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TIAGO ALCÂNTARA Pela sexta vez o projecto da Lei Sin- dical vai chegar à Assembleia Le- gislativa pela mão do deputado José Pereira Coutinho. Sem diferir muito do apresentado no ano passado o projecto parece, no entanto, recolher maior simpatia por parte de alguns deputados e especialistas embora continue ainda a levantar reservas em vários sectores da sociedade. O adeus do patriota amigo Abram alas aos TNR LU PING (1927-2015) COTAI DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 TERÇA-FEIRA 5 DE MAIO DE 2015 ANO XIV Nº 3323 hojemacau POLÍTICA PÁGINA 4 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB LEI SINDICAL MAIOR ABERTURA MAS POUCO OPTIMISMO A batalha da união HOSPITAL CONDE DE SÃO JANUÁRIO Mais espaço para a saúde SOCIEDADE PÁGINA 6 GRANDE PLANO PÁGINA 3 ÚLTIMA

Hoje Macau 5 MAI 2015 #3323

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Hoje Macau N.º3323 de 5 de Maio de 2015

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Pela sexta vez o projecto da Lei Sin-dical vai chegar à Assembleia Le-gislativa pela mão do deputado José Pereira Coutinho. Sem diferir muito do apresentado no ano passado o

projecto parece, no entanto, recolher maior simpatia por parte de alguns deputados e especialistas embora continue ainda a levantar reservas em vários sectores da sociedade.

O adeus do patriota

amigo

Abram alas aos TNR

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Director carlos morais josé www.hojemacau.com.mo Mop$10 t e r ç a - f e i r a 5 D e m a i o D e 2 0 1 5 • a N o X i V • N º 3 3 2 3

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2 hoje macau terça-feira 5.5.2015

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l i g u e - s e • pa r t i l h e • v i c i e - s ePropriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

diárioDE

boRDo

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Reza a lenda do período de tran-sição, que precedeu a transferência de soberania de Macau, que Lu Ping, alto representante dos interesses chineses nas negociações, estimava os portugueses, tendo com os diplo-matas lusos uma excelente relação.Pelo contrário, foram públicos e notórios os seus desentendimentos com a administração britânica, ali do outro lado do Rio das Pérolas. Nos últimos cinco anos da presença inglesa em solo chinês, Londres enviara um governador que propôs mais reformas políticas do que todos os seus antecessores em 150 anos.

Era um claro gesto para irritar as au-toridades de Pequim e desestabilizar o futuro de Hong Kong. Ambos os objectivos foram e estão a ser conse-guidos. Era por isso natural que Lu Ping, um mais desassombrados dos políticos chineses que intervieram na questão, tivesse criticado duramente Chris Patten, sólido membro dos Tories e futuro comissário europeu, homem culto e experimentado repre-sentante da direita dos valores mas também, sobretudo, dos interesses.A irritação chinesa com a atitude inglesa não se limitava à política e à nova ideia de sufrágio universal,

introduzida por Patten a menos de quatro anos da data de transferência de soberania. No campo económico, os ingleses dispunham em Hong Kong dos dinheiros públicos para financiar obras, cujo planeamen-to e construção eram atribuídos predominantemente a empresas britânicas.Tal facto, que não acontecia em Ma-cau, criou um óbvio mal estar entre as partes. Na inauguração da última ponte do regime, no crepúsculo da colónia, com a presença do príncipe Charles, não estava presente nenhu-ma face chinesa, o que espelhou

bem o distanciamento requerido e o estado geral das relações entre os dois países, naquele momento crucial da História.Lu Ping, agora desaparecido, foi nessa altura a voz do descontenta-mento chinês face ao modo como os ingleses se estavam a despedir de Hong Kong. Assim será, com certeza, lembrado na imprensa in-ternacional. Mas o que ele realmente era, como político no contexto chi-nês, como pessoa no trato directo e se realmente teria consideração e estima pelos portugueses, só alguns poderão testemunhar.

JovEnS MARChAM durante uma parada em Alla-Too, a praça da Vitória, em Bishek, a capital do Quirguistão. Ontem,celebrou-se assim o ‘Dia da Vitória’, data em que se assinalam os 70 anos da vitória da então União Soviética e dos seusaliados frente à Alemanha nazi, na Segunda Guerra Mundial.

EPA/

IGOR

KOV

ALEN

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Lu Ping

“Para um empresário como o senhor, resumo estes negócios desta forma: quatro horas nos casinos de Macau em 2014 foram o suficiente para produzir as receitas anuais daquela pista, que está a ocupar um enorme terreno numa das áreas com mais densidade populacional de Macau, sem qualquer espaço verde oupara a comunidade”• ANIMA, sobre a inviabilidade do Canídromo

“As declarações das testemunhas não foram aceites, nem existem provas concretas de que eu seja o fundador do site. Nãoentendo muito bemas leis de Macau”ChaRlie Choi• Condenado a prisão com pena suspensa por ser o fundadordo site de cobrança de dívidas “Wonderful World”

“A Secretária para a Administração e Justiça lamenta a situação [dos funcionários públicos corruptos], mas acredita que a maioria cumpre rigorosamente a lei e as suas responsabilidades”• Gabinete de Sónia Chan

“Os trabalhadores descobriram que, de todas as vezes que os responsáveisdo Governo fazem a fiscalização, os patrões são avisados com antecedência,

o que faz com que os ilegais sejam escondidos”Ng Kuok Cheong, sobre os trabalhadores ilegais na construção civil | P. 4

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3grande planohoje macau terça-feira 5.5.2015

a lguns deputados da Assembleia legisla-tiva (Al) mostraram--se mais abertos para

aceitar a lei sindical, mas com várias reservas. Tal como em anos anteriores, o projecto de lei de José Pereira Coutinho não integra o di-reito à greve, mas somente questões relacionadas com a possibilidade de criar sindicatos.

Desta vez, gabriel Tong, que votou contra os anteriores projec-tos de lei do seu colega, afirma não se opor, mas levanta algumas questões. E a opinião parece ser unânime, ainda que o redondo “não” esteja longe de condizer com a opinião da maioria.

gabriel Tong refere por exem-plo que está é uma legislação com pés e cabeça, mas sem grande aplicabilidade no sistema actual da sociedade de Macau. “Tenho receio que esta lei venha agravar a situação entre os trabalhadores e os empregadores, até porque há questões complicadas”, disse ao HM.

Para o deputado, “as coisas fun-cionam [bem] como estão”, ainda que Tong mantenha a mente aberta no caso da sociedade mostrar que realmente quer ver a lei sindical implementada.

“se houver muitas reclamações por parte dos trabalhadores, é capaz de fazer sentido”, ponderou Tong.

O também advogado mantém tudo em aberto, referindo que “ainda é muito cedo” para pensar na decisão que vai tomar no dia da discussão.

Mak soi Kun vai mais longe e, em declarações ao HM, confessa concordar com a matriz do projec-

José Pereira Coutinho apresenta o projecto da lei sindical pela sexta vez no hemiciclo e a receptividade de deputados e especialistas parece ter aumentado, mas pouco aponta para que vá ser aprovada. O direito à greve não é, para já, prioridade

“O projecto é relativamente idêntico àquele que apresentei na AL no ano passado e a ‘lei sindical’ e ‘negociação colectiva’ são dois conceitos que devem estar intimamente relacionados para que as associações sindicais possam intervir em nome dos trabalhadores”Pereira Coutinho Deputado

to, mas não com a sua aprovação. Pelo menos para já.

segundo o deputado, é neces-sário aperfeiçoar o regime laboral, para que permita uma maior faci-lidade na criação de sindicatos e nomeação de porta-vozes.

Mak considera que é necessá-rio primeiro actualizar a questão da qualificação profissional e para isso ilustra com o exemplo dos EuA, onde a lei sindical obriga à qualificação para pertencer a um sindicato.

“Existem cerca de sete mil as-sociações [em Macau] e como três pessoas podem fundar uma asso-ciação, existem várias associações da mesma área. A estrutura de as-sociações é menos rigorosa. Quan-do a lei sindical for legislada, quem vai ser representante real da profissão para negociar com os empregadores?”, refere o deputado ao HM. “Em Macau, só o regime da credenciação de engenheiros é que vai entrar em vigor em Julho e os trabalhadores de outras áreas podem exercer sem qualificação. uma união de estucadores pode ser fundada por estucadores não qualificados”, continua.

Mak soi Kun defende que, antes de ser legislada uma lei sindical, o governo deve acelerar a criação de regimes de credenciação de todas as áreas, bem como ele-ger, “de forma democrática”, um representante de cada profissão.

SemelhançaS Tendo em conta a mais recente dis-cussão deste projecto na Al, no ano passado, espera-se que deputados como KwanTsui Hang, Ella lei, ng Kuok Cheong e Au Kam san marquem o “sim” nos quadros do hemiciclo. Para as representantes da Federação das Associações de Operários de Macau (FAOM), o diploma é essencial. Kwan chegou mesmo a dizer, no ano passado, que já havia apresentado um projecto de lei semelhante. Ella lei defen-deu publicamente a necessidade deste diploma.

O projecto de Pereira Coutinho foi entregue na semana passada e deverá ser admitido muito em bre-ve. Apesar das críticas anteriores dos colegas, o deputado não alterou em muito esta sexta versão.

“O projecto é relativamente idêntico àquele que apresentei na Al no ano passado e a ‘lei sindi-cal’ e ‘negociação colectiva’ são dois conceitos que devem estar intimamente relacionados para que as associações sindicais possam intervir em nome dos trabalhado-res”, afirmou o deputado ao HM.

Para já, Pereira Coutinho não

exige que o direito à greve vigore no diploma, já que diz saber ser uma matéria “sensível” para alguns dos outros membros do hemiciclo. “A greve é um mecanismo de úl-timo recurso para alcançar, com justiça, aquilo que o trabalhadores têm por direito”, acrescenta, sem nunca esquecer que a criação de sindicatos é “o mínimo dos míni-mos” para o bom funcionamento social e laboral.

De neceSSiDaDe báSica A sociedade local está preparada para a lei sindical há já muito tem-po. Isso mesmo sublinha larry so, ex-professor de Administração do Instituto Politécnico de Macau (IPM).

