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LIGA DE ELITE Monte Carlo põe Ka I em sentido PÁGINA 14 IPOR Pode ser que seja desta PÁGINA 19 TEMPO MUITO NUBLADO MIN 24 MAX 30 HUMIDADE 65-90% • CÂMBIOS EURO 10.2 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEGUNDA-FEIRA 7 DE MAIO DE 2012 ANO XI Nº 2603 PUB Ter para ler O presidente da Comissão de Fiscalização das das Forças e Serviços de Segurança , Leonel Alves, revelou ao Hoje Macau que está marcada uma reunião para debater os excessos nas filmagens do 1.º de Maio. Mas só porque o caso deu brado nos jornais. Até aí a Comissão parecia adormecida. PÁGINA 3 O beijo dos media FÓRUM MACAU RAEM arbitra relações entre China e Países Lusófonos PÁGINA 5 PAIS DOS FILHOS MAIORES Associação procura ajuda no Consulado de Portugal PÁGINA 4 EDITORIAL HERMAN JOSÉ “Vou aí para cantar ópera chinesa” CENTRAIS EXCLUSIVO Comissão de Fiscalização das FSS reúne por causa das filmagens policiais no 1.º de Maio

Hoje Macau 7 MAI 2012 #2604

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Edição do Hoje Macau de 7 de Maio de 2012 • Ano X • N.º 2604

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LIGA DE ELITE

Monte Carlo põe Ka I em sentido

PÁGINA 14

IPOR Pode ser que seja desta

PÁGINA 19

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 24 MAX 30 HUMIDADE 65-90% • CÂMBIOS EURO 10.2 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 7 DE MAIO DE 2012 • ANO XI • Nº 2603

PUB

Ter para ler

O presidente da Comissão de Fiscalização das das Forças e Serviços de Segurança , Leonel Alves, revelou ao Hoje Macau que está marcada uma reunião para debater os excessos nas filmagens do 1.º de Maio. Mas só porque o caso deu brado nos jornais. Até aí a Comissão parecia adormecida. PÁGINA 3

O beijodos media

FÓRUM MACAU

RAEM arbitra relações entre China e Países Lusófonos

PÁGINA 5

PAIS DOS FILHOS MAIORES

Associação procura ajuda no Consulado de Portugal

PÁGINA 4

EDITORIAL

HERMAN JOSÉ

“Vou aí para cantar ópera

chinesa” CENTRAIS

EXCLUSIVO

Comissão de Fiscalização das FSS reúne por causadas filmagens policiais no 1.º de Maio

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JOÃO

COR

VO

2 política segunda-feira 7.5.2012www.hojemacau.com.mo

Cecília [email protected]

O desenvolvimento eco-nómico faz bem à so-ciedade mas faz mal ao ambiente. Quem o

afirma é o deputado da Assem-bleia Legislativa (AL) Ho Ion Sang, numa interpelação escrita feita ao Governo liderado por Fernando Chui Sai On. “Nos au-tocarros dos casinos, nas motos e nos automóveis privados estão os principais fontes de poluição do ar em RAEM”, constata.

Para o deputado temos de entender o que, de facto, se está a fazer com qualidade do ar em Macau, que tem vindo a decrescer.

O novo reitor da Universidade de São José (USJ), padre Pe-

ter Stilwell considerou que Macau poderá ter um papel a desempe-nhar no âmbito das relações entre a China e o Vaticano.”Nalgumas coisas, Macau tem uma vantagem, pois é vista como um lugar de relação mais tranquilo com o conti-

nente chinês e, portanto, com uma tradição de diálogo que permite, por exemplo, que nós façamos formação do clero aqui da zona de Cantão que vem a Macau, que possamos promover um congresso agora sobre o Concílio Vaticano II, em que vêm estudiosos do interior da China”, elencou.

Já “Hong Kong tem uma rela-ção mais tensa historicamente” e para este diálogo a Universidade de São José”, dado que é a única universidade católica autorizada “com a originalidade de ter um curso de Teologia que dá um grau que é reconhecido pelos chineses”.

O director do Instituto para os Assuntos Cívicos

e Municipais(IACM) Tam Vai Man deu uma resposta positiva ao deputado Chan Meng Kam que questionou, 21 de Março passado, se mu-dar o mercado grossista dos alimentos frescos para a zona industrial transfronteiriça será uma medida para obter uma logística mais moderna.

Quanto à questão de quem vai ser responsável pelo investimento e a construção do novo mercado na zona industrial transfronteiriça, a resposta foi simples: o IACM vai construir o mercado, escolher o modelo de gestão e o mecanismo de regulação que, segundo a instituição, são “os mais adequados para o desenvolvimento real”. “Fun-cionando a zona industrial transfronteiriça 24 horas por dia, o horário do novo mer-cado novo vai ser adequado para maximizar o seu papel”, disse Tam Vai Man. – C.L.

PAUL Chan Wai Chi pensa que a RAEM tem muito a

aprender com os seus vizinhos no que diz respeito aos deficientes, isto apesar da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência ter entrado em vigor em Agosto em 2008 na República Popular da China (RPC), incluin-do Macau.

O deputado do Novo Macau Democrático cita o artigo 8º do Regulamento para o Emprego das

Pessoas com Deficiência da RCP: “A proporção de pessoas com deficiência não deve ser inferior a 1,5% do total da unidade de produção”. Ainda segundo Chan, também em Taiwan o artigo 38º do Lei de Proteção das Pessoas com Deficiência estipula que os organismos oficiais com mais de 34 empregados têm que contratar 3% de pessoas com deficiência e as entidades privadas com mais de 67 empregados têm que contratar

1% de pessoas com deficiência, ou seja, pelo menos uma pessoa.

Por tudo isto, Chan Wai Chi entende que o Governo tem que criar uma lei especial para as pessoas com deficiência para marcar claramente a proporção do número de empregados com deficiência, quer no sector públi-co, quer no privado.

Mas, confessa, “o número destas pessoas é hoje baixo em Macau”. - C.L.

Ho Ion Sang defende mais uma ponte para Macau

Governo indiferente ao mau ambiente“Entre as seis estações de monito-rização para o índice de qualidade do ar no território, só uma dá o nível da poluição do ar nas ruas movimentadas. Cientificamente isso significa zero”.

O deputado propõe que o Governo crie mais estações para monitorizar a qualidade do ar em diversos locais do território. “Só assim se garante mais inte-gralidade e exactidão, tomando medidas eficazes para garantir a saúde os residentes de RAEM”, conclui.

CONSTRUIR MAIS UMA PONTE ENTRE MACAU E TAIPANa mesma interpelação, o depu-tado faz menção aos acidentes de

viação que têm sido, ultimamente, “norma” nas pontes que ligam Macau à Taipa.

O deputado afirma que os problemas reflectem que nem as autoridade estão a exercer as suas funções, nem a população entende o que é conduzir com segurança.

“O Governo tem de aprender com os acidentes e com os proble-mas para criar algumas medidas que garantam a segurança dos motoristas.”

Para isso defende mais uma ponte a ligar a península de Macau à Taipa. “Com o crescimento do tráfego urge a construção de mais uma ponte e a abertura da Ponte Nobre de Carvalho aos motoci-clos”, propõe o deputado.

IACM responde a Chan Meng Kam

Posso, riscoe mando

Peter Stilwell, reitor da USJ, sobre relações China-Vaticano

Macau mais bem posicionadodo que Hong Kong

Chan Wai Chi pede ao Governo atenção aos deficientes

Uma questão de princípio

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HOJE

MAC

AU

3políticasegunda-feira 7.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

A Comissão de Fiscaliza-ção da Disciplina das Forças e Serviços de Segurança vai debater a

questão das filmagens feitas pela polícia aos manifestantes do 1º de Maio. A confirmação foi dada por Leonel Alves ao Hoje Macau.

A situação não é nova. No ano passado, muitas foram as vozes que se levantaram contra as gravações áudio e vídeo e contra as fotografias que a Polícia de Segurança Públi-ca (PSP) fez dos manifestantes e jornalistas que desfilaram nas ruas no Dia do Trabalhador. Este ano, o esquema repetiu-se.

Mais de uma centena de agentes foram destacados para garantir a segurança durante as manifesta-ções, mas muitos foram os funcio-nários das Forças de Segurança que empunhavam câmaras de vídeo e máquinas fotográficas. Alguns identificados com os coletes da polícia, outros nem por isso. Quem acompanhou as caminhadas das manifestações pode ver agentes à paisana, apenas reconhecíveis pelos auriculares de intercomu-nicação, também equipados com este tipo de máquinas.

A polícia não fez, através de comunicado, qualquer aviso prévio ou posterior acerca da realização de fotografias ou filmagens, o que levantou algumas contestações entre participantes, jornalistas e mesmo deputados.

A LEI E A IMPRENSAAo Hoje Macau, Leonel Alves, presidente da Comissão de Fisca-lização da Disciplina das Forças e

SAFP nega acusações da Associação Novo Macau

Comissão que fiscaliza forças de segurança vai debater filmagens do 1º de Maio

Impacto na imprensa motiva reuniãoNão é contra a lei filmar as manifestações, assegura Leonel Alves. Mas a indignação popular e de alguns deputados, manifestada na imprensa leva a Comissão de Fiscalização da Disciplina das Forças e Serviços de Segurança, que o deputado preside, a marcar uma reunião.

Serviços de Segurança, disse que iria ser debatida esta questão ao longo desta semana, quando se realiza mais uma reunião do grupo. Ainda assim, a troca de impressões que vai ser feita em nada tem a ver com questões legais. “Não há lei que proíba [a captação de imagens], não acho que seja ilegal. Vamos marcar um reunião para trocar opiniões entre os membros sobre isso, mas apenas pelo impacto que a imprensa deu ao caso”, referiu o também deputado.

Leonel Alves descarta ter existido um acto de violação da lei, mas assume cumprir o papel que lhe foi incumbido na Comissão de Fiscalização das Forças de Segurança.

A presença de agentes fardados e à paisana com câmaras de vídeo e máquinas fotográficas a serem utilizadas sem qualquer disfarce levou alguns deputados e mani-festantes a expressarem desagrado, por considerarem esta uma forma de intimidação. Por exemplo, os membros da Associação Juventude Dinâmica – que o Hoje Macau acompanhou –, foram alvo de filmagens todas as vezes que pa-raram para discursar, no percurso da Alameda da Tranquilidade até ao Palácio do Governo.

Recorde-se que todas as asso-ciações que este ano marcharam pela melhoria das condições de vida concordaram com os cami-nhos propostos pela PSP, não tendo havido quaisquer distúrbios.

Os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) estão contra as posições assumidas pela Associação Novo Macau (ANM) sobre os resultados do processo de consulta pública sobre a reforma do sistema político. Em comunicado, os SAFP afirmam que as críticas “não correspondem à realidade”, lamentando que tenham sido “apresentadas pela ANM sem esta ter averiguado a

situação.” Recorde-se que as vozes da ANM apontaram para “exageros” ocorridos durante o processo e que já existia um “texto” preparado na hora de consultar as opiniões da população. Em resposta, os serviços da Função Pública falam de um processo de análise feito “com transparência e rigor” e onde as opiniões foram tidas em conta e analisadas no próprio dia, no período

compreendido entre 10 de Março e 22 de Abril. Os diversos organismos do Governo terão destacado mais de 200 trabalhadores para analisar os dados e elaborar as estatísticas. Os SAFP afirmam ainda que o Executivo “reitera que todos os cidadãos não foram influenciados na apresentação das opiniões, e que todas foram processadas com igualdade, imparcialidade e transparência.”

A polícia não fez, através de comunicado, qualquer aviso prévio ou posterior acerca da realização de fotografias ou filmagens, o que levantou algumas contestações entre participantes, jornalistas e mesmo deputados

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4 sociedade segunda-feira 7.5.2012www.hojemacau.com.mo

Assumem que já mudaram a linha reivindicativa: depois da reunião com o Consulado de Portugal em Macau, a Associação de Reunião das Famílias vai agora falar com o Gabinete de Recursos Humanos. Tudo porque os filhos maiores podem estar incluídos na importação de mão-de-obra

Cecília [email protected]

JÁ foram muitas as vozes que se ouviram na rua e junto de organismos governamen-tais, mas agora a linha de

acção promete ser outra. Depois de na semana passada a Associação de Reunião das Famílias (ARF) ter reunido pela primeira vez com o Consulado Geral de Portugal na RAEM, agora é a vez do encontro decorrer com o Gabinete de Re-cursos Humanos (GRH). A ideia é mostrar ao Governo que os filhos maiores que vivem no continente

Andreia Sofia [email protected]

NO ano em que celebra 11 anos de vida, a Associação

dos Aposentados, Pensionistas e Reformados de Macau (APO-MAC) resolveu oferecer um presente aos seus associados com mais de 80 anos: a isenção do pa-gamento das quotas mensais. Tal decisão ainda vai ser aprovada na próxima Assembleia Geral, a decorrer brevemente, mas já foi deliberada pela direcção da APOMAC em sessão ordinária. “Não é fácil atingir os 80 anos, e levámos em conta esta ques-tão. Estes associados já estão a beneficiar de direitos em alguns eventos, e estão isentos de com-prar bilhetes”, acrescentou ao Hoje Macau. O valor das quotas varia, por norma, entre 10 a 30 patacas mensais.

Na celebração de mais um

aniversário persistem, contudo, os problemas antigos. A APO-MAC continua com cerca de 100 pessoas à espera para se tornarem sócios da entidade, situação que persiste por falta de espaço. De acordo com Francisco Manhão, presidente da entidade, a espera pela cedência de mais um espaço continua. “Recorremos ao Go-verno e apresentamos as nossas razões para ampliar as instala-ções. É um piso acima do espaço actual, mas temos de aguardar para que a empresa que lá se encontra mude de instalações”, disse ao Hoje Macau.

O espaço actual, que no ano passado recebeu a visita do se-cretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, continua a ser insuficiente para acolher todos aqueles que desejam per-tencer à APOMAC. Com 1300 sócios actuais, a entrada de novos associados continua cancelada.

