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TEMPO TROVOADAS MIN 24 MAX 28 HUMIDADE 80-95% • CÂMBIOS EURO 10.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 11 DE MAIO DE 2012 ANO XI Nº 2607 PUB Ter para ler “Assinei, mas não sei o que é”, confirmou um dos alunos interpelados pelo Hoje Macau. Quem já não pode ouvir falar no assunto é Kwan Tsui Hang, que defende os que recolheram as assinaturas. PÁGINA 2 PEDIDO FOI HÁ DOIS ANOS EUA cedem e deixam China comprar banco americano pela primeira vez PÁGINA 7 IDOSOS GRATOS Novo milénio com melhorias reconhecidas PÁGINA 4 FORÇAS DE SEGURANÇA Aumentos após 20 anos PÁGINA 3 ARRANCA EM SETEMBRO Fórum Global de Turismo para dinamizar o território PÁGINA 5 O Hoje Macau falou com os menores que assinaram a proposta de Reforma Política. Sem perceberem o que estavam a fazer Tácticas infantis h Fisiognomonia O que diz uma face

Hoje Macau 11 MAI 2012 #2608

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Edição do Hoje Macau de 11 de Maio de 2012 • Ano X • N.º 2608

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Page 1: Hoje Macau 11 MAI 2012 #2608

TEMPO TROVOADAS MIN 24 MAX 28 HUMIDADE 80-95% • CÂMBIOS EURO 10.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 11 DE MAIO DE 2012 • ANO XI • Nº 2607

PUB

Ter para ler

“Assinei, mas não sei o que é”, confirmou um dos alunos interpelados pelo Hoje Macau. Quem já não pode ouvir falar no assunto é Kwan Tsui Hang, que defende os que recolheram as assinaturas. PÁGINA 2

PEDIDO FOI HÁ DOIS ANOS

EUA cedeme deixam China comprar banco americano pela primeira vez

PÁGINA 7

IDOSOS GRATOS

Novo milénio com melhorias reconhecidas

PÁGINA 4

FORÇAS DE SEGURANÇA

Aumentosapós 20 anos

PÁGINA 3

ARRANCA EM SETEMBRO

Fórum Global de Turismo para dinamizar o território

PÁGINA 5

O Hoje Macau falou com os menores que assinaram a proposta de Reforma Política. Sem perceberem o que estavam a fazer

Tácticas infantis

h• FisiognomoniaO que diz uma face

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2 política sexta-feira 11.5.2012www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

NA primeira reunião ordinária do Conselho

Consultivo para o Reor-denamento dos Bairros Antigos, a questão do pla-neamento urbanístico foi o ponto de discussão do dia. Depois da apresentação do texto, actualmente sob con-sulta pública, o deputado da Assembleia Legislativa (AL) José Chui Sai Peng falou da necessidade de acelerar os trabalhos legis-lativos, para que a revisão da Lei de Terras e a pro-posta sobre o planeamento urbanístico cheguem ao hemiciclo ainda este ano.

Sobre o planeamento

Cecília [email protected]

A deputada Kwan Tsui Hang, que também é a vice-presidente da Associação Geral dos

Operários de Macau (AGOM), está zangada com toda a questão à volta do vídeo que mostra uma criança a assinar uma das propostas da reforma política (a governa-mental) – disse mesmo que não iria tolerar mais acusações de que os inquéritos feitos aos cidadãos na rua e nas escolas carecem de validade.

O Hoje Macau visitou duas escolas – onde a Federação das As-sociações dos Operários de Macau (FAOM) admitiu ter distribuído petições para fazer os inquéritos aos alunos – para saber se a criança

Além da miúda do vídeo, houve outros menores a assinarem a proposta de Reforma Política do Governo. Mesmo sem perceberem porquê

Reforma política Polémica da assinatura da criança continua

“Assinei, mas não sei o que é”

Deputado quer Leis de Terras e Planeamento Urbanístico juntas na AL

Legislação a alta velocidade

do vídeo era caso único. Não era. Mais: as respostas directas dos alunos talvez até surpreendam a deputada.

“Assinei, mas não percebi mui-to bem”, disse um aluno da Escola Secundária Técnico-Profissional da Associação Geral dos Operários de Macau (ESTPAGOM), que não teve problemas em dizer o nome, mas que o Hoje Macau optou por preservar a identidade.

Sabia existirem outras propos-tas além da distribuída pela FAOM sobre a Reforma Política (repita-se: a do Governo)? A resposta veio franca e elucidativa. “Não sei se há outras propostas, mas a FAOM dis-se que a sua proposta ia fazer bem à sociedade de Macau. De facto a maioria dos meus colegas nunca ligam à Reforma Política, ninguém quer saber. Se nos deixam assinar,

assinamos, não nos preocupamos com o que vai ser influenciado por causa disso.”

SEM ESPAÇOUm outro aluno da ESTPAGOM também assumiu as suas declarações sem embaraço, estando o seu nome oculto, mais uma vez, apenas por decisão do Hoje Macau. Afirmou que não assinou o papel para apoiar a proposta de “2+2+100” porque, embora estude no último ano da escola secundária, não conseguiu entender a proposta. “Fui requerido para preencher um inquérito sobre a Reforma Política, mas não tinha espaço para escrever a minha opi-nião. Só houve questões de múltipla escolha. Não percebi as opções, não escolhi nenhuma.”

Sobre todo o processo, também partilhou a sua opinião, nomea-damente em relação ao polémico vídeo. “Não concordo com o que a FAOM fez, aquela criança do vídeo não tem capacidade de dar opinião sobre a Reforma Política, embora a mãe dela a tenha deixado assinar.”

DISTRIBUIÇÃO INVISÍVELSe estes dois alunos expressaram sem papas na língua as suas opiniões e relataram candidamente tudo o que tinha acontecido, nos alunos mais novos já não se registou a mesma abertura. O Hoje Macau foi à Escola Filhos e Irmãos dos Operários de Macau, o outro estabelecimento de ensino onde a FAOM admitiu ter en-tregue a proposta. Quando abordados sobre o documento e a sua possível assinatura, os estudantes afirmaram desconhecê-lo. “Qual assinatura?”, perguntou um. “É aquele evento da televisão!”, atirou outro. Lá foram debatendo o assunto entre eles, num pequeno grupo de colegas. Todos negaram ter assinado. “Os professo-res nunca nos deixaram este tipo de papel, nem nos disseram nada sobre a Reforma Política.”

O Hoje Macau falou com mais alunos, mas ninguém admitiu se-quer ter visto o documento. O que causa estranheza, uma vez que foi a própria FAOM a confessar que o tinha distribuído lá.

Kwan Tsui Hang queixou-se anteontem na Assembleia Legis-lativa (AL) que os assistentes que zelaram pela entrega das propos-tas da Reforma Política fizeram um bom trabalho e estavam a ser injustiçados. “São gente de bom coração, embora alguns talvez não tenham explicado bem a nossa proposta para o povo”. Outros, se calhar, explicaram bem demais.

urbanístico, o Governo apela a que toda a socie-dade possa discutir sobre o tema. “O tempo é muito limitado e pretendemos que no final do ano seja enviado para a AL. É im-

portante que seja divulgada em simultâneo com a Lei de Terras, por isso o traba-lho vai ser muito.”

Quanto a esta legisla-ção, em vigor há cerca de 30 anos, “é um problema

com o qual todos estão preocupados, mas tudo depende dos trabalhos e de como irá decorrer todo o processo”, acrescentou José Chui Sai Peng.

Na reunião, os mem-

bros do Conselho Consul-tivo levantaram algumas dúvidas face à criação do Conselho do Planeamento Urbanístico. “Estavam preocupados com os mem-bros do conselho, falaram sobre a transparência dos processos e também so-bre o equilíbrio entre os interesses públicos e privados:”

Receios à parte, a consulta pública prosse-gue. “Dissemos que este projecto não é de lei, mas já definimos alguns princípios”, afirmou José Chui Sai Peng. “Fizemos uma apresentação ao por-menor, para que o mais brevemente possível con-sigamos um consenso.”

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HOJE

MAC

AU

CONTINUAM MANIFESTAÇÕES CONTRA REFORMA POLÍTICA

3políticasexta-feira 11.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

FOI aprovada na generali-dade a proposta de lei das remunerações acessórias para as Forças de Segu-

rança, ainda que grande parte dos deputados não se tenha mostrado muito favorável às decisões inclu-ídas no diploma.

Ontem, no terceiro dia de ple-nário na Assembleia Legislativa (AL), os membros do hemiciclo contestaram o facto de a lei apenas se cingir a uma actualização destes apoios financeiros, ao invés de existir uma subida nos salários de todos os profissionais.

A lei define que apenas alguns membros das Forças de Segurança tenham estas remunerações aces-sórias. São eles, por exemplo, a Polícia Judiciária, os condutores de veículos especiais, o grupo de

Vinte anos depois, os agentes das Forças de Segurança vêem actualizadas as remunerações acessórias. Contudo, a proposta desagradou aos deputados, que queriam mais. Esse mais, diz o secretário para a Segurança, não depende dele NA terça-feira já tinha come-

çado a ser discutida, mas só ontem conseguiu ser aprovada. A Lei de Segurança Alimentar passou por unanimidade na generalidade no plenário da Assembleia Legisla-tiva (AL), curiosamente recorrendo a uma forma antiga de votar: levan-tar o braço, devido a uma avaria no quadro electrónico.

Mas se este foi um momen-to descontraído no hemiciclo, momentos antes os deputados continuaram a discutir sobre o conteúdo da proposta, que dizem não estar bem clara.

Apesar de todos concordarem com a implementação da lei, estão preocupados com os pequenos restaurantes do território – dado os valores elevados das multas -, porque consideram que as normas não estão bem perceptíveis. “Se um restaurante está licenciado, mas usa aditivos alimentares problemáticos, de quem é a culpa?”, interrogou Chan Chak Mo. “Como pode o proprietário saber que os dim-sum que está a cozinhar têm problemas, se não tem capacidade para os analisar?”

Uma vez que a maioria dos produtos de Macau são importa-dos da China, e já que a lei pune fiscalização da produção e gestão, os deputados têm dúvidas em como saber quem é o responsável pela deterioração dos produtos. André Cheong, director dos Serviços para os Assuntos de Justiça, explicou que é punido quem utilizar produtos ilegais por dolo. “Se um restaurante encomendar produtos sabendo que o vendedor é ilegal então também é punido. O pressuposto da proposta é punir quem sabe do facto.”

FALTA DE TEMPOEsta lei de Segurança Alimentar chega para ser coordenada com

o Regime Jurídico das Infrac-ções contra a Saúde Pública e Economia, por este diploma não conseguir acompanhar as exigências actuais, considera o Governo. O novo diploma é mais específico e pune de forma mais severa os infractores – as multas vão das 20 mil às 600 mil patacas e penas de prisão até cinco anos.

Respondendo a Kou Hou In, que quis saber o que faz o Go-verno para avaliar os produtos importados e questionando se a responsabilidade em caso de incidente seria dos importado-res locais ou dos vendedores de fora, o Executivo garante que “os produtos importados são submetidos a inspecção à entrada em Macau”.

Ainda assim, o deputado não se mostrou satisfeito. “Quando entram em Macau são inspeccionados, mas depois vão para o armazém e depois transportados ao sol e podem-se deteriorar aí. Como saber qual a etapa em que o produto se estraga? Não há orientações de armazenamento, nem normas claras para os diferentes tipos de produtos.”

A lei entra em vigor três me-ses depois da sua aprovação na especialidade, o que os deputa-dos dizem ser pouco tempo para que os proprietários se inteirem de todas as regras. Ung Choi Kun afirma que as pequenas e médias empresas de restauração não conseguem suportar as despesas das multas. Florinda Chan discorda e assume que todas as normas estão claras, mas admite que vai dar tempo para que adaptem à lei e que, caso a infrinjam, não incorrem em sanção imediata. - J.F.

Deputados preocupados com falta de clareza da Lei de Segurança Alimentar

Restaurantes desconhecedores

Depois de um homem de 50 anos ter sido detido por escrever numa parede na Rua do Campo que a proposta de 2+2 era “mal cheirosa”, foi a vez de outra pintura a tinta preta aparecer em frente à sede do Governo. A mensagem é a mesma – a decisão de acrescentar mais dois deputados directos e mais dois indirectos não é satisfatória -, mas desconhece-se o autor. - J.F.

Forças de Segurança Deputados querem mais aumentos dos ordenados

Dependente da vontade política

operações especiais, o pelotão cinotécnico e os desmanteladores de engenhos explosivos. Estas remunerações surgem dado o elevado risco da actividade, diz o Executivo.

Para os deputados, o sistema não está correcto, tendo em conta que outras autoridades – como os agentes da Polícia de Segurança Pública dos postos fronteiriços – mereciam também ter apoios semelhantes. “Qual é o trabalho diário dos agentes que desarmam bombas ou dos negociadores?”, questionou Fong Chi Keong. “Há polícias que estão nas fronteiras e têm mais trabalho do que esses. Por que não lhes é também atribuído esse subsídio?”

Também a diferença entre as actualizações – houve agentes aumentados em 1320 patacas, enquanto outros viram os apoios subirem até às 3300 – suscitou controvérsia entre os deputados, que deixaram outras sugestões a Cheong Kuok Vá, secretário para a Segurança.

SUBIR OS ORDENADOSPara José Pereira Coutinho, o ideal seria definir um plano a longo prazo para cativar mais elementos para as Forças de Segurança do território e manter os actuais no activo. Se-gundo Cheong Kuok Vá, são cerca de 100 os funcionários que deixam o trabalho anualmente.

Coutinho utilizou uma das justificações dadas pelo Governo para a actualização das remunera-ções acessórias – a manutenção do pessoal das Forças de Segurança – para fundamentar os seus argu-

mentos. “Antes havia a atribuição de habitação aos funcionários públicos e a pensão e isso retinha os profissionais. Agora esse siste-ma foi substituído pelo regime de previdência central, que não o faz.”

A ideia dele era definir um plano que evitasse o gasto de grandes somas do erário público, mas que mantivesse o pessoal. “Os que estão no activo deixam o trabalho e depois não entram mais. Por que não se lhes dá casa?” Cheong Kuok Vá defende-se lembrando que o regime de previdência central foi aprovado pela maioria dos deputa-dos, mas admite ponderar a distri-buição de habitações novamente.

DIFERENTES ESPECIALIZAÇÕESPara outros deputados, como Fong Chi Keong e Melinda Chan, a actualização de subsídios deveria ser geral a agentes e ordenados. “Por que se está a pensar nisto quando se devia pensar em actua-lizar os regimes de remuneração, desactualizados perante os outros países?”, interrogou Fong Chi Ke-ong. Segundo ele, esta estratégia do Executivo não é suficiente para o objectivo de manter o pessoal.

Já Chan Chak Mo sugeriu uma actualização automática das remunerações – ao invés de as propostas terem de seguir para o plenário sempre que se pretenda aumentá-las.

A resposta do secretário para a Segurança reitera que os agentes precisam dos apoios financeiros dado o risco das suas actividades e diz que a diferença entre os au-mentos se deve à diversidade da especialização dos agentes.

Face às sugestões de serem aumentados todos os subsídios ou mesmo os salários das Forças de Segurança, o secretário descarta a sua responsabilidade. “Tem de haver orçamento e vontade política para isso. Cada medida está relacio-nada com a capacidade financeira do Governo.”

No total, os subsídios vão custar aos cofres da RAEM 40 milhões de patacas, ainda que este ano a despesa se fique pelos 20 milhões. Há mais de 20 anos que estas re-munerações não eram actualizadas.

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4 sociedade sexta-feira 11.5.2012www.hojemacau.com.mo

Cecília [email protected]

ONTEM foi dia de inauguração do novo posto de saúde para os idosos na Taipa.

