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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica Impacto da antibioticoterapia materna intraparto sobre as populações de Bifidobacterium spp. em diferentes fases do leite humano Julia de Melo Iaucci Trabalho de Conclusão do Curso de Farmácia-Bioquímica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Orientador(a): Prof. Dra. Susana Marta Isay Saad Colaboradora: doutoranda Marina Padilha (bolsista FAPESP) São Paulo 2017

Impacto da antibioticoterapia materna intraparto …...INTRODUÇÃO: O leite humano consiste em uma importante fonte de micro-organismos para a colonização intestinal do recém-nascido

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Page 1: Impacto da antibioticoterapia materna intraparto …...INTRODUÇÃO: O leite humano consiste em uma importante fonte de micro-organismos para a colonização intestinal do recém-nascido

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica

Impacto da antibioticoterapia materna intraparto sobre as populações

de Bifidobacterium spp. em diferentes fases do leite humano

Julia de Melo Iaucci

Trabalho de Conclusão do Curso de

Farmácia-Bioquímica da Faculdade de

Ciências Farmacêuticas da Universidade de

São Paulo.

Orientador(a):

Prof. Dra. Susana Marta Isay Saad

Colaboradora: doutoranda Marina Padilha

(bolsista FAPESP)

São Paulo

2017

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SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS .................................................................................... 1

RESUMO ....................................................................................................... 2

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 3

1.1 Antibioticoterapia materna intraparto (ATI) ..................................................... 3

1.2 A interação entre micro-organismos e o ser humano e o processo de colonização do

recém-nascido. ............................................................................................ 5

1.3 A importância do gênero Bifidobacterium na saúde do recém-nascido e o papel do leite

materno no processo de colonização intestinal. ..................................................... 7

2. OBJETIVO ................................................................................................ 10

3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................. 10

3.1 Delineamento do estudo e coleta de leite humano ........................................... 10

3.2 Características clínicas maternas e do recém-nascido. ...................................... 11

3.3 Extração de DNA a partir do leite humano. .................................................... 12

3.4 Quantificação de Bifidobacterium spp e bactérias totais. ................................... 13

3.5 Análises dos resultados ............................................................................ 14

4. RESULTADOS ............................................................................................. 14

5. DISCUSSÃO ............................................................................................... 20

6. CONCLUSÕES ............................................................................................ 23

7. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 24

8. ANEXOS ................................................................................................... 32

8.1 ANEXO 1 ............................................................................................. 32

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LISTA DE ABREVIATURAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ATI Antibioticoterapia materna intraparto

CATI Com antibioticoterapia materna intraparto

CDC Centro de Controle e Prevenção de Doenças

HU Hospital Universitário

IMC Índice de Massa Corporal

OLH Oligossacarídeos presentes no leite humano

qPCR quantitative Polymerase Chain Reaction

SATI Sem antibioticoterapia materna intraparto

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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RESUMO IAUCCI, J.M. Impacto da antibioticoterapia materna intraparto sobre as populações de Bifidobacterium spp. em diferentes fases do leite humano. 2017. no. 29. Trabalho de Conclusão de Curso de Farmácia-Bioquímica – Faculdade de Ciências Farmacêuticas – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

Palavras-chave: Antibioticoterapia intraparto; Bifidobacterium; Leite humano.

INTRODUÇÃO: O leite humano consiste em uma importante fonte de micro-organismos para a colonização intestinal do recém-nascido. Embora a antibioticoterapia materna durante o parto vaginal seja uma importante profilaxia na sepse neonatal, é necessário elucidar seu impacto sobre a microbiota do leite humano, especialmente sobre o gênero Bifidobacterium, o qual tem sido associado a efeitos benéficos à saúde. OBJETIVOS: Investigar o impacto da antibioticoterapia materna intraparto (ATI) nas quantidades de Bifidobacterium spp. presente no leite humano na primeira semana (curto prazo) e no primeiro mês (médio prazo) após o parto, por meio da técnica de PCR em tempo real (qPCR). Paralelamente, foram quantificadas bactérias totais, com a finalidade de monitorar a carga bacteriana do leite materno nos dias analisados. MATERIAIS E MÉTODOS: Amostras de leite humano foram coletadas a partir de 55 lactantes atendidas no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, aos 7 ± 3 dias após o parto e, posteriormente, aos 30 ± 4 dias após o parto. As amostras coletadas foram aliquotadas e armazenadas a -80 ºC para posterior extração de DNA. A amplificação do DNA bacteriano foi realizada, utilizando-se primers e probes selecionados da literatura. As análises de quantificação de Bifidobacterium spp. e de bactérias totais foram conduzidas por qPCR. RESULTADOS: Dentre as participantes do estudo, 34 não receberam ATI (Grupo SATI) e 21 receberam ATI (Grupo CATI). Foram observadas menores quantidades de Bifidobacterium no grupo CATI, na primeira semana após o parto [medianas = 2,1 (1,7 – 2,3) vs 2,4 (2,1 – 2,8) log de células equivalentes/mL de leite humano, para os grupos CATI e SATI, respectivamente; p = 0,01)], embora as quantidades de bactérias totais não tenham apresentado diferenças estatísticas [medianas = 5,0 (4,5 – 5,7) vs 5,0 (4,5 – 5,4) log de células equivalentes/mL de leite humano, para os grupos CATI e SATI, respectivamente; p = 0,69]. Observou-se uma redução nas quantidades de bactérias totais em ambos os grupos entre 7 ± 3 e 30 ± 4 dias após o parto e não foram observadas diferenças entre os grupos aos 30 ± 4 dias [medianas = 4,7 (4,5 – 5,0) vs 4,6 (4,2 – 5,0) log de células equivalentes/mL de leite humano, para os grupos CATI e SATI, respectivamente; p = 0,71]. Aos 30 ± 4 dias após o parto, não foram observadas diferenças nas quantidades de Bifidobacterium entre os grupos [medianas = 2,5 (2,1 – 2,7) vs 2,2 (1,9 – 2,3) log de células equivalentes/mL de leite humano, para os grupos CATI e SATI, respectivamente; p = 0,50]. No entanto, houve um aumento nas quantidades de Bifidobacterium entre os dias 7 ± 3 [mediana = 2,1 (1,7 – 2,3) log de células equivalentes/mL] e 30 ± 4 [2,5 (2,1 – 2,7) log de células equivalentes/mL] dias após o parto (p = 0,03) no grupo CATI. CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo sugerem que ATI apresenta influência significativa sobre as quantidades de Bifidobacterium na primeira semana após o parto. Porém, estas quantidades tendem a se recuperar, ao longo do primeiro mês após o parto, alcançando quantidades similares às encontradas no grupo SATI aos 30 ± 4 dias.

