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TEMPO TROVOADAS MIN 25 MAX 31 HUMIDADE 60-95% • CÂMBIOS EURO 10.0 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUARTA-FEIRA 16 DE MAIO DE 2012 ANO XI Nº 2610 PUB Ter para ler Já foi a chefia municipal de Macau, está à frente do Instituto de Estudos Europeus e quer liderar o Jazz Club. Sales Marques garante que não se cansa e mostra-se pronto a vencer qualquer desafio. Em entrevista exclusiva, revela como se apaixonou pelo jazz e lembra a verdadeira razão, por muitos esquecida, que levou à liberalização do jogo em Macau. CENTRAIS DE 17 A 19 DE JUNHO Fórum Macau lidera campanha de investimento em Cabo Verde PÁGINA 3 APAGÃO 2 DEIXA MARCAS CTM pondera fazer novos investimentos PÁGINA 5 CINCO NOVOS ACORDOS Guangdong e Macau mais próximas PÁGINA 2 “FUNDO VERDE” Sands lança bolsas pelo Ambiente PÁGINA 12 Sales Marques, candidato à presidência do Jazz Club, sobre Macau como destino turístico internacional “Só faz sentido se for um espaço de cultura” LEI DO PATRIMÓNIO Os problemas e o enorme poder do Chefe do Executivo PÁGINA 15 ANTÓNIO FALCÃO

Hoje Macau 16 MAI 2013 #2613

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Edição do Hoje Macau de 16 de Maio de 2012 • Ano X • N.º 2613

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TEMPO TROVOADAS MIN 25 MAX 31 HUMIDADE 60-95% • CÂMBIOS EURO 10.0 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUARTA-FEIRA 16 DE MAIO DE 2012 • ANO XI • Nº 2610

PUB

Ter para ler

Já foi a chefia municipal de Macau, está à frente do Instituto de Estudos Europeus e quer liderar o Jazz Club. Sales Marques garante que não se cansa e mostra-se pronto a vencer qualquer desafio. Em entrevista exclusiva, revela como se apaixonou pelo jazz e lembra a verdadeira razão, por muitos esquecida, que levou à liberalização do jogo em Macau. CENTRAIS

DE 17 A 19 DE JUNHO

Fórum Macau lidera campanha de investimento em Cabo Verde

PÁGINA 3

APAGÃO 2 DEIXA MARCAS

CTM pondera fazer novos investimentos

PÁGINA 5

CINCO NOVOS ACORDOS

Guangdonge Macaumais próximas

PÁGINA 2

“FUNDO VERDE”

Sands lança bolsas pelo Ambiente

PÁGINA 12

Sales Marques, candidato à presidência do Jazz Club, sobre Macau como destino turístico internacional

“Só faz sentido se for um espaço de cultura”

LEI DO PATRIMÓNIO

Os problemase o enorme poder do Chefe do Executivo

PÁGINA 15

ANTÓ

NIO

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2 política quarta-feira 16.5.2012www.hojemacau.com.mo

Macau e Guangdong assinaram ontem cinco novos acordos de cooperação e um deles inclui um novo acesso ao continente. Tal deverá ser construído a partir do actual mercado abastecedor de Nam Yue, com passagem superior no Canal dos Patos

Andreia Sofia [email protected]

ASSINADO o Acordo-Quadro de Cooperação entre a RAEM e

a província de Guangdong, chegou a hora de atingir um novo patamar. Pelo menos é assim que entendem os seus governantes, que assinaram ontem cinco novos acordos de cooperação abrangendo

AO contrário do que se possa pensar, a sala onde se preparam

todas as batalhas da Associação Novo Macau (ANM) não serviu para preparar a primeira invasão da história da Assembleia Legislativa (AL). Esta foi, aliás, uma acção indi-vidual do presidente da ANM, Jason Chao, e do seu vice, Scott Chiang. Seis colegas e amigos juntaram-se a eles no Sábado antes do plenário onde os aviões de papel invadiram por momentos a intervenção de Florinda Chan, secretária para a Administração e Justiça.

Au Kam San, Ng Kuok Cheong e Paul Chan Wai Chi, as três caras do Novo Macau que se sentam no hemiciclo, só tiveram conhecimento de que algo diferente ia acontecer horas antes da sessão plenária. “Na verdade eles não sabiam, só tiveram

Proposta fronteiriça já está em Pequim para aprovação

Macau e Zhuhai com nova ligação

Deputados do Novo Macau só souberam da invasão “horas antes”

Fazer “história” com aviões de papel

Campus da UMAC custa 2 milhões por mêsFicou assinado o contrato de arrendamento para o terreno na Ilha da Montanha, onde o novo campus da Universidade de Macau está a ser construído. O documento tem duração até 19 de Dezembro de 2049, podendo depois ser renovado por Pequim. O montante fixa-se nas 1200 milhões de patacas. Feitas as contas, o Governo Popular Municipal de Zhuhai vai receber 32 milhões por ano, com uma renda de dois milhões de patacas mensais. Zhu Xiaodan referiu que na Ilha da Montanha “já foram definidos uma série de projectos cujo investimento ultrapassa as MOP 32 mil milhões”. No mesmo local, ficou ainda garantida a construção de um futuro parque industrial para Pequenas e Médias Empresas.

conhecimento algumas horas antes da acção”, conta ao Hoje Macau Jason Chao. “Sabiam que alguém ia fazer algo fora do normal, mas não sabiam quando e como. Disseram apenas que não era a melhor maneira de encarar o problema, mas se fossem mais jovens provavelmente iriam juntar-se a nós”, refere Scott Chiang.

Au Kam San e Paul Chan Wai Chi assumem que sabiam das ac-ções individuais, reforçando que o seu papel é outro. “Os deputados são mais racionais, enquanto que os jovens são mais radicais contra resultados falsos e insuficientes”. “Como na AL a opinião da maio-ria prevalece sobre a minoria, os dois jovens não queriam esperar mais, e no fim fizeram essa acção para exprimir a sua insatisfação”, acrescenta Au Kam San.

Quanto à credibilidade da ANM, está garantida, dizem. “O mais importante é que esta acção não pre-judica os outros”, refere Paul Chan Wai Chi. “Se o Governo nos critica, nós só dizemos ‘olhem para vocês primeiro’. Se nos respeitarem, nós respeitamos”, frisa Chiang.

AVIÕES POUCO CONVENCIONAISA notícia do plenário estava nas mãos e as ideias começaram a chegar. A questão era fazer o quê e como. “É muito estranho que a proposta tenha chegado à AL em tão pouco tempo”, diz Chao, ten-do escolhido fazer algo diferente depois de coisas “convencionais”. A ideia dos aviões de papel veio à baila por ser fácil de concretizar. “Ia ter mais impacto. Queríamos que as pessoas tivessem consciência,

“Estávamos nervosos porque o câmara da TDM precisava de vol-tar à redacção. Esperámos, porque depois a Florinda Chan ia falar, e era a principal figura contra a qual queríamos protestar”.

A saída da AL fez-se sem sobressaltos, apesar do aparato. “Levaram-nos para fora e ainda nos perguntaram se queríamos boleia”, diz Jason Chao.

Olhando para trás, voltariam a fazer a mesma coisa. “Eles foram radicais primeiro, porque era supos-to isto representar as opiniões da sociedade. Decidimos que devería-mos colocar isto na história.” – A.S.S.

áreas como o comércio de bens, serviços e turismo.

Um dos protocolos con-tém o projecto de constru-ção uma nova via de acesso ao continente a partir do mercado abastecedor de Nam Yue, e que terá pas-sagem superior no Canal dos Patos. O acordo foi ontem assinado pelo secre-tário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io, e o governador de Guang-dong, Zhu Xiaodan, e está ainda sujeito a aprovação do Governo Central. Para desenvolver a iniciativa, foi criado um grupo de tra-balho, presidido por Lau Si Io. O projecto “servirá como posto fronteiriço comple-mentar as Portas do Cerco, exclusivamente destinado à passagem de pessoas, sem faixas de rodagem para veículos.”

“É um projecto de es-tudo a longo prazo para Guangdong e Macau, e após um longo estudo atingimos um consenso”, frisou o Che-fe do Executivo da RAEM, Chui Sai On. “Gostaríamos de facilitar os acessos de-vido à existência de mais turistas. Na fronteira das Portas do Cerco há um limi-te de tempo para a passagem na fronteira, então o novo

acesso vai permitir aliviar a passagem e aceitar mais pessoas”, acrescentou, não sem antes lembrar outros benefícios. “É algo que permitirá o desenvolvimen-to contínuo e sustentável de Macau, e vai permitir resolver a questão do Canal dos Patos e trazer melhor qualidade de vida.”

FRONTEIRAS MAIS ABERTASEste é apenas um passo para abrir horizontes no que diz respeito ao co-mércio de bens e serviços. Zhu Xiaodan refere que os resultados são bons mas há que “atingir um nível mais elevado, de forma a garantir

assinado com Francis Tam, secretário para a Economia e Finanças, onde está pre-vista também a construção de um “centro modal de transporte para garantir a ligação ao Metro Ligeiro”, segundo Zhu Xiaodan.

Na área do turismo foi ainda assinado um protoco-lo que prevê a criação de um “mecanismo de comunica-ção regular” e a realização de reuniões anuais para discussão.

ALIMENTOS COOPERANTESDa reunião saiu ainda mais uma cooperação, desta vez assinada pela Direcção dos Serviços de Economia (DSE). Os alimentos e ques-tões de segurança alimentar das duas regiões estarão su-jeitos a padrões conjuntos. Pretende-se “tomar medi-das eficientes para elevar a qualidade do Governo de Guangdong e Macau na elaboração dos padrões internacionais e na resposta às medidas comerciais ao nível técnico”, prevendo--se ainda a criação de “uma plataforma de inspecção pública”, sem esquecer a questão empresarial.

Para tal, foi criado o Grupo de Trabalho para a Uniformização de Padrões Guangdong-Macau, com duração garantida até De-zembro de 2020. Para além dos trabalhos correntes, o organismo fará uma reu-nião plenária no primeiro semestre de cada ano.

porque estávamos cansados de fazer acções normais”.

A discussão viria a prolongar--se na hora de decidir os desenhos e frases de protesto, bem como na forma de contornar a segurança. Foi por isso que os aviões foram bem guardados dentro de capas.

“TINHA DE SER DENTRO DA AL”A acção tinha de ter impacto e segura para todos. O objectivo era um. “Tinha de ser feito dentro da AL. De outra forma íamos apenas fazer alguma barulho lá fora.” Quando ao medo, nunca o sentiram. “Não estava lá a lutar pelos meus próprios interesses, mas sim pelas pessoas”, frisa Chao.

Devia ter sido tudo feito na primeira parte do plenário, mas o debate mudou-lhes os planos.

que as regiões tenham mais competitividade.”

Assim, há que apostar mais “no livre comércio de serviços e acelerar o ritmo

das infra-estruturas entre Macau e Guangdong, por forma a melhorar os postos transfronteiriços.” Tal será permitido com o acordo

3políticaquarta-feira 16.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Mak Soi Kun quer mais coordenação no GovernoMak Soi Kun questionou o Governo a propósito de um ponto onde sente haver melhorias a fazer: a coordenação inter-departamental. O deputado pegou no exemplo de um roubo para expor a sua questão. “Um motorista de táxi fugiu com a mala de uma turista canadiana na semana passada. Quando a mala foi recuperada, o conteúdo tinha desaparecido. Embora a turista agradecesse a ajuda da polícia, de hotéis e de associações, ainda considero que se pode melhorar a coordenação inter-departamental, aumentando a eficácia administrativa do território.” Depois, o deputado aproveitou o mesmo exemplo para pedir mais apoio às forças de segurança. “A história do táxi mostra que a pressão do trabalho de polícia é muito grande. Como a população de residentes e turistas é cada vez maior, torna-se necessário aumentar a oportunidade de promoção e estabelecer um sistema do prémios para os funcionários da linha de frente da polícia.” - C.L.

Angela Leong defende assistentes sociaisCom o Sistema de Registo dos Trabalhadores Sociais em fase de consulta pública, Angela Leong frisou a necessidade de ouvir as opiniões de quem trabalha nesta área, para modificar e melhorar o conteúdo do texto de consulta, a fim de garantir o sistema de certificação de assistente social corre bem. “Como o sistema é para os assistentes sociais, dever-se-ia aumentar o número de participantes na Comissão precisamente com mais assistentes sociais.” - C.L.

Subsídio para docentes da escola particular aumentaOs professores do ensino privado tiveram o seu subsídio para o desenvolvimento profissional aumentado, no caso específico dos docentes de nível 6. O aumento varia conforme as diferentes habilitações académicas e a titularidade ou não de curso de formação pedagógica. Os aumentos tiveram uma variação entre 230 e 500 patacas. Para a presidente da Associação de Educação de Macau, a deputada Ho Sio Kam, o novo subsídio vai ajudar a criar um grupo de maior qualidade. “Os professores mais seniores vêem que a margem de remuneração é justa e os mais juniores vão trabalhar mais para a promoção.” Ho Sio Kam sublinhou também o seu desejo de que o Governo não pare de apoiar os mais novos. “Os professores mais jovens têm a pressão de comprar casa, cujos preços, com a inflação, não param de aumentar.” - C.L.

A secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, congratulou a União Europeia (UE) e os seus Estados Membros, ontem, durante a comemoração do Dia da

Europa em Macau. Mostrou-se, igualmente, satisfeita pelas “boas” relações entre Macau e UE, em especial nas áreas económica, jurídica, educacional e cultural.

A China será um interveniente de peso no encontro entre 17 e 19 de Junho na Ilha do Sal, garante Mário Vicente, delegado de Cabo Verde para o Fórum Macau. Com muitas privatizações

Rita Marques [email protected]

A um mês do Encontro de Empresários para a Cooperação Económi-ca e Comercial entre

a China e os Países de Língua Portuguesa, no âmbito do Fórum Macau, a decorrer entre os dias 17 e 19 de Junho, na ilha do Sal, em Cabo Verde, o delegado do país anfitrião, Mário Vicente, adianta algumas boas perspectivas ao nível de cooperação comercial e oportunidades de investimento com a China. Ou seja, adivinham--se muitas privatizações.

O empresariado chinês con-firmou já a sua participação, ao nível dos sectores de construção e aviação civis, estradas, imobili-ário turístico, parques ecológicos,

Fórum Macau em Cabo Verde promete investimentos de banco chinês

Pescas, água e energia na mira

FLORINDA CHAN COMEMOROU O DIA DA EUROPA

novas tecnologias, mas é o China Development Bank (CDB) o “player” que mais expectativas suscita a nível de investimentos privados. “Estamos expectantes sobretudo numa fase de privatiza-ção de empresas cabo-verdianas - companhia aérea, água e energia, em particular - que estão abertas a novas participações”, diz Mário Vicente. “O Banco virá apresen-tar os seus fundos disponíveis e produtos de investimento, o que poderá garantir projectos privados e oportunidades aliciantes.”

Neste momento, há manifesta-ções de interesses claras de duas

empresas chinesas, adianta Mário Vicente, que poderão augurar bons acordos sobretudo no sector de pescas e protecção naval, uma área de expansão forte do arqui-pélago africano, bem posicionado a nível geoestratégico. “O fundo do CDB também para PME - pla-nos também apresentados - pode trazer boas oportunidades não só para a indústria local de Cabo Ver-de, mas também para os restantes Países de Língua Portuguesa.”

PARCERIAS PRÉVIASNas próximas semanas já come-çam, inclusivamente, a chegar

ao território cabo-verdiano al-gumas empresas chinesas, para estabelecer parcerias prévias ao evento, que já começou a ser preparado e promovido desde Novembro, garante o delegado. Nos três dias do encontro, que será ancorado na IV Edição da Feira de Turismo de Cabo Ver-de (Expotur), o país anfitrião apresentará um ambiente de negócio facilitador de investi-mento, avança, com enfoque em dois ou três projectos privados, promovendo na mesma altura encontros bilaterais de forma mais intensa, para que haja mais tempo entre os empresários.

