomia e bons passeios turísticos. Igualmente, o transporte conseguiu se mobilizar e mostrou uma grande capacidade de orga-nização. Para o gerente regional do Sesi, apesar das adversidades, Blumenau tem um ponto forte: a tradição na organização de gran-des eventos. “Realmente a nos-sa cidade é muito competente e tem uma capacidade muito boa de receber as pessoas”, diz. Se-gundo ele, esses são grandes mo-tivadores para continuar buscando a captação de eventos esportivos para a cidade.

O Sesi difunde sua imagem em empresas que atuam em todo o Brasil e até mesmo den-tro do Sesi nacional, com sede em Brasília. Com essas iniciativas, aumentam as possibilidades de centralizar competições esportivas dentro de Blumenau. De acordo com Tomedi, a importância des-ses eventos está na utilização das praças esportivas e a informação que os visitantes levam da cidade, Luciano Monteiro salienta a força econômica dos eventos

Esses eventos esportivos, antes de qualquer outra coisa, geram riqueza para a cidade

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INFRA-EsTRUTURA

que acaba sendo um link muito grande com o turismo esporti-vo. “Através dessas atividades esportivas, as pessoas podem aproveitar para conhecer cida-des, novas regiões do Brasil, não ficam restritas à quadra onde competem”, diz o gerente, que acredita que todo atleta é, antes de mais nada, um verdadeiro turista em potencial.

Elson Campos Ferreira, pre-sidente da Fundação Municipal de Desportos de Blumenau, concorda com algumas des-sas opiniões. Ele comenta que durante os quase 10 dias da Olimpíada Universitária, houve um grande fluxo de caixa no co-mércio, em bares e no próprio Parque Vila Germânica. Trazer a tocha do Pan, mesmo que para uma passagem meramente sim-bólica, fortaleceu ainda mais o envolvimento da Fundação com o Comitê Olímpico Brasileiro. “Hoje somos considerados um parceiro do Comitê Olímpico Brasileiro, e Blumenau é uma cidade preparada para receber grandes eventos”, comenta Fer-reira. O comprometimento das entidades tornou Blumenau uma forte candidata para sediar os Jo-gos Estudantis Brasileiros no final de 2008, que também deve ser um evento de grande porte, com cerca de 3,5 mil participantes.

Segundo Ferreira, a Funda-ção tem grandes pretensões na captação de eventos esportivos de pequeno e grande porte e já se candidatou para a Univer-síade, Olimpíada Universitária Internacional, a ser realizada em 2013, e que abrange de 7 mil a 8 mil pessoas em suas competi-ções. Para tanto, Blumenau teria que se reestruturar em algumas questões como a criação de uma moderna e bem equipada vila olímpica, além de adequar estru-turas para a prática de esportes.

Mesmo assim, as expectativas são grandes, já que a Federa-ção Internacional de Desporto Universitário (FISU) esteve em Blumenau e se mostrou bastan-te contente com o que lhes foi apresentado da cidade.

Embora haja condições para receber esses grandes eventos, o presidente da Fundação salienta que ainda há muito a ser feito. Ele concorda com o gerente regional do Sesi quando ele diz que é necessário concluir a pista sintética, reformar o Galegão e providenciar o aquecimento da piscina do Sesi ou da Associação da Artex, que tem 50 metros. Com isso, Blumenau estará apta para sediar todas as modalidades esportivas dentro da cidade. Se-gundo Elson Ferreira, já estão sendo tomadas as iniciativas ne-cessárias para preparar a cidade para estas competições. Inclusive para no próximo ano já dar con-dições para usar essa estrutura nos Jogos da Juventude, sem precisar deixar provas fora de Blumenau.

O que ainda preocupa é a questão de hospedagem. De acordo com Ferreira, a equipe que vistoriou os hotéis e pousa-das para os Jogos Universitários sentiu uma grande deficiência não só em quantidade, mas também em qualidade. “É imprescindível investir em tecnologia e infra-es-trutura”, diz o presidente.

Para facilitar o transporte dos atletas e suas equipes, Ferreira coloca uma questão já discutida por outras entidades: a revitaliza-ção do aeroporto Quero-quero. Ele garante que não foi empeci-lho buscar as delegações em Flo-rianópolis, Joinville e Navegantes, e que sempre que for necessá-rio vai utilizar esses aeroportos. Mas de qualquer forma, ativar o Quero-quero seria um benefício geral e diminuiria as distâncias.Elson Campos Ferreira tem grandes expectativas na FMD

somos considerados parceiros do comitê Olímpico Brasileiro e Blumenau é uma cidade

preparada para receber grandes eventos

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EMpREENDEDORIsMO

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cERVEJA cOMsabor de tradição

da paixão por cerveja de qualidade e do senso de opor-tunidade, a família Mendes fundou, em julho de 2002, a Eisenbahn, hoje a maior cervejaria artesanal do País. com a capacidade de produzir 200 mil litros da bebida por mês, a empresa se prepara para dobrar este número, após a entra-da da holding dobrevê na sociedade. a Eisenbahn fornece cerveja e chope para quase todo o Brasil, exporta para os Estados Unidos e está em negociação com importadores de países como Inglaterra, dinamarca e austrália. Inspirados em uma cervejaria alemã, os sócios têm a meta de multipli-car por 10 vezes a produção atual, alcançando os 2 milhões de litros de cerveja artesanal por mês.

Os irmãos Juliano Borges Mendes e Bruno Borges Mendes, ao lado do pai Jarbas Mendes, nutriam gosto pelas receitas européias de cerveja e viam na falta de uma cervejaria em Blumenau, a cidade da Oktoberfest, uma oportunidade de negócio. Foi então que Juliano e Bruno partiram para os Estados Unidos, o primeiro para cursar pós-graduação e o segundo para estudar inglês. Lá, os irmãos conheceram a empresa Samuel Adams, uma cervejaria que há 20 anos começou a produzir cervejas do tipo europeu e hoje é considerada uma das melhores do mundo. “Ela foi a primeira e hoje são 1,5 mil cervejarias artesanais nos Estados Unidos. Virou referência também para nós”, conta Juliano, diretor de Marketing e Vendas da Eisenbahn.

A empresa foi implantada no dia 25 de julho de 2002, exatamen-te no dia da Imigração Alemã, e está completando cinco anos de atividades. No primeiro ano produziu apenas chope, mas já no ano seguinte eram produzidas as primeiras cervejas Eisenbahn. “A idéia sempre foi fazer uma cerveja diferente para um público diferente, exigente”, diz Juliano.

Os irmãos viajaram para Europa e Estados Unidos para conhe-cer outras cervejarias artesanais. Com os detalhes de implantação da empresa resolvidos, era preciso um especialista em cervejas. Gerard Beutling, mestre cervejeiro alemão com mais de 20 anos de experi-ência, formado na melhor escola cervejeira do mundo, está na em-presa desde o início e é um dos responsáveis diretos pelas cervejas Eisenbahn.

Novo costumeA cervejaria segue quatro princípios importantes para o sucesso

dos produtos. O primeiro deles é oferecer variedade para o consumi-dor. Atualmente, são 11 tipos de cerveja, além do chope. O segundo é fazer com que cada tipo seja degustado no copo específico, para ga-rantir a apreciação de detalhes como melhor sabor e aroma. Depois vem a harmonização de cada uma das bebidas com a gastronomia. E, por fim, criar no consumidor o hábito de degustar cerveja, perceben-do diferentes sabores e texturas. A empresa promove mini-cursos e degustações com especialistas que ensinam a harmonizar os 11 tipos de cervejas com os diferentes pratos. No site (www.eisenbahn.com.br) também se encontra a descrição de cada tipo de cerveja e recei-

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tas dos pratos indicados para o acompa-nhamento. Além disso, foi produzida uma carta de cervejas com as características de cada uma, destinada aos restaurantes.

“Fizemos o que os importadores de vinhos e vinícolas nacionais começaram a fazer há uns 20 anos para aumentar o con-sumo de vinho no Brasil”, explica Juliano. A estratégia inclui uma sommelier especia-lizada em cervejas, que treina os garçons dos restaurantes que servem as cervejas Eisenbahn. “Se estes profissionais conhe-cem o produto e sabem com qual prato eles se harmonizam, têm mais condições de indicar aos clientes”, justifica.

O sucesso da empresa prova que a estratégia está correta. Hoje, a Eisenbahn é referência nacional e maior cervejaria artesanal do País. Foi responsável pelo surgimento de outras cervejarias na região, faz parte das opções de bebidas de ba-dalados restaurantes de São Paulo, como o Fasano, e importantes hotéis, além de ser comercializada pelos grandes varejistas brasileiros.

Segundo Juliano, atualmente 90% da produção é destinada ao mercado interno. Os outros 10% são distribuídos em 38 es-tados norte-americanos. No mercado in-terno, os principais consumidores são San-ta Catarina e São Paulo, mas Rio Grande do Sul e Paraná também aparecem como

compradores importantes.A exportação pode ter um impulso

com a recente publicação na revista inglesa Beers of the Word (cervejas do mundo), uma das mais respeitadas publicações no assunto. Após a edição em que as cerve-jas Eisenbahn foram muito bem avaliadas pelo especialista Jeff Evans, os empresários iniciaram negociações com importadores da Inglaterra, Dinamarca e Austrália e re-ceberam o convite para participar de um dos dois grandes festivais de cervejas do mundo: o Great British Beer Festival, em Londres, na Inglaterra.

sociedadeA partir de agosto, a Eisenbahn passa

a ter capacidade de produzir 400 mil litros de cerveja por mês. O aumento da pro-dução vem em uma época de preparação para a Oktoberfest e o fim de ano, quan-do o consumo da bebida aumenta. Tam-bém coincide com a recente negociação em que a holding Dobrevê, que controla entre outras empresas a Malhas Malwee, adquiriu 50% da cervejaria.