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Antibioticoterapia materna intraparto (ATI) A utilização materna de antibióticos durante o parto vaginal consiste em uma prática

profilática mundialmente disseminada, com a finalidade de prevenção da infecção

neonatal pelo Streptococcus agalactiae ou Estreptococo grupo B (EGB), através da

transmissão vertical durante o parto.

A espécie Streptococcus agalactiae é Gram-positiva, usualmente encontrada no trato

gastrointestinal e genito-urinário (BERARDI et al., 2013) e estima-se que entre 10 e 30%

das gestantes são colonizadas por EGB (CDC, 2010). Apesar de ser comumente

identificada como parte da comunidade microbiana comensal de indivíduos adultos, na

década de 70 a espécie foi identificada como a principal causa de morbidade e

mortalidade neonatal causada por infecções (VERANI; SCHRAG, 2010; PINTYE et al.,

2015).

A infecção neonatal por EGB é responsável por doenças como osteomielite,

pneumonia e meningite, sendo que as manifestações mais frequentes ocorrem nos

primeiros 7 dias de vida (início precoce), ou podem ocorrer entre o 7º e 89º dia (início

tardio), embora menos frequente (BERARDI et al., 2013).

Dentre as estratégias para a prevenção da doença perinatal pelo EGB, até o

momento, a antibioticoterapia parece ser a prática mais eficiente para a erradicação do

estado de portadora em gestantes colonizadas e deve ser feita durante o trabalho de

parto. Estudos mostram que a administração de antibióticos durante o pré-natal não foi

eficiente em prevenir a infecção neonatal. Grande parte das gestantes que receberam o

tratamento apresentavam-se re-colonizadas no momento do parto (CDC, 2010).

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and

Prevention, CDC, 2010) e a Sociedade Brasileira de Pediatria baseiam-se em duas

abordagens para identificar a indicação para a profilaxia com antibióticos intraparto: a

abordagem baseada no risco ou a triagem baseada em cultura.

Os critérios para a abordagem baseada no risco consistem na presença de qualquer

um dos seguintes critérios: parto com menos de 37 semanas de gestação; temperatura

corporal igual ou superior a 38 ºC no momento do parto ou ruptura de membranas por

tempo igual ou superior a 18 horas. Para a triagem baseada em cultura, são indicações

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para a ATI quando há resultado positivo para a colonização vaginal ou retal de EGB,

realizada entre 35 e 37 semanas de gestação.

Além das abordagens mencionadas, a ATI é indicada para mulheres com bacteriúria

por EGB em qualquer momento da gestação atual ou para mulheres que tiveram recém-

nascido anterior com doença invasiva por EGB.

Conceitualmente, a quimioprofilaxia intraparto é a administração de antibiótico logo

após o início do trabalho de parto ou ruptura das membranas, sendo necessárias pelo

menos duas doses de antibióticos com intervalo de 4 horas antes da resolução do parto

para que uma menor percentagem de recém-nascidos esteja colonizada pelo EGB ao

nascimento (CDC, 2010).

A profilaxia com antibióticos intraparto consiste na recomendação do uso de penicilina

(5.000.000 U inicialmente e, posteriormente, 2.500.000 U a cada 4 horas até o

nascimento), preferencialmente, ou ampicilina (2g inicialmente e, posteriormente, 1g a

cada 4 horas até o nascimento). Recomenda-se a penicilina G como o antibiótico de

escolha, porque este tem espectro estreito e provavelmente leva à menor resistência

antimicrobiana. Em caso de alergia à penicilina, sem risco de anafilaxia, recomenda-se o

uso de cefazolina 2 g inicialmente, seguidas de 1g a cada 8 horas até o parto. Em casos

de risco de anafilaxia, indica-se a clindamicina 900 mg a cada 8 horas, eritromicina 500

g a cada 6 horas até o nascimento ou a vancomicina, em casos mais raros em que o

EGB for resistente aos antibióticos citados (CDC, 2010).

Embora a prática mencionada seja uma importante estratégia na redução do risco de

sepse neonatal, é necessário elucidar seus efeitos no que se refere à microbiota do corpo

humano, ou seja, a comunidade de micro-organismos que estão naturalmente presentes

no corpo humano.

Diversos estudos têm evidenciado o impacto de antibióticos sobre a microbiota do

corpo humano. Nesse sentido, BRANDT et al. (2012) observaram uma redução de

bactérias anaeróbicas e Escherichia e um aumento de Klebsiella em recém-nascido que

recebeu antibiótico por 10 dias, em comparação com o grupo de recém-nascidos que não

receberam o tratamento. Interessantemente, Aloisio et al. (2014) observaram diferenças significativas entre a

microbiota intestinal de bebês de mulheres que receberam ATI, quando comparada à de

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bebês de mulheres que não receberem ATI, embora o antibiótico tenha sido administrado

na gestante em trabalho de parto,

Ainda que estudos tenham mostrado que a comunidade de micro-organismos

aparentemente se re-estabeleça após a utilização de antibióticos, e possível que algumas

alterações sejam permanentes, com possíveis repercussões na saúde (TANAKA et al.,

2009; AZAD et al., 2015). Tais estudos destacam a importância de pesquisas acerca dos

efeitos a curto, médio e longo prazo, principalmente nos primeiros dias de vida em que

se desenvolve o processo de colonização microbiana.

1.2 A interação entre micro-organismos e o ser humano e o processo de colonização do recém-nascido.

Desde tempos remotos, as bactérias têm sido consideradas agentes patogênicos,

causadores de doenças ao hospedeiro. No entanto, nas últimas décadas, estudos tem

evidenciado complexas interações entre bactérias e o ser humano, dentre as quais,

funções importantes relacionadas à saúde humana têm sido atribuídas a algumas

bactérias e metabólitos bacterianos (RAUTAVA, 2016).