Macau leva até ao país in-sular africano uma delegação composta por 20 a 30 empresá-rios, relacionados com a área de serviços e comércio – “indús-trias mais tradicionais” - sendo o encontro co-organizado pelo IPIM - Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, que “tem promovido a integração do território”.

Nesta oitava edição do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial, a segunda a decorrer em Cabo Verde desde que foi criado em 2003, são esperados entre 300 a 400 empresários vindos de oito países lusófonos, Macau e China, garantindo a promoção de trocas comerciais.

4 sociedade quarta-feira 16.5.2012www.hojemacau.com.mo

Abertura da piscina de Cheoc VanA Piscina de Cheoc Van, sob dependência do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), entrará em funcionamento no dia 18 de Maio, após obras de remodelação. A piscina estará aberta até 31 de Outubro com o seguinte horário: segunda das 13:00 às 21:00; terça-feira a domingo entre as 8:00 e as 12:00 e as 13:00 e as 21:00. Os bilhetes de ingresso têm diferentes preços: adulto – MOP 15; seniores com idade igual ou superior a 65 anos e portadores de cartão de estudante – MOP 7, jovens até 12 anos – MOP 5. Os cidadãos poderão também optar pela aquisição do passe mensal. Para mais informações poderá consultar a página electrónica do IACM www.iacm.gov.mo ou ligar para o telefone número 8988 4000.

Rita Marques [email protected]

O espaço circun-dante ao Lago Sai Van poderá al-bergar uma nova

área de instalações e activi-dades de lazer, restauração e comércio. O “Projecto do Complexo Turístico da Praça do Lago Sai Van”, com 2.25 hectares, vai situar-se próxi-mo do actual edifício-sede do Corpo de Bombeiros, está a ser delineado pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) de for-ma a criar um novo espaço sociocultural, para turistas e cidadãos, dinamizando a costa oeste do lago.

A nova área estará por isso sob a consideração da população numa consulta pública marcada entre os dias 21 de Novembro e 21

MACAU vai ter um novo pro-grama académico da União

Europeia (UE), anunciou ontem a chefe do gabinete da Comissão Europeia para as Regiões Admi-nistrativas Especiais de Macau e de Hong Kong. “É um consórcio entre a Universidade de Macau (UMAC), o Instituto de Estudos Europeus e outras universidades e esperamos lançá-lo em Junho”, disse Maria Castillo Fernandez, referindo que o programa “já foi adjudicado” e que idêntico pro-jecto vai ser aplicado na antiga colónia britânica. “A ideia passa sobretudo por aumentar o conhe-cimento sobre os estudos europeus e investigação em Macau (…) e os intercâmbios académicos”, expli-cou a representante de Bruxelas para as Regiões Administrativas Especiais.

Neste âmbito, Maria Castillo Fernandez manifestou ainda o in-teresse em promover mais debates

O Instituto de Assuntos Cívicos e Municipais encontra-se a projectar um novo espaço de lazer para a zona do Lago Sai Van. Ainda em fase inicial de planeamento, o projecto terá em conta a opinião da população no final do ano

Projecto turístico na Praça do Lago Sai Vana ser planeado pelo IACM

Comes e bebes entre lembranças tradicionais

Nam Van ainda sem rumoO concurso para os bares da do zona noroeste do Lago Nam Van ainda está a decorrer, estando o espaço sob tutela da DSSOPT, de acordo com o IACM. “Daqui a um mês será então iniciada uma nova fase da responsabilidade do IACM”, revela a assessoria. Recorde-se que após a expiração dos contratos em 31 de Maio, o Governo quer tomar posse da gestão desta zona. Os seis bares já não estão em funcionamento actualmente, ainda que tenha sido entregue uma petição dos donos destes bares à Direcção de Serviços de Finanças (DSF) pedindo uma extensão do prazo de concessão por mais dois anos.

Novo programa académico lançado em Junho

UE e Macau mais pertosubordinados à Europa, envolven-do temáticas como a integração europeia ou as políticas ambientais e culturais.

A responsável falava aos jorna-listas à margem das celebrações em Macau do Dia da Europa, que inclu-

íram um painel de debate intitulado “Regresso aos negócios - juntos”, composto por representantes diplo-máticos de países como a Bélgica, Finlândia ou República Checa.

Apesar de Macau oferecer um mestrado em Estudos Europeus e ain-

da a cátedra Jean Monnet, possuindo, por isso, “muito mais experiência” ao nível de estudos europeus do que Hong Kong, a representante da UE pretende “construir a partir daí, criando mais mestrados e cursos” sobre a Europa. - Lusa

de Dezembro deste ano. As opiniões e sugestões podem também ser transmitidas via telefone, e-mail, faz ou via correio para o IACM, que disponibilizará caixas de recolha em diferentes locais de Macau.

Vão ser aproveitadas sete lojas, num espaço que inclui esplanada e restauração com lazer no seu interior. Será também aproveitado um cais que reúna características da cultura oceânica de Macau, onde também poderão acos-

tar três barcos para servirem de espaço à restauração e criar uma típica zona de restauração.

Haverá uma rua de lem-branças comerciais ao longo da periferia do cais, uma praça de gastronomia - si-

tuada sob as duas passagens aéreas - com petiscos carac-terísticos de Macau, e ainda um teatro ao ar livre, a sul do lote de terreno, destinado à representação de diferentes tipos de espectáculos ao ar livre, revela o comunicado

do IACM disponibilizado ao Hoje Macau.

O espaço vai ainda in-cluir uma nova torre, numa extremidade da passagem aérea de acesso que irá per-mitir a existência de um es-paço de passeio e apreciação da paisagem pelo público.

O parque de estaciona-mento público original será transformado em entrada da praça que inclui a estação de saída de passageiros, es-tacionamento de autocarros turísticos e estação táxis. O novo parque de estaciona-mento ficará situado próximo do edifício-sede do Corpo de Bombeiros, um local que pode albergar 120 viaturas e ficará ao lado da futura estação de Metro Ligeiro.

5sociedadequarta-feira 16.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Na quinta-feira, a CTM afirmou ter aprendido a lição do apagão de Fevereiro, que deixou centenas de pessoas sem telemóvel e internet. O novo incidente, outra vez por erro humano, prova que são precisas mais aulas

Joana [email protected]

UM novo erro humano esteve na origem do se-gundo apagão da CTM, desta vez afectando a rede

móvel. Na noite de segunda-feira, e durante mais de duas horas, 17 mil clientes – dos 610 mil assinantes da rede móvel – ficaram sem forma de comunicar.

Ontem, Vandy Poon convocou uma conferência de imprensa no final da tarde onde explicou que na origem do segundo incidente da empresa esteve um funcionário da CTM. “O funcionário, durante o procedimento normal, reiniciou acidentalmente o sistema de Rádio Network Con-

Cecília [email protected]

HÁ anos que os membros da Associação de Reunião

das Famílias (ARF) lutam para que os filhos possam residir na RAEM. Ou seja, para que estejam junto dos pais outra vez, de quem se separaram quando estes deixaram a China continental para trabalhar em Macau. Reunidos ontem com um responsável da Direcção do Serviços de Identificação (DSI), viram mais uma vez as suas pretensões ignoradas. O desespero falou alto e alguns idosos até se envolveram em lutas físicas.

Segundo a ARF, foram 360

idosos presentes no edifício China Plaza, onde fica a sede da DSI; para este departamento, só se contabilizaram 240. Uma di-ferença pouco significativa para o ponto fulcral da discussão, ou seja, que o grupo reivindicativo se mantém firme na luta pelo seu objectivo. Já apelaram ao Ga-binete de Ligação do Governo Central da RAEM, ao Gabinete do Chefe do Executivo, enfim, até ao Consulado de Portugal na RAEM. As respostas nunca chegaram com a solução que procuram. Quando chegaram.

“Fizemos contribuições para a sociedade de RAEM, agora estamos velhos e de má saúde, só queremos a companhia dos nossos filhos,

será pedir demais?”, pergunta Au Yeong, uma das idosas da ARF mais revoltadas. “Talvez o Governo nunca ouça o nosso requerimento! Os nossos filhos são todos profissionais, a minha filha ainda trabalha no tribunal no continente. Se o Governo deixa tantos imigrantes com qualidade virem trabalhar para o território, a minha filha também tem esse direito. Além disso, o maioria dos imigrantes que aqui faz investimento só compra uma casa, já que continuam com negócios no continente, não fazem nada pela RAEM. E só porque são residentes podem receber dinheiro distribuído pelo Governo? Por que é que os filhos de residentes locais como

nós não podem usufruir do plano de comparticipação pecuniária, assim como participar no de-senvolvimento económico da região? Isso não é nada justo.”

CONFRONTO FÍSICODurante cerca de duas horas de reunião entre os representantes da ARF e um responsável da DSI, as partes não conseguiram chegar a qualquer acordo. A frustração levou mesmo alguns idosos a exagerarem nos pro-testos - dois polícias do sexo feminino e uma idosa da ARF foram para o hospital, embora com ferimentos leves.

Segundo alguns idosos, além da polícia, haveria ainda elemen-tos de segurança à paisana.

Tarifas da água aumentam em 2014As tarifas da água vão aumentar em 2014, anunciou ontem a directora da Capitania dos Portos, Susana Wong. De acordo com a responsável, o cálculo do aumento de custos vai ser abordado com Guangdong no final do ano. “Vamos calcular, assim como os responsáveis de Cantão. No final do ano vamos sentar-nos e discutir qual o facto que aceitamos para fixar esse ajustamento.”

Reservas cambiaisultrapassam 130 mil milhõesAs reservas cambiais atingiram, em Abril, os 130,3 mil milhões de patacas. De acordo com a Autoridade Monetária de Macau, no mês passado registou-se um aumento de 1,2% das reservas cambiais.

DSAL exorta empreiteiros a reforçar segurançaA Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) fiscalizou, ontem, as obras dos projectos de habitação pública da rua Francisco Xavier Pereira, Seac Pai Van, Zona 1 do Lote CN3 e Lote CN7. No local, o pessoal da DSAL exortou os empreiteiros a prestarem maior atenção às tarefas que impliquem alto risco - trabalhos em altura, manipulação de cargas e trabalhos que envolvam a utilização de energia eléctrica - e à boa organização do estaleiro. A DSAL também aconselhou aos empreiteiros o reforço da gestão da segurança e saúde ocupacional nos estaleiros.

CTM Após outro apagão empresa pondera aumentar investimento já anunciado

E de novo asneira humanatroller.” Segundo o presidente da Comissão Executiva da CTM, este sistema nunca é desligado.

O erro demorou mais de duas horas a ser reparado e afectou 50% da rede móvel, especialmente na península de Macau.

Apesar de ter entregue já o rela-tório inicial à Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT), a empresa comprometeu-se a enviar, até antes do final da semana, o relatório final do incidente, à seme-lhança do que aconteceu no primeiro apagão (que foi mais grave).

Pedindo desculpa aos órgãos de comunicação social e à popula-ção, Vandy Poon anunciou que a CTM pondera mesmo aumentar o investimento de 1,2 mil milhões de patacas no aperfeiçoamento da rede, anunciado na semana passada. “Nos próximos três anos, vamos investir na rede, de forma a assegurar a estabilidade e a segurança. Mas eu e a minha equipa vamos ponderar seriamente a hipótese de aumentar esse investimento, apesar de em circunstâncias normais esse valor ser suficiente.”

SEM DESCONTOSNão promete que não voltará a acon-tecer, mas Vandy Poon assume que a CTM vai investir mais na formação do pessoal. “Queremos melhorar as habilitações e a capacidade do staff para evitar erros humanos

como este”, garantiu o presidente da Comissão Executiva.

A atribuição de descontos não vai, por isso, ser o caminho para compensar a população que ficou afectada pelo apagão. Recorde-se que no incidente anterior a empresa deixou de ganhar mais de 30 milhões de patacas em descontos nas facturas. A intenção agora é manter o inves-timento na melhoria dos serviços e assim providenciar serviços mais estáveis para os clientes. “O que queremos é ganhar a confiança do cliente mas não lhe queremos dar um desconto de despedida, queremos dar-lhe preços convenientes e um ser-viço estável. Dar-lhe as boas-vindas.”

Vandy Poon apresentou-se na sala com a equipa principal da CTM e convidou mesmo dois funcionários da Sony Ericsson de Hong Kong – a sua única fornecedora de rede móvel – a estarem presentes. Hans Thonell, presidente do Departamento de Ope-rações da Sony Ericsson, garantiu que a empresa vai trabalhar em conjunto com a CTM. Vandy Poon chamou o responsável da Ericsson para que este assegurasse perante os média que dará sempre apoio durante o processo de recuperação.

Na altura do incidente de Feve-reiro, Tou Veng Keong assumiu os impactos negativos que o apagão teve na vida dos cidadãos, mas até agora ainda não se sabe se a empresa de telecomunicações vai ser sancionada.

Segundo Lau Si Io, secretário para as Obras Públicas e Transportes, o Governo já concluiu o relatório de investigação sobre o apagão – que estava a ser feito em conjunto com a Universidade de Macau.

O relatório será agora entregue à CTM para uma eventual contestação e só depois disso serão divulgadas possíveis sanções à operadora. Quan-to a este segundo incidente, a DSRT não fez ainda qualquer análise, mas o procedimento deverá ser o mesmo que no incidente anterior.

MELHORAR O FUTURONa altura do primeiro incidente, Tou Veng Keong, director da DSRT, acu-sou a CTM de não ter sido expedita na comunicação do problema, evitando que a população fosse rapidamente alertada. Desta vez, o período para o alerta foi inferior a uma hora, mas

Idosos da ARF desesperados com mais uma reunião infrutífera

“Talvez o Governo nunca ouça o nosso requerimento!”

Vandy Poon quer ainda melhor. “Fomos mais rápidos no alerta do que no incidente anterior, mas no futuro queremos informar o público e os média dentro de 20 minutos. Os clientes não foram alertados mais cedo, porque o sistema só nos noti-ficou do incidente às 20h45.”

O responsável da CTM não quer garantir que outros incidentes não venham a acontecer, considerando uma “irresponsabilidade” afirmar isso, mas promete concentrar todos os esforços na melhoria dos serviços. Até porque quer provar a capacidade da empresa e não só aos seus clien-tes. “Acreditamos ter sido fiáveis ao longo dos anos e aprendemos com o incidente anterior e vamos melhorar. Em Julho, depois da transição para o 3G, acredito que sejamos capazes de assegurar o serviço e vamos mostrar ao público e ao Governo que somos capazes. Não vou desapontar o Governo.”

A imensidão de turistas que in-vade todos os anos Macau – fazendo uso da rede móvel e de internet, esta exclusiva da CTM - é vista por Vandy Poon como um desafio, mas também uma forma de mostrar bom trabalho. “Temos uma reputação e credibilidade a reconstruir. Tivemos dois incidentes, mas somos sólidos e toda a equipa está a trabalhar para evitar incidentes semelhantes.”

A CTM tem uma penetração de 250% na rede móvel, sendo também a única a fornecer internet fixa. Além disso, a empresa é ainda responsável pelo aluguer de linhas para empre-sas como a Smartone e a Rede 3, o que pode levar a que, em caso de mau funcionamento do software, os clientes dessas operadoras sejam também afectados.

6 nacional www.hojemacau.com.mo

Presidente da Assembleia Popular iniciou périplo europeuO presidente da Assembleia Nacional Popular e número dois da hierarquia do Partido Comunista chinês, Wu Bangguo, partiu ontem de Pequim para um périplo europeu. A visita, que inclui países como a Holanda, Croácia, Luxemburgo e Espanha prolonga-se até 30 de Maio. Wu Bangguo, que abandona o cargo em 2013 está ainda acompanhado do secretário-geral do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular, Li Jianguo.