Os novos projectos “ficam mais dependentes das insta-lações, para fazermos mais e melhor. Mais vale apostar na qualidade do que na quantidade. Queremos fazer mais e melhor em prol dos nossos associados, oferecendo ainda mais serviços ”, assumiu Francisco Manhão. Quando olha para os últimos dez anos, o responsável faz um “balanço positivo”, garantido que quer continuar a dar apoio aos seus associados, através de mais visitas domiciliárias, excursões e apoio a nível bu-rocrático.

Ontem a festa foi feita com a ajuda de artistas locais e tam-bém do exterior, oriundos das Filipinas e do continente. Para além disso, houve actuações do grupo de dança da Escola Portuguesa de Macau (EPM) e também da Polícia de Segu-rança Pública (PSP).

O professor do Instituto de Forma-ção Turística (IFT) de Macau,

Hugo Robarts Bandeira, afirmou que os hotéis podem ajudar a internacio-nalizar a gastronomia macaense, que “está em perigo há bastante tempo”.

O responsável, que falava à agên-cia Lusa à margem do 3.º concurso de gastronomia macaense onde também foi júri, observou que a iniciativa do IFT é uma forma de “promover os jovens cozinheiros dos hotéis e tentar manter a cozinha macaense”. “A cozinha macaense está em perigo há bastante tempo, têm sido feitos bastantes esforços - aliás a Confraria da Gastronomia Macaense foi criada para o evitar -, e é muito bom que tenhamos os hotéis a começarem a interessar-se pela cozinha macaense porque, se calhar vão ser estes a internacionalizá-la”, disse.

Hugo Robarts Bandeira defendeu que a cozinha macaense carece de uma “maior exposição internacional” para se manter viva.

O professor salientou, por outro lado, a necessidade de “modernização e investigação” da mesma, até para evitar confusões com a gastronomia portuguesa. “À medida que vamos tendo estes concursos e que vai ha-vendo mais promoção, penso que os hotéis talvez possam utilizar estes pratos como algo diferente do habitual para atrair os clientes que estão habitu-ados a comer sempre comida chinesa, italiana e tailandesa”, sugeriu.

Para Hugo Robarts Bandeira, “o grande problema foi que a cozinha macaense sempre foi muito caseira e o tempo de confecção da maior parte dos pratos tornava-a difícil de vender”. “Penso que hoje em dia, com as novas tecnologias, é mais fácil atacar os problemas de tempo na cozinha. E depois, a própria apre-sentação. Felizmente temos chefes criativos, que conseguem pegar nos pratos e dar-lhe uma apresentação muito bonita sem que percam o sabor tradicional”, acrescentou. - Lusa

Idosos vão reunir com o Gabinete de Recursos Humanos

Pais dos filhos maiores com nova estratégia

APOMAC comemora 11 anos de vida com ofertas

Quotas gratuitas para maiores de 80 anos

Hotéis podem ajudar na internacionalização

Pela gastronomia macaense

podem ser uma mais valia na hora de importar mão-de-obra para o território. “Já mudámos as razões da reunificação, que são a falta de recursos humanos em Macau. Por essa razão, vamos ter outra reunião com um representante do GHR, no dia 11 de Maio. Como o Governo quer mais trabalhadores importados, porque não considera

a hipótese de serem os nossos fi-lhos?”, referiu ao Hoje Macau Choi Cheong Wa, presidente da ARF.

Choi também esteve presente no encontro da passada semana no Consulado português e que contou com a ajuda do deputado da Assembleia Legislativa (AL) José Pereira Coutinho. Para além desta iniciativa, 500 pessoas per-

tencentes à ARF entregaram uma carta junto do Gabinete de Ligação do Governo Central da RAEM e do próprio gabinete do Chefe do Executivo.

CONSULADO“TRATA-NOS MELHOR” A reunião no Consulado de Portugal na RAEM durou uma hora, e en-quanto isso os pais dos filhos maio-res permaneciam na rua. O Hoje Macau ouviu alguns manifestantes, que afirmaram que a conselheira de Manuel Cansado de Carvalho, cônsul-geral de Portugal em Macau, prometeu que a mensagem iria ser transmitida, e que iriam fazer os possíveis para ajudar no caso. “São só dois mil filhos e eles ainda podem vir a ajudar a sociedade de Macau, porque é que não os deixam voltar?”, disse Maria.

A ida ao Consulado aconteceu porque os apelos junto das entida-des governamentais começam cada vez a parecer insuficientes para estas pessoas. “O Governo já não

quer resolver o nosso problema, e no dia 10 de Abril o responsável pela Direcção dos Serviços de Identificação (DSI) respondeu-nos que o organismo não tem o direito de provar que os filhos se podem reunir em Macau com os pais, porque é uma responsabilidade do Governo Central”, explicou Choi Cheong Wa. Segundo o responsá-vel, a DSI terá referido ainda que este caso trata-se “de uma questão histórica, tendo passado as suas responsabilidades para o Governo português. Por isso viemos pedir ajuda ao cônsul”. “O Consulado já nos trata melhor do que o Gabinete de Ligação do Governo Central da RAEM. Da última vez, um membro da nossa associação, que tem mais de 60 anos, foi levado ao chão por um polícia, porque achavam que o idoso ia provocar distúrbios. Somos cidadãos cumpridores da lei, o que apenas queremos é que os nossos filhos regressem”, disse o presidente da ARF.

“Já pedimos a ajuda dos depu-tados. Segundo a deputada Kwan Tsui Hang, se o Governo não deixa que os nossos filhos voltem, é melhor reunirmos no continente, pois ela representa o sector dos trabalhadores locais. Outros de-putados, como Chan Meng Kam ou Melinda Chan, entre outros, estão a esforçar-se por nós. Desta vez Pereira Coutinho ajudou-nos muito para contactar o Consulado, e estamos muito agradecidos por isso”, acrescentou Choi.

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5sociedadesegunda-feira 7.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

MACAU vai, mais uma vez, servir de plataforma entre a China e os países

de Língua Portuguesa, mas desta vez o objectivo está cen-trado na resolução de conflitos comerciais entre o continente e a lusofonia. Anita Chong, coordenadora substituta do Ga-binete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum Macau, considera que o território pode servir como centro de arbitra-gem entre empresários da China e dos países de Língua Portu-guesa, muito pelo conhecimento que aqui existe sobre o Direito chinês e lusófono.

Na sexta-feira, a Universi-dade de Macau recebeu a ceri-mónia de abertura do primeiro colóquio de Direito Comercial Internacional realizado pelo Fórum Macau. Durante 14 dias – até 17 de Maio -, 25 participantes de seis países de Língua Portuguesa vão trocar experiências sobre a coopera-ção internacional na área dos negócios e trocas comerciais.

Vindos do Brasil, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e Timor-Leste, os participantes vão ter algumas noções do Direito de Macau e aprender a elaborar contratos comerciais em países lusófonos e na China. “É a primeira vez que é realizado este colóquio sobre Direito Comercial Internacional, que vai aproveitar as vantagens de Macau sobre o conhecimento dos sistemas jurídicos [destes locais]”, frisou Anita Chong.

Na mira está a facilitação da cooperação internacional –

Os serviços de saúde revelaram um aumento

no número de casos de Al-zheimer, de 2010 para 2011. Mais 143 pessoas foram registadas com distúrbios de demência, uma fasquia que sobe a 15% ao ano. A Associação da Doença de Alzheimer de Macau revela que hoje cerca de 5% de idosos sofrem desta doença, segundo um estudo efectua-do recentemente. “O nosso estudo abrangeu 3.263 pes-soas com 65 anos ou mais. Descobrimos que 4,97 por cento sofrem de demência. É quase uma taxa de cinco por cento”, afirma Chan Man, presidente da associação.

Dado os novos núme-ros que dão conta de um crescimento da doença no território, o Instituto de Acção Social (IAS) pondera já reservar vagas para estes doentes nos equipamentos a construir no futuro. De acordo com Lo Sok Ha, da Divisão dos Idosos do IAS, o Lar de Idosos do Mosteiro Pou Tai, que deverá estar em funcionamento em finais de 2013, “vai reservar 40 vagas” para estes doentes.

Segundo a responsável, em 2015 deverá entrar em funcionamento “um centro de apoio aos idosos com demência e aos seus fami-liares”.

O número de veículos em circulação em

Macau aumentou 5% entre o final de Março de 2011 e o mesmo mês de 2012 para 208.037, foi anunciado pelo Governo.

Entre os veículos em circulação, 111.717 são motociclos (54%) e 82.098 automóveis ligeiros parti-culares (39%).

Entre Janeiro e Março, a Administração de Macau registou 4190 novas matrí-culas, menos 3% do que no mesmo período de 2011. Entre os veículos novos matriculados 51% eram motociclos e 44% automó-veis ligeiros particulares.

Ainda no campo das comunicações, entre Janeiro e Março de 2012, e com-parativamente ao mesmo período de 2011, cruzaram as fronteiras terrestres com o continente chinês pouco mais de um milhão de viaturas (mais 8%), registaram-se 8.846 voos comerciais no ae-roporto internacional (mais 4%), 3.243 ligações (menos 18%) de helicóptero entre Macau e Hong Kong e 758 voos entre Macau e a China (menos 20%).

Nas ligações por barco registaram-se 28.265 para Hong Kong (menos 8%) e 6.791 para o continente chinês (mais 15%).

No final de Março, Macau registava ainda 1,4 milhões de utentes de telemóvel, mais do dobro da população.

O número pré-pago adquirido na cidade tem uma validade de seis meses, continuando activo e válido estatisticamente mesmo que não utilizado.

Já o serviço de Internet tinha 213.445 utentes, mais 18%, que navegaram 153 milhões de horas, mais 30% do que no pri-meiro trimestre de 2011 e correspondente a cerca de 17.466 anos ligados à rede mundial de compu-tadores.

Construção civil Trabalhadores locais ganham maisDados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que os salários médios dos trabalhadores globais da construção civil sofreram reduções nos primeiros três meses do ano. Em média, o vencimento diário destes trabalhadores situou-se nas 563 patacas, uma descida de 3,4% face aos últimos três meses de 2011. Já o salário dos trabalhadores especializados e semi-especializados ficou-se pelas 568 patacas, menos 4,2%. Contudo, no que diz respeito aos trabalhadores locais, o seu salário médio situa-se nas 646 patacas, registando um aumento de 1,3% face aos últimos três meses do ano passado. Sem o efeito da inflação, o índice de salários reais para os trabalhadores locais ficou-se nos 98,9, com uma subida de 0,1%. Quanto aos restantes trabalhadores, o índice ficou-se pelos 89,5, uma descida de 4% face ao quarto trimestre de 2011. Olhando para os preços dos materiais de construção para edifícios de habitação, o índice ficou-se pelos 120,7, uma subida ligeira de 0,9% face aos últimos quatro meses do ano passado.

Arroz com variações de preços acima dos 20%O Conselho dos Consumidores (CC) decidiu fazer uma ronda pelos supermercados para analisar os preços praticados na venda de arroz. Os resultados, que já podem ser consultados online, revelam variações de preços de marcas semelhantes que ascendem, em alguns casos, acima dos 20%, dependendo do supermercado em questão. Algumas marcas mostram uma variação entre 1,02% e 20,98%, enquanto o arroz “Golden Rabbit” foi aquele que registou a maior variação, acima dos 20%, já que o valor máximo do produto é de 148,80 dólares, enquanto o mínimo é de 123 dólares. No total, foram investigados os preços para o consumidor de 16 marcas de arroz, em 23 estabelecimentos, incluindo supermercados e mercearias. Dessas marcas, duas vêem do Japão, duas da Austrália e 12 da Tailândia. Quem estiver ligado às novas tecnologias pode aproveitar para ver os preços dos produtos no Android, sendo que esta foi a mais recente aplicação feita pelo CC, depois do iPhone. Só nesta última plataforma, mais de um milhão de pessoas já verificaram a lista dos preços praticados.

Fórum Macau realiza colóquio sobre Direito Comercial e pondera criar Centro de Arbitragem

RAEM de apito na mão

Alzheimer aumenta a 15% ao ano em Macau

Demência sem travõesNúmero de veículos já ultrapassa os 208 mil

Pequeno mas cheio

do mês, onde a criação de um local deste tipo vai ser discutida. A ideia de trazer um Tribunal Arbitral para Macau não é nova, refere o presidente, que apoia a iniciativa. O território pode contar como exemplo Portugal e Hong Kong, onde já existem centros de arbitragem, e reúne, nas palavras de Neto Valente, condições para que isso aconteça.

Chang Hexi, secretário-ge-ral do Secretariado Permanente do Fórum Macau, junta-se a Anita Chong para relembrar que Macau tem todas as possi-bilidades para criar um centro, uma vez que o sistema jurídico da RAEM é semelhante ao dos países lusófonos.

Por agora, o foco está virado para a troca de experiências sobre o Direito Comercial, onde o território também ganha em vantagem. “Beneficiando das suas vantagens singulares, como o ambiente favorável de negó-cios e bilingue chinês/português, Macau está a desempenhar um papel insubstituível na ligação económica entre a China e os países de Língua Portuguesa.”

É Macau que poderá servir de árbitro em eventuais conflitos comerciais entre a China e os Países Lusófonos, segundo o Fórum Macau. Também Neto Valente, presidente da Associação de Advogados, apoia a criação da RAEM de um Centro de Arbitragem

de forma a que as portas para os negócios sino-lusófonos se abram ainda mais -, mas o território tem ainda um outro papel. “Queremos promover Macau como um lugar de ar-bitragem para a resolução de eventuais conflitos decorrentes do intercâmbio comercial entre empresários da China e dos países de Língua Portuguesa.”

MACAU É O LOCALA resolução de conflitos e disputas através da arbitragem é um assunto de interesse co-mum, diz Anita Chong, mas,

apesar de Macau ser o local ideal para instalar um centro para este efeito, precisa de mais.

