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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 23 Domingo, 08.06.2014 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Jornal Batista nº 24-2014

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Leia nesta edição de nº 23 do seu OJB: Segundo domingo de Junho, Dia do Pastor Batista. Pastores que são homens destituídos por Deus como sua autoridade na face da terra, precisam da oração de suas ovelhas, para a grande batalha de proteger e guiar seu rebanho. Não somos perfeitos, somos homens falhos, mas com um grande desejo de acertar e ser exemplo.

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1o jornal batista – domingo, 08/06/14?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 23 Domingo, 08.06.2014R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

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E D I T O R I A L

O segundo domin-go de junho é o Dia do Pastor, ou melhor, é

o dia que em que dentre tantos outros separamos como batistas para celebrar gratidão a Deus por aqueles que aceitaram o chamado de Deus para o exercício do ministério pastoral. Nin-guém ingressa no ministério sem que tenha a sua vonta-de direcionada, trabalhada e persuadida para o mesmo. Este direcionamento da von-tade é fruto da chamada de Deus, o que é fator deci-sivo para o ministério da Palavra. Ninguém pode, como tentou Simão, Atos 8.18-19, comprar um dom espiritual. Deus chama e trabalha na vontade huma-

na, direcionando-a para o ministério.

Uma prova de gratidão é ter uma vida de fidelidade a Deus. A fidelidade ao cha-mado de Deus é uma prova de gratidão. Fidelidade é re-sultado de comprometimen-to com a missão. Escolhido para frutificar, conforme João 15.16 “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos esco-lhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda”. O pastor tem a responsabilidade de falar e agir em nome de Deus. Como crente em Jesus Cristo, seu testemunho de conversão impressiona a todos, pela sua tenacidade e autenticidade.

Como evangelista, sofrendo as aflições. Como mestre, exercitando o dom de ensinar a sã doutrina. Como admi-nistrador, exercitando sua liderança com os recursos hu-manos e materiais da igreja. Como cidadão, o ministério pastoral é uma obra de exce-lência e exige caráter cristão maduro e estável e uma bem ordenada vida pessoal.

Não há pastores perfei-tos, mas o pastor precisa ser alguém que persegue a perfeição, já que a obra do ministério da Palavra é uma obra excelente, que exige excelência. A Declaração Doutrinaria da Convenção Batista Brasileira diz no capi-tulo 11 sobre o ministério da Palavra: “Todos os crentes fo-ram chamados por Deus para

a salvação, para o serviço cristão, para testemunhar de Jesus Cristo e promover o seu reino, na medida dos talentos e dos dons concedidos pelo Espírito Santo. Entretanto, Deus escolhe, chama e sepa-ra certos homens, de manei-ra especial, para o serviço distinto, definido e singular do ministério da sua Palavra. O pregador da Palavra é um porta-voz de Deus entre os homens. Cabe-lhe missão semelhante àquela realizada pelos profetas do Velho Tes-tamento e pelos apóstolos do Novo Testamento, tendo o próprio Jesus como exemplo e padrão supremos”.

Graças te damos, ó Pai, porque tens levantando entre nós pastores segundo o teu coração.

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

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INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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bilhete de sorocabaJULIO OLIVEIRA SANCHES

Supermercados e hi-pe rme rcados s ão bons lugares para observar como estão

a educação infantil e a auto-ridade dos pais no processo educacional. Há casos em que dá vontade de acio-nar a polícia e o serviço de proteção aos animais para intervir. É comum vermos crianças chorando, berran-do, gritando, rolando no piso sujo e frio nos corre-dores entre as gôndolas. Pais desesperados, reféns de crianças com menos de quatro anos de idade. Avós intervindos para atender a vontade dos netos. Aliás, os avós modernos são péssimos quando o assunto é o con-trole das ações infantis. Avós não educam o que é dever dos pais. Mas, os atuais avós estão deseducando os netos.

Há que se proibir a inter-venção dos avós no processo educativo. A razão é simples, segundo afirmação que ouvi alhures. Somos a última gera-ção de filhos que respeitaram e obedeceram aos pais, e a primeira geração que vive sob o comando tirânico dos filhos. Os atuais pais obe-

Pr. Sylvio Macri,IB Central em OswaldoCruz, Rio - RJ

De vez em quando vejo um adesivo desses que são co-lados nos vidros

dos carros, com a seguinte expressão: “Família, projeto de Deus”. Não gosto muito dessa frase, por causa da palavra “projeto”, que passa um sentido de algo que está sendo experimentado, de um plano que pode falhar. Por isso, prefiro dizer que a família é criação de Deus, algo acabado e perfeito.

decem aos filhos. Quando a atual geração de filhos se extinguir, não haverá mais relacionamento entre pais e filhos e vice-versa. Retorna-remos à barbárie, se é que existiu barbárie.

Os pirralhos de hoje já nas-cem dando ordens. Mal saem ou são retirados do útero, apresentam uma lista de coi-sas e pessoas que detestam. Não gostam de claridade, do escuro, do leite materno, do berço e mais uma interminá-vel lista de sandices elabo-rada pelos pais. Alguns pais creem piamente nessas listas mitológicas e as executam a risca, tornando-se escravos dos filhos.