O ministério dos Negó-cios Estrangeiros da China classificou como uma “informação fal-

sa” a denúncia do líder espiritual Dalai Lama que acusou as auto-ridades de Pequim de organizar uma conspiração para o assassinar. De acordo com o porta-voz do ministério, Hong Lei, o governo chinês não deve discutir e argu-mentar contra as afirmações do líder tibetano. Lei afirmou ainda que o Dalai Lama se aproveita da religião para enganar as pessoas. “O Dalai Lama utiliza a religião para incentivar o separatismo tibe-tano na comunidade internacional, espalhando informações falsas e enganando o público - disse Lei, numa conferência de imprensa.

Já o diário estatal chinês Global Times foi mais enfático nas críti-cas à denúncia do religioso. Num

quarta-feira 16.5.2012

A China exortou ontem “todas as forças” da

Guiné-Bissau a resolver a actual crise “através de um diálogo inclusivo”, mas escusou-se a comentar a solução acordada entre a Co-munidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO) e os militares golpistas. “A China cons-tatou que a CEDEAO e os autores do golpe de Estado na Guiné Bissau chegaram a um acordo sobre a devo-lução do Governo do país ao povo”, disse um porta--voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei, numa reacção à agência Lusa em Pequim. “Esperamos que todas as forças do país continuem

AS autoridades chine-sas iniciaram ontem

um programa piloto nas zonas da capital mais fre-quentadas por estrangeiros para detectar pessoas que entraram, vivem ou tra-balham ilegalmente em Pequim.

Para concretizar o pro-grama piloto, que se pro-longa até Agosto, a polícia da capital chinesa forneceu um número de telefone que servirá para denuncias de casos suspeitos.

De acordo com o diário “Novo Pequim”, a resi-dência ilegal é a violação mais comum praticada por estrangeiros que permane-cem no país mesmo depois de caducado o visto.

Apelo ao “diálogo inclusivo” na Guiné-Bissau

Restauraro Estado de Direito

Estrangeiros sem autorização de residência

Cem diasde caça ao ilegal

Nove mortos e seis feridos em explosão em siderurgiaNove pessoas morreram e outras seis ficaram feridas numa explosão numa siderurgia em Shaoguan, cidade chinesa da província de Guangdong, sul do país, revelou a agência Xinhua. A explosão ocorreu às 15:48 de segunda-feira quando operários instalavam um novo equipamento

no complexo industrial. Oito dos nove mortos morreram no local do acidente quando se deu a explosão enquanto a nona vítima pereceu no hospital para onde foi transportada com ferimentos muito graves. De acordo com as autoridades locais, que já começaram a investigar o

acidente, um dos feridos continua em estado grave. Os acidentes industriais são frequentes na China – as estatísticas do país indicam um acidente a cada dois dias – muitas vezes devido ao incumprimento de regras de segurança e prevenção de acidentes.

comprometidas em resolver a crise através de um diálogo inclusivo, para restaurar a estabilidade nacional e o Estado de Direito”, acres-centou.

Na quinta-feira passa-da, o Presidente interino do parlamento da Guiné-

-Bissau, Serifo Nhamadjo, foi designado Presidente de transição do país, depois de uma reunião de militares e políticos guineenses com responsáveis da CEDEAO, e que já recebeu o apoio dos Estados Unidos. “Sauda-mos a nomeação de Serifo Nhamadjo, negociada pela CEDEAO, como líder de um Governo de transição e apelamos a todos os actores para o aceitarem e trabalha-rem juntos para trazer esta-bilidade, Estado de Direito, democracia, prosperidade e respeito pelos Direitos Humanos à Guiné-Bissau”, disse o Departamento de Estado norte-americano, numa nota divulgada na segunda-feira.

Durante o programa, denominado “projecto de 100 dias”, o Gabinete de Se-gurança Pública vai exercer um controlo mais exaustivo sobre todos os estrangeiros que entrem, residam ou trabalhem ilegalmente na capital chinesa.

Segundo a polícia da capital, diariamente estão ou passam por Pequim cer-

ca de 200.000 estrangeiros, um número em contínuo crescimento e que inclui ilegais.

A maioria dos indi-víduos considerados es-trangeiros ilegais não tem rendimentos, residência fixa ou emprego e muitas vezes viajam para a China para actividades ilegais, acrescenta a polícia.

China nega tentativa de assassinar Dalai Lama e condena encontro deste com David Cameron

“Uma afronta ao povo chinês”

texto publicado no seu site oficial, o jornal aborda o assunto em tom de brincadeira, afirmando que, se esse fosse o desejo das autoridades chinesas, o Dalai Lama já teria sido eliminado há mais tempo. “Vamos simplificar: se o governo central quisesse ‘eliminar’ o Dalai Lama, por que esperaria tanto tempo?

Não será insensato realizar uma acção contra o Dalai já com ele de idade avançada? A conspiração de assassinato divulgada pelo Dalai assemelha-se mais com algo que se pode encontrar nos romances de artes marciais”, diz o artigo.

No domingo, o diário britânico Sunday Telegraph publicou no seu

site oficial um vídeo com a de-núncia do Dalai Lama. Segundo o religioso, as autoridades de Pequim teriam treinado agentes femininas para colocar veneno nos cabelos e nas roupas para que o religioso quando lhes tocasse ao dar a bênção fosse contaminado pelo veneno.

O Dalai Lama, de 76 anos, realçou que não tinha a certeza se a informação era 100% correcta, pois não tinha meios para investi-gar, confirmando, no entanto, que recebera o alerta.

O encontro do líder espiritual tibetano com David Cameron du-rante a visita efectuada esta semana ao Reino Unido foi também conde-nado pelo governo da China que o considerou como “uma afronta ao povo chinês”.

O encontro, realizado na segun-da-feira em Londres, “é uma grave ingerência nos assuntos internos

da China e uma afronta ao povo chinês, prejudicando as relações entre a China e o Reino Unido”, disse Hong Lei.

O Dalai Lama deslocou-se a Londres para receber o Temple-ton Prize, no valor de cerca de 11 milhões de patacas que o líder ti-betano disse ir doar a organizações humanitárias.

O encontro com Cameron e com o vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, foi descrito como privado e decorreu fora do número 10 de Downing Street, a residên-cia oficial do chefe do Governo britânico.

A China controla o Tibete desde 1950, quando as tropas de Pequim invadiram a região após a batalha de Qamdo, uma das cidades mais populosas da região. Em 1959, o Dalai Lama e alguns seguidores deixaram o país.

7nacionalquarta-feira 16.5.2012 www.hojemacau.com.mo

NO último fim-de-semana, os líderes chineses começaram a

procurar hipóteses para incentivar o titubeante crescimento económico, mas as medidas já não têm a mesma força de outrora, segundo escrevem os analistas de economia do Wall Street Journal, Tom Orlik e Bob Davies, esta semana.

Depois de a China ter divulgado uma série de indicadores económicos decepcionantes na sexta-feira - na pro-dução industrial, no sector imobiliário e no consumo doméstico - o Banco Popular da China anunciou no sábado que vai reduzir em 0,5% a proporção dos depósitos que os bancos têm que manter como reserva, a partir de 18 de Maio.

O corte visa a estimular a conces-são de empréstimos, mas os bancos parecem já ter amplo acesso a fun-dos que podem usar para conceder financiamento, com as taxas do cré-dito interbancário, através da qual os bancos emprestam uns aos outros, a cair de um pico de 5,4% na segunda quinzena de Fevereiro para 3,2% na sexta-feira. Song Yu, analista do Goldman Sachs, disse que a redução da exigência de reservas bancárias para 20% foi simplesmente um “sinal usado pelo governo para mostrar a sua intenção de afrouxar”, e por si só não terá muitos efeitos sobre a economia.

Os dados de sexta-feira mostra-

Investimento externo diminuiu 2,38%O investimento externo na China nos primeiros quatro meses de 2012 diminuiu 2,38% em relação a igual período de 2011, para cerca de MOP 290 mil milhões, disse ontem o Ministério chinês do Comércio. O investimento oriundo dos Estados Unidos e do Japão aumentou 1,9% e 16%, respectivamente, mas o da Europa caiu 27,9%, indicou a mesma fonte. Entre Janeiro e Abril deste ano foram constituídas na China apenas 7.016 empresas com capitais externos, menos 13,94% do que nos primeiros quatro meses de 2011. O investimento externo na China diminuiu 0,74% em Abril, pelo sexto mês consecutivo. O investimento chinês no exterior, pelo contrário, aumentou 72,8%, somando cerca de 180 mil milhões de patacas.

Bolha imobiliária, dívida de governos locais e transição de liderança inibem Pequim

Crescimento com opções limitadas

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adicionais. A China atravessou facilmente a recessão global de 2008 e 2009, graças a um enor-me programa de empréstimos e gastos públicos.

Mas o governo tem restrições próprias, que reduzem a sua margem de manobra. O imenso programa de estímulo agravou a bolha imobiliária e aumentou a dívida dos governos locais, deixando os líderes políticos com receio de realizar mais um plano de estímulo de grande escala. Cortar o juro, a ferramenta favorita dos bancos centrais de todo o mundo, é problemático, pois pode piorar a inflação, que o Banco Central chinês passou o último ano a tentar dominar.

Outro factor que inibe a ac-ção: a transição de liderança do país, que ocorre a cada dez anos, e que já foi prejudicada pela turbulência quanto à expulsão do membro da cúpula do Partido Comunista Bo Xilai. Os analis-tas dizem que a importância de garantir uma transição tranquila aumenta as hipóteses dos líderes chineses actuarem de forma a estimular o crescimento, mas também pode provocar mais dificuldades de chegar a acordo com as facções rivais quanto a tomar medidas arrojadas.

ram que a economia continuou a perder força no segundo trimestre e pode não recuperar, contrariando as expectativas gerais dos líderes chineses e dos analistas de mercado.

ARROJO E CAUTELASNo Ocidente, considera-se ge-ralmente que a China é capaz de

impulsionar o seu crescimento com a mesma facilidade com que um motorista carrega no acelerador. Por ser um governo autoritário, não necessita de negociar com a população nem com o parlamento. Com níveis de dívida relativamente baixos, o país tem como pagar os gastos

8 publicidade quarta-feira 16.5.2012www.hojemacau.com.mo

EDITAL

Edital no : 32/E/2012Processo no : 358/BC/2012/FAssunto :Notificaçãododespachodeembargoeiníciodoprocedimentodeaudiênciapelainfracção àsrespectivasdisposiçõesdoRegulamentodeSegurançaContraIncêndios(RSCI).Local : RuaQuatro do Bairro IaoHon n.º 50, Edf. IndustrialYau Seng, Bloco 1, terraço sobrejacenteàfracção11ºandarAC,Macau.

ChanPouHa, subdirectora daDirecçãodosServiços deSolos,ObrasPúblicas eTransportes(DSSOPT),nousodascompetênciasdelegadaspelaalínea7)dono1doDespachono09/SOTDIR/2009,publicadonoBoletim OficialdaRegiãoAdministrativaEspecialdeMacau(RAEM),no16,IIsérie,de22deAbrilde2009,fazsaberporestemeioaosdonodaobraouseumandatário,aoencarregadodaobra,aostécnicosresponsávelpelaobraeexecutoresdaobraexistentenolocalacimaindicado,cujasidentidadessedesconhecem,oseguinte:1. Em11/04/2012,oagentedefiscalizaçãodestaDSSOPTdeslocou-seaolocalacimaindicadoe verificouarealizaçãodeobrasemlicençacujadescriçãoesituaçãoéaseguinte:

Obra SituaçãodaObra

InfracçãoaoRSCIemotivodademolição

1.1

Construçãodecanteirosdefloresemalvenariade tijolo e instalação de suportemetálico.Bemcomoexecuçãodaobraderenovaçãonointeriordocompartimentonãoautorizadocomparedesemalvenariadetijoloecobe-rturaembetão

Emcurso

Infracção ao nº 4 doartigo 10º, obstruçãodocaminhodeevacu-ação.

2. Nestascircunstânciaseemcumprimentododispostonono3doartigo88odoRSCI,aprovadopeloDecreto-Leino24/95/M,de9deJunho,oagentedefiscalizaçãoordenouaimediatasuspensãodaexecuçãodaobra.

3. Nostermosdono1doartigo88odoRSCIenousodascompetênciasdelegadaspelaalínea7)donº1doDespachonº09/SOTDIR/2009,publicadonoBoletimOficialdaRAEM,nº16,IISérie,de22deAbrilde2009,pormeudespachode07/05/2012,exaradosobreainformaçãonº02289/DURDEP/2012,de23/04/2012,determineioembargodaobra.

4. Odespachodoembargoacimaindicadosópodeserlevantadodepoisdecessaromotivoqueo determinou,emconformidadecomopreceituadononº9doartigo88ºdoRSCI.5. Acontinuaçãodostrabalhosdepoisdoembargo,notificadopelopresenteedital,sujeitaosdonos,

responsáveiseexecutoresdaobra(quersejamempreiteirosoutarefeiros)àspenasdocrimededesobediênciaqualificada,nostermosdonº6doartigo88ºdoRSCI.

6. Sendooscorredorescomuns,terraçoepódiodoedifícioconsideradoscaminhosdeevacuação,devemosmesmosconservar-sepermanentementedesobstruídosedesimpedidos,deacordocomodispostononº4doartigo10ºdoRSCI.Asalteraçõesintroduzidaspeloinfractornosreferidosespaços,descritasnoponto1dopresenteedital,contrariamafunçãodessesespaçosenquantocaminhosdeevacuaçãoecomprometemasegurançadepessoasebensemcasodeincêndio.Assim,aobraexecutadanãoésusceptíveldelegalizaçãopeloqueteránecessariamentedeserdeterminadapelaDSSOPTasuademoliçãoafimdeserreintegradaalegalidadeurbanísticaviolada.

7. Nostermosdonº3doartigo87ºdoRSCI,ainfracçãoaodispostononº4doartigo10ºésancionávelcommultade$4000,00a$40000,00patacas.Alémdisso,deacordocomonº4domesmoartigo,emcasodepejamentodoscaminhosdeevacuação,serásolidariamenteresponsávelaentidadequeprestaosserviçosdeadministraçãoousegurançadoedifício.

8. Considerando amatéria referida nos pontos 6 e 7 do presente edital, podemos interessados,querendo,pronunciar-seporescritosobreamesmaedemaisquestõesobjectodoprocedimento,noprazode5(cinco)diascontadosapartirdadatadepublicaçãodopresenteedital,podendorequererdiligênciascomplementareseoferecerosrespectivosmeiosdeprova,emconformidadecomodispostononº1doartigo95ºdoRSCI.

9. Oprocessopodeserconsultadoduranteashorasdeexpedientenas instalaçõesdaDivisãodeFiscalizaçãodoDepartamentodeUrbanizaçãodestaDSSOPT,situadasnaEstradadeD.MariaII,nº33,15ºandar,Macau(telefonesnos75977154e85977227).

10. Nostermosdoartigo97odoRSCIedascompetênciasdelegadaspelosnos1e4daOrdemExecutivano124/2009,publicadanoBoletim OficialdaRAEM,NúmeroExtraordinário,ISérie,de20deDezembrode2009,dadecisãoreferidanoponto3dopresenteeditalcaberecursohierárquiconecessárioparaoSecretárioparaosTransporteseObrasPúblicas,ainterpornoprazode8(oito)diascontadosapartirdadatadepublicaçãodopresenteedital.