Estima-se que exista uma comunidade de micro-organismos composta por 1014

células bacterianas no corpo humano, número que supera em dez vezes o número de

células humanas (JIA et al., 2008).

A microbiota do corpo humano apresenta funções específicas, dentre as quais

destacam-se o metabolismo de nutrientes, produção de vitaminas, produção de ácidos

graxos de cadeia curta, participação no desenvolvimento do sistema imunológico do

hospedeiro e, mais recentemente, tem-se sugerido que alguns compostos produzidos

pela microbiota intestinal apresentem funções sistêmicas, atuando no eixo entero-

cerebral. Tais funções variam de acordo com o habitat de residência dos micro-

organismos no corpo humano e de acordo com a composição de micro-organismos

(CONLON; BIRD, 2014).

Nesse sentido, diversos fatores contribuem para as variações na composição da

microbiota humana, dentre os quais incluem-se fatores intrínsecos, como o sítio de

residência (pele, cavidade oral, intestino, etc.), características genéticas, sistema

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imunológico do hospedeiro, idade, e fatores extrínsecos, como o ambiente, tipo de dieta

e uso de medicamentos (CABRERA-RUBIO et al. 2012).

A maior concentração de micro-organismos no corpo humano reside no intestino

grosso. Além de apresentar elevada concentração de nutrientes, o pH do lúmen intestinal

é próximo a 7, o que favorece a permanência de micro-organismos (FALLINGBORG,

1999).

O processo de colonização por micro-organismos no intestino tem sido sugerido por

alguns autores iniciar-se antes mesmo do nascimento, através do contato com micro-

organismos na placenta, durante o desenvolvimento intrauterino. As evidências baseiam-

se na identificação de micro-organismos no cordão umbilical (JIMENEZ et al., 2005),

mecônio (JIMENEZ et al., 2008; GOSALBES et al., 2013) e líquido amniótico

(BEARFIELD, 2002; RAUTAVA et al., 2012), mesmo sem a ocorrência de infecção

durante a gestação.

Embora os mecanismos pelos quais os micro-organismos alcancem a cavidade

uterina e a placenta estejam elucidados, acredita-se que decorram de células dendríticas

capazes de captar bactérias no lúmen intestinal e transportá-las pelo sistema circulatório,

alcançando diversas partes do corpo humano, enquanto migram para órgãos linfoides.

Outra hipótese consiste na transferência de micro-organismos da cavidade bucal para a

corrente sanguínea via infecções periodontais. As hipóteses têm sido sugeridas, uma vez

que foram observadas similaridades entre a microbiota da placenta e da cavidade bucal

e intestinal (FUNKHOUSER; BORDENSTEIN, 2011; RAUTAVA, 2016).

No entanto, o processo de colonização intestinal do recém-nascido parece ser

principalmente influenciado pelo tipo de nascimento (parto normal vs cesárea) e o tipo de

alimentação (MARQUES et al., 2010) nos primeiros dias de vida e continua a

desenvolver-se ao longo dos primeiros anos.

O estudo de Dominguez-Bello et al. (2010) sugere que durante o parto normal os

micro-organismos do trato genito-urinário e intestinal materno entram em contato com o

bebê, no momento da sua passagem pelo canal vaginal, uma vez que ao analisar a

microbiota da pele do recém-nascido e da mucosa oral do bebê nascido de parto normal,

estas compartilham gêneros bacterianos identificados na microbiota vaginal e intestinal

materna. Por outro lado, a microbiota identificada na pele e na mucosa oral de recém-

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nascidos de parto cesárea apresenta maior similaridade micro-organismos da pele da

mãe.

A influência do tipo de parto na microbiota intestinal e, consequentemente, na saúde

do recém-nascido, tem associado o parto cesárea com um maior risco de desenvolver

rinite alérgica, asma (RENZ-POLSTER et al., 2005), doença celíaca (DECKER et al.,

2010), diabetes tipo 1 (CARDWELL et al., 2008) e doença inflamatória intestinal (BAGER

et al., 2012). De acordo com os autores, a maior taxa de doenças imunomediadas em

crianças nascidas de parto cesárea pode indicar que os micro-organismos vaginais e

fecais transferidos durante o parto (vaginal) pela mãe são únicos em sua capacidade de

promover a maturação do sistema imune no recém-nascido.

Do mesmo modo, o tipo de alimentação apresenta relevante influência no processo

de colonização intestinal. Diversos estudos identificaram diferenças significativas entre a

microbiota de fezes de recém-nascidos alimentados exclusivamente por leite materno ou

alimentados exclusivamente por fórmulas infantis (MARQUES et al., 2010).

Paralelamente, a microbiota intestinal nos primeiros meses de vida tem sido associada

ao risco de desenvolvimento de doenças crônicas, tais como Diabetes melittus (HU;

WONG; WEN, 2017) e obesidade (KAPPLAN; WALKER, 2012).

Portanto, a colonização intestinal que se inicia logo após o nascimento apresenta uma

grande importância, uma vez que os primeiros dias e semanas de vida representam uma

janela crucial na formação e desenvolvimento do trato gastrintestinal e sistema

imunológico, bem como da microbiota do adulto (HOUGHTELING; WALKER, 2015;

RAUTAVA, 2016). Nesse sentido, além das repercussões imediatas, o perfil da

microbiota formado na infância parece estar associado a repercussões na vida adulta

(PENDERS et al., 2007; KAPPLAN; WALKER, 2012; GENSOLLEN et al., 2016).

1.3 A importância do gênero Bifidobacterium na saúde do recém-nascido e o

papel do leite materno no processo de colonização intestinal. Dentre as bactérias identificadas na microbiota intestinal de lactentes, o gênero

Bifidobacterium consiste em um dos mais importantes e tem sido amplamente

contemplado pela literatura científica, por estar relacionado a diversos efeitos benéficos

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à saúde e a redução do risco de doenças (BISGAARD et al., 2011; RINGEL-KULKA et

al., 2013).