A moda agora, determinada pelos especialistas em educa-ção do atual governo, é que a criança seja deixada na creche o mais cedo possível. Chegará o dia em que as ma-ternidades serão instaladas dentro das creches. Assim, as mães não precisarão ser mães. Deixarão os filhos aos cuidados de terceiros e assim terão mais tempo para curtir os salões de beleza e os sho-ppings. A terceirização da educação dos filhos é uma

De fato, foi Deus quem criou a família. Temos a tendência muito humana de achar que nós é que temos o poder de constituir, ou não, a nossa família, mas a verdade é que não existe nenhuma família verdadeira que não tenha sido constituída pelo próprio Deus. Nada podemos fazer sem ele. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Sl 127.1).

Com a instituição da famí-lia, Deus não estava tentando fazer uma experiência com os seres humanos, um proje-to que poderia dar certo ou não. Este é outro grande erro

triste realidade na sociedade atual. Não admira a onda de violência que a todos ame-dronta.

Todos esses fatores obje-tivam eliminar a família do vocabulário humano. Com a erradicação da família e o Estado controlando o cida-dão, é fácil banalizar a vida. Maioridade penal é conceito vago. Não se discute. A res-ponsabilidade do individuo para com o semelhante e com o patrimônio público é relativo. A violência é criação do capitalismo selvagem, dizem, que não se comove com a desgraça do pobre. Embora os que o condenam são cada dia mais ricos. Os novos valores pululam em frase de efeitos. Repete-se a mentira e o tempo se encarre-ga de transformá-la em verda-de. Vivemos numa sociedade de mentira e mentirosa.

O título acima eu ouvi de um menino, creio que de uns quatro anos, num dos hipermercados da cidade. Os pais estavam compran-do. O menino pegou uma grande e colorida caixa de cereal. Colocou no carrinho de compras. Tais produtos

nosso: não podemos começar uma família contando com a possibilidade de dar errado. Pelo contrário, a Bíblia diz que a família é para a vida toda. Nada pode separar o que Deus ajuntou. Família é para dar certo. “Não separe o homem o que Deus juntou” (Mc 10.9).

A família é a fórmula per-feita para o desenvolvimento dos seres humanos, vistos como indivíduos ou vistos como coletividade. Isto se refere a um relacionamento heterossexual, que inclui não só o prazer sexual, como a responsabilidade pela pro-criação e pela preservação

são disponibilizados estrate-gicamente à altura dos olhos infantis. Despertam a atenção pelos desenhos coloridos. O produto pouco importa. Im-portante é a embalagem que torna a mercadoria vendável.

“Recoloque a caixa onde você a pegou”, disse a mãe ao menino. “Ainda temos muito em casa, explicou”. Aguardei o teatro de sempre. Tenho profunda admiração por pais que são domina-dos pelos filhos. O desejo é enviá-los à minha saudosa mãe para merecida correção. Fiquei pasmo! O menino obedeceu sem questionar. Devolveu a caixa à gôndola e emitiu a pérola: “Não vou comer o que está em casa”.

Confirmada mais uma vez a tendência má gerada pelo pecado. Nascemos ruins, crescemos ruins e com o pas-sar do tempo aprimoramos a maldade inoculada pelo pecado no coração humano. Cumprem-se as palavras de Paulo em Romanos 3.10: “Não há um justo, nem um sequer”. Neste nem um se-quer as crianças estão inclu-ídas. Por isso, precisam de pais sábios que as corrijam,

da espécie. Se Deus tivesse admitido a relação homosse-xual teria, antecipadamente, condenado a espécie huma-na à extinção, pois pessoas do mesmo sexo não pro-criam. “Homem e mulher os criou. Então os abençoou e lhes disse: Frutificai e multi-plicai-vos” (Gn 1.27b - 28a).

Não importa o bom ou mau uso que fazemos da criação de Deus, isso não anula a ver-dade de que ela é perfeita. O fato de famílias ao nosso lado já terem desmoronado ou es-tarem caminhando para isso não nos autoriza a concluir que o que Deus criou não

e as eduquem nos princípios bíblicos.

Desejei ver o final da ação materna e a reação do meni-no. Como criança esquece com facilidade, a nova caixa de cereal ficou no passado. Valeu a conduta materna. Firme, sem esbravejar, com palavras suaves, a mãe impôs ao pequeno a decisão certa.

Pais que gritam e esbrave-jam, prometem duros casti-gos quando chegar em casa, testificam que perderam há muito a batalha e a autori-dade. Os filhos sabem que gritos são comprovantes da ausência de autoridade e de comando. Nada acontece quando as ameaças servem apenas para dizer aos cir-cunstantes: “Quem manda aqui sou eu”. Na realidade todos sabem que no lar não há disciplina. Apenas um aglomerado de adultos que há muito perdeu o caminho do que seja gerar filhos e educá-los. Entregar ao Esta-do é mais prático, embora mais cruel. “Corrija a teu filho, e te fará descansar; e dará delicias a tua alma” (Pv 29.17).www.pastorjuliosanches.org.

deu certo. Mesmo porque ao nosso redor há também famílias felizes, muitas até exemplares.

A bem da verdade, não existe alternativa à família. Não havendo mais família, o que podemos esperar é o caos, o desastre. Os nazistas alemães fizeram experiên-cias nesse sentido, tentando produzir seres humanos sem uma referência familiar, com o objetivo de desenvolver uma raça superior, e fracas-saram redondamente.

