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HANSENÍASE ENTRE CONTATOS DOMICILIARES NO MUNICÍPIO DE MARACAÇUMÉ MA SÃO LUÍS MARÇO - 2014 REDE NORDESTE DE FORMAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

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HANSENÍASE ENTRE CONTATOS DOMICILIARES NO MUNICÍPIO

DE MARACAÇUMÉ – MA

SÃO LUÍS

MARÇO - 2014

REDE NORDESTE DE FORMAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA

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LUCIANA ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA

HANSENÍASE ENTRE CONTATOS DOMICILIARES NO MUNICÍPIO

DE MARACAÇUMÉ – MA

Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional em

Saúde da Família da Rede Nordeste em Saúde da

Família, Nucleadora Universidade Federal do Maranhão,

como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em

Saúde da Família, modalidade Profissional.

Orientadora: Profa. Dra. Dorlene Maria Cardoso de

Aquino, Doutora em Patologia Humana.

SÃO LUÍS

MARÇO – 2014

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Oliveira, Luciana Albuquerque de

Hanseníase entre contatos domiciliares no município de Maracaçumé – MA. /

Luciana Albuquerque de Oliveira. – São Luís, 2014.

80f.

Orientadora: Dorlene Maria Cardoso de Aquino

Trabalho de Conclusão de Mestrado (Mestrado Profissional em Saúde da Família) –

Universidade Federal do Maranhão, 2014.

1. Hanseníase. Prevalência. Epidemiologia. I. Hanseníase entre contatos

domiciliares no município de Maracaçumé – MA.

CDU: 616-002.73

CDU 616.24 – 002.5

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Aos pacientes com hanseníase e seus

familiares, maiores motivadores desse estudo,

pelas contribuições para o desenvolvimento deste

trabalho e pelo aprendizado, que transpôs as

finalidades acadêmicas.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por sempre iluminar meus caminhos e por fazer com que mais esse

sonho se realizasse.

Devo eterna gratidão por essa realização na minha vida aos meus pais, José Luiz de

Oliveira e Ana-Li Lima Albuquerque de Oliveira, por terem me proporcionado a oportunidade dessa

vitória, pois sem o apoio e amor incondicional deles nada teria sido possível.

Sou grata também aos meus irmãos, Luís Henrique Albuquerque de Oliveira, Juliana

Albuquerque de Oliveira e Mariana Pinheiro de Oliveira, por simplesmente existirem em minha vida e

pela confiança em mim depositada.

Aos meus familiares pela admiração e carinho, especialmente meus avós Ana Rosa Lima

Albuquerde, Eson de Sousa Albuquerque, Maria Santa Araújo (in memoriam) e Luiz Gonzaga de

Oliveira (in memoriam).

Para Thiago Salles Assunção o meu amor, carinho e o agradecimento por toda força e

incentivo nos momentos necessário me ajudando a crescer como pessoa. E aos seus familiares,

principalmente José Lima Assunção Filho e Ana Jacqueline Salles Assunção, por suas sábias palavras

e incentivo desde o início.

Agradeço aos amigos pelo companheirismo e apoio, especialmente minhas amigas Aline

Gomes Uchôa e Yara Silva Brandão.

Aos demais amigos que continuaram presentes em minha vida, mesmo que distantes.

Às amizades conquistadas no percurso do mestrado, à Lia Cardoso de Aguiar pelos

conselhos, carinho, incentivo e por sua admirável determinação. E aos demais colegas pelo

inestimável auxílio durante as etapas do mestrado.

À Jéssica Diniz Costa Nunes, secretária do programa de pós-graduação, pela atenção e

apoio.

Sou grata à Secretaria Municipal de Saúde de Maracaçumé pela receptividade e apoio a

esse projeto de estudo.

Agradeço à Secretaria de Saúde de Governador Nunes Freire pela credibilidade e

compreensão diante de minha dedicação ao mestrado.

À Universidade Federal do Maranhão e a Fundação Oswaldo Cruz por oportunizar essa

grande realização em minha vida.

Aos professores do Mestrado Profissional em Saúde da Família nucleadora UFMA, que

dividiram comigo seus saberes e estimularam em mim a busca pelo conhecimento.

Agradeço à profa. Liberata Campos Coimbra, coordenadora do Mestrado, pelo

compromisso na condução e bom andamento do curso.

À Profa. Dorlene Maria Cardoso de Aquino, pela orientação deste estudo, conduzindo seu

desenvolvimento com muita sabedoria e compromisso.

E, finalmente, a todas as famílias que participaram do estudo, pela pronta colaboração

com a pesquisa.

iv

vi

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“As palavras que purifiquem os leprosos

terão no futuro o mesmo significado que

tiveram nos dias de Jesus, quando Ele as

pronunciou. Numa paráfrase ampliada, talvez

elas possam ser expressas assim: Procurem os

excluídos, os desprivilegiados, e todos aqueles

que sofrem por causas de atitudes da

sociedade. Ajudem-nos a se manterem sobre

suas próprias pernas e tragam-nos de volta à

sociedade que os desprezou e os lançou no

ostracismo.”

Stanley George Browne.

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OLIVEIRA, Luciana Albuquerque de. Hanseníase entre contatos domiciliares no município de

Maracaçumé-MA, 2014. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde da Família) - Universidade

Federal do Maranhão, São Luís, 80p.

RESUMO

A hanseníase no Brasil ainda se constitui problema de saúde pública. No Estado do

Maranhão, dos 217 municípios, 98 (45,2%) apresentam taxas hiperendêmicas, destacando-se

o município de Maracaçumé com taxa de incidência de 167,17/100 mil habitantes em 2012. O

Ministério da Saúde preconiza a vigilância de contatos como uma das principais medidas para

se alcançar o diagnóstico precoce da hanseníase, contribuindo para controlar a expansão da

endemia. Trata-se de um estudo quantitativo-descritivo que tem com o objetivo de analisar a

prevalência de hanseníase entre contatos domiciliares no município de Maracaçumé-MA. A

partir de consulta ao SINAN foram identificados 34 casos índices de hanseníase, em um total

de 24 famílias. Realizaram-se visitas domiciliares aos contatos para avaliação

dermatoneurológica, sendo a prevalência de hanseníase de 6,3%. Nas 24 famílias pesquisadas,

20,83% apresentavam mais de um caso da doença. Quanto aos resultados sociodemográficos,

52,7% eram do sexo feminino, 38,4% dos contatos estavam na faixa etária de 15 à 39 anos e

48,2% tinham até o fundamental incompleto. 71,42% dos contatos doentes tinham primeiro

grau de parentesco com o caso índice (CI). Entre os contatos doentes, observou-se predomínio

do sexo masculino (85,7%), da cor parda (71,4%) e forma dimorfa (85,7%). Quanto ao tempo

de convívio dos contatos doentes com os CIs, antes que esses últimos iniciassem o tratamento,

42,8% relataram período de 13 a 24 meses. Com a identificação de 01 caso novo multibacilar

pode-se contribuir para a quebra da cadeia de transmissão, pois o mesmo constituía-se fonte

de infecção da doença. Os resultados evidenciaram que contatos de hanseníase estavam

expostos a precárias condições socioeconômicas podendo contribuir para a propagação da

doença.

Descritores: Hanseníase. Prevalência. Epidemiologia.

vii

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OLIVEIRA, Luciana Albuquerque de. Hanseníase entre contatos domiciliares no município de

Maracaçumé-MA, 2014. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde da Família) - Universidade

Federal do Maranhão, São Luís, 80p.

ABSTRACT

Hansen's disease is still considered a public health issue in Brazil. In Maranhão state 98

(42,5%) out of 217 municipalities have presented hyperendemic rates, being highlighted the

city of Maracaçume which has shown rates of 167,17/100 thousand inhabitants in 2012. The

Health Ministry advocates contact surveillance as one of the main measures to reach Hansen's

disease early diagnosis, contributing to control the endemic expansion. This paper is a

quantitative-descriptive study aiming at analyzing Hansen's disease presence among home-

based contacts in the city of Maracaçume-MA. 34 cases of Hansen's disease were identified

out of 24 families from SINAN's database. Home visits to the contacts were made in order to

evaluate their dermatological condition, being Hansen's disease observed in 6,3% cases. In the

24 families searched, 20,83% presented more than one occurrence. Concerning the socio-

demographic outputs, 52,7% were females. 38,4% contacts were aged between 15 and 39

and 48,2% had not finished elementary school. 71,42% of the sick contacts were primarily

related to the index case (IC). Among the sick contacts, it was observed prevalence of male

(85,7%), dark-skinned (71,4%) and dimorphous (85,7%) individuals. Regarding the time the

sick contacts lived with the IC's before they initiated the treatment, 42,8% reported 13 to 24

months. With the identification of 01 new multibacillary if may contribute to the breakdown

of the transmission chain, because it constituted source of infection of the disease. The

outputs showed that Hansen's contacts were exposed to bad socio-economic conditions which

could contribute to the sickness' spread.

Key words: Hansen's disease. Prevalence. Epidemiology.

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SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................. vii

ABSTRACT .............................................................................................................. viii

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... xi

LISTA DE TABELAS .............................................................................................. xii

1 INTRODUÇÃO ……………………………………….….…………………….…. 13

2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 16

3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 18

3.1 Geral .......................................................................................................................... 18

3.2 Específicos ................................................................................................................ 18

4 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 19

4.1 Aspectos clínicos e epidemiológicos ........................................................................ 20

4.2 Políticas de controle da Hanseníase .......................................................................... 27

4.3 Controle dos contatos ................................................................................................ 29

5 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 32

5.1 Tipo de Pesquisa ....................................................................................................... 32

5.2 O Cenário do Estudo ................................................................................................. 32

5.3 Logística do Estudo ................................................................................................... 33

5.4 População .................................................................................................................. 35

5.5 Definições utilizadas ................................................................................................. 35

5.6 Critérios de inclusão ................................................................................................. 35

5.7 Variáveis ................................................................................................................... 35

5.7.1 Sociais ....................................................................................................................... 36

5.7.2 Dados econômicos e sociais da família .................................................................... 36

5.7.3 Demográficas ............................................................................................................ 36

5.7.4 Resultado da avaliação dermatoneurológico dos contatos ........................................ 36

5.7.5 Clínicas ..................................................................................................................... 36

5.7.6 Parentesco dos contatos com os casos índices .......................................................... 37

5.7.7 Situação vacinal quanto à BCG nos contatos ........................................................... 37

5.7.8 Tempo de convívio do contato com o caso índice antes do tratamento do caso índice

.........................................................................................................................

37

5.8 Análise dos Dados ..................................................................................................... 37

5.9 Aspectos Éticos ......................................................................................................... 38

6 RESULTADOS ......................................................................................................... 39

7 DISCUSSÃO ............................................................................................................ 48

8 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 56

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 58

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ANEXO A – Parecer Consubstanciado do CEP ....................................................... 69

APÊNDICE A: Formulário Aplicado ao Contato do Caso Índice de Hanseníase .... 72

APÊNDICE B - Termo de Consentimento: Contato Adulto .................................... 75

APÊNDICE C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido: Responsáveis Pelo

Contato Menor De Idade ...........................................................................................

77

APÊNDICE D - Termo De Assentimento: Contato Adolescente ............................. 79

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LISTA DE FIGURAS

Figura 5.1 – Município de Maracaçumé do Estado do Maranhão ............................... 33

Figura 5.2 – Organograma da logística do estudo para os contatos ............................ 35

Figura 6.1 – Casos de Hanseníase diagnosticados no período de 2011 a 2012 em

Maracaçumé – MA. São Luís – MA, 2014 ..................................................................

42

Figura 6.2 – Casos de Hanseníase por família em Maracaçumé – MA. São Luís – MA,

2014......................................................................................................................

43

Figura 6.3 – Casos únicos e coexistentes de Hanseníase por família em Maracaçumé – MA.

São Luís – MA, 2014 ..................................................................

43

Figura 6.4 – Contatos segundo a forma clínica de seus casos índices em Maracaçumé –

MA. São Luís – MA, 2014 ..................................................................

50

xi

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Contatos de casos de hanseníase no município de Maracaçumé de acordo com

as variáveis demográficas. São Luís - MA, 2014 ..................................

44

Tabela 2 - Contatos de casos de hanseníase no município de Maracaçumé de acordo com

as variáveis sociais. São Luís - MA, 2014 .............................................

45

Tabela 3 – Características das famílias por renda e condições de moradia no município de

Maracaçumé. São Luís – MA, 2014 ....................................................

47

Tabela 4 – Características clínicas dos contatos com Hanseníase em Maracaçumé – MA.

São Luís – MA, 2014 .....................................................................................

48

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1 INTRODUÇÃO

A hanseníase, originalmente denominada de lepra, é uma doença conhecida desde os

primórdios da humanidade. Segundo registros, em meados do século XVI, a doença foi

trazida para o continente americano pelos imigrantes europeus e mais tarde, também pelos

escravos africanos. Desde então, vem afligindo países como o Brasil (CASTRO;

WATANABE, 2009; OPROMOLLA; LAURENTI, 2011).

A situação da hanseníase no Brasil ainda se constitui como problema de saúde pública.

De todos os casos da doença registrados nas Américas, o Brasil é detentor de cerca de 87%

deles, apresentando as mais altas taxas de prevalência e incidência deste continente, sendo o

segundo país do mundo em números de casos (DESSUNTI e cols, 2008; MARTINS;

CAPONI, 2011).

Penna e cols (2008) relatam que no início de 2005, o objetivo de eliminar a hanseníase

proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS),

apresentando como meta uma prevalência de menos de 1 caso para 10.000 habitantes, foi

alcançado na maior parte do mundo, com exceção de nove países entre eles o Brasil.

Embora haja diminuição da prevalência da doença, a epidemiologia no Brasil revela que

a taxa de detecção não alcançou redução efetiva, uma vez que em 2011 esta taxa foi de

15,88/100 mil habitantes, padrão considerado alto, apresentando ainda um coeficiente de

prevalência médio, 1,24/10 mil habitantes (RIBEIRO JÚNIOR e cols, 2012).

O Brasil possui uma distribuição heterogênea da hanseníase influenciada diretamente

pelas desigualdades socioeconômicas entre as diferentes regiões do país, ratificando que a

distribuição da doença está intimamente relacionada aos fatores econômicos, sociais, culturais

que auxiliam na sua propagação (AMARAL; LANA, 2008).