Jorge Neto Valente, pre-sidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM), também presente na cerimónia, considera que Macau tem de arranjar árbitros de qualidade e formá-los na língua lusa e inglesa. Também o apoio do Governo para a promoção de um Centro de Arbitragem é precisa, diz o advogado.

Neto Valente vai estar pre-sente no segundo congresso de advogados em Luanda, no fim

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6 publicidade segunda-feira 7.5.2012www.hojemacau.com.mo

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7nacionalsegunda-feira 7.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Maria João BelchiorEm Pequim

NA última sexta--feira, mais de uma dezena de jornalistas estran-

geiros, registados a trabalhar na China, foram chamados à polícia central de Pequim para interrogatórios. A razão dada para as chamadas tele-fónicas, que exigiam a com-parência na polícia no espaço de trinta minutos, liga-se ao caso Chen Guangcheng.

O aparato policial criado à porta do hospital de Cha-oyang, onde Chen continua internado, já tinha levado à identificação de muitos jor-nalistas estrangeiros, tendo alguns ficado com o cartão de jornalista, documento de tra-balho obrigatório, apreendido e sem data para ser devolvido.

Na sexta-feira, a en-trada de uma viatura da embaixada norte-americana levou vários jornalistas estrangeiros ao parque de estacionamento do hospital onde tentaram entrevis-tar alguns dos diplomatas norte-americanos que ti-nham acabado de chegar ao hospital para tentar visitar Chen Guangcheng.

ACUSADOS DE VIOLAR A LEIInterrogados individual-mente na polícia central,

O professor de Direito que aconselhou o dissidente político Chen Guangcheng disse que o activista poderá ir para os Estados Unidos “em breve”, numa altura em que Washington espera para ver se Pequim irá honrar o acordo de o deixar partir. Em declarações à agência noticiosa AFP, a partir dos Estados Unidos, Jerome Cohen, amigo e conselheiro do ativista chinês, mostrou estar confiante: “É concebível que possa estar aqui muito em breve”. “Espero que o acordo esteja fechado. Fiquei muito contente quando vi o anúncio do porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros na sexta-feira à tarde”, disse, considerando que se trata de “um sinal

claro de que estão preparados para o deixar ir para o exterior por um período para estudar”. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, terminou no sábado a sua visita à China, depois de obter um acordo frágil sobre o activista dos direitos humanos, que quer ir para os Estados Unidos. Após uma semana de negociações, os Estados Unidos anunciaram que o governo chinês providenciará rapidamente os documentos necessários de viagem para o ativista e a sua família. Chen Guangcheng recebeu uma oferta de bolsa da Universidade de Nova Iorque, podendo fazer-se acompanhar da esposa e dos dois filhos.

O presidente chinês, Hu Jintao, apelou sexta-

-feira à “confiança mútua” entre a China e os Estados Unidos, salientando que o estabelecimento de “um novo de tipo de relação” entre os dois países “tran-quilizará” o mundo inteiro.

“Independentemente das mudanças que possam ocorrer no mundo e da evo-lução interna de cada um dos nossos países, a China e os Estados Unidos devem comprometer-se firmemen-te no desenvolvimento de uma parceria cooperante”, disse o líder chinês, citado pela Xinhua.

Hu Jintao falava no encontro com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e o secre-tário do Tesouro, Timothy Geithner, representantes do presidente Obama na 4.ª ronda do Diálogo Es-

Polícia Central de Pequim convoca jornalistas estrangeiros para interrogatórios

Cartão amarelo

Para o Clube dos Jornalistas Estrangeiros em Pequim, esta atitude “é uma reacção desproporcionada tendo em vista a intimidação dos jornalistas”. O Clube disse ainda que as autoridades chinesas deviam evitar fazer mais ameaças no futuro

Ficam a saber: desta vez, a coisa passa, mas da próxima vai tudo para o olho da rua! Foi mais ou menos isto que as autoridades de Pequim quiseram dizer aos jornalistas estrangeiros. Tudo por causa de Chen Guangcheng

Hu Jintao apela a um “novo tipo de relações” entre China e EUA

Contra a teoria do inevitável confronto

tratégico e Económico Bilateral.

O presidente chinês con-siderou que “a construção de um novo tipo de relações entre dois grandes países é tranquilizador para os povos da China e dos Estados Uni-dos e também para os povos do mundo inteiro”.

Hu Jintao “exortou a China e os Estados Unidos a abandonarem a crença tradicional, segundo a qual os grandes países entrarão em conflito, e a procura-rem novos caminhos para desenvolver relações entre países grandes”, disse a agência noticiosa oficial chinesa.

“Para estabelecer um novo tipo de relação en-tre a China e os Estados Unidos temos de confiar um no outro”, afirmou o presidente chinês.

Segundo o relato da

agência noticiosa oficial chinesa, Hu Jintao congra-tulou-se com os resultados das últimas conversações sino-norte-americanas em Pequim, afirmando que as duas delegações fizeram “um excelente trabalho”.

67 ACORDOS ASSINADOSNuma conferência de im-prensa realizada no final do Diálogo, o vice-primeiro--ministro chinês, Wang Qishan, e o conselheiro de Estado, Dai Binguo, resumiram o encontro. Wang Qishan revelou que a China e os Estados Unidos estabeleceram 67 acordos, prometendo reforçar a coo-peração no contexto macro-económico para promover o estabelecimento de um sistema de comércio global mais aberto.

Para Dai Binguo, as duas nações trocaram opiniões de forma franca e profunda sobre as relações bilaterais, a situação mundial e as questões regionais. Os dois países abordaram também as questões da segurança energética, mudanças cli-máticas, situação no sul da Ásia e as relações entre o Sudão e Sudão do Sul. Dai Binguo admitiu que existem discordâncias em relação à questão dos direitos hu-manos, um dos tópicos do diálogo, mas que isso não deve interferir nas relações bilaterais.

A reunião, instituída em 2009, contou com a parti-cipação de responsáveis de mais de vinte agências gover-namentais dos dois países.

responsável pela emissão dos vistos, os treze jornalis-tas no total foram acusados de ter quebrado o artigo 17 das regras para jornalis-tas estrangeiros na China, segundo o qual, se tornou obrigatório desde 2011, requerer uma autorização para fazer entrevistas.

Todos foram avisados que desta primeira vez se tratava de um aviso mas que, se tal voltasse a acon-tecer de novo, o visto de trabalho seria revogado. Uma ameaça que se repete depois de em 2011 o mesmo ter acontecido durante a “primavera árabe” quando

Pequim receava o efeito de contágio para o país. Os jornalistas estrangeiros foram proibidos de filmar em certas ruas em Pequim e em Xangai assim como de fazer entrevistas.

A polícia central telefo-nou para todos os jornalis-tas registados a avisar que as regras de 2008 tinham sido alteradas e que a partir de então, todas as entrevistas careciam de autorização. Muitos foram chamados à polícia e re-ceberam a mesma ameaça que este ano. No entanto, uma diferença importante ressalta. É que, no ano passado, o aviso dividia--se em três partes, sendo a última o cancelamento do visto. Este ano, numa forma mais agressiva, a polícia central deixou claro que para a próxima vez, os mesmos jornalistas correm o risco de serem expulsos da China por impossibili-dade de permanência sem visto.

Para o Clube dos Jor-nalistas Estrangeiros em Pequim, esta atitude “é uma reacção desproporcionada tendo em vista a intimi-dação dos jornalistas”. O Clube disse ainda que as autoridades chinesas deviam evitar fazer mais ameaças no futuro.

Chen Guangcheng Um novo bolseiro em Nova Iorque

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8 nacional segunda-feira 7.5.2012www.hojemacau.com.mo

CATORZE marcas portuguesas fo-ram distinguidas em Pequim num

certame internacional de-dicado ao azeite, na maior colheita do género, salientou sexta-feira à agência Lusa um profissional do sector.

“É bom para Portugal e ajuda a projectar o país como um produtor de azeite de qualidade”, disse o espe-cialista acerca dos prémios atribuídos na última edição do “Oil China Competition”, que se realiza anualmente na capital chinesa.

O azeite Rosmaninho, produzido por uma coope-rativa de Valpaços, obteve a medalha de ouro na cate-

O Chefe do Executivo de Hong Kong, Donald Tsang, cancelou

uma visita ao Japão depois da polé-mica sobre os elevados gastos com alojamento durante a sua deslocação oficial ao Brasil no mês passado.

O líder do Governo da antiga colónia britânica, que cessa funções no final de Junho, planeava visitar Tóquio e Sendai de 14 a 16 de Maio, à frente de uma delegação oficial e de empresários locais ao longo de três dos sete dias previstos no itinerário definido pelo Conselho para o Desenvolvimento Comercial, indicou sexta-feira a imprensa de Hong Kong.

De acordo com uma porta-voz do gabinete do chefe do executivo, Donald Tsang abandonou a ideia de se deslocar ao Japão porque precisa de supervisionar a implementação da reestruturação do Governo proposta pelo seu sucessor no cargo, CY Leung, que toma posse a 1 de Julho.

“Existe um número considerável de leis que o Governo se tem vindo a esforçar por garantir que são apro-vadas pelo Conselho Legislativo nos próximos dois meses. E, dado os últimos desenvolvimentos, o chefe do executivo decidiu permanecer em Hong Kong”, afirmou a mesma fonte, citada pela imprensa.

O Secretário para o Comércio e Desenvolvimento Económico, Greg So Kam-leung, irá substituir Donald

DOIS mil táxis de Hong Kong exibem, desde sábado e até

ao final do mês, um vídeo promo-cional sobre a indústria vinícola do Chile, numa das campanhas mais fortes de difusão do vinho andino no mercado asiático.

O vídeo, com uma duração de 45 segundos, convida os passageiros a irem ao pavilhão chileno, que integra a Vinexpo Asia 2012, a maior feira do mercado do vinho no continente asiático, que terá lugar em Hong Kong entre os dias 29 e 31.

Meia centena de vinhos e mais de 100 representantes da indústria chilena participarão no encontro.

Hong Kong é o principal mercado de exportação para o vinho do Chile, já que dos 1.400 milhões que este sector exportou no ano passado, 1.225

Colapso em mina provoca três mortosTrês pessoas morreram e quatro ficaram feridas na sequência do colapso de uma mina na província de Anhui, no centro da China, este sábado à noite, informaram as autoridades. Duas pessoas morreram no local, enquanto a terceira vítima faleceu no hospital, para onde foram encaminhados os quatro feridos, indicou a agência noticiosa chinesa Xinhua. Segundo as autoridades, o chão cedeu provocando ainda o colapso de duas casas no condado de Huoqiu. A causa do acidente está sob investigação.

Marcas portuguesas distinguidas na China

Rico azeitegoria “Light”, à frente das cinco marcas de Itália, Chile, Estados Unidos e Turquia que repartiram as medalhas de prata e bronze.

O Gallo ‘Grande Esco-lha’ ganhou a medalha de prata na categoria “Me-dium”, cujo primeiro lugar foi repartido por uma marca italiana e uma espanhola.

Marca portuguesa com maior visibilidade nos su-permercados de Pequim e de outras grandes cidades chinesas, a Gallo obteve também uma medalha de bronze na categoria “Me-dium” e uma grande menção na categoria “Light”.

Os azeites Oliveira da Serra obtiveram dois prémios:

duas grandes menções nas ca-tegorias “Intenso” e “Light”.

Casal da Cotovia, Paços dos Infantes, Quinta do Vale do Conde, Capitoa Pre-mium, Torrejano, Cabeço das Nogueiras, Casal Anadia e Herdade do Esporão foram as outras marcas portugue-sas distinguidas na 7.ª edição do referido concurso, no final do Abril passado.

O azeite não faz parte da gastronomia tradicional chinesa, mas o consumo está a aumentar na China, acom-panhando a melhoria do nível de vida da população e, em particular, a ascensão da nova classe média urbana.

Espanha, Itália e Grécia são os países mais represen-tados no mercado chinês, com mais de dois terços das cerca de 200 marcas de azeite importadas.

Segundo estimativas do sector, as importações chine-sas de azeite cresceram mais de 60 por cento desde 2004, ultrapassando as 25.000 toneladas em 2010.

Líder do Governo cancela visita ao Japão após polémica de despesismo

Milhões em viagensDois mil táxis promovem vinho chileno em Hong Kong

Maior feira de vinho da ÁsiaTsang como chefe da delegação que se deslocará ao Japão.

A porta-voz não fez comentários relativamente à possibilidade de a decisão de Donald Tsang estar relacionada com a controvérsia em torno da sua mais recente deslocação no mês passado ao Brasil.

Recentemente, o gabinete de Donald Tsang admitiu que o líder do Governo ficou instalado numa suite presidencial de um hotel na capital brasileira no valor de mais de 50 mil patacas.

Desde Abril de 2011, Donald Tsang gastou cerca de 4,2 milhões de patacas num total de nove visitas oficiais ao exterior, excluindo a mais recente efectuada ao Brasil.

milhões foram parar a Hong Kong, segundo o responsável do comércio do Consulado em Hong Kong, Guillermo Garrido.

Hong Kong e o Chile têm vindo a mostrar vontade de estreitar relações, algo que se tornou mais visível com a visita do Chefe do Executivo do terri-tório ao Chile, em Abril.

Actualmente, Hong Kong e o Chile preparam-se para assinar um Tratado de Livre Comércio que, de acordo com o cônsul chileno, pode vir a ser firmado já em Setembro, durante a cimeira informal dos líderes da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico), a ter lugar na Rússia.

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9regiãosegunda-feira 7.5.2012 www.hojemacau.com.mo

“5 de Maio é o início do fim”, diz uma activista crente no fim das centrais. Mas há quem discorde e não veja as necessidades energéticas do Japão satisfeitas de outra forma

CENTENAS de pessoas celebraram, nas ruas de Tóquio, o primei-ro dia do Japão sem

energia nuclear desde há 42 anos. O último reactor nuclear ainda em funcionamento no país foi encerrado ontem para dois meses de manutenção. É que o acidente em Fukushima, no ano passado, abriu uma enorme brecha na confiança da população quanto à energia atómica e não se sabe se e quando será possível retomar o nuclear.