“É a única forma de resolver os conflitos entre patronato e tra-

Lei SinDiCaL DeputaDos e especialistas mais receptivos, mas pouco optimistas

não pôr a greve à frente dos sindicatos

balhadores e existe em quase todos os cantos do mundo”, começa por dizer.

no entanto, so não está opti-mista quanto à aprovação deste projecto de lei: “neste momento e não querendo fazer previsões, não acredito que a lei vá ser aprovada por este hemiciclo”.

E nem todas as opiniões con-vergem em prol do diploma. É o caso de lou shenghua, professor de Administração Pública do IPM, que considera já existirem “leis que regulamentam a criação de associa-ções e outras que regulamentam as relações laborais”, pelo que não vê necessidade de criar um novo di-ploma no mesmo sentido. lou vai mais longe. se a questão passa por efectivar a lógica de negociação colectiva – protecção de valores

e direitos laborais por via de um grupo de profissionais –, a solução seria rever a lei de Relações la-borais e inserir uma nova cláusula que regulasse este parâmetro.

ToDoS ou nenhunSO documento de Coutinho inclui todos os trabalhadores, mesmo os da Função Pública e os TnR. Para uma jurista do território –que prefere manter-se no anonimato –, a lei sindical deveria sem dúvida, fazer isso.

“uma lei sindical é neces-sária em qualquer Estado de Direito e os trabalhadores não podem exercer livremente um direito fundamental – como é o da greve – sem uma lei que regule todas essas situações”, começa por explicar. É que de acordo com a sua interpreta-

ção de especialista, a lei Básica entende que todos os cidadãos da RAEM têm os mesmos direitos e deveres, excluindo os artigos referentes às eleições e processos

eleitorais, nos quais só residen-tes permanentes podem participar.

“[Deve incluir] todos os residentes [permanentes

e não permanentes], até porque ultimamente se tem

feito uma grande confusão entre direitos dos residentes e dos não residentes. A leitura que faço da lei Básica é que os direitos são iguais para todos”, lembra a advogada.

GreveS ficam para DepoiSO direito à greve é algo que para Pereira Coutinho poderá ser re-gulamentado através de um docu-mento legislativo posterior. “É um projecto que não contém o Direito à greve porque consideramos que é algo que pode ser posteriormente regulamentado”, explica o depu-tado. neste momento, frisou ao HM, o essencial passa por legislar a criação de sindicatos que possam proteger e defender os funcionários. Principalmente os dos casinos.

não é ainda certo se o presi-dente da Associação de Traba-lhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) se prepara para apresentar um outro documento sobre as greves a seguir à eventual aprovação do actual projecto de lei, mas a ideia não fica posta de parte.

Para larry so, a lei sindical não faz sentido sem incluir o direito à greve. “sem este direito ou de negociação colectiva, a legislação dificilmente pode ser chamada de ‘sindical’ e, a ser aprovada, trata-se de uma lei deficiente”, afirma ao HM.

leonor Sá [email protected]

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4 hoje macau terça-feira 5.5.2015política

o Gabinete de Recur-sos Humanos (GRH) adiantou que, até fi-nais de 2014, a pro-

porção média dos trabalhadores não-residentes (TNR) nas seis concessionárias de Jogo foi de 26,6%, um número superior ao que o Governo tinha inicialmente imposto, quando frisou que essa proporção não podia ir além dos 20%. O deputado Ng Kuok Cheong queixou-se, numa interpelação escrita, do abuso de contratação de TNR, mas o GRH garante que a apreciação dos pedidos é feita de “forma rigorosa e de acordo com as necessidades do mercado laboral”. E avança que vai ser preciso mais desta mão-de-obra.

Ng Kuok Cheong já tinha referido que o Governo havia pro-

Em resposta ao deputado Ng Kuok Cheong, o Gabinete de Recursos Humanos confirma que os portadores de blue card já representam 26,6% dos trabalhadores nos casinos, contra os 20% inicialmente previstos. Mas, o Governo admite que vão ser precisos mais TNR. O deputado democrata pede ainda um mecanismode saída desses trabalhadoresdos casinos

TNR AcimA de 20% nos cAsinos mAs Governo quer mAis

Os imperativos do Cotaimetido controlar o número de TNR no principal sector económico do território, lembrando que o abuso de TNR “não deve ser tolerado”. O democrata pede que seja imple-mentado um mecanismo de saída desses trabalhadores, para que se possa voltar à proporção de 20% por volta de 2016 ou 2017, quando os novos casinos abrirem portas.

Na resposta, Chan Un Tong, chefe substituto do GRH, reagiu, dizendo que o número de porta-dores de blue card “corresponde à oferta e necessidade do mercado laboral, bem como ao equilíbrio de recursos humanos das Pequenas e Médias Empresas (PME)”.

Chan Un Tong previu ainda que os recursos humanos em Macau, nos próximos três anos, “vão ser muito necessários”, tendo em conta a conclusão dos empreendimentos no Cotai, pelo que “a importação adequada de TNR vai diversificar a economia, fixando os níveis de empregabilidade da população”.

Combater o que é ilegalNuma outra interpelação escrita, Ng Kuok Cheong revela estar preocupado com o combate aos tra-balhadores ilegais, questionando se este a ser feita “com rigor”, ou se, pelo contrário, “existe uma coni-vência estratégica”. Pede, assim, que deputados e representantes de associações possam analisar a situação.

O deputado que representa a Associação Novo Macau (ANM) escreveu que vários trabalhadores locais da construção civil se quei-xaram de que há abusos em termos do número de trabalhadores ilegais nos projectos do Cotai. Embora existam acções de fiscalização, estes funcionários falam de acções que são uma “encenação”.

“Os trabalhadores descobriram que, de todas as vezes que os res-ponsáveis do Governo fazem a fis-calização, os patrões são avisados com antecedência, o que faz com que os ilegais sejam escondidos.”

Ng Kuok Cheong fala ainda de mudanças do local de trabalho feitas durante a noite. “Como o Governo não investiga esses sítios, a situação é ignorada”, escreve. O deputado pede, por isso, medidas eficazes na investigação dessas alterações, bem como o reforço da segurança dos agentes da au-toridade.

Ng Kuok Cheong recordou ain-da a promessa do antigo Secretário para a Segurança, Cheong Kuok Vá, sobre a “introdução de um me-canismo de intervenção por parte dos deputados ou representantes de associações na investigação dos trabalhadores ilega is”. Depois dessas palavras, o deputado quer saber se o novo Governo concorda com a introdução dessa medida, que iria penalizar os patrões que contratarem de forma ilegal.

Flora [email protected]

“A importação adequada de TNR vai diversificar a economia, fixando os níveis de empregabilidadeda população”ChaN UN TONgChefe substituto do gRh

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5 políticahoje macau terça-feira 5.5.2015

pub

AnúncioHM-2ª vez 5-5-15AUTOS DE INTERDIÇÃO CV3-15-0012-CPE 3º Juízo Cível

REQUERENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO.------------------REQUERIDO: WONG POU CHUN.---------------------------

*******

FAZ-SE SABER que, foi distribuído neste Tribunal, em 25 de Março de 2015, um Processo de Interdição, com número acima indicado, em que é Requerido, WONG POU CHUN, casado, residente em Macau, no 4º andar do University Hospital, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.---------------------------------------------------

Macau, 22 de Abril de 2015.

O ano passado, dis- cutiu-se. Este ano, pretende-se concretizar. As

novas alterações ao Regi-mento da Assembleia Legis-lativa (AL), propostas pela Comissão de Regimento e Mandatos, já foram subme-tidas e aceites na Assembleia Legislativa e pretendem in-troduzir a possibilidade de os deputados terem mais tempo para falar no período antes da ordem do dia, quando são apresentados os diversos temas. Contudo, o grupo de deputados quer manter aquilo que já consta no documento: a impossibilidade de Governo e deputados apresentarem na mesma sessão legislativa diplomas sobre as mesmas matérias.

“Quando um projecto de lei sobre uma determinada matéria não for aprovado ou for definitivamente rejeita-do numa sessão legislativa, não pode o mesmo ser

Táxis Luz verde para a emissão de alvarás Chui Sai On, Chefe do Executivo, autorizou ontem oficialmente a emissão de 200 novas licenças de táxi. De acordo com um despacho publicado no Boletim Oficial, o líder do Governo estabelece o regulamento a aplicar para a exploração de táxis, a conceder pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), e permite, assim, a abertura do concurso público para o efeito. As novas licenças terão um prazo máximo de oito anos de validade, não podendo ser renovadas ou transmitidas a terceiros.

Centro de Turismo de Macauem Portugal fica até JunhoO Governo prorrogou a existência do Centro de Promoção e Informação Turística de Macau, situado em Lisboa, até 15 de Junho deste ano. O anúncio foi publicado na semana passada, em Boletim Oficial, sendo que Macau vai ainda atribuir 70,3 mil patacas ao local, que é conhecido como sendo a delegação de Macau em Portugal.

Fundo cultural Prometida mais transparênciaO Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura prometeu maior transparência e rapidez no processo de concessão de subsídios do Fundo das Indústrias Culturais e Criativas, depois de um polémico afastamento de um vogal alegadamente envolvido num esquema de favorecimento pessoal. “Acredito que a população deve saber como o erário público é utilizado e espero que os trabalhadores do Fundo possam fornecer mais informações ao público. Concordo que o processo deve ser acelerado. Houve uma altura em que algumas pessoas disseram não saber quais os membros do júri de avaliação da concessão de subsídios. Vamos dar mais informações ao público”, disse, à margem da cerimónia da tomada de posse do novo director do São Januário.

“Quando um projecto de lei sobre uma determinada matéria não for aprovado ou for definitivamente rejeitado numa sessão legislativa, não pode o mesmo ser novamente apresentado na mesma sessão”

A Comissão de Regimento e Mandatos entregou no hemiciclo um projecto de lei para a alteração à sua Lei Orgânica. Propõe-se manter a proibição, para Governo e deputados, da apresentação de leis semelhantes na mesma sessão legislativa, mas os deputados pedemque o período antes da ordem do dia deixe de ter o limite de uma hora

AL EnTrEGuE PrOJECTO quE PEDE MAIS TEMPO AnTES DA OrDEM DO DIA

Repetição de leis é que não

novamente apresentado na mesma sessão. O mesmo vale para as propostas de lei. Se uma proposta de lei não for aprovada [ou rejei-tada], não pode o Governo apresentá-la novamente na AL”, pode ler-se na propos-ta entregue.