Dados do MS evidenciaram que a regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste obtiveram um

coeficiente de detecção muito alto e um coeficiente de prevalência médio no ano de 2011, e

em contrapartida, as regiões Sul e Sudeste apresentaram no geral média endemicidade

(RIBEIRO JÚNIOR e cols, 2012).

No Maranhão apesar da redução do coeficiente de prevalência de hanseníase, no ano de

2005 foi de 5,94/10mil habitantes sendo reduzidos para 5,7/10 mil habitantes no ano de 2010,

o Estado ainda permanece com padrão de alta endemicidade segundo os parâmetros de

prevalência, o que justifica a necessidade de intensificação de ações de combate a essa doença

(BRASIL, 2011a).

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Dos 217 municípios do Estado do Maranhão, 98 (45,2%) apresentam taxas

hiperendêmicas, destacando-se o município de Maracaçumé, que com base em dados da

Secretaria Municipal de Saúde de Maracaçumé apresentou padrões hiperendêmicos em 2011

com um coeficiente de detecção de 67,91/100 mil habitantes para a doença (BRASIL, 2011;

SEMUS/MARACAÇUMÉ, 2011).

Autores como Ribeiro Júnior e cols (2012) sugerem que ações do programa de controle

da hanseníase se mostram efetivas no surgimento de taxas de detecção elevadas, traduzindo

melhor acesso oferecido pela Atenção Básica e existência de profissionais treinados.

Entretanto, Morais e cols (2010) revelam que o coeficiente de detecção pode estar

aquém do número de casos existentes no município ou região estudada. Dessa forma, com

base em Martelli e cols (2002) os dados de prevalência gerados através da notificação da

demanda espontânea aos serviços de saúde, embora úteis para monitorar a eliminação da

hanseníase, podem não refletir a real situação epidemiológica por estarem fortemente

influenciados por outras questões.

Tais questões devem-se principalmente à endemia oculta, que é determinada pela

deficiência no planejamento de políticas assistenciais, precariedade dos serviços de saúde,

diagnósticos tardios, abandono do tratamento, baixo nível de esclarecimento da população,

deficiência na vigilância de contatos e o preconceito existente sobre a doença. Como reflexo

destas questões, é estimado que apenas um terço dos doentes pelo bacilo de Hansen esteja

notificado. Assim, a redução da transmissão da hanseníase está condicionada a redução da

prevalência oculta através de detecção ágil, que reduza a duração da doença anterior ao

diagnóstico (LOUREIRO e cols, 2006; MIRANZI e cols, 2010).

Em se tratando de uma doença infectocontagiosa de evolução insidiosa e com potencial

fortemente incapacitante, o diagnóstico precoce deve ser o primeiro objetivo das ações de

controle da hanseníase, possibilitando a adoção das medidas terapêuticas imediatas e

adequadas a cada caso (LYON; GROSSI, 2013).

Considera-se o controle dos comunicantes como um dos pilares para o controle da

hanseníase (DESSUNTI e cols, 2008). A ausência de investigação de contatos pressupõe a

perda de diagnóstico precoce, consequentemente mantendo a cadeia de transmissão do bacilo,

com influência determinante na incidência da hanseníase (IGNOTT e cols, 2007; OLIVEIRA

e cols, 2007).

De acordo com Silva e cols (2011), a exposição do indivíduo sadio por período

prolongado no convívio familiar com doente de hanseníase é apontado como fator importante

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para a transmissão da doença, aumentando a possibilidade de manutenção da endemia,

embora haja uma estimativa de que 90% da população tenha resistência natural ao bacilo

Mycobacterium leprae.

O MS indica que o manejo da hanseníase deve ser realizado na Atenção Básica, sendo

as atividades mais desenvolvidas na Estratégia Saúde da Família – ESF, por meio de ações de

Vigilância em Saúde, que devem ser programadas, considerando-se uma média de quatro

contatos domiciliares por paciente os quais devem ser avaliados para a doença prevendo a

possível existência de casos de coprevalência (GARCIA e cols, 2013; BRASIL, 2008a).

Nesse sentido, o presente estudo visa analisar a ocorrência de hanseníase entre contatos

domiciliares no município de Maracaçumé-MA, identificando casos novos entre os

comunicantes e relacionando-os com as características demográficas, socioeconômicas e

clínicas dos participantes do estudo.

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2 JUSTIFICATIVA

O Estado do Maranhão encontra-se entre os três estados do Brasil com maiores taxas de

detecção de casos e prevalência da doença (BRASIL, 2011).

De acordo com os dados do MS os municípios desse Estado estão inseridos nas dez

áreas de maior risco de detecção de casos de hanseníase. Entre esses, se inclui o de

Maracaçumé, cuja prevalência foi de 82,5 para cada 100 mil habitantes no ano de 2006,

podendo-se afirmar através dessa taxa que se trata de uma região hiperendêmica (BRASIL,

2009; CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS, 2007).

O número de casos novos de hanseníase em Maracaçumé vem apresentando uma alta,

pois no ano de 2010, o número de casos detectados foi de 14 numa população total de 19.155

habitantes. Entre os anos de 2011 e 2012 o coeficiente de detecção foi respectivamente

67,91/100 mil e 167,17/100 mil, portanto um aumento de mais de 200%. Infere-se que nesse

período a elevação dos casos foi decorrente da busca ativa feita pela Secretaria Municipal de

Saúde na comunidade, com o intuito de alcançar o controle da doença no município. Com

isso, confirma-se a existência de uma endemia oculta muito relevante que precisa ser

diagnosticada e tratada precocemente (SEMUS/MARACAÇUMÉ 2010; 2011; 2012).

A única fonte de infecção da hanseníase é o homem, que acometido por uma forma

infectante da doença e ainda não submetido a tratamento, expele os bacilos para o meio

exterior infectando outras pessoas suscetíveis (BRASIL, 2008a).

Na transmissão da doença a principal via de eliminação e mais conhecida via de entrada

dos bacilos no organismo são as vias aéreas superiores, que em contato íntimo e prolongado,

muito frequente no convívio domiciliar, pode propiciar um ciclo de disseminação (BRASIL,

2008a).

O risco para o desenvolvimento da hanseníase é cerca de cinco a dez vezes mais alto em

famílias com um caso da doença, sendo ainda maior se o doente ainda não iniciou o

tratamento, tendo risco aumentado em até 10 (dez) vezes em situação de mais de um caso no

mesmo domicílio (DURÃES e cols, 2005; SANTOS e cols, 2008).

Outro aspecto relevante é que pacientes multibacilares são capazes de infectar outros

indivíduos mesmo antes da apresentação clínica da doença (VAN BEERS e cols, 1999).

Portanto, diagnóstico precoce e tratamento adequado contribuem para a diminuição do

período de exposição dos contatos aos casos multibacilares (SILVA e cols, 2011).

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A motivação pelo tema baseou-se na percepção da existência de um período prolongado

de tempo de convívio dos contatos com formas clínicas de elevado potencial de transmissão

que possivelmente estavam sem tratamento. O que pode estar gerando um ciclo de

disseminação, no qual o contágio do comunicante se torna fortemente favorável,

influenciando diretamente no aumento do número de casos e consequentemente da

prevalência entre contatos domiciliares.

Convém ressaltar que estudos semelhantes não foram realizados no município, tendo-se

ainda como gerador de interesse a identificação pessoal com a região pelo convívio na

infância e prestação de serviço na fase adulta como profissional da saúde. Tendo vivenciado

na prática profissional casos recorrentes de coexistência de casos de hanseníase na mesma

estrutura familiar.

Os resultados obtidos na pesquisa poderão subsidiar ao município informações de suma

relevância para contribuir com a formulação e implementação de estratégias de controle desse

problema de saúde pública.

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3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Analisar a ocorrência de hanseníase entre contatos domiciliares no município de

Maracaçumé-MA.

3.2 Específicos

Estimar a taxa de prevalência de hanseníase entre contatos domiciliares;

Verificar a ocorrência de casos de hanseníase por família;

Caracterizar os contatos em relação às variáveis demográficas e socioeconômicas;

Descrever as características clínicas dos contatos com hanseníase;

Verificar a classificação operacional e forma clínica dos casos índices.

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4 REVISÃO DE LITERATURA

A 'lepra', termo que denominou originariamente a doença, é conhecida desde tempos

remotos, sendo inclusive citada na Bíblia; tal moléstia possui muitos registros em textos de

500 a.C. na Índia, onde ainda é prevalente, no sudeste asiático, na China e nos países da

África. Em meados do século XVI, a hanseníase foi trazida para o continente americano pelos

imigrantes europeus e, mais tarde, também pelos escravos africanos (CASTRO;

WATANABE, 2009; OPROMOLLA; LAURENTI, 2011).

Por questões relacionadas à sua própria história, a hanseníase ainda é estigmatizante e

seu controle se deu inicialmente com o banimento dos doentes do convívio social, quando na

Conferência Americana de Lepra, em 1922, foi decidido o isolamento dos hansenianos,

medida defendida na Europa desde 1897, que culminou com a publicação do Decreto Federal

de nº 16.300, de 31 de dezembro de 1923, dispondo sobre o isolamento dos doentes

(CASTRO; WATANABE, 2009; OPROMOLLA; LAURENTI, 2011).

O isolamento teve início no Brasil a partir de 1924, quando o governo federal decidiu

assumir o controle da hanseníase pela internação compulsória, com base no pressuposto de

que, retirando o doente das ruas ou estradas, estaria salvaguardando a sociedade sadia. Ainda

sem um medicamento específico para a cura, o isolamento foi determinado como essencial, e

tornou-se mais importante que o próprio tratamento. O indivíduo com suspeita da doença era

caçado pela Guarda Sanitária e isolado compulsoriamente em algum hospital-colônia, na

época conhecido como leprosário (AUVRAY, 2005; DUCATTI, 2008).

No Maranhão a política pública mais efetiva sobre a questão da hanseníase só tomou

força na década de 30, quando o governo federal assumiu o modelo do isolamento

compulsório como prioritário na profilaxia da doença. O auge desse movimento excludente no

Estado deu-se com a inauguração da Colônia do Bonfim, uma microcidade para os leprosos,

inaugurada em outubro de 1937, com capacidade para albergar até quatrocentas pacientes,

número este talvez nunca alcançado (LEANDRO, 2009).

No final da década de 40 o isolamento como medida profilática para o controle da

hanseníase começou a perder força. Para isso, foi fundamental não apenas o avanço do

tratamento com os quimioterápicos como também a percepção de que a política do isolamento

não diminuía o número de casos. Contudo, essa política de saúde excludente para os

hansenianos ainda prosseguiu por mais de uma década no Brasil (LEANDRO, 2009).

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O combate às leis de exclusão firmou-se no 7º Congresso Internacional de Lepra

realizado em Tóquio, em 1958. O isolamento foi definido como medida retrograda, com

ausência de influência no tratamento e incapacidade para curar ou minorar os avanços da

doença. Os medicamentos começaram então a ser priorizados como medida básica de

profilaxia da lepra (OPROMOLLA; LAURENTI, 2011).

Atualmente em nosso país, os doentes são tratados gratuitamente na rede pública.

Entretanto ainda hoje, por diversos motivos, há dificuldade para a realização do diagnóstico

de grande parte de portadores da doença e para a adesão deles ao tratamento (CASTRO;

WATANABE, 2009).

4.1 Aspectos Clínicos e Epidemiológicos

A Hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa, causada pelo microorganismo

Mycobacterium leprae, o qual foi descrito em 1873 pelo norueguês Amauer Hansen, sendo

por isso também denominado de bacilo de hansen. É bacilo álcool-ácido resistente, parasita

intracelular com predileção pela célula de Schwann e pele que se instala no organismo da

pessoa podendo se multiplicar. O tempo de multiplicação do bacilo é lento, podendo durar de

11 a 16 dias (ARAUJO, 2003; LYON; GROSSI, 2013).

O Mycobacterium leprae tem alta infectividade e baixa patogenicidade, isto é, infecta

muitas pessoas, no entanto poucas adoecem, pois a maioria apresenta resistência ao bacilo o

destruindo. Mesmo em populações que vivem em situações de alta prevalência da doença,

somente 10% das pessoas adoecem (MARTELLI e cols, 2002; BARBIERI; MARQUES,

2009).

A principal via de eliminação do bacilo pelo indivíduo doente e a mais provável via de

entrada deste nos organismos sadios são as vias aéreas superiores - mucosa nasal e orofaringe.

Existe, também, a possibilidade de penetração do bacilo através da pele, quando esta não se

apresenta íntegra. No entanto, para que a transmissão do bacilo realmente ocorra, é necessário

um contato íntimo e prolongado com a pessoa doente não tratada, muito frequente na

convivência domiciliar. Por isso, o domicílio é apontado como importante espaço de

transmissão da doença. A hanseníase não é de transmissão hereditária (congênita) e também

não há evidências de transmissão nas relações sexuais (OPROMOLLA, 2000; BRASIL,

2008a).

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O período de incubação da doença é atipicamente longo para uma doença bacteriana: de

2 a 7 anos, em geral. Pode atingir pessoas de todas as idades, sendo que o início das

manifestações costuma ocorrer em pessoas na faixa etária economicamente ativa, indivíduos

de 20 a 30 anos de idade; raramente vista em crianças, principalmente abaixo de cinco anos.

Crianças, menores de quinze anos, adoecem mais quando há uma maior endemicidade da

doença. Na maioria das regiões do mundo há uma incidência maior da doença nos homens do

que nas mulheres (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2005).

Além das condições individuais, outros fatores relacionados aos níveis de endemia e às

condições socioeconômicas desfavoráveis, como o elevado número de pessoas convivendo

em um mesmo ambiente, influenciam no risco de adoecer (BRASIL, 2002; SANTOS e cols,

2010).

São adotadas como classificações para as formas clínicas da hanseníase, a de Madri e a

de Ridley & Joplinge (SOUZA, 1997; ARAÚJO, 2003).

Para Souza (1997) os quatro grandes critérios que definem a classificação da doença

são:

a) Clínico: aspectos das lesões cutâneas, variando em número, extensão, definição de

margens e simetria de distribuição;

b) Bacteriológico: presença ou ausência do M. leprae, e seus aspectos morfológicos,

variando de numerosos, íntegros e agrupados, raros, fragmentados e ausentes;

c) Imunológico: imunorreatividade à lepromina – reação de Mitsuda, com leitura após

21 a 28 dias. Considera-se a intradermorreação positiva quando na presença de pápula 3 a 5

mm de diâmetro;

d) Histológico: aspectos histopatológicos das lesões, variando de granulomas bem

definidos a infiltrado difuso linfo-histiocitário.