“Tudo começou com uma conversa informal e se mostrou uma boa oportuni-dade de acelerar o crescimento sem pre-cisar recorrer ao financiamento bancário”,

explica o diretor de Marketing e Vendas da Eisenbahn, Juliano Borges Mendes. Ele explica que a estrutura administrativa da empresa só foi modificada com a indica-ção de um novo diretor pela holding, mas ele, o irmão Bruno e o pai Jarbas Mendes continuam administrando o dia-a-dia da empresa. “Com a coloboração dos novos sócios”, afirma o empresário.

A produção de cervejas artesanais é uma tradição blumenauense trazida pelos colonizadores alemães desde a época do Dr. Blumenau. Nas últimas décadas, con-tudo, este costume estava esquecido, até o surgimento da Eisenbahn, há cinco anos. Depois disso, novas cervejarias foram im-plantadas na região e as lideranças do tu-rismo estudam, inclusive, a implantação de um roteiro oficial, que pode passar pelos municípios de Brusque, Gaspar, Blumenau, Pomerode, Timbó e Indaial.

Outras empresas deste ramo também surgiram em regiões diferentes do País e este boom provocou uma possível mu-dança de estratégia das grandes cervejarias brasileiras. Elas passaram a produzir algu-mas marcas diferenciadas, com receitas tradicionais, para competir com as artesa-nais, de sabor mais marcante. “As artesa-nais nunca vão tomar o lugar das grandes cervejarias. Nós fazemos uma cerveja de nicho”, observa Juliano.

Juliano Mendes mostra as cervejas e os copos certos

para degustar cada tipo

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EMpREENDEDORIsMO

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As cervejas Eisenbahn foram as pri-meiras do País provadas e aprovadas pela revista inglesa Beers of the World, a mais respeitada publicação periódica sobre cer-vejas, que as classificou entre as melhores do mundo. Abaixo, o texto escrito pelo especialista Jeff Evans sobre a Eisenbahn:

“A grande descoberta deste mês é uma cervejaria brasileira. Você normal-mente não espera encontrar sabores ricos e complexos em cervejas da América do Sul. Mas a cervejaria Eisenbahn desafiou a convenção. Sua linha é eclética. Esqueça

as Lagers magras e amarelas: esses caras prestaram tributo ao variado mundo da cerveja e, assim como a Samuel Adams, nos EUA, ou a Meantime, no Reino Unido, são muito bons em recriar estilos clássicos de cervejas”.

O fato de a empresa ter sido compa-rada à Samuel Adams, diz Juliano Mendes, já foi motivo de orgulho para os empresá-rios que, desde o início, se inspiraram na empresa norte-americana.

As cervejas Dunkel, Strong Golden Ale e Lust foram classificadas como “es-

colha do editor” e as Eisenbahn Kölsch e Rauchbier foram recomendadas pela pu-blicação inglesa.

Entre as melhores do mundo

PERFILCervejaria Sudbrack Ltda (Eisenbahn)Atividade: Produção de chope e cerve-jas artesanaisPostos de trabalho: 70Produção: 200 mil litros/mêsFundação: 25 de julho de 2002

Em família: Bruno, Jarbas e Juliano são os fundadores da maior cervejaria artesanal do Brasil

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DunkELCom aroma e sabor de café, chocolate e caramelo. Não apre-

senta corante amarelo. Combina com carne de porco, molhos adocica-dos, churrasco, comida

mineira, presuntos, peixes encorpados,

pratos ao molho funghi e sobremesas de cho-

colate amargo.

PiLSEnÉ uma cerveja leve, de baixo amargor, com aroma e sabor de

cereais, pão e lúpulo. Costuma agradar os

mais diversos paladares, tanto que é a mais

consumida em todo o mundo. Combina com peixes delicados, maris-cos, crustáceos, sushi,

salsichas e saladas.

WEizEnbiErTradicional cerveja de trigo. Possui aparência

turva e conserva a levedura da cerveja.

Combina com comidas mexicana, tailandesa e

chinesa, além de salsicha branca de carne de vite-la com mostarda doce, carne de porco assada, frutos do mar ao vapor

e lagosta.

rAuCHbiErDesenvolvida com

maltes defumados da região de Bamberg, na Alemanha, onde fica a melhor e mais famosa maltaria do mundo . Harmoniza bem com

carnes grelhadas, coste-linha de porco, comida mexicana, frios, pratos defumados e frutos

do mar.

köLSCHCerveja originária da cidade de Colônia, na Alemanha, é dourada e de alta fermentação. Produzida com quatro tipos de maltes, entre

eles o de trigo. Combi-na com saladas, peixes delicados, molhos de base cítrica, lagostas, mariscos, camarão,

ostras e siris.

WEizEnboCkDois sabores reunidos em uma única bebida. Apresenta característi-cas do tipo Weizen e Bock. É uma refinada bebida escura feita de

trigo e não-filtrada. Possui aroma frutado e de especiarias. Combina

com vitela, goulasch, carpaccio e comida

chinesa.

nATurALPrimeira cerveja

orgânica do Brasil, a Eisenbahn Natural é

feita com ingredientes cultivados sem agrotó-

xicos ou fertilizantes sin-téticos. Pura, saborosa

e mais leve que a Pilsen. Combina com peixes delicados, crustáceos

e sushi, de preferência, orgânicos.

STronG GoLDEn ALECerveja muito frutada,

apresenta notas de lúpulo e álcool, além

de especiarias. Cerveja encorpada e poderosa, com alto teor alcoólico,

muito apreciada na Europa. Combina com massas ao molho pesto ou mexilhões, frutos do mar, ostras e comidas indiana e tailandesa.

Pale alePossui a coloração

âmbar, sabor vigoroso e marcante. Apreciada pelos mais exigentes,

lembra a tradição belga. Combina com salsichas

em geral, chucrute, carneiro com alecrim,

carne de porco, costela assada ou grelhada, frango assado com

ervas e peru.

WEiHnACHTS ALECerveja tipo Dubbel, de estilo belga, com sabor

encorpado e mar-cante. Tem produção

limitada e sazonal. Alto teor alcoólico e sabor acentuado de lúpulo.

Combina com carne de carneiro, porco, gado e com peru gralhado ou

assado. É perfeita para a ceia de Natal.

LuSTMistura o sabor das

melhores cervejas com a leveza e a sofisticação dos espumantes. Primei-ra cerveja brasileira pelo método champenoise. É um excelente aperitivo, digestivo e acompanha-mento para entradas,

ostras, comida japonesa tal como sushi, sobre-mesas e pratos finos.

biErLikörO Eisenbahn Bierlikör é uma bebida licorosa e doce elaborada a partir da Eisenbahn Dunkel. Seu sabor é suave e

refinado com notas de chocolate, café e bau-nilha. Possui coloração escura e baixo amargor. Ideal para aperitivo e acompanhamento de

sobremesas.

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sUsTENTABILIDADE

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crescer com responsabilidade. Esse é o caminho que a coteminas trilha em suas 11 unidades espalha-das em todo o país, com destaque para unidade de Blumenau, mais conhecida como artex. É dentro de Blumenau que muitos dos projetos levados posteriormente para o res-tante do País são criados. Em nossa cidade se desenvolvem dezenas de projetos sociais, mas três deles cha-mam a atenção pela inovação e com-prometimento, e podem ser usados como referência de responsabilidade social.

Os projetos Formare, Aluno Nota 10 e Biblioteca Comunitária modificam o co-tidiano da empresa e da comunidade à sua volta, beneficiando jovens carentes com perfil de desenvolvimento. O projeto For-mare é feito em parceria com a Fundação Ioschpe e forma jovens de 15 a 17 anos no curso de Operador de Produção Têxtil, além de aprenderem noções de etiqueta, bons modos, cidadania e a ter uma vivên-cia mais agradável com outras pessoas com quem dividem o cotidiano.

Os jovens escolhidos para participar do projeto são selecionados dentro da própria comunidade, com o auxílio de as-sociações de moradores. De cerca de 150 inscritos, 20 são selecionados, através de provas de português e matemática e visitas às residências dos jovens. São selecionados apenas garotos e garotas vindos de famí-lias que recebam até meio salário mínimo por pessoa, para certificar-se de que são famílias necessitadas. “São 20 verdadeiros desafios. Todos são jovens que realmente precisam, e eles passam por dez meses de constante melhoramento de nível”, conta a coordenadora dos projetos, Maria Salete Anton. Os jovens selecionados também recebem uma bolsa de estudos de meio salário mínimo (R$ 190) enquanto parti-cipam do curso, além de vale transporte, material didático e refeição. A iniciativa surgiu em 2002, ocorre anualmente, já es-

tando em sua sexta edição, e é auditada pelo MEC.

Os professores são funcionários da própria empresa, que participam volun-tariamente das aulas. Atualmente 64 fun-cionários são voluntários do projeto, na educação dos jovens, que têm aulas de português, matemática, inglês, informática, desenho técnico e assuntos relacionados à tecnologia têxtil, além das aulas de ci-vilidade, ética e espiritualidade. Assim, o Formare consegue alcançar seu objetivo de desenvolver as potencialidades dos jovens de baixa renda, integrando-os à

sociedade como profissionais e cidadãos. “Não podemos confundir ações sociais com assistencialismo. O objetivo principal não é apenas dar emprego, é mostrar ao jovem novas opções de futuro, ensinar a eles uma profissão”, adverte o diretor da Coteminas, Sérgio Luis Pires. “O Formare é um projeto de resgate da cidadania. Bus-camos na comunidade carente o jovem mais necessitado para dentro da empre-sa”, completa.

Outro projeto da Coteminas, implan-tado inicialmente em Blumenau e já sendo levado para o resto do Brasil, é o Aluno

FOcO NA

educação

Sérgio Luis Pires destaca as diferenças entre açăo social e assistencialismo

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Nota 10. Este projeto, fundado em 2002 com parceria com quatro escolas blume-nauenses, tem como objetivo reconhecer a dedicação e esforço dos alunos do Ensi-no Médio. “O feedback vem sendo muito positivo.Os alunos realmente se esforçam para serem escolhidos”, explica Pires.