O processo para parar o reactor 3 da central de Tomari, na província de Hokkaido, teve início às 17h00 de sábado. Cen-tenas de pessoas juntaram-se em Tóquio numa manifestação anti-nuclear. “Há tantas centrais nucleares, mas nenhuma estará a funcionar hoje, graças aos nossos esforços”, disse um dos líderes do protesto, Masashi Ishikawa, citado pela BBC.

A última vez que o Japão ficou sem energia nuclear foi em Maio de 1970, quando os únicos dois reactores do país – nas províncias de Ibaraki e Fukui – foram encer-rados para manutenção, segundo

Coreia Incêndio em ‘karaoke’ mata noveNove pessoas morreram e outras dez ficaram feridas na sequência de um incêndio ocorrido numa sala de ‘karaoke’ na cidade sul-coreana de Busan, no sul do país, informou ontem a polícia. O fogo deflagrou na noite de sábado numa das 26 salas de um andar de um edifício de seis pisos localizado na cidade portuária. Cerca de 100 bombeiros foram chamados ao local para combater as chamas, à medida que dezenas de pessoas eram retiradas do prédio, indicou a agência noticiosa Yonhap. As autoridades estão a investigar a causa do incêndio.

Filipinas Granada num bar mata doisDuas pessoas morreram e pelo menos outras 30 ficaram feridas nas Filipinas na sequência de uma forte explosão de uma granada que ocorreu no exterior de um bar no sul do país. As autoridades tentam identificar agora os autores do ataque que atiraram a granada que explodiu no sábado ao final do dia no exterior do bar “El Sentro Resto” que se encontrava na altura repleto, na cidade de Iligan. A polícia descobriu a cavilha da granada que também danificou vários carros e lançou o pânico entre os locais. Até ao momento, as autoridades dizem não ser claro se os rebeldes islâmicos, com ligações à rede Al-Qaida, ou outros grupos criminosos estão por detrás do ataque ou se este derivou de uma rixa.

Birmânia Combates matam 31 Pelo menos 29 membros do grupo armado da etnia kachin e dois soldados do Exército birmanês morreram na última semana em combates travados no norte da Birmânia, informou esta sexta-feira a imprensa estatal daquele país. De acordo com o diário “Nova Luz do Myanmar”, os combates foram retomados a 27 de Abril, causando ainda ferimentos a 12 militares das tropas governamentais. O jornal alega que os combates ocorreram depois do braço armado da Organização para a Independência Kachin ter assaltado uma posição do Exército junto à fronteira com a China, o que levou as tropas governamentais a desenvolverem uma ofensiva contra postos militares da guerrilha.

O governador do Banco Central de Taiwan, Perng

Fai-nan, propôs a criação de um mecanismo regional, com o objectivo de estabilizar o desenvolvimento económico e financeiro da Ásia. Segundo um comunicado da instituição, a proposta foi apresentada na sexta-feira na reunião do Conselho de Governadores do Banco Asiático de De-senvolvimento (BAD), que decorreu na capital das Fili-pinas, Manila.

Perng Fai-nan alegou que o mecanismo faria com que os valores das moedas asiáticas reflectissem a realidade eco-nómica dos diferentes países, algo que contribuiria para a manutenção da estabilidade económica e financeira da zona. O governador do Banco Central de Taiwan sugeriu também uma combinação da Iniciativa de Chiang Mai - sistema de trocas bilaterais de divisas criado depois da crise asiática de 1997-98 - com o

Gabinete para a Investigação Microeconómica da Asso-ciação de Nações do Sudeste Asiático, Japão, Coreia do Sul e China (ASEAN+3), de forma a estabelecer o proposto Fundo Monetário Asiático.

Taiwan expressou a sua vontade de aumentar as suas verbas de cooperação para financiar projectos conjuntos com o Banco Asiático de De-senvolvimento. Taiwan é um dos 67 membros do BAD, dos quais 48 são asiáticos.

O Japão é hoje um país sem energia nuclear

Nuclear, não arigato

Taiwan Coordenar o valor das divisas asiáticas

Unidos e estáveisPUB

a Federação das Companhias Eléctricas do Japão, citada pela agência Reuters. Hoje, o parque nuclear do Japão tem 54 reactores.

DEPOIS DE FUKUSHIMAAntes da catástrofe de Fukushi-ma, causada pelo tsunami a 11 de Março de 2011, aqueles eram responsáveis por 30% da electricidade a nível nacional. O objectivo do país, parco em recursos energéticos, era apostar

no nuclear, fazendo subir essa percentagem até aos 50% em 2030. Mas a partir de Fukushi-ma a política energética do país mudou. Desde então, um por um, os reactores do país foram encerrados.

Assim, da noite para o dia, o Japão está confrontado com a necessidade de encontrar uma alternativa para suprir 30% do seu consumo eléctrico, que vinha do nuclear, de modo a evitar cor-tes no abastecimento – que não

estão fora de questão este ano. No dia 1 de Maio, foi relançada a iniciativa Cool Biz, que permite aos funcionários em escritórios do Governo trabalharem sem gra-vatas e arregaçar as mangas, para enfrentar o calor sem ar condi-cionado. As empresas adoptaram formas de poupar electricidade, como as lâmpadas LED.

Resta saber como será o Verão que se avizinha.

AS ENERGIAS RENOVÁVEISNo imediato, a única opção viável ao nuclear são as centrais térmi-cas a gás e a carvão. O país quer também acelerar a introdução das renováveis, de modo a atingirem 20% do consumo já em 2020. Actualmente, as renováveis respondem por apenas 10% da produção de energia no país, a maioria a partir de barragens. Não é claro até quando vai durar este vazio nuclear.

Mesmo que alguns reactores voltem a funcionar, “5 de Maio é o início do fim”, disse Iseko Shirai, 76 anos, activista contra o nuclear, que está acampada há vários dias em frente do Minis-tério da Indústria e em greve de fome até que o último reactor seja desligado.

“Poderá este ser o fim do nu-clear? Sim, pode”, disse Andrew DeWit, professor na Universida-de Rikkyo, em Tóquio, à Reuters. “Se conseguirmos passar o Verão sem reactores, que provas terão os defensores do nuclear da ne-cessidade desta energia?”

Mas esta não é a opinião de Takeo Kikkawa, professor da Universidade de Hitotsubashi, para quem abandonar o nuclear não deve ser uma opção para o Ja-pão. “Vai existir menos emprego e a economia vai continuar numa tendência de abrandamento”, disse à Reuters. As importações de combustíveis fósseis, para colmatar o vazio nuclear, serão ainda um peso para as contas nacionais.

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento do terreno da RAEM abaixo indicado, encontra-seterminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei n.º 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com o artigo 2.º e o artigo 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que, deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

Localização dos terrenos: - Estrada Marginal do Hipódromo, n.os 115 a 133, Rua Alegre, n.os 11 a 103, Rua do Mercado de Iao Hon, n.os 64 a 108 e Rua da Saúde, n.os 8 a 92 (Hong Lok Sun Chuen).2. Agradecemosaoscontribuintesque,noprazode30diasapósarecepçãodanotificaçãodopagamento,ou,até29/05/2012,

sedirijamaoNúcleodaContribuiçãoPredialeRenda,situadonorés-do-chãodoEdifícioFinanças,aoCentrodeServiços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder-se-á à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada. Aos, 24 de Abril de 2012. A Directora dos Serviços de Finanças, Vitória da Conceição

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10 segunda-feira 7.5.2012www.hojemacau.com.moentrevista

Gonçalo Lobo [email protected]

VOLTA ao território para um espectáculo a 22 de Setembro. A quatro me-ses do regresso, passados

20 anos, Herman José conversa com o Hoje Macau sobre a sua vida. Re-vela, em primeira mão, que um dos momentos altos do seu espectáculo é um excerto de uma ópera chinesa, considera a sua ida para a SIC uma má opção na carreira e acha estranho que nunca se tenha investigado os caluniadores que associaram o seu nome - e outros - ao caso Casa Pia. Eis, o humorista com passaporte alemão e Portugal no coração.

Vinte anos depois o que é que Ma-cau pode esperar de Herman José?Um artista que encontrou o seu caminho, e que atingiu finalmente a maturidade, evolução natural do jovem de vinte e tal anos que nos anos setenta e oitenta saltitava de palco em palco sem grande pro-fundidade.

Que temas trará ao território?Precisamente os mesmos que levo aos outros palcos do mundo onde há gente que fala a nossa língua: o lado caricato dos nossos compor-tamentos, as minhas histórias de carreira, imitações e caricaturas dos muitos artistas com quem trabalhei e privei, as minhas músicas, as minhas picardias...

Vai ter a preocupação de saber um pouco da realidade de Macau neste momento?Curioso como sou, e obcecado pela informação, não deixarei de coscu-vilhar cada pormenor da realidade macaense!

Já aprendeu ou vai aprender al-guma palavra em chinês, no caso de Macau o cantonês?Isso não direi, mas um dos momentos altos do meu espectáculo é um ex-certo de uma ópera chinesa. E mais não digo para não estragar a surpresa.

Como sonha que seja a sua recep-ção aqui em Macau?Um encontro de amigos. Sereno, dis-tendido, bem disposto e epicurista.

O que recorda da sua primeira vinda a Macau?A primeira imagem é a de um ‘chau min’ de lagosta no restaurante do Casino Lisboa, impecavelmente cozinhado. E a segunda, a compra de uma máquina fotográfica Nikon F1 que mantenho ainda hoje, e que foi a minha melhor amiga durante anos.

Disse que “felizmente [em Macau] nem todos os sorrisos são amare-los”. Acha que em Portugal o seu sentido de humor só tem provoca-do sorrisos amarelos?Muitos portugueses têm poucas razões para sorrir. Não tenho qualquer dúvida, de que esta cri-

Herman José, humorista

“Não deixarei de coscuvilhar cada pormenor da realidade macaense”

se será ponto de partida para um futuro melhor, mas enquanto esse arranque não se der, vão haver mui-tas famílias em estado de grande sofrimento. Respeito muito essas situações, e tento amenizá-las com o meu trabalho.

É possível fazer humor com casi-nos e jogo?Pode fazer-se humor com tudo, sem perder de vista a linha que separa as “cócegas na inteligência” da ofensa gratuita. Essa é hoje em dia a mi-nha principal preocupação. Quero divertir o público, e estou pouco interessado em agredi-lo.

Não vai encher o estádio de Pequim mas, com certeza, deve encher o teatro D. Pedro V. Gosta da sala que já conhece ou gostava de co-nhecer outra sala do território?Conheço a sala só por fotografia, estou ansioso por senti-la a três dimensões...

Casino Royal tinha espaço nesta nova Macau do jogo?Sem dúvida. O crescimento de Ma-

cau transformou-o no “Las Vegas Worst Nightmare” (risos).

Herman José von Krippahl. Qual a percentagem de alemão no seu ser humano? Tem dupla nacio-nalidade?O meu coração é português, o meu passaporte alemão. De Portugal tenho o humor, a afabilidade e a ca-pacidade de improviso, da Alemanha a organização, a pontualidade, e o rigor profissional.

Com a crise económica em Portu-gal, muitos portugueses vêem em Macau um escape para melhorar a sua vida. Como personalidade pú-blica portuguesa, quer comentar?Todas as pessoas que passaram por Macau ficaram indelevelmente mar-cadas, o que me leva a crer que quem se estabelece por aquelas paragens, não o faz exclusivamente por razões económicas. Há um indisfarçável fascínio na cultura asiática, que nos prende e apaixona. Claro que o bem estar económico potencia a felicidade, mas só isso não chega para que um ser humano se cumpra.

O Herman teve nos anos 80 e 90 do século passado o seu apogeu de carreira. O que se passou depois?Depois resolvi aceitar o convite para ir trabalhar para um canal comercial, onde acabei por me dar mal. Só podemos ser felizes onde somos desejados e respeitados, e nos últimos tempos dessa experiência as muitas desconsiderações de que fui alvo, acabaram por ter um efeito devastador na minha carreira. Feliz-mente foi uma fase que passou, e da qual não guardo qualquer rancor. O regresso à RTP e aos espectáculos ao vivo, devolveram-me a alegria artística e o prestígio.

Aos 58 anos de idade, encara o humor da mesma forma que encarava com o Tal Canal ou o Herman Enciclopédia?

De maneira nenhuma. Hoje em dia estou muito preocupado em casar o meu humor com outras formas artísticas. O meu regresso à vertente de músico não é alheio a essa vonta-de. Nas duas horas que dura o meu espectáculo, faço-me acompanhar de piano e viola.

Por volta dos dezoito anos de idade tem as primeiras apari-ções na televisão, numa altura em que participava no In-Clave,

banda residente do programa de televisão No Tempo Em Que Você Nasceu, dirigida pelo maestro Pedro Osório, falecido recente-mente. Que lhe apraz dizer sobre Pedro Osório?O Pedro resolveu adoptar-me artis-ticamente quando me conheceu. Foi duma generosidade inenarrável, e foi graças a ele que a minha carreira deu o seu primeiro pulo. Anos depois, tive o prazer de o contratar para dirigir a minha orquestra do ‘Casino

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11segunda-feira 7.5.2012 www.hojemacau.com.mo entrevista

Royal’ e do ‘Hermanias Especial Fim de Ano 91/92’. Tenho muitas saudades dele.

Em 2011 lançou o livro “Herman, o verdadeiro artista”. Quem é afinal o verdadeiro artista? Tem a sensação do dever cumprido ou ainda há muita coisa para fazer?Sinceramente, raras vezes paro para avaliar o passado. Orgulho-me do muito que fiz, mas vivo apaixonado pelo presente e obcecado com o fu-

turo. Quanto à biografia, daqui a uns anos - quando não me puderem fazer mais mal do que me fizeram - não deixarei de escrever tudo aquilo que vivi e me vai na alma. Que Portugal é uma democracia ainda disfuncional e com tiques de Estado Novo, ninguém tem dúvidas.