11. Orecursoreferidononúmeroanteriornãotemefeitosuspensivo,devendoporissoaobramanter- -seembargada.

Aos7deMaiode2012

ASubdirectoradosServiços

EngaChanPouHa

ANÚNCIO [N.º 131/2012]

Paraosdevidosefeitos,vimosporestemeionotificarosrepresentantesdosagregadosfamiliaresdoconcursodehabitaçãoeconómicaabaixoindicados,nousodacompetênciadelegadapelaalínea20)don.º3doDespachon.º09/IH/2012,publicadonoBoletim OficialdaRAEM,n.º13,IISérie,de28deMarçode2012enostermosdon.º2doartigo72.ºdoCódigodoProcedimentoAdministrativo,aprovadopeloDecreto-Lein.º57/99/M,de11deOutubro:

Nome N.ºdoboletimde candidatura

Nome N.ºdoboletimde candidatura

LAOCHIWAI 75198 PUNNGAKIT 82354

WONGMANSI 75199 LEONGCHITAK 83278

LEIIATKIN 75217 WONGLAIFAI 83540

CHANKIOMENG 75850 CHANWAICHOU 83881

CHOIPENGU 76424 KUOKCHIWA 84104

TANGWAICHOI 76446 CHOICHONPENG 84443

LEILEONGFOK 76489 LUSHUYI 85067

NGANHANG 77303 CHONGSINI 85442

TANGWAICHON 77370 HOIOKHA 85770

CHANWAIIONG 78195 IUHIPVO 85983

TONGHAOWAI 78288 CHANPAKUN 86061

ANTONIONG 78452 CHANCHIHONG 86681

LEONGLAISAN 78720 CHEANGCHOUIONG 86818

TANGWAIIP 78948 KONGKAMWA 86973

HOIOKMENG 78955 CHANKAMWAN 87128

LEONGHONGWA 79034 LEILINFONG 88095

CHANSIOKUAN 79435 UUNMAN 88721

LEIKINPANG 80040 FANWENGSAN 89199

WONGPENGFAI 80499 AOIEONGWAIIN 89375

NGCHENGWA 80590 CHEUNGMIOKUN 89757

WONGHONMENG 81715 WONGCHIWANG 90100

HUIYUKHA 81901 CHIOHOIUN 90722

WONGKAMSI 82033 CHANIOTONG 91558

TAMSIOHONG 82227 WONGWAILIN 91575

Após as verificações deste Instituto, notamos que os elementos dos agregados familiares decandidatosahabitaçãoeconómicaacimamencionadossãoproprietáriosdefracçõesautónomascomfinalidadehabitacionalnaRegiãoAdministrativaEspecialdeMacau,desdeàdatadaapresentaçãodecandidaturaeatéàdatadecelebraçãodaescriturapúblicadecompraevendadafracção,peloque,estesnãoreúnemosrequisitosexigidosparaacandidatura,nostermosdon.º3doartigo14.ºen.º5doartigo60.ºdaLein.º10/2011(Leidahabitaçãoeconómica). Deacordocomosartigos93.ºe94.ºdoCódigodoProcedimentoAdministrativo,aprovadopeloDecreto-Lein.º57/99/M,de11deOutubro,devemapresentar,porescrito,assuascontestaçõesetodasasprovastestemunhais,materiais,documentaisouasdemaisprovas,noprazode10dias,acontardadatadepublicaçãodopresenteanúncio. Se não apresentarem as contestações no prazo fixado ou asmesmas não forem aceites poresteInstituto,osrepresentantesdosagregadosfamiliarese/ouosseuscônjugesforemretiradosdosagregadosfamiliareseasrespectivascandidaturasserãoexcluídasdalistageraldeespera,pornãoreuniremosrequisitosparaaaquisiçãodehabitaçãoeconómica,nostermosdon.º2doartigo16.ºdoRegulamentodeacessoàcompradehabitaçõesconstruídasnoregimedecontratodedesenvolvimentoparaahabitação,aprovadopeloDecreto-Lein.º26/95/M,de26deJunho,revistopeloRegulamentoAdministrativon.º25/2002. Nocasodedúvidas,poderãodirigir-seaoIH,sitonaTravessaNortedoPatane,n.º102.IlhaVerde,Macau,duranteashorasdeexpediente,oucontactarSr.Wong,atravésotel.n.º28594875(Ext.586),paraconsultadoprocesso.

OChefedoDepartamentode AssuntosdeHabitaçãoPública,

CheangSekLam 10deMarçode2012

9regiãoquarta-feira 16.5.2012 www.hojemacau.com.mo

PELO menos 17 pes-soas - 16 militares e um civil - ficaram feridos segunda-feira

na deflagração de uma bomba à passagem de dois veículos do exército no sul da Tailândia, revelaram fontes policiais.

Cerca de três quilos de explosivos escondidos numa botija de gás explodiram quando os dois veículos mili-tares pararam num semáforo na província de Pattani, que integra a região reclamada pelo movimento separatista islâmico.

Entre os feridos, um en-contra-se em estado grave, dez eram mulheres soldado e um era civil, revela o diário Bangkok Post.

Também na noite de segun-da-feira um coronel da polícia ficou ferido com gravidade durante uma troca de tiros com rebeldes muçulmanos na província de Yala.

Entretanto as autoridades tailandesas anunciaram ter detido um suspeito de lançar na noite de domingo uma granada que feriu sete pessoas na província de Narathiwat.

A guerrilha separatista tem vindo a aumentar a ac-ções de ataque, fazendo-as coincidir com o regresso às aulas e aumentando assim a pressão sobre as autoridades de Banguecoque.

ATAQUES QUASE DIÁRIOSPattani, Narathiwat e Yala são cenários de ataques a um rit-mo quase diário, perpetrados com recurso a armas ligeiras para homicídios e atentados com explosivos, embora toda a região seja patrulhada por um total de 60 mil agentes das forças de segurança.

Cerca de 5.300 pessoas já morreram naquelas províncias desde que em 2004 o movi-mento separatista islâmico retomou a luta armada na região.

Os rebeldes denunciam a discriminação de que são alvo por parte da maioria budista do país e exigem a criação de um Estado is-lâmico que integre as três províncias que formavam parte do antigo sultanato de Pattani, anexado pela Tailân-dia em 1902.

Coreia do Norte parou de interferir com sistemas do SulA Coreia do Norte parou de enviar sinais de interferência aos sistemas de posicionamento global que afectaram várias regiões da capital sul-coreana durante duas semanas. “A Coreia do Norte parou de enviar sinais de interferência” para os sistemas de GPS às 8h34 de domingo, refere a agência France Presse citando um responsável a Comissão de Regulação das Telecomunicações da Coreia do Sul. A interferência da Coreia do Norte nos sistemas do Sul obrigaram Seul a recorrer a sistemas de navegação alternativos, para manter os níveis de segurança quer no sector da aviação quer de navegação. A acção de Pyongyang levou Seul a apresentar um protesto perante a Coreia do Norte e a queixar-se às autoridades internacionais da aviação civil e das telecomunicações.

Japonesas Sonye Panasonic podem aliar-seAs multinacionais japonesas Sony e Panasonic estão a negociar o desenvolvimento conjunto de televisões de grandes dimensões com tecnologia OLED de última geração, revelou ontem a agência Kyodo citando fontes da indústria. Ambos os fabricantes fecharam o ano fiscal de 2011 – que terminou a 31 de Março de 2012 – com elevados prejuízos, num ano em que as divisões de desenvolvimento de televisões foram afectadas pela queda dos preços e da procura. A Panasonic apresentou perdas líquidas equivalentes a cerca de MOP 56 mil milhões enquanto a Sony registou um resultado negativo de cerca de MOP 32 mil milhões, encerrando o seu quarto ano consecutivo com perdas. Um acordo entre a Sony e a Panasonic poderia ajudar a indústria japonesa a manter-se na luta pela liderança do mercado que tem os sul-coreanos Samsung Electronics e LG Electronics como líderes no segmento OLED de grandes dimensões e baixo consumo.

Vice-presidente nas comemorações em Timor-LesteUma vice-presidente da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, Wang Zhizhen, representará o Presidente Hu Jintao nas comemorações do 10.º aniversário da independência de Timor-Leste, no domingo, anunciou segunda-feira um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. Wang Zhizhen, que é também vice-chefe da Associação Chinesa para a Compreensão Internacional, estará em Timor-Leste entre 17 e 20 de Maio, a convite do Presidente do país, José Ramos-Horta. Entretanto, a Comissão Nacional de Eleições de Timor-Leste apresentou em comunicado a lista de 21 partidos e coligações que vão disputar as eleições legislativas marcadas para 7 de Julho, cujo prazo de entrega de candidaturas terminou na sexta-feira.

AS autoridades de Taiwan encomen-

daram 12 novos navios de guerra “furtivos”, ca-pazes de passar desper-

17 feridos em explosão no sul da Tailândia

Terror no regresso às aulas

Taipé ordena construção de frota naval “furtiva”

Mais 12 navios de guerracom data de entrega prevista para 2014, dis-se aos jornalistas Chu Hsu-ming, da marinha de Taiwan.

“Depois deste protóti-po estar terminado e testa-do, as suas especificações poderão ser afinadas, para a produção em massa dos navios restantes”, acrescentou Chu.

Cada navio terá um máximo de oito mísseis supersónicos de terceira geração Hsiung Feng (Ventos Bravos) bem como oito dos mesmos mísseis, mas de segunda geração.

Desde que Ma Ying--jeou assumiu o posto de presidente de Taiwan, em 2008, que as relações entre a ilha e a China melhoraram, com o co-mércio bilateral a subir, bem como o número de visitas de turistas da China continental.

No entanto, Pequim, que considera Taiwan como uma província separatista, continua sem renunciar à possi-bilidade de usar a força para reunir Taiwan - que tem executivo próprio desde 1949 - com o resto da China.

cebidos pela maioria dos radares, numa reacção à escalada militar chinesa, anunciou ontem a mari-nha taiwanesa.

O primeiro navio, uma corveta de 500 to-neladas, será construído na ilha pela empresa Lung Teh Shipbuilding,

ANTÓ

NIO

FALC

ÃO

10 quarta-feira 16.5.2012www.hojemacau.com.moentrevista

José C. [email protected]

Como nasceu esta ideia de se candidatar como cabeça de lista à direcção do Jazz Club de Macau?Bom, a ideia não partiu de mim, mas de um grupo de pessoas que também fazem parte da lista, com quem tenho as melhores das relações. É um desafio para todos nós. O que nos une funda-mentalmente são duas ou três coisas. Uma, a consciência de que faz falta em Macau uma programação regular de jazz e, sobretudo, um espaço. A ideia do jazz está sempre ligada a uma certa ambiência, a um espaço de convívio, de conversa, para ouvir boa música.

Que Macau já teve.Exacto! E essa é outra das razões porque estamos unidos. A maior parte de nós teve oportunidade de viver a experiência da Rua das Alabardas, depois a Casa de Vidro, à qual estive activamente ligado, porque aquele espaço pertencia ao Leal Senado e, enquanto presidente do Leal Senado, na altura, abracei essa ideia com todo o gosto e entusiasmo.

Foi um espaço marcante?Foi durante um certo período de tempo um dos mais bonitos espaços de música ao vivo, não só de Macau, mas de toda a Ásia. Uma experiência fantástica. Com a presença até de algumas celebridades de Hong Kong, de vez em quando, e também de muitos dos músicos que por cá passavam e que acabavam por ir lá fazer jam sessions. Este é o tipo de ambiente que faz falta a Macau.

É isso que pretendem recuperar?Sim, é esse tipo de memória que

José Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus e candidato à presidência do Jazz Club

“Macau só faz sentido se a componente cultural tiver um peso extremamente grande”queremos que volte a ser uma realidade.

Mas Macau também está diferente hoje, não é?É verdade, mas isso também traz um grande potencial. A diversidade cultural de Macau e a diversida-de em termos de pessoas, até da comunidade dos chamados “expa-triados”, está hoje em dia bastante diferente do que era há uns anos. Tudo isso ajuda a que o potencial para termos aqui um projecto interessante e com sucesso seja maior. Claro que existem bastantes dificuldades.

O espaço é portanto uma questão central?Há duas coisas. Uma é o espaço, outra é o Festival Internacional de Jazz. As duas estão de certo modo associadas. Do ponto de vista do trabalho quotidiano e da divulgação do jazz, o espaço é efectivamente

a questão mais importante. E, no fundo, a existência de um festival só fará sentido, e será uma mais valia, do ponto de vista da criação de uma massa crítica de apreciadores de jazz, etc., se não for apenas um festival, como às vezes se faz, mais virado para os turistas, mas sim uma coisa mais sentida, com vibração da própria comunidade local. Agora, a existência de um clube, de um espaço, que ofereça regularmente concertos de jazz, jam sessions, o que quer que seja, é de facto o mais importante.

Como vão conseguir esse espaço?Essas coisas são complicadas, porque o mal de muitos projectos e de uma grande parte das associa-ções de Macau, é que, por um lado existem boas ideias, mas por outro o financiamento é complicado. A questão do espaço vai ser a primeira prioridade, mal sejamos eleitos, porque ainda não o fomos. A nova direcção vai empenhar-se comple-tamente, com toda a força e quase que diria com alguma urgência, na procura de um espaço e na avalia-ção das situações. É preciso fazer a avaliação com rigor dos diferentes aspectos relacionados com a exis-tência de um espaço desse tipo. De ordem económico-financeira e de localização.

Já têm algumas ideias sobre a localização?Existem algumas ideias, mas isso será depois debatido oportunamente pela própria direcção. Para já não quero antecipar nada.

Mas têm preferência por alguma zona específica da cidade?Gostaríamos obviamente de ter o melhor dos mundos! Um local em que fosse fácil estacionar, em que houvesse alguma tradição na área, coisas desse género... para já vamos tentar ser realistas e fazer as coisas passo a passo.

Além do espaço, a nova direcção tem já iniciativas pensadas, à semelhança do que tem feito a Comissão de Gestão, para quando tomar posse?A Comissão de Gestão está a fazer um bom trabalho e nós não temos que inventar muito. Pelo menos no primeiro embate. Obviamente que gostaríamos de dar continuidade a esse trabalho que já está a ser fei-to, e bem feito, e depois procurar enriquecê-lo. Torná-lo mais diverso e se possível com gente jovem.

Como vão atrair o público?Ter capacidade de atrair mais pú-blico para o jazz é uma outra das

nossas grandes apostas. Para isso temos uma equipa interessante, empenhada, com diversos percursos profissionais, mas todos ligados pelo amor que temos pela música e pela música ao vivo.

Como se apaixonou pelo jazz?(risos) Tenho uma história nunca contada... já fui fotógrafo da revis-ta “Mundo da Canção”! Na altura o director da revista era também o organizador do Cascais Jazz. E, no Porto, porque na altura vivia no Porto, ainda cobri, como fotógrafo, alguns concertos de jazz para a re-vista... é uma história de longa data. Foi assim.

Está no horizonte do Club vir a ter uma escola de jazz?Essa ideia da escola estará no horizonte, mas não é ainda uma questão definida. A direcção para já tem uma proposta de trabalho genérica que apresenta aos sócios. Teremos depois de concretizar melhor e fazer um planeamento de como deve ser... não sei muito bem quando é que essa escola poderá surgir, mas está um bocado asso-ciada à ideia de um clube jazz poder vir a ter um dia uma coisa como uma “escolita” de jazz, uma coisa assim do género, onde as pessoas que queiram entrar nesse mundo e dentro dessa forma de expressão musical possam compreender a sua especificidade.

Numa cidade abafada pelo jogo e numa sociedade dominada de forma geral pela economia, que espaço ainda resta para a cultura?Sou por natureza muito optimista relativamente a essa questão. E como profissionalmente estou ligado aos estudos europeus, onde temos também o nosso centro de indústrias criativas (uma aposta de 2003, foi na

altura o primeiro projecto na área das indústrias criativas), sempre acreditei na capacidade artística da comunidade local. Ou das várias comunidades locais.