A cerimónia decorreu com o ritmo calmo deste tipo de acon-tecimentos, mas o Hoje Macau aproveitou para visitar a Asso-ciação dos Habitantes das Ilhas Kuan Lek (AHIKL), ao lado do novo posto, e ver de perto como vivem os mais velhos em Macau.

Yu Lien, uma das idosas apoiadas pela AHIKL, falou com sobre a sua vida na Taipa. “Vivo aqui já há mais de 80 anos, desde o meu nascimento.” Satisfeita com o Governo? “Dá-nos dinhei-ro suficiente para viver, o que já é melhor do que antes da transi-ção. Porém, alguns de nós não obtiveram pensão, não tínhamos essa consciência anterior para pagar a previdência social. Eu era costureira, depois da reforma só devia receber apoio dos meus filhos. Mas este ano o Governo já me dá sete mil patacas, estou satisfeita com isso.”

Por perto, a senhora Ho, tam-bém de idade avançada, aprovei-ta para intervir na conversa. “O Governo tem de construir mais hospitais. Aqui na Taipa existem

Depósitos dos residentes aumentaram 20,1%Os depósitos dos residentes de Macau aumentaram 20,1% em Março de 2012, face ao mesmo mês do ano passado, para MOP 303,8 mil milhões, indicam dados da Autoridades Monetária de Macau. De acordo com os mesmos dados, os depósitos à ordem subiram 12,9%, para MOP 31.785,5 milhões, enquanto os depósitos a prazo registaram um crescimento de 37,1%, para MOP 183.416,7 milhões.Em forte subida estavam também, no final de Março, os depósitos de não residentes - 44,3% -, para um valor equivalente a MOP 124.614,8 milhões.

Entrada na Austrália mais fácilA aquisição de vistos de entrada na Austrália por residentes de Macau vai ser simplificada a partir de 1 de Julho, na sequência de um acordo entre os dois países. Os Serviços de Identificação de Macau e o consulado-geral da Austrália confirmaram, em comunicado ontem divulgado, ter chegado ao acordo para que todo o processo de requerimento de vistos de entrada na Austrália - independentemente do seu tipo (turista, estudante, negócios, entre outros) - corra de forma mais simplificada e rápida. Actualmente, os residentes de Macau precisam de enviar os seus passaportes a Hong Kong, para que o pedido seja processado, o que deixará de ser necessário. No ano passado, 1.485 portadores dos documentos de viagem de Macau requereram às entidades australianas em Hong Kong a concessão de vistos.

Galaxy Entertainment Group lucra mais 202%A Galaxy Entertainment Group anunciou ontem alguns resultados da operação de casinos em Macau, onde se salienta um recorde equivalente a 2.270 milhões de patacas do EBITDA, mais 202% do que no trimestre homólogo de 2011. Os dados revelados - que excluem lucros líquidos e outros elementos financeiros - indicam que o EBITDA (lucros antes de impostos, juros, apreciações e amortizações) do grupo subiu esses 202% no primeiro trimestre de 2012, face ao mesmo período do ano passado.

O Director de Constru-ção da Comunidade

e População Saudáveis do Gabinete da Região do Pacífico Ocidental da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Tieru, apontou os líderes dos paí-ses Camboja, Laos e Mon-gólia para uma deslocação a Macau, entre os dias 9 e 12 de Maio, com vista a assistirem à apresentação do trabalho sobre o Plano de Cidade Saudável de Macau, efectuando visitas in loco dos projectos de Edifício Saudável, Escola

Idosos reconhecem viver melhor do que antes da transição do território

Elogios, queixas e o desejo de um hospital

Organização Mundial de Saúde reconhece valor do projecto

Cidade Saudável marca pontosPromotora de Saúde e Macau livre de Tabaco.

A OMS espera assim partilhar a experiência de Macau quanto ao desen-volvimento dos progra-mas, assim como os seus elementos de sucesso, segundo relatou o gabi-nete de comunicação do Governo. O projecto de Cidade Saudável de Ma-cau tem obtido apoio das comissões do Governo e das associações cívicas desde a sua activação no ano de 2004, garante ainda a mesma fonte.

No dia 9, tendo Hans Tieru agradeceu, em nome da OMS, a colaboração e apoio prestado pelo Governo para que o pro-grama de formação de liderança possa desenvol-ver-se favoravelmente, manifestando ainda que todas as cidades da região enfrentam conjuntamente as diversas ameaças, como doenças transmissíveis, doenças crónicas e lesão por acidentes. Lembrou depois que não é possível depender somente dos serviços de saúde para as enfrentar, sendo necessá-ria a colaboração multi--serviços e de associações cívicas, sublinhando que a capacidade de liderança da cidade é o factor mais importante.

tantas terras ainda por usar, por que não mais um hospital para nós? Os centros ou pontos de saúde não nos satisfazem. Às vezes não quero ir ao hospital porque é tão longe que me assus-ta. E no Conde de São Januário

dizem-nos sempre que não há camas suficientes.”

INFLAÇÃO QUE CUSTAA supervisora da AHIKL, Iun Lai Peng, diz que os idosos sem filhos que os sustentem e sem qualifica-

ções para receber pensão, ainda são pobres. “Alguns apanham lixo para conseguirem poupar algum dinheiro, por causa dos aumentos de preços. O aumento de dois avos num produto de supermercado não é graves para os ricos, mas para os idosos necessitados é muito, especialmente em preços que au-mentam todos os meses. Porque o dinheiro deles não aumenta.”

PROBLEMAS QUE SUBSISTEMNormalmente, o idoso com pensão obtém pelo menos mil patacas cada mês. No entanto, se a casa do seu filho está em seu nome, ele já não pode obter a pensão. Nem habi-tação. “Há uma senhora a quem morreu o filho e a nora já casou outra vez”, conta Chan Man In, responsável pelas actividades de animação da associação. “Agora não tem espaço para a sogra morar lá, mas como a casa está em nome da idosa, o Governo não lhe dá aces-so a uma casa barata para arrendar. Conclusão: mora ela numa cabana, o que é muito normal aqui na Taipa. Embora o Governo tenha habitação pública, idosos em situações destas não podem ter bem estar.”

A AHIKL tenta fazer o que pode, mas também têm alguns lamentos. “O dinheiro do Instituto de Acção Social (IAS) não é suficiente. Dá--nos cinco patacas por dia por cada membro, mas só até 65 pessoas. É muito pouco, ainda por cima porque recebemos cerca de 100 pessoas por dia. O IAS dá mais atenção às associações maiores, como a dos Operários de Macau. Por isso temos de pedir ajuda a quem tem mais dinheiro e a outras pessoas generosas. Oxalá o Governo tam-bém olhe para os centros de apoio a idosos mais pequenos. Precisamos de mais assistentes sociais, de mais dinheiro. Em Macau, convém não esquecer, a população dos idosos não pára de aumentar.”

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5sociedadesexta-feira 11.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

OS trabalhos co-meçaram a ser preparados em Setembro do ano

passado, com a criação do Centro de Pesquisa Global de Turismo. O organismo, cuja secretária-geral é Pansy Ho, promete unir esforços com o Governo de Macau e a Câma-ra de Turismo da China para promover o Fórum Global de Turismo. A primeira edição acontece no território entre 9 a 11 de Setembro deste ano, e já está prevista a realização das duas edições seguintes em Macau, graças ao protocolo já assinado. Para além da directora-executiva da Shun Tak, a iniciativa conta com esforços de Edmund Ho, antigo Chefe do Executivo da RAEM.

O tema da primeira edição será a “Complementaridade do Turismo e da Economia” e pretende atrair diversas en-tidades de ambos os sectores.

“Macau, para além de ser o local escolhido para a realização das três primeiras

HÁ dois anos músicos e jovens uniram-se para

cantar contra a droga, e agora os resultados podem ser vistos e ouvidos num disco. Com organização da Associação de Reabili-tação de Toxicodependen-tes de Macau (ARTM), o “Concerto de Música Anti--droga 2010” aconteceu em Dezembro de 2010 e já está transformado em disco, cujo lançamento será feito hoje.

Segundo Verónica Ma-druga, coordenadora do projecto Be Cool, a ideia é distribuir o cd a escolas no próximo ano lectivo, sendo que oito institui-ções de ensino já terão recebido as músicas. Para além dos adolescentes, quatro músicos de Macau

participaram no projecto, sendo eles Lula Francisco, Billy Chan, Mike Won e Mr. Chong.

Segundo a ARTM, a intenção é afastar os mais novos da dependência de estupefacientes. “O ob-jectivo deste concerto foi envolver os jovens no tema ´Diz não às Drogas, incen-tivando a sua participação em eventos sociais e tendo como principal alerta as consequências do consumo de drogas.”

O lançamento do pro-jecto musical contou com a presença de elementos do Departamento de Tra-tamento e Prevenção da Toxicodependência, bem como da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). – A.S.S.

A taxa de emprego imediato dos formandos da DSAL atingiu 85% Já se iniciaram as inscrições para os Cursos em Regime de Aprendizagem ministrados durante dois anos em regime presencial diurno, sendo que as aulas começam apenas no dia 3 de Setembro. Os cursos, que têm como objectivo o desenvolvimento do domínio de técnicas profissionais necessárias ao trabalho especializado e a aquisição de experiência, e ainda o aperfeiçoamento das técnicas de comunicação com outras pessoas e o trabalho em equipa, destinam-se a indivíduos com 14 a 24 anos de idade e com o 9º ano de escolaridade. Aos formados é atribuído um subsídio mensal de formação de duas mil patacas e, após aprovação nos cursos, receberão um certificado de aptidão profissional emitido pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), equivalente ao 11º ano de escolaridade. De acordo com dados recentes, 85% dos formandos destes cursos arranjaram emprego imediatamente – no espaço de um mês.

Primeira edição do Fórum Global em Setembro

Turismo mais internacional

Cheong U e os assistentes sociaisÀ margem da apresentação do Fórum Global de Turismo, Cheong U não deixou de falar do processo de consulta pública sobre o Regime de Credenciação dos Assistentes Sociais, apresentado recentemente. Nas palavras do secretário, é importante “respeitar todos os profissionais, assim como as instituições e os assistentes sociais que prestam serviços à sociedade”. Assim, o Governo promete apresentar “um sistema de credenciação profissional de acordo com a situação real de desenvolvimento nos diferentes sectores”.

Oito escolas já receberam as canções

ARTM lança disco anti-drogaACTUALIZAR O DIREITO AÉREO

A reunião anual Tripartida de Direito Aéreo Internacional entre o Interior da China e as Regiões Administrativas Especiais de Hong-Kong e Macau teve lugar em Heifei nos dias 8 e 9 de Maio de 2012. Cada uma das três partes actualizou as restantes acerca dos últimos desenvolvimentos locais do Direito Aéreo. Foram ainda realizadas discussões preliminares acerca da modernização da Convenção de Tokyo.

Macau foi escolhida como palco para as três primeiras edições do Fórum Global de Turismo, que tem nomes como Edmund Ho e Pansy Ho a querer desenvolver ainda mais o sector. Quanto ao investimento inicial, é de sete milhões de patacas

edições do Fórum, tem a gran-de vantagem de poder ter todo o apoio do Governo Central. É uma plataforma que se está a criar, será um momento de troca de informações e uma forma de demonstrar que Macau tem capacidade para organizar eventos deste nível”, disse João Costa Antunes, da Direcção de Serviços de Turismo (DST).

O director da entidade adiantou ainda os valores iniciais que serão aplicados no projecto. “Com a assinatura deste acordo prevemos que o investimento necessário, realizado por parte de Macau, seja à volta de sete milhões de patacas. O que está acordado é que a parte administrativa e organizacional do fórum esteja a cargo do centro de pes-

quisa. A entidade responsável pela organização tem toda a liberdade para conseguir e incentivar mais apoiantes e patrocínios, para que este evento tenha uma dimensão a nível mundial.”

Cheong U, secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, mostrou-se satisfeito com o passo dado. “Por um lado, não só Macau reúne condições para a realização do fórum como estamos, sobre-tudo, a pensar na qualidade. Queremos atrair elementos da indústria para concentrar aqui encontros, para que se possa debater uma estratégia e o melhor desenvolvimento do sector.”

Pansy Ho, directora-exe-cutiva da Shun Tak, promete desempenhar mais um papel no sector turístico da RAEM. “Este centro vai empenhar esforços para que seja uma plataforma de intercâmbio, para que todos os sectores encontrem soluções. É im-portante olhar para a diver-sificação turística de Macau, contribuindo também para o desenvolvimento inter--regional”, assumiu.

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6 nacional sexta-feira 11.5.2012www.hojemacau.com.mo

AS marcas de pneus deixadas por um au-tomóvel Ferrari num evento promocional

nas muralhas históricas da cidade de Nanquim (leste da China) provocaram a fúria de muitos chineses e levaram a fabricante italiana a pedir desculpas.

O Ferrari foi posto na parte superior da muralha por uma grua e fez várias manobras no local, deixando as marcas de pneus so-bre as pedras, segundo um vídeo que mostra pessoal de limpeza a tentar, em vão, limpar as marcas.

O carro é uma edição especial da Ferrari 458 Itália avaliado em cerca de sete milhões de patacas.

A Ferrari pediu desculpas num comunicado, em que afirma que respeita a cultura chinesa e

Tornados fazem quatro mortos e 30 feridosPelo menos quatro pessoas morreram e 30 ficaram feridas devido às chuvas torrenciais e aos tornados que afectam a província de Hunan, no centro da China, informou ontem a agência oficial Xinhua. As zonas rurais próximas da cidade de Lianyuan, em Hunan, foram devastadas por um temporal que afectou cerca de 100 mil residentes, levando à retirada de mais de 5 mil pessoas, explicou a agência. A Xinhua deu ainda conta da destruição de mais de mil casas e do colapso de redes de electricidade e telecomunicações devido ao temporal, que também provocou a interrupção das operações em várias minas e levou ao corte de estradas. As autoridades enviaram equipas de emergência para o local e são esperadas novas tempestades para os próximos dias. Segundo o Centro Nacional Meteorológico, na província de Ghizhou, sudoeste da China, também foram registadas chuvas fortes na quarta-feira, que causaram um morto e o realojamento de mais de 1.600 pessoas.

Queixas de corrupção aumentam em Hong KongA Comissão Independente Contra a Corrupção (ICAC, na sigla em inglês) recebeu 1.267 participações nos primeiros quatro meses do ano, mais 4% do que no período homólogo de 2011. Do total de participações e queixas, 825 envolviam o sector privado, 366 estavam relacionadas com departamentos governamentais e 76 foram efectuadas contra organismos públicos. De acordo com os dados citados pela Rádio e Televisão Pública de Hong kong (RTHK), o ICAC recebeu ainda, e até ao momento, 2.093 processos relacionados com as eleições para os conselhos distritais, que decorreram em Novembro último. Na abertura do 5.º Simpósio do ICAC, o comissário, Timothy Tong afirmou que Hong Kong passou das situações de subornos qui pro quo nos últimos anos para uma forma mais sinistra de auto-geração de vantagem, que resultam do facto de um funcionário público usar a sua posição para obter benefício pessoal. O mesmo responsável garantiu ainda que o ICAC vai aplicar a lei de forma rigorosa e permanecer determinado, focado e imparcial na sua missão de luta contra a corrupção.

UMA mulher detonou os explosivos que trazia

consigo enquanto negociava as compensações financeiras pela demolição da sua casa, matando outras duas pessoas e ferindo 14, no sudoeste da China, informou a agência Xinhua.

As desapropriações de ca-sas e terrenos, que representam uma fonte de financiamento importante para os governos locais, são muitas vezes de-nunciadas em manifestações na China, por vezes muito

violentas. O atentado ocorreu às 9h00 locais no interior de um edifício governamental do dis-trito de Qiaojia, na província de Yunnan. A mulher morreu na explosão.