Teve o cabelo castanho, louro, mais cenoura, etc. Qual é a sua cor de cabelo original?Até aos 12 anos fui sempre louro...

Depois fui ‘acastanhando’ e hoje em dia tapo alguns cabelos brancos com esse mesmo castanho. Não por vaida-de, mas para poder continuar a fazer as minhas personagens televisivas.

Quando é que o Herman se aper-cebeu que queria ser humorista?Desde que me conheço que tenho esta vertente ‘apalhaçada’ e que sou o centro das atenções das festas com as minhas imitações, cantorias e brincadeiras.

Já contracenou com diversos actores portugueses: Nicolau Breyner, Ana Bola, Filipe Ferrer, Maria Rueff, Nuno Lopes, Vítor de Sousa, Helena Isabel, Lídia Fran-co, Manuel Cavaco, Margarida Carpinteiro, etc. Com quem é que teve maior prazer em trabalhar?O Nicolau foi essencial no meu arranque, mas a actriz com quem mais alto voei foi sem dúvida a Maria Rueff. A dupla “Nelo e Idália” são bom exemplo disso mesmo. Hoje

em dia, faço uma parelha perfeita com o meu colega Manuel Marques no programa da RTP, Herman 2012.

Ganhou muito dinheiro com o humor. Ainda consegue ganhar o mesmo que noutros tempos? Onde é que aplicou melhor o dinheiro que já ganhou?Hoje em dia, a minha principal fonte de rendimentos voltou a ser a mesma que me deu todo o conforto: os es-pectáculos ao vivo. A fazer televisão ninguém enriquece em Portugal. Mas aqui para nós, o dinheiro deixou de ser uma prioridade. Metade do trabalho que faço por ano é ‘pro bono’ a favor de instituições que apoio, só que me recuso a fazer publicidade disso.

É homem para não abdicar de pequenos prazeres como o bem comer ou até mesmo um charuto. Até onde é que admite gastar pelos pequenos prazeres?Não fumo há dez anos, nem compro latas de caviar ao quilo, mas há luxos de que não prescindo. Tenho casas bonitas e confortáveis em três locais de sonho, e sou apoiado por uma equipa de doze profissionais - todos principescamente bem pagos. Os restantes luxos são para mim descartáveis.

O Tal Canal foi eleito em 2007 o melhor programa de sempre da televisão portuguesa. O que significa isso?O Tal Canal teve o condão de revolu-cionar de vez o humor televisivo em Portugal, e é responsável pela criação de uma geração de novos humoristas. Foi um trabalho solitário feito com muita paixão, e do qual me orgulho muito. Fico contente quando o seu mérito é reconhecido.

Quem são, actualmente, os valores seguros do humor em Portugal?Não os vou enumerar. Qualquer omissão ainda que involuntária, seria considerada uma ofensa.

Em 2003, Herman José é formal-mente acusado no Processo Casa Pia. A juíza de instrução, Ana Teixeira e Silva, perante a não existência de provas a favor da acusação e apenas de provas que a invalidam, arquiva a queixa. Em algum mo-mento da sua vida esta associação ao processo, mesmo que provada a sua inocência, o prejudicou na sua vida profissional?Não chegou a prejudicar a minha vida profissional, mas abalou muito a convicção de que as regras de jogo da justiça portuguesa se pautam pela total transparência e imparcialidade. Acho estranho que nunca se inves-tigassem os caluniadores, as suas motivações e as intenções dos seus putativos mandantes. Nem o presi-dente da Assembleia da República da altura escapou à loucura difamatória. Numa democracia rigorosa, uma si-tuação dessas jamais ficaria impune. Nestes casos, os nossos ‘brandos costumes’ trazem mais desvantagens do que benesses.

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12 vida segunda-feira 7.5.2012www.hojemacau.com.mo

*NOTA DA REDACÇÃOO Hoje Macau substituiu a rubrica “Click Ecológico” por outra, intitulada “Macau sã assado”. O desafio serve para mostrar diversos aspectos do quotidiano caricato do território. Os nossos leitores ficam assim convidados a enviar fotos para o e-mail [email protected], em assunto “Macau sã assado” e uma breve legenda. As fotos devem retratar os momentos mais engraçados e insólitos do dia-a-dia de Macau e deverão ser identificadas com o nome do seu autor.

Macau Sã Assado

COMAREI CAMARÃO?Fui para comer as conceituadas amêijoas com molho de feijão no Nga Tim, na Taipa, mas fiquei intrigada com a salada de comarão. Pensei: “Comerei comarão ou não? Acho que devia experimentar este novo marisco”. Acabei por optar pela Perca no Forno à Portaguesa!

Porque Macau sã assi mas também sã assado

Foto: Rita Marques Ramos

UMA reserva natu-ral na Província de Anhui, leste da China, liber-

tará na natureza seis jacarés criados em cativeiro, como parte de um programa ex-perimental para aumentar a população desses animais em risco de extinção. A Reserva Natural Nacional de Jacarés do Yangtze está a preparar-se para soltar os jacarés este mês, pela oitava vez desde o início do progra-ma em 2002.

Até agora, a reserva natu-ral libertou com sucesso 45 jacarés-da-china na nature-za, e os seis novos membros aumentarão o número total para 51, informou a reserva.

“[As libertações] foram bem-sucedidas, pois os jaca-rés libertados começaram a pôr ovos em 2008 e os ani-mais incubados na natureza estão em boas condições”, disse Wang Chaolin, vice--director da reserva.

FORAM descobertos detritos de planetas ro-

chosos com propriedades semelhantes à Terra, no âmbito de uma investigação realizada através do telescó-pio espacial Hubble. Cenário que poderá ser o futuro do sistema solar.

Astrofísicos da Uni-versidade de Warwick, em Inglaterra, descobriram qua-tro estrelas anãs brancas, envolvidas em poeira prove-niente de corpos planetários, que originalmente tinham grandes semelhanças com a composição da Terra.

Estas descobertas, pro-porcionadas através da utili-zação do telescópio espacial Hubble, permitiram o conhe-cimento da composição quí-mica atmosférica das estrelas anãs brancas, sendo que os investigadores concluíram que os elementos mais comuns presentes nesta po-eira são oxigénio, magnésio, ferro e silício, que compõem cerca de 93% da Terra.

Reserva Natural Nacional vai libertar mais seis jacarés-da-china

Jacarés no caminho da felicidade

Novas descobertas de estrelas anãs revelam composição semelhante à Terra

Mais Terras no Sistema?

Wang disse que os pes-quisadores precisam de escolher jacarés jovens e saudáveis para que eles sobrevivam em condições naturais difíceis. Os jacarés também serão submetidos a exames de DNA antes da libertação para evitar procriações consanguíneas.

MAIS PROTEGIDOSOs pesquisadores instala-rão transmissores de rádio nos répteis para rastrear a sua localização e colectar dados para estudos cientí-ficos, disse Wang.

Anhui abriga a maioria dos jacarés-da-china do país, que são amplamente conhecidos como jacarés

do Yangtze porque vivem no curso inferior do rio Yangtze.

A China pôs o jacaré--da-china no topo de sua lista de proteção e estabe-leceu o Centro de Pesquisa de Criação de Jacarés-da--China em Anhui em 1979.

O número de jacarés--da-china selvagens é es-timado actualmente em mais de 150, excluindo os animais criados em cativei-ro e depois reintroduzidos à natureza, em comparação com cerca de 100 em 2005, disse Wang, citando um censo recente. No centro de criação vivem actual-mente mais de mil jacarés em cativeiro.

A revelação mais signi-ficativa desta investigação é o facto de os níveis de car-bono serem extremamente baixos, o que condiz com a composição da Terra e de outros planetas em órbita perto do Sol.

Esta é a primeira vez que são medidos níveis tão baixos de carbono na atmosfera das estrelas anãs brancas, que está poluída por detritos. Assim, é pro-vável que estas estrelas tenham estado perto de

planetas semelhantes à Ter-ra e que foram entretanto destruídos. É inevitável pensar que o mesmo acon-tecerá com o nosso planeta, num futuro provavelmente muito distante.

Estas atmosferas são fei-tas de hidrogénio e/ou hélio, fazendo com que qualquer elemento pesado que entre nesta atmosfera seja arras-tado para o seu núcleo e desapareça, numa questão de dias, devido à elevada gravidade das estrelas anãs.

O professor Boris Gän-sicke, do Departamento de Física da Universidade de Warwick, que conduziu este estudo, afirma que o processo destrutivo que causou a circulação desta poeira à volta das estrelas anãs provavelmente será visto um dia no nosso sis-tema solar. Acrescenta que “o que estamos a ver hoje, nestas estrelas anãs, poderá ser, dentro de alguns anos--luz, o futuro da Terra”.

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13vidasegunda-feira 7.5.2012 www.hojemacau.com.mo

HOJE NO PRATO

Brócolo

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

NOME BOTÂNICO: Brassica cretica Lam. = Brassica oleracea var. italica PlenckFAMÍLIA: Brassicaceae (Cruciferae)NOMES POPULARES: Brócolos

Originário do Sul da Europa, onde é consumido há pelo menos 2000 anos, o Brócolo é um legume que se assemelha a uma pequenina árvore, sendo conhecido como um superali-mento. Na culinária são utilizadas as cabeças florais carnudas, ainda fechadas, dispostas em raminhos sobre um grosso talo rodeado de folhas, também comestíveis. Em fitoterapia é ainda usado, em cápsulas ou comprimidos, um dos seus compostos mais activos, o indol-3-carbinol.

COMPOSIÇÃOAlto teor em vitaminas (A, complexo B, C, E e K), sais minerais (cálcio, enxofre, fósfo-ro, magnésio, potássio) e oligoelementos (crómio, ferro, manganésio, selénio, zinco), e ainda compostos ricos em enxofre (sulfo-rafano, indol-3-carbinol, di-indolilmetano), carotenoides (betacaroteno, luteína e zea-xantina) e fibras.Os compostos ricos em enxofre, nomeada-mente o sulforafano e o indol-3-carbinol, são actualmente alvo de inúmeras pesquisas, pela sua importante função na prevenção e trata-mento de vários tipos de cancro. Os rebentos de Brócolos são ainda muito mais concentra-dos (20 a 40 vezes mais sulforafano).

ACÇÃO TERAPÊUTICAAcção antioxidante e antimutagénica, pre-venindo os danos provocados pelos radicais livres no ADN celular. Anti-inflamatória e anticancerígena, actuando quer na prevenção quer no tratamento de vários tipos de cancro (mama, próstata, pulmão, colo-rectal, pân-creas e tiróide). A este nível a sua actuação é complexa, combatendo o desenvolvimento dos tumores de diferentes formas nas suas diversas fases de desenvolvimento. Reduz ainda a toxicidade de alguns compostos cancerígenos existentes no fumo do tabaco.O Brócolo fortalece o sistema imunológico, e tem propriedades antivirais e antibacterianas, auxiliando na prevenção e tratamento às infecções, como por exemplo constipações e gripes, sinusites, bronquites e outras afecções respiratórias. Inibe a reprodução do vírus do herpes, aliviando os sintomas e espaçando os surtos da doença. Funciona como um antibiótico de largo espectro, ac-tuando contra diversas estirpes de bactérias,

gram positivas e gram negativas, inclusive a Helicobacter pylori; esta bactéria, muito resistente aos antibióticos, parece ser a responsável por muitos casos de úlcera e cancro do estômago.Este legume diminui a tensão arterial e a inflamação das paredes das artérias, e reduz a taxa de colesterol no sangue, prevenindo a aterosclerose e as doenças cardiovas-culares. Protege igualmente de algumas doenças oculares, como a vista cansada e a degeneração macular, sendo útil também no seu tratamento.

COMO CONSUMIRQuando frescos, os Brócolos são de cor verde bem escura, caules firmes e cabeças compac-tas; caso contrário, começam a ficar pouco viçosos, mais moles e amarelados. Como não se conservam durante muito tempo, convém consumi-los o mais brevemente possível de-pois da compra. Até lá, se necessário, podem ser guardados num saco aberto, na gaveta de vegetais do frigorífico, no máximo durante 5 ou 6 dias. Também podem ser congelados.Para usufruir dos seus benefícios devem ser ingeridos duas a três vezes por semana. Os Brócolos podem ser consumidos crus ou co-zinhados. Alguns dos seus compostos podem ser destruídos pela cozedura, mas as suas propriedades anticancerígenas podem até ser aumentadas. Caso opte pela cozedura, o mais indicado será cozê-los uns minutos ao vapor, de forma a ficarem ainda um pouco rijos e escuros. O melhor mesmo é variar. Saiba como:• Crus, em sumos ou em saladas.• Sumo anticancerígeno: Brócolo, cenoura, beterraba e couve-coração (legumes crus). Colocar numa liquificadora e misturar com água. Tomar no momento da confecção.• Em sopas.• Em tartes, omeletas, estufados de legumes; combina bem com cenoura e ervilhas.• Em pratos de massa vegetarianos.• Arroz de brócolos.• Salteados em azeite, servidos com alho picado por cima.• Cozidos, como acompanhamento de pratos de carne ou peixe.

PRECAUÇÕESO consumo excessivo de Brócolos pode inter-ferir com a fixação do iodo pela tiróide e inibir a sua produção de hormonas. Por este motivo, a sua ingestão também não é aconselhada a pessoas com hipotiroidismo ou bócio.

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CLASIFICAÇÃO

RESULTADOS

14 desporto segunda-feira 7.5.2012www.hojemacau.com.mo

Marco [email protected]

O encontro de maior no-meada da 14ª jornada da Liga de Elite não desilu-diu. Os dois primeiros

classificados encontraram-se ao fim-da-tarde de sábado no relvado do Estádio de Macau, num desafio equilibrado entre duas equipas com ambições semelhantes a quem ape-nas interessava a vitória.

Orientado pelo português Paulo Bento, o Monte Carlo precisava de vencer para manter intactas as hipó-teses de ainda chegar ao principal título do futebol do território e até foi a primeira formação a rondar com perigo o último reduto adver-sário, num livre directo que falhou por muito o enquadramento com a baliza à guarda de Tam Heng Wa.