As principais funções associadas ao gênero Bifidobacterium no intestino incluem a

produção de ácidos graxos de cadeia curta, os quais estão relacionados à potencial

proteção contra patógenos, redução de diarreia, maior absorção de nutrientes e estímulo

do sistema imunológico (MORO et al., 2006; LAVANDA et al., 2011; WHELAN, 2013).

De acordo com Rutayisire et al. (2016), os gêneros Bifidobacterium e Bacteroides

parecem ser significativamente mais frequentes em lactentes nascidos por parto vaginal,

comparados com cesárea, os quais apresentam maiores proporções dos gêneros

Clostridium e Lactobacillus.

Além disso, diversos estudos observaram que lactentes que receberam aleitamento

materno exclusivo apresentam tendência a uma microbiota mais benéfica, com

predominância de grupos de Bifidobacterium e Lactobacillus e menores populações de

Bacteroides, Clostridium difficile, Clostridium coccoides, Staphylococcus,

Enterobacteriaceae e Escherichia coli (HARMSEN et al., 2000; PENDERS et al., 2007;

SOLÍS et al., 2010). Por outro lado, lactentes alimentados exclusivamente por fórmula

infantil apresentaram maior frequência de E. coli, C. difficile, Bacteroides e Lactobacillus

em fezes (PENDERS et al., 2007; MARQUES et al., 2010).

Nesse sentido, os principais fatores relacionados às maiores proporções de

Bifidobacterium na microbiota intestinal de lactentes alimentados exclusivamente por leite

materno deve-se a presença de oligossacarídeos do leite humano, que atuam como

substrato para obtenção de energia para estes micro-organismos, além da própria

presença de Bifidobacterium no leite (MUSILOVA et al., 2017).

Os oligossacarídeos compreendem o terceiro maior composto sólido do leite humano,

presentes em mais de 200 diferentes estruturas, as quais podem diferir em tamanho,

carga e quantidade (GRABARICS et al., 2017). A sialilação e fucosilação nas posições

terminais da molécula conferem aos oligossacarídeos do leite a propriedade de ser

acessível somente às bactérias que possuem as enzimas necessárias (glicosil

hidrolases) para hidrolisar e utilizar os monossacarídeos.

Sela e Mills (2010) identificaram que Bifidobacterium infantis e Bifidobacterium

bifidum, duas espécies tipicamente presentes na microbiota intestinal de recém-nascidos

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em aleitamento materno, apresentam maiores concentrações na presença de

oligossacarídeos do leite humano, comparados com Bifidobacterium breve e

Bifidobacterium longum. Além disso, Marcobal et al. (2010) relataram que cepas de

Bifidobacterium longum subsp. infantis, Bacteroides fragilis e Bacteroides vulgatus foram

capazes de metabolizar oligossacarídeos do leite humano com elevada eficiência,

enquanto que Enterococcus, Streptococcus, Veilonella, Eubacterium, Clostridium e

Escherichia coli apresentaram menor ou nenhuma capacidade de utilização destes

oligossacarídeos. Tais resultados sugerem que oligossacarídeos do leite humano podem

promover o crescimento seletivo de espécies, influenciando o processo de colonização

intestinal.

Além dos oligossacarídeos, diversos estudos identificaram a presença de micro-

organismos no leite humano, os quais representam um inóculo contínuo para o lactente.

Dentre os micro-organismos frequentemente identificados no leite humano estão os

gêneros Streptococcus, Lactobacillus, Staphylococcus, Enterococcus, Propionibacterium

e Bifidobacterium (FITZSTEVENS et al., 2017). Entretanto, diferenças metodológicas

entre os estudos para a identificação de micro-organismos resultam em diferentes

padrões de microbiota do leite humano (FITZSTEVENS et al., 2017).

Em termos de espécies de Bifidobacterium já isoladas de leite humano, incluem-se B.

breve, B. adolescentis, B. bifidum, B. longum e B. dentium (MARTÍN et al. 2007, 2009;

MARQUES et al., 2010). A partir da técnica de PCR quantitativo, COLLADO et al. (2009)

identificaram quantidades de Bifidobacterium entre 102 e 104 genoma equivalente/ mL de

leite.

Nesse sentido, a relevância de Bifidobacterium encontrados no leite humano pode ser

mensurada ao estimar que a ingestão pelo lactente de aproximadamente 500 mL de leite

materno por dia, nos primeiros meses após o nascimento, resultaria no consumo de 104

a 106 unidades do micro-organismo.

Diversos fatores parecem influenciar a composição de micro-organismos do leite

humano, o que poderia, indiretamente, influenciar na composição da microbiota intestinal

do lactente em aleitamento materno. A idade gestacional, o tipo de parto, o Índice de

Massa Corporal (IMC) pré-gestacional, as fases do leite (colostro, leite de transição e leite

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maduro) e a dieta materna (CABRERA-RUBIO et al.; 2012, WILLIAMS et al., 2017) estão

entre os fatores já descritos na literatura.

Adicionalmente, um estudo prévio sugeriu que a ATI poderia influenciar na

composição de Bifidobacterium e Lactobacillus do leite humano, uma vez que a

frequência de isolamento destes micro-organismos em meio de cultura foi menor em

amostras de mulheres que receberam ATI (SOTO et al., 2014).

No entanto, ao que parece, o presente estudo é o primeiro a avaliar o efeito da ATI

sobre as quantidades do gênero Bibifobacterium presentes no leite materno ao longo do

primeiro mês após o parto, por técnicas moleculares de quantificação, o que corrobora

para a relevância do presente estudo.

2. OBJETIVO Investigar o impacto da antibioticoterapia materna intraparto (ATI) nas quantidades

de Bifidobacterium spp. presente no leite humano na primeira semana (curto prazo) e no

primeiro mês (médio prazo) após o parto, por meio da técnica de PCR em tempo real

(qPCR). Paralelamente, foram quantificadas bactérias totais, com a finalidade de

monitorar a carga bacteriana do leite materno nos dias analisados.

3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Delineamento do estudo e coleta de leite humano O presente estudo está vinculado ao estudo “Impacto da dieta materna e da

intervenção com fruto-oligossacarídeo sobre a microbiota do leite humano”, coordenado

pela professora Susana Marta Isay Saad e conduzido pela doutoranda Marina Padilha,

que tem como objetivo avaliar se a alimentação da mãe pode apresentar efeitos na

composição de micro-organismos presentes no leite materno.