Existe potencial?Em Macau há um potencial muito

A diversidade cultural de Macau e a diversidade em termos de pessoas, até da comunidade dos chamados “expatriados”, está hoje em dia bastante diferente do que era há uns anos. Tudo isso ajuda a que o potencial para termos aqui um projecto interessante e com sucesso seja maior

Como se apaixonou pelo jazz? (risos) Tenho uma história nunca contada... já fui fotógrafo da revista “Mundo da Canção”! Na altura o director da revista era também o organizador do Cascais Jazz

Macau só faz sentido como destino turístico internacional se em primeiro lugar se apresentar como um espaço de cultura, de diversidade, historicamente importante e crucial até para as relações entre a China e o Ocidente. Para não dizer, em muitos aspectos, entre a própria Ásia e o resto do mundo

Sales Marques recebeu o Hoje Macau no Instituto de Estudos Europeus para falar da sua candidatura à presidência do Jazz Club de Macau, cujas eleições decorrem no próximo sábado. O jazz, claro, mas também o lugar da cultura numa cidade cada vez mais abafada pelo jogo foram temas que dominaram a conversa com o homem que não se cansa de ser presidente

11quarta-feira 16.5.2012 www.hojemacau.com.mo entrevista

José Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus e candidato à presidência do Jazz Club

“Macau só faz sentido se a componente cultural tiver um peso extremamente grande”

A arte questiona os nossos espaços de conforto. É importante que haja arte para nos despertar para outras questões bastante mais importantes do que ter acesso aos bens materiais

grande relativamente à criação artística e o espaço que existe é fundamental. Macau só faz sentido, com todo o respeito por aquilo que o jogo representa do ponto de vista económico, se a componente cultural tiver um peso extremamente grande. Até do ponto de vista simbólico. O turismo depende do jogo, que é o motor da economia de Macau? Sem dúvida, mas tal não faz muito sentido como ideia de destino turístico. Pode-mos dizer “isto é apenas um grande casino”. Então esqueçamos a cultura.

Qual é a solução?Se queremos um destino turístico inter-nacional (também falo por experiência

própria, porque já passei pelo turismo, estive lá dez anos), a minha experiên-cia diz-me que Macau só faz sentido como destino turístico internacional se em primeiro lugar se apresentar como um espaço de cultura, de diversidade, historicamente importante e crucial até para as relações entre a China e o Ocidente. Para não dizer, em muitos as-pectos, entre a própria Ásia e o resto do mundo. Existe aqui uma componente histórica fundamental. Se pensarmos em turismo internacional não pode-mos pensar apenas no segmento dos jogadores, nem podemos estar a criar um destino turístico tendo em vista o perfil do jogador tipo que vem a Ma-cau. Se fossemos por aí, também não

faríamos mais nada. Aliás não foi com esse objectivo que se liberalizou o jogo.

Ou seja?É bom lembrarmo-nos que a libe-ralização do jogo foi exactamente

feita no sentido de ultrapassar essas limitações. Como tal, a cultura tem um papel central e a própria diversidade cultural de Macau é um factor de grande valia e fundamental.

Portanto ainda acredita que a arte pode mudar alguma coisa?Bom, a arte... a arte é a arte. Não existe para mudar nada, é a expressão individual de cada um. A beleza da arte é, de facto, poder ser isso. Agora, enquanto elemento de uma sociedade (e o artista enquanto parte da socie-dade), obviamente que procura comunicar. Além de que a arte

fundamentalmente questiona os nossos espaços de conforto. É importante que haja arte para nos despertar para outras questões bastante mais importantes do que ter acesso aos bens materiais.

Presidente da Câmara, presidente do Leal Senado, presidente do Instituto de Estudos Europeus, presidente do Jazz Club... pre-sidente do... Não cansa de ser presidente ou quem corre por gosto não se cansa?Nunca cansa. Sou como o Pinto da Costa! (risos) Mas não tenho as mesmas qualidades. Nem os mesmos defeitos!

12 vida quarta-feira 16.5.2012www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

NA próxima se-mana, o Sands China vai or-ganizar o “Car-

naval do Venetian”. Na ocasião terá lugar o “Baile de Máscaras Mardi Gras”, dia 26 de Maio, onde serão angariados donativos para a Sociedade Ecológica de Macau (SEM), através das vendas de colares de contas Mardi Gras, entre outros ob-jectos, num leilão ao vivo. O montante alcançado servirá para montar o “Fundo Verde do Sands China”, gerido pela SEM, que será rever-tido em bolsas de estudo para estudantes locais que queiram frequentar cursos de promoção e protecção ambiental.

Ho Wai Tim, presidente da SEM, explica que se-rão financiados cursos em universidades e outras ins-tituições, não só de Macau como de outros países, num total de 30 alunos abran-gidos já no próximo ano. “Inicialmente poderemos financiar dez estudantes de licenciaturas, cinco de mes-

NO mundo dos insectos, hor-rores à “Ficheiros Secretos”

são uma realidade diária e, neste episódio, ninguém gostaria de fazer o papel da formiga. Uma operária da espécie camponotus rufipes pode muito bem acabar morta com um fungo a crescer a partir da cabeça. Parece horrível, mas uma equipa de investigadores descobriu agora que o próprio fungo que cresce na cabeça da formiga serve de alimento a outro fungo.

Esta dinâmica faz com que haja muito menos esporos do fungo que transforma as formiga em zombies e, por isso, elas são menos infec-tadas, o que permite às colónias sobreviverem durante vários anos, explica um artigo publicado recen-temente na revista Public Library of Science ONE.

Esta história não é uma versão de quem é o peixe maior. Para a sensibilidade humana, parece-se mais com um combate sórdido que no final tem um resultado equilibrado em termos ecológicos. Nas florestas tropicais do estado

Sociedade Ecológica de Macau vai gerir “Fundo Verde do Sands China” apoiando a formação ecológica

Bolsas pelo ambiente

Descoberto parasita do fungo que transforma formigas

As obreiras “zombies”brasileiro de Minas Gerais, próxi-mo da fronteira com os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, já relativamente perto da costa, um

desenvolvimento do fungo. Ao todo, 55,4% das formigas estavam híper-parasitadas e 12,7% apresen-tavam danos. Só 6,5% das formigas tinham o fungo (que as tornava em zombies) no estádio de desenvolvi-mento maduro que permitia libertar esporos.

A nível do comportamento das formigas, já se sabia que os indiví-duos de uma colónia tinham hábitos de limpeza para eliminar possíveis esporos de fungos. Além disso, só uma pequena percentagem de operárias é que está fora do ninho e fica susceptível a ser infectada. Mas este estudo mostra que o ris-co de infecção ainda é menor. “A nossa investigação mostra a acção castrante do fungo híper-parasítico, o que pode resultar numa limitação significativa do alastramento do fungo”, diz o investigador. “Ape-sar de existirem muitas formigas zombies infectadas na vizinhança, poucos esporos irão ficar maduros e infectar formigas sãs.” Por isso, o perigo para a colónia é muito inferior do que se poderia temer.

esporo do fungo entra na formiga. O parasita desenvolve-se e, ao longo de semanas, alimenta-se das partes não vitais do corpo da formiga.

A dada altura, liberta um quí-mico no cérebro da formiga, que a transforma em zombie. Ela dirige--se, sem vontade própria, até a uma folha e morre. Passada uma semana, de dentro da formiga começa a nascer uma estrutura que, ao longo de um mês, desenvolve-se numa espécie de cogumelo, pronto para libertar esporos do fungo várias e várias vezes.

AS SOBREVIVENTESSe cada esporo libertado infectasse uma nova formiga, então não ha-via colónia que resistisse, mas há colónias que se mantêm estáveis durante décadas. Uma equipa de

investigadores liderados por David Hughes, da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, foi estudar vários cemitérios destes naquela região do Brasil onde se acumulam formigas mortas pelo fungo ophiocordyceps camponoti rufipedis. Fez contagens e descobriu que a natureza também controla o parasita da formiga. “Num caso em que a biologia é mais estranha do que a ficção, o parasita do fungo que torna a formiga um zombie é ele próprio infectado por outro fun-go – um fungo híper-parasítico que se especializou em atacar o parasita que transforma as formigas em zombies”, resume David Hughes.

A equipa identificou 432 for-migas mortas pelo fungo em cinco locais diferentes. Caracterizou cada formiga em relação ao estádio de

No próximo ano lectivo, os cursos de protecção ambiental em Macau e em países estrangeiros serão financiados a alunos do secundário e do superior, entre outros interessados. O fundo de financiamento será angariado e estabelecido no “Carnaval do Venetian”, dia 26 de Maio

estamos a planear financiar professores para criar livros e outros materiais que po-dem promover a consciên-cia ambiental dos alunos, que é ainda uma falha em Macau”, adianta ainda Hoi Wai Tim. O montante será fixo anualmente, tendo os interessados de se candi-datar todos os anos.

A vice-presidente das Relações Públicas do Vene-tian, Melina Leong, espera que o montante angariado para o fundo - através do jantar e baile de máscaras, leilão e montante doado pelo Sands, reflexo da multiplicação do dinheiro angariado - seja superior ao conseguido no ano passado, mais de 500 mil patacas. O valor dos bilhetes de entrada é de 1200 patacas. Melina Leong, em nome do empre-endimento turístico, “muito orgulhosa de trabalhar com uma organização dedicada à protecção do ambiente local, pesquisa ecológica e educação ambiental. No último ano, primeiro do “Carnaval do Venetian” foi estabelecido um fundo atribuído à Associação de Mulheres de Macau.

trados e três doutorandos. Não serão apenas atribuídos estes diplomas mas também certificados a alunos de secundário e adultos inte-ressados.” Os detalhes sobre as candidaturas ainda não foram adiantados sabendo--se apenas que só se poderão candidatar alunos com mé-dias iguais ou superiores a 80%. O alvo inicial são alu-nos de cursos de poupança energética em Macau mas também haverá seminários e outros cursos a serem equacionados, segundo o interesse da população. “ Na segunda parte das bolsas,

13vidaquarta-feira 16.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Macau Sã Assado

OS CERNES DA QUESTÃO• Há diversos cernes que nos deixam a pensar. Para Fong Kei o cerne é mais frio, congelado até. Por isso, não tenha dúvidas que em Macau, os cernes são sempre congelados, talvez para fazer contraponto ao calor e humidade do território.Porque Macau Sã Assi mas também Sã Assado

Foto: Vanessa Amaro

Eliminar o hiato entre o que os países estão a fazer e o que dizem que estão a fazer para conter o aquecimento global é o ponto central de mais uma roda negocial das Nações Unidas, que começou nesta segunda-feira em Bona, Alemanha

SOBRE a mesa, voltam a estar o futuro do Protocolo de Quioto, um novo

processo para se chegar a um tratado que o substitua e o problema do financiamento aos países mais pobres.

Nas próximas duas se-manas, cerca de 5000 re-presentantes, de 181 países,

É raro mas vai ocorrer no próximo dia 21 nos

céus de Macau. O eclipse anular acontece quando a Lua se alinha com o Sol e a Terra. Contudo o seu visionamento só poderá acontecer se ocorrerem

Sabia que...

... o ar que respiramos pode conter mais de 900 químicos, partículas e materiais biológicos adversos à saúde?

ONU inicia nova ronda negocial sobre o clima

Quem faz e quem diz que faz?

Eclipse anular vai surgir nos céus de Macau a 21 de Maio

Raro de se ver

vão tentar dar mais um passo além das decisões da última conferência anual da ONU sobre alterações climáticas, em Durban, em Dezembro, preparando o caminho à nova reunião pre-vista para Doha, no Qatar, no final do ano.

Durban lançou uma nova fase nas negociações de um novo instrumento legal para travar as alterações climáti-cas, para aprovação em 2015 e entrada em vigor após 2020. “Não há dúvida de que o início de um novo processo é apaixonante, mas também é incrivelmente difícil”, afirmou a secretária-execu-tiva da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, Christiana Figueres, numa conferência de imprensa.

O objectivo é encontrar uma forma de limitar a dois

graus Celsius o aumento da temperatura média global até ao fim do século. Mas com os compromissos voluntários assumidos até

agora pelos países desen-volvidos, o termómetro irá subir 2,5 a 5,0 graus Celsius, segundo contas da ONU. “Temos todos os

liderados pelos países in-dustrializados, e um nível suficiente de ambição para suportar as acções dos paí-ses em desenvolvimento.”

FINANCIAMENTOSA extensão do Protocolo de Quioto – para mais cinco ou oito anos além de 2012 – também é outro ponto da agenda. Sobre a mesa, está ainda a operacionalização do Fundo Verde para o Clima, que vai substituir um regime de financiamento imediato em vigor até ao fim deste ano e prevê contribuições a subirem até 780 mil milhões de patacas em 2020.

“Avançar aqui é essen-cial, pois 2012 assinala o fim do financiamento rápido de 230 mil milhões de pata-cas e ninguém deseja uma interrupção nos apoios”, disse Figueres.

meios ao nosso dispor para eliminar este hiato. Mas isto depende de esforços maio-res de redução de emissões [de dióxido de carbono],

boas condições meteoroló-gicas no território.

O fenómeno ainda se torna mais interessante devido à órbita elíptica da Lua. Por causa disso nem sempre o Sol é totalmente coberto pela Lua, pelo que

um raio luminoso solar pode ser visto ao redor da Lua, em forma de anel.

O eclipse anular vai surgir no processo de nascer do sol. Ou seja, o sol nasce em eclip-se e todo o processo durará três minutos e 48 segundos.

Desta vez o sol nascerá de um ângulo relativamen-te baixo, portanto só se pode observar o referido fenómeno astronómico pela direcção nordeste (onde nasce o sol) e num cenário de horizonte limpo.

14 publicidade quarta-feira 16.5.2012www.hojemacau.com.mo

www. iacm.gov.mo

ANÚNCIOConcurso Público n° 003/DI/2011

Aquisição, pelo IACM, do “Sistema de Gestão de Pessoal”

Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em sessão de 9 de Setembro de 2011, se acha aberto concurso público para a Aquisição, pelo IACM, do “Sistema de Gestão de Pessoal”.

O Programa de Concurso e o Caderno de Encargos podem ser obtidos, dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro n.º 163, r/c, Macau. O preço de cada Programa de Concurso e o Caderno de Encargos é MOP80.00 (oitenta patacas) (nos termos do n° 3 do artigo 10° do Decreto-Lei n° 63/85/M).

O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 29 de Junho de 2012. Os concorrentes ou seus representantes legais devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM e prestar uma caução provisória no valor de MOP750.000,00 (setecentas e cinquenta mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita no rés-do-chão do mesmo edifício, por depósito em dinheiro, cheque ou garantia bancária, em nome do “Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”, ou ainda por seguro-caução a favor do mesmo Instituto.

O acto público do concurso realizar-se-á no Centro de Formação do IACM, sito na Avenida da Praia Grande n.os 762 – 804, Edf. China Plaza, 6º andar, pelas 10:00 horas do dia 02 de Julho de 2012.

O IACM realizará uma sessão de esclarecimento que terá lugar às 10:00 horas do dia 29 de Maio de 2012 no mesmo local.

Macau, aos 07 de Maio de 2012 O Vice-Presidente do Conselho de Administração

LEI, WAI NONG

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMOANÚNCIO

A Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), através da Direcção dos Serviços de Turismo, faz público que, de acordo com o Despacho de 24 de Abril de 2012, do Exmo. Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, se encontra aberto concurso público para adjudicação do “Serviço de Concepção e Confecção de Uniformes Femininos de Inverno.”1. Entidade que põe a Aquisição do Serviço a concurso: Direcção dos Serviços de Turismo.2. Serviço a adquirir: Concepção e Confecção de Uniformes Femininos de Inverno.3. Prazo de entrega: Obedecer às datas limite constantes no Caderno de Encargos.4. Caução provisória: MOP15.180,00 (quinze mil cento e oitenta patacas), podendo ser prestada por depósito

bancário à ordem da Direcção dos Serviços de Turismo no Banco Nacional Ultramarino ou por depósito em numerário ou cheque a entregar na Divisão Financeira da Direcção dos Serviços de Turismo ou por garantia bancária à Ordem da Direcção dos Serviços de Turismo, onde deve ser especificado o fim a que se destina.