Segundo testemunhas citadas pela agência oficial chinesa, tratava-se de uma mulher que tinha que ser realojada após a destruição da sua casa. “Foi convocada pelas autoridades do distrito para assinar um acordo. Durante as negociações para obter uma compensação,

detonou os explosivos que trazia consigo.”

Entre os feridos, quatro encontram-se em estado grave no hospital de Kunming, a capital de Yunnan, declarou à AFP um responsável do governo local que pediu para não ser identificado.

Em Maio de 2011, Qian Mingqi, um desempregado de 52 anos, realizou um triplo atentado perto de edifícios públicos da cidade de Fuzhou, na província de Jiangxi (leste), com um saldo de quatro mortos.

Ferrari pede desculpas por marcas de pneu no monumento

A Grande Muralha de borracha

Mulher detona explosivos em edifício público,fazendo três mortos e 14 feridos

Desespero foi fatal

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China condena ataque contra observadores na SíriaA China condenou ontem o ataque que na quarta-feira visou uma equipa de observadores da ONU na Síria e pediu a todas as partes em conflito que ponham fim à violência. Os observadores saíram ilesos da explosão de uma bomba colocada na beira da estrada junto à cidade de Deraa (sul), mas um camião militar foi atingido e pelo menos dez soldados ficaram feridos. “A China condena o ataque”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Hong Lei. “Apelamos a todas as partes na Síria para que ponham fim à violência, cooperem e apoiem os observadores da ONU e garantam a sua segurança, para que seja possível lançar o processo de diálogo político em breve.”

Diário do Povo critica conduta das Filipinas O jornal chinês Diário do Povo publicou ontem um comentário alertando que as Filipinas devem conhecer melhor o seu próprio país e não tomar atitudes irracionais. O artigo diz que a Ilha Huangyan sempre foi território chinês. A China demonstrou várias vezes a vontade de procurar um caminho de desenvolvimento pacífico e dá muita importância às relações bilaterais com as Filipinas, a fim de manter a paz e estabilidade da região. Mas, perante as provocações constantes das Filipinas, o governo chinês tem que adoptar as reacções necessárias. O artigo ainda indica que a China persiste em resolver a questão por vias diplomáticas, mas também se está a preparar para enfrentar qualquer intensificação da situação e não cederá aos seus princípios.

tentará resolver os problemas criados pela sua distribuidora, Kuaiyi Automobile.

A área manchada da muralha fica próxima da Porta da China -

usada nas cerimónias do período imperial - e data da dinastia Ming (1368-1644). É um dos sectores mais bem preservados da cidade. “Não podemos tolerar que a

Ferrari utilize a antiga porta da cidade para um espectáculo e a danifique”, escreveu um mora-dor de Nanquim num microblog. “Se não respeita a cidade, não merece ficar aqui.”

DANO ESTRUTURALO incidente destacou o crescente ressentimento na China contra o luxo e a ostentação ligados à marca desportiva.

O município de Nanquim também repreendeu os orga-nizadores do evento, alegando que o mesmo não tinha sido autorizado.

Um especialista ouvido pela agência oficial Xinhua afirmou que o “dano estrutural é, talvez, invisível no momento, mas muito real”.

ASSOCIAÇÃO PROMOTORA DO DESENVOLVIMENTO DE MACAU

CONVOCATÓRIA

Ao abrigo do preceituado no artº.12 e seguintes dos seus estatutos é convocada a Assembleia Geral da Associação Pro-motora do Desenvolvimento de Macau, para se reunir em sessão ordinária, no dia 20 de Maio de 2012, pelas 15:00 horas, no “A” R/C Edf. Habitacional Vai Long garden, No.261-265 Rua da Tribuna, Macau com a seguinte Ordem de Trabalho:

1. Apreciação e Aprovação do Relatório e Contas do Conselho Geral e Parecer do Conselho Fiscal relativo ao ano de 2012;2. Outros assuntos.

A Assembleia Geral funcionará à hora marcada nesta Convocatória com a maioria dos sócios ou decorridos trinta minutos, com qualquer número de sócios presentes, conforme estipulado no artº. 13, nº 1 dos seus estatutos.

Macau, 20 de Maio de 2012.

A Mesa da Assembleia GeralO Presidente

Chow Kam Fai, David

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7nacionalsexta-feira 11.5.2012 www.hojemacau.com.mo

A Reserva Federal dos EUA aprovou ontem pela primeira vez a compra de um banco norte-ameri-

cano pelo maior banco da China, autorizando também a expansão de duas outras entidades chinesas nos Estados Unidos, noticia a AP.

A Fed, como também é de-signado o banco central norte--americano, anunciou a aprovação da compra do Bank of East Asia U.S.A., localizado em Nova Ior-que, pelo Industrial and Commerce Bank of China Limited, associado a outras duas empresas chinesas.

A instituição aprovou também o pedido do Bank of China para estabelecer uma delegação em Chicago e outro do Agricultural Bank of China Limited para se expandir para Nova Iorque.

Todas as solicitações foram aprovadas depois de conversações de alto nível na passada semana entre os EUA e a China.

Nas conversações, ensombra-das pela disputa em torno de um opositor chinês, a China concordou em deixar os estrangeiros, incluin-do empresas norte-americanas, te-rem posições maiores nas empresas que operam no mercado de capitais.

DOIS ANOS DE ESPERAO secretário do Tesouro, Timothy Geithner, que dirigiu em conjunto

A transportadora Cathay Pacific anunciou ontem

que prevê “lucros decepcio-nantes” no primeiro semestre do ano, devido à nublada perspectiva económica global e ao preço dos combustíveis, o que a obrigou a cortar custos.

O pacote de contenção da transportadora - a maior de Hong Kong e uma das maiores da Ásia - inclui, entre outras medidas, a redução da sua capacidade nas ligações de longo curso para América

O excedente comercial da China aumentou

em Abril, pelo segundo mês consecutivo, para cerca de MOP 141 mil milhões, continuando a recuperar do históri-co deficit de Fevereiro, anunciou ontem a Ad-ministração Geral das Alfandegas chinesas.

As exportações soma-ram cerca de MOP 1,2 biliões, um aumento de 4,9% em relação a Abril de 2011, e as importações cerca de MOP 1,1 biliões, apenas mais 0,3% do que em igual período do ano anterior.

No conjunto, o cres-cimento do comércio externo chinês abrandou para 2,7%, menos 4,4 pontos percentuais do que em Março.

Reserva Federal dos EUA autoriza expansão chinesa. Um inédito com grandes repercussões

Pequim compra banco americano

O Banco de Construção da China SA, um dos maiores bancos chineses, está em negociações para comprar os activos sul-americanos do banco alemão WestLB AG, em grandes dificuldades, na mais recente cartada de um grande banco chinês para entrar no mercado latino-americano, informou o Wall Street Journal. Separadamente, o CCB, como é mais conhecido, também está a explorar potenciais aquisições bancárias no Brasil, disse ontem um analista. O

CCB pretende adquirir os activos para ampliar a sua presença na região, com um acordo que poderia custar mais de 2 mil milhões de patacas, disse a mesma fonte. Um acordo poderá ser finalizado em Junho. O WestLB, banco controlado pelo governo alemão e formalmente conhecido como Westdeutsche Landesbank, começou a enfrentar graves problemas depois de assumir muitos riscos e pedir milhões de euros de ajuda estatal. A Comissão

Europeia aprovou em Dezembro um plano para dividir o banco, o que levou a uma mudança na estrutura societária, ao encerramento progressivo das suas actividades bancárias e ao desaparecimento de um nome que já teve grande prestígio. O CCB, tem uma rede de cerca de 13.629 agências, a maioria no continente chinês, e mantém filiais em Singapura, Frankfurt, Joanesburgo, Tóquio, Seul, Nova Iorque, Saigão e Sydney.

Cathay Pacific planeia cortes

Vítima de um golpe duploExcedente comercial aumenta pelo segundo mês

Recuperação em curso

com a secretária de Estado, Hillary Clinton, a parte norte-americana nas negociações anuais, disse no final das reuniões que a China deu “importantes passos” que se vão traduzir “em maiores opor-tunidades para as empresas e os trabalhadores norte-americanos”.

O presidente da Fed, Ben Bernanke, também participou nas negociações, que decorre-ram em Pequim. A aprovação da Fed, que controla as holdings bancárias nos EUA, foi feita por unanimidade. As solicitações chinesas estavam pendentes há quase dois anos.

O Industrial and Commerce Bank, o maior banco chinês, é detido pelo governo de Pequim em 70,7%, posição similar à que detém nos outros dois bancos.

A Fed autorizou o Industrial and Commerce Bank e os seus dois parceiros a adquirirem até 80% do Bank of East Asia U.S.A., que tem 13 balcões nos Estados de Nova Iorque e Califórnia.

“Esta aquisição sem preceden-tes duma participação maioritária num banco comercial americano, por parte de um banco da China Continental, é estrategicamente significativa”, disse o presidente do Industrial and Commerce Bank of China Limited, Jiang Jianqing, citado pela Xinhua.

do Norte e Europa, devido aos elevados custos com os combustíveis e à queda nas receitas, através da utilização de aviões Boeing 777-300, energeticamente mais efi-cientes do que os Boeing 747-400, usados ainda em algumas rotas.

Contudo, já na Ásia, a companhia e a sua subsidi-ária, a Dragonair, planeiam impulsionar o mapa das rotas e oferecer voos para seis novos destinos.

Outras medidas de corte de custos incluem um con-gelamento das contratações, sendo que a empresa está ain-da oferecer uma licença sem vencimento para a tripulação de cabine. “Não temos outra opção a não ser adoptar uma acção concertada para nos adaptarmos a este ambiente operacional volátil”, afirmou o CEO da empresa, John Slosar.

A Cathay Pacific, que reviu em baixa as suas previsões, para este ano, em termos do crescimento do número de passageiros, de 7% para 4% e de 3% para 0% no segmento de carga, registou uma queda de 61% nos lucros em 2011 por causa daquilo a que chamou de “golpe duplo” da escalada de preços dos combustíveis e da quebra acentuada na procura pelo segmento de transporte de carga.

Em Fevereiro, a China apresentou um deficit co-mercial de cerca de 243 mil milhões de patacas, o maior da última década.

O comércio externo da segunda maior economia mundial nos primeiros quatro meses de 2012 cresceu seis por cento em relação a igual período de 2011, com um crescimen-to maior das exportações (6,9%) do que das impor-tações (5,1%).

A China tem como ob-jectivo para este ano au-mentar o consumo inter-no e as exportações para os países emergentes, para tentar compensar a quebra da procura por parte da União Europeia e dos Estados Unidos, os seus dois maiores mercados.

Nova entrada na América Latina

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8 publicidade sexta-feira 11.5.2012www.hojemacau.com.mo

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9regiãosexta-feira 11.5.2012 www.hojemacau.com.mo

O Japão vai in-jectar cerca de 100 mil mi-lhões patacas

de fundos públicos na empresa Tepco, operado-ra da central nuclear de Fukushima (nordeste), divulgou ontem o minis-tro da Indústria nipónico, Yukio Edano.

Na sequência desta medida, a Tokyo Elec-tric Power Company (TEPCO) será controlada temporariamente pelo Estado nipónico, prazo que poderá oscilar entre um ou dois anos.

A injecção de fundos

Harry Potter disponível no Parque de OsakaOs fãs no Japão de Harry Potter vão poder explorar o mundo mágico de Hogwarts no Parque de Osaka em 2014, quando a Universal Studios Japan expandir o seu parque temático num investimento de cerca de 4 biliões de patacas. A empresa vai expandir o parque de Osaka, aumentando a área em mais um quinto, com uma parte dedicada a Harry Potter, informou ontem um porta-voz. “Iremos construir várias atracções, incluindo uma escola de aprendizes de feiticeiro.” Os livros e filmes de Harry Potter têm sido um grande sucesso no Japão, gerando grandes filas de fãs vestidos a rigor a cada novo lançamento nas livrarias e cinemas. Em operação desde 2001, a Universal Studios Japan é uma empresa privada licenciada pelo grupo americano Universal. As suas atracções incluem “Rua Sésamo” e “Terra do Nunca de Peter Pan”, entre outras.

Timor Air suspende ligações aéreas entre Díli e DarwinA Timor Air, primeira companhia aérea de capitais timorenses, suspendeu os voos entre Díli e Darwin, norte da Austrália, devido aos prejuízos acumulados naquela ligação, disse ontem à agência Lusa Eduardo Santos, representante da empresa em Timor-Leste. Os voos da Timor Air eram até agora operados pela Vincent Aviation, baseada na Nova Zelândia. “A empresa Vincent Aviation está a sofrer uma profunda reestruturação e decidiu suspender a ligação entre Díli e Darwin devido à baixa afluência e aos prejuízos acumulados na ligação.”A Timor Air, iniciativa do empresário timorense Jeremias de Sousa, radicado na Austrália, iniciou as ligações áreas entre a capital timorense e Darwin em Julho de 2010 com dois voos diários durante os cinco dias da semana. A ligação entre Timor-Leste e a Austrália vai continuar a ser garantida pela companhia aérea australiana Air North, que opera no país há vários anos.

Destroços de avião russo localizados na IndonésiaOs destroços do avião russo superjet Sukhoi 100, que desapareceu na quarta-feira, foram localizados numa região montanhosa da Indonésia, informou a CNN. Segundo o responsável pela equipa de resgate local, Daryatmo, já foram identificados sinais dos escombros da aeronave numa região vulcânica do país, mas ainda não foi possível a aproximação aos mesmos, não existindo até ao momento informações sobre os passageiros a bordo. O avião tinha 46 passageiros a bordo, a maioria funcionários da companhia aérea russa. O superjet Sukhoi desapareceu durante um voo de demonstração. A aeronave já tinha realizado o seu voo de estreia no ano passado. Para expandir o mercado de exportação, a companhia russa planeou uma viagem por seis países asiáticos, incluindo a Birmânia e o Paquistão. A Indonésia era a sua quarta escala.

O Governo de Taiwan apre-sentou ontem a sua de-

missão, num procedimento formal que antecede o início do segundo mandato do presidente Ma Ying-jeou, a 20 de Maio.

Depois de eleito em Ja-neiro deste ano, Ma Ying--jeou, cujo primeiro mandato ficou marcado pela maior aproximação a Pequim e ao aproximar das relações e da cooperação entre ambos os lados do Estreito da Formosa,

assume mais quatro anos de mandato a 20 de Maio.

Ontem, o primeiro-ministro Sean Chen, escolhido por Ma Ying-jeou, apresentou a demissão do Governo, mas de acordo com os analistas tanto o chefe do Governo como a maioria dos ministros deverão ser reconduzidos no cargo.

A imprensa de Taiwan diz que os ministros das Finanças, Defesa e Negócios Estrangei-ros vão manter as pastas, mas

o titular da Economia, Shih Yen-hsiang, deverá abandonar o Executivo devido à fraca popularidade e às fortes críticas populares devido aos aumentos dos preços dos combustíveis e de outros bens.

Ma Ying-jeou definiu o seu segundo mandato como um tempo de reformas para atenuar o fosso entre ricos e pobres e preconizou já uma taxa para lucros obtidos em bolsa e outra para as transacções imobiliárias.

O Japão registou uma queda histórica de

52,6% no saldo positivo da conta corrente no ano fiscal de 2011, terminado a 31 de Março, informou ontem o Ministério das Finanças.