Na classificação de Madri de 1953, que é utilizada até hoje, as formas da hanseníase

são: tuberculóide (T), virchowiano (V), indeterminada (I) e a dimorfa (D). Já a de Ridley &

Jopling adota subgrupos dentro do espectro, que obedece, critérios clínicos e bacteriológicos,

e enfatiza os aspectos imunológicos e histopatológicos. Siglas são utilizadas para indicar as

duas formas polares tuberculóide-tuberculóide (TT) e lepromatoso-lepromatoso (LL) e os três

subgrupos: borderline-tuberculóide (BT), borderline-borderline (BB), borderline-lepromatoso

(BL) (QUAGLIATO, 1959; RIDLEY; JOPLING, 1966; SOUZA, 1997).

Para fins operacionais, um Comitê da Organização Mundial de Saúde propôs em 1982

uma classificação simplificada, indicada para o trabalho de campo, baseada na provável

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população bacilar, que, por sua vez, relaciona-se às formas clínicas. De acordo com o

resultado da pesquisa de bacilos no esfregaço intradérmico e associada aos critérios clínicos

da classificação de Madri, os pacientes foram agrupados em paucibacilares e multibacilares

sendo indicados dois diferentes tipos de tratamento (SOUZA, 1997; BRASIL, 2010a).

A hanseníase paucibacilar é uma doença menos grave, caracterizada por poucas (até

cinco) lesões de pele hipocrômicas (pálidas ou avermelhadas), com hipoestesia ou anestesia.

A hanseníase multibacilar está associada a múltiplas lesões de pele (mais de cinco), nódulos,

placas, espessamento da derme ou infiltração cutânea e, em alguns casos, envolvimento da

mucosa nasal, causando congestão nasal e epistaxe. Observa-se, também, acometimento de

certos nervos periféricos, que algumas vezes resulta em padrões característicos de

incapacidade (MARTELLI e cols, 2002; ARAÚJO, 2003; ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA

SAÚDE, 2005; BRASIL, 2010b).

Na maioria dos casos, tanto na forma paucibacilar como na multibacilar, o diagnóstico

não apresenta dificuldades, embora, num pequeno número de casos, doentes suspeitos sem

manchas anestésicas requeiram exame por especialista para identificar outros sinais cardinais

da doença, incluindo acometimento de nervos, assim como baciloscopia positiva que nesses

casos classifica o caso como multibacilar, independente do número de lesões

(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2005; BRASIL, 2010c).

Na Atenção Básica de Saúde o diagnóstico de casos de hanseníase é fundamentalmente

clínico por meio do exame dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com

alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor e/ou

autonômico). Uma vez diagnosticado, o caso de hanseníase deve ser classificado

operacionalmente para fins de tratamento (BRASIL, 2008a).

Como exames complementares, pode-se utilizar a baciloscopia que é mais útil no

diagnóstico laboratorial; é de fácil execução e baixo custo. Colhe-se o material a ser

examinado (raspado de tecido dérmico) nos lóbulos das orelhas direita e esquerda, cotovelos

direito e esquerdo e em lesão suspeita. A coloração é feita pelo método de Ziehl-Neelsen e

apresenta-se o resultado sob a forma de índice baciloscópico (IB), numa escala que vai de 0 a

6+. A baciloscopia mostra-se negativa (IB=0) nas formas tuberculóide e indeterminada,

fortemente positiva na forma virchowiana e revela resultado variável na forma dimorfa

(ARAUJO, 2003; BRASIL, 2002).

Depois de feito diagnóstico deve-se iniciar o tratamento com a poliquimioterapia (PQT)

que é constituída pelo conjunto dos seguintes medicamentos: rifampicina, dapsona e

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clofazimina, com administração associada, sendo que esta evita a resistência medicamentosa

do bacilo. Existem dois esquemas específicos do PQT, o paucibacilar e o multibacilar. A

definição do esquema depende da classificação final do caso (BRASIL, 2002; CASTRO;

WATANABE, 2009; OPROMOLLA; LAURENTI, 2011).

São disponibilizados ainda tratamentos alternativos nos centros de referência para

pacientes com impossibilidade de usar os esquemas padronizados, incluindo nesse grupo

diferentes esquemas, podendo ser composto por rifampicina, ofloxacina, clofazimina e

minociclina para tratamento específico de acordo com cada caso de intolerância (ARAUJO,

2003; BRASIL, 2010a).

Mesmo realizando tratamento um paciente acometido por hanseníase pode desenvolver

recidiva, tendo como fatores que podem contribuir para que isso ocorra algumas

características inerentes ao Mycobacterium leprae como bacilos persistentes e fatores

relacionados à cinética das drogas como irregularidade de tratamento pelo paciente e

alterações que possam levar a menor absorção. Tais condições podem resultar em recidivas ou

mesmo manutenção da doença ativa, sendo necessário prolongar o tempo de tratamento em

pacientes nessas condições (SÃO PAULO, 2011).

A reexposição do paciente a altas cargas bacilares (reinfecção) é possível e não pode ser

descartada, principalmente em áreas endêmicas da doença. Além desses fatores, alterações

genéticas (mutações de base única) em genes relacionados à resistência a drogas podem levar

os bacilos a se tornar resistentes (SÃO PAULO, 2011).

A OMS considera uma pessoa apta para receber alta podendo afirmar assim a sua cura,

aquela que completa o esquema de tratamento PQT, nos seguintes prazos: esquema

paucibacilar (PB) - 6 doses mensais supervisionadas de rifampicina, em até 09 meses, mais as

doses diárias de dapsona autoadministradas; esquema multibacilar (MB) - 12 doses mensais

supervisionadas de rifampicina, em até 18 meses, mais as doses diárias de dapsona

autoadministradas e de clofazimina autoadministrada e supervisionada (BRASIL, 2010a).

O paciente que tenha completado o tratamento PQT e recebido alta, sendo denominado

curado, não deverá mais ser considerado como um caso de hanseníase, mesmo que permaneça

com alguma sequela da doença. Contudo deverá permanecer sendo monitorado pelos

profissionais da Unidade de Saúde, especialmente nos casos de intercorrências pós-alta como

nas reações. Em caso de reações pós-alta, o tratamento PQT não deverá ser reiniciado

(BRASIL, 2002).

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Logo após a primeira dose da poliquimioterapia mais de 99% dos bacilos são

destruídos, sendo então a implementação precoce do tratamento a estratégia de controle da

doença mais efetiva (SÃO PAULO, 2011).

Dentre as doenças infectocontagiosas a hanseníase é a principal causa de incapacidade

física permanente. A maneira mais eficaz de prevenir as incapacidades decorrentes da

hanseníase é também o diagnóstico e tratamento oportunos dos casos, antes de ocorrerem

lesões de nervos (SILVA SOBRINHO e cols, 2007).

O tratamento adequado das complicações da hanseníase, incluindo reações e neurites,

pode prevenir ou minimizar o aparecimento de outras incapacidades. A doença e as

deformidades a ela associadas são responsáveis pelo estigma social e pela discriminação

contra os pacientes e suas famílias em muitas sociedades. Portanto, o monitoramento de

recidivas e reações é de indiscutível relevância (NERY e cols, 2006; SÃO PAULO, 2011).

Conforme São Paulo (2011) e Pocaterra e cols (2006) os estados reacionais ou reações

hansênicas são alterações do sistema imunológico, que se exteriorizam como manifestações

inflamatórias agudas e subagudas, que podem ocorrer mais frequentemente nos casos MB.

Elas podem ocorrer antes (levando a suspeita diagnóstica de hanseníase), durante ou depois

do tratamento com poliquimioterapia (PQT):

a) Reação tipo 1 ou reação reversa (RR) – caracteriza-se pelo aparecimento de novas

lesões dermatológicas (manchas ou placas), infiltrações, alterações de cor e edema nas lesões

antigas, com ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite);

b) Reação tipo 2, cuja manifestação mais frequente é o eritema nodoso hansênico (ENH)

– caracteriza-se por apresentar nódulos subcutâneos dolorosos, acompanhados ou não de

febre, dores articulares e mal-estar generalizado, com ou sem espessamento e dor de nervos

periféricos (neurite).

Os estados reacionais são a principal causa de lesões dos nervos e de incapacidades

provocadas pela hanseníase. Portanto, é importante que o diagnóstico das reações seja feito

precocemente, para se dar início imediato ao tratamento, visando prevenir essas incapacidades

(ANDRADE e cols, 2005; NERY e cols, 2006).

A Hanseníase faz parte de um grupo de doença que são de notificação compulsória em

todo território nacional e de investigação obrigatória, portanto cada caso confirmado deve ser

notificado na semana epidemiológica de ocorrência do diagnóstico, utilizando-se a ficha de

notificação e investigação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação/SINAN. Esta

é enviada em papel ou meio magnético ao órgão de vigilância epidemiológica

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hierarquicamente superior, permanecendo uma cópia no prontuário. As fichas de notificação

dos casos devem ser preenchidas por profissionais das unidades de saúde onde o paciente

tenha sido diagnosticado (BRASIL, 2002; 2008b).

Os parâmetros de endemicidade recomendados pelo MS para o coeficiente de detecção

anual da hanseníase por 100mil habitantes são: < 2,00 - baixo; 2,00 a 9,99 - médio; 10,00 a

19,99 - alto; 20,00 a 39,99 - muito alto; > 40,00 - hiperendêmico. Para o coeficiente de

prevalência por 10mil habitantes: < 1,0 - baixo; 1,0 a 4,9 - médio; 5,0 a 9,9 - alto; 10,0 a 19,9

- muito alto; > 20,0 - hiperendêmico (BRASIL, 2004; 2010a).

Por meio de políticas e programas de saúde um grande avanço foi obtido no controle da

doença, particularmente desde a adoção pelo Ministério da Saúde da poliquimioterapia como

tratamento padrão. Contudo o número de casos novos detectados em termos globais não tem

demonstrado um declínio compatível com o desejado (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA

SAÚDE, 2005; KELLY-SANTOS e cols, 2009; CORREA e cols, 2012).

Nas duas últimas décadas, a carga mundial de casos diminuiu em quase 90%, contudo

lamentavelmente um dos países que ainda figuram como maiores contribuintes à carga da

doença no mundo é o Brasil atrás apenas da Índia (AQUINO e cols, 2003; PENNA e cols,

2008; SILVA SOBRINHO; MATHIAS, 2008).

No atual cenário mundial e brasileiro há uma tendência das curvas de detecção

ultrapassarem as de prevalência, o que para Martelli e cols (2002) caracteriza um paradoxo

conceitual do ponto de vista epidemiológico, particularmente para uma doença de evolução

crônica. Prevalências baixas, próximas da eliminação como na tendência encontrada do

Brasil, refletem não um declínio natural, mas uma prevalência induzida resultante da PQT.

Tendo em vista que a hanseníase não é uma doença que comumente leve ao óbito, a

prevalência oculta pode ser muitas vezes maior do que a incidência. Penna e cols (2011) dá

exemplo de uma área hiperendêmica, onde a idade de aparecimento dos casos é baixa e o

serviço de saúde é de precária qualidade, nessas condições a prevalência de hanseníase pode

ser 30 vezes maior do que a incidência. Imaginando que se implante um sistema de saúde

eficiente e eficaz nesta área, processo este que levaria ao aumento de cobertura do sistema e

serviços ofertados, uma taxa de detecção da hanseníase crescente refletiria o aumento da

cobertura do sistema de saúde e do acesso ao diagnóstico e tratamento. Uma vez que este

acesso ao diagnóstico se estabilize, a taxa de detecção se comportaria ao longo do tempo

acompanhando o comportamento da prevalência oculta. Se, neste momento, a taxa de

detecção for maior do que a taxa de incidência real a prevalência oculta tenderia a diminuir. A

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taxa de detecção diminuiria então em função da diminuição da prevalência oculta e tenderia a

se igualar ao longo do tempo à incidência real, quando a redução da duração da doença prévia

ao diagnóstico não fosse mais possível.

A situação epidemiológica da hanseníase no Brasil apresenta grande variação do

coeficiente de prevalência nas várias regiões do País. As regiões Centro-Oeste, Nordeste e

Norte, são regiões do Brasil em que a detecção de casos novos permanece aumentando

(SILVA SOBRINHO; MATHIAS, 2008; MIRANZI e cols, 2010; OPROMOLLA;

LAURENTI, 2011).

Entre os Estado do Brasil o Maranhão encontra-se em segundo lugar em casos de

hanseníase, atrás apenas do Estado do Mato Grosso (IGNOTTI; PAULA, 2011; BRASIL,

2013a). Nos últimos 10 anos as pesquisas mostram que no Estado do Maranhão, 98 dos

municípios (45,2%) apresentaram um coeficiente de prevalência maior que 20 casos/10.000

habitantes, o que lhes conferiu um caráter hiperendêmico (BRASIL, 2011a).

A taxa de prevalência de hanseníase no município de Maracaçumé – MA era de 5,90

para cada 10.000 habitantes no ano de 2003, podendo-se afirmar através desta que se trata de

uma região hiperendêmica, onde o mesmo apresentou uma taxa muito acima da encontrado no

estado do Maranhão e no País inteiro no mesmo ano, com valores de 2,01 e 0,67

respectivamente (BRASIL, 2004).

Os achados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN na

Secretaria Municipal de Saúde confirmam que o número de casos novos de hanseníase em

Maracaçumé vem se mantendo alta, pois no ano de 2010, o número de casos detectados foi de

16 numa população total de 19155 habitantes, demonstrando, portanto, que nesse ano para

cada 100.000 habitantes houve 83,5 notificações de hanseníase indicando que o índice

hiperendêmico. Sendo que dos 16 casos, 04 eram de pessoas menores de 15 anos, com 03

multibacilares e apenas 01 paucibacilar revelando a alta transmissibilidade da doença no

município. A taxa de incidência em 2011 foi de 67,86 doentes para cada 100.000 habitantes e

essa mesma taxa no ano de 2012 foi de 167,05 (SEMUS/MARACAÇUMÉ, 2010; 2011;

2012).

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4.2 Políticas de Controle da Hanseníase

Nas duas últimas décadas foram registradas significativas reduções na carga global da

hanseníase devido ao fim do isolamento compulsório e ao desenvolvimento de políticas

públicas voltadas para o controle da doença (MIRANZI e cols, 2010).