No entender dos deputa-dos que compõem a Comis-são, a manutenção do artigo “respeita tanto o poder da iniciativa legislativa dos de-putados como do Governo”.

Deixem-nos falarOs deputados propõem o fim do limite para o período

antes da ordem do dia, que actualmente é de uma hora, “possibilitando a todos os deputados que possam fazer uso da palavra durante este período do plenário, caso assim o desejem”.

A Comissão defende que, no período antes da ordem do dia, o tempo de participação de cada deputa-do “pode ser reduzido, para que todos possam expressar as suas opiniões”. É, assim, proposto que cada deputado não possa falar mais do que cinco minutos. Os deputados terão pedido quatro a oito minutos de participação,

mas a Comissão entendeu, com base na experiência desta sessão legislativa, que os membros do hemiciclo nunca foram além dos cinco minutos. Nos casos do uso da palavra, durante o debate, cada deputado só poderá falar 20 minutos.

Relativamente ao pe-dido de audição, foi feita uma alteração mais técnica. Em vez de serem pedidos debates sobre questões “de interesse público”, serão pedidos sessões plenárias em nome de temas “que interessem à população”.

Cabe agora ao hemiciclo votar estas alterações, algo ainda sem data para acon-tecer. A Comissão, liderada por Vong Hin Fai, escreve na sua proposta que todos os deputados foram con-sultados para expressarem as suas opiniões sobre o assunto.

andreia sofia [email protected]

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6 hoje macau terça-feira 5.5.2015sociedade

V ários profissionais de saúde juntaram-se ontem no auditório do hospital Conde de são

Januário para assistir à tomada de posse do seu novo director e antigo responsável pelo serviço de radiologia, Kuok Cheong U. Em declarações aos jornalistas, o novo director prometeu melhorar, acima de tudo, a falta de espaço, um

A semana começou preenchida para os lados do serviço de Nefrologia do Hospital Conde de são Januário. No

meio de consultas externas e tratamentos de hemodiálise e diálise, Kuok Un in, médica responsável pelo serviço, teve uns minutos para receber o secretário para os Assuntos sociais e Cultura, Alexis Tam, naquela que é a sua terceira visita ao hospital. Desta feita, a visita serviu para conhecer os serviços menos visíveis, mas nem por isso menos necessi-tados de apoio. Para além da Nefrologia, Alexis Tam visitou os serviços de Medicina Legal, a enfermaria e Anatomia Patológica. Falou com os directores dos serviços e com os seus doentes.

Apesar de bastante diferentes, todos os serviços revelam sofrer das mesmas insufi-ciências: falta de espaço, falta de médicos e falta de equipamentos. Na enfermaria, onde muitos doentes ficam dias e dias até serem transferidos para outros serviços, existem 43 camas que não chegam para todos. Na Anato-mia Patológica, a médica responsável pediu

a Alexis Tam uma expansão do espaço e a aposta na formação de mais internos locais.

Do lado do secretário voltaram a ouvir-se promessas nas áreas do recrutamento e formação. “Esta visita serve para ver quais as dificuldades e aumentar a moral dos trabalhadores. Eu e o Governo compreendemos as dificuldades dos trabalhadores da área da saúde, porque com o aumento da população, as necessidades também aumentam. sabemos que a pressão sentida pelos serviços de saúde e hospital é muito grande, mas vamos continuar. sabemos que há um novo hospital que vai ser construído e esperamos conseguir melhorar o serviço de saúde.”

Depois de ter adoptado o mecanismo de triagem dos doentes das urgências para o serviço de saúde privado, Alexis Tam traçou um balanço positivo. “o tempo de espera nos serviços foi encurtado, mas ainda temos mais margem para melhorar o nosso serviço. os custos também vão aumentar e vamos continuar a trabalhar neste sentido. Nestes quatro meses já começamos a sentir esse aperfeiçoamento”, concluiu. A.S.S.

Alexis TAm visiTou serviços hospiTAlAres e fAlou com direcTores

Falta de espaço e outras histórias

“É necessária uma maior comunicação interna para resolver esse problema (falta de espaço). O melhor aproveitamento do espaço vai favorecer o trabalho dos funcionários da primeira linha”

são JAnuário KuoK Cheong u toma posse e mantém direCção ClíniCa

velhas urgências abandonadaso Hospital Conde de são Januário já tem Kuok Cheong U como novo director, mantendo--se a mesma direcção clínica. o reaproveitamento das antigas urgências do hospital está no topo das prioridades, tendo Alexis Tam prometido novidades para o iníciodo próximo ano

problema que, diz, não é possível resolver apenas com uma pessoa.

“É necessária uma maior co-municação interna para resolver esse problema. o melhor aprovei-tamento do espaço vai favorecer o trabalho dos funcionários da primeira linha”, disse.

Além disso, Kuok Cheong anunciou que vai manter a mesma direcção clínica. o novo responsá-

vel assegura que o hospital também sofre com problemas na sua capa-cidade de atendimento. “Macau está a enfrentar o problema do envelhecimento da população e va-mos adquirir mais equipamentos”.

Kuok Cheong U prometeu ainda melhorar o sistema de en-caminhamento dos doentes para as consultas externas. “Temos como objectivo melhorar o mecanismo.

o objectivo não é apenas aliviar a pressão, temos também de anali-sar a situação actual e reforçar a formação, entre outras medidas.”

Alexis Tam, secretário para os Assuntos sociais e Cultura, não só assistiu à tomada de posse do novo director como realizou uma visita aos serviços do hospital menos conhecidos do grande público (ver texto secundário). Confrontado

com um eventual favorecimento de Kuok Cheong U, por ambos terem partilhado os bancos da escola secundária, o secretário negou essa situação.

“Conheço várias pessoas e não nomeei o médico Kuok apenas porque ele é meu amigo, mas pela sua capacidade. se alguém não acreditar podem fazer pesquisas sobre o seu currículo. Posso dizer aqui que foi meu colega do ensino secundário, mas muitos trabalha-dores da minha área foram meus colegas da Escola Pui Cheng.”

UrgênciA vAziA Um dos espaços visitados pelo secretário, novo director e respec-tiva direcção clínica do hospital foi a antiga sala dos serviços de urgência. Desde 2013, data em que as novas urgências foram inaugu-radas, que o espaço continua por ocupar, apesar de ter disponíveis as camas e restantes equipamentos.

“Devemos fazer uma remode-lação do espaço para uma utiliza-ção mais razoável. Ainda estou a estudar as propostas com o director mas muito em breve vamos ter uma solução. Tem cerca de 200 camas e os equipamentos, é só avaliar as necessidades do hospital. Vamos articular os diferentes serviços para uma maior capacidade de atendimento, mas o maior proble-ma é com o pessoal”, referiu Lei Wai seng, director do serviço de urgência.

Por vontade de Kuok Cheong U, a sala começaria já a ser utili-zada, mas é preciso um plano e decisões. “Gostaria de avançar de imediato. Temos de aumentar o espaço do hospital e como novo director vou estudar o plano com as diversas partes”, avançou.

Alexis Tam falou de uma pos-sível data para que isso venha a acontecer. “o mais rápido talvez seja no início do próximo ano, para que possamos utilizar estas áreas. Também há várias outras áreas que vamos aproveitar. Vamos poder proporcionar um melhor ambiente para os utentes”, concluiu.

Andreia Sofia [email protected]

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7 sociedadehoje macau terça-feira 5.5.2015

L eong Lai, directora da Di-recção dos Serviços de edu-cação e Juventude (DSeJ), anunciou ontem que um

total de 2,6 milhões de patacas foram devolvidas ao governo no ano lectivo 2013/2014, valores respeitantes a subsídios entregues pelo organismo às instituições escolares. A responsável, citada pelo Jornal do Cidadão, disse ainda que está a ser exigida a devolução de dinheiro por cin-co escolas, no total de 500 mil patacas. Desde 2006 o subsídio distribuído ao pessoal docente terá sido na ordem dos 80%.

Um comunicado da DSeJ revela que a entidade já entregou ao Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, um relatório sobre a utilização dos subsídios do “Projecto de Subsídio para o ensino especial” pelas escolas. o documento, já citado na imprensa chinesa, re-vela que existe um total de 575 alunos de ensino especial em 29 escolas privadas, sendo que todas recebem dinheiros deste plano. Ainda assim, Leong Lai referiu que “as escolas não ficaram com o resto dos subsídios de propósi-to”, tendo admitido que a DSeJ “tem espaço para melhorar os regulamentos e para haver mais comunicação com escolas”.

Vong Kuok Ieng, director da escola Choi nong Chi Tai, considera, segundo a TDM, que, a partir deste momento, as escolas vão ser mais cautelosas

A Té ao final de Março, cer- ca de 242 mil veículos circuvalam no território,

um aumento de 5,2% em relação ao mesmo período do ano pas-sado. Destes, a maioria (51,9%) era motociclos, sendo que 41,4% eram automóveis ligeiros parti-culares.

Jogo Abril comquebra de quase 40%Os casinos fecharam Abril com receitas de 19.167 milhões de patacas, menos 38,8% relativamente ao período homólogo do ano passado, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com dados publicados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, o mês de Abril obteve o pior desempenho de 2015. Em termos acumulados, os casinos de Macau encaixaram receitas de 83.944 milhões de patacas – menos 37,1% - face aos primeiros quatro meses do ano passado. Os resultados ontem divulgados estão em linha com as projecções divulgadas pela Lusa que indicavam que a queda das receitas em Abril estaria acima de 30% e que poderia chegar aos 40%.

TrânsiTo Mais de cinco Mil novos veículos no priMeiro TriMesTre

estradas entupidas

MAis Móvel, Menos fixoNo final de Março de 2015 estavam ainda registados 151.951 utentes de linhas telefónicas fixas, que diminuíram 3,3%, em termos anuais. Cresceram, no inverso, os utentes de telemóvel, mais 11,1%. Ao todo, são 1.847.745 os utentes de telemóvel. Quanto ao serviço de internet, existiam 311.283 assinantes que utilizaram 253 milhões de horas no trimestre em análise, tendo aumentado 13,1% e 11,8%, respectivamente, em termos anuais.