A queda é a maior des-cida num exercício fiscal do Japão desde que estes dados começaram a ser compilados em 1985 e o superávit da conta corren-te atingiu as cerca de 770 mil milhões de patacas. A descida reflecte o impacto da desaceleração das ex-portações e o aumento das

Japão dá 100 mil milhões de patacas à proprietária da central de Fukushima

Uma injecção que não dói nada

Taiwan Governo demitiu-se antes do início do segundo mandato do presidente

Mudar para ficar tudo na mesma

Superávit da conta corrente do Japão registou recorde

Maior descida desde 1985

públicos faz parte de um plano de reestruturação para um prazo de 10 anos, ontem aprovado pelo titular da pasta da Indústria, que pretende resolver as dificuldades económicas que atravessa a maior eléctrica japonesa após o desastre nuclear de Fukushima.

O desastre nuclear de 11 de Março de 2011, o pior desde o acidente da central ucraniana de Cher-nobyl, em 1986, ocorreu após um sismo e um tsumani que devastaram a região nordeste do Japão.

A medida do governo

de Tóquio terá agora de ser aprovada pela assembleia de accionistas da TEP-CO, prevista para Junho, que deverá igualmente pronunciar-se sobre a ce-dência de 50% do controlo do conselho de adminis-tração da companhia.

De acordo com o plano traçado por Tó-quio, a TEPCO deverá centrar-se em três tare-fas prioritárias: pagar as indemnizações às pessoas afectadas pelo acidente, desmantelar os reactores da central e manter um fornecimen-to estável de energia.

No ano fiscal de 2011, as importações japonesas cresceram 14% em relação a 2010, enquanto as exporta-ções decresceram 2,8%.

No mês de Março, o superávit das contas japonesas situou-se em cerca de MOP 150 mil milhões, 8,6% inferior ao mesmo mês do ano anterior.

importações do Japão, afectado pela valorização do iene e pela subida dos preços dos combustíveis, cuja compra ao exterior aumentou depois da crise nuclear de Fukushima.

Assim, o superávit tem vindo a contrair--se mensalmente e em Janeiro passado regis-tou inclusivamente um défice.

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GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

10 sexta-feira 11.5.2012www.hojemacau.com.moentrevista

Helder [email protected]

É mais conhecido em Macau como director financeiro do BNU do que como vice-director dos Serviços de Finanças?Provavelmente sim, mas sinto ter sido muito interessante o tempo em que estive nas Finanças. Por vários motivos. Por exemplo, foi nessa altura que se publicou o Manual de Acolhimento, ao qual dei algum im-pulso na parte da informatização dos serviços, bem como algumas coisas na área do património. Por exemplo, toda a gente passou a saber em que lugar estava na lista para atribuição de casas aos funcionários.

Nas várias actividades desen-volvidas em Macau, conheceu o advogado Rui Cunha. Estabeleceu com ele uma forte amizade?Sim, é uma forte amizade de longa data, quase de 27 anos. É interes-sante que embora o Dr. Rui Cunha tivesse sido advogado da STDM e eu director da Inspecção dos Contratos de Jogos, não foi nessa fase que realmente o conheci, mas sim depois, no natural cruzamento de amigos comuns. Uma amizade com fundamento, mesmo nos tem-pos da minha ausência de Macau. Encontrávamo-nos e convivíamos com as nossas famílias em Portugal.

Até mais recentemente, com a ideia da Fundação Rui Cunha a ganhar forma e também os ter aproxi-mado, desta vez num projecto de realização pioneira.É verdade. Durante um almoço em Lisboa, no decorrer de uma conversa muito agradável como sempre, disse ao Dr. Rui Cunha que iria, finalmen-te, gozar umas férias em Macau, pois aqui só tinha trabalhado, nunca tendo podido fruir completamente esta região. Já tinha pedido a um amigo para arranjar uma casa para, com minha mulher, passarmos um mês a sentirmos Macau de forma diferente daquele dia-a-dia de trabalho intenso que tínhamos vivido.

Foi nessa conversa que, pela primei-ra vez, ouviu falar da Fundação?Sim, o Dr. Rui Cunha falou-me dos objectivos da Fundação. O certo é que comecei a entusiasmar-me à medida que ele enunciava o espírito, a base, os objectivos do projecto. Achei tão fantástico, fiquei, sei lá, é difícil encontrar a palavra certa, tão entusiasmado por um projecto tão meritório, tão nobre. Disse-lhe, logo ali, que uma fundação assim era um exemplo extraordinário.

Para mais, um projecto privado, uma ideia de um homem.Uma pessoa que agarra em boa parte dos seus bens para retribuir desta forma a Macau aquilo que foi o fruto do seu enorme trabalho e dedicação, sem sequer ter como alvo, até pela própria natureza da Fundação, qual-quer proveito pessoal futuro, merece

Tubal Gonçalves - CEO da Fundação Rui Cunha

Uma oferta impossível de recusarO prestigiado advogado Rui Cunha desafiou-o a dirigir uma fundação onde pedir subsídios estava fora de questão. O objectivo, bem definido, era só um: gastar bem um largo manancial de fundos na promoção de Macau, com destaque para a área do direito. Tubal Gonçalves disse que sim na hora

indiscutivelmente imenso respeito e admiração.

E com a concordância dos herdeiros.Absolutamente. Tive oportunidade de falar com o filho e vi bem a sua total satisfação com a grande nobreza deste projecto de seu pai que é a Fundação Rui Cunha.

Voltando ao tal almoço, foi nesse encontro de amigos que aconteceu o convite para integrar o projecto da fundação?Pois foi. Com toda a naturalidade, o Dr. Rui Cunha perguntou-me se eu queria vir ajudar a erguer o projecto. Nem sequer pedi tempo para pensar, disse-lhe logo que, se ele entendia que eu podia ser útil, que contasse comigo, viria com toda a amizade e

com todo o prazer. Foi desta forma que vim, pelo nobre projecto em si, e por pura amizade.

Além dessas naturais considera-ções, como define o projecto, agora tornado realidade?É um projecto que vai para além do próprio fundador. Também lhe disse exactamente assim. Quando digo que é maior do que o próprio fundador, presto a minha homenagem ao Dr. Rui Cunha, pois é um projecto para todos, uma obra agregadora, de objectivos culturais, pedagógicos, sociais, solidários, inteiramente ao serviço de Macau, dos seus cidadãos.

Observa-a, no conjunto dos seus ideais, como diferente de outras fundações?

Não conheço outra com o pormenor dos trabalhos e objectivos da Funda-ção Rui Cunha. Desde logo, em ter-mos financeiros não é uma fundação para pedir subsídios. Confesso que isso nos pode limitar em algumas acções, dado não ser uma fundação rica, é uma fundação erguida com os meios disponibilizados pelo fun-dador, que os colocou ao serviço da população de Macau.

Montante do capital social?De acordo com os estatutos, é de 50 milhões de patacas, dos quais 10 milhões já se encontram realizados na conta da Fundação. Além deste valor, o Dr. Rui Cunha colocou à disposição da Fundação, declarando formalmente isso, uma série de bens pessoais. Se fosse necessário pagar

esses bens, teríamos de ter um capital de 200 milhões de patacas.

Pode exemplificar?A galeria, já inaugurada, o Centro de Reflexão, Estudos e Divulgação do Direito de Macau (CRED), o auditório para palestras, todo o equipamento, isto para dar apenas estes exemplos. Considerando esses valores, o aluguer de todos esses espaços antecipadamente adquiridos pelo Dr. Rui Cunha, posso calcular a necessidade dos 200 milhões. Po-dia acrescentar outros exemplos de bens pessoais disponibilizados pelo fundador, digo mais este: a renda do edifício onde estão instalados os escritórios C&C reverte a favor da Fundação, bem como uma per-centagem do rendimento da própria

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11sexta-feira 11.5.2012 www.hojemacau.com.mo entrevista

Tubal Gonçalves - CEO da Fundação Rui Cunha

Uma oferta impossível de recusarO prestigiado advogado Rui Cunha desafiou-o a dirigir uma fundação onde pedir subsídios estava fora de questão. O objectivo, bem definido, era só um: gastar bem um largo manancial de fundos na promoção de Macau, com destaque para a área do direito. Tubal Gonçalves disse que sim na hora

empresa de advogados C&C. Tudo isto equivaleria a um rendimento de 200 milhões. Isto para sublinhar que esta Fundação, não dispondo de meios financeiros, possui meios bá-sicos para conseguir realizar coisas muito importantes.

Sempre sozinha ou podendo pon-tualmente recorrer a parcerias com outras instituições?Natural que não realiza tudo sozi-nha. Temos de fazer o milagre da multiplicação dos pães, temos de alavancar a nossa actividade. Fare-mos sozinhos aquilo que pudermos. Não sendo possível executar alguns projectos sozinhos, recorreremos a parceiros. Tal como acreditamos que os projectos são para o bem comum, também estamos certos de que, quan-

Do Alentejo a Timor-Leste, de Lisboa a Macau, o mesmo sorriso genuíno de quem olha para a vida com espírito tranquilo, mesmo quando as circunstâncias o levam a acelerar o ritmo para melhor concretizar. João Manuel Tubal Gonçalves cultiva a discrição, mas é um homem determinado, objectivo, agregador e construtor de projectos, sem necessidade de recorrer a despropositados efeitos especiais. Um homem solidário, desde os cordões humanos por Timor até outras demonstrações de responsabilidade cívica. Em Timor, aliás, foi ele que, liderando uma equipa, começou a erguer a banca timorense, ao serviço do BNU, ainda os gritos de desespero e os fumos negros de tanta tragédia se sentiam no ar.Com formação superior na área da gestão, é geralmente conhecido como dirigente bancário, mas quando em 1985 chegou a Macau veio directo, embora por menos de um ano, para a então denominada Inspecção dos Contratos de Jogos. Sentou-se então na secretária de director (por extraordinária coincidência, no mesmíssimo gabinete que hoje, 27 anos depois, ocupa como vice-presidente e CEO da recém-criada Fundação Rui Cunha). Depois, por dois anos, foi subdirector da Direcção dos Serviços de Finanças. Em 1988, como director administrativo e financeiro do Banco do Oriente, fez a fusão deste banco com o BCM e o Banco Totta. “Correu tudo muito bem. A prova é que ninguém andou a falar dela depois! Quando as coisas correm

bem, ninguém fala nelas, por isso fiquei muito feliz.”Regressa a Portugal para o Totta, mas por escassos meses, pois de 1989 até 1992, assumia o cargo de director financeiro do BNU em Macau. Dois anos depois, é nomeado director administrativo do mesmo banco, até 1997. Regressa a Lisboa, dirige várias áreas na estrutura do BNU, até ser enviado, em finais de 1999, para Timor-Leste, onde dirigiu o reerguer do banco em Díli, que no período da invasão e ocupação indonésia tinha sido transformado num banco indonésio.De novo em Lisboa em 2002, e já com o BNU absorvido pela Caixa Geral de Depósitos, exerce posições de direcção nesta instituição, designadamente director central até 2010, com a incumbência de chefiar a direcção de banca para residentes no estrangeiro. Forte argumento profissional que o levou a chefiar o projecto da montagem do offshore da CGD em Macau, da qual foi administrador. Ainda em 2010, aposentou-se com 60 anos. Aqui, cabe fazer breve parênteses, introduzindo o pormenor de João Manuel Tubal Gonçalves ainda ter “feito uma perninha”, como ele menciona, em 2002, por quatro meses, na África do Sul, como administrador do Mercantile Bank em Joanesburgo (antigo Bank of Lisbon and South Africa), que fazia parte da expansão do BNU/CGD.Há cerca de um ano, foi convidado por Rui Cunha para “ajudar a erguer a Fundação”. É seu vice-presidente e responsável pela comissão executiva.

do necessário, haverá quem se junte a nós na feitura deles. Não é quem queira dar dinheiro, mas sim quem colabore connosco, seja privado ou público, na realização de obras úteis a Macau. A tal nobreza de princípios consagrados na ideia da Fundação e na sua prática.

A Fundação prevê fontes de re-ceita?Prevemos muito pouco, cerca de 3 milhões de patacas por ano. Teremos mais o rendimento do capital social, mas com as taxas actuais é muito bai-xo, não tem um valor significativo.

Fale da equipa de trabalho.Uma equipa muito boa, que já está a conseguir realizar coisas. Equipa muito diversificada, desde logo na composição dos seus curadores. Desde especialistas do direito, aos artistas, às pessoas da cultura, a outros ramos de actividade. Os nossos curadores, pessoas de vá-rias sensibilidades e com profundo conhecimento das realidades locais, têm missão importante: orientarão, dentro do enquadramento dado pelos estatutos, e juntamente com o con-selho de administração, as nossas actividades.

Como funcionará a galeria?Não é para vender nada. É para ex-por, quem quiser adquirir as obras contacta directamente os autores. A Fundação apenas agenda as ex-posições, cede o espaço, faz os convites, a publicidade, sem cobrar nada. Nunca será uma galeria com contornos comerciais, isso não está nos estatutos da Fundação.

Na parte editorial, existe natural prioridade para a área do direito.Sem dúvida. Se é um livro den-tro da finalidades dos nossos estatutos, suportaremos os custos da apresentação e divulgação, especialmente as obras dedicadas fundamentalmente ao direito de Macau, através do CRED-DM. Nesse caso é a Fundação que assumirá os custos da edição. O que se pede é que os operadores judiciários adquiram estes livros ao preço do seu custo. Uma forma superior de divulgarmos teses, re-flexões, estudos, dado haver tanta carência de obras nesse âmbito. Também contamos publicar uma

revista exclusivamente com temas de direito, em línguas portuguesa e chinesa.

Macau será portanto o eixo domi-nante das actividades da Fundação, na sua simbiose étnica e cultural?Absolutamente. Antes de a Fundação ser inaugurada, já havia trabalho realizado por antecipação e depois, então, formalizado. Por exemplo, com a Star Music Center, foi assinado um protocolo no sentido da formação de uma pequena orquestra de cordas, constituída inicialmente por 12 crian-ças de escolas chinesas. A Fundação pagará aos professores para virem dar aulas nas nossas instalações, bem como ao maestro para organizar o necessário. Por outro lado, estamos a organizar a primeira conferência no CRED, que deverá realizar-se a curto prazo e será, naturalmente, so-bre direito de Macau. Também neste nosso espaço no CRED, esperamos que as conferências venham a ser um pouco diferentes do que normalmente é feito. Gostaríamos que fossem um fórum que trouxesse mais valia para quem participa. Com outra vanta-gem: a Fundação dará certificados de participação nas conferências. Uma originalidade em Macau, muito comum noutros lados, fazendo parte do currículo dos advogados e dos diversificados operadores judiciários. Ainda publicaremos, em português e chinês, os temas apresentados nas conferências. O nosso pensamento constante é a identidade muito própria de Macau.

Dado a internacionalização de Macau, existe alguma intenção de expandir a Fundação Rui Cunha?Estamos muito concentrados e que-remos manter o foco em Macau. Não existem outras ambições que não tenham Macau como o grande ob-jectivo. Podemos ter interacções com outras fundações, outras instituições de outros países ou regiões de língua portuguesa, isso estatutariamente também está previsto, mas não cha-maremos a essas acções internacio-nalização da Fundação. A acontecer será um partilhar de experiências, o dar a conhecer o nosso modelo, sempre para benefício de Macau. Ou seja, como mandam os estatutos, “estimular a cooperação jurídica, cultural e social entre a RAEM e os países da CPLP, República Popular da China e as comunidades com passado histórico comum, nomeadamente Goa, Damão e Diu”. Esta é a nossa “internacionalização”.

Não fala de um tema sempre em foco nos discursos em Macau: as questões do chamado crescimento económico e os assuntos empre-sariais.Compreendo, mas isso tem o seu fó-rum próprio, que não é, obviamente a Fundação Rui Cunha. Temos muito trabalho pela frente, pois a divulga-ção e defesa da identidade de Macau passa por iniciativas previstas nos nossos estatutos.