Ainda invicto na presente edi-ção da Liga de Elite, o Ka I não demorou a responder à ousadia do onze “canarinho”, com Gustavo a cabecear ao lado da baliza defendida pelo veterano Domingos Chan. O avançado brasileiro foi um dos jogadores mais inconformados no grupo de trabalho orientado por Joseclér e aos quinze minutos voltou a colocar Domingos em sentido com um remate cruzado desferido à entrada da área do Monte Carlo.

Perdulário, o Ka I voltou a des-perdiçar nova oportunidade pouco depois, com Niki Torrão a rematar ao lado da baliza canarinha quando tinha apenas Domingos Chan pela frente.

Com pouco acerto ofensivo e uma postura pautada pela cautela, nenhuma das equipas conseguiu criar oportunidades flagrantes de golo e acabou mesmo por ser o Monte Carlo a beneficiar da primeira grande oportunidade para alcançar a vantagem, num lance em que Chan Kin Seng não conseguiu dar a melhor direcção ao esférico, numa altura em que apenas tinha Tam Heng Wa pela frente.

Com o nulo a pautar o andamen-to do marcador, o Windsor Archa Ka I entrou de forma mais determinada na segunda parte com o objectivo de reivindicar a vitória no desafio. Os campeões do território abdica-ram de parte da cautela com que se tinham apresentado em campo na primeira parte e aos dez minutos do segundo tempo, o incontornável Gustavo Silveira volta a incomodar Domingos Chan na baliza do Monte Carlo, ao forçar o veterano guarda--redes a uma defesa apertada, depois de um primeiro remate de Jefferson dos Santos.

O camisola 11 do Ka I voltou a re-editar o duelo pouco depois, num remate forte de fora da área ao qual

o antigo guarda-redes da Selecção de Macau respondeu com uma defesa decidida. Quem não marca, arrisca-se a sofrer e foi o que sucedeu a dois minutos do fim da partida, com o Monte Carlo a tirar proveito de um livre-directo para reclamar vantagem no desafio. Chao Wai Hou aproveita uma desatenção da defesa do Ka I e serve Joãozinho à entrada da área adversária. O avançado brasileiro não desperdiça a oferta e remata cruzado para o fundo das redes de Tam Heng Wa. Com menos de quatro minutos de desconto para jogar, a partida parecia sentenciada, mas a pressão exercida pelo Ka I ain-da garantiu uma grande penalidade aos homens orientados por Joseclér. Gil caiu na área e o árbitro do de-safio não hesitou e apontou para a marca de onze metros. Chamado a cobrar, Cesinha não conseguiu estar à altura do desafio e acabou por rematar sobre a barra da baliza de Domingos Chan. O falhanço custou aos campeões do território a primeira derrota na presente edição da Liga de Elite. O Ka I tem agora cinco pontos de vantagem sobre o Monte Carlo, mas a formação “ca-narinha” tem ainda um encontro em atraso, depois do desafio frente ao Futebol Clube do Porto referente à 12ª jornada ter sido adiado devido ao mau tempo.

EQUIPA J V E D GM GS PONTOS

Ka I 14 11 2 1 46 7 35

Monte Carlo 13 9 3 1 35 12 30

Benfica 14 9 1 4 27 11 28

Lam Pak 14 7 3 4 29 18 24

Kuan Tai 14 6 2 6 23 20 20

Polícia 14 6 1 7 17 20 19

FC Porto 13 5 2 6 22 18 17

Lam Ieng 14 4 2 8 17 25 14

Sub-23 14 3 2 9 16 30 8

Hong Ngai 14 0 0 14 3 73 0

III Divisão Hong Nam, 0 – Sporting, 5Depois de ter goleado o Ngan Ieng por 9-4, os leões do território voltaram na sexta-feira a festejar nova vitória, ao levarem a melhor sobre o Hong Nam pelo rotundo parcial de cinco bolas a zero. A formação orientada por Agostinho Caetano não demorou a chamar a si as rédeas do desafio e não estavam volvidos ainda dois minutos quando o avançado filipino Rodney Gandionco visou pela primeira vez a baliza adversária, ainda que sem grande perigo para o último homem do Hong Nam. Pedro Maia foi o primeiro a abeirar-se verdadeiramente do golo, ao cabecear ao lado na sequência de um pontapé de canto. O golo do Sporting fazia-se anunciado e não tardou a materializar-se. Aos 13 minutos, Rodney Gandionco assina uma grande jogada individual e serve Leandro ao segundo poste da baliza do Hong Nam. Em boa posição, o avançado brasileiro não se fez rogado e inaugurou de cabeça o marcador. A vencer, os leões não demoraram a dilatar a vantagem. Aos 15 minutos, o veterano Mandinho deixou bem patente no relvado do campo

da Universidade de Ciência e Tecnologia que quem sabe nunca esquece, ao apontar o segundo golo do Sporting na cobrança irrepreensível de um livre directo. Cinco minutos depois, foi a vez de Rodney Gandionco inscrever o nome nos anais da partida. O avançado filipino deu o melhor seguimento a uma boa jogada do ataque leonino e empurrou para o fundo das redes do Hong Nam após passe de Pascoal Júnior. Com uma vantagem de três golos aos 20 minutos, o grupo de trabalho orientado por Agostinho Caetano perdeu parte do embalo ofensivo. Depois de ter osciliado por três ocasiões num espaço de apenas sete minutos, o marcador permaneceu inalterado até aos 72 minutos, quando Leandro responde da melhor forma a um pontapé de canto cobrado por Mandinho e apontao o quarto golo do Sporting, segundo da conta pessoal. Os leões do território encerraram a contagem a dois minutos do fim do tempo regulamentar, com Pedro Maia a marcar à segunda, depois de uma primeira defesa do guarda-redes do Hong Nam. – M.C.

Liga de Elite Monte Carlo, 1 – Ka I, 0

No céu e no infernoBenfica 3-0 Lam Pak

FC Porto 2-1 Lam Ieng

Monte Carlo 1-0 Ka I

Sub-23 1-0 Polícia

Kuan Tai 4-1 Hong Ngai

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15desportosegunda-feira 7.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Marco [email protected]

O Sport Lisboa e Benfica de Macau derrotou de forma esclarecedora o Grupo Desportivo Lam

Pak na partida inaugural da 14ª jornada da Liga de Elite, distan-ciando-se do principal adversário na corrida pela terceira posição no âmbito da principal competição do desporto-rei do território.

A formação orientada por Rui Cardoso cumpriu com o que lhe era exigido e acabou por beneficiar do triunfo alcançado pelo Monte Car-lo no frente-a-frente com o líder Ka I. As águias do território reduziram para sete pontos a desvantagem que apresentam face ao primeiro classificado, ao mesmo tempo que dilataram para quatro a vantagem que dispõem sobre a formação que mais hipóteses tem de lhes fazer ainda frente na contenda pelo patamar menos elevado do pódio.

ÁGUIAS DESCOMPROMETIDASSem nada a perder, o onze encarna-do entrou melhor no desafio e não demorou a levar perigo ao último reduto azul e branco. Frente a um dos colossos do futebol do terri-tório, o conjunto encarnado criou as melhores oportunidades do pri-meiro tempo e só não inaugurou o marcador mais cedo porque faltou acerto ofensivo a Vinicio Alves e a Lei Kam Hong para bater Tai Chou Tek na baliza do Lam Pak. O dianteiro macaense, que vai

O onze da Casa do Futebo Clube do Porto em Macau deu ao

início da tarde de sábado um passo de gigante rumo à manutenção no principal escalão do desporto-rei da RAEM, ao levar a melhor sobre o Lam Ieng por duas bolas a uma num encontro que colocou frente a frente duas formações que procuram a todo o custo escapar aos últimos lugares da tabela classificativa.

O Lam Ieng, que se revelou uma das principais surpresas da primeira volta do Campeonato, até entrou melhor na partida e foi a primeira formação a levar perigo ao último reduto adver-sário. A formação rosa choque tentou a sorte de longe, num remate que não chegou a incomodar o guarda-redes Juninho na baliza dos dragões. O FC Porto não tardou a responder e a tomar conta dos destinos da partida. Stephane Ndem Ambassa, avançado camaronês que o conjunto azul e branco recrutou no Shek Kip Mei, de Hong Kong, foi o primeiro a levar perigo à baliza à guarda de Vong Tat Ieong.

Celestinus Tita voltou a incomodar o guarda-redes do Lam Ieng pouco

depois, num remate de cabeça que rasou a barra da baliza adversária. Com um ataque mais articulado, o Futebol Clube do Porto não demorou a traduzir em golo a superioridade em termos ofensivos e aos 23 minutos, o angolano Rodilson da Gama inaugurou o marcador, concluíndo com classe uma boa jogada de contra-ataque do linha avançado dos dragões do território. O jovem médio do FC Porto levou a melhor sobre dois defesas adversários e sobre o guarda-redes do Lam Ieng antes de disparar para o fundo das redes de Vong Tat Ieong.

A formação satélite do Grupo Desportivo Lam Pak tentou responder de imediato à vantagem dos dragões, visando a baliza do FC Porto com um livre sem consequências de maior para o último reduto azul e branco. Em desvantagem, o Lam Ieng passou no entanto a rondar com mais perigo a área à guarda de Juninho e no último minuto da primeira parte conseguiu mesmo chegar ao empate, com o macaense Leonardo Abrantes a aproveitar um alívio deficiente da defesa do FC Porto para inaugurar o marcador, com um

remate colocado, desferido de fora da área do conjunto azul e branco.

O DESCANSO COM SOTAQUE MALIANONa segunda metade, os dragões volta-ram a assumir uma maior preponderân-cia ofensiva, mas só na recta final do desafio conseguiram melindrar Vong Tat Ieong na baliza adversária. Tita foi o primeiro a tentar a sorte, num remate rasteiro de fora da área a que o guarda-redes adversário respondeu com uma defesa segura. Pouco depois foi Pedro Lopes quem dispôs de uma oportunidade de ouro para sentenciar o encontro, ao permitir a defesa esfor-çada de Vong Tat Ieong quando apenas tinha pela frente o último homem do conjunto adversário.

Os noventa minutos chegaram com a igualdade a uma bola ainda a dominar o placard e foi preciso esperar até à último jogada do encontro para assis-tir à festa da formação azul e branca. Quando a vitória parecia já uma mira-gem, Simbo Diakité surpreende tudo e todos na cobrança magistral de um livre directo e oferece os três pontos ao Futebol Clube do Porto. – M.C.

Liga de Elite FC Porto 2 – Lam Ieng, 1

Diakité tranquiliza dragões

Liga de Elite Benfica 3 – Lam Pak, 0

Águias cimentam terceiro lugar

representar a RAEM no torneio de futebol da edição de 2012 dos Jogos de Arafura, não conseguiu dar a melhor direcção a um livre-directo batido por Edgar e pouco depois foi Lei Kam Hong quem falhou o enquadramento com o último reduto adversário, ao cabecear ao lado da baliza do Lam Pak.

O antigo dianteiro do Ka I redimiu-se do falhanço no derra-

deiro minutos da primeira parte, ao responder com conta, peso e medida a um cruzamento largo do meio-campo encarnado, batendo de cabeça Tai Chou Tek na baliza da formação orientada por Chan Man Kin.

MAIS BENFICAO Benfica regressou ao balneário em vantagem e na segunda metade

voltou a assumir com uma vontade indómita o controlo da partida, ain-da que de um modo mais irregular. Sem criar grandes oportunidades de golo, o onze orientado por Rui Cardoso acabou por chegar ao segundo golo aos 63 minutos, na sequência de um pontapé de canto apontado no lado direito do ataque encarnado. Mais expedito que os defesas adversários, Fábio Silva

levou a melhor sobre os centrais do Lam Pak e bateu de cabeça Tai Chou Tek pela segunda vez, am-pliando a vantagem das águias do território para as duas bolas a zero.

Em desvantagem no placard, o Lam Pak tentou ainda relançar a discussão da partida e começou a rondar a área à guarda de Juan Castro com maior frequência. O onze azul e branco reclamou uma grande penalidade num lance em que Filipe Duarte terá alegada-mente travado um lance com a mão. Pouco depois, Ho Man Hou obrigou o guarda-redes do Benfica a uma boa defesa, num remate cru-zado à entrada da área do conjunto de matriz portuguesa.

Apear do susto, os encarnados dominaram com alguma tranqui-lidade as operações até ao final do tempo regulamentar e acabou por ver o resultado engordar mais ainda já em tempo de descontos, com Iuri a dar a melhor conclusão a um contra-ataque rápido conduzido pelo brasileiro Marquinho no lado esquerdo do ataque. Com o triunfo alcançado frente ao Lam Pak, o Benfica passa a somar 28 pontos e consolida a terceira posição no âmbito da edição de 2012 da Liga de Elite.

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16 cultura segunda-feira 7.5.2012www.hojemacau.com.mo

A companhia de Tom Dale marcou presença no FAM com a peça “I Infinite”, um solo de dança contemporânea que descola junto com o público, confundindo as fronteiras entre o digital e orgânico

Rita Marques [email protected]

PARA dar o salto para o infinito é necessária alguma preparação. Ou pelo menos assim acre-

dita Tom Dale, o coreógrafo que concebeu uma jornada cronológi-ca pelo mundo digital, cujo ob-jectivo máximo é “atingir aquilo que poderá ser a vida artificial”.

O público condensa-se no hall do Edifício do Antigo Tribunal Judicial, veste umas batinas e descalça os sapatos. Estas são as condições para dar entrada num mundo novo, no qual farão parte integrante, indicava ontem o criador da britânica “Tom Dale Company”. Uma nova dimensão algo etérea começava então a tomar forma, onde a robótica e os movimentos da natureza se fundem. “Quero mostrar como é que o mundo digital se ensina so-bre a natureza humana, a partir da contemplação do infinito” e esta dimensão alcança-se unicamente através de inspiração digital - pro-jectores de luz, imagens 3D e sons electrónicos ou instrumentais.