Em 1991, a 44ª Assembleia Mundial da Saúde aprovou a resolução WHA44, declarando

seu compromisso com a eliminação da hanseníase como problema de saúde pública até o fim

de 2000, onde se deveria alcançar uma prevalência inferior a 01 caso em cada 10.000

habitantes (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2005).

Com essa resolução obteve-se uma redução da prevalência em aproximadamente 85%

dos casos em todo mundo, porém não foi alcançada a meta inicial proposta, sendo então

desenvolvido pela OMS o Plano Estratégico para Eliminação da Hanseníase 2000-2005 que

incentivava os países endêmicos a assumir o compromisso de tratar dos desafios lançados pela

doença. O componente mais importante da estratégia era assegurar que as atividades de

controle da hanseníase estariam disponíveis e acessíveis a todo indivíduo afetado no serviço

de saúde mais próximo (OPROMOLLA; LAURENTI, 2011).

As atividades de controle da hanseníase incluem diagnóstico, tratamento com o PQT,

aconselhamento ao paciente e sua família, educação comunitária, prevenção de incapacidades,

reabilitação e encaminhamento nas complicações. A implementação em grande escala do

Plano Estratégico aumentou a cobertura das atividades de controle da hanseníase e levou

muitos casos não detectados aos serviços de saúde para tratamento. Entretanto, em muitos

países, a implementação do Plano foi vagarosa. Além disso, a dependência continuada de

profissionais e instituições especializados inibiu o processo de desenvolvimento da

capacidade e competência dos demais profissionais da saúde para assumir a responsabilidade

pelo controle da hanseníase nas suas áreas. A meta do Plano Estratégico 2000-2005 era a

eliminação da hanseníase como problema de saúde pública, definida também como a redução

da prevalência a menos de um caso em cada 10.000 habitantes, em nível nacional, porém a

meta não foi atingida (OPROMOLLA; LAURENTI, 2011; MIRANZI e cols, 2010).

De acordo com Miranzi e cols (2010), com o intuito de reduzir ainda mais os valores de

detecção e prevalência da doença e reparar as questões não resolvidas no Plano de Eliminação

a Organização Mundial de Saúde (OMS) foi lançada A Estratégia Global para Maior Redução

da Carga da Hanseníase e a Sustentação das Atividades de Controle da Hanseníase proposta

para 2006-2010.

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Os resultados esperados ao fim de 2010 eram a diminuição dos níveis da hanseníase

para valores muito baixos, uma elevação da qualidade dos serviços de saúde com

profissionais mais capacitados para detecção da doença, melhor sistema de gestão, melhora da

qualidade dos registros dos casos, acessibilidade a serviços especializados, recursos para

garantir a prevenção de incapacidades e a reabilitação quando necessárias e promover a

integração e parcerias com outras instituições (MIRANZI e cols, 2010).

Os principais elementos da estratégia foram:

a) Sustentar as atividades de controle da hanseníase em todos os países endêmicos;

b) Usar a detecção de casos como principal indicador para monitorar o progresso;

c) Assegurar diagnóstico de qualidade, gestão de casos, registro e notificação em todas

as comunidades endêmicas;

d) Fortalecer os serviços rotineiros e de encaminhamento;

e) Descontinuar a abordagem baseada em campanhas;

f) Desenvolver ferramentas e procedimentos baseados na atenção

domiciliar/comunitária, integrados e localmente apropriados para a prevenção de

incapacidades/deficiências e para a provisão de serviços de reabilitação;

g) Promover pesquisa operacional a fim de melhorar a implementação de uma estratégia

sustentável;

h) Incentivar o apoio mútuo dos parceiros, em todos os níveis (ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DA SAÚDE, 2005).

No Brasil, a doença faz parte das prioridades de gestão de saúde em nível nacional,

sendo lançado o Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH) pelo Ministério da

Saúde, onde foram estabelecidas diretrizes operacionais para a execução de diferentes ações,

envolvendo vigilância epidemiológica, gestão, atenção integral, comunicação e educação e

pesquisa. Sendo repassada para os municípios, por meio da efetivação da descentralização, a

responsabilidade das ações voltadas para o controle dessa doença (BRASIL, 2007; MORENO

e cols, 2008).

Mais recentemente foi desenvolvido pela Secretaria de Vigilância em Saúde a Agenda

Estratégica 2011-2015 que tem por objetivo orientar as ações prioritárias que serão

desenvolvidas nesse período (BRASIL, 2011c). Entre essas prioridades tem-se eliminar a

hanseníase e outras doenças transmissíveis relacionadas à pobreza.

Conforme Brasil (2011c) tal ação prioritária apresenta as seguintes metas:

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a) Alcançar e manter o percentual de 90% de cura nas coortes de casos novos de

hanseníase até 2015;

b) Examinar 80% dos contatos intradomiciliares de casos novos de hanseníase até 2015,

sendo que em 2011 foi de 66%;

c) Reduzir em 26,9% o coeficiente de detecção de casos novos de hanseníase em

menores de 15 anos, passando de 5,43/100.000 hab. para 3,97/100000 hab. em 2015, sendo de

4,89/10.0000 hab. em 2011;

d) Reduzir em 44% o coeficiente de prevalência da hanseníase até 2015, passando de

1,75/10.000 hab. para 0,98/10.000 hab. em 2015, em 2011 esse valor foi de 1,56/10.000 hab.;

e) Elaborar o Plano Integrado de Eliminação da hanseníase e outras doenças

negligenciadas em 2011.

Em consonância com essas exigências, tem-se a implantação da Estratégia Saúde da

Família (ESF), que veio para reorganizar o modelo de atenção à saúde pública no Brasil. A

descentralização das atividades para os serviços de Atenção Básica e a estruturação da ESF

fundamentaram a proposta de ampliação da rede de diagnóstico e assistencia à pessoa atingida

pela hanseníase, contribuindo para um melhor acesso da população aos serviços de saúde e

consequentemente melhoria na cobertura da demanda (LAPA e cols, 2006; SANTOS e cols,

2012; GARCIA e cols, 2013).

As ações da ESF são centradas no território, áreas de abrangência das famílias adscritas,

sendo que os domicílios representam a menor unidade espacial onde ocorre a transmissão do

bacilo e local que favorece aos contatos expostos do núcleo familiar o maior risco de

adoecimento (GARCIA e cols, 2013).

4.3 Controle dos Contatos

De acordo com Pinto Neto e cols (2000), em 1820 surgiram, por meio de registro do

censo mais antigo realizado em São Paulo, as primeiras informações sobre os focos familiares

de hanseníase identificados pelo Visconde de Oeynhausen. Nesse documento revelou-se a

ocorrência de focos familiares de hanseníase, sendo “verdadeiros ninhos de Lepra” onde

existiam vários casos da doença em uma mesma família.

Evidenciou-se, portanto que os contatos dos casos de hanseníase representam um

importante significado epidemiológico em termos de endemia hansênica se tornando um

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grupo de risco vulnerável do ponto de vista da cadeia do processo infeccioso (CARRASCO;

PEDRAZZANI, 1993).

Após a implementação da PQT em 1991, os serviços de saúde têm realizado um esforço

concentrado para diminuir a prevalência da hanseníase, onde sucessivas modificações foram

sendo implementadas em relação às atividades de controle e eliminação da hanseníase, dentre

elas, as referentes ao controle dos comunicantes (LANA, 1997).

O MS preconiza a busca ativa de casos como uma das principais medidas para se

alcançar o diagnóstico precoce da hanseníase, o que corresponde à vigilância de contatos

intradomiciliares do doente de hanseníase, contribuindo para controlar a expansão da endemia

e também prevenir as deformidades (BRASIL, 2006).

O exame dos contatos intradomiciliares é justificado pelo fato de que elas apresentam

um maior risco de adoecimento do que a população, em geral (DURÃES e cols, 2010).

Os contatos intradomiciliares do doente de hanseníase devem ser submetidos ao exame

dermatoneurológico e receber orientação quanto ao período de incubação, transmissão, sinais

e sintomas da hanseníase e do retorno ao serviço de saúde. Os contatos doentes devem ser

encaminhados para o tratamento específico da hanseníase (PINTO NETO e cols, 2002;

BRASIL, 2008a).

Para os contatos sadios, após avaliação da cicatriz vacinal as recomendações, em

relação à BCG-ID, são: na ausência de cicatriz ou, se houver uma cicatriz, prescrever uma

dose de BCG-ID; e na existência de duas cicatrizes não há necessidade de vacinação. Todos

deve também receber orientação no sentido de que não se trata de vacina específica para a

hanseníase e que prioritariamente está destinada ao grupo de risco, contato intradomiciliares.

A ocorrência de alguns casos de hanseníase, após a vacinação, não está relacionada com a

vacina (BRASIL, 2008a).

Como mencionado anteriormente, foi estabelecida em 2011 a Agenda Estratégia 2011-

2015 que tem como um de suas metas examinar 80% dos contatos intradomiciliares de casos

novos de hanseníase até 2015, sendo que tal indicador no ano de 2011 chegou a apenas 66%

dos contatos examinados (BRASIL, 2011c).

Pinto Neto e cols (2000) afirmam que com doente tratado e comunicante controlado,

poderá se avançar no controle e eliminação da hanseníase. No entanto, deixam claro que se

devem intensificar as atividades de avaliação dos comunicantes, aumentando a frequência

dessas ações, como estratégia para acompanhar a evolução desses indivíduos, e só assim será

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possível extinguir focos ocultos, alimentadores do “iceberg epidemiológico” da endemia

hansênica, contribuindo para controlá-los e interromper a cadeia epidemiológica.

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41

5 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 Tipo de Pesquisa

Trata-se de um estudo quantitativo-descritivo realizado com contatos domiciliares de

hanseníase no Município de Maracaçumé-MA.

A pesquisa quantitativo-descritiva é aquela que tem como finalidade o delineamento ou

análise das características de fatos ou fenômenos, avaliação de programas ou isolamento de

variáveis (LAKATOS; MARCONI, 2005).

5.2 O Cenário do Estudo

O Município Maracaçumé fica a oeste do Estado, a mais de 470 quilômetros de São

Luís capital do Estado do Maranhão. Limita-se ao norte com os municípios de Junco do

Maranhão e Godofredo Viana; a Leste com o município de Governador Nunes Freire; a Oeste

com o município de junco do Maranhão e ao Sul com o município de Centro do Guilherme,

ocupando uma área de 629,33 km². Elevado à categoria de município com a denominação de

Maracaçumé, pela lei estadual nº 6163, de 10-11-1994, desmembrado de Godofredo Viana.

Foi instalado em 01-10-1997, com sua sede no atual distrito de Maracaçumé ex-povoado.

Segundo estimativas do IBGE para o ano de 2010, a população de Maracaçumé era de 19.155

habitantes, localizados majoritariamente na região urbana (86,77%) e apresenta uma

densidade demográfica de 27,0 habitantes/km² (IBGE, 2010) (Figura 5.1).

Figura 5.1 – Município de Maracaçumé do Estado do Maranhão.

Fonte: (BRASIL, 2014)

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Os índices sociais do município estão entre os piores do País e, apesar do

desenvolvimento alcançado em alguns setores econômicos, o Município permanece como um

dos mais pobres e carentes do País, com 0,613 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

brasileiro com a colocação no ranking Estadual: 53° (em 217 municípios). Tendo média do

IDH-M na Região Nordeste: 0,610 e Colocação no ranking Regional: 808° (em 1787

municípios) e Média do IDH-M no BRASIL: 0,699 ficando com a colocação no ranking

nacional: 4416° (em 5.507 municípios) (IBGE, 2010).

A participação maracaçumeense no PIB do Estado chega a 1,14%. O extrativismo

vegetal é feito com carvão vegetal, lenha e madeira em tora e a agricultura, que representa a

principal atividade econômica (IBGE, 2010).

A taxa de analfabetismo para maiores de 14 anos chega a ser de 32,9%. Apresentando

no ano de 2009, 6.271 matrículas no Ensino Fundamental e Médio (IBGE, 2010).

Maracaçumé encontra-se habilitado em Gestão Plena de Atenção Básica pela Norma

Operacional Básica/96 sendo seu financiamento composto pelo Bloco de Atenção Básica,

com o componente PAB-fixo e PAB-variável; Bloco de Vigilância em Saúde; Bloco de

Assistência Farmacêutica; e Bloco de Investimentos (BRASIL, 2012).

De acordo com Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (2013b), o município

conta com a seguinte estrutura física na rede pública de saúde: 07 Unidades Básicas de Saúde,

06 delas modalidade ESF/SB1 - Equipe Saúde Família com Saúde Bucal Modalidade I e 01

apenas ESF – Estratégia Saúde da Família; 01 laboratório; 01 Unidade de Serviço de Pronto

Atendimento; contado ainda com assistência hospitalar firmada em convênio intermunicipal

em cidade que faz divisa com o município de Maracaçumé. Em relação aos recursos humanos

conta com 88 profissionais de saúde, sendo 08 enfermeiros, 07 médicos, 06 cirurgiões

dentistas, 26 profissionais de nível técnico e 40 Agentes Comunitários de Saúde.

5.3 Logística do Estudo

No início do processo metodológico foram obtidos dados a partir do setor de

informática e informação em saúde, localizado na Secretaria Municipal de Saúde de

Maracaçumé. As informações referentes foram extraídas do Sistema de Informação de

Agravos de Notificação (SINAN) correspondendo às fichas de notificação dos casos novos de

hanseníase no município no período de janeiro de 2011 a junho de 2012.

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Após a identificação dos casos novos de hanseníase notificados foi realizada avaliação

da situação dos contatos nos prontuários para o levantamento dos contatos examinados e os

que apresentaram manifestação para a doença tanto nas avaliações por demanda espontânea

como por busca ativa. Visitas domiciliares foram realizadas aos contatos dos casos da doença

para avaliação clínica e dermatoneurológica. Os casos suspeitos foram encaminhados para a

avaliação médica nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) com vistas ao diagnóstico de

hanseníase. Com a identificação de contatos doentes foi realizado a notificação dos mesmos

no SINAN. A logística do estudo está representada na figura 5.2.

Figura 5.2 – Organograma da logística do estudo para os contatos.