Gestor humanista O capital social é de 50

milhões de patacas, dos quais 10 milhões já se encontram na conta da Fundação. Além deste valor, o Dr. Rui Cunha colocou à disposição uma série de bens pessoais. Se fosse necessário pagar esses bens, teríamos de ter um capital de 200 milhões de patacas

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12 vida sexta-feira 11.5.2012www.hojemacau.com.mo

Macau Sã Assado

SER GERALDO É UMA BENESSE• Podia ser dos Antónios, dos Manueis ou dos Casimiros, mas não. É dos Geraldos e ainda para mais idosos. Tudo com muito respeito...Porque Macau Sã assi mas também Sã Assado

Foto: Rita Marques Ramos

Rita Marques [email protected]

TEREMOS menos chuva no Inver-no. Essa é uma das descobertas

divulgadas ontem, pela Direcção dos Serviços Me-teorológicos e Geofísicos (DSMG), e prende-se com a classificação de dois tipos de fenómenos que influen-ciam as variações da chuva nas regiões meridionais na primeira fase da estação da chuva, entre Abril e Junho. “El Niño” e “El Niño Modoki” são os dois fenómenos que determinam o nível de precipitação. O primeiro está sob influência da “Frente” - sistema me-

Fenómeno climatérico influencia a precipitação no território

Próximo Inverno com menos chuvaForam apresentados os resultados dos estudos sobre alterações climáticas realizados numa cooperação entre a Chinese Academy of Sciences e a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (DSMG) de Macau, uma parceria concretizada em Dezembro de 2008 em Pequim. A culpa é do Modoki

teorológico - que provoca monções, sobretudo entre Abril e meados de Maio, e ocorre no Inverno na Austrália, segue pela Indo-nésia e depois Mar do Sul da China, chegando entre Junho e Julho. “Tem im-pacto no clima do Inverno e soubemos que quando está ou surge o El Niño vai haver mais precipitação”, analisa Chen Wen, responsável do Center for Monsoon Sys-tem Research da Chinese Academy of Sciences. Um fenómeno que está previsto não surgir tão frequente-mente no futuro.

Por outro lado, Modoki, uma variação do El Niño, tem tendência para se re-gistar com mais frequência

logo, “a precipitação vai ser menor na altura do Inverno”, analisa o investigador da Academia Chinesa.

O que leva a prever esta conclusão? O aquecimento da temperatura do mar - na zona do equador do Oceano Pacífico - ajuda a que não haja tanto volume de preci-pitação quando comparado ao primeiro fenómeno.

“Vem do Japão, e começa a desenvolver-se entre Mar-ço e Maio, e segue para o Mar do Sul da China (Junho e Julho) podendo ocorrer durante dois anos ou sete anos consecutivos e depois mudar”, complementa Tang Iu Man, chefe substituto da divisão de meteorologia da DSMG.

ÁGUA MAIS SALGADA?A nível prático, os investiga-dores estão neste momento a utilizar a temperatura do mar para perceber se no Inverno surgirá o fenómeno Modoki, que poderá significar que “a água para beber vai salgar”. A registar-se, existirá mais sol e menos chuva.

va do que o normal. Mas, tal como já tinha sido avançado pelo Gabinete Coordenador de Segurança o território irá sentir a passagem de cinco tempestades cuja intensida-de poderá ser maior do que nos anos anteriores.

OSCILAÇÃO DO OCEANO PACÍFICOOutro dos resultados dos estudos desenvolvidos pren-de-se com a oscilação do Oceano Pacífico - e o seu impacto no clima de Inver-no e Primavera - que está classificada em dois tipos.

Pode ocorrer anualmen-te (tipo I) quando o Norte está frio logo, o Sul vai ser quente. E pode ocorrer duas vezes por ano (tipo II): no Inverno, quando vem do leste da China até ao Sul, e em que a temperatura é alta, a precipitação nas zonas do Sul da China é normal ou pouco maior; na Primavera, se a temperatura do Sul da China for relativamente quente, a precipitação é normal.

Os estudos apresentados ontem, também na Univer-sidade de Macau (UMAC) ao final do dia, pelo aca-démico da Academia de Ciências Chinesa Huang Ronghui, servem de apoio para trabalhos de previsão sazonal, sendo “um papel de referência nos trabalhos de previsão climática”. Os mesmos já foram publi-cados no jornal científico “Journal of Geophysical research vol. 115.

Neste momento, no en-tanto, não é possível prever se Macau vai ser alvo do fenómeno Modoki no Inver-no, porque “só quando chega Julho e Agosto, quando os fenómenos se começam a desenvolver, é que é possível

registar a temperatura à su-perfície do mar e perceber o tipo de alterações climáticas que vão surgir”, refere Tang Iu Man.

Para já, sabe-se apenas, que neste período de mon-ções, não vai haver mais chu-

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ANÚNCIOHM 2.ª VEZ 11-5-12Execução Ordinária n.º CV2-08-0031-CEO 2º Juízo Cível

Exequente: DBS BANK (HONG KONG) LIMITED/星展銀行(香港)有限 公司, com sede em Hong Kong e sucursal em Macau, na Rua da Santa Clara, nº 5 a 7E, Edifício Ribeiro, Lojas “C” e “D”, registado na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis de Macau, sob o nº 17182.Executados: AGÊNCIA COMERCIAL DE DESENVOLVIMENTO TONG HANG INTERNACIONAL LIMITADA/同享國際商 貿有限公司, com sede em Macau no Beco da Alegria, nº 61, Edifício “Chong Fok Garden, Liking Court”, 11º andar “F”, registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o número 14064; e. TONG WA LENG/湯華玲, solteira, residente em Macau na Rua do General Ivens Ferraz, Bairro Fai Chi Kei, nº 422-A, 6º andar, D.

Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos dos executados para, no prazo de quinze dias, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenha garantia real, e que é o seguinte:

Imóvel Penhorado Denominação da fracção autónoma: “D6” do 6º andar “D”. Situação: nºs 427 a 497 da Rua do Comandante João Belo, Bairro Fai Chi Kei; nºs 422 a 498 da Rua do General Ivens Ferraz, Bairro Fai Chi Kei; e nºs 230 a 260 da Rua da Doca Seca. Fim: Para habitação. Número de matriz: nº. 73136. Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº. 21911, a fls. 97 do Livro B106. Número de inscrição da propriedade horizontal: nº. 34225, a fls. 31 do Livro nº F127M. Macau, em 18 de Abril de 2012.

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13vidasexta-feira 11.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Gonçalo Lobo [email protected]

GRUPO de am-bientalistas de Macau está a en-vidar esforços na

protecção das garças, perto das Casas Museus na Taipa. Para isso colocaram uma pe-tição online – até 5 de Junho [Dia Mundial do Ambiente] -, onde pretende reunir mais de duas mil assinaturas.

De acordo com os am-bientalistas, “as garças estão em perigo de perder o seu habitat”. “É preciso a união de todos para salvar as aves. Se assim não for gerações futuras deixarão de as desfrutar.”

A zona húmida perto das Casas Museu da Taipa é uma das sete zonas húmidas de

Maria João BelchiorEm Pequim

EM Julho vão adoptar-se no-vos parâmetros para analisar

a qualidade da água na China. Uma medida que pretende estar mais de acordo com as análises de qualidade que se fazem na União Europeia para definir água potável e que poderá contribuir para dados mais concretos sobre o tipo de água que se consome nas diferentes províncias. Mas se é uma boa notícia no caminho de maior transparência para o consumidor chinês, a falta até hoje de números concretos sobre as análises feitas à água, mostram a disparidade entre diferentes locais, que, não seguindo o mesmo padrão, dão resultados parecidos.

Um artigo publicado esta semana sobre água refere que os especialistas nacionais consideram que actualmente mais de metade do abastecimento na China não cumpre os requisitos de qualidade, embora os números reais nunca tenham sido publicados.

Nos últimos anos a situação melhorou mas a qualidade da água na China continua a ser problemática. Ma Jun, um dos mais conhecidos ambientalistas

*NOTA DA REDACÇÃOO Hoje Macau substituiu a rubrica “Click Ecológico” por outra, intitulada “Macau sã assado”. O desafio serve para mostrar diversos aspectos do quotidiano caricato do território. Os nossos leitores ficam assim convidados a enviar fotos para o e-mail [email protected], em assunto “Macau sã assado” e uma breve legenda. As fotos devem retratar os momentos mais engraçados e insólitos do dia-a-dia de Macau e deverão ser identificadas com o nome do seu autor.

Sabia que...

... a âncora de um navio de cruzeiro pode destruir nos fundos marinhos a área correspondente a metade de um campo de futebol?

Falta qualidade na água da China gera novas medidas

Água da torneira é um risco

Grupos ambientalistas criam petição online

Tudo pelas garças

organizações não governamentais que trabalham a nível local. Embo-ra não tenha autoridade enquanto instituto, o trabalho desenvolvido já expôs milhares de casos de abuso de poder e contaminação do ar e da água por parte das fábricas a tra-balhar para companhias nacionais e multinacionais.

Estatísticas de 2010 publica-das pelo Ministério da Protecção Ambiental classificavam como potável cerca de 76.5 por cento da água consumida nos meios urbanos. Mas os números podem estar um pouco acima da realidade, estando o problema mais grave no abastecimento nos meios rurais.

chineses, escreveu “A crise da Água na China” em 1999.

Defensor desde há vários anos de um desenvolvimento sustentável para a China, Ma Jun, antigo jorna-lista do South China Morning Post, foi escolhido em Abril como um dos nomes para o prémio Goldman Environmental deste ano. Trata-se de mais um reconhecimento pelo trabalho realizado pelo fundador em

2006 do Instituto para as Questões Ambientais, uma organização que definiu pela primeira vez o mapa da China em termos de qualidade da água e do ar. È a maior base de dados para o público em geral com informação sobre o que bebe e respira no país. A falta de água potável, a fraca qualidade do ar e os casos de envenenamento por inalação de tóxicos, evidenciam o alto preço que a China está a pagar pelo acelerado desenvolvimento económico.

Durante muitos anos as notícias sobre o que se comia ou bebia na China eram poucas ou nenhumas. Um consumidor mais informado começa agora a exigir maior trans-parência na informação. No entan-to, enquanto que com a segurança alimentar são feitas cada vez mais análises, no que concerne à água, ainda existe falta de informação institucional e credível.

SEM MEDIDAS PUNITIVASA nova regulamentação para en-trar em vigor em Julho não prevê

medidas punitivas para quem não cumprir os requisitos, o que para alguns especialistas levanta dúvidas sobre a sua verdadeira funcionalidade. Análises mais detalhadas podem vir a aumentar a dimensão do problema da bai-xa qualidade da água chamada potável.

Ma Jun fundou em 2006 o Ins-tituto para as Questões Ambientais que é hoje uma rede a unir várias

importância remanescente em Macau. “É o primeiro e único lugar para as garças”, afirmam os ambientalistas.

Números revelam que mais de 500 espécies de garças chegam a Macau todos os anos e “aquela zona húmida é um dos mais valiosos e um dos poucos lugares onde os humanos e os animais podem viver lado a lado”.

Por isso, os ambientalis-tas estão contra a construção do novo Centro de Informa-ção de Segurança Rodoviá-ria que o Governo reservou para aqueles terrenos. “As obras afastarão as garças e destruirão aquele habitat”, acusam os ambientalistas.

A destruição dos habi-tats só terá uma única con-sequência: “As garças não

terão outra escolha senão deixar Macau.”

“As pessoas esquecem--se que as garças não vivem só na zona húmida como também se deslocam nas áreas adjacentes”, relem-bram os activistas, que acrescentam: “A nidifica-ção, as aves bebés, a comi-da. Tudo ficará afectado.”

Os ambientalistas que-rem que o Governo os ouça mas primeiro pretendem ouvir a população, pois “estamos a falar de algo que é benéfico para todos”.

Portanto, até 5 de Junho, em www.petitions24.com/macau-egret, a população é convidada a assinar uma petição que, posteriormen-te, será entregue ao Execu-tivo de Macau. Tudo, pelas garças.

A luta ambientalista não é de hoje. “O Centro de Informação de Segurança Rodoviária é um sítio onde as crianças conduzem pequenos carros [há um jardim que simula as vias rodoviárias e a sinalização de trânsito], o barulho ali gerado vai afectar grande-mente as garças e os seus ninhos”, alegou, na altura, Joe Chan, o presidente da Associação Ecológica de Macau, ao Ponto Final.

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sexta-feira 11.5.2012www.hojemacau.com.mo14 publicidade

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sexta-feira 11.5.2012 www.hojemacau.com.mo 15cultura

“Aqui tem diabo - Crónicas dos Bons Espíritos” estreia amanhã no Grande Auditório do CCM e promete agitar a “casa cheia” com histórias da actualidade versadas por almas do outro mundo. O incidente na Assembleia Legislativa também poderá estar presente

Rita Marques [email protected]

O Hoje Macau falou com Miguel de Senna Fernan-des, encenador do grupo Doçi Papiaçám di Macau

e autor da peça “Aqui tem diabo - Crónicas dos Bons Espíritos”, horas antes do ensaio geral do espectáculo que vai ter lugar hoje, pelas 20 horas, no Centro Cultural de Macau (CCM) no âmbito do Festival de Artes de Macau (FAM).

“A expectativa é grande. [Todos os participantes] sabem da respon-sabilidade que têm pois não é todos os dias que fazemos um espectáculo num Grande Auditório. Mas há um certo nervoso miudinho”, confessa Senna Fernandes, que já participa

“ERA uma vez em Ka Ho” é o nome

do documentário realiza-do pelo único português a marcar presença no ciclo de cinema Macao Indies, inserido no Fes-tival Internacional de Ci-nema e Vídeo de Macau (FICVM). Hélder Beja, jornalista do Ponto Final, é a cara de um projecto que surgiu da vontade de adaptar uma reportagem escrita sobre a vila de Ka Ho, em Março último, e o aterro de cinzas em foco na altura.

“Quisemos tornar a aldeia, com casas há muito degradadas, numa coisa concreta junto com as 10 pessoas que vivem juntas num lar de idosos, antiga leprosaria de Co-loane”, conta o realizador ao Hoje Macau.

Depois de conhe-cerem a instituição, re-solveram debruçar-se sobre a história de dois ex-pacientes que foram para Ka Ho na infância e adolescência e que viveram por lá isolados

Jazz Club de Macau vai a votos dia 19 de MaioDepois dos bem sucedidos eventos promovidos recentemente pela Comissão de Gestão do Jazz Club de Macau, que tiveram como objectivo fomentar o renascimento desta entidade na cidade, uma nova etapa apresenta-se agora aos amantes do Jazz de Macau. Está convocada para o próximo dia 19 deste mês uma Assembleia Geral Eleitoral com um único ponto na ordem de trabalhos: Eleição dos corpos sociais para o Jazz Clube de Macau, biénio 2012-2014. A votação será no Auditório da Casa Garden, entre as 16 e as 20 horas.

MAM selecciona quatro obras para exposiçãoO Museu de Arte de Macau (MAM), sob o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, apresentou os resultados da selecção do júri para a 3º edição da exposição Olhares Interiores. De um total de 179 candidaturas apresentadas por 84 artistas chineses da China continental, Taiwan, Hong Kong e Macau, bem como do estrangeiro, o júri seleccionou quatro: “Perseguição” de Zhou Bin, de Chengdu, “Ela Pinta uma Cadeira” de Dong Jinling, de Beijing, “Linda Senhora” de Liao Qiyu, de Taipei, e “Misturar-se” de Chan Kakeong, de Macau. Os autores das quatro obras seleccionadas serão convidados para uma exposição colectiva a ser organizada pelo MAM.