Portanto, a família é uma criação de Deus. Insubsti-tuível!

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GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Condenação dos Maus Pastores

reflexão

“Ai dos pastores que des-troem e dispersam as ove-lhas do meu pasto, diz o SENHOR” (Jr 23.1).

O Senhor, várias vezes, condenou as más ovelhas do Seu rebanho.

Por outro lado, houve oca-siões em que Ele também condenou os mus pastores: “Ai dos pastores que destro-em e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor” (Jr 23.1).

O problema dos maus pas-tores do Reino de Deus é um assunto enfrentado tanto pelos profetas, quanto pelos apóstolos. De acordo com Jeremias, os maus pastores cometem duas maldades, por causa do seu comportamento e por sua pregação. Primeiro, eles “destroem” as ovelhas,

demolindo suas convicções, escandalizando sua boa fé, extorquindo o seu dinheiro. Como consequência, eles cometem a segunda malda-de: “dispersam as ovelhas”, levando-as a desacreditar as igrejas e a não mais frequen-tar a comunidade cristã.

Precisamos, hoje, de mais “bereanos”. Precisamos de mais membros de igreja que, após ouvirem seus pregado-res, vão à Bíblia, para con-ferir sua veracidade. Não compram gato por lebre... Estes crentes serão elogia-dos por Jesus, como na carta à Igreja em Éfeso: “sei que você...pôs à prova os que dizem serem apóstolos, mas não são e descobriu que eles eram impostores” (Ap 2.2). A condenação dos maus pas-tores vem de Jeremias e é reforçada por Jesus.

Samuel Rodrigues de Souza,Ministro da 3ª. e 4ª. idades da Igreja Batista Carioca, Méier, RJ

Há uma ânsia de viver e de viver muito. Todos que-rem viver o máxi-

mo que puderem, e se possí-vel sem jamais deixar de ser jovens.

Quem tem, sabe. Basta uma piscina para se dispor de uma espécie de fonte da juventude. É impossível dar umas braçadas, ensaiar uns mergulhos, estirar-se ao sol e não esquecer os problemas, o estresse cotidiano, o trânsito caótico, a cotação da bolsa. Enfim, sentir-se mais jovem.

Tanto é assim, que, ao se referir à lenda da fonte da juventude, o pintor alemão Lucas Cranach, o Moço, filho de Lucas Cranach, o Velho, famoso pelos retratos que fez de seu amigo, o refor-mador Martinho Lutero, não teve dúvidas e a representou como uma piscina repleta de banhistas. É um quadro su-gestivo, com uma magnífica paisagem na parte superior e, no primeiro plano, uma grande piscina ladeada de degraus, com uma coluna - e uma pequena estátua - ao fundo.

À esquerda, pessoas idosas e doentes chegam em carro-ções e padiolas. Os sinais do tempo se perdem e voltam a ser jovens. Entram na água e então se dá o milagre do rejuvenescimento, nessa re-presentação pictórica.

A juventude é mais precio-sa que o mais precioso dos metais, já que o ser humano, empreendedor por natureza e apegado à vida, nunca acei-tou a velhice e a morte. A fonte da juventude estaria na América. Bastaria encontrá--la. Aliás, o próprio Éden estaria na América, afirma Sérgio Buarque de Holanda em “Visão do Paraíso”.

Segundo o historiador pau-lista, as narrativas medievais afirmam que junto ao paraíso terrestre existia a fonte de juventude, que se reportava à deusa romana da juventude. “Quem provasse por três ve-zes daquelas águas, achando--se em jejum, ficaria livre de quaisquer enfermidades e passaria a viver como se não tivesse mais de 32 anos. Urgia encontrá -la para não envelhecer e morrer.

O explorador espanhol Juan Ponce de León (1460-1521) tinha mais de 50 anos quando empreendeu a pro-cura da fonte da juventude e

do rio da imortalidade. Ponce de León julgou se capaz de “localizar o mais breve ca-minho para a sagrada fonte e para o rio onde os velhos se revigoram e remoçam”.

Havia tradições indígenas que, coincidentemente, liga-vam-se à lenda europeia da fonte da juventude, situando--a na ilha de Bimini, ao nor-te. Ponce de León, à frente de dois navios equipados e tripulados às suas expensas, partiu do porto de San Ger-man, em Porto Rico, ilha que tinha conquistado e go-vernado, no dia 3 de março de 1513.

A expedição contava com o apoio do rei Fernando, que autorizava o explorador a povoar e governar Bimini, ao mesmo tempo que lhe ga-rantia poder perpétuo sobre a ilha, se a encontrasse.

Seguindo para noroeste e costeando as ilhas de Es-panhola e Cuba, avistou as Bahamas, explorando-as por quase um mês. Em 2 de abril, dias depois da Páscoa, a Páscoa Florida (Páscoa das Flores), avistou uma costa que não esperava encontrar e a batizou de La Florida. Era a Flórida. Desceu à terra, na região da atual St. Augus-tine, nordeste da penínsu-la, a primeira cidade norte--americana, e por alguns dias procurou pela fonte da juventude, mas também por ouro e prata.