Foi preenchido formulário de levantamento epidemiológico dos participantes da

pesquisa pelos pesquisadores do projeto (Apêndice A). Em caso de já coexistir mais de um

caso para a doença em estudo foi considerado Caso Índice (CI) o primeiro doente

diagnosticado e notificado no SINAN.

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5.4 População

Contatos de casos novos de hanseníase notificados no SINAN no município de

Maracaçumé no período de janeiro de 2011 a junho de 2012.

5.5 Definições Utilizadas

Para o estudo utilizou-se a definição de contato do MS que considera contato domiciliar

"toda e qualquer pessoa que resida ou tenha residido com o doente, por período mínimo de

três meses até os últimos cinco anos antes do diagnóstico e tratamento" (BRASIL, 2008a).

Ainda o mesmo autor considera caso novo um caso de hanseníase que ainda não

recebeu qualquer tratamento específico.

Como definição das relações de parentesco foram adotas as categorias propostas por

Durães e cols (2010): parentesco de primeiro grau (pai, mãe, filho, irmão); de segundo grau

(tios, sobrinhos, avós); cônjuge; não consanguíneos (enteados, cunhados, esposa do tio,

amigo, etc.).

Os contatos doentes tiveram suas formas clínicas classificadas de acordo com o critério

de Madri de 1953 e operacionalmente o critério do MS (BRASIL, 2002).

No resultado do exame dermatoneurológico dos contatos foram classificados como:

Suspeito, Doente e Normal de acordo com o definido pelo MS (BRASIL, 2002).

5.6 Critérios de Inclusão

Os critérios para inclusão dos contatos dos CIs no estudo foram: ser contato de CI

diagnosticado entre janeiro de 2011 e junho de 2012 e residir no município de Maracaçumé,

ter idade igual ou superior a um ano e residir ou ter residido com o caso índice de hanseníase

pelo período determinado pelo Ministério da Saúde.

5.7 Variáveis

Utilizou-se como instrumento formulários estruturados aplicados aos contatos com e

sem o diagnóstico de hanseníase.

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5.7.1 Sociais

a) Gênero: masculino ou feminino

b) Idade (idade em anos).

5.7.2 Dados econômicos e sociais das famílias

a) Renda familiar.

b) Morados por cômodo do domicílio – número de moradores dividido pelo total de cômodos.

c) Tipo de construção da casa.

d) Destino dos dejetos.

e) Abastecimento de água.

f) Tratamento da água no domicílio.

5.7.3 Demográficos

a) Estado civil - baseado na classificação do IBGE (2010).

b) Escolaridade.

c) Ocupação - segundo autodeclaração dos entrevistos.

d) Raça/cor - registrado pela entrevistadora conforme autodeclaração dos entrevistados.

e) Procedência.

5.7.4 Resultado da avaliação dermatoneurológico dos contatos

- Sem diagnóstico de hanseníase;

- Com diagnóstico de hanseníase.

5.7.5 Clínicas - de acordo com Brasil (2002)

a) Modo de detecção do contato e caso índice.

b) Classificação operacional do contato e caso índice.

c) Forma clínica do contato e caso índice.

d) Grau de incapacidade do contato no momento do diagnóstico.

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5.7.6 Parentesco dos contatos com os casos índices conforme Durães e cols(2010)

- Parentesco de primeiro grau (pai, mãe, filho, irmão);

- Parentes de segundo grau (tios, sobrinhos, avós);

- Cônjuge;

- Não consanguíneos (enteados, cunhados, esposa do tio, amigo, etc.).

5.7.7 Situação vacinal quanto à BCG nos contatos

- Sem cicatriz vacinal;

- Uma cicatriz vacinal;

- Duas cicatrizes vacinais.

5.7.8 Tempo de convívio do contato com o caso índice antes do tratamento do caso índice

- foi considerado o tempo em meses em que o contato permaneceu em convívio com o

caso índice antes de este iniciar o tratamento.

- 06 |– 12 meses;

- 13 |– 24 meses;

- 25 |– 36 meses;

- 37 |– 48 meses;

- 49 |– 60 meses;

- ≥ 61 meses.

5.8 Análise dos Dados

Os dados coletados foram lançados no programa Microsoft Excel 2007 e Epi Info

versão 3.5.1. Os resultados foram analisados considerando-se os números absolutos e

percentuais, bem como média.

A taxa de prevalência da doença entre os contatos foi calculada utilizando-se da

seguinte fórmula:

Número de contatos examinados e com diagnóstico de hanseníase X100

Número de contatos examinados

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5.9 Aspectos Éticos

O projeto da pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa, atendendo à

Resolução CNS/MS nº 466/2012, que assinalam direitos e deveres da comunidade científica e

da população em estudo aprovado sob Parecer nº 257.333 (Anexo A). Foi garantido o

anonimato dos participantes da pesquisa com os resultados utilizados somente para fins

científicos.

Os participantes da pesquisa e/ou seus respectivos representantes legais foram

esclarecidos quanto aos objetivos do estudo e a forma de participação. Para aqueles que

concordaram em participar, foi solicitado a assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (para maiores de 18 anos e para representantes legais em caso de menores de 18

anos) e do Termo de Assentimento (para maiores de 14 anos e menores de 18 anos)

(Apêndices B, C e D).

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6 RESULTADOS

No período de janeiro de 2011 a junho de 2012 estavam registrados no município 34

casos de Hanseníase, destes 32 foram notificados no SINAN e 02 constavam apenas em

relatórios nas Unidades Básicas de Saúde (Figura 6.1).

Figura 6.1 - Casos de Hanseníase diagnosticados no período de 2011 a 2012 em

Maracaçumé–MA. São Luís – MA, 2014.

*Dados referentes até o mês de junho de 2012.

A partir dos 34 casos registrados foram identificadas 28 famílias com um ou mais

membros com diagnóstico de hanseníase. Do total das famílias identificadas, 04 (11,8%)

constituíram-se perdas devido a não localização de seus endereços ou mudança de cidade.

Foram visitadas e entrevistadas 24 famílias, nas quais havia registro de 31 casos da doença,

sendo 24 CIs e 07 contatos doentes incluindo-se aqui 01 contato doente identificado por meio

da avaliação dermatoneurológica realizada durante a pesquisa.

De acordo com o SINAN para os 28 CIs havia um total de 128 contatos registrados, dos

quais 87 (68,0%) foram submetidos ao exame dermatoneurológico e 41 (32,0%) não foram

avaliados.

Quando se considerou apenas os 24 CIs incluídos na pesquisa foram identificados 106

contatos registrados no SINAN; destes apenas 71 (67,0%) constavam como avaliados no

relatório.

Contudo o estudo identificou que o número de contatos dos 24 casos índices era

superior ao registrado no SINAN, seguindo a definição de contato de (BRASIL, 2002), sendo

identificados 121 contatos, com uma média de 5,0 contatos por caso índice. Durante a

pesquisa foram examinados e entrevistados 112 (92,6%) contatos; os outros 7,4% não foram

21

11

2

Registrados no SINAN 2012*

Registrado no SINAN 2011

Casos não registrados no SINAN

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examinados por motivos de viagem, mudança de cidade ou se recusaram a participar da

pesquisa.

Após a avaliação médica os contatos foram definidos como 105 sem diagnóstico de

hanseníase, 06 em tratamento para a doença e 01 com diagnóstico realizado na pesquisa.

Em relação ao resultado dos exames de contatos de hanseníase, embora a maioria 93,7%

tenha se apresentado sem diagnóstico da doença, foram identificados 6,3% contatos doentes,

sendo essa a taxa de prevalência de Hanseníase entre os contatos (Dados não apresentados).

Nas 24 famílias pesquisadas 19 (79,2%) apresentaram apenas um caso da doença entre

seus membros, 03 (12,5%) possuíam 02 casos e 02 (8,3%) tinham 03 casos de hanseníase. Em

um quinto das famílias havia dois ou três pacientes com a doença. Sendo, portanto que 20,8%

das famílias apresentavam mais de um caso de hanseníase (Figura 6.2).

Figura 6.2 – Casos de Hanseníase por família em Maracaçumé – MA.

São Luís – MA, 2014.

Quando foram considerados os 31 casos de hanseníase, 12 (38,7%) coexistiam em uma

mesma família e 19 (61,3%) eram casos únicos em uma mesma família (Figura 6.3).

Figura 6.3 – Casos únicos e coexistentes de Hanseníase por família em Maracaçumé – MA.

São Luís – MA, 2014.

79,2%

12,5% 8,3%

Famílias com 1 caso de Hanseníase

Famílias com 2 casos de Hanseníase

Famílias com 3 casos de Hanseníase

61,3%

38,7%

Casos únicos na família

Casos coexistentes em mesma família

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De acordo com a pesquisa 40,0% das famílias com contato doente possuíam renda de 01

(um) salário mínimo, enquanto que nas famílias sem contato doente 42,1% informaram renda

entre 01 (um) e 02 (dois) salários mínimos. Quando se considerou a variável número de

moradores por cômodo, observou-se que 42,1% referiram menos de 01 morador por cômodos

nas famílias sem contatos com hanseníase; já nas famílias com contato(s) doente(s) 60,0%

informaram de 1 a 2 moradores por cômodo. Nas famílias com contato doente predominou o

não tratamento da água 60,0% e nas famílias sem contato doente as respostas mais frequentes

foram filtração e não tratamento da água. Quando questionado sobre o destino do lixo 68,4%

das famílias sem contato doente informaram queimaram ou enterraram o lixo produzido; nas

famílias com contato(s) doente(s) citaram como destino mais frequente do lixo queimar ou

enterrar e coleta pública. Na variável abastecimento de água 78,9% das famílias dos contatos

sem hanseníase referiram abastecimento por poço ou nascente; já o abastecimento de água da

rede pública foi citado por 80,0% das famílias de contato com hanseníase. Em ambos os

grupos houve predomínio de residências construídas com tijolos e fossa como destino dos

dejetos (Tabela 1).

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Tabela 1 – Características das famílias por renda e condições de moradia no município de

Maracaçumé. São Luís – MA, 2014.

VARIÁVEIS

Famílias Total

Sem coexistência Com coexistência

f % f % f %

RENDA FAMILIAR

< 01 salário 06 31,6 01 20,0 07 29,2

01 salário 02 10,5 02 40,0 04 16,6

> 01 a < 02 salários 08 42,1 01 20,0 09 37,5

≥ 02 salários 03 15,8 01 20,0 04 16,6

MORADORES POR

CÔMODO

≤ 1 08 42,1 00 00,0 08 33,3

1|– 2 07 36,8 03 60,0 10 41,6

3 |– 4 01 14,3 00 00,0 01 4,2

≥ 5 01 14,3 02 40,0 03 12,5

CONSTRUÇÃO DA

CASA

Tijolo 13 68,4 04 80,0 17 70,8

Taipa revestida 01 5,3 00 00,0 01 4,2

Taipa não revestida 00 00,0 02 10,5 02 8,3

Madeira 03 15,8 01 20,0 04 16,7

DESTINO

DEJETOS

Fossa 13 68,4 04 80,0 17 70,8

Céu Aberto 06 31,6 01 20,0 07 29,2

DESTINO DO LIXO

Queimado ou

Enterrado

13 68,4 12 40,0 15 62,5

Céu Aberto 04 21,1 01 20,0 05 20,8

Coleta Pública 02 10,5 02 40,0 04 16,7

ABASTECIMENTO

DE ÁGUA

Rede Pública 04 21,1 04 80,0 08 33,3

Poço ou Nascente 15 78,9 01 20,0 16 66,7

TRATAMENTO DA

ÁGUA

Filtração 07 36,8 02 40,0 09 37,5

Fervura 03 15,8 00 00,0 03 12,5

Cloração 02 10,5 00 00,0 02 8,3

Sem tratamento 07 36,8 03 60,0 10 41,7

TOTAL 19 100,0 05 100,0 24 100,0

Nos resultados relativos às variáveis demográficas observou-se, entre os contatos sem

hanseníase, maior frequência do sexo feminino (55,2%) e da faixa etária de 5 a 9 anos

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(28,6%). Nos contatos com hanseníase, as maiores frequências foram do sexo masculino

(85,7%) e da faixa etária de 20 a 39 anos (42,9%). Nos dois grupos houve predomínio de

procedentes da área urbana e da cor parda. Quando se considerou todos os contatos

registrados, os maiores percentuais foram do sexo feminino (52,7%), cor parda (64,3%), faixa

etária de 5 a 9 anos (26,8%) e procedentes da área urbana (94,6%) (Tabela 2).

Tabela 2 - Contatos de casos de hanseníase no município de Maracaçumé de acordo com as

variáveis demográficas. São Luís - MA, 2014.

VARIÁVEIS

Contatos Total

Sem hanseníase Com hanseníase

f % f % f %

SEXO

Masculino 47 44,7 06 85,7 53 47,3

Feminino 58 55,2 01 14,3 59 52,7

PROCEDÊNCIA

Zona Urbana 99 94,3 07 100,0 106 94,6

Zona Rural 06 5,7 00 00,0 06 5,4

FAIXA ETÁRIA

1 |– 4 anos 13 12,4 00 00,0 13 11,1

5 |– 9 anos 30 28,6 00 00,0 30 26,8

10 |– 14 anos 10 9,5 00 00,0 10 8,9

15 |– 19 anos 14 13,3 02 28,6 16 14,3

20 |– 39 anos 24 22,9 03 42,9 27 24,1

40 |– 49 anos 04 3,8 00 00,0 04 3,6

50 |– 59 anos 06 5,7 01 14,3 07 6,3

≥ 60 anos 04 3,8 01 14,3 05 4,5

COR

Parda 67 63,8 05 71,4 72 64,3

Preta 15 14,3 02 28,6 17 15,2

Branca 23 21,9 00 00,0 23 20,5

TOTAL 105 100,0 07 100,0 112 100,0

Quanto às variáveis sociais, entre os contatos sem hanseníase registraram-se maiores

percentuais de não se aplica no estado civil (50,5%) e estudante como ocupação (46,6%). Nos

contatos com hanseníase, as maiores frequências foram de agricultor (28,6%) e casado ou

união estável (71,4%). Nos dois grupos foram mais frequentes o ensino fundamental

incompleto e primeiro grau de parentesco com o caso índice. Quando se considerou todos os

contatos registrados, os maiores percentuais foram da categoria não se aplica na variável

estado civil (47,3%) e estudantes (44,6%) (Tabela 3).

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Tabela 3 - Contatos de casos de hanseníase no município de Maracaçumé de acordo com as

variáveis sociais. São Luís - MA, 2014.