6. 4% do preço total de adjudicação.7. Preço Base: Não há.8. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Entregar no balcão de atendimento da Direcção dos Serviços

de Turismo, sito na sede da Direcção dos Serviços de Turismo, em Macau, no 12º andar do Edifício “Hot Line”, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, até às 17:45 do dia 2 de Julho de 2012.

9. Local, dia e hora do acto público do concurso: Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sito no 14.º andar da sede, no dia 3 de Julho de 2012, pelas 10:00.10. Os concorrentes poderão estar presentes no acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 27.º do

Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de Julho, e para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados a concurso, podendo fazer-se representar por representante com procuração notarial que lhe confira poderes para intervir no acto público do concurso.

11. Critérios de apreciação das propostas e respectivos factores de ponderação: de acordo com o ponto nº 10 do Programa do Concurso “Critérios de adjudicação” com os factores de ponderação: - Design (35%), - Qualidade de material (20%) - Preço (20%) - Prazo de entrega (10%) - Experiência Profissional (15%)12. Local, dia e horário para a obtenção da cópia e exame do processo do concurso: Balcão de atendimento da

Direcção dos Serviços de Turismo, sito na sede, a partir da presente data de publicação do anúncio, em dias úteis, dentro do horário normal de expediente ou, ainda, na página electrónica da DST (http://industry.macautourism.gov.mo).

A Direcção dos Serviços de Turismo, aos 9 de Maio de 2012

O Director dos Serviços, João Manuel Costa Antunes

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMOANÚNCIO

A Região Administrativa Especial de Macau, através da Direcção dos Serviços de Turismo, faz público que, de acordo com o Despacho de 11 de Abril de 2012 do Exmo. Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, se encontra aberto concurso público para adjudicação do “Serviço de aluguer de barcaças e barcos de apoio destinados ao 24.º Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau”.1. Entidade que põe a prestação de serviços a concurso: Direcção dos Serviços de Turismo.2. Modalidade do concurso: Concurso público.3. Objecto dos serviços: aluguer de barcaças e barcos de apoio destinados ao 24.º Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau.4. Prazo de execução: Obedecer às datas constantes no Caderno de Encargos.5. Prazo de validade das propostas: O prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso.6. Caução provisória: MOP20.000,00 (vinte mil patacas), a prestar mediante garantia bancária ou depósito em numerário,

em ordem de caixa ou cheque visado efectuado directamente na Divisão Financeira da Direcção dos Serviços de Turismo, ou no Banco Nacional Ultramarino de Macau através de depósito à ordem do Fundo de Turismo, na conta número [8003911119] devendo ser especificado o fim a que se destina.

7. Caução definitiva: 4% do preço total de adjudicação.8. Preço base: Não há.9. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, n.ºs 335-341, Edifício “Hotline”, 12.º andar pelas 17:00 horas do dia 05 de Junho de 2012.10. Local, dia e hora do acto público do concurso: Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na

Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, n.ºs 335-341, Edifício “Hotline”, 14.º andar pelas 10:30 horas do dia 06 de Junho de 2012.

Os concorrentes ou os seus representantes deverão estar presentes no acto público de abertura das propostas para os efeitos previstos no artigo 27.° do Decreto-Lei n.° 63/85/M, de 6 de Julho, e para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados a concurso.Os representantes legais dos concorrentes poderão fazer-se representar por procurador devendo, neste caso, o procurador apresentar procuração notarial conferindo-lhe poderes para o acto público do concurso.11. Critérios de apreciação das propostas: Preço 30% Qualidade e valia técnica da proposta 20% Experiência e competência técnica do concorrente 20% Maior garantia de segurança e eficiência na prestação do serviço 20% Maior flexibilidade dos prazos 10%12. Local, dias, horário para a obtenção da cópia e exame do processo do concurso:

Local: Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, n.ºs 335-341, Edifício “Hotline”, 12.º andar.Dias e horário: Dias úteis, desde a data da publicação do respectivo anúncio até ao dia e hora do Acto Público do Concurso e durante o horário normal de expediente.

Direcção dos Serviços de Turismo, aos 8 de Maio de 2012.

A Directora dos Serviços, Substª, Maria Helena de Senna Fernandes

quarta-feira 16.5.2012 www.hojemacau.com.mo 15cultura

Seis anos depois, chegou finalmente à AL a proposta de lei de Salvaguarda do Património. O Hoje Macau esmiuçou-a, com a ajuda de especialistas, que lhe encontraram vários problemas. Um dos quais o enorme poder decisório que confere ao Chefe do Executivo. Outro é que as vilas da Taipa e de Coloane ficam de fora da área protegida. E não ficamos por aqui...

Rita Marques [email protected]

NÃO são palavras de Lau Cheok Va, presidente da Assembleia Legislati-va da RAEM, mas da

coordenadora-geral do seu gabinete ao Hoje Macau: a subida ao plenário da proposta de lei de Salvaguarda do Património “já está a ser organizada pelo presidente” e mesmo que tal não aconteça este mês “não ficará para o próximo ano certamente”.

O documento, admitido na Assembleia Legislativa em Abril passado, depois de ter passado pelo Conselho Executivo, ainda deixa muitas portas em aberto e poucos compromissos, sobretudo sobre a delimitação da zona de protecção, anteriormente denominada “zona tampão”. Pelo menos, assim pen-sam os representantes da classe de profissionais de arquitectura com quem o Hoje Macau falou.

Para já, a proposta antevê multas mais pesadas para os proprietários detentores destes edifícios, preconiza demolições com o aval do Chefe do Executivo e Instituto Cultural (IC) - que, por sua vez, têm a prorrogativa de elaborar um Plano de Gestão res-ponsável pelo “Centro Histórico de Macau”, alargar ou diminuir as zonas de protecção e aprovar a demolição dos edifícios – e define a criação de um Conselho de Património Cultural cuja composição só ficará definida após regulamento administrativo. Tópicos de sobra para levantarem dúvidas de especialistas sobre as aspirações da nova lei.

O arquitecto Francisco Vizeu

Assembleia garante que Lei de Salvaguarda do Património chega este ano ao plenário

Uma lei de vários gumesPinheiro garante que a propriedade de protecção ou “tampão” é maior, face à legislação actualmente em vigor, que data de 1984 e à qual se junta um anexo de 1992. Os monumentos, conjuntos e sítios classificados já se reuniam numa lista mas foram também actualizados. Algo que, na proposta actual, não é escrutinado.

Para o arquitecto, no entanto, a nova lei abrange um maior número de propriedades e edifícios, em-bora os monumentos incluídos na delimitação do centro histórico se mantenham inalterados. Apesar de considerar que “muito só será defi-nido depois”, aponta uma lacuna no que concerne às directrizes sobre os limites ao tipo de construção, estan-do apenas incluído no documento que se irá garantir “a preservação da topografia e morfologia”. “Devia ser considerada a altura, tipologia, telhado, tipo de janelas, pinturas, de forma a manter-se sem alteração arquitectónica. A definição deve ser feita caso a caso, como noutras cidades”, revela. A este nível, são somente consideradas “as cotas altimétricas para as obras nas áreas periféricas das zonas de protecção estabelecidas por despacho do Che-fe do Executivo”, como se pode ler na proposta de lei.

TAIPA E COLOANE DE FORAFace à criação de um Conselho de Património Cultural (CPC), que por agora mantém aberta a sua compo-sição, o arquitecto considera que deve ser garantida a imparcialidade e justiça. “À semelhança de Singapura, devia ser criada uma Autoridade de Redesenvolvimento Urbano onde são ponderadas diferentes visões de uma cidade, evitando conflitos de in-teresse, multiplicação de burocracias e competências.”

Já Maria José Freitas, também arquitecta, acredita que este mapa – anexado na nova proposta de Salva-guarda de Património – deve ter zonas definidas com critérios explícitos e públicos. “Há muitos conjuntos patrimoniais que são importantes e também devem ser incluídos. Não é sequer considerada a vila da Taipa e Coloane. E, claro, devem ser acaute-lados no plano de gestão”, que prevê a protecção e valorização do “Centro Histórico de Macau”, estando a sua elaboração a cargo do IC e outros serviços públicos como a DSSOPT e o IACM, sob orientações da UNES-CO, que integrou esta área na lista do património mundial em 2005 e espera que lhe seja entregue uma nova lista do património de Macau até dia 1 de Fevereiro de 2013.

O mesmo plano, como pode ser consultado no documento, considera, entre outras questões, os “critérios de

obras de restauro”, “a execução das obras”, “a finalidade das constru-ções”, “a planificação de terrenos”, “o controlo da paisagem urbana”, podendo estar sujeito a consulta pública, antes de ser aprovada por regulamento administrativo depois de ouvido o CPC.

“CONSELHO DE CIDADÃOS”“O plano director [previsto da nova lei de planeamento urbanístico] deve estar em articulação com a lei da salvaguarda do património, e com este plano de gestão. Todos os novos regulamentos que estão actualmente a ser discutidos, devem estar perfeitamente integrados e sin-cronizados. Mas não percebemos quando será elaborado um e outro”, apresenta a arquitecta, envolvida no recente plano de gestão cultural e paisagística de Sintra, também património da UNESCO.

Acima de tudo, refere, tem de haver uma maior consideração pe-dagógica, sobre a gestão dos meios disponíveis e educar as pessoas sobre o bem que herdaram e transmitir às gerações vindouras, como preconiza o organismo internacional, “algo que é relegado para o fim do documento”.

Algo que o arquitecto José Ma-neiras considera essencial, embora note que já têm sido feitos alguns avanços na consciencialização da valorização do património por parte das gerações mais jovens. É a comunidade que, para a classe de arquitectos, deve ter também uma forte palavra na matéria. “O IC deve dialogar com muitos interventores - moradores, comerciantes, especia-listas, académicos - e não deixar que seja algo departamental do Governo, do que lhes interessa e é mais cómodo gerir”, sustenta o arquitecto.

Maria José Freitas chama-lhe “Conselho dos Cidadãos ou Cien-tífico”, competências além das consultas públicas que se antevêem na proposta, também sobre propostas de classificação de património. O também arquitecto Nuno Soares diz que a intenção é boa, embora ressalve a importância do poder de decisão do Governo, alertando para um risco: “utilizar a consulta pública como uma legitimação das posições que são do Governo. A consulta pública tem de ser genuína e uma ferramenta normal que todos os governos do mundo utilizam”, afirma.

Nuno Soares não tem dúvidas que se está a restringir muito quem pode sugerir e quem pode tomar esta iniciativa. “Os conjuntos de cidadãos deviam poder ter a inicia-tiva de propor bens móveis e bens imóveis”, considera relativamente ao “património que é de todos” e por isso, deva a população “ser con-

vidada” a expressar a sua opinião, através daquilo que poderiam ser “concursos de ideias”.

CUIDADO COM AS MULTASAs multas de peso são, por sua vez, uma faca de dois gumes. “São ob-viamente necessárias mas não deve ser somente isto levado em conta”, analisa o arquitecto Maneiras. Por outro lado, Maria José Freitas acredi-ta que o documento é extremamente punitivo. “Há uma proporção de multas muito grande face ao número de artigos”. Nuno Soares, por sua vez, diz que é preciso ter atenção a esta questão das multas enquanto a lei não é aprovada. “Os proprietários dos imóveis que têm potencial para serem classificados podem, neste período de transição [...], proceder à demolição dos edifícios”, alerta, lembrando as “demolições de vá-rios edifícios” pouco antes da zona histórica de Macau ser considerada como património mundial.

Está determinado que a pessoa colectiva que proceda à demolição de um imóvel classificado pode ter uma multa de 15 milhões de patacas e a pessoa particular, de cinco milhões de patacas.

PODER EXCESSIVO EM APENAS DUAS MÃOSO Chefe do Executivo tem, em diferentes dispostos, a palavra final, que muitos acreditam poder ser uma escapatória à execução da lei, na pro-tecção de imóveis classificados ou nas zonas de protecção. Por exemplo, as demolições podem ser feitas com o aval do Chefe do Executivo e com o IC e, por outro lado, as zonas de pro-

tecção fixadas também podem sofrer um alargamento ou diminuição por despacho do responsável máximo da RAEM. Face às demolições, Vizeu Pinheiro diz que “é perigoso porque em Macau os terrenos são limitados. Há grande pressão das imobiliárias e estes edifícios são uma vítima fácil da eutanásia de edifícios antigos”, observando que não faz sentido classificar algo como de “interesse arquitectónico” se depois pode ser demolido.

O Instituto Cultural justifica o disposto com a necessidade de “adaptar o seu uso às necessidades de protecção da área circundante dos imóveis protegidos”. Já no que toca a demolição dos imóveis classificados, o instituto afirma que os artigos se destinam aos “casos de imóveis protegidos que os proprietários pre-tendem demolir”, sendo que “para o fazer”, “precisam de autorização do Chefe do Executivo, fundamentada em parecer do Instituto Cultural”.

Gonçalo Alvim compreende este principio de autoridade máxima sobre diversas matérias ao “desen-volvimento acelerado do território” embora considere que fica muita coisa nas mãos de uma só pessoa. O documento é, por consenso destes profissionais, ainda muito superficial, deixando muitas arestas por limar. Das quais, as competências atribuí-das ao IC – inventário dos bens mó-veis, imóveis, do património cultural intangível, arqueológico e uma lista de árvores antigas. Recorde-se que a proposta de “Lei de Salvaguarda do Património Cultural” entrou em consultas em 2006, e demorou cerca de quatro anos a ser elaborada.

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CONVOCADOS

16 desporto quarta-feira 16.5.2012www.hojemacau.com.mo

Eduardo confirmaque está de saídaEmprestado pelo Génova ao Benfica durante a última época, o guarda-redes Eduardo confirmou que não deverá continuar no clube da Luz na próxima época. “O contrato com o Benfica acabou e não deve prolongar-se”, disse o guarda-redes, em declarações prestadas à TSF. Pelo Benfica, Eduardo, um dos 23 convocados por Paulo Bento para representar Portugal no Euro-2012, fez apenas um jogo no Campeonato, cinco na Taça da Liga e três na Taça de Portugal. Agora, tudo passará pelo Génova: “Falarei com o Génova para saber como será o meu futuro, se será lá ou noutro lugar. O mais importante é continuar a trabalhar e a acreditar no meu trabalho.”

Santos quer garantir continuidadede Alan KardecO presidente do Santos revelou que está a trabalhar com o Benfica para tentar garantir a permanência do avançado Alan Kardec. “Acho que as hipóteses são boas. Já começamos a conversar com o Benfica e estamos pedindo primeiro o prolongamento do empréstimo por mais quatro dias. Mas vamos tentar trazê-lo em definitivo”, afirmou o presidente do Santos, em declarações à Lancenet. O avançado Alan Kardec apontou nove golos pelo Santos.

Tevez desculpa-se publicamenteO avançado argentino Carlitos Tevez veio a público apresentar desculpas a Alex Ferguson, garantindo que se deixou levar pelo entusiasmo quando empunhou um cartaz com as palavras «R.I.P. Fergie» [n.d.r. descansa em paz, Fergie]. “Deixei-me levar pelo entusiasmo do momento e não queria faltar ao respeito a Sir Alex Ferguson, que eu admiro como homem e treinador”, afirmou o jogador, que está no Manchester City proveniente do... United, numa mudança polémica, no Verão de 2009.