Foram incluídas 55 puérperas atendidas no Hospital Universitário (HU) da

Universidade de São Paulo, na cidade de São Paulo - SP - Brasil. A realização da

pesquisa foi aprovada pelos Comitês de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências

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Farmacêuticas e do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (CAAE:

27247614.6.0000.0067; ANEXO 1).

Os critérios de inclusão foram: mulheres saudáveis, com idade entre 19 e 35 anos,

com ganho de peso adequado durante a gestação, que tiveram parto normal e a termo

(entre 37 e 42 semanas de gestação), com recém-nascidos de peso adequado para idade

gestacional ao nascimento, sem intercorrências maternas ou do recém-nascido durante

a gravidez, parto e lactação, em prática de aleitamento materno, ter concordado em

participar do estudo e assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Foram critérios de exclusão: apresentar doenças de base como diabetes,

cardiopatias, nefropatias, imunodeficiências, doenças inflamatórias, doenças genéticas

ou hipertensão arterial, ter apresentado diabetes gestacional, eclâmpsia ou pré-

eclâmpsia, durante o período de gestação, apresentar inflamação das glândulas

mamárias (mastite), ser usuária de drogas ilícitas ou qualquer outro tipo de tóxico-

dependência, ter utilizado antibióticos no último trimestre de gestação ou ter

utilizado/estar em uso de antibióticos após o parto.

As participantes foram categorizadas em dois grupos: grupo que recebeu

antibioticoterapia intraparto (CATI) e grupo que não recebeu antibioticoterapia intraparto

(SATI).

As amostras de leite humano foram coletadas aos 7 ± 3 dias após o parto e,

posteriormente, aos 30 ± 4 dias após o parto, de acordo com as metodologias descritas

por MARTÍN et al. (2009) e JOST et al. (2013). Para essa finalidade, aproximadamente 5

ml de leite foram coletados manualmente em tubos estéreis, com o auxílio de luvas

estéreis. Para minimizar a contaminação da amostra com os micro-organismos

residentes da pele, mamilos e aréola foram previamente higienizados com clorexidina

1%. O primeiro fluxo de leite foi desprezado.

Os tubos contendo as amostras foram aliquotados e armazenados a -80ºC para

posterior extração de DNA.

3.2 Características clínicas maternas e do recém-nascido. Informações sobre histórico das participantes, como o histórico de doenças, uso de

fármacos, assim como idade gestacional no parto, tipo de parto, uso de anestesia no

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parto, dados antropométricos maternos (peso e altura), ganho de peso na gestação,

prática do aleitamento materno foram obtidas por meio de questionário estruturado ou

em registros de prontuário médico.

Os critérios do Institute of Medicine (INSTITUTE OF MEDICINE, 2009) foram

utilizados para a avaliação da adequação de ganho de peso gestacional.

Informação e dados antropométricos do lactente, como peso e comprimento ao

nascer, foram obtidos do cartão da criança ou questionados à mãe. Para avaliação da

adequação de peso para idade gestacional ao nascer foi utilizada a curva de

ALEXANDER et al. (1996) e foi considerado adequado para idade gestacional peso ao

nascer entre os percentis 10 e 90 da curva.

3.3 Extração de DNA a partir do leite humano. As extrações de DNA foram realizadas utilizando-se QIAamp DNA Mini kit® (QIAGEN,

Hilden, Alemanha), conforme o protocolo sugerido pelo fabricante para bactérias Gram-

positivas, com adaptações necessárias para otimizar a lise celular. Para esta finalidade,

amostras de 1,5 mL de leite foram centrifugadas a 15700 x g, a 4 ºC, por 15 minutos. O

sobrenadante foi descartado e, com o auxílio de hastes de algodão estéreis (SWAB), foi

removida a gordura da parede do tubo. Em seguida, foi adicionado 1 mL de solução

tampão (pH 7,5) Tris-EDTA (TE) a cada amostra, seguido de centrifugação a 15700 x g,

a 4 ºC, por 15 minutos.

O pellet celular foi ressuspendido em 200 µl de tampão de lise enzimático contendo

20 mg/ml de Lisozima [1 M de Tris-HCl (pH 7,5) 0,5 M de EDTA (pH 8,0), 20% de

sacarose], e incubado a 37 °C, por 1 hora. Foram adicionados 25 µl de proteinase K e

200 µl de tampão (AL), seguido de homogeneização em vórtex. A suspensão foi incubada

a 56 °C, por 30 minutos e 95 °C, por 15 minutos. Foram adicionados 500 µl de etanol

(100%) e a suspensão foi carregada na coluna de purificação, fornecida pelo kit de

extração de DNA utilizado.

Em seguida, a suspensão foi centrifugada a 6000 x g por 1 min. O DNA ligado na

membrana foi lavado em 2 passos de centrifugação com dois tampões de lavagem (AW1

e AW2). O DNA retido na coluna foi eluído em 200 µl de tampão de eluição (AE). A

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13

qualidade e concentração do DNA extraído foi verificada usando o Nanodrop ND-2000®

(ThermoFisher Scientific, Waltham, MA, USA).

3.4 Quantificação de Bifidobacterium spp e bactérias totais. Para as análises de quantificação de Bifidobacterium spp., foi empregada a técnica

de PCR em tempo real (qPCR), utilizando Taqman (ThermoFisher Scientific). A

amplificação do DNA bacteriano foi realizada, utilizando-se primers e probes gênero-

específico (para Bifidobacterium spp.) ou universais (para bactérias totais), selecionados

da literatura científica (FURET et al., 2009). A sequência dos primers e probes utilizados

estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Lista de primers e probes utilizados para quantificação de Bifidobacterium spp. e bactérias

totais (FURET et al., 2009).

Primers e probes Sequência (5´- 3´)

Bifidobacterium spp.