“AN evening with George Benson” é o nome do

serão que convida todos os interessados a conhecer este músico multi-galardoado, no dia 25 de Maio, pelas 21h no Venetian Theatre. Benson já conta com uma carreira de quase meio século, tendo gra-vado mais de 30 álbuns, que lhe valeram dez Grammys e um NEA Jazz Masters Fellowship.

Reconhecido pelas suas performances com a guitarra, foi inclusivamente apelidado de “Guitar Man”, tendo actua-do com Santana no conhecido êxito “Breezin”, que lhe valeu em 1976 o Grammy de Best Pop Instrumental Performance. O álbum com o mesmo nome valeu-lhe a entrada para a tabela Billboard 200 e a tripla platina.

Quase a concluir os 70, George Benson começou a carreira enquanto guitarrista de jazz aos 21 anos. O último álbum, lançado em 2009, celebra “Songs and Stories”, afirmando-o mais uma vez como músico multifacetado e contador de histórias, numa compilação de músicas escritas por alguns dos compositores mais James Taylor, Smokey Robinson, Lamont Dozier, Donny Hathaway. Alguns fo-ram escritos especificamente para esta nova gravação, enquanto outros foram esco-lhidos a dedo por Benson de acordo com aquela que diz ser a sua capacidade de trans-mitir verdades simples mas universais sobre a experiência humana.

Apesar de ter começado nos trilhos do jazz, Benson junta outros estilos como pop e canto R&B. Em 2006, foi galardoado com o Grammy de “Best Traditional R&B Vocal Performance” por “God Bless the Child”, com actuação de All Jarreau e Jill Scott, e com o de “Best Pop Instrumental Performance” por “Mornin”.

O artista vai passar pelo “The Venetian Carnival”, o evento anual de três dias, preenchido com música internacional e outros entre-tenimentos ao lado da lago, junto da Campanile Tower. Os bilhetes ficam à venda hoje nas várias bilheteiras do Sands China, e custam entre 400 a 800 patacas. - R.M.R.

UM total de 55 obras de Pablo Picasso

vão ser exibidas no Hong Kong Heritage Museum a partir de 19 de Maio, naquela que será a maior exposição do artista es-panhol na região vizinha.

As obras, que ficarão patentes ao público até 22 de Julho, fazem parte da coleção do Museu Na-cional Picasso, de Paris, e atravessam as várias fases carreira do pintor - Azul, Rosa, Primitiva e Cubista - até aos períodos neoclás-sico e expressionista.

Entre as 55 obras avaliadas em 6,7 mil mi-lhões de patacas estão os quadros “Retrato de Dora Maar”, amante e musa do

Bailado de Tom Dale marcou presença no Festival de Artes de Macau 2012

Um pé de dança no infinito

Vencedor de dez Grammys vem ao Venetian

George Benson em Macau55 obras de Picasso em Hong Kong

Comemorar a RAEKpintor, e “Mulher nua em poltrona vermelha”.

A mostra inclui ainda uma série de fotografias e documentários às quais a organização antecipa uma elevada adesão tendo por isso decidido estender o

horário de abertura ao pú-blico e introduzir sessões de visionamento de duas a três horas com capacidade para até 1500 visitantes por sessão.

Promovida pelo con-sulado francês em Hong Kong e Macau e pelo Governo local, a expo-sição está integrada nos eventos que assinalam o 15.º aniversário do esta-belecimento da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEK), na sequência da trans-ferência do exercício de soberania do Reino Unido para a China, e o 20.º aniversário do festival de artes francês “Le French May”.

O mundo atrás das cortinas é de Maria Olga Palliani, ou da personagem a que dá corpo, “que está algures entre o robô e o ser humano e que anseia saber como o mundo funciona, como as coisas mexem”, conta.

PERCEBER A GRAVIDADEO público é introduzido no habitat da personagem. Apesar das indicações terem sido dadas no sentido de percorrer a sala e torná-la sua, os espectadores circundam-na e sentam-se com os olhos voltados para a bailarina, para os seus movimentos e para as criaturas - eléctricas ou ani-malescas - a que dá alma através das sombras nas paredes brancas. “É o mundo dela e nós estamos a ambientarmo-nos a ele, sentindo a inspiração que ela obtém dos elementos visuais projectados”, conta Dale.

De repente surge nova etapa, o centro é da personagem e da rede projectada debaixo dos seus pés, que junto com os seus movimen-tos - que jogam com a sensação de equilíbrio - criam uma visão óptica, onde a gravidade é suposto ser entendida. “O espaço branco desaparece em blocos para um mundo de fantasia e dá lugar ao preto, as sombras deixam de existir.” E assim entra a terceira etapa: esculturas de luz que se emergem, sob uma criação digital

de “luz sólida” tridimensional, onde Palliani - ou o seu “perso-nagem irreal” - pode ser o que o público quiser, segundo os seus movimentos. Chamam-lhe “re-nascimento”, “morte”, “monstro marinho”, “sereia das trevas” ou até “a luz ao fundo do túnel”, sob o conceito religioso de caminhar para a luz.

Pelo meio, já o público des-pontava no mesmo espaço e tornava-o seu, e como que por magia ou instinto - sem qual-quer indicação - se posiciona nos sítios certos, para alcançar a melhor perspectiva - em massa ou singularmente - pairando no infinito inatingível, que por diversas tentativas tentam que seja palpável. “Movem-se gen-tilmente, mudam de posição de forma suave, o que se integra na perfeição, porque é precisamente o que procuro neste conceito de interacção com o público”, refere Tom Dale, que começou sozinho a dar corpo a esta peça, a partir de movimentos e técnicas que mexem com a gravidade.

“I Infinite” foi apresentado, pela primeira vez, no Verão de 2011 no Festival de Edimburgo, de lá chegou até ao Festival de Artes de Macau (FAM) tendo esgotado, nos três dias de exibi-ção - sexta, sábado e domingo -, a grande sala do Edifício do Antigo Tribunal Judicial.

Page 17: Hoje Macau 7 MAI 2012 #2604

17futilidadessegunda-feira 7.5.2012 www.hojemacau.com.mo

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

SALA 1LOCKOUT [C]Um filme de: James Mather, Stephen St. LegerCom: Guy Pearce, Maggie Grace14.30, 16.30, 19.30, 21.30

[Tele]visão

Aqui há gato

Sudoku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Fruto do abacateiro. Nome de mulher. 2-O m. q. balar. Diz-se da batalha entre navios. 3-Folhas de certas palmeiras em que se escrevia. Prurido. 4-Botequim. Balsa da lagarada. 5-Indivíduo de grande valor e notoriedade. Unguento preparado com a parte mucilaginosa da raiz de alteia. 6-Discurso laudatório. Nome de homem. 7-Inclinado (o navio). Deus-Sol, no antigo Egipto. 8-Isola como em ilha (Fig.). Transita. 9-Causara a morte. Contemplam. 10-Suprimi, anulei. Insígnia eclesiástica que os bispos, arcebispos e cardeais poem na cabeça. 11-Multidão. Caçar com o furão.

VERTICAIS: 1-Superfície côncava. Oceano. 2-Projécteis. Contrariedade, ravia (Interj.). 3-Que serve de asa. Lentura. 4-Partícula empregada nos nomes geográficos, e que significa para cá ou aquém. Relativo ao dorso. 5-Postura. Emissão de urinas azuladas. 6-Para (Red.). Anda! 7-Enganada (Fig.). Serra do Algarve. 8-Vento do Sul, suão. Dirigir-se para cá. 9-Adverti. Proibição, recusa. 10-Flutuai. Puxara com o rodo. 11-Para o lado de onde sopra o vento (Náut.). Prender com açaime.

HORIZONTAIS: 1-ABACATE. ANA. 2-BALIR. NAVAL. 3-OLAS. PRUIDO. 4-BAR. CROSSA. 5-AS. DIALTEIA. 6-D. LOA. ARI. Ç. 7-ADERNADO. RA. 8-INSULA. VAI. 9-MATARA. VEEM. 10-ABOLI. MITRA. 11-ROR. AFUROAR.VERTICAIS: 1-ABOBADA. MAR. 2-BALAS. DIABO. 3-ALAR. LENTOR. 4-CIS. DORSAL. 5-AR. CIANURIA. 6-T. PRA. ALA. F. 7-ENROLADA. MU. 8-AUSTRO. VIR. 9-AVISEI. VETO. 10-NADAI. RAERA. 11-ALO. AÇAIMAR.

CRESCINO HOJE MACAUDeitado. Estou deitado numa das mesas da redacção. Observo à minha volta. Amiúde me passa pela cabecinha pensamentos vários de situações várias. Não é que estou a crescer! Cresço como nunca cresci. Não em tamanho, mas em razão. Sou mais eu porque me deram a possibilidade de ser um gato de um jornal, e em especial do Hoje Macau.

Continuo deitado. Preguiço-me um pouco, mas atento. Contemplo a escrita atenta dos meus amigos redactores. Como cresci desde que aqui estou. Foi a melhor coisa que me aconteceu, ter sido resgatado à rua por esta gente de grande coração. Terem-me dado a oportunidade de escrever esta coluna foi como uma cereja no topo de um bolo. Hummm, que delícia.

Como teria sido a minha vida se tivesse continuado na rua? Estaria bem? Teria morrido? Já me custa não ter cauda, por me ter sido amputada ainda bebé. Mas, por vezes, penso como seria a minha vida se não houvesse Hoje Macau. A minha gratidão vai para além daquilo que todos, no jornal, possam imaginar. Hoje dedico este espaço aos jornalistas que me fazem companhia todos os dias.E faço-o de consciência tranquila, de um dever cumprido e do obrigado que terei sempre para com eles. O resto passará por mim e com o jornal cresci. Hoje sou maior, enorme, hercúleo.

Sou gato para dizer: Hoje Macau, sempre!

Pu Yi

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SALA 2THE AVENGERS [3D] [B]Um filme de: Joss WhedonCom: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo14.15, 16.45, 19.15, 21.45

SALA 310+10 [B](Falado em mandarim, legendado em chinês e inglês)14.30, 19.30

DARK FLIGHT [3D] [C](Falado em thai e inglês, legendado em chinês)Um filme de: Isara NadeeCom: Macha Wattanapanich, Peter Knight14.30, 16.30, 19.30, 21.30

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LUÍSA SOBRAL • The Cherry on my Cake Voz, guitarra, papel e caneta. «The Cherry on my Cake» é o primeiro disco assinado em nome próprio de uma via-gem musical que começou logo aos 12 anos. Dos Beatles a Billie Holiday, de Ella Fitzerald a Chet Baker, de Re-gina Spektor a Bjork, todos cabem no universo de Luísa Sobral. A cantora estudou na Berklee College of Music, em Boston (EUA), e durante a estadia de 4 anos naquela cidade foi nomeada para «Best Jazz Song», no Malibu Music Awards (2008); «Best Jazz Artist» no Hollywood Music Awards; «International Songwirting Competition» (2007) e ainda «The John Lennon Songwriting Competi-tion» (2008).

PANDA VAI À ESCOLA • O Musical – ao vivo Um dos personagens mais famosos e queridos pelas crianças está de volta com o DVD “Panda Vai à Escola, O Musical – ao vivo”, um espectáculo onde não faltam temas como “Laranjas e Bananas”, “Olha o Piolho” ou “O Jogo das Cores” e muitos outros sucessos. No espectáculo participa a turminha do Panda, composta por um elenco de jovens cantores, actores e bailarinos que contagiam com a sua alegria, energia e boa disposição, a que aliam uma grande interacção com o público, sempre com o objectivo de ensinar, a brincar.

LOCKOUT

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18 opinião segunda-feira 7.5.2012www.hojemacau.com.mo

curva apertadaChico Moore

J U R I S T A

OS Estados Unidos abundam exemplos positivos e negativos sobre qualquer assunto. Um permanente choque de liberdades de expressão, onde os mais con-servadores e os mais permissivos

lutam pelos seus pontos de vista. Nas leis, tal comportamento também se manifesta, surgindo bizarrias a toda a hora. Alguns casos, porém, não passam de intenções, prevalecendo o bom senso. Como aconte-ceu há uns tempos, quando um advogado chamado Roy Den Hollander, célebre pela sua cruzada contra o feminismo, quis que as ladies nights fossem proibidas, por serem discriminatórias contra os homens.

Hollander argumentara que os homens pagarem mais pelas bebidas constituía ma-téria inconstitucional. Os clubes nocturnos defenderam-se explicando que facilitar a entrada às senhoras e oferecer-lhes descontos nas bebidas beneficia os homens - permite--lhes frequentar um ambiente com mais mulheres.

O juiz que avaliou o processo, em Nova Iorque, disse que não havia qualquer discri-minação e mandou Hollander dar uma volta.

Lembrei-me desta história porque acho a igualdade um valor abominável. Basta olhar à volta para saber que a última coisa que quero é ter a mínima parecença com quem me rodeia. O feminismo também deve ser abominado, como fonte de ruína

O princípio do caosda sociedade ocidental, a par do extre-mismo religioso e a escassez de casinos lucrativos.

Louvar a diferença entre homens e mu-lheres, sublinhe-se, não é cair no fundamen-talismo. Quem prefere vê-las trocar as calças de cintura descaída pelas burkas? Só meia dúzia de eunucos invejosos, vociferando ressabiados com a felicidade alheia.

Manter a diferença serve para salvar a comunidade. Quando começaram os casa-mentos feitos de frustração e ressentimento? As famílias de costas voltadas? A intriga no local de trabalho? O consumismo desenfrea-do? Em suma, quando começou o caos? Pois, no dia em que elas saíram de casa, ansiosas por serem “iguais” aos homens.

Nos tempo idos da harmonia, as mulheres realizavam-se no lar. Uma meiazita cosida aqui, um colarinho passado a ferro ali, um Bacalhau à Zé do Pipo acolá. Tudo regado com o amor único de esposa fidelíssima.