As escolas participantes são o Conjun-to Educacional Pedro II, Conjunto Educa-cional Governador Celso Ramos, Colégio Padre José Maurício e Colégio Santos Dumont. De cada uma destas escolas, três alunos são selecionados: o melhor es-tudante do primeiro, segundo e terceiro ano do Ensino Médio. No total, 12 alunos fazem parte do projeto anualmente. Os alunos também recebem um estágio re-munerado durante os três meses de cur-so, além de receberem, no final do curso, um certificado e uma medalha. A seleção dos alunos funciona como um estímulo ao bom desempenho em sala de aula, e o projeto já é considerado um sucesso pela Coteminas, pelas escolas e pelos alunos participantes. O resultado é tão bom que diversos alunos – tanto do Aluno Nota 10 quanto do Formare – foram contratados pela empresa após o término de seus cur-sos, alguns já ocupando cargos de super-visão. “Outras empresas deveriam fazer o mesmo. Nós não podemos pensar em aumentar o número de alunos participan-tes, pois isso diminuiria a qualidade de ensino de cada um, individualmente. Mas

se outros fizessem estes projetos também, muitos alunos poderiam ser beneficiados”, acredita o diretor.

O mais recente dos projetos implanta-dos pela Coteminas em Blumenau, criado no dia 11 de junho, tem parceria do Ser-viço Social da Indústria (Sesi) e se chama Indústria do Conhecimento. A Coteminas é a primeira empresa do país a receber o projeto, que contém a instalação de uma biblioteca comunitária dentro da empre-sa, que pode ser utilizada por qualquer pessoa, tanto funcionários quanto alunos ou membros da comunidade. Na biblio-teca estão 1,5 mil livros, além de perió-dicos, CDs, DVDs e dez computadores

para pesquisa na internet. Parcerias estão sendo montadas com escolas do Distrito do Garcia – onde a empresa está instala-da – para facilitar a aproximação do aluno com o ambiente de pesquisa.

A partir do projeto implantado em Blumenau, o Sesi deve implantar centenas de novas bibliotecas por todo o país. A Coteminas foi escolhida para essa parceria na criação pioneira por sua preocupação constante com projetos na área de educa-ção. O diretor da empresa explica: “Que-remos agir diretamente na educação, pen-sar no futuro desses jovens. O ideal seria o Poder Público fazer estas ações, mas nós fazemos a nossa parte”.

Maria Salete Anton acompanha de perto todos os projetos sociais da Coteminas

biblioteca Ambulante feita em parceria com o Sesi oferece mais de 1,5 mil livros, além de CDs, DVDs e computadores

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sUsTENTABILIDADE

Maiara Regina de Souza Lavarena, 16 anos

ALUNOS DO FORMARE:

Antes de entrar no Formare eu falava muito alto, brigava em casa. Agora eu vejo as coisas de

forma diferente e estou mudando aos poucos

Paulo Deivid Barbosa, 17 anos

A Formare mudou meu jeito. Eu era envergonhado, agora já consigo me relacionar melhor. Quero adquirir o

máximo de conhecimento possível para buscar meus sonhos. Quero aprender matemática e virar biólogo marinho

Luiz Ricardo Neres dos Santos, 16 anos

Estou me conhecendo melhor. Antes eu não tinha nenhuma base profissional, nunca tive oportunidade. Penso

em crescer na área, mas sempre com a cabeça no lugar

Ana Cláudia Mistura, 15 anos

Aprendi muito, eu era muito agitada, falava alto. Ainda sou um pouco, mas estou melhorando. Terminando

o curso, quero trabalhar e estudar Medicina

Andréia Beppler Duarte, 16 anos

Se eu estivesse em casa, não estaria fazendo nada. Agora meu irmão de 12 anos já disse que quer participar.

Estou estudando e depois quero ser mecânica

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Preparar os jovens para o merca-do de trabalho é uma preocupação constante. a junior achievement é a maior e mais antiga organização de educação prática em economia e negócios. Foi criada em 1919 e envolve 7,5 milhões de jovens por ano em mais de 100 países. Em San-ta catarina, ela completa este ano sua primeira década de existência, comemorando a marca de 70 mil jo-vens catarinenses participantes dos programas. a organização trabalha para despertar nos jovens do ensino fundamental, médio e universitário o espírito empreendedor, estimu-lando o desenvolvimento pessoal e profissional.

São diversos programas que possi-

bilitam aos alunos vivenciarem na práti-ca situações relacionadas ao mundo dos negócios. O gerente estadual da Junior Achievement, Evandro Badin, conta que o projeto funciona colocando o aluno em situações reais das empresas. “Eles experi-mentam na prática como administrar uma empresa. Têm lucros e dívidas. Criam, de-senvolvem e administram como empresá-rios reais”, explica Badin.

A Junior Achievement é mantida por empresas privadas que apóiam os progra-mas com recursos financeiros e cedendo executivos voluntários para que possam passar seus conhecimentos e experiência para os alunos participantes. São estes pro-fissionais que levam aos alunos os concei-tos básicos de administração de empresas, tiram dúvidas e ajudam os jovens a tomar as decisões para o seu futuro profissional.

Um dos programas de maior destaque da Junior Achievement em ação na região é o projeto Miniempresa, que conta com a colaboração dos consultores da Acib, Ma-rilda Steil e Fábio Dutra. O projeto reúne equipes de 30 alunos do segundo ano do Ensino Médio de cada escola participan-te para criar e administrar uma empresa. Nesse caso, nada é fictício. Os alunos realmente criam os produtos, fabricam eles mesmos as peças e têm que vender para conseguir obter lucro. Evandro Badin conta que o programa não é útil apenas para os jovens que planejam cursar Admi-nistração, e sim para todas as profissões. “Independente do que você queira ser, o programa ensina. Se o jovem quiser ser médico, vai precisar saber organizar seu consultório. Se for advogado, tem que ad-ministrar um escritório. Qualquer trabalho

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pREpARADOs pARA O Futuro

JOVEM EMpREENDEDOR

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que você quiser montar, precisa de conhecimento prático nessa área”, conta o gerente estadual do programa.

Além da Miniempresa, outros programas também são ofe-recidos, para diferentes faixas etárias. O projeto Introdução ao Mundo dos Negócios ensina os princípios da administração de empresas para alunos de 5ª e 6ª série. Outro projeto, o Nosso Mundo, atinge alunos de 6ª série, ensinando aspectos funda-mentais do comércio global. Os assuntos englobam marketing internacional, importação, exportação e os efeitos da globali-zação. Nas aulas de Economia Pessoal, o jovem descobre seu potencial e explora diversas opções de carreiras. Isso reforça o valor da educação e ensina a planejar investimentos. Orça-mento pessoal, uso de crédito, tudo é abordado em forma de jogos e simulações. O programa As Vantagens de Permanecer na Escola é desenvolvido com jovens de 8ª série, para evitar a evasão escolar, mostrando a importância dos estudos. O Lide-rança Comunitária estimula jovens a desenvolver aptidões para se destacarem em suas comunidades. São jovens do segundo ano do Ensino Médio que aprendem o papel do terceiro se-tor com projetos sociais e administração de uma organização comunitária. Os alunos também podem participar do Mese (Management and Economic Simulation Exercise), que é um Exercício de Simulação Administrativa e Econômica, criado pela Universidade de Harvard, com apoio da Hewlett Packard. A simulação é uma espécie de jogo de empresas virtual, reunindo jovens de 16 a 25 anos, tomando decisões estratégicas sobre um produto fictício. Além destes programas, ainda existe tam-bém o Empresário Sombra, que permitem ao jovem seguir os passos de um executivo na sua jornada de trabalho durante um dia. Ele o acompanha em reuniões, visitas a clientes e demais atividades rotineiras. O objetivo é proporcionar ao estudante uma visão realista do trabalho.

De acordo com o gerente estadual, pesquisas apontam que 25% dos jovens que participaram dos programas já criaram negócios ou estão envolvidos profissionalmente com empre-sas. “Precisamos que o empresário perceba que reclamar não adianta nada. Temos nós mesmos que formar um mercado de qualidade, passando nossa experiência para as gerações que es-tão entrando no mercado de trabalho”, alerta. Badin informa que os interessados em apoiar os projetos podem entrar em contato pelo site www.ja-sc.org.br ou pelo telefone (48) 3224-8388. Escolas interessadas também podem entrar em contato.

Agindo na prática

No dia 30 de junho, as mini-empresas blumenauenses par-ticiparam de uma feira no Shopping Neumarkt, onde puderam vender seus produtos para os visitantes. Desde abril os estu-dantes vinham se reunindo semanalmente para receber orienta-ções dos profissionais voluntários e vivenciar todos os passos da produção dos itens a serem vendidos. Os trabalhos vão desde almofadas, puffs de garrafas plásticas até cuecas samba-canção.

Eles experimentam na prática. Têm lucros e dívidas. Administram

como empresários reais

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ENTREVIsTA: Rodolfo Francisco de souza Neto, presidente do sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e similares

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EM BUscA DA

modernização

diante de um mercado gastronô-mico em plena ascensão, Blumenau experimenta também a evolução do setor hoteleiro. Embora ainda haja algumas dificuldades, o Presidente do Sindicato de hotéis, Bares, Res-taurantes e Similares, Rodolfo Fran-cisco de Souza neto, garante que a modernização e desenvolvimento da rede hoteleira é um fator gradativo e inevitável. Para tanto, a busca por eventos que promovam a cidade em seus mais variados campos é cons-tante. Em entrevista a Revista Em-presário acib, o presidente fala so-bre as críticas aos hotéis da cidade e aponta algumas soluções.

Empresário acib: a qualidade dos hotéis está deixando a desejar?