F_Bifid 09c CGG GTG AGT AAT GCG TGA CC

R_Bifid 06 TGA TAG GAC GCG ACC CCA

P_Bifid 6FAM-CTC CTG GAA ACG GGT G

Bactérias totais

F_Bact 1369 CGG TGA ATA CGT TCC CGG

R_Prok1492 TAC GGC TAC CTT GTT ACG ACT T

P_TM1389F 6FAM-CTT GTA CAC ACC GCC CGT C

Para cada reação, foram adicionados 12,5 µL de TaqMan® Universal PCR 2X Master

Mix (ThermoFisher Scientific), primers e sondas nas concentrações de 200 nM e 250 nM,

respectivamente, além de 5 µL de DNA da amostra, sem diluição prévia. A fim de

melhorar a eficiência da reação, utilizou-se Albumina Sérica Bovina (BSA, ThermoFisher

Scientific) em concentração 0,1 μg/μl em todas as reações. Foi adicionada água

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suficiente para 25 µL em cada reação. As condições para as reações foram 1 ciclo de 95

ºC por 10 minutos, seguido de 40 ciclos de 95 ºC por 30 segundos e 60 ºC por 1 minuto.

Os coeficientes de eficiência das reações, calculados como 10(-1/slope) -1, foram entre

98 e 102% e os coeficientes de correlação R2 obtidos para a curva padrão estiveram

entre 0,98 e 0,99. Controles negativos foram incluídos em todas as corridas de PCR.

Todas as reações de amplificação foram realizadas em triplicata.

Para a quantificação, utilizou-se o método de quantificação absoluta, com curva

padrão de 5 pontos (105 – 101, para Bifidobacterium spp. ou 105 – 101 para bactérias

totais), elaborada a partir de quantidades conhecidas de DNA genômico de cultura pura

de Bifidobacterium longum BB-46 (Christian Hansen, Hoersholm, Dinamarca) ou

Escherichia coli ATCC 8739. Para a determinação das quantidades o Ct (do inglês Cycle

Threshold) obtido de cada amostra foi comparado aos Ct obtidos na curva padrão, para

obtenção do número de cópias do gene 16S RNAr nas amostras. O limite mínimo de

detecção da técnica de qPCR foi de 1,4 log células equivalentes/mL de leite humano.

Quantidades inferiores foram consideradas não detectadas.

3.5 Análises dos resultados Os dados foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk, a fim de verificar os

pressupostos de normalidade. Para a análise das características clínicas das

participantes, foram utilizados os testes de Mann Whitney para variáveis contínuas e Qui-

quadrado para variáveis categóricas. Para a quantidade de micro-organismos entre os

grupos, utilizou-se o teste t ou teste de Mann-Whitney, para amostras independentes, de

acordo com a distribuição dos dados. Para a análise entre os dias avaliados, utilizou-se

o teste de Wilcoxon para amostras pareadas. O nível de confiança utilizado nas análises

foi de 95%. O programa RStudio versão 3.3.2 (Boston, MA, EUA) foi utilizado para as

análises mencionadas.

4. RESULTADOS

Participaram do presente estudo 55 lactantes, das quais 34 não receberam ATI

(grupo SATI) e 21 receberam ATI (grupo CATI). As coletas das amostras foram realizadas

aos 7 ± 3 e aos 30 ± 4 dias após o parto. As variações entre os dias de coleta decorreram

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da disponibilidade das participantes em comparecer ao local onde seria realizada a coleta

(HU/USP).

No grupo CATI, 17 receberam cefazolina, 3 participantes receberam penicilina e 1

recebeu clindamicina como antibiótico intraparto. As características clínicas das

participantes estão descritas na Tabela 2, de acordo com os grupos.

Tabela 2: Características clínicas da população estudada, de acordo com os grupos.

Variáveis CATI SATI valor de

p (n = 21) (n = 34) Idade (anos) 27 (23 - 28) 24,5 (21 - 28) 0,4445 Idade gestacional (semanas) 39 (38 - 39) 39 (39 - 40) 0,2376 Antibiótico durante o parto Clindamicina 1 (4,8) - Cefazolina 17 (80,9) - Penicilina 3 (14,3) - IMC pré-gestacional (kg/m2) 23,0 (20,7 – 25,2) 23,9 (21,7 – 25,4) 0,6244 Ganho de peso durante a gestação (kg) 11,1 ( 8,3 – 13,0) 10,8 (8,2 – 13,3) 0,9854 Anestesia Não 12 (57,1) 25 (73,5) 0,1900 Sim Boqueio de pudendo 1 (4,8) 1 (2,9) Peridural 2 (9,5) 2 (5,9) Raquidiana 6 (28,6) 6 (17,6) Gênero do bebê Masculino 12 (57.1) 19 (55,9) 0,5085 Feminino 9 (42.9) 15 (44,1) Peso do bebê ao nascer (g) 3130 (2835 – 3365) 3282,5 ( 3092,5 – 3445) 0,1631 Comprimento do bebê ao nascer (cm) 49 (48 – 49) 49.5 (48 – 50) 0,2814

Peso do bebê aos 7 ± 3 dias após o parto 3045 (2788,75 – 3585) 3420 (3063,75 – 3700) 0,092

Alimentação do bebê aos 7 ± 3 dias após o parto

Aleitamento materno exclusivo 21 (100) 34 (100) 1,000

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Aleitamento materno + fórmula infantil* 0 0

Peso do bebê aos 30 ± 4 dias após o parto 4265 (3920 – 4480) 4465 (4010 – 4796,25) 0,1145 Alimentação do bebê aos 30 ± 4 dias após o parto

Aleitamento materno exclusivo 17 (80,9) 29 (85,3) 0,5137 Aleitamento materno + fórmula

infantil* 4 (19,1) 5 (14,7)

Dados apresentados em mediana (intervalo interquartil) ou número (frequência em %). Os valores de p foram calculados para comparar os grupos do estudo, utilizando o teste de Mann Whitney para variáveis contínuas e Qui-quadrado para variáveis categóricas. IMC: Índice de Massa Corporal (kg/m2) CATI: grupo de participantes que receberam antibioticoterapia intraparto. SATI: grupo de participantes que não receberam antibioticoterapia intraparto. * Frequência da fórmula infantil foi menor ou igual a 3x/dia

Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas para as

características clínicas avaliadas entre os grupos CATI e SATI (p > 0,05).