Os maridos agradeciam a devoção na mesma moeda - acossados pela deforma-ção inata do gene poligâmico, recorriam a paliativos externos para não aborrecerem as amadas com as dores da sua doença. No regresso ao lar, beijavam-nas na testa, cansados e respeitosos, antes de dormirem agarradinhos a elas, no sono da verdadeira paixão.

Este passado idílico ainda pode voltar. Com a vantagem, agora, de surgir na forma

Nmelhorada: quando saem para as compras, elas podem dar largas à sensualidade, desfi-lando pelos passeios com o corpo tonificado e as roupas provocantes. A novel esposa rapou o buço, perdeu o saiote, soltou o cabelo. O homem continua igual. O que se celebra, já que nada havia a melhorar.

As feministas têm outro defeito agudo: a incoerência. Querem a igualdade, mas ressalvam sempre que prezam o cavalheiris-mo. Saídas à noite sem o cônjuge? Igualdade. Mudar um pneu? Cavalheirismo. Fumar charuto? Igualdade. Enxotar uma aranha? Cavalheirismo. Ir beber um copo ao fim do dia com os colegas? Igualdade. Mudar a fralda ao sogro incontinente? Cavalheirismo.

Quanto à guerra contra a ladies nights, é uma patetice. Elas podem pregar pela igualdade, mas nós devemos salientar as diferenças. E, no caso citado, até damos um toque de modernidade, admitindo vê--las em manadas salivantes num ambiente nocturno-decadente.

Embora todos saibamos o que real-mente significam as ladies nights para as mulheres: a desculpa que precisam para se embebedar e acordar pela manhã entre Boris, o acrobático ex-ginasta russo, e Dendém, o encorpado guarda-costas angolano. O resto são as hipocrisias cos-tumeiras. “Como é que vim aqui parar, seus abusadores? Ouviram? Acordem, acordem, não vão abusar mais?”

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edi tor ia lCarlos Morais José

19opiniãosegunda-feira 7.5.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Nuno G. Pereira; Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Cada vez que uma instituição muda de chefia surge sempre nos espíritos mais crentes a ideia de que algo poderá melhorar. Hélas, a realidade rapidamente se encarrega, na maior parte dos casos, de confirmar o diktat de Lam-pedusa: “muda-se alguma coisa para que tudo fique na mesma”. Em relação às mudanças do IPOR, consideramos que o importante não é tanto a pessoa que o dirige mas as possibilida-des e os objectivos determinados. Existe em Macau, desde a transferência de soberania uma daquelas situações que prima pela lógica do absurdo: quando questionado sobre a ausência de acção cultural, o Consulado afirma que tal é responsabilidade do IPOR; quando se interroga o IPOR este responde que tem como principal e quase exclusiva obrigação ser uma escola de língua portuguesa.

A presença da cultura portuguesa na RAEM reveste-se de contornos mais importantes do que poderá parecer à primeira vista. Para além de dotar a comunidade portuguesa de uma âncora, de uma plataforma de excelência na comunicação, a cultura portuguesa é, tal como a língua, parte integrante da própria cultura de Macau

Pode ser que seja desta...Onde ficamos? Em lado nenhum, num

espaço vazio que não dignifica o Estado português, na medida em que depois de uma presença de 450 anos simplesmente se es-quece de patrocinar a sua cultura em Macau.

Ora a presença da cultura portuguesa na RAEM reveste-se de contornos mais impor-tantes do que poderá parecer à primeira vista. Para além de dotar a comunidade portuguesa de uma âncora, de uma plataforma de exce-lência na comunicação, a cultura portuguesa é, tal como a língua, parte integrante da própria cultura de Macau. Não perceber isto e não aprofundar as ligações é errado. Para além disso, através de ambientes cul-turais, seria fácil aos nossos representantes criar mais oportunidades de convívio com toda a população de Macau, mesmo a que

chegou há pouco tempo do outro lado das Portas do Cerco.

Não sei as autoridades portuguesas já repararam mas continua a ser a comunidade portuguesa que mantém Macau na rota da contemporaneidade, que resiste a determi-nados absurdos, ao mau gosto, à delapidação do património, ao seu não-uso e ao seu uso indevido. São igualmente valores em tensão, importados de Ocidente, que constituem uma das mais-valias das expressões artísticas locais.

Apesar de não acreditar em milagres, agora que se vai dar outra mudança no IPOR, surge uma vez mais um pequeno espaço para a imaginação se libertar e desejarmos uma vez mais que esta instituição assuma inte-gralmente uma das funções para que nasceu.

Pode ser que seja desta...

ANÚNCIO(N.º do processo: 69/CDH-DAG/2011)

VimosporestavianotificaroSr.SiLeongSineaSrª.SiChengKap,proprietáriosdafracçãoJdo6.ºandardoBlocoIdosJardinsdoMardoSul,nousodascompetênciasdelegadasnon.º13doDespachon.º09/IH/2012,publicadonoBoletimOficialdaRAEM,n.º13,IISérie,de28deMarçode2012,enostermosdon.º2doartigo72.ºdoCódigodoProcedimentoAdministrativo,aprovadopeloDecreto-Lein.º57/99/M,de11deOutubro,doseguinte:

ConformeasaveriguaçõesfeitasporesteInstituto,verificou-sequefoiconstruídoumarmárionotectodocorredorcomumpeloSr.SiLeongSinepelaSrª.SiChengKap,proprietáriosdafracçãoJdo6.ºandardoBlocoIdosJardinsdoMardoSul,peloqueesteactoconstituiumainfracção,nostermosdaalíneac)don.º2doartigo16.ºdoDecreto-Lein.º41/95/M,de21deAgosto,“Não depositar nem manter nas zonas comuns objectos de sua pertença”.Sobreofactodainfracção,osproprietáriosdevemapresentar,porescrito,assuascontestaçõesetodasasprovastestemunhais,materiais,documentaisouasdemaisprovasquelhesejamfavoráveis,noprazodedezdias,acontardadatadepublicaçãodopresenteanúncio,noprazodedezdias,acontardadatadepublicaçãodopresenteanúncio,nostermosdon.º1doartigo19.ºdomesmodecreto-lei.

Senãoapresentaremascontestaçõesnoprazoindicado,ouasexplicaçõesdasmesmasnãoforemadmitidasporesteInstituto,deacordocomoartigo19.ºdodecreto-leisupracitadorelativoaoprocessodeaplicaçãodasmultas,aspessoasacimareferidasestarãosujeitasàaplicaçãodamultadequinhentaspatacas(MOP500),nostermosdaalíneab)don.º1doartigo18.º.

Casonecessitemdeconsultarorespectivoprocesso,poderãodirigir-seaoInstitutodeHabitação,sitonaTravessaNortedoPatane,n.º102,IlhaVerde,Macau,duranteashorasdeexpediente,econtactaraSrª.Wong(telefonen.º28594875,extensãon.º739).

PeloPresidente,

IamLeiLengChefedaDivisãodeAssuntosJurídicos

2de5de2012

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segunda-feira 7.5.2012www.hojemacau.com.mo

car toonpor Steff

CHEGADA

Metro Obras começam no Jockey ClubComeça hoje a ser construída a estação do Metro Ligeiro que vai passar junto ao Jockey Club, e que está inserida no primeiro segmento na Taipa, que inclui a construção da via férrea e de quatro estações. De acordo com Ho Cheong Kei, coordenador-adjunto do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT), a obra deverá levar um pouco mais de tempo do que o habitual. “Como se trata da construção de uma estação, vai levar relativamente mais tempo para estar concluída. Segundo os nossos planos, deverá levar entre 39 a 40 semanas.” Como consequência, haverá uma redução de 120 lugares de estacionamento no local, mas os condutores poderão optar por deixar o seu automóvel no parque do Jardim Central, na Taipa. À medida que o projecto for avançando, os condutores irão deparar-se com mais entraves. “Quando as obras do metro começarem a chegar à cidade, vai haver estradas a fechar gradualmente”, avisou Ho Cheong Kei.

Macau Mais 10%de turistas O número de turistas em Macau deve aumentar este ano pelo menos 10 por cento, em relação aos 28 milhões contabilizados em 2011. As previsões são de Costa Antunes, director dos Serviços de Turismo antevendo, no entanto, que o número de turistas oriundos da Europa deve abrandar, devido à crise no Velho Continente. Costa Antunes anunciou que o número de quartos de hotel deverá aumentar para 50 mil nos próximos cinco anos e justificou a necessidade de quartos adicionais, sobretudo aos fins-de-semana. A taxa de ocupação média em Macau ronda os 85 por cento.

Medicamento retirado por excesso de crómioOs Serviços de Saúde de Macau (SSM) procederam à retirada de um medicamento do mercado por excesso de crómio. O medicamento chama-se “Sai Mei An Jiaonang” e foi produzido em Quanzhou, na província de Fujian, no continente, pela empresa “Yatai Pharmaceutical”. Em comunicado, os SSM afirmam que, depois das análises efectuadas, “a quantidade total de crómio existente nas cápsulas ultrapassa o padrão estabelecido”, tendo sido enviado um aviso de recolha a farmácias, drogarias e empresas de importação e exportação. Para além da notificação feita à Administração Nacional de Alimentos e Medicamentos da China, os SSM continuam a efectuar “regularmente” testes de laboratório às amostras de medicamentos, estando garantida a comunicação com médicos e farmacêuticos, por forma a responder a eventuais casos clínicos ocorridos por ingestão das cápsulas em questão.

USJ Novo campus custará o dobroO padre Peter Stilwell, novo reitor da Universidade de São José (USJ), comentou o atraso nas obras do novo ‘campus’ na Ilha Verde, cuja primeira pedra foi lançada no fim de 2009 e deveria estar concluído em 2011. “A meta temporal seria tão depressa quanto possível”, disse, ao constatar que se tem deslocado anualmente a Macau e que todos os anos há um novo casino. “Se constroem assim tão depressa os casinos não vejo por que não construir uma escola rapidamente também”. A obra será adjudicada até finais de julho e terá, segundo dados revelados ao jornal Business Daily, um custo de entre 500 a 600 milhões de patacas, o dobro do orçamento inicial.

China Revista de Estudos Portugueses está ‘online’O primeiro número da revista “Portu-nês” - uma publicação online de Estudos Portugueses na China - saiu neste fim-de-semana, num momento especialmente auspicioso. “Começámos no sábado, que é o Dia da Lusofonia, e, como estamos na China, fizemos questão de lançar a revista às cinco da manhã. Começámos portanto no dia 5 do 5, às 5 horas”, disse a professora Cristina Água-Mel, coordenadora da edição. O nome, “Portu-nês”, tambem é singular: “A ideia é ligar as duas línguas”, explicou aquela professora da Universidade de Negócios e Economia Internacionais de Pequim (UIBE), uma das cinco universidades da capital chinesa com licenciaturas em português. A revista apoia-se no website do mesmo nome - http://portunes-online.com.

Seul Quatro bancos suspensos seis mesesA Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul (FSC, na sigla em inglês) suspendeu ontem as operações de quatro bancos de poupança por um período de seis meses por não cumprirem rácios de capital recomendados, informou a agência Yonhap. A comissão penalizou o Solomon Savings Bank, Mirae Savings Bank, Korea Savings Bank e o Hanju Savings Bank, naquela que constitui a segunda decisão do tipo na Coreia do Sul desde que em Setembro de 2011, o organismo paralisou as operações de sete bancos pelas suas elevadas dívidas e falta de capital. A polícia informou, por seu turno, que o director executivo do Mirae Savings Bank, Kim Chan-kyong, foi detido na passada quinta-feira quando tentava abandonar o país rumo à China, estando agora a ser investigado pela suspeita de crimes financeiros, segundo indicou a agência Yonhap.

O presidente do Insti-tuto Politécnico de Macau (IPM), Lei Heong Iok, recebeu

o doutoramento “honoris causa” da Universidade de Lisboa (UL), em cerimónia presidida pelo reitor da instituição e que contou com a presença do ministro da Educação, Nuno Crato.

Como primeiro orador da sessão, que decorreu na Rei-toria da Universidade, o reitor António Sampaio da Nóvoa falou do encontro de culturas, há cinco séculos, entre Portugal e a China e da vinda a Lisboa,

Presidente de Instituto Politécnico agraciado em Lisboa

“A língua portuguesa é a minha pátria de eleição”

no ano lectivo 1982-83, de Lei Heong Iok, para um curso de Língua e Cultura Portuguesa, um momento de aprofundamento de anteriores conhecimentos do académico.

No plano pessoal, Nóvoa referiu que conhece Lei “apenas há alguns anos, mas o suficiente para este merecer a admiração” que lhe dedica, e destacou “com apreço” a iniciativa da Faculdade de Letras de propor a atribuição deste doutoramento ao presiden-te do IPM.

Por seu turno, o director da Faculdade de Letras de Lisboa,

António Feijó, referiu-se ao importante contributo de Lei para a expansão da língua e cultura portuguesas na China, onde, segundo disse, existem 16 universidades com departamen-tos de português, em tendência ainda crescente.

Depois de receber as insíg-nias de doutor “honoris causa”, Lei Heong Iok agradeceu a honra conferida pela academia portuguesa de o considerar “um dos seus” e lembrou os nomes dos diversos professores que “o fizeram nascer para o co-nhecimento da língua e cultura portuguesas”, nomeadamente Malaca Casteleiro, David Mou-rão Ferreira e, ainda em Macau, Júlio Pereira Dinis.

Numa intervenção com muito sentimento, Lei referiu a tradução que fez para chinês do livro “Crónica dos Bons Ma-landros”, de Mário Zambujal, a que juntou referências a nomes ímpares da literatura portuguesa, como Camões, Miguel Torga, Fernando Pessoa e José Sara-mago. “Sou chinês de alma e coração e a língua portuguesa é a minha pátria de eleição”, sintetizou Lei Heong Iok, que também abordou no seu discurso os problemas que os professores enfrentam na actualidade e de-fendeu a necessidade de resolver os conflitos pelo diálogo, em prol do humanismo e da paz.