Rodolfo Francisco de Souza neto: Blumenau tem 29 hotéis, desses nós sabe-mos que alguns deles, até alguns grandes, têm problemas. Isso é indiscutível, mas a maioria da hotelaria de Blumenau é boa. Diferente das outras cidades, a hotelaria de Blumenau é caracterizada por ser fami-liar. Com o tempo, não houve uma pro-fissionalização do setor, então uma parte, eu diria 25% a 30%, está precisando de melhorias, renovar seu equipamento, tro-car carpete, pintura, melhoria de qualida-de de serviço. Isso é uma realidade, mas a grande maioria já se renovou, já investiu, trocou o carpete, o enxoval, a televisão, o ar condicionado. Então o foco real disso é: temos problema na hotelaria? Temos. Não a maioria, não é toda a hotelaria de Blu-menau que está com problema. Esse eu acho que tem que ser o foco.

Ea: Blumenau desenvolveu uma característica de ter muitos empre-sários na cidade que precisam de in-ternet no quarto.

Rodolfo: Eu posso te garantir o se-

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guinte: 100% dos hotéis em Blumenau, e isso não acontece nem na Europa, têm In-ternet à disposição do seu hóspede. Quer dizer, em algumas coisas nós estamos bem servidos. Não conheço um hotel que hoje não forneça Internet para o seu hóspede no quarto através de wireless. 100% dos hotéis em Blumenau têm wireless, uns in-clusive gratuitamente. Então houve uma modernização e nós estamos ofertando ao hóspede. É mais ou menos como a crítica que nós ouvimos dos restauran-tes. Que eles fecham entre 23h30 e meia noite. Qualquer cidade média se fecha à meia noite por problemas de transporte coletivo, mas isso é no mundo inteiro. Nin-guém janta à uma hora da manhã em uma grande cidade, mas aqui em Blumenau eles acham que deve ficar aberto a noite in-teira. Então o nível de exigência que está havendo é que eu acho que é equivocado em relação ao que a cidade pode oferecer, não é compatível com a demanda. Nós sabemos que, por exemplo, na Texfair os restaurantes ampliam o seu horário, o número de pessoas; nós não temos uma reclamação importante durante a Texfair. A principal reclamação da Texfair esse ano foi a quantidade de leitos. Isso é outra coi-sa fora de propósito. As mesmas pessoas que criticam a falta de leitos sabem que os grandes eventos mundiais, em qualquer lugar, Alemanha, Estados Unidos, quando você vai reservar de última hora, normal-mente você não fica na cidade do even-to, você fica numa cidade próxima, isso é absolutamente comum. Então vir para a Texfair e ficar em Gaspar, Timbó ou Indaial deveria ser visto como uma forma lógica de tratar a coisa. Por exemplo, nós temos pessoas que ficam em Guarulhos quando vão a uma feira no Anhembi. É simples e é uma coisa natural do tamanho do evento. Querer que Blumenau tenha mais dois mil leitos para atender a Texfair é um despro-pósito.

Ea: o setor hoteleiro tem recebi-do críticas de outros segmentos liga-dos ao turismo de eventos. o senhor concorda com as críticas? o que tem

sido feito para melhorar a hotelaria de Blumenau?

Rodolfo: Quando a crítica é focada, tal hotel está com problema. O grande problema é que a crítica tem sido assim: A hotelaria de Blumenau é ruim. Genera-lizam como se todos os hotéis tivessem problemas. Nós temos investimentos im-portantes no Hotel Plaza, Hotel Glória, Hotel Rex, Hotel Viena, Himmelblau. A maioria dos hotéis já investiu, trocou equi-pamentos, melhorou carpete, trocou seu enxoval. A maioria fez isso e é comprova-do, nós temos que apresentar isso para a prefeitura porque nós temos um incentivo. Então a crítica que vier, que determinado hotel, e a gente sabe disso, tem proble-ma, nós vamos concordar. O que nós não podemos concordar é com a crítica pela crítica.

É muito difícil falar no que pode me-lhorar, porque como eu falei, a hotelaria em Blumenau é familiar. Cada empreendi-mento ele tem o seu dono e cabe a esse empresário perceber que o negócio dele não está indo bem porque ele precisa in-vestir. Nós não temos como fazer isso. A prefeitura já deu incentivo, nós trazemos cursos para a melhoria, agora vai depender do empresário acordar para isso. A vinda de novos hotéis para cá, principalmente de bandeiras, Blumenau só tem dois hotéis de bandeira, que são o Ibis e o Mercury, fora isso, todos são hotéis locais. A vinda de uma bandeira profissional seria fantástica para Blumenau. Faria com que realmente houvesse uma profissionalização do setor.

Ea: de que tipo de investimento o setor hoteleiro da cidade carece?

Rodolfo: O investimento principal é em equipamento, já que os hotéis são bem construídos. Carpete, frigobar, tele-visão, ar condicionado. Os hotéis ficaram velhos. Pra você ter uma noção do que aconteceu, em 1985 tinha 4,2 mil leitos, hoje continuam os mesmos 4,2 mil leitos. Ou seja, não evoluiu nada em 20 anos. Fe-chou um hotel e abriu o Íbis, só. Então é um setor que realmente passou por gran-des dificuldades. O turismo de compras,

que era o grande potencial da cidade, desapareceu completamente. Blumenau era o principal destino turístico do sul do Brasil e perdeu essa condição. Hoje nem é destino turístico, é uma cidade de passa-gem turística. Então tudo isso fez com que a hotelaria da cidade acabasse se depre-ciando e não conseguisse reinvestir no seu próprio negócio. Agora nós sentimos um movimento no sentido de melhorar e ter a possibilidade de investir.

Ea: Existem investidores locais e de fora da cidade interessados em investir na hotelaria de Blumenau? temos algum novo empreendimento previsto?

Rodolfo: Tem dois, que são o hotel da Vila Germânica e a transformação do Edifício América num hotel cinco estrelas. É a única coisa que eu conheço. E temos dois hotéis à venda, que são o Baviera, que está fechado, e o Hotel Rex. Há um pro-jeto para construir um hotel da Vila Ger-mânica, ao lado do Galegão, vai ser um edifício garagem e hotel. Vai ser licitado e a prefeitura vai oferecer o terreno para quem quiser fazer o hotel lá.

Ea: diferente da hotelaria, o se-tor gastronômico experimenta um excelente momento, com empre-endimentos como o novo ataliba, o Blumenau Park e a choperia Ex-presso, por exemplo. a que isto se deve?

Rodolfo: À própria evolução da ci-dade. Uma coisa que o blumenauense tem que observar, nós temos um grande problema em Blumenau para o setor de restaurantes. Blumenau é uma cidade que vive dentro dos seus clubes. Isso faz com que as pessoas saiam pouco, ou melhor, elas saem, mas ficam dentro dos seus clu-bes. Se você vir os nossos clubes normais, em qualquer cidade do Brasil, ninguém tem clubes com a qualidade, com toda a oferta de vantagens, da qualidade de restaurantes dentro dos clubes. Fora isso, Blumenau tem a característica do segunda-feirino, terça-feirino, do Stammtisch, então

Blumenau tem um talento, uma excelência para eventos. Nós estamos incentivando isso há muitos anos, dizendo que a cidade

tem que se focar no turismo de eventos e de negócios

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as pessoas se reúnem em um lugar e usam pouco a estrutura de restaurante. Isso dificulta realmente. Nós temos isso como uma informação muito precisa. Blumenau tem seis grandes clubes, mais 38 clubes de Caça e Tiro, as associações de empresas de Blumenau são verdadeiros e extraordi-nários clubes. Temos a Associação da He-ring, Associação da Artex, da Cremer que têm uma infra-estrutura fantástica, onde, evidentemente, muitas vezes a pessoa tem uma série de vantagens, então ela prefere ir a sua associação, ao seu clube ao invés de sair. Então a gastronomia de Blumenau demorou. Mas agora a parte de restauran-tes realmente está evoluindo.

Ea: É mais fácil investir em res-taurantes do que em hotéis?

Rodolfo: Sem dúvida, porque o capi-tal para hotel é muito intensivo. Você faz um grande investimento de uma única vez e leva um tempo bem maior para o re-torno do investimento. Na gastronomia é mais rápido e o investimento é menor.

Ea: Em breve a hotelaria estará experimentando este mesmo cresci-mento do setor gastronômico?

Rodolfo: Blumenau tem um talento, uma excelência para eventos. Nós estamos incentivando isso há muitos anos, dizendo que a cidade tem que se focar no turismo

de eventos e de negócios. Por exemplo o turismo esportivo, as competições têm um foco extraordinário. Nós tivemos dois eventos que mostraram isso, que foram os jogos da Caixa Econômica e as Olimpíadas Universitárias. Foram de uma felicidade e um sucesso extraordinários. Nós temos o complexo esportivo do Sesi em uma ci-dade que já tem características esportivas. Então o turismo de eventos é a grande sa-ída para a cidade. E se continuar esse foco, uma Vila Germânica nova, acredito que nós vamos chegar, logo Blumenau vai sair desse marasmo de 4,2 mil leitos e vamos trazer, principalmente, que é o que a gente quer ver em Blumenau, bandeiras nacio-nais e internacionais atuando no mercado, fazendo com que o mercado local se pro-fissionalize.

Ea: Qual é a ocupação média dos hotéis da cidade hoje? a demanda justifica novos e grandes investi-mentos?

Rodolfo: 55% ao ano. O ideal seria 70%. É como você ter uma indústria que trabalhe com 55% da sua capacidade, é muito ruim. Esses números ainda não justi-ficam novos investimentos. O que a gente precisa é uma demanda consistente. Nós devemos fechar o ano de 2007 com uma ocupação melhor, mas isso tem que ser consistente, não pode ter um ano bom e

outro ruim. Para aumentar esse número é necessário trabalho, união do setor público com o setor privado no sentido de capta-ção, de parcerias para viabilizar uma série de eventos. Por exemplo, as Olimpíadas Universitárias tiveram um custo bastante grande para a cidade em termos de trans-porte, de algumas concessões que foram feitas. Então tem que haver essa parceria. E também Blumenau saiu várias vezes na mídia nacional, tem toda uma estrutura e um resultado que tem que ser observado.