VARIÁVEIS

Contatos Total

Sem hanseníase Com hanseníase

f % f % f %

ESTADO CIVIL

Casado/Estável 26 24,7 05 71,4 31 27,7

Solteiro 23 21,9 02 28,6 25 22,3

Não se aplica* 53 50,5 00 00,0 53 47,3

Divorciado 03 2,9 00 00,0 03 2,7

ESCOLARIDADE

Não se aplica** 13 12,4 00 00,0 13 11,6

Analfabeto 09 8,6 01 14,3 10 8,9

Fundamental

Incompleto

51

48,6 03 42,9 54 48,2

Fundamental

Completo

15 14,3 02 28,6 17 15,2

Ensino Médio

Incompleto

10

9,5

00 00,0 10 8,9

Ensino Médio

Completo

06 5,7 01 14,3 07 6,3

Ensino Superior 01 1,0 00 00,0 01 0,9

OCUPAÇÃO

Agricultor(a) 25 23,8 02 28,57 27 24,1

Aposentado(a) 04 03,8 01 14,28 05 04,5

Do Lar 04 03,8 01 14,28 05 04,5

Desempregado(a) 08 07,6 01 14,28 09 08,0

Lojista 01 1,0 00 00,0 01 0,9

Motorista 00 00,0 01 14,28 01 0,9

Professor(a) 01 1,0 00 00,0 01 0,9

Estudante 49 46,6 01 14,28 50 44,6

Não se aplica* 13 12,4 00 00,0 13 11,6

GRAU DE

PARENTESCO

Primeiro Grau 50 47,6 05 71,4 55 49,1

Segundo Grau 25 23,8 00 00,0 25 22,3

Cônjuge 12 11,4 01 14,3 13 11,6

Não

Consanguíneo

18 17,1 01 14,3 19 17,0

TOTAL 105 100,0 07 100,0 112 100,0 * Menor

** Pré-escolar

Quanto à situação vacinal para BCG 84,8% dos contatos sem hanseníase possuíam uma

cicatriz vacinal, menor percentagem foi encontrada entre os contatos doentes com 71,4%. Nos

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contatos doentes 28,6% não possuíam cicatriz vacinal, já nos contatos sem hanseníase essa

percentagem foi de apenas 2,9% (Tabela 4).

Tabela 4 – Situação vacinal para BCG nos contatos de casos de hanseníase no município de

Maracaçumé. São Luís – MA, 2014.

VARIÁVEIS

Famílias Total

Sem coexistência Com coexistência

f % f % f %

VACINAÇÃO

COM BCG

Sem cicatriz

vacinal

03 2,6 02 28,6 05 4,5

Uma cicatriz

vacinal

89 84,7 05 71,4 94 83,9

Duas cicatrizes

vacinais

13 12,4 00 00,0 13 11,6

TOTAL 105 100,0 07 100,0 112 100,0

Entre os contatos com diagnóstico de hanseníase 42,6% tinham graus de incapacidade 1

no diagnóstico, mesmo valor apresentado aos contatos que tinham grau de incapacidade zero.

Em relação ao modo de detecção da doença nos contatos houve predomínio da detecção por

exame de contatos 57,1%, contudo 14,3% foram detectados por demanda espontânea. A

variável tempo de convívio do contato com o CI, antes do diagnóstico do caso índice,

apresentou maior frequência do intervalo de 13 a 24 meses (42,9%), seguindo de 61 meses ou

mais (28,6%). Quanto à variável forma clínica nos contatos com hanseníase houve

predomínio da forma dimorfa (85,7%), percentual semelhante foi apresentado pelos contatos

doentes com classificação operacional multibacilar (Tabela 5).

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Tabela 5 – Características clínicas dos contatos com Hanseníase em Maracaçumé – MA. São

Luís – MA, 2014.

VARIÁVEIS f %

GRAU DE INCAPACIDADE NO

DIAGNÓSTICO

Grau Zero 03 42,9

Grau 1 03 42,9

Não Avaliado 01 14,3

MODO DE DETECÇÃO DA

DOENÇA

Por Demanda Espontânea 01 14,3

Exame de Coletividade e/ou busca

ativa

01 14,3

Exame de contatos 04 57,1

Outros* 01 14,3

TEMPO DE CONVÍVIO DO

CONTATO COM O CASO ÍNDICE

ANTES DO TRATAMENTO DO

CASO ÍNDICE

06 |– 12 meses 01 14,3

13 |– 24 meses 03 42,9

25 |– 36 meses 01 14,3

≥ 61 meses 02 28,6

FORMA CLÍNICA DO CONTATO

Indeterminada 01 14,3

Dimorfa 06 85,7

CLASSIFICAÇÃO

OPERACIONAL DO CONTATO

Paucibacilar 01 14,3

Multibacilar 06 85,7

TOTAL 07 100,0

*Busca ativa – Pesquisa.

Em relação à classificação operacional dos casos índices de contatos doentes, observou-

se que 100,0% eram casos multibacilares (dados não apresentados).

Quando se considerou os contatos doentes segundo a forma clínica de seus casos

índices, verificou-se que a maior frequência (42,9%) eram contatos de casos índices com a

forma virchowiana, seguido da forma dimorfa e não classificado que apresentaram a mesma

percentagem (28,6%) (Figura 6.4).

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Figura 6.4 – Contatos segundo a forma clínica de seus casos índices em Maracaçumé – MA.

São Luís – MA, 2014.

03

02 02

Virchowiana Dimorfa Não classificado

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7 DISCUSSÃO

O controle da hanseníase apresenta alguns obstáculos para sua efetividade, mesmo

sendo essa, uma doença curável e apresentar etiologia bem definida, necessitando o

desenvolvimento de estratégias adequadas para a detecção e proteção da população suscetível,

especialmente para os contatos domiciliares de pacientes com hanseníase, que devem ser a

prioridade dos programas de controle da doença, por serem um importante meio para a

manutenção da endemia (DESSUNTI e cols, 2008; GOULART e cols, 2008).

Contatos de pessoas com diagnóstico de hanseníase são apontados como sendo o grupo

de maior risco de adquirir a doença. No entanto, as atividades relacionadas ao controle desse

grupo têm sido pouco valorizadas pelos serviços e profissionais de saúde em seu contexto

familiar e social, sendo mais vezes privilegiado o espaço para o controle da doença e do

doente (LANA, 1997; MATOS e cols, 1999; VAN BEERS e cols, 1999; PINTO NETO e

cols, 2000).

A vigilância de contatos é importante para a quebra da cadeia epidemiológica de

transmissão da hanseníase, por permite o diagnóstico precoce e em conjunto com atividades

de educação sobre a doença para o paciente, família e comunidade são as principais

estratégias para o controle da doença (OPROMOLLA, 2000; CUNHA e cols, 2007;

FERREIRA e cols, 2007; OLIVEIRA e cols, 2007).

A média de 5,0 contatos para cada caso índice foi superior ao estudo de Goulart e cols

(2008) que obteve uma média menor de apenas 3,8 contatos domiciliares por família e de

Brasil (2008a) que sugere considerar uma média de quatro contatos domiciliares por paciente.

Com base em informações do SINAN (SEMUS/MARACAÇUMÉ; 2012) de todos os

contatos registrados dos 24 casos índices apenas 67,0% destes haviam sido submetido ao

exame dermatoneurológico, valor acima do apresentado no estudo de Peixoto e cols (2011)

em São Luís – MA com 38,4% dos contatos examinados.

Entre os anos de 2001 a 2008, o Brasil registrou uma média de 54,0% de contatos de

casos novos examinados, com variação de 68,0% em 2002 e 43,9% em 2004. No Estado do

Maranhão essa proporção de contatos examinados apresentou uma média de 44,4%, ainda

menor que a encontrada no Brasil para o mesmo período, com oscilação de 67,0% em 2001 e

35,6% em 2006. Em ambos os casos a percentagem de avaliação teve tendência a reduzir com

o passar dos anos, agravando ainda mais o cenária epidemiológico da doença, principalmente

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no Maranhão por se tratar de um Estado hiperendêmico, implicando em falhas operacionais e

lacunas no controle da hanseníase (BRASIL, 2009).

No município de Maracaçumé, embora o percentual de contatos examinados tenha sido

superior ao encontrado no País e no Estado do MA em período anterior ao dessa pesquisa,

com 67,9% dos contatos de hanseníase avaliados entre 2011 e 2012, esse valor ainda é

inferior ao preconizado pelo MS que tem como meta examinar 80,0% dos contatos

intradomiciliares de casos novos de hanseníase a ser alcançada até 2015 (BRASIL, 2011c).

Durante a realização da pesquisa, além de se ter identificado um número maior de contatos, se

avaliou a maioria (92,6%) por meio de busca ativa.

Foi identificada nesse estudo uma taxa de prevalência de 6,3% de contatos com

diagnóstico de hanseníase, o que se assemelha ao estudo de Peixoto e cols (2011) com 4,9%

de contatos com a doença e diverge de pesquisa de Matos (2011) realizada em Vitória – ES,

onde a taxa de prevalência da doença foi de apenas 1,65% dos contatos examinados. Já

Durães e cols (2005) em estudo realizado em uma cidade do Estado do Rio de Janeiro,

obtiveram resultado de 21,65% de contatos doentes, taxa elevada frente a essa pesquisa,

contudo convém ressaltar que tais contatos doentes foram diagnosticados em intervalo de até

10 anos do diagnóstico do caso índice. Outros autores, em estudos de acompanhamento dos

contatos por período de 5 anos, relataram valores inferiores ao encontrado nessa pesquisa,

onde Souza e cols (2011), Goulart e cols (2008) e Matos (2000), apresentaram apenas 1,9%,

2,0% e 3,4% respectivamente em grupos de 2776, 1396 e 670 contatos cada estudo.

Em relação à busca ativa executada pelo presente estudo, dos 07 contatos doentes 01

(14,3%) foi diagnosticado por meio dos exames dermatoneurológicos realizados durante a

pesquisa, mesma frequência foi identificada em pesquisa desenvolvida em Taubaté – SP por

Vieira e cols(2008), sendo em ambos, casos multibacilares dimorfos.

Contatos domiciliares compõem uma população de alto risco para o desenvolvimento de

hanseníase (GOULART e cols, 2008; CARDONA-CASTRO e cols, 2009). Esse risco foi

apontado como mais importante entre as pessoas que conviveram com um doente de

hanseníase antes que esse tivesse iniciado o tratamento (OPAS/OMS, 1999).

Pacientes multibacilares (MB) não tratado são, provavelmente, a mais importante fonte

de transmissão do Mycobacterium leprae. Estima-se que contatos desses pacientes tenham um

risco relativo de desenvolver a doença de 5-10 vezes maior do que o da população em geral,

sendo a taxa de incidência da doença entre contatos domiciliares pelo menos 12 vezes

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maiores, em casos predominantemente multibacilares (FINE e cols, 1997; MATOS e cols,

1999; VAN BEERS e cols, 1999; PINTO NETO e cols, 2002).

Um caso de hanseníase multibacilar não tratado, além de ser fonte de infecção para

muitas pessoas, pode gerar em torno de cinco novos casos da doença por ano (LOUREIRO e

cols, 2006). Sendo assim, ao identificar 01 (um) caso novo multibacilar, essa pesquisa

contribuiu para evitar que cinco pessoas possivelmente adoecessem de hanseníase.

Os resultados sobre incidência de hanseníase entre os contatos intradomiciliares indicam

que a vigilância de contatos é substancialmente uma medida importante em um contexto de

área de alta endemicidade. Se considerarmos incidência sobre a população geral do município

de Maracaçumé no período proposto pelo estudo, teremos 172,27casos por 100mil habitantes,

esse mesma taxa entre os contatos sobe para 5468,75 casos por 100mil contatos, com isso os

coeficientes nos contatos são pelo menos 30 vezes maiores do que a encontrada na população

em geral (SEMUS/MARACAÇUMÉ, 2011; 2012).

Na proporção de casos coexistentes por família a pesquisa demonstrou que 20,8% das

famílias apresentavam mais de um caso da doença, situação análoga foi descrita por Durães e

cols (2005), que detectaram focos familiares da doença em 18,0% dos casos novos

notificados.

Em outro estudo de Durães e cols (2010) ao investigarem 107 focos familiares de

hanseníase, verificaram que em três quartos dessas famílias havia dois ou três pacientes com a

doença. Na presenta pesquisa, inferior ao encontrado por Durães e cols(2010), apenas um

quinto das famílias havia dois ou três pacientes com a doença.

Quando se considerou os resultados socioeconômicos da nossa pesquisa, observou-se

que 60,0% das famílias que apresentaram contato com diagnóstico de hanseníase possuíam

renda de até 1 (um) salário mínimo e nas famílias sem contato com diagnóstico de hanseníase

42,1% tinham essa mesma renda. Duarte e cols (2007) obtiveram resultado ainda maior para

renda menor que 1(um) salário, com 59,0% da população estudada.

A renda familiar apresentada nesse estudo retrata um padrão precário de nível

socioeconômico do município de Maracaçumé, que ocupa o 4416º IDH do Brasil (IBGE,

2010). Em estudo de Sampaio e cols (2012) aponta que o risco de adoecer é maior nas áreas

com piores indicadores socioeconômicos, onde a população está mais exposta a adoecer.

O número de moradores por cômodo foi maior nas famílias que tinham contato com

hanseníase, com 40,0% das residências com 03 ou mais moradores por cômodo. Esse

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60

resultado diverge ao de Carvalho (2012), que evidenciou percentagem de 85,1% dos

domicílios com 01 ou menos moradores por cômodo da residência.

Geralmente, os doentes são adultos jovens oriundos das classes sociais mais pobres da

população e que referem a existência de outro caso de hanseníase na família (LOMBARDI;

FERREIRA, 1990).

A hanseníase, além de estar relacionada a fatores individuais (resposta imunológica), é

uma doença diretamente ligada à pobreza, condições sanitárias e de habitação desfavoráveis,

visto que a aglomeração de pessoas propicia maior disseminação do bacilo através da via

respiratória (LOMBARDI; FERREIRA, 1990; BAKKER e cols, 2006; BRASIL, 2006;

DESSUNTI e cols, 2008; IMBIRIBA e cols, 2009; DECLERCQ, 2011).