Dados da Direcção dos Serviços de estatísticas e Censos (DSeC) mostram que surgiram mais 5523 veículos novos só no primeiro trimestre, mais 11,3% em termos anuais. os motociclos com matrícu-las novas constituíram 53% do total.

Com o trânsito como um dos maiores problemas de Macau, onde

mensalmente, nas estradas, entram mais 900 veículos, verificou-se ainda um aumento de 1% nos acidentes de viação: ocorreram 3771 acidentes de viação, dos quais resultaram 1377 vítimas, cinco delas mortais.

Recorde-se que a Direcção dos Serviços dos Assuntos de Tráfego emitiu um comunicado na qual

refere a actualização de impostos, revisão do regime de passe mensal e tarifário de parques de estaciona-mento público, introdução de par-químetros de uma hora e estudo do encurtamento da periodicidade de inspecção obrigatória dos veículos, para haver um melhor controlo de veículos. Também a decisão sobre a implementação de mais facilidades na obtenção de matrículas duplas – da China e Macau – ainda não foi tomada, numa altura em que só no primeiro trimestre 1.261.713 automóveis movimentaram-se nos postos fronteiriços terrestres entre Macau e a China continental, mais 6%, em termos anuais. A maioria seguiu pelas Portas do Cerco.

Quanto aos transportes aéreos no trimestre em análise, efectua-ram-se 12.696 voos comerciais no Aeroporto Internacional de Macau, correspondendo a um crescimento de 9,8%, em termos anuais.

MAior clArezA pArA subsídios escolAresAlexis Tam foi ontem questionado sobre as irregularidades na utilização de subsídios públicos ao nível do ensino especial. o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura revelou saber parcialmente do conteúdo do relatório através da directora da DSeJ e assegura que “não se detectou qualquer situação de auto enriquecimento” das escolas. Alexis Tam adiantou ainda que já exigiu à DSeJ o aperfeiçoamento das instruções sobre a atribuição do subsídio, evitando assim que as escolas cometam imprecisões. “A DSeJ, ao considerar os subsídios para o ensino especial, tem de respeitar algumas regras. Algumas escolas exigem que as instruções sejam mais claras e eu estou de acordo com isto. Todas as concessões de subsídios têm de respeitar as regras e acredito que ainda há muita margem para melhorar. Vamos melhorar esta situação e vou acompanhar este caso”, disse à margem da cerimónia de tomada de posse do novo director do São Januário.

Serão cerca de 2,6 milhões de patacas os valores de subsídios que 14 escolas já devolveram ou têm de devolver ao governo. A directora da DSeJ admite mudanças nos regulamentos, enquanto que algumas opiniões pedem novas instruçõese a publicação dos nomes das escolas

dseJ MAIs DE DOIs MILhõEs EM subsíDIOs DEvOLvIDOs

paga o que deves

a gerir o dinheiro recebido do governo, depois desta devolução obrigatória.

o mesmo responsável apon-tou ainda que o governo deveria

acelerar a criação de instruções para a utilização desses subsídios, obrigando as escolas a seguirem as mesmas regras, sendo que esses critérios não devem criar receios

nas direcções das escolas em rela-ção ao ensino especial.

Sou Ka Hou, presidente da Associação novo Macau (AnM), falou ainda da falta de um me-canismo para a fiscalização dos subsídios atribuídos na educação, defendendo o acompanhamento dos processos nas escolas já en-volvidas no caso.

“é importante que exista au-tonomia para as escolas privadas, mas a DSeJ revela-se muito fraca a lidar com a autonomia financei-ra. As fontes financeiras da DSEJ provêm dos cofres públicos, pelo que as escolas não podem ter total autonomia”, disse, também ao ca-nal chinês da TDM. o presidente da AnM pede ainda que os nomes das 14 escolas envolvidas sejam tornados públicos.

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8 hoje macau terça-feira 5.5.2015eventos

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aS duaS ÁguaS do maR • Francisco José viegasDuas mortes ocorrem simultaneamente em lugares junto ao mar - uma em São Miguel, nos Açores; outra em Finisterra, num promontório do litoral galego. O que a princípio parece ser um conjunto de coincidências infelizes acaba por ser um enredo que uma investigação policial sui generis desmonta como uma história de vingança e ressentimento. Sobre este romance, que na época confirmou Francisco José Viegas como uma das vozes mais originais da moderna ficção portuguesa, escreveu o diário francês Le Monde: «A sua meteorologia atormentada transforma-se numa metáfora do destino humano.»

Se eu FoSSe… nacionalidadeS • Francisco José viegasIlustrações de Rui PenedoSe Eu Fosse... Nacionalidades faz-nos descobrir a vida que o Lio teria se fosse Japonês, Brasileiro, Norueguês ou Italiano. Ilustrado a quatro cores, oferece às crianças, a partir dos 5 anos, a oportunidade de conhecer a realidade gastronómi-ca, linguística e patrimonial de diferentes países. Humorada, lúdica e didáctica, é uma obra para ser lida com os pais e descobrir, em cada país, aquele pormenor, contribuindo para a construção da memória referencial das crianças relativamente às diferentes nacionalidades do mundo.

“Maio Científico”no Centrode Ciênciade Macau

O Centro de Ciência de Macau vai dedicar

o mês de Maio à Ciência “em enormes doses”. Até hoje, o espaço do Planetário do Centro oferece oito filmes em cúpula, com destaque para quatro projecções diárias do mais recente filme “Sonhar em Voar em 3D”.

Amanhã, os interessa-dos podem ainda visitar a exposição “LED Azuis”, que estará patente até às 18h00, sendo que no dia 8, sexta-feira, inaugura a mostra “A Última Fron-teira: Mistérios do Ocea-no Profundo”. No mesmo dia, e subordinado ao mesmo tema, o Centro de Ciência acolhe ainda palestras, das 18h00 às 19h00, que se mantêm no dia 9, sábado, das 17h00 à mesma hora.

A exposição “A Última Fronteira” estará patente até dia 31 de Maio e, du-rante este período, haverá ainda workshops, onde os interessados podem aprender a orientar um Mini-Rov dentro de uma piscina temporária.

Também no próximo sábado, às 15h00, o es-paço apresenta a palestra “Medicina Tradicional Chinesa para a Saúde e Bem-Estar”, no Salão de Convenções, e dá-se o início do curso de dois dias – até domingo – de Linguagem de Programa-ção Scratch, para crianças entre os seis e os 12 anos. Estas aulas, de quatro sessões, têm o preço de cem patacas.

Já no dia 18 de Maio, e como forma de honrar o Dia Internacional dos Mu-seus, a entrada no Centro de Convenções é gratuita.

“O Fato” e “Aerodinâmica” sãoas peças apresentadas esta semana no Festival de Artes de Macaue acontecem no Centro Culturalno fim-de-semana

C ONtINuA esta se-mana a 26.ª edição do Festival de Artes de Macau 2015. Para

este fim-de-semana está marcada a peça “O Fato” e a apresentação do espectáculo de dança “Aerodinâmica”.

“O Fato” é uma peça de teatro baseada na obra da auto-ria de Can Themba, um autor que a concebeu nos anos 1960 numa África do Sul ainda do-minada pelo Apartheid. Can Themba acreditava que “O

FAM TeaTro e Dança na segunDa semana De maio

O espectáculo não pode parar

Can Themba acreditava que “O Fato” iria para sempre mudar a sua vida,mas o jovem autor acabou por falecer no exílio, tendo a obra sido banidada sua terra natal

Fato” iria para sempre mudar a sua vida, mas o jovem autor acabou por falecer no exílio, tendo a obra sido banida da sua terra natal.

Foi em 1994 que o conto acabou por ser adaptado ao teatro. Com o fim do Apar-theid, Mothobi Mutloatse e Barney Simon estrearam a peça que agora se pode ver em Macau no Market Theatre em Joanesburgo.

A peça conta a história de Philomen, um homem que

apanha um outro homem a sair pela janela quando regressa a casa do trabalho. Com a pressa, o sujeito deixa o fato para trás e Philomen decide

castigar a mulher, a infiel Ma-tilda. Mas o castigo é pouco convencional: Matilda deve tratar o fato como se este fosse uma pessoa, comendo à mes-

ma mesa com ele e passeando nas ruas da cidade. Philomen apercebe-se da crueldade do seu castigo quando a esposa morre de humilhação.

A peça, que estará em exibição no dia 8, 9 e 10 de Maio, foi já levada a cena no théâtre des Bouffes du Nord, em Paris, em 1999 e esteve em digressão durante três anos. O espectáculo não é aconse-lhável a menores de 18 anos e os bilhetes para o evento, que acontece no Centro Cultural

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9 eventoshoje macau terça-feira 5.5.2015

Exposição “Vida Fugaz”apresenta Sun Yat-sen e família“Vida Fugaz” é a nova exposição itinerante sobre Sun Wan, filha de Sun Yat-sen, e seu marido Dai Ensai e estará em Macau a partir de Setembro. A mostra, que se encontra agora no Museu Dr. Sun Yat-sen de Hong Kong, é organizada pelos departamentos de Cultura dos governos de Macau, Hong Kong, Cantão e Shenzhen. “Vida Fugaz” vai estar em exposição no território vizinho até 26 de Agosto e apresenta cenas do quotidiano do casal Sun Wan e Dai Ensai, mas sem esquecer o pai da figura feminina, Sun Yat-sen. A iniciativa foi pensada para ser itinerante, pelo que todo o seu conteúdo será disposto e disponibilizado de acordo com as características de cada região e o espólio de cada um dos museus. O casal retratado na mostra viveu nos EUA, onde estudou e trabalhou, tendo posteriormente voltado para Macau, onde manteve um contacto estreito com Sun Yat-sen. O museu de Hong Kong de nome homónimo está aberto todos os dias das 10 às 18 horas.