Menores quantidades de Bifidobacterium foram observadas no grupo CATI, na

primeira semana após o parto [medianas = 2,1 (1,7 – 2,3) vs 2,4 (2,1 – 2,8) log de células

equivalentes/mL de leite humano, para os grupos CATI e SATI, respectivamente; p =

0,01)] (Figura 1), embora as quantidades de bactérias totais não tenham apresentado

diferenças estatísticas [medianas = 5,0 (4,5 – 5,7) vs 5,0 (4,5 – 5,4) log de células

equivalentes/mL de leite humano, para os grupos CATI e SATI, respectivamente; p =

0,69] (Figura 2). Além disso, foi observada uma grande variabilidade na quantidade de

Bifidobacterium entre as amostras de leite humano, sendo os intervalos entre o menor e

o maior valor foram de 1.5 a 4.4 log de células equivalentes/mL de leite humano no grupo

SATI e de “não detectado” a 3.4 log de células equivalentes/mL de leite humano no grupo

CATI aos 7 ± 3 dias após o parto. A frequência de amostras com valores inferiores ao

limite de detecção (não detectado) foi de 4 amostras no grupo CATI e 0 no grupo SATI

para este mesmo período.

Aos 30 ± 4 dias após o parto, não foram observadas diferenças nas quantidades de

Bifidobacterium entre os grupos [medianas = 2,5 (2,1 – 2,7) vs 2,2 (1,9 – 2,3) log de

células equivalentes/mL de leite humano, para os grupos CATI e SATI, respectivamente;

p = 0,50]. No entanto, observou-se um aumento nas quantidades de Bifidobacterium entre

os dias 7 ± 3 [mediana = 2,1 (1,7 – 2,3) log de células equivalentes/mL] e 30 ± 4 [2,5 (2,1

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– 2,7) log de células equivalentes/mL] dias após o parto (p = 0,03) somente no grupo

CATI (Figura 1).

Não foram observadas diferenças entre os dois grupos nas quantidades de bactérias

totais aos 30 ± 4 dias (p = 0,71). No entanto, observou-se uma redução nas quantidades

de bactérias totais em ambos os grupos entre os dias 7 ± 3 e 30 ± 4 após o parto. A

mediana das quantidades foram de 5,0 (4,5 – 5,7) para 4,7 (4,5 – 5,0) log de células

equivalentes/mL de leite humano no grupo CATI e de 5,0 (4,5 – 5,4) para 4,6 (4,2 – 5,0)

log de células equivalentes/mL de leite humano no grupo SATI (Figura 2).

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Figura 1. Box plot da distribuição dos valores obtidos para as quantidades de

Bifidobacterium spp. em amostras de leite humano coletadas entre 7 ± 3 dias (1ª semana)

e entre 30 ± 4 dias (1º mês) após o parto, de lactantes que receberam (CATI ) ou que

não receberam (SATI ) antibioticoterapia intraparto. Os valores de mediana estão

indicados dentro de cada box plot. O box estende-se do 25º ao 75º percentil e os whiskers

indicam os valores mínimo e máximo obtidos. * Indicam diferenças significativas entre os grupos para cada dia (análises por teste t ou Mann Whitney, de

acordo com a distribuição dos dados) ou diferenças significativas entre os dias para cada grupo (análises

por teste de Wilcoxon para amostras pareadas).

SATI (n = 34)

CATI (n=21)

/

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Figura 2. Box plot da distribuição dos valores obtidos para as quantidades de bactérias

totais em amostras de leite humano coletadas entre 7 ± 3 dias (1ª semana) e entre 30 ±

4 dias (1º mês) após o parto, de lactantes que receberam (CATI ) ou que não

receberam (SATI ) antibioticoterapia intraparto. Os valores de mediana estão

indicados dentro de cada box plot. O box estende-se do 25º ao 75º percentil e os whiskers

indicam os valores mínimo e máximo obtidos. * Indicam diferenças significativas entre os grupos para cada dia (análises por teste t ou Mann Whitney, de

acordo com a distribuição dos dados) ou diferenças significativas entre os dias para cada grupo (análises

por teste de Wilcoxon para amostras pareadas).

SATI (n = 34)

CATI (n=21)

/

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5. DISCUSSÃO Ainda que a antibioticoterapia materna intraparto tenha se mostrado uma importante

estratégia na redução do risco de sepse neonatal, nos últimos anos, diversos estudos

tem destacado o impacto da administração de antibióticos na microbiota do indivíduo,

principalmente na microbiota intestinal (BRANDT et al., 2012; GILLINGS et al., 2015;

VANGAY et al., 2015). Entretanto, poucos abordaram o impacto da antibioticoterapia

materna intraparto sobre a microbiota do leite humano. Considerando a importância do

leite humano no processo de colonização intestinal, particularmente como um recurso

contínuo de bactérias potencialmente probióticas para o intestino do lactente, torna-se

essencial o estudo dos fatores que poderiam influenciar a composição bacteriana do leite

humano.

O presente estudo investigou como a utilização profilática de antibióticos intraparto

poderia influenciar a quantidade de Bifidobacterium spp. presente no leite humano em

dois períodos distintos, a curto prazo (7 ± 3 dias) e a médio prazo (30 ± 4 dias) após o

parto. Paralelamente, foram quantificadas bactérias totais, com a finalidade de monitorar

a carga bacteriana do leite materno nos dias analisados.

Em geral, as quantidades de bactérias totais entre 4 e 5 log células equivalentes/mL

de leite humano foram inferiores às quantidades relatadas em estudos prévios, com cerca

de 6 log células equivalentes/mL de leite humano (CABRERA-RUBIO et al.,2012; BOIX-

AMOROS et al. 2016).

Similarmente, as quantidades de Bifidobacterium spp. identificadas nas amostras de

leite humano do presente estudo, com medianas entre 2,1 (dia 7) a 2,5 (dia 30) log células

equivalentes/mL no grupo CATI e 2,4 (dia 7) – 2,2 (dia 30) log células equivalentes/mL

no grupo SATI foram inferiores aos encontrados por estudos prévios. Embora não tenham

sido identificados os períodos em que foram realizadas as coletas das amostras, Collado

et al. (2009) observaram médias de 3,6 log células equivalentes/mL de leite humano,

enquanto que Cabrera-Rubio et al. (2012) observaram medianas superiores a 5 log

células equivalentes/mL em amostras de leite coletadas aos 2 e 30 dias após o parto.