Em nossa pesquisa a maior parte dos domicílios era de tijolo (70,8%), contudo uma

parte foi construída de madeira (16,7%), o que pode revelar o baixo poder econômico

apresentado pelas famílias. Em relação ao abastecimento de água 66,7% das famílias

utilizavam poço ou nascente. A maioria das famílias não realizava qualquer tipo de tratamento

da água, sendo abastecidos predominantemente por poço ou nascente. Utilizavam fossa como

destino dos dejetos e costumavam enterrar ou queimar o lixo que produziam.

O estudo realizado por Vieira e cols (2008) em localidade no interior do Estado de São

Paulo, demonstra resultados divergentes aos encontrados nessa pesquisa, onde grande parte

das famílias possuía abastecimento público de água, coleta de lixo e sistema de esgoto.

Como aspectos econômicos podem influenciar as formas de enfrentamento dos

problemas de saúde, essa é uma questão que deve ser utilizada como parâmetro para avaliar a

situação de saúde de uma região, apresentando indicadores capazes de detectar condições de

risco à saúde advinda de uma precária condição socioeconômica (GERHARDT, 2006;

SAMPAIO e cols, 2012).

Precárias condições de saúde, falta de higiene e de saneamento básico, corroboram para

propensão à hanseníase (SAAD e cols, 1990; ARAÚJO, 2003).

Os baixos indicadores socioeconômicos observados nos contatos de casos de hanseníase

e a elevada incidência de hanseníase encontrados neste estudo estão de acordo com os

resultados de pesquisas de Cury e cols (2012) em São José do Rio Preto – SP e Sampaio e

cols (2012) em Vitória – ES.

A hanseníase ocorre em qualquer classe social, porém, prevalece nas camadas

socioeconômicas mais baixas, sendo a manifestação das relações culturais e econômicas dos

grupos em sua coletividade (LOUREIRO e cols, 2006; SAMPAIO e cols, 2012).

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Entre os contatos investigados o maior percentual encontrado foi do sexo feminino

(52,7%), sendo este resultado similar ao estudo de Leite e cols (2009) em Buriticupu – MA

(54,1%); Peixoto e cols (2011) em São Luís – MA com (50,3%); Campos e cols (2005) em

Sobral – CE (50,3%); Amador (2004) em Belém – PA (59,4%) e Souza e cols (2011) em

Maceió – AL com (64,8%).

A faixa etária acima de 14 anos foi a mais encontrada em estudos como de Peixoto e

cols (2011), Pinto Neto e cols (2002), Amador (2004), Leite e cols (2009) e Silva e cols

(2011). Resultados encontrados por Dessunti e cols (2008), Talhari e Neves (1997) e Vieira e

cols (2008) corroboram com os demais, onde mais de 70,0% dos contatos estão na faixa etária

até 40 anos de idade, tais achados demonstram que os contatos estão concentrados na faixa

etária mais jovem e produtiva da vida. Fato este semelhante ao encontrado neste estudo, onde

a faixa etária mais frequente foi de 05 a 09 anos (26,8%) seguida da faixa de 20 a 39 anos

(24,1%).

Devido ao elevado número de contatos jovens, verificou-se um percentual também

acentuado de estudantes (44,6%), em concordância com os resultados de Vieira e cols (2008).

Observou-se ainda como dado importante o número de contatos trabalhando como agricultor

(24,1%), o que vem ao encontro de informação do IBGE (2010) que indica a agricultura como

uma das principais atividades econômicas do município de Maracaçumé.

Em relação à escolaridade quase metade dos contatos tinham até o ensino fundamental

incompleto (48,2%) e 9,0% eram analfabetos. A população pesquisada por Carvalho (2012)

na microrregião de Almenara no Estado de Minas Gerais obteve percentuais equivalentes ao

de nossa pesquisa.

Entre os contatos com diagnóstico de hanseníase a maioria era do sexo masculino

(85,7%), com apenas 01 caso do sexo feminino (14,3%). Em estudo de Peixoto e cols (2011)

a maioria também era do sexo masculino (63,2%), no entanto na pesquisa de Lobo e cols

(2011) houve diferença mínima entre os sexos de apenas 2,0%, predominando o feminino.

Quanto à idade, quase metade dos casos (42,8%) estavam na faixa de 20 a 39 anos e

100,0% acima de 14 anos de idade. Divergindo dos resultados de Peixoto e cols (2011) onde

68,4% de contatos doentes tinham idade superior a 14 anos. Já Lobo e cols (2011)

demonstraram a faixa etária de até 15 anos com maior frequência (25,0%).

A maior ou menor prevalência dos diversos grupos etários depende da exposição aos

doentes multibacilares com bacilos viáveis. Segundo Norman e cols (2004), Veronesi e

Focaccia (2005) e, Peixoto e cols (2011) a idade dos doentes varia desde a infância até as

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pessoas mais idosas, contudo é mais prevalente em adulto jovem como o encontrado em nossa

pesquisa.

A detecção de hanseníase em crianças é considerada um indicador de prevalência da

doença na população geral e essa detecção é importante para determinar o nível de

transmissão (BRASIL, 2008a). Embora o município de estudo seja hiperendêmico para a

doença, no período da pesquisa não foram detectados casos em menores de 15 anos, contudo

vale ressaltar que 28,6% dos contatos doentes tinham idade entre 15 e 19 anos.

A média de idade na faixa de 20 a 39 anos dos contatos doentes poderia ser explicada,

de acordo com o (IBGE, 2010), pelo fato de a população brasileira ser uma população jovem

e como relatam Durães e cols (2010), a idade de adoecimento por hanseníase se situar numa

faixa etária mais elevada, devido à cobertura da vacinação BCG ou a características

específicas da doença e da endemia na região em estudo.

De acordo com o grau de parentesco do contato com o caso índice foi identificado na

pesquisa que predominou nos contatos doentes, a relação de parentesco de primeiro grau

(71,4%). Durães e cols (2005) apresentaram resultado similar ao de nossa pesquisa com

67,0% e percentagem menor foi demonstrada no estudo de Peixoto e cols (2011) com 65,8%.

Dessunti e cols (2008) identificaram que 40,6% dos contatos doentes eram filhos/as dos casos

índices, compondo uma parte da categoria de parentesco de primeiro grau proposta por essa

pesquisa. Assim como Souza e cols (2011) que relatam em seu estudo que 31,5% eram filhos

que adoeceram.

Esposo/a ou companheiro/a representaram 17,8% das relações de parentesco na

pesquisa de Dessunti e cols (2008), em nosso estudo essa categoria cônjuge obteve resultado

menor com 14,3% dos casos. Conte e cols (2009) apresentaram para essa categoria o maior

percentual com 23,0%, bem acima do encontrado nessa pesquisa.

Outros não consanguíneos representaram 14,3% no estudo, sendo que em Peixoto e cols

(2011) esse valor foi maior, onde 21,1% dos contatos doentes apresentaram essa relação com

o caso índice.

Em estudo realizado por Durães e cols (2005) evidenciou que a vigilância dos contatos

deve ser vista com a real importância que representa na cadeia epidemiológica da hanseníase,

uma vez que embora existam outros fatores de risco para a doença (fatores ambientais, sociais

e epidemiológicos), a consanguinidade também está associada à transmissão.

A situação vacinal dos contatos indicou que 83,9% tinha uma cicatriz vacinal de BCG.

Dos contatos que adoeceram 28,6% não possuíam cicatriz vacinal, valor bastante acima do

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encontrado nos contatos não doentes de apenas 2,8%. Os contatos que apresentavam duas

cicatrizes vacinais eram 12,4% nos contatos não doentes e 0,0% em contatos doentes. Souza e

cols (2011) relatam uma elevada percentagem de contatos sem cicatriz vacinal 35,2% e duas

cicatrizes foram registradas em 12,9% dos contatos, sendo similar ao encontrado na pesquisa.

Nesse estudo a proporção de contatos vacinados identificados foi bem acima do relatado

por alguns estudos. Isso evidencia que os serviços de saúde ofertados no município de

Maracaçumé – MA desempenharam de forma mais satisfatória uma das medidas de controle

em relação aos contatos que é a vacinação de BCG-ID, diferentemente do apresentado em

outras localidades (MATOS e cols, 1999; AMADOR, 2004; LEITE e cols, 2009; PEIXOTO e

cols, 2011).

Com relação à classificação operacional houve predomínio da classificação operacional

multibacilar e forma clínica dimorfa entre os contatos com hanseníase apresentando a mesma

percentagem (85,7%). Os graus de incapacidade 0 (zero) e 1 (um) predominaram entre os

contatos doentes e tiveram a mesma percentagem (42,8%). Lastória e Putinatti (2004)

obtiveram em pesquisa de busca ativa, resultado em desacordo com o encontrado em nosso

estudo, apresentando a totalidade dos casos com grau de incapacidade 0 (zero) (100,0%),

onde parte dos participantes era de contatos de casos novos.

No presente estudo, a identificação de maior percentagem de contatos multibacilares

assemelhou-se ao relatado por Peixoto e cols (2011) em outra área endêmica do Maranhão e

Vieira e cols (2008). Divergiu dos estudos de Goulart e cols (2008), e Lobo e cols (2011)

onde a maioria dos contatos com hanseníase era paucibacilar. O acompanhamento

sistemáticos dos contatos por 5 (cinco) anos, nesses dois últimos estudos, pode ter propiciado

a identificação de contatos doentes no início do desenvolvimento da doença, refletindo na

acentuada frequência de casos paucibacilares.

A identificação da classificação operacional multibacilar entre contatos pode, conforme

Lana e cols (2004), Lastória e Putinatti (2004) e Goulart e cols (2008) estar refletindo

inconformidades na vigilância de contatos, com diagnósticos tardios propiciando a

manutenção da cadeia de transmissão da doença.

Quando se analisou a classificação operacional dos CIs dos contatos com hanseníase,

observou-se, sem exceção que todos os CIs eram multibacilares, resultado próximo ao

encontrado em estudo de Matos e cols (1999) com 72,2% de CIs multibacilares e, diferente da

pesquisa de Vieira e cols (2008) com 66,6% de multibacilares e Leite e cols (2009) que

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apresentaram apenas 35,6% contudo tais estudos não relacionam casos índices à presença da

doença no contato.

Nesse estudo na maioria dos contatos o CI era da forma clínica virchowiana (42,85%).

Já em estudo de Vieira e cols (2008) foi identificado maior frequência de contatos cujos casos

índices eram da forma dimorfa (49,9%), assim como em estudo de Leite e cols (2009) que

identificaram maior frequência de dimorfos (23,3%). Souza e cols (2011) apresentaram em

estudo predomínio de casos índices da forma clínica virchowiana com 61,1%, percentagem

acima do encontrado nessa pesquisa.

Na variável tempo de convívio do contato com o CI antes de iniciado o tratamento do

CI, as maiores frequências foram dos intervalos de 13 a 24 meses (42,8%), seguido de 61

meses ou mais (28,6%) demonstram que esses contatos ficaram expostos ao Mycobacterium

leprae por longo período antes do início do tratamento do CI, o que também foi referido no

estudo de Carvalho (2012) onde 70,6% dos indivíduos conviveram com o caso índice de

hanseníase por pelo menos oito anos antes da data do diagnóstico, indicando maior período de

exposição do contato do que o encontrado em nossa pesquisa.

Como a maioria dos contatos doentes era de adulto jovem em idade produtiva, inferir-se

que a exposição desses indivíduos pode ter ocorrido na adolescência e início da fase adulta,

uma vez que o período de incubação é longo. Alguns autores apresentam diferentes períodos

de incubação, Chin (2002) informa um período de nove meses a 20 anos, Brasil (2008a) de

dois a sete anos e Margarido e Rivitti (2006), Dessunti e cols (2008) de 3 a 5 anos.

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8 CONCLUSÃO

O município de Maracaçumé mantém uma elevada cadeia de transmissão da hanseníase,

onde coeficientes de detecção apresentam um comportamento hiperendêmico da doença no

município com tendência de crescimento ao longo dos anos. Evidenciado por dados do

SINAN de 2012 em que a incidência da doença foi de 167,17 casos por 100 mil habitantes,

bem acima dos encontrados no Estado do Maranhão e no Brasil.

O conhecimento fornecido por esse estudo da análise da prevalência de hanseníase entre

contatos domiciliares no município foi de suma relevância, vislumbrando subsidiar medidas e

estratégias para modificar o quadro da doença no município.

Os resultados demográficos demonstraram que a população de contatos (com

hanseníase e sem hanseníase) apresentou diferenças em relação a sexo e idade, e similaridade

em relação à cor declarada.

Foi evidenciada no período do estudo uma prevalência da doença entre os contatos de

6,3%, percentual considerado elevado em relação a outros estudos. Com isso, pode-se inferir

que o exame clínico dos contatos é de suma importância nos países endêmicos.

Os contatos domiciliares dos casos índices são apontados como principais elos nessa

rede de transmissão da hanseníase, no município local do estudo a pesquisa indicou um

período prolongado de convívio dos casos índices antes de início do tratamento com seus

respectivos contatos, com período superior a 12 meses em 85,7% dos casos.

Os agravos à saúde passam a ser alvo de maior atenção por parte dos gestores quando

causam prejuízo econômico ou têm repercussão social, sendo assim tal agravo merece atenção

de gestores do município de Maracaçumé, uma vez que entre contatos doentes 85,7% desses

estavam na faixa etária economicamente ativa, podendo trazer consigo deformidades físicas e

consequentemente incapacidades motoras, sendo a carga de preconceitos relacionada à doença

nessa população.

A avaliação dos contatos de casos índices de hanseníase possibilitou a descoberta e o

diagnóstico de um (01) caso novo da forma multibacilar, antes não identificado. Sendo esse

caso fonte de infecção da doença, o tratamento do mesmo contribuirá assim para a quebra da

cadeia epidemiológica de transmissão da doença e consequentemente a redução de casos na

localidade.

Considerado a importância epidemiológica dos contatos apresentada nesse estudo,

recomenda-se intensificar ações de acompanhamento e busca ativa dos mesmos e de educação

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em saúde sobre aspectos etiológicos da doença para a população em geral e em especial para

as famílias com casos diagnosticados.

Dessa forma, com a vigilância e controle dos contatos de hanseníase, tarefa essa árdua e

complexa, será possível caminhar para o controle desse agravo em Maracaçumé.

Recomenda-se, ainda a continuidade de estudos na localidade e a realização de busca

ativa de casos em outros grupos populacionais, por ser possível existir mais casos ainda não

diagnosticados, visto ser um município hiperendêmico para a hanseníase.