Arte e Cultura Abertascandidaturas para estudos As candidaturas para o Programa de Concessão de Subsídios para Realização de Estudos Artísticos e Culturais para o ano lectivo de 2015/2016 abrem entre os dias 23 e 30 de Junho. Há 50 vagas. As candidaturas incluem estudos de bacharelato ou mestrado nas áreas da Investigação ou Salvaguarda do Património Cultural, Artes Performativas, Artes Visuais, Cinema e Vídeo, Design, Banda Desenhada e Animação, Administração das Artes, Literatura, Estudos Culturais, Ensino das Artes e outras áreas do sector das indústrias culturais e criativas. Podem inscrever-se os residentes permanentes da RAEM que tenham sido admitidos em instituições de ensino superior para prosseguir estudos nas áreas acima mencionadas e que estudem em escolas públicas ou privadas em Macau no mínimo quatro anos. As candidaturas são submetidas a avaliação e entrevista e o montante do subsídio a atribuir aos candidatos seleccionados será fixado consoante o nível de estudos a prosseguir bem como o local de estudo.

C-Shop Venda de produtoslocais e bilhetes de espectáculos A C-Shop tem agora uma nova loja temática no interior, dedicada à promoção de produtos de Macau. A ideia é reforçar a promoção dos espaços culturais e criativos incluídos no recentemente lançado Mapa Cultural e Criativo de Macau, sendo que a nova loja constitui uma plataforma para exposição e venda de produtos originais dos espaços culturais incluídos nesse Mapa e serve ainda para a venda de bilhetes de programas e espectáculos que se realizam em Macau. O espaço vai reunir mais de uma centena de produtos originais de Macau, como lembranças, vestuário, utensílios domésticos, livros, artes visuais e produtos relacionados com eventos de arte e cultura locais.

Museus Festival arranca dia 17 de Maio Dezoito museus de Macau organizam, a partir de 17 de Maio, o “Festival do Dia Internacional dos Museus 2015”. Uma das actividades principais do Festival é o “Museu Móvel – Conversas no Teatro de Bambu de A-Má” e inclui exposições temáticas, actuações, workshops e palestras, cobrindo um leque diversificado de temas. A exposição temática integrada debruça-se sobre festividades, crenças e artesanato tradicionais dos pescadores de Macau, tais como a construção de andaimes em bambu e o fabrico de placas decorativas de flores, os laços entre a comunidade, ópera para divindades, entre muitos outros, combinando elementos como a estética da ópera, estrutura da construção e costumes e tradições locais. O Museu Móvel estará aberto ao público entre 17 a 21 de Maio, das 10h00 às 18h00.

Bienal de Veneza Pavilhão de Macau inaugura a 7 de MaioO Pavilhão de Macau na 56ª Bienal Inter-

nacional de Arte de Veneza inaugura no próximo dia 7 de Maio. Às 17h30, a repre-sentação de Macau apresenta a exposição “Caminho e Aventura – Obras de Mio Pang Fei”, que ficará patente até 22 de Novembro.

A exposição, que tem curadoria conjunta do Museu de Arte de Macau (MAM) e do Instituto Cultural (IC) apresenta 18 trabalhos representativos de pintura e instalação de Mio

Pang Fei, o prestigiado artista de Macau, “mos-trando as suas iniciativas experimentalistas em plena Revolução Cultural na China, bem como as obras resultantes da sua pesquisa e prática de décadas de neo-orientalismo”, avança a organização.

O MAM foi convidado para participar na Bienal de Veneza, um dos eventos artísticos mais significativo a nível mundial, pela pri-meira vez em 2007 e desde então já organizou

cinco exposições, apresentando um total de 14 artistas e mostrando assim a um público global o valor da arte contemporânea de Macau.

Esta edição da Bienal inclui exposições temáticas, exposições nos pavilhões nacio-nais e ainda exposições paralelas. O curador especial das exposições temáticas convidou 136 artistas de 53 países, incluindo artistas chineses como Xu Bing, Qiu Zhijie, Ji Dachun e Cao Fei.

Em “Aerodinâmica”, Wen-Chung Lin observa cuidadosamente os detalhes do movimento dos músculose cria um conjunto de movimentos que demonstrama deslocação do corpo no ar, com cada fibra musculartensa num teste contra a gravidade

FAM TEATRO E DAnçA nA SEgUnDA SEMAnA DE MAIO

O espectáculo não pode pararde Macau às 20h00, custam entre 150 a 200 patacas.

A dAnçArA acontecer apenas no dia 9, sábado, está o espectácu-lo “Aerodinâmica”. A obra artística de dança mostra uma coreografia de Lin Wen--Chung, bailarino que actuou com companhias como Bill T. Jones/ Arnie Zane Dance Company em Nova Iorque durante quase uma década, sendo aclamado como “Bai-

larino Soberbo” pelo The Village Voice de Nova Iorque, e tornando-se um dos poucos bailarinos de Taiwan a alcançar fama internacional.

Em 2008, decidiu regres-sar à sua terra natal onde fun-dou a companhia WCdance.

Em “Aerodinâmica”, Wen--Chung Lin observa cuidado-

samente os detalhes do movi-mento dos músculos e cria um conjunto de movimentos que demonstram a deslocação do corpo no ar, com cada fibra mus-cular tensa num teste contra a gravidade. Os bailarinos explo-ram o espaço e a relação entre o físico e o psicológico, apenas limitados pela imaginação.

O espectáculo está marca-do para as 20h00, no Centro Cultural de Macau, e os bi-lhetes custam entre as cem e as 250 patacas.

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10 publicidade hoje macau terça-feira 5.5.2015

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O Pedido do Projecto de Apoio Financeiro do FDCTpara à 2ª vez do ano 2015

(1) Fins O FDCT foi estabelecido por Regulamento Administrativo nº14/2004 da

RAEM, publicado no B. O. N° 19 de 10 de Maio, e está sujeito a tutela do Chefe do Executivo. O FDCT visa a concessão de apoio financeiro ao ensino, investigação e a realização de projectos no quadro dos objectivos da política das ciências e da tecnologia da RAEM.

(2) Alvos de Patrocínio(i) Universidades, instituições de ensino superior locais, seus institutos e centros de investigação e desenvolvimento (I&D);(ii) Laboratórios e outras entidades da RAEM vocacionados para actividades de I&D científico e tecnológico;(iii) Instituições privadas locais, sem fins lucrativos;(iv) Empresários e empresas comerciais, registadas na RAEM, com actividades de I&D;(v) Investigadores que desenvolvem actividades de I&D na RAEM.

(3) Projecto de Apoio Financeiro(i) Que contribuam para a generalização e o aprofundamento do conhecimento científico e tecnológico;(ii) Que contribuam para elevar a produtividade e reforçar a competitividade das empresas;(iii) Que sejam inovadores no âmbito do desenvolvimento industrial;(iv) Que contribuam para fomentar uma cultura e um ambiente propícios à inovação e ao desenvolvimento das ciências e da tecnologia;(v) Que promovam a transferência de ciências e da tecnologia, considerados prioritários para o desenvolvimento social e económico;(vi) Pedidos de patentes.

(4) Valor de Apoio Financeiro(1) Igual ou inferior quinhentos mil patacas. (MOP$500.000,00)(2) Superior a quinhentos mil patacas. (MOP$500.000,00)

(5) Data do PedidoAlínea (1) do número anterior Todo o anoAlínea (2) do número anterior A partir do dia 4 até 15 de Maio de 2015 (O próximo pedido será realizado no dia 1 ao 14 de Setembro de 2015)

(6) Forma do PedidoDevolvido o Boletim de Inscrição e os dados de instrução

mencionados no Art° 6 do Chefe do Executivo nº 273 /2004,《Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro》, publicado no B. O. N° 47 de 22 de Nov., para o FDCT. Endereço do escritória: Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n° 411-417, Edf. “Dynasty Plaza” 9° andar, Macau. Para informações: tel. 28788777; website: www.fdct.gov.mo.

(7) Condições de AutorizaçõesPor despacho do Chefe do Executivo nº 273 /2004, processa o 《Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro》.

O Presidente do C. A. do FDCTMa Chi Ngai2015 / 4 / 30

1. Faz-se público que até às 17:00 horas do dia 5 de Junho de 2015 próximo, o Montepio Geral de Macau aceita propostas em carta fechada, para o arrendamento do seguinte compartimento, destinado para instalação de escritório, ou para o exercício de profissão liberal e/ou comercial, para o qual poderá concorrer todas as pessoas que estejam interessadas:

- Compartimento nº 15, do 1º andar do Edifício “MONTEPIO”, sito na Av. do Dr. Mário Soa-res, nº 25.

- Renda-base de licitação........MOP$25.000,002. As condições de arrendamento acham-

-se patentes na Sede do Montepio Geral de Macau, sita no 3.º andar do mesmo Edifício, onde poderão

ser examinadas pelos interessados, durante as horas normais de expediente.

3. A instalação dos contadores de água e de energia eléctrica, e bem assim, as despesas com a manutenção do referido compartimento serão por conta do arrendatário.

Montepio Geral de Macau, aos 28 de Abrilde 2015.

A Presidente do Conselho de Administração,

Maria Fátima Salvador dos Santos Ferreira

ANÚNCIO

CONVOCATÓRIAPARA

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DA

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ESTUDANTES DE COIMBRA NA RAEM

Com sede na Calçada do Tronco Velho, números 4, 4A e 4B, Macau e cujos respectivos estatutos se encontram publicados em Boletim Oficial n.º 17, II Série, de 29 de Abril de 2015 “Associação”.

Nos termos dos artigos 13.º e 26.º dos Estatutos da Associação são convocados os associados para reunião extraordinária em Assembleia Geral, a realizar no dia 15 de Maio de 2015, pelas 18:00 horas, no Auditório Dr. Stanley Ho sito no Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Rua Pedro Nolasco da Silva, 45 com a seguinte:

ORDEM DE TRABALHOSPonto ÚNICO: Eleição dos membros dos órgãos da Associação

De acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 14.º dos Estatutos, na falta de quorum, a Assembleia reúne, em segunda convocação, após 30 (trinta) minutos contados da hora da primeira convocação, seja qual for o número de associados presentes. Encontra-se na sede social, para consulta pelos associados, em qualquer dia útil e nas horas de expediente, a lista dos candidatos a membros dos órgãos da Associação.Macau, 4 de Maio de 2015.