Ea: É viável uma ação conjunta entre hotéis, restaurantes e os pro-motores de feiras e eventos para o desenvolvimento do turismo de eventos e negócios em Blumenau? de que forma isto pode acontecer?

Rodolfo: É o que nós sempre apos-tamos. Blumenau tem hoje o Convention & Visitors Bureau que é a grande entidade a ser incentivada e mantida, ainda é muito tímida a participação dos empresários nes-se sentido. O CVB de Blumenau foi o ter-ceiro do Brasil e exatamente por não ter-mos uma visão do público privado durante um longo período é que não decolou. O empresário deixou de fazer a sua parte, o poder público também e com isso Blume-nau perdeu. Agora nos parece que a coisa tem caminhado no sentido de realmente caminharmos juntos e conseguirmos tra-

blumenau Park restaurant é um dos grandes investimentos feitos no setor gastronômico da cidade

ENTREVIsTA: Rodolfo Francisco de souza Neto, presidente do sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e similares

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zer uma série de eventos, principalmente fixos. Blumenau já tem uma agenda de eventos, são 10 por ano. O ideal em 52 semanas é que nós tivéssemos em torno de 25 eventos de porte, aí teríamos um resultado bastante razoável.

Ea: Está se trabalhando muito na captação de eventos, mas Blume-nau tem capacidade para comportar isso?

Rodolfo: Eu disse uma coisa que foi muito mal interpretada. Blumenau tem ca-pacidade de atender 90% dos eventos que acontecem no Brasil. Porque os eventos que acontecem no país, como um todo, são pequenos, não são de grande porte. A maioria dos eventos são congressos mé-dicos, com 600 participantes, 800 ou 1,5 mil, até 3 mil participantes Blumenau tem amplas condições de receber. E a maioria dos eventos é abaixo disso. As pessoas se

assustam quando eu digo 90%, mas é ver-dade. Lógico que alguns eventos Blume-nau não tem capacidade, porque não tem hotelaria, nem área de eventos para isso, mas a grande maioria de eventos a cidade tem condições, sim, exatamente porque são eventos de médio porte. Ou até para ser mais objetivo, nós conseguiríamos as-sumir 100% dos eventos de médio porte, quer seja congresso, feira, evento esporti-vo, evento religioso.

Ea: Blumenau foi muito feliz na realização de eventos esportivos. É possível ter o mesmo desempenho em congressos, tem estrutura para acomodar?

Rodolfo: Nós temos feito isso, temos vários eventos médicos. Hoje, temos mil lugares no Teatro Carlos Gomes, mil luga-res no Grande Hotel, uma área fantástica. Temos o Himmelblau com 600 lugares, o

Viena com 600 lugares. Ou seja, até mil participantes do evento, isso significa um evento de 1,5 mil a 1,8 mil pessoas. A própria Vila Germânica tem condições de receber. Não é o ideal, mas nós já realiza-mos lá dentro vários congressos. Contra-ta o material, cadeiras e não há nenhum problema. A única coisa que a gente la-menta é que a gente tem que trabalhar positivamente pela cidade. A crítica pela crítica, eu acho que é injusta. Nós perde-mos um evento em Blumenau, que é o dos supermercadistas, porque o presiden-te disse que a hotelaria de Blumenau era ruim, por isso ele levou para Florianópolis, sem ter vindo ver a hotelaria de Blumenau. Só tinha conhecimento pelo que diz a im-prensa e os próprios empresários de Blu-menau. E é uma inverdade. Nós fazemos um desafio, para quem quiser conhecer os hotéis renovados de Blumenau, eles estão à disposição.

Blumenau tem capacidade de atender 90% dos eventos que acontecem no Brasil. porque os eventos que acontecem no país,

como um todo, são pequenos, não são de grande porte.

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pREVIDÊNcIA

o caixa da Previdência Social vem acumulando um grande déficit. Um problema gigantesco e, se não forem tomadas medidas de impac-to, em pouco tempo, o sistema se tornará inviável, segundo os analis-tas. visando minorar o problema, o Governo Federal vem implementan-do uma série de medidas, tanto em relação às receitas quanto à conces-são de benefícios (despesas). Para o advogado especialista em direito Empresarial, denilson d.L. de Paula, da Pabst & hadlich advogados as-sociados, a matemática é simples: “se o gasto continuar maior do que a arrecadação, chegará um momen-to em que o sistema quebrará, a não ser que o governo continue drenan-do para os cofres da Previdência re-cursos de outras áreas”.

Novas medidas estão sendo implan-tadas pelo governo. Uma delas é o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), que incidirá diretamente sobre o Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) e, diz o ad-vogado, deve ser motivo de preocupação para os empresários. O SAT, cujas alíquo-tas variam de 1% a 3% sobre a folha de pagamento, está relacionado ao grau de risco de acordo com sua atividade (art. 22, II, da Lei n° 8.212/91).

Para definição do SAT, as empresas são classificadas por segmento econômico, conforme definido pela Classificação Na-cional de Atividades Econômicas (CNAE). O sistema atual exige que as empresas integrantes do mesmo segmento reco-lham o mesmo percentual para o SAT. A empresa que investe em treinamento e segurança ou medicina do trabalho e, em conseqüência, apresenta baixo índice de acidentes de trabalho, pagará o mesmo SAT que o empregador relapso que não se preocupa com a saúde dos trabalhado-res. “O sistema acaba sendo injusto, pois confere o mesmo tratamento à empresa que investe na saúde e bem-estar de seus empregados e à outra que nada faz nesse sentido”, afirma Denilson de Paula .

Além dos danos à saúde do trabalha-dor, a empresa que gera mais acidentados acaba contribuindo para aumentar o rom-

bo do caixa da Previdência, em razão da concessão de benefícios previdenciários, como auxílio-doença e aposentadorias por invalidez.

A Lei n° 10.666, de 08/05/2003, es-tabelece que a alíquota de contribuição destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidên-cia de incapacidade laborativa decorrente

dos riscos ambientais do trabalho poderá ser reduzida em até 50%, ou aumentada em até 100%, em razão do desempenho da empresa em relação à atividade eco-nômica.

O FAP é um multiplicador que con-sidera diversas variáveis e será aplicado diretamente sobre as alíquotas do SAT. Permitirá que as empresas, em razão do desempenho relacionado à sua atividade, tenham a contribuição do SAT reduzida ou majorada. “A idéia é considerar a reali-dade de cada empresa e, de acordo com os resultados obtidos em relação aos afas-tamentos do trabalho, extrair o fator que será aplicado sobre a alíquota do SAT. Visa-se, com isso, estimular a prevenção de acidentes”, observa o advogado.

O FAP será calculado com base em be-nefícios previdenciários ligados a acidentes de trabalho (auxílio-doença acidentário, pensão por morte decorrente de acidente de trabalho, aposentadoria por invalidez em acidente de trabalho e auxílio-aciden-te por acidente de trabalho). O governo disponibilizou a lista dos benefícios pre-videnciários considerados para apuração do FAP, no período compreendido entre maio de 2004 e dezembro de 2006. As empresas têm até dia 01/08/2007 para impugnar erros.

“Ao incluir no FAP benefícios previ-denciários não relacionados a acidentes de trabalho, o governo tenta transferir para a iniciativa privada um ônus que pertence ao Poder Público. Tome-se, por exemplo, o caso dos afastamentos do trabalho em de-corrência de acidentes de trânsito típicos, sem qualquer correlação com a empresa e que ocorrem em deslocamentos normais do cidadão (passeios, lazer, viagens parti-culares e sem ligação com a empresa, etc). Caso o empregado venha a ser afastar do trabalho e passe a receber o auxílio-doen-ça previdenciário, ou, em razão de even-tual incapacidade, venha a se aposentar por invalidez também não decorrente de acidente de trabalho, tais benefícios irão impactar negativamente o FAP da empre-sa em que o acidentado trabalhava. Isso também vale para aquela fratura ocorrida no jogo de futebol do final de semana e para as doenças em geral’, alerta o advo-gado Denílson de Paula.

FAp REqUER ATENÇÃOdos empresários

O governo tenta transferir para a iniciativa privada o ônus que é do poder público

Denilson D. L. de paula

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pREVIDÊNcIA

Além da instituição do FAP, o governo alterou também a sistemática de conces-são do auxílio-doença acidentário, criando o “nexo epidemiológico”. A constituição do nexo epidemiológico é baseada na Classificação Internacional de Doenças (CID) e no CNAE da empresa.

Adotada a CID como fonte primária estatística, procurou-se saber se o fato de se pertencer a um determinado segmen-to econômico constitui, ou não, fator de risco para o trabalhador apresentar uma determinada doença. Caso positivo, qual a dimensão desse risco? “Para tanto, pro-curou-se investigar e estabelecer, durante os estudos que precederam as alterações na legislação, se certas doenças estavam relacionadas com determinadas atividades econômicas. Através de análises estatísti-cas, procurou-se também saber se perten-cer a um determinado CNAE implicava em alguma possibilidade de se contrair essa ou aquela doença, e em que grau de risco.

Para as atividades em que, de acordo com o INSS, foi constatado grau de risco elevado de se contrair determinados tipos de doenças, foi estabelecido o Nexo Técni-

co Epidemiológico Previdenciário (NTEP). De acordo com a Instrução Normativa n° 16, do INSS, de 27/03/2007, considera-se estabelecida essa correlação sempre que se verificar a ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o ramo de atividade econômica da empresa (CNAE) e a enti-dade mórbida incapacitante (definida pela CID), conforme uma lista que foi divulgada através do Regulamento da Previdência Social.