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ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

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APÊNDICE A: FORMULÁRIO APLICADO AO CONTATO DO CASO

ÍNDICE DE HANSENÍASE

I. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO CONTATO:

1. Nome:

2. Sexo: ( )masculino ( )feminino

3. Data de nascimento:

4. Idade:

II. DADOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA FAMÍLIA:

5. Renda familiar: _______________

6. Número de indivíduos residentes no domicílio: _________

7. Número de cômodos: _______

8. Tipo de construção da casa: ( )tijolo ( )taipa revestida

( )taipa não revestida ( )madeira ( )material reaproveitado

( )outro – especificar _______________

9. Destino dos dejetos: ( ) sistema de esgoto – rede geral

( )fossa ( )céu aberto

10. Destino do lixo: ( )queimado ou enterrado

( )céu aberto ( )coleta pública

11. Tratamento da água no domicílio: ( )filtração

( )fervura ( )cloração ( )sem tratamento

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12. Abastecimento de água: ( )rede pública

( )poço ou nascente ( )outros – especificar_____________________

III. DADOS DEMOGRÁFICOS:

13. Estado civil: ( ) casado(a)/união consensual ( ) solteiro(a)

( ) divorciado(a) viúvo(a) ( )outro________________

14. Escolaridade

( )analfabeto ( )fundamental incompleto ( )fundamental completo ( )ensino médio

incompleto ( )ensino médio completo ( )ensino superior completo/incompleto

15. Ocupação:

16. Cor referida: ( )branca ( )preta ( )parda ( )amarela

IV. DADOS REFERENTES À HANSENÍASE:

17. Forma clínica: ( )indeterminada ( )tuberculóide ( )dimorfa

( )virchowiana ( )não classificada

18. Classificação operacional: ( )paucibacilar ( ) multibacilar

19. Grau de incapacidade no diagnóstico: ( )grau zero ( )grau 1 ( )grau 2

( )não avaliado

20. Situação vacinal de BCG: ( )zero cicatriz vacinal

( )uma cicatriz vacinal ( )duas cicatrizes vacinais

21. Data do início dos sintomas: __________

22. Data do diagnóstico da doença:__________

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23. Data do início do tratamento:___________

24. Grau de parentesco com o caso índice: ( )1-primeiro grau (pai, mãe, filhos, irmão)

( )2-segundo grau (tios, sobrinhos, avós) ( )3-cônjuge

( )outros não consanguíneos (enteados, cunhados, esposa do tio, amigo, etc.)

25. Modo de detecção da hanseníase: ( )por demanda espontânea após procurar UBS ao

perceber manchas pelo corpo

( )após procurar UBS apresentando queixa não relacionada à doença

( )encaminhamento ( ) exame de coletividade e/ou busca ativa

( )exame de contatos ( ) outros modos

( )ignorado

26. Tempo de convivência do contato com o caso índice antes do início do tratamento do caso

índice:___________

27. Forma clínica do caso índice: ( )indeterminada ( )tuberculóide ( )dimorfa

( )virchowiana ( )não classificada

28. Classificação operacional do caso índice: ( )paucibacilar ( ) multibacilar

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APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO: CONTATO ADULTO

Estamos convidando você para participar da pesquisa intitulada “Estudo de casos

prevalentes de Hanseníase entre contatos domiciliares no município de Maracaçumé-MA”.

Você está sendo convidado(a) porque tem uma pessoa na sua casa que está fazendo

tratamento para a hanseníase.

A partir das explicações sobre essa pesquisa gostaríamos de sabem se você concorda em

participar da mesma. Mas se você não desejar fazer parte na pesquisa, não é obrigado. E se ao

longo da conversa você não quiser mais participar, poderá retirar seu consentimento ou

interromper a sua participação a qualquer momento. Você só participa se quiser e a recusa em

participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido(a).

Como você tem uma pessoa na sua casa com hanseníase nós precisaremos fazer uma

avaliação de sua pele, caso seja observado sinais da hanseníase você será encaminhado para

avaliação com um médico que irá confirmar ou não a doença. Se a doença for confirmada nós

iremos conversar com você e faremos algumas perguntas que serão escritas em um papel.

Caso você tenha a doença nós queremos conhecer melhor alguns aspectos relacionados

com sua escolaridade, idade, como é sua casa, como foi a forma de descoberta da doença, o

início dos sintomas da doença e início do tratamento.

Para participar deste estudo, você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer

vantagem financeira. Pode haver algumas palavras que não entenda ou coisas que você quer

que eu explique mais detalhadamente porque você ficou mais interessado ou preocupado. Por

favor, peça que pare a qualquer momento e eu explicarei. Você pode perguntar qualquer coisa

sobre a pesquisa e estará livre para participar ou recusar-se a participar.

Este estudo apresenta como risco, a sensação de vergonha devido à exposição do corpo

para realização da avaliação e desconforto físico em alguns momentos devido às técnicas

utilizadas para avaliação da pele. Havendo necessidade, poderemos encaminhá-lo para outros

profissionais que ajudarão você a superar as sensações desagradáveis. E tem como benefícios

a possibilidade da realização de um diagnóstico e tratamento precoce e correto, que pode

ajudar no combate à doença, contribuindo ainda com a diminuição do número de pessoas que

adoecem de hanseníase no município.

Não falaremos para outras pessoas que você está nesta pesquisa e também não

dividiremos informação sobre você para qualquer um que não trabalha na pesquisa. Asseguro

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que as informações dadas por você são segredos e serão utilizadas somente para esta pesquisa.

O seu nome não aparecerá nos resultados da pesquisa.

Caso você concorde em participar, assine o presente documento, nas duas vias de igual

teor. Uma cópia ficará em seu poder e a outra será arquivada em um local seguro pela

pesquisadora responsável.

Em caso de dúvidas sobre a pesquisa, entrar em contato com a pesquisadora

responsável, Profª Drª Dorlene Maria Cardoso de Aquino pelo telefone 33019700. Havendo

questões éticas relativas a esta pesquisa, entrar em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa do HUUFMA pelo telefone 21091250.

Li ou alguém leu para mim este Termo de Assentimento e fui informada(o) sobre a

pesquisa “Estudo de casos prevalentes de Hanseníase entre contatos domiciliares no

município de Maracaçumé-MA”, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei

que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de

participar se assim o desejar. Concordo em participar da pesquisa.

Maracaçumé, ____ de ______________ de _______

_______________________________________

Profª. Dra. Dorlene Maria Cardoso de Aquino

Pesquisadora responsável

___________________________________

Nome completo do contado adulto de hanseníase

______________________________ ou Impressão dactiloscópica

Assinatura do(a) adulto contato de hanseníase

(Para os sem escolaridade)

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APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO: RESPONSÁVEIS PELO CONTATO MENOR DE

IDADE

Estamos convidando o(a) menor sob a sua responsabilidade para participar da pesquisa

intitulada “Estudo de casos prevalentes de Hanseníase entre contatos domiciliares no

município de Maracaçumé-MA”. Ele (ela) está sendo convidado(a) porque tem uma pessoa na

casa em que ele mora que está fazendo tratamento para a hanseníase.

A partir das explicações sobre essa pesquisa gostaríamos de sabem se você concorda

que ele(a) participe da mesma. Mas se você não desejar que ele(a) faça parte na pesquisa, não

é obrigado.

Como o menor sob a sua responsabilidade convive com uma pessoa em casa com

hanseníase nós precisaremos fazer uma avaliação da pele dele(a), caso seja observado sinais

da hanseníase ele(a) será encaminhado para avaliação com um médico que irá confirmar ou

não a doença. Se a doença for confirmada nós iremos conversar com ele(a) e faremos algumas

perguntas que serão escritas em um papel.

Caso ele(a) tenha a doença nós queremos conhecer melhor alguns aspectos relacionados

com escolaridade dele(a), idade, como é a casa que ele(a) mora, como foi a forma de

descoberta da doença, o início dos sintomas da doença e início do tratamento.

Para participar deste estudo, ele(a) não terá nenhum custo, nem receberá qualquer

vantagem financeira. Ele(a) será esclarecido(a) em qualquer aspecto da pesquisa que desejar e

estará livre para participar ou recusar-se a participar. Você, como responsável pelo(a) menor,

poderá retirar seu consentimento ou interromper a participação dele a qualquer momento. A

participação dele(a) é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade

ou modificação na forma em que é atendido(a).

Este estudo pode apresentar como risco para seu filho(a) ou menor sob sua

responsabilidade, a sensação de vergonha devido à exposição do corpo para realização da

avaliação e desconforto físico em alguns momentos devido às técnicas utilizadas para

avaliação da pele. Havendo necessidade, poderemos encaminhá-lo para outros profissionais

que ajudarão seu filho(a) ou o (a) menor sob sua responsabilidade a superar as sensações

desagradáveis. E tem como benefícios a possibilidade da realização de um diagnóstico e

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tratamento precoce e correto, que pode ajudar no combate à doença, contribuindo ainda com a

diminuição do número de pessoas que adoecem de hanseníase no município.

Asseguro que as informações dadas por seu filho ou por sua filha são sigilosas e serão

utilizadas somente para esta pesquisa. O seu nome e do seu filho(a) ou o(a) menor sob sua

responsabilidade não aparecerão nos resultados da pesquisa.

Caso você concorde com a participação do seu filho ou filha ou o(a) menor sob sua

responsabilidade, assine o presente documento, nas duas vias de igual teor. Uma cópia ficará

em seu poder e a outra será arquivada em um local seguro pela pesquisadora responsável.

Em caso de dúvidas sobre a pesquisa, entrar em contato com a pesquisadora

responsável, Profª Drª Dorlene Maria Cardoso de Aquino pelo telefone 33019700. Havendo

questões éticas relativas a esta pesquisa, entrar em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa do HUUFMA pelo telefone 21091250.

Li ou alguém leu para mim este Termo de Consentimento e fui informada(o) sobre a

pesquisa “Estudo de casos prevalentes de Hanseníase entre contatos domiciliares no

município de Maracaçumé-MA”, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei

que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de

participar se assim o desejar. Concordo que meu filho/filha ou menor sob a minha

responsabilidade participe da pesquisa.

Maracaçumé, ____ de ______________ de _______

_______________________________________

Profª. Dra. Dorlene Maria Cardoso de Aquino

Pesquisadora responsável

___________________________________

Nome completo do responsável

______________________________ ou

Assinatura do(a) responsável Impressão datilográfica do(a)

responsável (para os sem escolaridade)

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APÊNDICE D - TERMO DE ASSENTIMENTO: CONTATO

ADOLESCENTE

Estamos convidando você para participar da pesquisa intitulada “Estudo de casos

prevalentes de Hanseníase entre contatos domiciliares no município de Maracaçumé-MA”.

Você está sendo convidado (a) porque tem uma pessoa na sua casa que está fazendo

tratamento para a hanseníase.

Discutimos esta pesquisa com seus pais ou responsáveis e eles sabem que também

estamos verificando se você concorda em participar. Mas se você não desejar fazer parte na

pesquisa, não é obrigado, até mesmo se seus pais concordarem. Se você não quiser mais

participar, poderá retirar seu consentimento ou interromper a sua participação a qualquer

momento. Você só participa se quiser e a recusa em participar não acarretará qualquer

penalidade ou modificação na forma em que é atendido(a).

Como você tem uma pessoa na sua casa com hanseníase nós precisaremos fazer uma

avaliação de sua pele, caso seja observado sinais da hanseníase você será encaminhado para

avaliação com um médico que irá confirmar ou não a doença. Se a doença for confirmada nós

iremos conversar com você e faremos algumas perguntas que serão escritas em um papel.

Caso você tenha a doença nós queremos conhecer melhor alguns aspectos relacionados

com sua escolaridade, idade, como é sua casa, como foi a forma de descoberta da doença, o

início dos sintomas da doença e início do tratamento.

Para participar deste estudo, você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer

vantagem financeira. Pode haver algumas palavras que não entenda ou coisas que você quer

que eu explique mais detalhadamente porque você ficou mais interessado ou preocupado. Por

favor, peça que pare a qualquer momento e eu explicarei. Você pode perguntar qualquer coisa

sobre a pesquisa e estará livre para participar ou recusar-se a participar.

Este estudo apresenta como risco, a sensação de vergonha devido à exposição do corpo

para realização da avaliação e desconforto físico em alguns momentos devido às técnicas

utilizadas para avaliação da pele. Havendo necessidade, poderemos encaminhá-lo para outros

profissionais que ajudarão você a superar as sensações desagradáveis. E tem como benefícios

a possibilidade da realização de um diagnóstico e tratamento precoce e correto, que pode

ajudar no combate à doença, contribuindo ainda com a diminuição do número de pessoas que

adoecem de hanseníase no município.

Page 81: HANSENÍASE ENTRE CONTATOS DOMICILIARES NO …...Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde da Família) - Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 80p. RESUMO A hanseníase

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Não falaremos para outras pessoas que você está nesta pesquisa e também não

dividiremos informação sobre você para qualquer um que não trabalha na pesquisa. Asseguro

que as informações dadas por você são segredos e serão utilizadas somente para esta pesquisa.

O seu nome não aparecerá nos resultados da pesquisa.

Caso você concorde em participar, assine o presente documento, nas duas vias de igual

teor. Uma cópia ficará em seu poder e a outra será arquivada em um local seguro pela

pesquisadora responsável.

Em caso de dúvidas sobre a pesquisa, entrar em contato com a pesquisadora

responsável, Profª Drª Dorlene Maria Cardoso de Aquino pelo telefone 33019700. Havendo

questões éticas relativas a esta pesquisa, entrar em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa do HUUFMA pelo telefone 21091250.

Li ou alguém leu para mim este Termo de Assentimento e fui informada(o) sobre a

pesquisa “Estudo de casos prevalentes de Hanseníase entre contatos domiciliares no

município de Maracaçumé-MA”, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei

que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de

participar se assim o desejar. Concordo em participar da pesquisa.

Maracaçumé, ____ de ______________ de _______

_______________________________________

Profª. Dra. Dorlene Maria Cardoso de Aquino

Pesquisadora responsável

___________________________________

Nome completo do adolescente com idade igual

ou superior a 14 anos e inferior a 18 anos

______________________________ ou

Assinatura do(a) adolescente

Nome do responsável legal: _________________________________________

Impressão dactiloscópica

(Para os adolescente sem

escolaridade)