Pela Comissão Instaladora,José Firmino Rocha Diniz

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11chinahoje macau terça-feira 5.5.2015

Nova ajuda médica para o Nepal O Governo chinês irá prestar mais auxílio médico para o Nepal, e os programas concretos estão a ser elaborados, informou no domingo Xu Shuqiang, chefe do grupo de comando do auxílio do governo chinês. Xu Shuqiang apontou que o novo auxílio irá acontecer conforme as necessidades reais do Nepal e as experiências relacionadas no combate de desastres naturais. Segundo Xu, existem actualmente no total cinco equipas médicas de nível nacional da China no país. Xi agradeceu pelo trabalho árduo e espera que os trabalhadores continuem a oferecer serviços de alto nível correspondentes ao critério internacional às pessoas afectadas pelo terramoto. Após o sismo, a zona afectada na Região Autónoma do Tibete tem feito muito pela prevenção e profilaxia de doenças. Por enquanto não existe nenhuma situação de epidemia na região. No entanto, há muitos corpos de vítimas e de animais que precisam ser urgentemente removidos para prevenir contaminações nas fronteiras entre o Nepal e o Tibete.

Presidente chinês em Moscovo nas comemorações do fim da II Guerra

O Presidente chinês, Xi Jinping, visitará no final

desta semana a Rússia, onde assistirá às comemorações do 70.º aniversário do final da II guerra mundial, anunciou on-tem o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Antes de chegar a Mosco-vo, na próxima sexta-feira, Xi Jinping visitará o Cazaquistão e, depois da Rússia, irá à Bie-lorússia, de 10 a 12 de Maio.

O final da II Guerra Mun-dial é celebrado em Moscovo a 09 de Maio como o “Dia da vitória da Grande Guerra Patriótica”.

Este ano, pela primeira vez, um destacamento da guarda de honra chinesa participará no tradicional desfile militar com que a Rússia assinala aquela efeméride.

A II Guerra Mundial decor-reu de 1939 a 1945.

A anunciada viagem de Xi Jinping será a sua terceira visita à Rússia no espaço de apenas dois anos.

Xi Jinping assumiu a chefia do Partido Comunista Chinês em Novembro de 2012 e quatro meses depois foi eleito presidente da República pela Assembleia Nacional Popular Nacional.

O primeiro país que visitou oficialmente como chefe de Estado foi a Rússia, no final de Março de 2013.

Em Fevereiro de 2014, na cidade russa de Sochi, Xi Jinping assistiu à abertura dos Jogos Olímpicos de inverno, tornando--se o primeiro Presidente chinês a participar numa cerimónia do género fora da China.

China e Rússia partilham uma fronteira com cerca 4.200 quilómetros de extensão.

As duas economias são con-sideradas “complementares”, nomeadamente no domínio energético, e no plano políti-co, devido às tensões com os governos ocidentais, Pequim e Moscovo estão também cada vez mais próximos.

O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu ontem “consultas em pé de igualdade” entre

o continente e as autoridades de Taiwan para “resolver as diferen-ças políticas” entre as duas partes e “edificar uma comunidade de destino partilhado”.

“As duas parte podem organizar consultas em pé de igualdade na base do princípio “uma única Chi-na” e alcançar um acordo razoável”, disse Xi Jinping, que é também secretário-geral do Partido Comu-nista Chinês (PCC), num encontro com Eric Chu, o novo presidente do Partido Nacionalista chinês (KMT), que governa Taiwan.

Foi o primeiro encontro entre os líderes dos dois partidos em seis anos e o primeiro entre Xi Jinping e Eric Chu.

Depois da guerra civil ter aca-bado no continente chinês, com a vitória do PCC e a proclamação da Republica Popular da China, em 1949, o antigo governo do KMT refugiou-se na ilha de Taiwan, a cerca de 200 quilómetros da cos-ta leste chinesa, onde continua a identificar-se como representante

“Estamos dispostos a dar prioridadea Taiwan no processo de abertura. A nossa abertura a Taiwan será maior”Xi Jinping presidente chinês

O encontro no Grande Palácio do Povo em Pequim entre o Presidente chinês e o líder do Partido Nacionalista chinês (KMT), que governa Taiwan, é descrito pela imprensa oficial como histórico

Xi JiNPiNG defeNde “CONSulTAS em Pé de iGuAldAde” COm TAiwAN

Um destino que se partilha

da Republica da China (sem o adjectivo “popular”).

Pequim defende a “reunifica-ção pacífica” segunda a mesma formula adoptada para Hong Kong e Macau (“Um país, dois siste-mas”), mas ameaça “usar a força” se a ilha declarar a independência.

Para a HistóriaNo encontro de ontem, Xi Jinping disse que a Republica Popular da China está disposta a “partilhar as suas oportunidades de desen-volvimento com os compatriotas de Taiwan”, relatou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

“Estamos dispostos a dar prio-ridade a Taiwan no processo de

abertura. A nossa abertura a Taiwan será maior”, afirmou Xi Jinping, citado pela Xinhua.

O encontro, descrito como his-tórico na imprensa oficial chinesa,

decorreu no Grande Palácio do Povo, no centro de Pequim.

Nos últimos anos, apesar das persistentes rivalidades po-líticas, a Republica Popular da China tornou-se o maior parceiro económico de Taiwan e em 2008, pela primeira vez em mais de meio século, as ligações directas entre o continente e a ilha foram restauradas.

“As relações económicas aumentaram significativamente e em termos políticos, apesar dos altos e baixos em Taiwan, a tendência geral é boa”, afirmou Gao Zhikai, um dos mais conhe-cidos comentadores políticos da televisão chinesa.

“A reunificação continua a ser o objectivo. Nunca desistiremos dele, mas não há necessidade de apressar o processo”, acrescentou.

Quase tudo o que na década de 1980 era “made in Taiwan” - sa-patos, brinquedos e outros artigos de produção intensiva - é agora “made in China”, em fábricas dos mesmos patrões e com mão-de--obra mais barata.

Em Novembro passado, 80.000 empresas com capitais de Taiwan estabelecidas no continente empre-gavam 15,6 milhões de pessoas - o equivalente a mais de metade da população da ilha.

“A integração económica já está a acontecer”, realçou Gao Zhikai.

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hoje macau terça-feira 5.5.2015

N ão é a primeira vez que isto acontece. o jornal que o leitor carinhosa-mente patrocina envia, de

novo, um dos seus colaboradores ao território vizinho de Hong Kong para um procedimento simples: uma apre-ciação de alguns dos seus bares.

Perante a abundância, especulari-zação de uma tendência cada vez mais acentuada para o prazer e a dissolução, o funcionário do seu jornal escolheu apenas bares existentes na zona de Central.

Admiraram-se já nesta página três bares, todos sitos no velho Hotel Man-darin oriental, por que o mesmo tra-balhador se deixa regularmente sedu-zir, o Captain’s bar, subsistente desde a abertura do icónico hotel, há mais de 50 anos, o encantador Chinnery, onde o prazer de comer e beber se cumpre com uma perfeição íntima dificilmente ultrapassável, e o M bar, no vigésimo quinto andar, bondoso provedor de misturas de qualidade superior, de uma vista magnífica sobre Central e de uma certeza profissional.

A escolha recai, desta vez, genero-samente, sobre seis casas de bebida que têm em comum a sua localização. To-das ficam na zona de Hollywood Road. Nenhuma dista mais de 10 minutos de outra.

À excepção do The Globe e do Bar 42, estes estabelecimentos são de aber-tura recente, pelo que se espera que permaneçam ao serviço durante algum tempo. Hong Kong não sofre desace-leração económica. os seis mostram temáticas muito diversas, da de inspira-ção cantonense à de inspiração rocka-billy ou britânica clássica.

o Rockabilly só aqui figura por-que é relativamente recente. Reves-tido a madeiras mas resistente à ten-tação de cobrir as paredes com pa-rafernália parva, como acontece em outros pubs anglo-saxónicos, acres-centa a esta demonstração de bom senso um conjunto feliz de cervejas - mais de 20 entradas de cervejas de baixa produção e quatro de pressão. Em cima, no primeiro andar, quan-do há empregado para a servir, está disponível uma sala boa, íntima, com sofás e tecto baixo, a que só falta a agora impossível patine que uns bons anos de fumo de cigarro lhe imprimi-ria. A música não sei se é rockabilly porque não sei o que é e não me ape-tece perguntar, mas não me pareceu

Bares Centrais

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13 artes, letras e ideiashoje macau terça-feira 5.5.2015

a revolta do emir Pedro Lystmann

Bares Centrais

Passar do The Globe Para o NocTurNe, uma viaGem de cerca de quaTro miNuTos, é como voar do cairo Para a PaTaGóNia. como é que eu sei, No NocTurNe, que esTou Num bar de TemáTica jaPoNesa - Para além de ver muiTas Garrafas de whiskyjaPoNês? Não sei

estranha. Tem uma coisa má: tem te-levisão. Tem uma coisa boa: é com-prido e o tema dos bares compridos é um tema que um dia chegará aqui. Apetecia-me dizer mal deste bar mas não consigo. Não tem balcão.

Uma das proposições deste peque-no roteiro é identificar lugares de sabor diferente. O Fu Lu Shou é muito dife-rente do bar anterior. Fica num sétimo andar dum pequeno edifício. Enquanto o Rockabilly é aberto à rua, para entrar no Fu Lu Shou é preciso saber o código da porta de entrada do edifício que o acolhe, um segredo que muda todas as semanas. O tema é local, o nome utili-za as três figuras velhas da Felicidade, da Fortuna e da Longevidade que en-contramos à saída do elevador. Há uma grande surpresa: um terraço no meio do ruído da cidade que permite sen-tar cerca de 20 pessoas. Da sua parede olham-nos de novo os três velhos míti-cos. As listas de bebida e de comida são extensas. Tem uísques e charutos e um ambiente acolhedor, muito antes da so-fisticação e longe da presunção. O co-cktail Joh Sun é adorável. Fica mesmo no meio de tudo, em frente às escadas rolantes de midurevuru (mid-levels em japonês). Tem balcão mas não um bal-cão apetecível.