Os Dóçi Papiaçám di Macau sobem ao palco do Grande Auditório hoje

Aviões de papel em patuá

“Falta de uma sede”

“Era uma vez em Ka Ho” em exibição no CCM amanhã

A vida na leprosaria

uma vida inteira. Mas também tentaram perce-ber o apoio técnico dado no lar de idosos, tendo feito o acompanhamento do corpo de assistência, inclusivamente com a directora.

Questionado sobre a vida destas pessoas, Hélder Beja não tem dúvidas de que tem sido solitária mas não triste. “Se fossem acumulan-do tristeza dia-a-dia já tinham desistido de

viver. Nota-se revolta pela má sorte mas não se nota azedume, vimo-las muitas vezes a sorrir e a brincar”, considera. A lucidez foi também uma das premissas na escolha dos protagonis-tas, para que estivessem conscientes do que es-tavam a dizer e fazer, “daí que até deixamos um entrevistado de fora porque não reunia estas capacidades “.

Foram também iden-

tificadas dificuldades, num trabalho que come-çou a ser desenvolvido em Setembro do último ano e demorou cerca de sete a oito meses a ficar concluído. “Não podia interagir e direccionar a entrevista. Não se domina o momento”, frisa o realizador. A fraca experiência, já que este é um projecto amador, também ditou alguns entraves mas “contor-náveis”.

No sábado, pelas 21h30, altura em que será exibido o documen-tário no Centro Cultural de Macau, esperam ver a reacção das pessoas para perceber se haverá interesse posterior em exibi-lo na TDM e se há capacidade de vencer o primeiro prémio de 25 mil patacas. “Te-mos expectativas muito

modestas. Não estou à espera que seja premiado [1º prémio é de 25 mil patacas] mas se aconte-cer é espectacular. Uma coisa é para já certa, será exibido “brevemente” no lar de idosos, talvez ainda no final deste mês, juntamente com toda a equipa: Filipa Queiroz (câmara e edição), Ste-phanie Lai (produção e tradução), Gonçalo Ferreira (correcção da cor)e Rui Cid (assistente de produção).

Sobre projectos futu-ros, Hélder Beja, adian-ta que vai concorrer ao Local View Power, a nova denominação do Local DocuPower para o qual se candidataram desta vez, com a adap-tação do conto “Fogo Lento” que ganhou a competição do Macau Daily Times. - R.M.R.

encarnam diferentes personagens, incluídas em histórias variadas, nomeadamente para dar corpo a turistas do continente, que chegam sempre em massa. Este é por ventura o maior elenco que alguma vez tiveram em cima de palco, observa Miguel de Senna Fernandes.

A casa promete estar cheia, depois de dois meses incansáveis de ensaios no Riquexó, mas o encenador mantém-se céptico. “Es-peramos que as reservas se tornem numa presença física. É bom para a comunidade mas é um teatro amador por isso, não podem estar à espera de um shakespeariano.”

O “Aqui tem diabo - Crónicas dos Bons Espíritos” vai ter lugar também no sábado, pelas 20 horas, e tem a duração aproximada de duas horas e 15 minutos, com intervalo incluído.

no FAM com o seu grupo de teatro maquista desde 1997.

Este ano há novas estreias, seis a sete novos membros, entre os quais, quatro alunos da Escola Portuguesa de Macau (EPM), recrutados pelo encenador, que vão dar corpo e alma a personagens de carne e osso mas também almas do outro mundo.

“Utilizamos os espíritos - com todo o respeito - sob o pretexto de empurrar questões a debate e falar de situações do dia-a-dia, por exemplo, a lei do tabaco - de como as pessoas se habituam à aplica-ção rígida da lei - e a questão das câmaras por todo o lado.” Nesta série de sketches, que se pretende actual e divertida, pretende-se até incorporar os polémicos aviões de papel, que voaram na Assembleia da República na passada terça-feira, em género de improviso, adianta.

“NÃO É SHAKESPEARIANO”Inspirados assim na crença popular local - os espíritos ou almas do ou-tro mundo - prometem fazer uma sátira de Macau contemporâneo, recorrendo sempre ao humor e mor-dacidade para abordar os eventos da actualidade que captaram a atenção da população.

Ao todo são 28 actores, que

O responsável pela candidatura do teatro em patuá a Património Intangível de Macau - aceite este ano pelo júri - reafirma a necessidade de um espaço físico para ensaios. “A médio prazo sentimos a falta de uma sede, um espaço próprio e nosso, onde possam ter um local permanente para ensaiar. Não podemos continuar em jeito de saltimbanco.” Há dois anos atrás entraram em conversações com o Chefe do Executivo que não contemplou, até agora, o pedido de apoio. “Por agora ficou em águas de bacalhau”, fundador do grupo de

teatro há 19 anos, que ainda assim está optimista de que vai conseguir um espaço de ensaio. A questão depois prende-se com o apoio financeiro para as rendas.”Estamos à procura do espaço. Precisamos de apoio, espero que haja boa vontade. Há apoios sonantes para as indústrias criativas, espero que também sejamos considerados. Até agora não se viu nada. Mas estamos aí também para colaborar com o Governo”, considera o macaense que luta incansavelmente pela preservação do dialecto de génese de Macau, o patuá.

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WORKSHOPS7 DE JUNHO• Com as criançasProfessor Fantasma e Professor Galo de Ouro – 17h30 até 18h30• Capoeira Professor Barraozinho – 18h45 até 19h45• PercussãoMestre Eddy Murphy e Professor Rafael –20h até 20h30• Samba e Samba Reggae com percussão ao vivoMestre Eddy Murphy e a coreógrafa Fernanda Matias – 20h30 até 21h• Roda de capoeira (actividade ao ar-livre) – 21h até 22h

8 DE JUNHO• Com as criançasProfessor Fantasma e Professor Galo de Ouro – 17h30 até 18h30• Capoeira Professor Rafael e Graduado Tarzan – 18h45 até 19h45• Percussão & Coco de RodaMestre Eddy Murphy e Professor Barraozinho – 20h até 21h• Roda de capoeira (actividade ao ar-livre) – 21h até 22h

9 DE JUNHO• Lançamento do livro “As Asas do Mestre”

Mestre Ousado – 10h até 11h • AcrobaciasProfessor Baraozinho, Professor Galo de Ouro e GraduadoTarzan – 11h até 12h30 • Roda de capoeira (actividade ao ar-livre) – 16h até 18h

10 DE JUNHO• PercurssãoProfessor Barraozinho and Graduated Eddy Branco- 16h até 16h15• Batucada brasileiraMestre Eddy Murphy, Professor Barraozinho e alunos – 16h20 até 16h35• AcrobaciasProfessor Galo de Ouro, Graduado Tarzan, Professor Fantasma, Professor Rafael, Professor Barraozinho e alunos – 16h40 até 17h• Dança africana – 17h10 até 17h20Roda de convidados – 17h30 até 17h40• Com as crianças – 17h45 até 18h•Roda de alunos – 18h10 até 18h25• Cerimónia de baptismo com 60 alunos – 18h30 até 19h30• Escola de Samba de MacauCoreógrafa Fernanda Matias e alunas – 19h45 até 20h

ANTÓ

NIO

FALC

ÃO

16 desporto sexta-feira 11.5.2012www.hojemacau.com.mo

Sérgio [email protected]

ALGUNS pilotos locais estão a ponderar participar na prova

do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) no Circuito Internacional de Xangai com os seus próprios carros, porém esta tarefa não vai ser assim tão fácil como aparenta ser à primeira vista.

No resumo da primeira jornada do Campeonato de Carros de Turis-mo de Macau (MTCS) produzido pela iMotoringNetworks, Ng Kin Veng, que este ano adquiriu um Che-vrolet Cruze ex-equipa de fábrica, afirmou que ele e o seu companheiro de equipa, o macaense Filipe Cle-

Andreia Sofia [email protected]

COMEÇOU por dar algumas aulas de Krav Maga, mas

agora Hugo Monteiro prepara-se para, passo a passo, fomentar mais a estratégia de defesa pessoal em Macau. O criador da “PP – Personal Protection” uniu esforços e criou em Abril a Associação de Protecção Pes-soal, Krav Maga, Artes Marciais e de Defesa Pessoal de Macau, cuja direcção é composta por três pessoas. “A associação já conta com pessoas conhecidas do desporto local, como Rui Cardoso, e outras ligadas ao meio de segurança privada.”

O objectivo, segundo Hugo Monteiro, é divulgar, informar e ensinar técnicas de segurança, vigilância e protecção”, bem como “promover o ensino de artes marciais, defesa pessoal e Krav Maga” na região, não esquecendo a componente dos casinos e do risco que o jogo

pode trazer. “Queremos que a segurança se mantenha com um nível de excelência, e isso passa por acções de formação contínuas, o que resultará numa vantagem para todos os sectores. A nossa associação pretende marcar Macau com excelentes eventos para a formação de civis, forças policiais e seguranças”, explica ao Hoje Macau.

O presidente da recém-cria-da associação não quer, contudo, que o Krav Maga seja um siste-ma de auto-defesa focado em si mesmo. “Pretendemos conciliar vários tipos de artes marciais e de defesa pessoal, algo que fará, em vez da separação de estilos, a promoção da aproximação e a troca saudável de formações, técnicas, convívios e compe-tições.”

Para já, o próximo seminário de formação acontece no dia 20 deste mês, contando com a presença de um instrutor táctico da Federação Internacional de Krav Maga.

Gonçalo Lobo [email protected]

MACAU recebe de 7 a 10 de Junho, e pela primeira vez, o En-contro Internacional

de Capoeira, organizado pela As-sociação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau e pela Galaxy Entertainment.

O evento, que visa promover a capoeira na Ásia e consagra o lançamento oficial da recente criada Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau (ADCCM), espera reunir cerca de dez profissionais de capoeira e mais de 100 capoeiristas. “Falou capo-eira, falou Brasil. Mas também falou Macau e a nossa proposta para esses dias é a troca do jogo e dos casinos pela capoeira”, disse ao Hoje Macau o Mestre Eddy Murphy, responsável da ADCCM.

Presentes estarão professores e alunos de diversos cantos do mundo, numa iniciativa aberta a todos os interessados. “Vêm do Brasil, da Malásia, de Singapura,

Transporte das viaturas pode inviabilizar participação dos locais

Xangai não é pêra doce Criada associação de Krav Maga

A protecçãode Macau mente de Souza, irão participar na

prova do WTCC em Xangai, no próximo mês de Novembro, para depois tomarem parte da Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau.

A prova chinesa do WTCC, que este ano terá pela primeira vez como palco principal o Circuito Internacional de Xangai, disputa--se no primeiro fim-de-semana de Novembro, sendo que a caravana do campeonato mundial tem que se apresentar quinze dias depois na RAEM, para a tradicional prova de encerramento da temporada.

A logística da prova afigura-se como um desafio ainda maior que aquele que os pilotos de Macau sabem que vão encontrar na pista. E a organização da competição que visita quatro continentes este ano, pouco pode fazer para os ajudar. “O WTCC tem um acordo com o promotor chinês para ace-lerar o processo de importação e exportação dos carros que vêm da Europa (tendo como primeiro destino o Japão)”, disse fonte pró-xima da organização do mundial de turismos ao Hoje Macau, no entanto, os carros que estejam nas Regiões Administrativas Especiais

terão que chegar a Xangai “pelos canais habituais”, confirmou a mesma fonte.

Recorde-se que foi a impossi-bilidade de fazer regressar atem-padamente os carros da capital económica da China que invia-bilizou a participação de alguns concorrentes de Hong Kong, como o Peugeot 308 de Lo Ka Chun, e de Macau na prova que o ano pas-sado que se realizou no pequeno circuito de Xangai-Tianma, a pri-meira da história do campeonato no continente chinês. Entretanto, a Sociedade de Jogos de Macau (SJM), que vai mais uma vez ser o “Patrocinador Oficial” do Grande Prémio de Macau, será igualmente o patrocinador da Corrida da Guia., algo que acontece ininterrupta-mente desde 2001.

O 59º Grande Prémio de Macau realiza-se, este ano, entre os dias 15 e 18 de Novembro. Os bilhetes para o evento já se encontram à venda, cujos preços variam entre as 50 patacas, nos dias de treinos, e as 900 patacas para a muito cobi-çada bancada da Curva do Lisboa, nos dias das corridas (sábado e domingo).

Macau 1.º Encontro Internacional realiza-se em Junho

O jogo pela capoeiradas Filipinas, da Inglaterra e da Indonésia, onde o representante é uma estrela de cinema”, explicou o Mestre capoeirista.

Estrela de cinema? Sim. Verdy Bhawanta, conhecido como Galo de Ouro no mundo da capoeira, é estrela de cinema quase ao nível de “Bruce Lee”. “O seu último filme na Indonésia é muito bom. Seria bom que chegasse a Macau porque a restante Ásia já o está a ver”, referiu Eddy Murphy.

Nos quatro dias do evento as propostas são várias. Haverão diversos workshops – capoeira, samba, batucada e acrobacias - e ainda um lançamento de um livro. Em tempo de estreias, o livro “As Asas do Mestre” está escrito em português e será apresentado em Macau pelo seu autor, o Mestre Ousado. Uma ousadia que Eddy Murphy considera de grande valor. “É um Mestre muito conceituado e foi o primeiro Mestre de Capoeira na Ásia.”

A ADCCM vai aproveitar o evento para graduar diversos alu-nos. Entre os quais estão 30 alunos

da representação de Dongguan, na China continental, e ainda as cerca de 30 crianças do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes. “É a conclusão de um projecto muito querido para nós”, referiu Eddy.

No ar ficou a promessa de que em 2013 haverá a segunda edição. “Se os patrocinadores quiserem é para continuar”, afirmou o Mestre Eddy Murphy, que acrescentou: “E para o ano pretendo fazer uma semana de evento, dedicado, igual-mente, à cultura brasileira.”

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17futilidadessexta-feira 11.5.2012 www.hojemacau.com.mo

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

SALA 1DARK SHADOWS [C]Um filme de: Tim BurtonCom: Johnny Depp, Michelle Pfeiffer14.30, 16.30, 19.30, 21.30

[Tele]visão

Aqui há gato

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REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Sem nome, não assinada. Segurei com a mão. 2-Estar na idade de. Prisão, xadrez (Gír.). Inseparável. 3-Caro, prezado. 4-Numeral. Fímbria, rebordo exterior. 5-Apelido. O trabalho do toureiro, lide (pl.). 6-Antiquado (abrev.). Um casal. Interior (abrev.). 7-Mulheres de cabelos loiros. Aguço. 8-Nome de homem. Mulher pequena, anã. 9-Desvairar. 10-Basta!. Embarcação de recreio. Dificilmente, apenas. 11-Substância tintorial usada na India. Ave pernalta da América do Sul também conhecida por seriema.

VERTICAIS: 1-Apertta com laçada. O m. q. galveta. 2-Nordeste (abrev.). Proprietários, senhores. Rio de França. 3-Relativo à orquite. 4-Umas (Arc.). Rabino. 5-Alces, ergas. Casaco comprido, desportivo, impermeável e com capuz (pl.). 6-Imensidão (Fig.). Nota musical (pl.). Letra grega. 7-Dar cor de anil. 6-Género típico das aceráceas. 8-Deixe para outro dia. O m. q. Alna. 9-Que tem todas as formas conhecidas. 10-Sigla automobilística da URSS. Desterrrava. Amerício (s.q.) 11-Que se impôs. Remoinho de água (Prov.).