Paulo Bento divulga listapara o Euro-2012São três, as novidades na lista de 23 convocados de Portugal para o Euro-2012. Nélson Oliveira, do Benfica, Miguel Lopes e Custódio, que militaram na última época ao serviço do SC Braga, fazem parte das escolhas de Paulo Bento. Custódio e Miguel Lopes não registam qualquer jogo pela camisola das quinas, assumindo-se como as principais novidades, enquanto Nélson Oliveira regista apenas uma presença, no último jogo da Selecção, diante da Polónia. Os jogadores agora anunciados por Paulo Bento vão reunir-se hoje, no Estádio da Luz, em Lisboa, para pré-estágio de dois dias, voltando a juntar-se a 21 de Maio para dar início ao estágio de preparação final, que decorrerá em Óbidos até 1 de Junho. Haverá dois jogos particulares antes do início do Campeonato da Europa, diante da Macedónia, a 26 de Maio, em Leiria, e a 2 de Junho, frente à Turquia, no Estádio da Luz. A partida para a Polónia, mais precisamente para Opalenica, está marcada para 4 de Junho. No Euro-2012, Portugal terá como adversários na fase de grupos Alemanha (9 de Junho, 19h45), Dinamarca (13 de Junho, 17h) e Holanda (17 de Junho, 19h45).

Gonçalo Lobo [email protected]

COM as escorregadelas do Ka I, a luta pelo título na Liga de Elite em futebol

ficou ao rubro. A próxima jornada, a 16.ª, traz jogo grande entre os dois emblemas mais carismáticos do território: o Monte Carlo e o Lam Pak.

O treinador do Monte Carlo, Paulo Bento, antevê dificuldades perante um adversário que considera “extremamente ofensivo”. “Espero um Lam Pak na procura constante dos três pontos”, atira o técnico português.

“O Monte Carlo, como sempre, encara o jogo com grande responsabilidade, res-peito pelo adversário, pois é uma equipa bem organizada, bem estruturada e bem liderada. No entanto, o Monte Carlo acre-dita ser possível chegar à vitória. Tem uma equipa extremamente motivada, que já deu provas de ser uma candidata ao título”, disse Paulo Bento.

E como já se sabe que a arbitragem é um dos elos mais fracos do futebol de Macau, Paulo Bento espera “isenção de erros”. “Gostaria que o jogo seja apitado por uma equipa de arbitragem bastante equilibrada emocionalmente e não sujeita a qualquer tipo de pressão, pois no último jogo contra a Polícia fomos penalizados com o castigo do Baba, que não foi parte interveniente do lance”.

Quando ainda faltam três jornadas para o final do campeonato, o Monte Carlo – que tem menos um jogo, contra o FC Porto - está

Marco [email protected]

A edição de 2012 do Torneio da Soberania em Futebol pode vir a trazer ao território

alguns dos nomes mais sonantes do desporto-rei português da dé-cada de 80 e do início da década de 90. A Associação de Veteranos do Futebol de Macau ambiciona ver o futebol luso representado na competição pelos antigos craques de um dos três grandes e iniciou já os contactos necessários para tentar trazer a Macau as velhas glórias do FC Porto, do Sporting Clube de Portugal ou do Sporting Lisboa e Benfica. “A Associação de Veteranos do Futebol de Macau fez já uma primeira abordagem no sentido de tentar trazer à RAEM uma das três formações. Estou a trabalhar com algumas pessoas, quer em Macau, quer em Portugal,

para tentar concretizar este projec-to”, revelou Francisco Manhão ao Hoje Macau.

O presidente do organismo responsável pela organização do principal certame de veteranos do desporto-rei do território é, no en-tanto, o primeiro a reconhecer que a eventual participação de um dos três grandes no Torneio da Soberania está, em última análise, dependente das condições impostas pelos clubes. Em 2009, Francisco Manhão tentou assegurar a vinda da equipa de ve-teranos do Futebol Clube do Porto ao território, mas o projecto acabou por cair por terra depois dos dragões terem imposto condições considera-das impraticáveis pelos responsáveis pela Associação dos Veteranos do Futebol de Macau. Se tais condições se mantiverem, Manhão reconhece, o futebol português poderá não estar representado na edição de 2012 do Torneio da Soberania: “Não temos recursos ilimitados ao nosso dispôr

e não temos também nem a estrutura, nem o apoio que têm outras orga-nizações. Vamos tentar perceber se alguma das equipas está disponível para fazer algumas concessões, mas se tal não for possível avançaremos com outras alternativas”, sustenta o dirigente.

A ESTREIA DE FUJIANBem encaminhada está já a even-tual estreia de uma formação da província de Fujian na competição. O futebol da República Popular da China deve estar representado no Torneio da Soberania por um onze oriundo ou de Xiamen ou de Fuzhou depois de anos a fio em que o desporto-rei do Continente esteve representado por equipas oriundas de Pequim, de Cantão ou de Xangai.

Outra novidade prende-se com a data de organização do certame. Depois das três últimas edições do evento terem sido disputadas no derradeiro fim-de-semana do

mês de Novembro, o Torneio da Soberania deve, este ano, voltar a ser organizado em meados de De-zembro, nas vésperas de mais um aniversário do regresso de Macau à soberania chinesa. A prova deve realizar-se no fim-de-semana de 14, 15 e 15 de Dezembro e para além do onze de Fujian, deve contar ainda com a presença de uma equipa em representação do futebol japonês.

Antes de competir na edição de 2012 do Torneio da Soberania, a Se-lecção de Veteranos de Macau deve rumar a Taiwan e a Hong Kong para disputar com as selecções de ambas as regiões os respectivos Interports. Uma outra formação de veteranos do território, o Dinasty FC, partici-pou no último fim-de-semana num torneio de futebol de nove disputado na Tailândia. A prova acabou por ser ganha pelos malaios do Kilat FC, que derrotaram o Wednesday FC na final da prova pelo parcial de três bolas a duas.

Porto, Benfica e Sporting na mira de Francisco Manhão

Veteranos tentam Portugal

• GUARDA-REDES: Rui Patrício (Sporting), Eduardo (Benfica) e Beto (Cluj);

• DEFESAS: João Pereira (Sporting), Miguel Lopes (SC Braga), Pepe (Real Madrid), Bruno Alves (Zenit), Rolando (FC Porto), Ricardo Costa (Valência) e Fábio Coentrão (Real Madrid);

• MÉDIOS: João Moutinho (FC Porto), Raúl Meireles (Chelsea), Carlos Martins (Granada), Miguel Veloso (Génova), Rúben Micael (Saragoça) e Custódio (SC Braga);

• AVANÇADOS: Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Nani (Manchester United), Ricardo Quaresma (Besiktas), Silvestre Varela (FC Porto), Hugo Almeida (Besiktas), Hélder Postiga (Saragoça) e Nélson Oliveira (Benfica).

Monte Carlo – Lam Pak reservado para a 16.ª jornada

Liga de Elite está ao rubro

a três pontos do líder e actual detentor do título, o Ka I.

LAM PAK VAI BUSCAR A VITÓRIAO defesa-central brasileiro Márcio Luiz, tam-bém abordou o jogo, considerando-o que o Lam Pak tem uma equipa muito “qualificada”. “É um jogo difícil porque o Lam Pak é uma equipa tradicional do futebol de Macau, tal como o Monte Carlo. Têm uma boa equipa e, com certeza, procurarão um resultado positivo.”

Quando ainda faltam três jornadas para o final do campeonato, o Monte Carlo – que tem menos um jogo, contra o FC Porto - está a três pontos do líder e actual detentor do título, o Ka I.

17futilidadesquarta-feira 16.5.2012 www.hojemacau.com.mo

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

SALA 1DARK SHADOWS [C]Um filme de: Tim BurtonCom: Johnny Depp, Michelle Pfeiffer14.30, 16.30, 19.30, 21.30

[Tele]visão

Aqui há gato

Sudoku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS:1-Nome de homem. Importuna, maçadora. 2-Benéfica. A casa de habitação. Ninho. 3-Trabalha, funciona. Abaladas. 4-Passada através de filtro. Nome de mulher. 5-Dia da semana (pl.). 6-A pessoa com quem se fala. Parte do vestuário que cinge o pescoço (pl.). Ermo, solitário. 7-Doença. 8-Desisti em favor de outrem. Ciência da moral. 9-Nome de homem. Missa anual para sufrágio (Ant.). 10-Nome de mulher. Acusado. Doei. 11-Hora de descanso. Tece, entrelaça.

VERTICAIS:1-Fruto do abacateiro. Procedimento rápido (Interj.). 2-O último numa série de nove. Concorda, dá de si. 3-Atribuidas. Mulheres atrevidas, brejeiras (Gír.). 4-Golpe de adaga. 5-O (Ant.). Extingui, revoguei. Regimento de Artilharia (abrev.). 6-Gemido. Vamos!. Igreja patriarcal. 7-Cromo (s.q.). Anos. Nome antigo da actual nota musical dó. 8-Açúcar produzido pelas fibras musculares. 9-Caminhes. Também, apesar. 10-Titias. Abatem-se. 11-Preposição e artigo (pl.). Nome de mulher.

HORIZONTAIS:1-ANDRE. CHATA. 2-BOA. LAR. NIO. 3-ANDA. I. IDAS. 4-COADA. INES. 5-A. SABADOS. R. 6-TU. GOLAS. SO. 7.E. MALADIA. S. 8-CEDI. ETICA. 9-ZECA. S. ANAL. 10-ADA. REU. DEI. 11-SESTA. TRAMA.VERTICAIS:1-ABACATE. ZAS. 2-NONO. U. CEDE. 3-DADAS. MECAS. 4-R. ADAGADA. T. 5-EL. ABOLI. RA. 6-AI. ALA. SE. 7-CR. IDADE. UT. 8-H. INOSITA. R. 9-ANDES. AINDA. 10-TIAS. S. CAEM. 11-AOS. ROSALIA.

UNS TABEFESNA CTMEstá decidido. Vou mudar de rede móvel. Isto de andar agarrado à CTM não está com nada, porque a CTM deixa-me é a mim agarrado. Ontem, novo apagão durante mais de duas horas. Ora bolas (de pêlo). Isto não só é incomodativo como só prova a falta de capacidade da empresa em ser única e exclusiva. Se bem que desta vez eu só fiquei impedido de falar ao telemóvel – felizmente não me interrompeu as idas ao ‘catbook’, porque a internet não caiu -, uma nova avaria, mesmo que noutro sítio qualquer da rede, dá que pensar. Então, afinal ainda nem foi curada a ressaca do primeiro apagão e já se deu um segundo. E é verdade meus amigos, não há duas sem três. E se a primeira foi um erro humano, a segunda já foi da rede. Isto de a CTM ser monopolista em alguns tipos de telecomunicações tem de acabar. É que um gato como eu, que gosta de preguiçar, não quer andar a pagar contas de loja em loja. Portanto, prefiro ter tudo da mesma marca, digamos assim, do que andar a gatinhar entre redes. Eu explico: sendo prático como sou, prefiro ter internet da CTM e rede móvel da CTM.É mais fácil, caramba, não acham? Então, pronto. Despachem lá isso de deixar que a CTM monopolize a internet. Já se mais que provou que a rede não é boa, nem que não haja apagões. E já se provou ainda mais que a empresa não tem capacidade para dar conta de mais de meio milhão de pessoas a comunicar. Mesmo que a Direcção dos Serviços de Rede de Telecomunicações já tenha vindo a público dizer que mandou a CTM fazer um novo relatório e que a própria empresa tenha vindo pedir desculpas, de que adianta isso? Vamos andar aqui em efeito bola de neve? Até um dia ela bater num rede qualquer da CTM e isto tudo explodir com o impacto. Uma boa desculpa não indemniza um prejuízo, já me dizem eles aqui na redacção quando estrago os quadros de cortiça e fico com cara de arrependido. Levo na mesma. Acho que a CTM deveria levar uns tabefes também. Daqui a nada estamos todos às escuras outra vez.

Pu Yi

TDM13:01 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:45 RTPi DIRECTO19:00 TDM Entrevista (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 Montra do Lilau21:30 Brothers and Sisters (Irmãos e Irmãs)22:15 Passione23:00 TDM News23:30 António um Rapaz de Lisboa01:30 Telejornal (Repetição)02:00 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira 14:30 Com Ciência15:00 A Conversa dos Outros – Alfama15:30 Príncipes do Nada 16:00 Bom Dia Portugal 17:30 O Elo Mais Fraco 18:00 Vingança18:30 Trio D’Ataque20:00 Jornal Da Tarde21:15 Portugal Hoje

ESPN 3012:30 European Mixed Team Championship14:30 Inside WTCC15:00 1 True Religion - Munich 15:30 MLB Regular Season 2012 New York Yankees vs. Baltimore Orioles18:30 (Delay) Baseball Tonight International 2012 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 2012 20:00 Chang World of Football 20:30 The Contenders Greece vs. 21:00 Samsung Beach Soccer Intercontinental Cup 2011 22:00 Sportscenter Asia 2012 22:30 Chang World of Football 23:00 AFC Champions League 2012 Ulsan Hyundai vs. FC Tokyo

STAR SPORTS 31 13:00 Maxxis FIM Enduro World Championship 2012 13:30 Golf Focus 2012 14:00 HSBC FEI Classics 201215:00 Auto GP World Series 17:00 Max Power 2012/13 17:55 The S-League Show18:25 (LIVE) AFC Champions League 2012 Ulsan Hyundai vs. FC Tokyo20:30 Inside WTCC 21:00 Engine Block 2012 21:30 (LIVE) Score Tonight 2012 22:00 Mobil 1 The Grid 2012 22:30 Smash 2012 23:00 MotoGP World Championship 2012 - Highlights Portugal Grand Prix

FOX MOVIES 4012:45 Return To Me14:45 The Fighter16:40 It’S A Wonderful Afterlife18:25 Tangled20:10 Once Upon A Time21:00 Never Let Me Go22:45 Mars Needs Moms00:20 Charlie’S Angels

HBO 4112:00 Luck14:05 Cocktail15:50 Ladybugs17:30 Eat Pray Love20:00 Thorne: Sleepyhead22:00 Unknown 23:50 Dawn Of The Dead

CINEMAX 4212:50 Cross14:40 El Mariachi16:00 Land Raiders17:40 Black Sheep19:10 The Goods20:30 Assassination22:00 Carriers23:25 The Keep

SALA 2THE AVENGERS [3D] [B]Um filme de: Joss WhedonCom: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo14.15, 16.45, 19.15, 21.45

SALA 3LOCKOUT [D]Um filme de: James Mather, Stephen St. LegerCom: Guy Pearce, Maggie Grace14.30, 16.30, 19.30

DARK FLIGHT [3D] [C](Falado em thai e inglês, legendado em chinês)Um filme de: Isara NadeeCom: Macha Wattanapanich, Peter Knight21.30

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HISTÓRIA DE GOA • Pedro AvelarSe Lisboa era a capital do Império no Ocidente, Goa seria a capital do Império no Oriente. A história de Goa funde-se indubitavelmente com a do próprio império português. De 1510 a 1961, esta cidade era o principal entreposto comercial mas era também um importante bastião da cultura ocidental na Ásia. Se é verdade que Goa sentiu as mudanças politicas que modelaram a Europa durante a época moderna, também não é menos verdade que influenciou ambientes e promoveu estilos e mudanças comportamentais. A História de Goa é um livro essencial para qualquer estudioso ou interessado da história indiana.

DANÇAR A VIDA • Jorge SalavisaJorge Salavisa é a maior figura da dança contemporânea em Portugal. Homem de perfil reservado, tímido até, soube sempre fazer a sua brilhante carreira longe dos holofotes da fama fácil. Todavia, faltava uma obra biográfica que trouxesse luz sobre esta personagem impar da cultura portuguesa. Dançar a Vida é o livro imprevisto que transporta o leitor ao topo do mundo da dança, que o leva ao palco e o faz girar sobre si mesmo. Repleto de histórias assombrosas, das mais surpreendentes às mais trágicas, este livro espelha como poucos o quão humano e sensível pode ser um génio da arte e da dança.