O The Globe continua a ter uma grande vantagem (este bar não é recen-te). Abre às 9 ou às 10 da manhã, con-soante o dia da semana e a HH começa à mesma hora. Tem vasta escolha de comidas. É um bar de cerveja, meio in-glesado, mas não irrita. Tem quase 200 cervejas e é bastante vasto. Tem mui-tas outras bebidas e algumas misturas não alcoólicas deliciosas. Oferece 961, uma cerveja do Líbano (país de vinho) que se consegue em vários tipos, uma lager, uma porter, e outras que não re-cordo. Tem um balcão muito grande, em madeira, e é um lugar apropriado para fazer barulho ou para olhar para os outros.

Passar do The Globe para o Noc-turne, uma viagem de cerca de quatro minutos, é como voar do Cairo para a Patagónia.

Como é que eu sei, no Nocturne, que estou num bar de temática japone-sa - para além de ver muitas garrafas de whisky japonês? Não sei. Mas num bar japonês há um fantasma, o fantasma dos bares japoneses, que não se vê mas que se sente sempre que se entra num e não se percebe se é afável ou perigo-so. Parece afável de início mas num bar japonês nunca se sabe bem o que pode acontecer. Pode ser quase desconfortá-vel estar no Nocturne. Praticamente só tem vinho, uísque escocês e japonês e champagne, escolhas geometricamente

rigorosas. Esta cápsula depurada parece pensada para que não haja distracções possíveis à exibição da qualidade pura. Preferia nunca aqui encontrar ninguém conhecido, especialmente alguém que não perceba a importância que ocupa na cultura japonesa o consumo mode-rado e imoderado de uísque. No andar de cima existe uma chambre de vinhos imortal. O balcão é de cimento, muito bem feito e este é um lugar onde não se deve olhar para os outros. Noutra ocasião, em que se falará de outros ba-res japoneses, se estenderá a admiração que o Nocturne me merece. Quem ainda tem paciência para ler livros de Murakami Haruki perceberá que é nes-te tipo de sítios que as pessoas desapa-recem.

O Bar 42 é quase aberto à rua e não é recente. É o antigo Barco. Tal como acontece com o Nocturne é muito depurado mas parece que por falta de paciência para estar na moda. Praticamente não tem nada mas tem um balcão pequeno e eu gosto muito dele. É o sítio ideal para quem achar que os bares e restaurantes desta

a escolha recai, desTa vez, GeNerosameNTe, sobre seis casas de bebida que Têm em comum a sua localização. Todas ficam Na zoNa de hollywood road. (...) os seis mosTram TemáTicas muiTo diversas, da de iNsPiração caNToNeNse à de iNsPiração rockabilly oubriTâNica clássica

zona são irritantes, e que as zonas giríssimas deviam ser todas destruí-das - incómodo que eu não subscrevo publicamente porque não tenho co-ragem. Quando tudo isto desapare-cer o Bar 42 permanecerá, como as ratazanas depois do fim do mundo.

O The Envoy fica no Hotel Pottin-ger, uma estalagem de luxo de constru-ção recente que acolhe também um bar e um restaurante italiano. Não podia ser mais diferente do Bar 42. É um bar de hotel, o único desta lista modesta, pretensioso mas bom. O pessoal de misturas leva a cocktalia demasiado a sério mas as mixórdias são excelentes. Mais de 25 são cocktails de assinatu-ra, presumo que grande parte deles em vasos bastante rebuscados. A obsessão com a inovação é um pouco infantil mas o resultado final muito saboroso. A zona de balcão é muito atraente e britânica mas à medida que se penetra mais profundamente no The Envoy al-cança-se, uma vez mais, uma surpresa: um terraço delicioso.

Isto tudo está na moda e é dema-siadamente giro e um pouco cansativo? - Sim.

Uma nota final: como alguns leito-res mais ilustrados já terão reparado, para além da imensa oferta recreativa que a zona de Central disponibiliza, dois outros distritos, nas franjas do dis-trito central, disponibilizam cada vez mais delícias.

Em Sheung Wan tem-se acrescen-tado aos seus estabelecimentos locais mais pitorescos um conjunto eclético de lugares para comer e beber. Este será um dos locais mais interessantes da ilha proper (tendo a esquecer a parte continental), localizado muito perto do centro mas de característi-cas muito locais.

Em Wanchai, onde permanece uma zona para embarcadiços em que se continua a tradição da ocasional rixa de bar e busca constante de volúpias, têm aparecido casas de pasto e de bebi-da de todos os tipos. A sul dos campos de jogos de Southorn, na Ship Street, existem restaurantes de proveniências muito diferentes; um bar, o Marlin (sito no The Pawn); o Ham and Sherry, de inspiração espanhola; o adorável Pau-sa, um cantinho italiano com pequenos petiscos e dois banquinhos na rua; o 22 Ships, que tem um balcão maravilhoso que dá para a rua, está sempre cheio e é famoso - infelizmente. Para os mais teimosos há um lugar de pequeno al-moço chamado Double Tree. No en-tanto, esta rua, que não tem mais de 70 metros, não tem ainda o ambiente irritante de outros lugares da moda e é ainda altamente recomendável.

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tempo aguaceiros ocasionais min 26 max 30 hum 75-95% • euro 8.9 baht 0.24 yuan 1.2

João Corvofonte da inveja

14 hoje macau terça-feira 5.5.2015(F)utilidades

Aconteceu Hoje 5 de maio

celebra-se a vitória mexicana sobre França, morre Bonaparte• A 5 de Maio de 1862, o exército mexicano vence as forças francesas na Batalha de Puebla. A data, que ficou conhecida apenas como ‘Cinco de Mayo’, assinala-se devido à improvável vitória mexicana sob a liderança do general Ignacio Zaragoza Seguin. O ‘Cinco de Mayo’ tem suas raízes na ocupação francesa do México, que se realizou após o rescaldo da Guerra Mexicano--Americana de 1846-48, a Guerra civil mexicana de 1858 e a Guerra da Reforma de 1860. Estas guerras deixaram o Tesouro mexicano em ruínas e quase falido. A 17 de Julho de 1861, o presidente mexicano Benito Juárez emitiu uma moratória em que todos os pagamentos da dívida externa seriam suspensos por dois anos, com a promessa de que após este período, os pagamentos seriam retomados.Em resposta, França, Grã-Bretanha e Espanha enviaram forças navais para Veracruz, exigindo o reembolso. A Grã-Bretanha e a Espanha negociaram com o México e retiraram-se, mas a França, na época governada por Napoleão III, decidiu aproveitar a oportunidade para estabelecer um império latino no México que favoreceria os interesses franceses, o Segundo Império Mexicano.Nesta data, mas em 1821, morre ainda Napoleão Bona-parte. General de artilharia francesa e líder do Exército, venceu, na Itália, uma série de batalhas, adquirindo grande prestígio. Tornou-se ditador de França, com o título de Cônsul. Em 1814, os inimigos invadem a França e Napoleão é exilado na ilha de Elba.Anos antes da morte de Napoleão, em 1818, nasce Karl Marx, economista, filósofo e socialista alemão, em Treves, no sul da Prússia Renana. Em 1847, Marx e Engels publicam o folheto O Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista.

Uma das mais recentes obras daquele que é um dos melhores liricistas do mundo do rap e do hip-hop. “Recovery” pode não ser o melhor álbum de todos os que Eminem já gravou, mas é o mais ‘user-friendly’, mostran-do músicas que não perdem a atitude do rapper, a mestria na produção e letras com significado. Este é o sétimo álbum de Eminem e traz-nos músicas tão boas como “No Love”, “Not Afraid”, “25 to Life” ou “Space Bound”. joana Freitas

“RecoveRy”(eminem, 2009)

U m d i S c o h o j E

O que fazer esta semana? c i N E m ACineteatro

Sala 1the avengerS: ageof ultron [3d] [b]Filme de: Joss WhedonCom: Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo14.00, 19.15

the avengerS:age of ultron [b]Filme de: Joss WhedonCom: Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo21.45

Sala 2helioS [c]FAlADO EM CANTONêS lEGENDADOEM CHINêS E INGlêSFilme de: longman leung, Sunny lukCom: Jacky Cheung,

Nick Cheung, Shawn Yue, Ji Jin-hee14.30, 16.45, 19.15, 21.30

Sala 3murmur of the heartS [b]FAlADO EM MANDARIM lEGENDADOEM CHINêS E INGlêSFilme de: Sylvia ChangCom: Isabella leong, Joseph Chang, lawrence Ko, lee Sinje14.30, 19.15, 21.30

the avengerS:age of ultron [b]Filme de: Joss WhedonCom: Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo16.45Sexta-feira

TEATRO “O FATO” (FESTIVAl DE ARTES DE MACAu)Centro Cultural de Macau, 20h00Bilhetes das 150 às 200 patacas

ExPOSIçãO DE ARTES VISuAIS DE MACAu (ATé 2/8)Pintura e Caligrafia ChinesasEdifício do antigo tribunal, 10h00 às 20h00entrada livre

ExPOSIçãO “A ÚlTIMA FRONTEIRA:MISTéRIOS DO OCEANO PROFuNDO” (ATé 31/05)Centro de Ciência de Macau

PAlESTRAS SOBRE O OCEANO Centro de Ciência de Macau,18h00 às 19h00entrada livre

SábadoTEATRO “O FATO” (FESTIVAl DE ARTES DE MACAu)Centro Cultural de Macau, 20h00Bilhetes das 150 às 200 patacas

DANçA “AERODINâMICA” (FESTIVAl DE ARTES DE MACAu)Centro Cultural de Macau, 20h00Bilhetes das 100 às 250 patacas

PAlESTRAS SOBRE O OCEANO Centro de Ciência de Macau, 18h00 às 19h00entrada livre

Domingo TEATRO “O FATO” (FESTIVAl DE ARTES DE MACAu)Centro Cultural de Macau, 20h00Bilhetes das 150 às 200 patacas

Diariamente ExPOSIçãO DE FOTOGRAFIADE ERWIN OlAF (ATé 8 DE MAIO) Casa Gardenentrada livre

ExPOSIçãO “HOMENAGEMA MESTRES INSPIRADORES” (ATé 10 DE MAIO) Armazém do Boi entrada livre

ExPOSIçãO “VAlquíRIA”, DE JOANA VASCONCElOS(ATé 31 DE OuTuBRO)MGM Macau, Grande Praça entrada livre No amor, a distância é uma questão de higiene.