HORIZONTAIS: 1-ANONIMA. ASI. 2-TER. CANA. UM. 3-A. QUERIDO. P. 4-DUAS. LIMBO. 5-GOIS. FAENAS. 6-ANT. PAR. INT. 7-LOIRAS. AFIO. 8-OSCAR. ANOA. 9-E. OBCECAR. 0 10-TA. IATE. MAL. AAL. SARIEMA.VERTICAIS: 1-ATA. GALOETA. 2-NE. DONOS. AA. ORQUITICO. L. 4-N. UAS. RABI. 5-ICES. PARCAS. 6-MAR. FAS. ETA. 7-ANILAR. ACER. 8-ADIE. ANA. I. 9-A. OMNIFORME. 10-SU. BANIA. AM. 11-IMPOSTO. OLA.

UMA FORMA ORIGINAL DE FAZER POLÍTICA A minha pequena almofada é o lugar mais fofo do mundo. Nela consigo abstrair-me dos meus pequenos problemas e, de vez em quando, ver o telejornal na TDM. Outro dia, porém, levantei as orelhinhas. Olhei para o ecrã e estavam lá uns tipos a armar confusão na Assembleia Legislativa (AL).Primeiro, ri-me. Depois, pensei. Em causa estava o tão falado processo de reforma política e, numa altura em que todo o processo entrou na AL em tempo recorde, os tipos da Associação Novo Macau (ANM) lembraram-se de mostrar o seu desagrado de uma forma, no mínimo, original.Num território onde a política parece muitas vezes de aldeia e onde não há uma oposição verdadeiramente forte, episódios destes podem parecer uma lufada de ar fresco e trazer um (suposto!) cheiro a democracia, mas não são. E isto porque não trazem credibilidade ao movimento que a ANM pretende atingir. Ir para o hemiciclo aos gritos, fingir-se de morto no chão e ser arrastado não é, de todo, a mais inteligente das formas de fazer oposição. A juntar ao episódio da greve de fome, são talvez os momentos mais deprimentes da ANM que em nada a ajudam. De um lado, temos dois jovens cuja idade ainda lhes dá para estas coisas, mas tais acções em nada ajudam ao trabalho que Au Kam San, Paul Chan Wai Chi e Ng Kuok Cheong desenvolvem na AL. Eu compreendo o motivo que os faz fazer tais figuras, porque o processo de reforma politica também não me pareceu nada bem. Como é que crianças, com menos de 18 anos e, por isso, com as mínimas noções cívicas (tipo, não deitar o lixo para o chão), mostram opinião numa proposta de lei? Os miúdos sabem o que é que faz um deputado? E pior, como é que uma secretária para a Administração e Justiça pode admitir tal facto como normal e ainda permanecer no cargo como se nada fosse? Depois, o deputado José Pereira Coutinho ousou apresentar respostas na AL como “Barack Obama”, e tudo continua igual. Eu, que sou gato e não concordo com este sistema, podia muito bem entrar na AL, que aposto que poucos iam dar por mim. Mas preferi estar deitado na minha almofada.

Pu Yi

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:45 RTPi DIRECTO19:00 TDM Talk Show (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 Ásia Global21:30 Regresso a Sizalinda22:15 Passione23:00 TDM News23:30 The Other Sister (Tão Simples é o Amor)01:40 Telejornal (Repetição)02:15 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 República do Saber14:45 A Verde e a Cores15:15 Sexta às 916:00 Bom Dia Portugal17:00 Portugal Negócios – Com: Fátima Lopes17:30 Linha da Frente – Exército Invizível18:00 Com Amor se Paga 19:00 Estado de Graça20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo 22:15 Couto & Coutadas22:45 Portugal no Coração

ESPN 3013:00 America’s Cup World Series 201214:00 FIA World Touring Car Championship 201214:30 NASCAR Nationwide Series 2012 - Highlights15:30 MLB Regular Season 2012 Tampa Bay Rays vs. New York Yankees18:30 (Delay) Baseball Tonight International 2012 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 2012 20:00 Football Asia 2012/13 20:30 Spirit Of London 21:00 Global Football 2011 21:30 The Football Review22:00 Sportscenter Asia 2012 22:30 Football Asia 2012/13 23:00 Spirit Of London 23:30 Montreal 1976

STAR SPORTS 3112:00 (LIVE) GS Caltex Maekyung Open Day 215:00 Hot Water 2012/13 16:00 FEI Equestrian World 201216:30 Total Rugby 17:00 SBK Superbike World Championship 2012 - Highlights 17:30 2 Wheels 18:00 MotoGP World Championship 2012 - Highlights Portugal Grand Prix 19:00 HSBC Sevens World Series 2011/12 21:30 (LIVE) Score Tonight 2012 22:00 Inside Grand Prix 2012 22:30 FA Cup 2011/12 Highlights 23:00 (Delay) GS Caltex Maekyung Open Day 2 Highlights

FOX MOVIES 4012:00 Prom13:45 George Of The Jungle15:20 Neverland (Part 2 Of 2)16:50 Bio-Dome18:30 Tangled20:15 Once Upon A Time21:00 Homeland22:00 The Resident23:35 Haunted Changi

HBO 4112:00 Starsky & Hutch13:45 Big Bully15:15 It Could Happen To You17:00 Red19:00 The Mummy21:00 Game Of Thrones22:00 2 Fast 2 Furious23:45 The Rite

CINEMAX 4212:35 Ninja Iii The Domination14:15 Tank Girl16:00 Charade17:55 Hollywood Buzz18:25 Babylon 5: The Gathering20:00 Chill Factor21:45 Epad On Max22:00 Strike Back23:35 Legion

SALA 2THE AVENGERS [3D] [B]Um filme de: Joss WhedonCom: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo14.15, 16.45, 19.15, 21.45

SALA 3LOCKOUT [D]Um filme de: James Mather, Stephen St. LegerCom: Guy Pearce, Maggie Grace14.30, 16.30, 19.30

DARK FLIGHT [3D] [C](Falado em thai e inglês, legendado em chinês)Um filme de: Isara NadeeCom: Macha Wattanapanich, Peter Knight21.30

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

FRANCIS BACON – LÓGICA DA SENSAÇÃO • Gilles Deleuze Francis Bacon – Lógica da Sensação apresenta-nos o trabalho filosófico de Gilles Deleuze em confronto com a obra de um dos pintores mais marcantes do século XX: Francis Bacon. Tendo como base a lógica não-racional da sensação, Deleuze inaugura uma nova concepção da estética, que encontra a sua origem e paralelo em determinados aspectos das pinturas de Bacon. O texto, publicado pela primeira vez em 1981 (Éditions de la Différence, 2 vols.), está organizado numa cadência quase musical, dividindo-se em 17 sequências, através das quais vamos não só descobrindo uma composição de conceitos, mas ainda as ligações entre as artes visuais e as áreas da filosofia, da literatura e da música. Gilles Deleuze (1925-1995) é um dos mais importantes pensadores franceses da segunda metade do século XX. Ensinou história da filosofia na Sorbonne e foi professor durante vários anos na Universidade de Paris VIII. Publicou diversas obras de referência nas áreas da filosofia, da literatura, da pintura e do cinema.

ICEBERG • Clive Cussler O gigantesco iceberg no Atlântico Norte era um túmulo flutuante. A colossal massa de gelo encerrava um navio no seu interior; selado de tal forma que nem o mastro era visível. Uma patrulha da guarda costeira percebeu que algo se escondia no seu interior. Deixaram marcas para enviar uma equipa de investigação, mas alguém apagou a sinalização para que este local não fosse encontrado novamente. Duas figuras foram avistadas no local. Eis um mistério dos mares comparável ao Triângulo das Bermudas. Mas, para o Major Dirk Pitt, o maior aventureiro da Agência, esta foi a primeira pista de uma sequência de acontecimentos fantásticos que o levarão muito perto e demasiadas vezes à beira da morte. Que sinistra e bizarra conspiração se desenrola nas inóspitas tundras da Islândia? Que segredo macabro se esconde debaixo de um Iceberg?

DARK SHADOWS

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18 opinião sexta-feira 11.5.2012www.hojemacau.com.mo

cartoon A ÚLTIMA CARTApor Steff

vantagem de olharmos a po-lítica portuguesa à distância é o distanciamento e a ausência de paixão clubística. Há um sarcasmo perante as pequenas truculências do politiquês na-

cional que nos anima no exílio voluntário a que a maior de nós, portugueses, nos recon-duzimos aqui.

Ainda assim espanta a extraordinária capa-cidade de alguns políticos se desmultiplicarem em afirmações absolutamente bombásticas sem problemas de consciência. O verdadeiro malabarista desta retórica esbaforida é o Dr. Mário Soares, personalidade simpática que tendo chegado a Presidente da República e exercido dois mandatos teve a oportunidade de ficar na história da Segunda República como um grande senador, uma figura moral do regime. E o desperdiçou.

Passado o decoro do duplo exercício pre-sidencial o Dr. Soares voltou aos sestros que o tornaram famoso: destruir os amigos que lhe são próximos, corroer os líderes do partido que ajudou a fundar, atacar o Primeiro-Ministro em funções e dar palpites sobre toda a governação como a sua história fosse brilhante. Ainda um destes dias Soares dizia essa coisa extraordiná-ria que o PS, logo António José Seguro, deveria romper, quer dizer, rasgar o Acordo celebrado por Sócrates com a Troika.

Como se os acordos internacionais subscri-

crepúsculo dos ídolosArnaldo Gonçalves

Figurantes à portuguesa

Diga-se a verdade que não tenho particulares ilusões quanto à capacidade do nosso sistema de justiça de levar à barra dos tribunais políticos que são responsáveis pela gestão financeira ruinosa, pela delapidação de fundos públicos, pelo buraco onde estamos. Não somos a Islândia e o Paquistão, infelizmente

tos por um país civilizado, antigo, democrático, fossem uma espécie de jornal velho que se pu-desse rasgar ou despedaçar por cá dá esta palha. Naturalmente, o octogenário Soares acredita piamente que todos nós nos esquecemos das provas de incoerência política com que nos presenteou ao longo dos governos que chefiou (1976-1977, 1978, 1983 - 1985).

Entrouxando o país numa crise económica gravíssima em 1975, chamando o Fundo Mo-netário Internacional e impondo uma política de “aperta o cinto” duríssima perante os protestos dos sindicatos, o esbracejar das corporações e a exaltação militante do Partido Comunista. Serviu-lhe, na altura, o Prof. Ernâni Lopes, que do alto dos seus pergaminhos académicos lá convenceu os parceiros sociais (e os portugue-ses) que uma política de disciplina orçamental e realismo seria indispensável para nos livrar das atribulações para onde galhardamente nos expusemos entre “Vivas à Revolução de Abril”, “Abaixo a Reacção”, “NATO fora de Portugal”, “Fascistas para o Campo Pequeno” e outros “mimos” revolucionários.

É bom recordar isto, agora, para que não sejamos tomados por tolos ou estúpidos por este verdadeiro mestre da torpeza. Ainda não há muito tempo o Dr. Soares se empertigava com uma brigada da GNR por ter ousado passar uma multa por excesso de velocidade ao carro do Estado em que se deslocava a caminho de uma qualquer conferência no Porto. Depois de

um desabafo de “eu não pago, quem tem de pagar a multa é o Estado” alguém explicou ao Dr. Soares que abolimos os títulos da nobreza e as comendas há dez décadas e que somos todos iguais perante a lei. Logo quem prevarica, quem viola a lei, paga por isso.

Há nesta trapalhada algo subliminar que me faz alguma comichão porque evidencia um estado de desligamento do real, preocupante. Ainda não há muito tempo o Sr. Presidente da República, Cavaco Silva, teve o desplante de afirmar que as reformas que recebia pelas funções que foi desempenhando ao longo da sua vida profissional, académica e política não chegavam para as suas despesas. É de constatar que este tipo de políticos, bafejados

pela sorte e pelas circunstâncias, acham-se na verdade acima do cidadão vulgar não tendo contas a prestar pelo que fazem (ou fizeram) enquanto líderes políticos. Dizia o Dr. Almeida Santos, outro político da mesma têmpera, que não percebia as críticas dos jornalistas quando na qualidade de Presidente da Assembleia da República mandou comprar uma frota de Mercedes último modelo para si e para os seus vices. Repetindo de memória, o ex-Presidente da Assembleia disparou qualquer coisa do género “esses miserabilismos dos portugueses não têm em conta a dignidade das funções de representação do Estado”.

Esta duplicidade de critérios dos chamados “senadores da República” continua a surpreen-der e essa é a razão porque nunca considerei de alguma utilidade o desdobramento do nosso par-lamento em duas câmaras. Num tempo em que tantos sacrifícios são exigidos aos portugueses, em que o país se torce todos os dias para pagar a amortização de empréstimos que sabia não poder pagar, há portugueses e figuras públicas que se arrogam de privilégios ilegítimos porque num dado tempo desempenharam funções públicas.

Diga-se a verdade que não tenho particu-lares ilusões quanto à capacidade do nosso sistema de justiça de levar à barra dos tribunais políticos que são responsáveis pela gestão financeira ruinosa, pela delapidação de fundos públicos, pelo buraco onde estamos. Não somos a Islândia e o Paquistão, infelizmente.

Tal facto não afasta contudo a esperança que algum dia o exercício de funções públicas seja visto como algo de nobre, como a realização de uma missão de serviço público que cative os melhores ou pelo menos os mais disponíveis. Não cabe às gerações que já tiveram a sua oportunidade de estigmatizar as novas gerações mas incentivá-las a darem o seu melhor e ser-virem o país. Temos na política portuguesa, no Parlamento, no governo, na oposição, jovens extremamente promissores que não precisam de tutores, nem de conselheiros espirituais para cumprirem o que gosto de chamar o “mandato geracional”. E o problema não é da “ditadura dos partidos”.

Lembro aqui um texto escrito por Norberto Bobbio no fim dos anos 1990 e incluído na colectânea “Entre Duas Repúblicas. Às Origens da Democracia Italiana”, publicada originaria-mente pela Editora Donzelli de Roma: “quem por uma compreensível reacção à invasão dos grandes partidos condena o partido político enquanto tal e aspira a uma democracia sem partidos, engana, antes de tudo a si mesmo. Em termos de sufrágio universal em que aderem não milhares mas milhões de eleitores considerar que é possível evitar que os eleitores sejam organizados para serem direccionados rumo a este ou aquele programa ou este e aquele candidato e bastem os comités eleitorais que se formam no momento das eleições como quando o sufrágio era limitado, trata-se não somente de um erro mas de uma não sempre inocente mentira”. Bobbio criticava a inclinação da política italiana para os partidos unipessoais, construídos não à volta de um compósito de ideias mas de uma pessoa carismática, ao caso Sílvio Berlusconi, como um logro e uma fal-sificação política. A história encarregar-se-ia, talvez tardiamente, de lhe dar razão.

Temos também em Portugal os nossos Berlusconi incapazes do ridículo.

A

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19opiniãosexta-feira 11.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Nuno G. Pereira; Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

perspect ivasJorge Rodrigues Simão

“Uma pessoa fixada no presente, sem atender ao passado e ao futuro, fica naquela situação triste em que ficaram os gregos que nunca se livraram da presença do tempo e do espaço.”

Citações e pensamentos de Agostinho da Silva Paulo Neves da Silva

XISTE um acordo acerca das opções no desenho arquitectónico e urbanís-tico que são transcendentes desde a perspectiva ambiental, histórica, social e cultural, dado que a inter-venção profissional altera a realidade

preexistente e condiciona os estados futuros. A arte de praticar uma boa arquitectura ou de planear uma cidade bela e saudável, deriva da maior ou menor capacidade do arquitecto, para integrar e harmonizar adequadamente uma grande diversidade de conceitos, habilidades e valores de diferente natureza.

Alguns conceitos provêm das suas capaci-dades profissionais ou técnicas e outros da sua cultura e do nível de formação humanística e científica. Também, o seu compromisso social ou os valores associados à política jogam um importante papel na definição da obra do ar-quitecto e no planeamento urbanístico. Estas tarefas são transcendentes a partir das ditas perspectivas, para que o arquitecto estabeleça um diálogo social e faça uma interpretação ambiental de cunho interdisciplinar, que per-mita considerar todos os elementos que estão implicados na obra arquitectónica.