As empresas que não concorda-rem com a aplicação do NTEP poderão apresentar impugnação junto à Agência da Previdência Social no prazo de até 15 dias após a data para a entrega da Guia de Recolhimento ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previ-dência Social (GEFIP). “A empresa deverá demonstrar, preferencialmente, através de documentos, que a doença não possui nexo causal com o trabalho exercido pelo empregado”, explica o advogado Denilson D.L. de Paula.

Os demais casos – em que não for aplicado o Nexo Técnico Previdenciário automaticamente (NTEP) – a perícia mé-

dica do INSS continuará agindo normal-mente, com a finalidade de investigar se a doença decorre de agentes etiológicos ou de fatores de risco de natureza ocupacio-nal presentes nas atividades econômicas dos empregadores.

Segundo o advogado, parece certo também que o INSS, através da Procura-doria Federal Especializada, passará a pôr em prática as ações regressivas previstas na Lei de Benefícios da Previdência So-cial (arts. 120 e 121 da Lei n° 8.213/91). De acordo com o art. 7º da IN 16/2007, a perícia médica, “quando constatar indí-cios de culpa ou dolo por parte do em-pregador, em relação aos benefícios por incapacidade concedidos”, deverá oficiar à Procuradoria, “subsidiando-a com evi-dências e demais meios de prova colhi-dos, notadamente quanto aos programas de gerenciamento de riscos ocupacionais, para as providências cabíveis [...] de modo a possibilitar o ressarcimento à Previdên-cia Social do pagamento de Benefícios por morte ou por incapacidade, permanente ou temporária”, finaliza o advogado Denil-son de Paula.

novo sistema para concessão de auxílio

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a emissão de passaportes na de-legacia da Polícia Federal de Itajaí tem sido um transtorno tanto para os requerentes quanto para os fun-cionários. a delegacia, que chegou a emitir de 60 a 70 passaportes ao dia, com picos de 90 documentos, hoje não consegue produzir mais de 40 diários. as informações são do de-legado chefe da delegacia da Polícia Federal em Itajaí, Roberto cordeiro.

Ele relata que a situação vem se agra-vando desde março deste ano, quando a Casa da Moeda parou de fazer as cader-netas e que o problema permaneceu até o dia oito de maio. Com essa interrupção, o

número calculado de demanda reprimida chegou a 3 mil passaportes, com o agra-vante que nesse período, os funcionários da PF paralisaram seus trabalhos para pe-dir aumento dos salários. Algumas medi-das paliativas, como distribuição de senhas limitadas, foram tomadas até o dia 25 de maio, data em que os órgãos centrais em Brasília determinaram a emissão dos no-vos passaportes. “Foram disponibilizadas duas estações de trabalho, que hoje não conseguem emitir mais de 40 passaportes por dia. Estamos com defasagem de mais de 3 mil passaportes”, lamenta o delegado chefe.

Essa situação vem sendo acompanha-da de perto pela coordenadora do Nú-cleo de Agências de Viagens e Turismo da Acib, Cristine Nort Ziel. Ela relata que toda essa situação está criando um acú-mulo inacreditável de pedidos e pânico nos passageiros porque não conseguem agendamento. O telefone para o qual as pessoas devem ligar – somente às sextas-

feiras – para conseguir agendar um horá-rio, está sempre congestionado. Quando se consegue, a pessoa recebe um horário para ser atendido na semana subseqüente, porém a maioria não consegue. “Isso tem causado desespero, porque muitos estão tentando há semanas, sem sucesso”, diz. A coordenadora cita que o maior problema não é os casos de lazer ou negócios, mas principalmente casos graves de saúde que dependem de tratamento fora do país.

Para Cristine, é louvável a iniciativa da criação do novo passaporte, contudo ela considera que faltou um estudo pré-vio para saber qual a real necessidade de cada delegacia em relação à demanda. “O novo passaporte é ótimo, pois atende às normas internacionais de segurança, mas falta preparo”, argumenta. O fato tem se repetido na delegacia da capital Florianó-polis, que emite 80 passaportes por dia. Neste posto, existem cinco máquinas e os agendamentos já estão marcados até novembro.

MAIs DE 3 MILpassaportes na Fila

cristine Nort Ziel é coordenadora do Núcleo de Agências de Viagens

e Turismo da Acib

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Uma das soluções apontadas tanto por Cristine quanto por Cordeiro, foi pe-dir autorização para que o departamento da PF em Itajaí possa emitir o passapor-te antigo, ainda que provisoriamente, ou através de um posto em Blumenau, já que a maior demanda vem dessa cidade e re-gião. Cristine aposta nessa iniciativa, pois Blumenau já teve um posto de atendi-mento, em 2006, conseguido com o apoio da Associação Empresarial de Blumenau (Acib) e a procura pelo serviço foi bas-tante grande. “Foi um período excelente, muito tranqüilo e bem proveitoso não só para os blumenauenses, mas para todo o pessoal do Vale que aproveitou para fazer o passaporte”, comenta a coordenadora. Outros pontos apontados pelo delegado foram a reivindicação de quatro novas máquinas para atender às solicitações ou ainda que se aumente o número de fun-cionários para estender o horário de aten-dimento, que hoje é das 8h até às 18h, sem interrupção para almoço.

Sem uma previsão para o fim desse impasse, Cordeiro aconselha àqueles que não vão viajar imediatamente que dei-

xem para tirar o passaporte mais adian-te. “Acreditamos que esse problema será solucionado, por isso as pessoas devem aguardar”, reforça o delegado. Cristine recomenda a todos que têm viagens mar-

cadas, que façam sua inscrição na internet para gerar o protocolo. “Assim, ficará vi-sível que o número de solicitações é re-almente grande”, diz a coordenadora do Núcleo das Agências de Viagens e Turis-

Polícial Federal emitiu passaportes em blumenau no ano de 2006, com apoio da Acib

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o Brasil se vê em meio a uma mudança de regime tributário que confunde micros e pequenos empre-sários. com o surgimento do Simples nacional, que também é chamado de Supersimples, as microempresas e empresas de pequeno porte que tinham a tributação feita através do Simples Federal precisam agora defi-nir se migram ou não para o Simples nacional. a decisão deve ser tomada até o dia 31 de julho.

O Simples Nacional é um regime tri-butário diferenciado, que pode ser apli-cado às micro e pequenas empresas cuja receita bruta anual seja menor que R$ 240 mil (para as micro) ou entre R$ 240 mil e R$ 2,4 milhões (no caso das pequenas empresas). Neste novo sistema tributário estão inclusos oito impostos que antes eram cobrados individualmente. O obje-tivo é desburocratizar a tributação, reduzir a carga tributária e ainda facilitar a abertu-

ra e regularização de empresas. Além da unificação de impostos, o

Estatuto da Micro e Pequena Empresa prevê uma série de outras vantagens para os empresários. Mesmo assim, o novo sis-tema não agrada a todos. O proprietário da Engetel Soluções em Automação e Se-gurança, Josué João Krapp, conta que só migrou do Simples Federal para o Simples Nacional por falta de opção. “Acho que essa mudança não foi boa. Vai aumentar a carga tributária, engessar a empresa ain-da mais”, acredita. Ele explica que apesar de ser chamada de Supersimples, a nova tributação é mais complicada, dificultando o trabalho do contador. “Não é simples como a propaganda do governo diz. Podia ser bem menos burocrático”, conta.

Nem todas as micro e pequenas em-presas podem participar. São vedadas uma série de empresas. A lista é grande e os empresários interessados em migrar de-vem se informar junto ao seu profissional contábil de confiança sobre a possibilidade ou não da migração. No último dia 13 de julho foi criada uma lei municipal que per-mite o alvará provisório para as empresas que ainda não tem o alvará definitivo, o que as impossibilitaria de optar pelo Su-persimples. O pedido de criação da lei surgiu por parte da Acib.

Como o assunto é complexo, muitos empresários continuam com dúvidas a res-peito da migração. De acordo com a dire-tora para Assuntos Comunitários da Acib, Solange Rejane Schröder, diversos empre-sários entraram em contato com ela sem saber ao certo que ações devem tomar. “Muitos dizem que querem esperar, deixar tudo como está para ver o que as mudan-ças causarão na prática. Mas eu aviso que não dá para deixar como está. O Simples Federal foi revogado, ou migra para o Sim-ples Nacional, ou não. Não dá para deixar como está”, adverte a contadora.

As empresas que até o momento utili-zavam o Simples Federal migram automati-camente para o novo Supersimples, a não ser que tenham débitos. Os que migrarem automaticamente, mas desejarem cancelar a migração, podem fazê-lo até o dia 31 de julho. Após este primeiro período, a deci-são deverá ser tomada sempre até o dia 31 de janeiro de cada ano, valendo para

sÓ NO NOME

TRIBUTAÇÃO

simplicidade

solange Rejane schröder, contadora e diretora para Assuntos comunitários da Acib

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TRIBUTAÇÃO

Fique por dentro do Supersimples

Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);

Contribuição para o PIS/Pasep;

Contribuição para a Seguridade Social (cota patronal);

Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mer-cadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

os 8 impostos o Simples nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arreca-dação, dos seguintes tributos:

o que É ?Simples nacional - regime Especial unificado de Arreca-dação de Tributos e Contribuições devidos pelas Micro-empresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP)

qual o obeJtivo ?o Simples nacional, que ficou popularmente conhecido como Supersimples, tem como objetivo central a redu-ção da carga tributária para as ME e EPP

A adesão está aberta para microempresas com renda bruta de até r$ 240 mil no ano e pequenas empresas com renda bruta de até r$ 2,4 milhões

Desoneração tributária na exportação;

Possibilidade de mais empresas ingressarem no sistema, que fa-zem parte de classes econômicas que antes não podiam aderir ao Simples Federal;

Possibilidade de parcelamento especial para ingresso;

Arrecadação de tributos federais (inclusive previdenciários), es-taduais e municipais por meio de um único documento de ar-recadação

Além da redução da carga tributária, há outras mudanças vantajosas para as ME e EPP que op-tarem pelo Supersimples, como:

o que muda ?