Afinal, Ponce de León en-controu ou não a fonte da juventude? Há quem diga que não só descobriu como bebeu de sua água, que lhe teria feito tão bem que acre-ditava se tratar mesmo da fonte que deixava as pessoas eternamente jovens. Segun-do alguns guias turísticos, o Fountain ofYouth Park (155 Magnolia Avenue), em St. Augustine (160 km de Orlan-do, 500 km de Miami), com sua fonte natural sob uma abóbada de conchas, guarda o manancial tão procurado.

É até possível provar da água ou comprá-la engarra-fada. Mas não consta que alguém tenha rejuvenescido. Depois, o Estado da Flórida possui cerca de 320 fontes de água pura e rica em mi-nerais. Qual seria a fonte de Ponce de León?

Ainda hoje, há quem pro-cure pela fonte, como ates-ta o livro “Fonte Perdida - Pesquisando a Lenda”, de Duane K.McCullough. Para McCullough, a fonte estaria na região de Key Largo, nas Florida Keys, extremo sul do Estado, e seu poder se expli-

caria pelo fato de as águas conterem traços de ouro misturados ao sal marinho.

Se Ponce de León bebeu da água da fonte da juven-tude ou nela se banhou, de nada lhe valeu. Ele retornou à “Ilha da Flórida” em 1514 e 1521, em ambas as vezes com a incumbência de co-lonizá- la. Na primeira vez, não foi bem-sucedido; na segunda, foi ainda pior. Pon-ce de León e seus homens, cerca de 200, foram ataca-dos por um grupo de calusas ou mayaidras e o explorador foi ferido, vindo a morrer em Cuba. Está sepultado em San Juan, Porto Rico, cidade que fundou em 1508.

Ponce de León pode não ter descoberto a fonte da juventude. mas sem dúvi-da descobriu uma fonte de juventude, que é o Estado da Flórida. Com seus par-ques e seu clima ensolarado, com a absurda média de 360 dias de sol por ano em alguns pontos e seu jeito de eternas férias. é uma “fonte de juventude” procurada anualmente por cerca de 40 milhões de turistas.

Basta pôr o pé no Magic Kingdom, em Walt Disney World, Orlando, para voltar a ser criança. Talvez por isso é que é o Estado preferido dos idosos - um em cada cinco cidadãos é da Terceira Idade.

As estações de águas, que curam os males mais diver-sos, são cada vez mais pro-curadas por gente de todas as idades, para provar que a lenda da fonte da juventude ainda mantém todo o fas-cínio, todo o apelo. Afinal, quem é que não quer frear o fluxo do tempo?

Por vezes, a lenda da fonte da juventude se confunde com a crença hebraica do rio da imortalidade.

Observamos em II Corín-tios 4.14 que a ressurreição nos conferirá a imortalidade querida pelo ser humano no paraíso do Jardim do Éden. O Éden é morada paradisí-aca da condição humana, que, por sua opção, diante da liberdade posta por Deus, o perde. Por ele, o ser huma-no alimenta uma saudade eterna.

Já o evangelho nos anuncia que Jesus é a esperança que nos mostra o caminho de vol-ta. Ele age em parceria com o Espírito Santo e com todos os que são seus irmãos. Paulo expressa sua firme convicção de fé na ressurreição de todos nós, no mesmo Deus que res-suscitou Jesus (II Co 4.13-15).

Paulo lembra que vivemos num corpo, morada terrestre que será destruída em favor de uma morada eterna em Deus.

Morre o ser humano ex-terior para viver o interior. É como se dissesse: saímos de Deus para morar num paraíso, o perdemos, mas com a graça de Deus e o testemunho vivo de Jesus, voltaremos para a eternidade. A imortalidade querida pelo

ser humano, ao comer o fru-to proibido, só será possível com a ressurreição.

O jovem rico indagou a Jesus o que fazer para herdar a vida eterna. O Mestre man-dou que ele deixasse todas as riquezas, a ambição e o pecado que dominavam sua vida. Orientou-o que não só deixasse tudo, mas também passasse a segui-lo dali por diante e então teria um te-souro nos céus, a vida eterna.

Em busca da Juventude Eterna

5o jornal batista – domingo, 08/06/14reflexão

Está se tornando co-mum nos meios ba-tistas acionar pasto-res e igrejas perante

a justiça dos homens para solucionar pendências que deveriam ser sanadas com amor e piedade dentro da própria igreja, como expres-samente recomenda Paulo em I Coríntios 6. Por não dependerem da direção do Espírito, por não confiarem na justiça de Deus, por lhes faltar um mínimo de amor, buscam apoio na justiça se-cular, expondo o evangelho ao ridículo perante as autori-dades. Não fará justiça o juiz de toda a terra? (Gn 18.25).

Amado pastor, não tenha a ilusão de que, sendo justo, íntegro no profundo do seu coração, perdoador e manso, desambicioso e submisso a Deus, você estará imune aos ataques de pessoas cruéis, ambiciosas e soberbas. Pes-soas maldosas, sem amor, em vez de orarem por você e ajudá-lo nas suas lutas, pode-rão abusar da sua mansidão e atacá-lo sem piedade.

Movidos por interesses pes-soais, por distorções mórbi-das de personalidade ou por ideias próprias contrárias ao padrão bíblico em que você baseia sua vida e sua men-sagem, indivíduos que estão na igreja de Cristo, mas não estão em Cristo - porque, como quase sempre se prova depois, nunca tiveram uma experiência real de conver-são a Jesus - podem se voltar contra você e tentar destruir seu ministério.