Page 15: Hoje Macau 5 MAI 2015 #3323

15opiniãohoje macau terça-feira 5.5.2015

B em pode dizer-se que o Fu-tebol Clube do Porto, desceu do céu ao inferno em apenas oito dias!

Primeiro, esgotaram todos os adjectivos de elogio ao resultado positivo, que havia conseguido, em casa, ao derrotar a equipa do Bayern de munique, por três golos a um, no que foi

considerada uma exibição de luxo, alimentando sonhos e criando elevadas expectativas, na passagem à fase seguinte.

Os mais eufóricos, incluindo a comunica-ção social da especialidade, que tanto gosta de vender papel esqueceu e desvalorizou dois factores que deveriam merecer cautela e ponderação: primeiro, o jogo em casa tinha corrido de feição ao FCP com dois golos em poucos minutos, um de grande penalidade e o segundo conseguido na sequência de um deslize infantil do defensor alemão! Depois, foi desvalorizado o facto, de estarem ausentes, por lesão, três dos mais influentes atacantes da equipa do Bayern.

Comentadores convidados e residentes dos nove canais que emitiram pareceres, bem como a imprensa escrita, embandeiraram em arco e desvalorizaram o adversário. O FCP tinha uma

desporto e não sófernando vinhais guedes

Do céu ao inferno

Com o afastamento da Liga dos Campeões Europeus e como tudo leva a crer, do próprio campeonato nacional, o FCP, tal como já aconteceu ao SLB, está em vias de perder o mais importante da época de 2014/2015, precisamente com um lote de jogadores, que foi considerado por muitos, um dos melhores de sempre!

grande equipa diziam, coesa e consistente e dificilmente perderia a vantagem de dois golos, conquistada no seu estádio.

Inclusive ouvi e li opiniões que apos-tavam cegamente numa vitória porque o Bayern teria de jogar ao ataque se quisesse vencer a eliminatória e como tal exporia a sua defesa ao contra ataque dos portistas!

Tudo teorias de café, quase sempre eiva-das de clubite aguda. É esta a forma como os “dependentes da bola” vivem e se relacionam com esta indústria chamada futebol, indepen-dentemente da sua cor futebolística, credo religioso, partido político ou estatuto social.

Oito dias depois, acabou o sonho e acordou-se para a realidade. Afinal no jogo disputado na Alemanha, tudo foi diferente,

ficando evidenciada a grande diferença entre as duas equipas e em apenas vinte e seis minutos o FCP sofreu cinco golos!

Desorientada com a rapidez de tantos golos apontados pelo adversário em tão pouco tempo, a equipa do FCP foi sufocada sem tempo para se reorganizar e, incapaz de reagir, entrou em perda de confiança, tornando-se presa fácil para os inconforma-dos alemães, que continuaram a pressionar e a criar mais oportunidades.

Na segunda parte, os alemães, diminuí-ram a pressão, mas marcaram o sexto golo, liquidando qualquer hipótese de qualquer reviravolta no resultado. A equipa portugue-sa acabaria por marcar o seu golo de honra. Seis a um resultado final!

Ao perder por seis a um, o FCP sofreu a derrota mais pesada da era do seu pre-sidente, Pinto da Costa, uma verdadeira espinha cravada na garganta do polémico presidente.

Perante tamanha e humilhante derrota, a mesma comunicação social, que oito dias antes encheu páginas de louvor à vitória nas Antas, desancou na equipa com títulos de primeira página como: terror em munique (A Bola), Desastre (O Record) ou Dantesco (O Jogo)

Depois de ter ganho no estádio ao Gil Vicente por cinco a zero, no sábado passado, o Benfica está bem posicionado para vencer o campeonato.

Os excessos de confiança pagam-se, muitas vezes bem caros!

Com o afastamento da Liga dos Cam-peões europeus e como tudo leva a crer, do próprio campeonato nacional, o FCP, tal como já aconteceu ao SLB, está em vias de perder o mais importante da época de 2014/2015, precisamente com um lote de jogadores, que foi considerado por muitos, um dos melhores de sempre!

Se alguma coisa tem o futebol é a im-previsibilidade dos resultados!

Se tal não existisse, deixaria de ter interesse.

Page 16: Hoje Macau 5 MAI 2015 #3323

cartoon por Stephff

hoje macau terça-feira 5.5.2015

Mais 16,32%de visitantesno fim de semanado 1.º de MaioMais de meio milhão de visitantes entraram em Macau no fim de semana do 1.º de Maio, correspondendo a uma subida de 16,32% em relação ao ano passado, indicam dados divulgados ontem pela Polícia de Segurança Pública (PSP). Entre 1 e 3 de Maio, entraram em Macau 731.042 pessoas através de sete postos fronteiriços, incluindo aeroporto e terminais marítimos. Excluindo residentes e trabalhadores não residentes, a PSP apurou um total de 505.255 visitantes. O posto fronteiriço das Portas do Cerco foi a principal porta de entrada do território, num total de 517.099 pessoas em três dias. Entre sexta-feira e domingo, foram registadas 88.687 entradas pelo terminal marítimo do Porto Exterior de Macau e 22.479 pelo aeroporto.

Ma Long sagra-se campeão mundial de ténis de mesaO chinês Ma Long, líder do ‘ranking’ mundial, sagrou-se domingo campeão do mundo de ténis de mesa, depois de bater na final o compatriota Fang Bo, por 4-2 (11-7, 7-11, 11-4, 11-8, 11-13, 11-4). Depois de três edições consecutivas com a medalha de bronze, em Yokohama (2009), Roterdão (2011) e Paris (2013), Ma Long conseguiu finalmente conquistar o título, em Suzhou, na China, frente à grande sensação deste Mundial. Fang Bo, de 21 anos, era o 13.º cabeça de série em prova e deixou pelo caminho o segundo e terceiro mais cotados do quadro, os também chineses Xu Xin e Jhang Jike, campeão olímpico em Londres2012 e mundial em 2011 e 2013.

pub

L u Ping, representante de Pe- quim que acompanhou a transferência de Macau e Hong Kong para a China,

falecido no domingo, é recordado em Macau como um homem aguer-rido mas que teve, no território, uma presença discreta.

O secretário-geral da Comis-são de Redacção da Lei Básica de Hong Kong e da de Macau era “filho de revolucionários, um tipo de princípios, truculento, que não estava ali como mero representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros, defendia os princípios do Partido Comu-nista Chinês”, lembrou João Guedes, jornalista e investigador da história de Macau.

São estes traços de personali-dade que explicam o seu conflito com o último governador de Hong Kong, Chris Patten, que quis “de-mocratizar em quatro anos uma cidade que não tinha democracia nenhuma”, descreveu Guedes. Macau terá, no entanto, escapado a esses conflitos.

“Comportou-se muito bem em Macau, teve uma atitude discreta, substancialmente diferente de

Óbito Lu Ping, uM hOMEM aguERRiDO quE nãO CauSOu PROBLEMaS a MaCau

A voz da tranquilidade

No processo de traNsição O antigo dirigente político chinês Lu Ping, que esteve ligado aos processos de transição de Hong Kong e de Macau para a China, morreu no domingo, aos 87 anos, noticiava ontem o diário South China Morning Post (SCMP). Segundo o jornal publicado em língua inglesa em Hong Kong, Lu Ping morreu na noite de domingo na sequência de um cancro, confirmou um responsável do interior da China. Lu Ping foi secretário-geral da Comissão de Redacção da Lei Básica de Hong Kong e da de Macau. A Lei Básica de Macau foi aprovada em 1993 e entrou em vigor às 00:00 de 20 de Dezembro de 1999, após a transferência do exercício da soberania do território de Portugal para a China, depois de cerca de 450 anos de administração portuguesa. Lu Ping integrou o Gabinete para os Assuntos de Macau e de Hong Kong do Conselho de Estado no final dos anos 1970 e tornou-se director do mesmo em 1990.

Hong Kong porque aqui não havia nenhuma inconveniência”, contou o investigador.

ExcEpçõEs à rEgraJoão Guedes recordou apenas um momento de agitação causado por Lu Ping, quando, nos anos 1990, em plena negociação da transfe-rência de Administração, afirmou que todos os símbolos coloniais seriam removidos de Macau.

“Foi no calor da luta contra o Chris Patten. Era óbvio [que os símbolos coloniais em Macau iam desaparecer] mas foi muito exacerbado pela imprensa na al-tura”, recordou.

O antigo governador de Hong Kong introduziu reformas no sis-tema eleitoral para permitir que mais residentes pudessem eleger os deputados, o que suscitou uma acesa reacção de Lu Ping, na al-tura director do Gabinete para os Assuntos de Macau e Hong Kong do Conselho de Estado.

Segundo a edição de ontem do jornal South China Morning Post, o representante de Pequim apelidou-o de “sinner of the ages”, algo como “o maior pecador de to-

dos os tempos”, mas João Guedes referiu que, na altura, o insulto foi traduzido como “prostituta mile-nar” ou “prostituta do Ocidente”.

É também este conflito com Patten que surge na memória de Ng Kuok Cheong, deputado e fundador da maior associação pró-democracia do território, a Novo Macau.

“O governador promoveu alguma democracia e Lu Ping condenou-o por isso”, diz.

Ng Kuok Cheong confirmou que foi dada “mais atenção a Hong Kong porque lá o conflito era maior”. “Em Macau, Lu Ping foi agradável porque aqui não havia problemas”, referiu.

político amigo Já Leonel Alves, que foi membro da Comissão Preparatória para o estabelecimento da Região Ad-ministrativa Especial de Macau, recordou Lu Ping, que conheceu na década de 1980, como alguém que tranquilizou a comunidade macaense e portuguesa num tempo “em que as incertezas eram imen-sas no horizonte”.

“O senhor Lu Ping transmitiu--nos uma mensagem de tranquili-dade e de respeito pela história, dando garantias que não ia haver discriminação e de que Macau ia continuar a ter prosperidade e a proporcionar a cada um dos seus residentes direito à dignidade e respeito”, disse o deputado.

“Foi um grande político chinês, patriota e amigo dos macaenses e portugueses”, concluiu.

Lu Ping morreu no domingo, aos 87 anos, vítima de cancro, segundo noticiou ontem o South China Mor-ning Post (ver caixa). lusa