Migram automaticamente para o Simples Nacional, desde que não possuam débitos junto à União, Estados ou Municípios;

Poderão cancelar essa opção até o dia 31/07/2007;

Caso tenham débito, poderão solicitar o parcelamento em 120 meses junto a cada administração tributária;

1) EMPrESAS JÁ oPTAnTES PELo SiMPLES FEDErAL:

como aderir ?

quem pode ?

Poderão fazer opção somente no mês de julho de 2007 (a pró-xima oportunidade será em janeiro de 2008);

Caso possuam débitos tributários, terão que quitá-los em ju-lho/2007;

Se os débitos forem abrangidos pelo Simples Nacional, poderão solicitar parcelamento em 120 meses;

2) EMPrESAS nÃo oPTAnTES PELo SiMPLES FEDErAL

Poderão optar no prazo de 10 dias após a inscrição no CNPJ e nos cadastros da Fazenda Estadual e Municipal;

A data do início de atividade, para o Simples Nacional, será a data da última inscrição na Fazenda Estadual ou Municipal.

3) noVAS EMPrESAS:

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ARTIGO

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Autogerência significa aplicar diariamente, de forma eficaz e consistente, técnicas de tra-balho apropriadas para organizar (gerenciar) sua vida através do melhor uso possível do seu tempo disponível. O princípio da autogerência é de controlar conscientemente sua vida (autocontrole) e não ser instrumento de seus ambientes profissional e pessoal (controle pelos outros).

“Para onde foi o tempo?” É uma interrogação angustiante freqüentemente proferida por gerentes quando sob estresse. Todos nós conhecemos o problema, com cada vez mais pes-soas enfrentando estresse, excesso de trabalho e a pressão do tempo no trabalho. Não só o excesso de trabalho, mas também a falta de planejamento do tempo força os gerentes a passarem 60 horas ou mais por semana em suas mesas.

O resultado desta falta de planejamento é que tarefas erradas recebem prioridade; as tarefas menos importantes não são delegadas; as ações dos gerentes são regidas pela progra-mação diária e eles são desviados por assuntos sem importância.

Através da alocação eficiente do seu tempo e da sistematização de seus métodos de trabalho, você poderá controlar melhor suas atividades, mesmo que se defronte com uma grande diversidade de tarefas e questões.

Os marinheiros têm um velho ditado: “Não importa a direção em que o vento sopra, o importante é como eu acerto as velas”. Muitos gerentes estão preocupados com atividades (isto é, eficiência) ao invés de metas (isto é, eficácia).

Vantagens da autogerência:• Terminar as tarefas com menos desperdício de tempo.• Melhorar a organização do seu próprio trabalho.• Obter melhores resultados.• Ser menos frenético e tenso.• Ganhar maior satisfação com seu trabalho.• Gerar maior motivação.• Aumentar suas qualificações para tarefas mais difíceis.• Enfrentar menos pressões para trabalhar e ter sucesso.• Cometer menos erros enquanto realiza suas tarefas.• Obter melhores resultados no trabalho e em sua vida pessoal.

Para conseguir mudar seus hábitos pessoais de trabalho, você precisa saber para onde vai seu precioso tempo e, em detalhe, o que você faz e como faz. Temos normalmente uma falsa percepção de como usamos o tempo durante o dia.

Faça um balanço do tempo para um período de vários dias, para analisar seus atuais hábi-tos de trabalho e encontrar as razões para quaisquer maus hábitos. Um método de trabalho “errado” ou ineficiente tem, freqüentemente, várias causas. Elas incluem ser inconsciente de:

• Como você usa seu tempo.• Quanto tempo certas tarefas exigem.• Os pontos fortes e fracos dos seus atuais hábitos de trabalho.• As pessoas ou condições que inibem ou elevam seu desempenho.

Somente observando quanto tempo você gasta, com quem e como, é que poderá des-cobrir pontos fracos em seus hábitos pessoais de trabalho e dar o primeiro passo no sentido da autogerência.

Você precisa conscientizar-se do fato de que dispõe de um orçamento de tempo limitado para realizar suas metas. Planejar significa projetar esboços de suas futuras tarefas para certos períodos de tempo; significa lidar de forma mais eficaz com as mudanças em suas respon-sabilidades. Não planejamos somente nossas metas profissionais e pessoais, mas também nossas pressões periódicas. Quanto melhor você conhecer seu orçamento de tempo e suas responsabilidades, mais preparado estará para delegar, para reduzir o número de tarefas ou adiar as menos importantes.

cOMO ADMINIsTRAR MELHORo seu tempo

Aglair FernandesConsultor da Service & Quality Trei-namentos Ltda, membro do Núcleo de Consultores da Acib

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acib na alemanha

AcIB É NOTícIA

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acib na alemanhaO diretor executivo da Acib, Charles

Schwanke, participou no início do mês de julho de uma missão promovida pela Fun-dação Empreender e pela Federação das Associações Empresariais de Santa Cata-rina (Facisc) para Munique, na Alemanha. Ele e mais 11 representantes de outras as-sociações de Santa Catarina conheceram de perto a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera (HWK), entidade que serviu de modelo para a implantação do trabalho realizado com as empresas ca-tarinenses através de núcleos setoriais, no ano de 1991.

O grupo percorreu os mais diversos setores da entidade e puderam conferir como o trabalho é desenvolvido com as empresas alemãs. Além disso, os catari-nenses apresentaram os resultados do trabalho realizado desde 1991, quando foi firmado o convênio com a HWK. “Eles ficaram surpresos com a quantidade de núcleos setoriais mantidos nas associações de Santa Catarina”, destaca Schwanke. No início, o convênio abrangia as associações de Blumenau, Brusque e Joinville. Hoje, praticamente todas as entidades ligadas à Facisc trabalham com núcleos setoriais.

A HWK é a maior câmara da Alema-nha. Reúne 68.700 associados e mantém sete centros de treinamento, três aca-demias de formação e especialização de profissionais e dez escolas de formação de mestres. O presidente da Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, Heinrich Traublinger, deve vir ao Brasil no mês de novembro para participar pesso-almente do Encontro do Empreender, a ser realizado em Florianópolis. Na opor-tunidade deve ser renovado o convênio entre as entidades de Santa Catarina e da Alemanha.

Dois representantes do governo da Costa do Marfim (África) estiveram na Acib no início do mês de julho. Eles vieram a Santa Catarina a convite de uma empre-sa de Comércio Exterior de Chapecó para identificar alternativas na retomada do crescimento econômico do país, abalado pela Guerra Civil. Em Blumenau, à convite da Acib Jovem, eles visitaram a Momento Ambiental, o Samae, o Parque Vila Ger-mânica e a Prefeitura. Na sede da Acib, eles conheceram o projeto Troque Lixo por Livro, da escritora Cristina Marques, integrante da Câmara da Mulher Empre-sária da Acib.

“Eles demonstraram especial interesse nas ações pelo desenvolvimento sustentá-vel e ficaram surpresos com os projetos existentes na cidade”, destaca um dos in-tegrantes da Acib Jovem, Bruno Barbieri. Os marfinenses também buscam modelos

em gestão pública e merenda escolar. Em agosto, uma comitiva de 50 prefeitos e empresários pode desembarcar no Estado para conhecer mais de perto o trabalho desenvolvido nas áreas de interesse.

A Costa do Marfim foi colonizada pelos franceses e teve sua independência

declarada em 1960. O país é o maior pro-dutor e exportador de cacau do mundo e até a segunda metade do século 20 era o maior explorador de marfim. De 2000 a 2004 a população sofreu com a Guer-ra Civil, o que deixou o desenvolvimento econômico comprometido.

COSTA DO MARFIM BUSCA MODELOS EM BLUMENAU

Da esquerda para a direita atrás: Paulo Chiodini, Ciro José Cerutti, Hermann

Suesenbach e Charles Schwanke. na frente: Adriano zimmermann, Fernando baumann,

odilio Guarezi, Adriana bressane Feier, Ludwig Stock, rainer Müller-Glodde,

Christian Dillmann, Luiz Carlos Furtado neves, uwe Stortz e regina bonito Petry

Dois representantes do governo da Costa do Marfim estiveram na Acib

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O empresário Jaime Grossenba-cher assumiu no dia 9 de julho a Di-retoria para Assuntos Ambientais e de Energia da Acib. Ele substituiu o em-presário Marcos Inácio Ruediger, que recentemente aceitou o cargo de di-retor de Desenvolvimento Econômico da Secretaria de Estado do Desenvol-vimento Econômico Sustentável.

Grossenbacher foi diretor para As-suntos Comunitários na gestão 2005-2007 e foi indicado e aceito por una-nimidade pelo Conselho Deliberativo da entidade. No novo posto, o diretor pretende conhecer de perto o trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Gestão Ambiental da Acib e trabalhar em conjunto com o grupo. Já Ruediger continua sendo um aliado da classe empresarial trabalhando diretamente com o secretário Jean Kuhlmann em Florianópolis.

GROSSENBACHER NA DIRETORIA DE ASSUNTOS AMBIENTAIS

Grossenbacher assumiu no último dia 9 de julho

Já estão abertas as inscrições para o Prêmio Gustav Sa-linger, uma promo-ção da Acib Jovem – Núcleo de Jovens Empreendedores da Acib. A idéia é reconhecer o tra- balho do empreendedor blumenauense e premiar os mais inovadores e criativos na condução de seus negócios. O prêmio será distribuí-do em quatro categorias: indústria, serviços, comércio e jovem empreendedor.