Porque a justiça do justo incomoda os ímpios. A man-sidão dos mansos irrita aos soberbos. A fidelidade dos íntegros desperta o ódio dos maus. Tudo isso fica evidente na perseguição de Sambalate e Tobias contra Neemias, hu-milde servo de Deus, homem de muita coragem, porém jus-to, manso, e dependente de Deus. Ou ainda na persegui-ção dos sátrapas da Babilônia contra Daniel. Nem Daniel, com toda a sua integridade e fidelidade a Deus estava isento dos ataques, das ciladas e calúnias das satrapias da Ba-bilônia. O anjo de Deus tapou as bocas dos vorazes leões e livrou a Daniel, mas anjo nenhum pode tapar as bocas dos sátrapas para impedir que difamassem o profeta.

Será que os sátrapas de hoje não sabem que vão dar contas a Deus e vão acabar sendo devorados pelos leões que eles mesmos cevaram para devorar os justos? Da-rão contas a Deus, sim! Nem Paulo estava blindado contra a oposição de um Alexandre latoeiro, nem João estava livre da perseguição de um Diótrefes. Seja fiel a Deus e tenha compaixão dos que se voltarem contra você, ore por eles porque eles precisam da manifestação da graça do Senhor para que se arrependam, busquem o perdão e recuperem a paz interior.

Viva a verdadeira piedade no Espírito, faça o melhor que puder para Deus, des-cubra e realize os propósitos de Deus com fervor, ainda que nada disso impeça que os sátrapas babilônicos de hoje queiram jogar você aos leões, nem que sambalates e tobias queiram impedir que você reconstrua os muros da igreja, que Satanás derrubou.

Convivi com homens de Deus que hoje, na distância do tempo, entendo que eram santos em carne. Rubens Lopes, que me batizou, Mi-randa Pinto, que me ensinou a orar, Reis Pereira, firme guardião da sã doutrina, João Soren, exemplo de compos-tura pastoral, Tertuliano Cer-queira, médico do corpo e da alma, que enfrentava a bor-rasca a pé para socorrer uma ovelha e tantos outros. Pensa que algum deles viveu sua vocação profética sem jamais ser contestado, confrontado, perseguido, injuriado?

Contudo, aprendi também uma coisa espantosa com to-dos eles: As perseguições que sofreram, longe de os desani-marem, fortaleceram-lhes a fé, robusteceram as raízes de suas almas em Deus e os ca-pacitaram para enfrentar tem-pestades ainda maiores. Deus não vai mandar-lhe inimigos. Se. Porém, os sátrrapas, os sambalates e os tobias da impiedade o desafiarem, siga confiando em Deus. Ore por eles e diga como Neemias: “Estou fazendo uma grande obra (para Deus), não posso descer” (Nm 6.3). Você não pode renunciar à dignidade da sua vocação profética e descer ao perigoso nível das querelas mundanas.

Pr. Josué da Silva Andrade,Presidente da Convenção Batista Carioca

Queremos apro-veitar a data co-memorativa do Dia do Pas tor

para uma homenagem à um grande líder batista, que nos inspira com a sua liderança apascentadora, e que nos dias 22 e 23 de maio aben-çoou a Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seção Carioca, de uma forma sin-gular.

Irland Pereira de Azevedo, expoente batista e talentoso pastor de algumas gerações; ministrante contundente da Palavra de Deus; mentor da pastorada batista do Brasil, em vários contatos pessoais, palestras , retiros, congressos, conferências, etc, portanto, um investidor apaixonado na edificação pessoal do pastor. Portanto, a esse o qualifica-mos como um pastor apas-centador.

Irland aposentou-se das atividades pastorais. Cum-

priu ministérios longos e de grande edificação de vidas. Declinou de ser eleito para cargos denominacionais, com propósito de dedicar atenção à sua amada es-posa Zilá, filhos e netos, e ainda atender o apelo dos pastores, quando o convi-dam para ministração. Não bastasse tudo isso, ainda há convite de muitas igrejas para assumir pastorado in-terino, visando a sucessão pastoral, o que tem feito com muito sucesso e dedi-cação.

Irland, um homem culto, estudioso, contextualizado, batista fiel à sua denomina-ção, amigo de todos, sendo também portador de um ca-ráter cristão que inspira. Por essa razão e tantas outras, a sua palavra ministrada tem um efeito extraordinário na vida dos ouvintes.

Irland já foi presidente da CBB (hoje, Emérito), da Ordem dos Pastores, Con-venções Estaduais por onde tem atuado, da Entidades da denominação, tudo isso, por

muitas vezes; conferencista e preletor renomado, que conserva a sua humildade e fidelidade aos seus prin-cípios de fé e da ortodoxia batista.

Por essas e muitas ou-tras razões, somos gratos a Deus pela vida desse ilustre servo dedicado, que não cansa de fazer o bem para abençoar vidas, como o fez para a nossa OPBB-Carioca, quando ministrou-nos, no acampamento de Rio Bo-nito, sob o tema Liderança Apascentadora, a convite do nosso presidente pastor João Fraga.

A nossa homenagem é de sincero reconhecimento a quem verdadeiramente tem colocado a sua vida no al-tar e uma demonstração de ser um pastor apascentador. Parabéns, pastor Irland! Que o nosso bom Deus o con-serve com talento, saúde e paixão para continuidade da sua extensão, pós ministério pastoral local, para ainda continuar servindo. Deus seja louvado!