DARK SHADOWS

18 opinião quarta-feira 16.5.2012www.hojemacau.com.mo

Ian Buruma*In Público

IVEM-SE tempos interessantes na China. Um membro desta-cado do Partido Comunista, Bo Xilai, foi deposto – acusado de ofensas que incluem escutas a outros caciques do partido, in-

cluindo o Presidente Hu Jintao – enquanto a sua esposa é investigada pela seu alegada in-tervenção no possível assassínio dum homem de negócios Britânico. Entretanto, um invisual activista dos direitos humanos evade-se de prisão domiciliária ilegal, consegue refúgio na embaixada dos Estados Unidos em Pequim, e deixa o apenas após alegações de que as autoridades chinesas da sua localidade natal teriam ameaçado a sua família.

Apesar de uma exaustiva cobertura jor-nalística destes acontecimentos, é notável o pouco que na verdade sabemos. O corpo do homem de negócios britânico foi alegada-mente cremado antes de qualquer autópsia ser realizada. Nenhuma das histórias sinistras sobre a esposa de Bo foi provada. E as ra-zões para a desgraça política do seu marido permanecem, no mínimo, turvas.

As coisas tendem sempre a ficar interessan-tes na China antes de um Congresso Nacional do Povo, onde os próximos líderes do Partido são ungidos. A mudança de liderança na maior parte das democracias é um processo relativamente transparente; segue-se a eleições nacionais. É verdade que mesmo as democracias abertas

Sombras chinesastêm o seu quinhão de manobras opacas e de transacções no que antes se chamavam de salas cheias de fumo. Isto é particularmente verdade nos países da Ásia do Leste, como o Japão.

Mas, na China, tudo acontece fora da vis-ta. Como os líderes não podem ser depostos através de eleições, devem ser encontrados outros meios para resolver conflitos polí-ticos. Por vezes, isso origina espectáculos deliberadamente públicos.

A desgraça de Bo, antigo líder do Partido de Chongqing, certamente cai nesta categoria. Populista carismático e bem parecido, nascido no seio da elite do Partido, Bo era conhecido como um funcionário duro, cujos métodos de luta contra o crime organizado – e contra outros que se atravessaram no seu caminho – operavam muitas vezes fora da lei. O antigo chefe de polícia de Bo, d onhou o Partido ao voar para o consulado dos EUA em Chengdu em Fevereiro, depois de ter sido arrastado na queda do seu patrão. Apesar da nostalgia de Bo pela retórica maoísta, ele é visivelmente abastado. O dispendioso estilo de vida do seu filho enquanto estudante em Oxford e Harvard foi descrito na imprensa em profuso detalhe.

Por outras palavras, Bo apresentava todas os características de um patrão do crime: cor-rupto, impiedoso para com os seus inimigos, desdenhoso da lei, e no entanto apresentando-se como um moralista. Mas o mesmo poderia ser dito da maior parte dos chefes do Partido na China. Todos têm mais dinheiro do que o pode ser explicado pelo seu salário oficial. Muitos têm filhos a estudar em caras universidades

britânicas ou americanas. Todos se comportam como se estivessem acima das leis que limitam os cidadãos normais.

O que era incomum acerca de Bo era a sua ambição abertamente demonstrada. Supõe-se que os caciques partidários chineses, como os políticos japoneses – ou, mesmo, os dons da Máfia – sejam discretos no seu apetite pelo poder. Bo portava-se mais como um político americano. Ele gostava de mostrar a sua au-toridade em público. Isso foi suficiente para aborrecer outros chefes do partido.

Já que a rivalidade entre facções no seio do Partido não pode ser tratada discretamen-te, alguns dos colegas de Bo acharam que ele tinha que desaparecer. O modo que os chefes do partido, na China não menos que no Japão, se livram de rivais incómodos, é deitá-los abaixo com escândalos públicos, transmitidos a uma imprensa obediente, que se encarrega então de atear as chamas.

V

O que era incomum acerca de Bo era a sua ambição abertamente demonstrada. Supõe-se que os caciques partidários chineses, como os políticos japoneses – ou, mesmo, os dons da Máfia – sejam discretos no seu apetite pelo poder. Bo portava-se mais como um político americano. Ele gostava de mostrar a sua autoridade em público. Isso foi suficiente para aborrecer outros chefes do partido.

O aparecimento de uma esposa perver-sa nos escândalos públicos chineses é um fenómeno comum. Quando Mao Zedong purgou o seu chefe do Partido mais antigo, Liu Shaoqi, durante a Revolução Cultural, a mulher de Liu foi exposta pelas ruas usando bolas de pingue-pongue à volta do pescoço como um símbolo de decadência e extravagância perversas. Depois da morte do próprio Mao, a sua esposa Jiang Qing foi presa e apresentada como uma Lady Mac-beth Chinesa. É possível que as acusações de assassínio contra a esposa de Bo, Gu Kailai, façam parte dum tal teatro político.

Na verdade, a queda de Bo envolve não apenas a sua esposa, mas toda a sua família. Isto, também, é uma tradição chinesa. A família deve ser responsabilizada pelos cri-mes de um dos seus membros. Quando esse indivíduo cai, também eles devem cair. Por outro lado, quando as coisas lhe correm bem, eles beneficiam, como foi o caso com muitos dos familiares de Bo e da sua esposa, cujos negócios floresceram enquanto ele esteve no poder. Tem havido muita especulação sobre as consequências da queda de Bo, e da fuga ousada do activista dos direitos humanos, Chen Guangcheng, depois de 18 meses de prisão domiciliária. Irá a sua fuga para a embaixada dos EUA endurecer as atitudes dos lideres da China? Irá forçar os EUA a ser mais duros relativamente aos direitos humanos na China? Se sim, o que se seguirá?

Já que Bo se apresentou como um crítico populista do moderno capitalismo chinês e um promotor autoritário da ética maoísta, os seus inimigos naturais dentro da liderança do Partido pareceriam ser os chefes mais “liberais”, que favorecem o capitalismo de livre mercado e até mesmo algumas reformas políticas. O actual primeiro-ministro, Wen Jiabao, pareceria ser o líder desta facção. Ele fez discursos sobre a necessidade de reformas democráticas, e tem criticado aber-tamente Bo. Chen pediu-lhe para investigar abusos contra si e a sua família.

Então, poderia a queda de Bo levar a uma sociedade mais aberta, menos hostil a vozes dissidentes? É possível que os comunistas chineses favoráveis a mais liberalismo eco-nómico também estejam mais receptivos a uma sociedade mais aberta? Mas o oposto também pode ser verdade: quanto maiores as disparidades na riqueza, e quanto mais o povo protestar contra a desigualdade económica, mais o regime combaterá os dissidentes.

Essa repressão não pretende proteger o comunismo, muito menos o pouco que sobra do maoísmo. Pelo contrário, pretende proteger o tipo de capitalismo do Partido Comunista Chinês. Pode ter sido por isso que Bo teve que ser deposto, e seguramente porque dissidentes como Chen, bem como a sua família, têm tanto que sofrer que o refúgio numa embaixada estrangeira é a sua opção final e desesperada.

*Académico especialista em estudos sobre a Ásia

cartoon PROTESTOSpor Steff

chá muito verdeFernando Eloy

19opiniãoquarta-feira 16.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Nuno G. Pereira; Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Tinha estado em contacto com uma manifestação daquilo a que chamo a “Alma de Macau”, aquela essência singela que nos últimos anos tanto esforço tem suscitado para a desbaratar

Só confio em quem não acredito.Por Fernando

Ciclone

RA já tarde quando há dias chegava ao velho terminal do Porto Exterior. Vinha estremunhado e farto, como venho muitas vezes de Hong Kong. Tinha ido ao chamado passeio da Senhora da Asneira, como adiante

explicarei. Passado o controle de passaportes, a contar os passos em falta para me ver a caminho de casa, dou comigo no terminal ofuscado por dois personagens luminosos, assustadores e gigantes. A campanha dos nobres Serviços de Saúde empertigava-se, resplandecente e assus-tadora, na penumbra do lobby. Naturalmente, já tinha visto este lindo poster noutros sítios mas naquela noite a coisa calou fundo. Afinal de contas estava numa das salas de visitas de Macau, por isso foi inevitável colocar-me na pele de um novel arribado e tentar imaginar o impacto que aqueles dois marmanjos de ar policial a ameaçarem o comensal teriam na sua percepção do que é esta terra macaína. Já nem discuto a propriedade da lei, numa terra onde as hordas de autocarros, motoretas de dois tempos e até carros da polícia nos conspurcam diariamente o ar, numa terra onde há tanto por fazer mas onde se dedica mais esforço a leis decorativas do que a assuntos realmente importantes... Neste capítulo prefiro continuar a frequentar os locais onde a cumplicidade dos proprietários me autorizam o cachimbo ou ao

Contrastes da terra

uso de um direito que considero inalienável, o da desobediência civil. Afinal de contas, aprovada depois do estardalhaço feito à volta da lei dos espaços públicos (ou lá como se chama) ainda não vi reduções nos pingos de ar condicionado, no “escarretório” militante ou nas cascatas de água com que a vizinha lá de cima brinda os passantes ao regar os “choi sam” na varanda. Adiante.

A questão que se levanta neste caso dos seres brilhantes e ofuscantes sitos no terminal do Porto Exterior é de outro nível - do nível da boçalidade vigente, do nível da imagem de estado policial que empresta a Macau. Será que quem decide estas coisas não lhe ocorre outra forma de comunicar aos visitantes a existência da lei? Uns folhetos a bordo dos barcos, um simples autocolante nos guichés de controle de passaportes... sei lá!... Mas se a predilecção desse chefe são os posters,

podia ao menos ter avalizado uma campanha decente, com conceito, e não esta patetice de nível escolar. Este “catrapázio” em lugar de boas vindas, onde deveria estar algo referente ao património ou, pura e simplesmente, “Bem Vindo a Macau”, está para além de qualquer noção de bom senso. Contudo, o mais grave deste exemplo, é a revelação de algo muito mais sinistro nesta cidade dos egos: a confirmação da falta de uma estratégia coesa do governo e a constatação de que o pensamento “o meu departamento é melhor que o teu” não é apenas conversa de café, é um facto. Mas nem tudo é mau em Macau. Obviamente.

Vinha então eu de Hong Kong. Como bom saloio, tinha ido convencido que lá faria uma aquisição muito mais rendosa do equipamento de filmagem que necessitava. É um facto que muitas coisas não se encontram no mercado local e daí fazer algum sentido ir aos vizinhos do lado, mas... Então andei, calcorreei, regateei, ouvi promessas de preços fabulosos de material que afinal não existia em stock, enfim... Voltei como fui. Ou melhor, mais pobre porque ir a Hong Kong não é propriamente um desporto barato. No dia seguinte, resolvi tentar a sorte em Macau. Acabei numa velha lojinha lá para os lados do Wing Lok, propriedade de um casal simpático que já conhecia de outras compras. Foi uma tarde para não esquecer. Sim, uma tarde. O equipamento existia, o preço era competitivo e descobri soluções incríveis para o que queria. Naturalmente, experiências foram sendo feitas. Às tantas, perguntam-me se gosto de “Lai Chá”. – Claro que sim, respondi. Adoro! “Dong.” Nem 5 minutos depois aparecia um “Dong Lai Chá” a preceito que foi ingerido sem demoras por entre conversas de lentes, adaptadores, tripés e quejandos. “E já almoçou?”, pergunta-me o senhor passado um bocado. A resposta foi negativa e a reacção dele não se fez esperar: “Gosta de comida Vietnamita?”. Era o meu dia de sorte: equipamento, bons preços, boa conversa, “lai chá”... só faltava mesmo esta. E lá vieram as taças de “Phó” para todos. Lentes, adaptadores, tripés e quejandos, imediatamente postos de lado e aí nos sentámos os três, quatro, porque entretanto chegou um amigo da casa, e a conversa rodou para outras coisas, outros cenários, outras histórias. E assim se passou uma tarde que será sempre recordada ao olhar para minha nova câmara, para as lentes, para os adaptadores, tripés e quejandos. Tinha estado em contacto com uma manifestação daquilo a que chamo a “Alma de Macau”, aquela essência singela que nos últimos anos tanto esforço tem suscitado para a desbaratar.

E

quarta-feira 16.5.2012www.hojemacau.com.mo

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DEZ dos doze países com maiores ganhos no índice de desen-volvimento humano

da ONU desde 2000 são da África Subsaariana e entre eles estão Moçambique e Angola, indica um relatório do Progra-ma das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

O relatório, o primeiro do PNUD sobre desenvolvimento humano em África, mostra que o Ruanda (2), Serra Leoa (3), Etiópia (4), Moçambique (5), Mali (6), Burundi (7), Níger (8), Tanzânia (9), República Democrática do Congo (10) e Angola (12), por esta ordem, estão entre os 12 países com maiores subidas no índice de de-senvolvimento humano (IDH) entre 2000 e 2011.

Para a ONU, a região da África Subsaariana tem estado a convergir com o resto do mundo em termos de crescimento eco-nómico, com taxas superiores à média mundial, o que poderá explicar as melhorias ao nível do desenvolvimento humano.

Mas, mesmo quando se retiram ao IDH os critérios relacionados com os salários e se analisa o desenvolvimento humano com base em critérios como a saúde e a educação, dez dos 12 países com melho-res desempenhos são daquela região: Ruanda (2), Níger (3), Burundi (4), Mali (5), Tanzânia (7), Etiópia (8), Serra Leoa (9), Moçambique (10), Angola (11) e Libéria (12).

UM PARADOXO AFRICANOO relatório sublinha o paradoxo de as melhorias impressionantes no crescimento económico e no desenvolvimento humano não terem resultado em progressos comensuráveis na nutrição da população e na segurança ali-mentar. “Apesar de o caminho do desenvolvimento na última década ter sido esperançoso, a região continua a sofrer de insegurança alimentar, uma condição precária que ameaça os seus ganhos recentes e a expõe a súbitos revezes”, pode ler-se no documento.

A ONU alerta que a África Subsaariana continua afecta-

Moçambique e Angola entre os 12 países com maiores ganhos em desenvolvimento humano

África lusófona em alta

da por “níveis intoleráveis de malnutrição” que, se não forem mudados, podem resultar em “deficiências físicas e mentais irreversíveis nesta geração e nas seguintes”. “Estima-se que a malnutrição crónica, medida pela percentagem de crianças enfezadas, tenha diminuído ape-nas dois pontos percentuais (de 43 para 41 por cento) entre 1990 e 2010 e este número só deverá cair mais um ponto percentual na próxima década”.

Além disso, o número abso-luto de crianças malnutridas tem aumentado na última década e estima-se que continue a aumen-tar até 2020. De acordo com o relatório do PNUD, um quarto dos 856 milhões de cidadãos da África Subsaariana - perto de 218 milhões de pessoas - estão malnutridos.

O texto identifica, ainda, dois problemas essenciais: a aposta nas cidades e não no mundo rural e a aposta nos homens e não nas mulheres, já que estas são produtoras alimentares sig-nificativas, mas o seu controlo da terra na África Subsaariana é menor do que em qualquer outra região do mundo.

O PNUD afirma que os go-vernos africanos investem me-nos de 5 a 10% dos orçamentos na agricultura, muito abaixo da média de 20% que os governos asiáticos dedicaram ao sector durante a sua revolução verde.

O programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento advoga que, para melhorar a segurança alimentar na região, é preciso atuar a quatro níveis: pro-dução agrícola, nutrição, acesso aos alimentos e dar mais poder aos pobres das zonas rurais.