Os inscritos serão avaliados por profissionais capa-citados, indicados pela Acib Jovem. Os vencedores ga-nham uma bolsa de estudos para uma pós-graduação, um troféu e um certificado expedido pela Acib. O Prê-mio Gustav Salinger será entregue no dia 5 de novembro, durante as comemorações do Dia do Empreendedor e do aniversário de 106 anos da Acib, mais antiga asso-ciação empresarial do Estado. Mais informações podem ser obtidas com Carla, pelo telefone (47) 3326-1230 ou

PRêMIO GUSTAV SALINGER TEM INSCRIçõES ABERTAS

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Se depender da animação dos que participaram da 2ª edição do Encontro de Integração dos Núcleos Setoriais da Acib, o se-gundo semestre começou em alta na Associação Empresarial de Blumenau. Entre empresários e familiares, 132 pessoas foram ao ginásio da Associação Desportiva Hering no domingo, dia 1º de julho, para uma manhã divertida e enriquecedora.

Os participantes foram divididos em equipes que cumpriram dez tarefas. Todas foram elaboradas pelos integrantes do Núcleo de Academias da Acib para desenvolver ainda mais o empreende-dorismo e o espírito de equipe, características fundamentais aos empresários que fazem parte dos núcleos setoriais da Acib. Cada tarefa exigia uma habilidade específica, como raciocínio, conheci-mentos gerais, coordenação motora e criatividade.

As tarefas foram cumpridas em pouco mais de duas horas e garantiram boas risadas entre os participantes, principalmente pelas situações pouco comuns. Em uma prova, por exemplo, vencia a equipe que vestisse um dos integrantes com o maior número de peças possível.

Os organizadores do evento também pensaram na solidarieda-de e, através de uma campanha entre os participantes, arrecada-ram agasalhos que serão doados a uma entidade assistencial que será escolhida pela equipe vencedora. Depois das tarefas, todos participaram de um almoço na sede da AD Hering. O evento foi organizado pelo Conselho dos Núcleos Setoriais da Acib. Na pró-xima edição, em 2008, o evento será co-organizado pelo Núcleo da Vila Itoupava.

DIVERSãO E NOVAS ExPERIêNCIAS MARCAM ENCONTRO DE INTEGRAçãO

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Hasteamento das bandeiras por rubens olbrich, presidente do Conselho dos núcleos, ricardo Stodieck, presidente da Acib, e Avelino Lombardi, diretor de núcleos e Câmaras

AcIB É NOTícIA

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os participantes foram devidamente caracterizados com as cores das equipes

Alongamento aqueceu os músculos dos participantes antes das atividades do Encontro de integração dos núcleos da Acib

Arremessar uma bola no cesto com pedaço de plástico foi uma das provas. Ganhou quem acertou mais bolas

Vestir um dos integrantes com o maior número de peças possível foi um dos desafios das equipes

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AcIB É NOTícIA

Quanto mais balões na roupa de palhaço, melhor. A equipe amarela foi a campeã do encontro

Encontrar palavras que comecem com determinada letra lembrou a brincadeira Stop

na prova de conhecimentos gerais, quem soubesse a resposta deveria correr e pegar o lenço para responder

outra prova exigia paciência e equilíbrio com colheres e uma bolinha de tênis de mesa

integrantes “quebram” a cabeça para resolver tarefa de raciocínio

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jULho

dia 23 - Palestra: Administração do TempoEvento integrante do 2º Ciclo de Palestras do Nú-cleo de Consultoria e Treinamento da Acib, com o consultor Aglair Fernandes.Local: Acib (Rua Ingo Hering, 10 – 8º andar – Neu-markt Trade & Financial Center)Horário: 19hInscrições: gratuitas para associados da Acib. Os demais pagam R$ 5,00.Organizador: Núcleo de Consultoria e Treinamen-to da AcibInformações: (47) 3326-1230

dia 26 - Treinamento em NetworkSaiba como formar uma rede de relacionamentos e lidar com potenciais clientes e fornecedores. Mi-nistrante: Antônio Carlos Cardoso (Altiva Brasil)Local: Acib (Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar – Neu-markt Trade & Financial Center)Horário: 19hInscrições: R$ 50,00.Organizador: AcibInformações: (47) 3326-1230

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aGoSto

dia 17 - Encontro Catarinense de Comércio ExteriorEvento direcionado a empresários e profissionais da área com os seguintes objetivos: promover a atualização na área de Comércio Exterior ; propor-cionar o intercâmbio de informações entre empresários, profissionais e ór-gãos especializados na área; gerar oportunidades de negócios entre partici-pantes e patrocinadores através da atividade de Despacho Administrativo e disseminar a prática do comércio exterior para as empresas catarinenses.Local: Teatro Carlos Gomes (Rua xV de Novembro, 1181)Horário: 9hOrganizador: Núcleo de Comércio Exterior da AcibPatrocínio: Banco do Brasil, Electro-Aço Altona e Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes).Informações: (47) 3326-1230

dia 21 - Palestra: Processo DESCO - Descoloração de Efluentes TêxteisEvento integrante do 2º Ciclo de Palestras do Núcleo de Consultoria e Treinamento da Acib, com Jörg Soar, Ioná Bettinardi e Marcel GonçalvesLocal: Acib (Rua Ingo Hering, 10 – 8º andar – Neumarkt Trade & Financial Center)Horário: 19hInscrições: gratuitas para associados da Acib. Os demais pagam R$ 5,00.Organizador: Núcleo de Consultoria e Treinamento da AcibInformações: (47) 3326-1230

NOVOS ASSOCIADOSJUNHO / 2007

Correios - Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos

Didier Levy Assoc. Corretora de Câmbio S/A

Fator Dimensional Corretora de Seguros Ltda

Publicar - Propaganda em Ônibus Blu-menau Ltda

QS Raizer Consultoria e Treinamento

Redbras Comércio Exterior Ltda

Stamp-Rol Comércio de Peças Ltda

Guardian do Brasil Comércio de Equi-pamentos para Monitoramento Ltda

Wagner Adriano Niel

AGENDA

Conhecimentos musicais também foram testados. A equipe deveria identificar os intérpretes de dez músicas.

Foto oficial do 2º Encontro de integração dos núcleos Setoriais da Acib

* Confira a agenda de curso no siate www.acib.net no link agenda

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MEMÓRIA

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DIsTâNcIAsencurtando

Reprodução/Arquivo HistóricoBlumenau trilhava o caminho do desenvolvimento, mas enfrentava um grande problema. a precarieda-de das vias de comunicação com os centros consumidores ameaçava seu crescimento econômico. a dificulda-de de fazer seus produtos chegarem até os compradores é uma histórica preocupação das lideranças locais.

Ainda nos tempos da colônia, Dr. Blumenau apontava o isolamento como um dos fatores restritivos ao crescimento econômico e fazia diversos esforços para ver aberta uma estrada ligando a cidade às grandes fazendas de gado de Lages e Curitibanos. Após viagem de exploração ao Planalto Catarinense, Emil Odebrecht mostrou sua impressão aos companhei-ros Fritz Mueller. Wilhelm Friedenreich, Carl e Teodoro Kleine: “...Blumenau é tão somente um elo importante na imensa cadeia, por ficar junto ao porto marítimo natural de todas aquelas regiões (...) as dis-tâncias deixarão de ser entrave e no que concerne às despesas de transporte, serão ínfimas, possibilitando relativa prosperida-de ao colono”.

Com o crescimento da produção co-lonial e industrial, reforçou-se a busca des-te canal de escoamento da produção. Em 1881, colonos, comerciantes e industriais comemoraram a chegada a Trombudo Central da estrada que ligaria Blumenau a Curitibanos, no Meio-Oeste. Faltavam apensa 41 quilômetros, do total de 170 quilômetros previstos. Enquanto isso, a ligação por terra com Itajaí continuava precária e não era uma prioridade, pois a utilização do rio parecia ser muito mais fácil, rápida e barata.

Meio de chegada do fundador e dos primeiros colonos vindos da Alemanha, o Rio Itajaí-Açu continuou sendo a porta de entrada e saída de Blumenau por muitas décadas. A ida e vinda de pessoas e mer-cadorias era feita entre a cidade e o porto de Itajaí em canoas ou pequenos barcos até 1879, quando passou a operar o va-por Progresso. No ano de 1886, chegavam mensalmente do interior aproximadamen-te uma centena de produtos coloniais le-vados pelo navio até o porto na cidade

de Itajaí.O contínuo desenvolvimento econô-

mico impulsionou os empreendedores locais a criar mais alternativas de transpor-te fluvial, fazendo surgir o rebocador Jan (1890), os vapores Blumenau (1895), San-ta Catarina (1906) e Richard Paul (1910). O trajeto entre Blumenau e Itajaí levava, no mínimo, sete horas. A volta, rio acima, podia estender-se por até 15 horas, de-pendendo da correnteza.

O interesse em vender para outros países também motivou os comerciantes a pleitear junto ao governo a criação de uma alfândega em Itajaí, evitando o trans-porte dos produtos até Desterro, hoje Florianópolis. A capital, receosa de perder movimentação em seu porto, pressionou contra. O jornal Blumenauer Zeitung de-

nunciou o envio de relatórios para o Rio de Janeiro e para a Alemanha, por parte dos florianopolitanos, classificando o por-to de Itajaí como perigoso.

Se, por um lado, o rio era meio de ligação da cidade com o exterior, por ou-tro separava diversas comunidades dentro do próprio município. A primeira grande ponte sobre o rio Itajaí-Açu foi a Lauro Muller, popularmente conhecida como ponte do Salto, cujas obras começaram em 1896 e foram concluídas somente 17 anos depois, em 1913. As outras opções eram pequenas e rústicas pontes de ma-deiras, balsas e canoas.

Trecho do livro 100 Anos Construindo Blumenau, de Nelson Marcelo Santiago, publicado em comemoração ao centenário da Acib, no ano de 2001.

Rio Itajaí-Açu era o principal canal de entrada e saída de mercadorias e pessoas da colônia fundada pelo Dr. Blumenau

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