Foto: Marcelo Rodrigo C. Teixeira

Um Pastor Apascentador

CONVOCAÇÃO À ASSEMBLEIA ORDINÁRIA DO CONSELHO GERAL DA CONVENÇÃO BATISTA BATISTA BRASILEIRA

O Sr. Presidente da CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA, Pr. Luiz Roberto Soares Silvado, no desempenho de suas atribuições, de acordo com o ESTA-TUTO, Capitulo VII, Art. 31 e na forma de seu REGIMENTO INTERNO, CON-VOCA seus Conselheiros, a fim de participarem da reunião da Assembleia Ordinária do CONSELHO GERAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA, a ser realizada de 11 a 14 de agosto de 2014, à Rua José Higino, 426 prédio 28, Tijuca - Rio de Janeiro, 20.510-412, constando da Pauta, a RATIFICAÇÃO das Atas lavradas em 21 de março de 2012, relacionada à alienação e venda dos imóveis da: CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA, JUNTA DE MISSÕES MUNDIAS DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA e JUNTA DE MISSÕES NACIONAIS DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA.

Rio de Janeiro, 08 de junho de 2014

Pr. Luiz Roberto Soares SilvadoPresidente

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Manoel de Jesus The,Pastor e colaborador de OJB

Toda congregação batista, com vistas a sua organização, no momento de ser

organizada por outra igreja batista é submetida a um exame doutrinário. A honra que os batistas têm recebido por parte da sociedade, ou das autoridades, é sustenta-da por esse princípio, mui-to esquecido, de que uma igreja batista só pode vir à existência através de outra igreja batista. Tirando os presbiterianos e os metodis-tas, as demais denominações ditas evangélicas surgem por iniciativas de indivíduos, e passam a ser bem particular dos mesmos.

Os batistas são lembrados por serem defensores his-tóricos de cinco princípios: Bíblia como única regra de fé e prática, separação entre Igreja e Estado, batismo só de convertidos, autonomia das igrejas e sacerdócio dos crentes. Esse último é, às vezes, sequer mencionado.

Rubin Slobodticov,Membro da Igreja Batista Sul, Bauru - SP

Paulo recomenda, com razões de so-bra: “Não vos con-formeis com este

mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento para que ex-perimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12. 1).

Conformar é maneira pela qual se juntam as partes de um corpo organizado. Esta-mos em face de uma confor-mação anatômica própria, onde vícios de conformação e defeitos devem ser afasta-dos radicalmente.

Cada indivíduo ou grupo de pessoas tem conformação própria sob pena de se desca-racterizar. Como exemplo, é constatar a conformação de uma associação em face de uma cooperativa; uma micro-empresa com uma de capital

É um grande prejuízo ele ser esquecido. Várias ver-tentes dão origem a esse princípio. Lembremos, em primeiro lugar, o livre arbítrio do ser humano. Mesmo que seja um escolhido de Deus, Deus respeita a decisão do ser humano. Em segundo lugar, lembremos de que a salvação é uma decisão pes-soal. Filho de peixe, peixinho é não funciona com filho de batista. Seus pais lhes trans-mitem as verdades bíblicas, o plano de salvação, e ele decide aceitar a dura verda-de de que nasceu pecador, e que por isso peca, e que deve se arrepender dos seus pecados, e crer que a morte de Cristo, se por ele for acei-ta, o livrará da condenação eterna, reservada àqueles que rejeitam reconhecer que são pecadores, e Cristo como Salvador.

A esse princípio damos o nome de sacerdócio dos crentes. Por que sacerdócio? Por que é responsabilidade pessoal escolher ser salvo ou condenado. Ninguém mais pode fazê-lo por mim. Em-

aberto. Cada qual tem sua conformação rígida sob pena de se desfigurar, perder suas características e finalidades específicas.

Na era digital, fala-se de formatação. Para esse pro-cedimento vem primeiro, o preparo da máquina sempre escorado num suporte rígido e, depois, seguir o dado for-matado no seu computador. Então, a pessoa seguirá obri-gatoriamente o tal programa.

A vida cristã não pode seguir a conformação do mundo. Então, coletivamen-te podemos perfeitamente alinhar a vida de uma igreja como antagônica a formata-ção do mundo, de pessoas sem Deus, de sociedades ou organizações sociais não religiosas.

Tomar a forma de mode-los de pessoas e sociedades sem Deus é conformar-se com o mundo. A dificul-dade dessa compreensão esbarra em questões estru-

bora caiba aos pais transmi-tirem aos filhos as verdades bíblicas, através do ensino e do testemunho pessoal, cabe a cada um deles a decisão.

Esse princípio, pregado e defendido pelos batistas, ao longo da história, deu origem ao individualismo liberalista apregoado em nossos dias. Dizem os existencialistas: o homem é livre para escolher ser o que ele quer ser. Como ele nasce pecador, ele só es-colhe o mal e o pecado. No princípio batista, a pergunta é: ser livre para que? Para ser responsável pelas suas escolhas. Já dizia Orígenes no III século: “Pecado é usar de forma errada a liberdade de escolha”. Grande ver-dade! O homem é alguém que tem determinação. Ele tem opções, e escolhe uma delas. Os animais agem por memória genética. São pro-gramados. Saem muito pou-co daquilo para o qual foram programados.