De acordo com Gomez-Gallego et al. (2016), as diferenças em termos de quantidades

encontradas em amostras de leite humano entre os estudos podem decorrer de fatores

genéticos, ambientais e regionais.

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21

Como esperado, menores quantidades do gênero Bifidobacterium foram encontradas

no leite humano de mulheres que receberam ATI aos 7 ± 3 dias após o parto, quando

comparadas ao grupo que não recebeu ATI. Além disso, a frequência de amostras com

quantidades não detectadas foi maior no grupo CATI.

De fato, Soto et al. (2014) observaram que a utilização de antibioticoterapia durante

algum período da gestação, parto ou lactação poderiam reduzir significativamente a

frequência de amostras positivas para o gênero Bifidobacterium spp. no leite humano,

embora o estudo não informe o período em que foram coletadas as amostras para as

análises. Além disso, as amostras foram coletadas de uma população heterogênea que

apresentaram diferenças entre o tipo de parto, provenientes de áreas rural e urbana e

sem informações acerca da idade gestacional.

Interessantemente, o estudo de Aloisio et al. (2014), ao investigarem o impacto da

ATI (ampicilina) nas populações de Bifidobacterium em amostras de fezes de recém-

nascidos em aleitamento materno exclusivo, entre 6 e 7 dias de vida, observaram

reduções deste gênero microbiano em recém-nascidos de mulheres que receberam ATI

(7.3 vs 5.8 log células equivalentes/g de fezes). Ainda que o estudo de Aloisio et al. tenha

investigado o impacto da ATI sobre populações de micro-organismos no intestino do

recém-nascido, os resultados obtidos pelos autores alinhados ao observado no presente

estudo, uma vez que reduções de Bifidobacterium no leite humano poderiam reduzir as

quantidades de Bifidobacterium transferidas ao lactente. Por outro lado, o estudo não

observou influência da ATI sobre populações de Lactobacillus spp, Clostridium difficile e

Bacteroides fragilis, sugerindo que a ATI parece influenciar grupos bacterianos de formas

distintas.

Em termos da quantificação de bactérias totais, era igualmente esperado uma

redução nas populações de bactérias totais no grupo CATI, uma vez que a administração

de antibiótico sugere uma redução da carga bacteriana total no organismo. No entanto,

as quantidades de bactérias totais foram similares entre os grupos.

Ao que parece, é possível que a administração de ATI tenha proporcionado uma

modificação inicial na microbiota do leite humano, e aos 7 dias após o parto diferentes

populações bacterianas tenham se multiplicado, em detrimento de Bifidobacterium spp.

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Nesse sentido, estudos sugerem que o impacto do tratamento com antibióticos advém

das alterações na composição e da redução da diversidade microbiana intestinal

(JAKOBSSON et al., 2010; BRANDT et al., 2012; GILLINGS et al., 2015). Tais alterações

na microbiota intestinal são susceptíveis a persistir, mesmo em curtos períodos de

administração do antibiótico (JERNBERG et al., 2007).

Embora tenham sido observadas menores quantidades de Bifidobacterium no grupo

CATI na primeira semana após o parto, observou-se uma recuperação das quantidades

de Bifidobacterium aos 30 dias após o parto, alcançando valores similares ao grupo SATI.

Uma hipótese para a recuperação das quantidades de Bifidobacterium no grupo CATI

consiste na re-colonização do leite humano por Bifidobacterium provenientes do intestino

materno. Nesse sentido, as bactérias alcançariam a glândula mamária através de uma

via endógena, entero-mamária, envolvendo células dendríticas. Neste caso, dendritos

atravessariam o epitélio intestinal e capturariam bactérias comensais, diretamente do

lúmen intestinal materno (JEURINK et al., 2013). Uma vez dentro das células dendríticas,

as bactérias do intestino podem alcançar sítios distintos através do sistema circulatório,

a partir do tecido linfoide associado ao trato gastrintestinal (FERNANDÉZ et al., 2012).

Outra hipótese inclui a contribuição de oligossacarídeos presentes no leite humano

(OLH), uma vez que algumas espécies de Bifidobacterium são capazes de utilizar OLHs

como substrato para seu metabolismo, promovendo a sua multiplicação

(CHARBONNEAU et al. 2016)

Ainda que as quantidades de Bifidobacterium aos 30 dias após o parto tenham

alcançado valores similares ao grupo SATI, é possível que o perfil de Bifidobacterium

seja diferente. De acordo com Aloisio et al. (2014), análises sobre o perfil de

Bifidobacterium em amostras de fezes de recém-nascidos de mulheres que receberam

ATI evidenciaram uma menor diversidade, quando comparado ao grupo controle, sem

administração de ATI.

Em relação às quantidades de bactérias totais, observou-se uma redução

estatisticamente significativa ao longo do primeiro mês após o parto, independentemente

da utilização da ATI. Embora estudos prévios tenham identificado certa estabilidade na

quantidade de bactérias totais ao longo do primeiro mês após o parto (CABRERA-RUBIO

et al., 2012; BOIX-AMOROS et al., 2016), as menores quantidades de bactérias

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identificadas no presente estudo possivelmente derivam da maior produção de leite aos

30 dias, quando comparada à produção de leite aos 7 dias. Consequentemente, haveria

uma diluição da carga bacteriana naturalmente presente no leite humano.

6. CONCLUSÕES De acordo com os resultados obtidos no presente estudo, a ATI apresenta influência

significativa sobre as quantidades do gênero Bifidobacterium na primeira semana após o

parto. Ainda que as quantidades de Bifidobacterium tenham se recuperado aos 30 dias

após o parto, é essencial que estudos futuros investiguem o impacto da ATI sobre o perfil

de espécies de Bifidobacterium no leite humano, com a finalidade de monitorar se a

recuperação em termos de quantidade ocorre, igualmente, em termos de qualidade.

Além disso, os resultados obtidos destacam a importância de estudos clínicos de

suplementação com prebióticos/probióticos na dieta materna no período pré-natal ou pós-

natal imediato, a fim de investigar se a suplementação poderia reverter os efeitos da ATI

sobre a população de Bifidobacterium no leite humano na primeira semana após o parto.

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8. ANEXOS 8.1 ANEXO 1

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