Assim, o arquitecto deve gerir ponderada-mente esse conjunto de aspectos. Argumentam muitos, que a arquitectura dos últimos decénios perdeu pelo caminho, alguns desses aspectos sociais, ambientais, históricos e formais para dar primazia a desenhos baseados em aspectos puramente estético-formais, que apresentam grandes lacunas no que concerne à solidez conceitual e à utilidade da obra arquitectónica.

A concretização do desenho arquitec-tónico e do planeamento urbanístico, a determinação do que é a obra e dela deriva, na integração ponderada e equilibrada de diferentes aspectos de origem disciplinar diverso, que limitam o que é ou não possível fazer, a partir de um quadro conceitual geral aplicado a um contexto espacial temporário concreto, que mobiliza, entre outros, aspec-tos sociológicos, históricos, psicológicos, antropológicos, demográficos, urbanísticos, históricos, legislativos, formais, políticos, económicos ou estéticos, que se conjugam nas decisões tomadas no projecto.

A adequada harmonização destas considerações permitiria então atingir a utilidade, a beleza e a solidez, que a obra arquitectónica pretende atingir. A grande especialização dos diferentes campos do

Diálogo social e interpretação ambientalsaber, dificulta este trabalho de integração do conhecimento por parte do arquitecto. É urgente considerar um quadro conceitual baseado na teoria de sistemas, que permita a integração dos conhecimentos desejáveis na definição da obra arquitectónica, que é defendido por muitos e posto em prática em alguns países com grande sucesso.

A actual aproximação das ciências e das humanidades à teoria de sistemas, serviria para criar referências conceituais integrado-ras, adentro dessa corrente de pensamento. A presença de propriedades emergentes comuns em sistemas de diferente natureza, desde os organismos vivos até aos siste-mas sociais, permite fazer uma análise da natureza e apreender o significado dessas propriedades aplicadas ao campo da arqui-tectura. Propriedades como a complexidade, entropia, informação e evolução dos sistemas são algumas das mais relevantes.

Os sistemas naturais e sociais existentes subsistem, porque são operativos e funcio-nam. Esta virtualidade funcional, permite pensar que as obras humanas que consideram esta perspectiva sistémica com uma análise suficiente, deveriam ser mais idóneas do que outras assentes em perspectivas mais reduzidas. Há que considerar a obra arquitectónica como um sistema que permite pensar estes aspec-tos, como indicadores das suas propriedades intrínsecas de acordo com a ordem natural de sistemas de diverso nível de organização e de complexidade.

Algumas contribuições recentes no cam-po da arquitectura, têm vindo a ser realizadas nos últimos decénios e tudo parece indicar que se continuarão a produzir no futuro. Esta perspectiva sistémica revela-se actualmente como uma necessidade que nos permite aproximar do conhecimento da realidade, mas não ainda no seu todo. A maioria dos pensadores de desenho arquitectónico e urbanismo concorda com estas ideias. A filosofia do conhecimento afirmou e esta-beleceu a impossibilidade de se atingir o conhecimento absoluto da realidade.

O conhecimento é sempre relativo, uma vez que depende da perspectiva que utiliza cada observador. Existe quem pense que detém o conhecimento absoluto de tudo, tipo semi--deus, mas está fatalmente errado e prejudica--se mais a si que aos outros, não passando de um simples demiurgo de uma certa e ínfima realidade social. O tempo ensinará acerca do erro e tarde se dará conta que perdeu vida, que é feita para ser ganha. Diferentes perspectivas permitem observar distintos aspectos de uma realidade. Esta não depende das representações que faça o observador, uma vez que a realidade é verdadeira em si, dado que a razão e a lógica são instrumentos que não a podem alterar.

Alguns arquitectos parecem tentar mostrar o contrário ao criar espaços afastados, que a maioria das pessoas entendem que devem ser áreas para viver ou residir, segundo a sua pró-pria perspectiva. A partir deste ponto de vista relativista, cada ideia ou descrição da realidade é válida no contexto em que é formulada, o que não significa que todas as ideias tenham a mesma validade. Uma ideia ou a descrição de uma realidade é menos incompleta se é válida para um amplo espectro de contextos ou observadores.

Nunca conseguirá ser completa porque a verdade absoluta não pode ser obtida. Tal, não significa, que não possamos aproximar-nos o máximo possível dessa realidade objectiva que existe por si, de forma independente dos observadores. Esta formulação relativista, que distingue a realidade absoluta da relativa, tem vindo a ser defendida desde há muito tempo no domínio da estética e da ética. Impregnou igualmente, o conhecimento determinista da ciência, relativizando as ilusões cegas da ciência empírica e da tecnologia.

Esta reflexão permite postular, que em qualquer campo de conhecimento ou

actividade, é necessária a convergência de perspectivas. Assim, entende-se que a preocupação do arquitecto e do urbanista, deva ser estabelecer um quadro, no qual as diversas interpretações e aspectos da reali-dade tenham um lugar, e sejam consideradas para resolver o projecto.

É de considerar, pois, que determinados conhecimentos das ciências naturais e sociais, podem apoiar e enriquecer este necessário quadro conceitual. Muitas e determinadas ideias intuitivas do arquitecto, podem ter uma base formal na ciência, porque os aspectos a resolver resultam ser um caso particular de fenómenos gerais que se dão em outros níveis. Quando um arquitecto procura, por exemplo, a melhor solução para optimizar a utilização de um espaço comunitário e evitar as interacções não desejáveis entre os diversos tipos de utilizadores, está a aplicar seguramente a sua intuição e o senso comum. Sem subvalorizar essa intuição prática, as decisões podem também ser aplicáveis em alguns fenómenos parecidos que se produzem no mundo físico e natural.

A observação pelos ecologistas, de al-gumas certas e determinadas regularidades, quando descobrem as relações de rivalidade entre espécies por um mesmo recurso, pelo alimento ou pelo espaço, por exemplo, podem conduzir o arquitecto, porque o fenómeno da concorrência apresenta uma base ecológica que se produz também nos sistemas sociais. O maior desenvolvimento do conhecimento dos sistemas naturais, derivados da teoria ecoló-gica, é uma grande referência a ser utilizada, para explicar a natureza dos sistemas devido a um incipiente desenvolvimento da teoria de sistemas aplicada aos sistemas sociais e à ausência de um acordo generalizado nestas áreas do conhecimento.

As ciências do meio ambiente em geral, a ecologia, a física ou as matemáticas permitem, ao arquitecto, enriquecer este quadro concei-tual referido. As tabelas que nos oferecem os sistemas, o caos determinista ou os conceitos de entropia e complexidade, são formalizações científicas que estão a ter e terão uma projecção ou utilidade na arquitectura do futuro, quer do ponto de vista técnico, quer do estético, não significando que se está a defender uma posição positivista e determinista, de fé cega na ciência que tem de tudo resolver, senão, que se propõe uma maior abertura conceitual, de forma a que o arquitecto observe o mundo com uma perspectiva diferente daquela que vem do interior da sua gruta profissional, como talvez quiçá, dissesse o professor Agostinho da Silva a este respeito. Todavia, deve realçar-se que a aplicação unívoca de conceitos deterministas dá lugar aos monstros da razão e pense-se quantos não existem sem razão.

Quando um arquitecto procura, por exemplo, a melhor solução para optimizar a utilização de um espaço comunitário e evitar as interacções não desejáveis entre os diversos tipos de utilizadores, está a aplicar seguramente a sua intuição e o senso comum. Sem subvalorizar essa intuição prática, as decisões podem também ser aplicáveis em alguns fenómenos parecidos que se produzem no mundo físico e natural

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sexta-feira 11.5.2012www.hojemacau.com.mo

O dissidente e advo-gado chinês cego Chen Guangcheng, protagonista de um

confronto diplomático entre os Estados Unidos e a China, há uma semana, acusou hoje as autoridades da província de Shandong de estarem a perseguir os seus familiares. “As autorida-des de Shandong estão a retaliar contra mim”, disse o activista ao telefone com a agência France Press. “Ontem (quarta-feira), o gabinete de Segurança Pública chamou-nos e disse à família que Chen Kegui (sobrinho) fora for-malmente encarcerado e queriam que a mulher comparecesse para assinar um documento.”

Chen Kegui fugiu no final de Abril, quando o tio conseguiu escapar à prisão domiciliária, mas foi detido mais tarde, e a sua

OS países da região Ásia-Pacífico enfrentam um ano de crescimento mais lento, devido aos

problemas nos maiores mercados de exportação e ao aumento do preço das matérias-primas, afirma um relatório anual hoje divulgado pela ONU.

Apesar destas perspectivas, a região vai conti-nuar como aquela que mais cresce no mundo, de acordo com o estudo da Comissão Económica e Social das Nações Unidas para a Ásia-Pacífico.

O crescimento da região ficará nos 6,5% em 2012, contra 7% de 2011, devido à continuação da crise da dívida soberana na zona euro e às incertezas das perspectivas económicas dos Estados Unidos, que enfraquecem a procura de bens e serviços exportados pela Ásia-Pacífico.

A região tem também de se preparar para uma

“nova normalidade”, com preços das matérias--primas muito mais voláteis, de acordo com as Nações Unidas, alertando que o novo contexto vai afectar sobretudo os mais pobres, a não ser que os governos façam planos para os proteger dos aumentos. “A maior ameaça para a região da Ásia-Pacífico é uma reestruturação de dívi-da desordenada, na zona euro”, disse Noeleen Heyzer, sub-secretária-geral das Nações Unidas, no lançamento do relatório.

“Um colapso da zona euro pode levar a perdas de 390 mil milhões de dólares em 2012 e 2013”, acrescentou, referindo que este cenário terá, como consequência, a manutenção de 14 milhões de pessoas, na região, abaixo dos 1,25 dólares por dia (euros), que serve de cálculo do limiar de pobreza.

Espanha Fotos enchem Madrid A 15.ª edição do PhotoEspaña, que começa em Madrid a 6 de junho, vai acolher 70 exposições com trabalhos de artistas como Andy Warhol, Helena Almeida ou Robert Capa, apesar de ter sofrido uma redução do orçamento em 25%. A programação do evento - com o tema “A partir daqui. Contexto e internacionalização” - foi ontem apresentada pela organização no Círculo de Belas Artes, na capital espanhola. O tema possui um carácter “mais social e cultural”, explicou Gerardo Mosquera, o comissário de um festival que irá acolher, até 22 de Julho, obras de 315 criadores.

Reino Unido Apostas fogem da GréciaDuas das maiores empresas de jogo britânicas anunciaram ontem que suspenderam as apostas sobre uma saída da Grécia da zona euro devido à actual incerteza política no país. A Ladbrokes, a maior empresa de apostas do Reino Unido, indicou num breve comunicado que devido à “incerteza que se mantém na Grécia”, a empresa “suspendeu as apostas sobre todos os assuntos relacionados com uma saída” do país da zona euro. No momento em que as apostas foram suspensas, hoje de manhã, a última probabilidade registada era de “um para três”, o que significa que um jogador que apostasse três libras receberia, se a saída se concretizasse, apenas uma libra, mais o dinheiro que apostou.

Encontro Hollande a caminho de MerkelO presidente francês eleito, François Hollande, vai encontrar-se em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel, na próxima terça-feira, dia 15, no mesmo dia em que toma posse, referiram ontem várias fontes oficiais, citadas pela agência France Press. Os dois líderes divergem sobre a estratégia político-económica assumida na Europa para enfrentar a crise. Hollande deseja renegociar o Tratado Orçamental Europeu assinado por 25 Estados-membros da UE, documento fortemente impulsionado por Berlim, bem como pretende propor medidas focadas no crescimento. Merkel já mostrou estar disponível para discutir medidas de crescimento, mas recusou, até à data, qualquer renegociação do tratado.

Aumento Petróleo vai subir de preçoOs preços do petróleo vão continuar “elevados devido aos riscos associados a factores geopolíticos”, embora os preços do crude tenham caído 3,9% em Abril, segundo o relatório mensal da OPEP, divulgado ontem. Segundo a OPEP, o preço de contratos de futuros do crude está, pela primeira vez este ano, em máximos, apesar do aumento da produção e de um menor consumo, precisando que a queda actual ocorreu porque os produtos refinados caíram para valores abaixo dos máximos nos meses anteriores a Abril. O crescimento da procura mundial de petróleo manteve-se inalterável em Abril, situando-se nos 3,3%, impulsionado pelo contínuo crescimento da economia norte-americana, que reviu a previsão de crescimento em 0,1 pontos percentuais para 2,3% em 2012. Em contraste, a zona euro “continua a demonstrar fracas previsões de crescimento”, sendo que o Japão mantém inalterada a previsão de crescimento da sua economia em 1,8%, refere o relatório. A OPEP indica que a China continuará a crescer “num sólido 8,2%” e na Índia existe a expectativa de um crescimento de 6,9%.

França Vinho do Porto em destaqueO vinho do Porto é um dos convidados de honra da Festa da Europa, que decorre em Bordéus, França, mercado que, no primeiro trimestre deste ano, registou um crescimento de 3,5% nas vendas deste produto. “Esta presença vem reforçar o investimento em promoção que tem vindo a ser feito no mercado francês, que continua a ser dos mais importantes para o vinho do Porto”, afirmou ontem o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), Manuel Cabral. A Festa da Europa, promovida pela Câmara de Bordéus, decorre até quarta-feira. A “Fête de L’Europe” é um evento comemorado no mês de Maio em todos os 27 países membros da União Europeia, em homenagem à assinatura da “Declaração Schuman”, que teve lugar no dia 9 de Maio de 1950 e lançou as bases da integração europeia.

Chen Guangcheng acusa governo

Dissidente diz que lhe perseguem a família

Tampos difíceis na região Ásia-Pacífico

ONU prevê redução de crescimento

mulher desapareceu há vários dias, contou Chen Guangcheng.

O dissidente, que está a receber tratamento hospitalar em Pequim, disse também que a mãe do sobri-nho, detida vários dias e depois libertada sob caução, “está a ser ameaçada” com uma nova prisão e o pai “está confinado à aldeia”, com o telefone “confiscado”.

Chen Guangcheng, de 40 anos, tornou-se conhecido por ter apresentado uma queixa contra alegados abusos na apli-cação da política de controlo da natalidade (“um casal, um filho”), entre os quais abortos e esterilizações forçadas.

Desde setembro de 2010, quando acabou de cumprir mais de quatro anos de prisão por “aten-tados à propriedade e perturbação do trânsito”, Chen estava proibido de sair de casa, numa aldeia da

província de Shandong, nordeste da China, e de receber visitas.

REFUGIADO NA EMBAIXADANo final de Abril, refugiou-se na Embaixada dos Estados Unidos em Pequim, de onde sairia a 2 de Maio, para receber tratamento hospital.

A saída ocorreu poucas horas depois da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, chegar à capital chinesa para parti-cipar na agendada quarta ronda do Diálogo Estratégico e Económico entre os dois países.

Chen Guangcheng, entre-tanto, pediu ajuda dos Estados Unidos para sair da China. Uma universidade de Nova Iorque já indicou que receberá o dissidente.

O governo chinês criticou os Estados Unidos por acolherem o Chen na embaixada “por vias anormais” e a imprensa oficial acusou o dissidente de se ter tornado “um instrumento ao serviço dos inimigos do sistema político” do país.

No dia 4 de maio, o governo chinês indicou que o activista poderá apelar para estudar no es-trangeiro. “Se ele quiser estudar no estrangeiro, como cidadão chinês, pode apelar através dos canais nor-mais, de acordo com a lei, como qualquer outro cidadão chinês”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.