O sacerdócio dos crentes veio não só indicar a respon-sabilidade pessoal pela espi-ritualidade, como também

turais de conhecimento. Dentre essas, destacam-se a conceituação de Igreja e de Seu idealizador.

Sua conceituação é estri-tamente prática, segundo a vivência no livro de Atos dos Apóstolos: igreja é um corpo formado de crentes batizados sob uma verdadei-ra profissão de fé em Jesus Cristo que possui liderança espiritual e organizacional bíblica como pastores e di-áconos, de governo próprio independente de outras igre-jas e autônomo, que perma-nece unida para observar as ordenanças deixadas por Je-sus e proclamar o Evangelho a todos, Atos 2.37-46. E, Seu idealizador e organizador é Jesus, portanto de origem divina.

Destaco rapidamente al-gumas razões porque algu-mas pessoas e agremiações religiosas e até igrejas se conformam com os ditames do mundo.

para intermediar a comunhão entre Deus e os homens. O montante de ensino e regras sobre o sacerdócio é o maior de todos nos escritos de Moi-sés. O custo do ministério sacerdotal de Cristo, por nós, foi sua morte. Ao mesmo tempo, Cristo foi oferta e o ofertador. O ponto mais alto do ministério sacerdotal do crente é a oração. Na oração ele oferece o pedido a Deus, e oferece a si mesmo. O cus-to do ministério da oração do crente é a morte do seu eu.

As ordens de Cristo no to-cante à oração eram de que ela deveria ser em primeiro lugar, vista por Deus. Ne-nhuma falta faz a oração ser vista ou não pelos homens, mas, ser vista exclusivamen-te por Deus, é fundamental. Na oração, ao fechar a porta para os homens, eu as abro exclusivamente para Deus. É por isso que é fácil eu fechar a porta para os homens, mas difícil é eu fechá-la para mim mesmo.

Facilmente saio da presen-ça de Deus cheio de orgulho por ter estado em oração. Aí

A primeira razão é a dificul-dade de entender seu concei-to prático, como descrito nas Escrituras. Conformam suas vidas e sua organização aos ditames do mundo, por não entender ou não compre-ender o conceito da Igreja. Quem erra no conceito, fa-talmente errará na elaboração prática do seu projeto.

A segunda razão é a difi-culdade em seguir o plano de seu idealizador e funda-dor. Revelações e profecias a maneira como vistas hoje em dia, afastam pessoas e igrejas dos planos deixados por Jesus.

A terceira é de ordem prática: a falta de coragem para não tomar a forma do mundo. Infelizmente para muitos, falta coragem para praticar o que destoa do mundo. Para muitos, é mais inteligente fazer o que eles fazem, falam, ou andar onde eles andam, como justificati-va facilitadora para alcançá-

o Diabo conseguiu transfor-mar a bênção em desgraça. A oração é tão exclusiva de Deus que na oração do Pai Nosso não há nenhum pe-dido material. Deus e o seu Reino é o único desejo e pe-dido daquele que ora. Nela o Pai é tudo, o próximo é semelhança de Deus, e aque-le que ora, é nada. Quanto menos sou, mais portador da paz que vem de Deus eu sou, e os homens me chamarão filho de Deus. Eis aí a bem- aventurança do pacificador.

O colocar o princípio bíbli-co do sacerdócio dos crentes, como princípio batista, não nos tem levado a ver a im-portância do ministério da oração. Dependemos muito de campanhas de oração, de sermos lembrados, transfor-mando esse sacerdócio em obrigação e não em um privi-légio. Tudo nesta vida é feito, ou para nós mesmos ou para os outros. Só a oração, no meu secreto, é que pertence exclusivamente a Deus.

Que grande prejuízo para nós, batistas, esquecer-se desse glorioso privilégio!

-los para o Evangelho. Mas, a Palavra diz: “Não vos con-formeis com esse mundo, mas transformai-vos pela re-novação da vossa mente para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita von-tade de Deus” (Rm. 12. 2).

O conceito de contextu-alização deve ser revisto. Ser contemporâneo como igreja é revitalizar na prática, conceitos bíblicos imutáveis. Os usos e costumes não exis-tem para modificar doutrinas sólidas como a salvação, a adoração e a santificação.

A Igreja de Jesus já foi for-matada por Ele; já foi esta-belecida e continua a ser praticada por Sua inspiração fechada nas Escrituras. Seus membros não podem sofrer a conformação do mundo em que vivem. Afinal, “tudo o que foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela con-solação das Escrituras, tenha-mos Esperança” (Rm. 15. 4).

7o jornal batista – domingo, 08/06/14missões nacionais

Redação de Missões Nacionais

Para alcançar a grande meta da Visão Bra-sil 2020, chegando a 2020 com 21 mil

igrejas e 4 milhões de batis-tas em todo o Brasil, o pro-jeto Água Viva foi iniciado com o objetivo de multipli-car o evangelho em diversas comunidades rurais no ser-tão. Os missionários pastor Dorivan e sua esposa, Elma Ramos, têm atuado em Bom Jesus da Lapa (BA), após cinco anos de plantação de igrejas na Paraíba, e já con-tam vitórias alcançadas no novo campo.

“O Projeto Água Viva nas-ceu no coração de Deus. Para mim e minha famí-lia, este é o projeto que esperávamos, pois somos nordestinos e sempre foi nosso desejo trabalhar em um projeto como este, com nosso povo, que tanto sofre sem água para beber. Mas agora eles podem conhecer a água viva, que salva, liber-ta e transforma. É outra rea-lidade”, declarou o pastor.

A cidade de Bom Jesus da Lapa está localizada no sertão baiano, e é extrema-mente católica. É lá que é realizada a terceira maior romaria católica, entre os meses de agosto e setembro, recebendo mais de 5 mil romeiros por dia. O casal está levando a Palavra para sete povoados, próximos a Bom Jesus da Lapa: Mutuca, Queimada Grande, Boca do Riacho, Quilombo, Baixa Funda, Mundo Novo e Roça Seca.

O líder do Quilombo já foi alcançado e recebeu Cristo como Senhor e salvador de sua vida. Até o momento, na região onde os missionários estão, mais de 100 pessoas aceitaram Jesus. “Este pro-jeto é de suma importância para todo o semiárido brasi-leiro, onde o povo sertanejo sofre sem água material e sem a água da vida, que é Jesus Cristo. Na cidade de Bom Jesus da Lapa e nos povoados, o povo precisa de roupas, sapatos e alimentos.

A quantidade de crianças é enorme, e muitas delas ficam sem roupas porque não têm o que vestir e des-calços porque não têm o que calçar”, declarou o obreiro, que também fez questão de enfatizar que este projeto tem a finalidade de ganhar vidas na zona rural, onde a idolatria é grande e o catoli-cismo impera.

Em uma das visitas à zona rural de Bom Jesus da Lapa, os obreiros encontraram dois irmãos, Joaquim e Cos-me, com quem compartilha-ram a mensagem de Cristo. Estes dois homens também compreenderam que foi o amor de Jesus que possibi-litou a chegada das cisternas que viabilizam a chegada da água para aquela locali-dade. Após a conversa com o casal missionário, eles autorizaram a realização de cultos na capela que perten-cera a mãe deles, falecida há dois anos, e devota de Santa Luzia. Assim, em um local antes separado para a realização de missas, foi realizado o primeiro culto evangélico e, em breve, o local dará espaço para um templo batista.

Muitas têm sido as vitórias, mas continua sendo neces-sário que o povo de Deus interceda por este projeto missionário, a fim de que as vidas já alcançadas sejam firmadas em Cristo, e para que muitas outras encontrem esperança e salvação.

Além das orações, você pode apoiar este ministério por meio do PAM Brasil. Es-creva para [email protected] ou entre em contato com a Central de Atendimento: Do Rio de Janei-ro - (21) 2107-1818 / Outras capitais e regiões metropoli-tanas - 4007-1075 / Demais localidades - 0800-707-1818.

Redação de Missões Nacionais

Os missionários Josias e Eliene Pereira, que atu-am em Santarém

(PA), promoveram uma via-gem para a comunidade ribeirinha Santana do Ituqui (PA). Eles contaram que fo-ram três dias abençoados, com evangelismo, cultos, esportes, artesanato, além de palestras sobre saúde bucal.

Vidas se renderam a Cristo. Uma pessoa que já estava recebendo estudo bíblico, na Frente Missionária em Santana do Ituqui, foi batizada. “Esta-mos maravilhados com o agir de Deus neste lugar”, decla-ram os obreiros, que também agradecem a todos que têm orado por este ministério.

Interceda pela obra missio-nária entre os ribeirinhos, a fim de que o Senhor levante mais obreiros e para que mais igre-jas realizem viagens missioná-rias para essas localidades.

Projeto Água Viva tem impactado vidas no sertão

Evangelismo e batismo em comunidade

ribeirinha do Pará

Crianças foram evangelizadas

Palestra sobre saúde bucal

Batismo realizado durante a viagem

Pr. Dorivan evangelizando com o cubo evangelístico

Culto realizado na capelaMissionários com algumas das pessoas já alcançadas na região

8 o jornal batista – domingo, 08/06/14 notícias do brasil batista

Pr. Clemir Fernandes e Alexandre Castro

Pastor David Malta Nascimento é advo-gado, reitor emérito do Seminário Teoló-

gico Batista do Sul do Brasil, pastor emérito da Igreja Ba-tista Barão da Taquara (Rio de Janeiro, RJ), fundador e líder destacado do Movi-mento Diretriz Evangélica. Participou ativamente da Conferência do Nordeste em 1962, cujo tema foi Cristo e o Processo Revolucioná-rio Brasileiro, na condição de membro da Confedera-ção Evangélica do Brasil. Militante nonagenário pela causa da justiça social, pas-tor David Malta recebeu Clemir Fernandes e Alexan-dre Castro na sua residência no Rio de Janeiro e deu en-trevista sobre sua trajetória, que, aliás, se confunde com importantes iniciativas e momentos da história da igreja evangélica brasileira. Leia, a seguir, extratos de seu depoimento.

Formação: Teologia, Direito e Filosofia

Vim da Bahia, onde nasci [em 22/5/1919], para o Rio de Janeiro. Naquela época existia o chamado pré-semi-nário, que era mantido pelo Colégio Batista. Concluindo o curso pelo Colégio Batista, fui para o Seminário Teoló-gico Batista do Sul do Brasil

[ambos no Rio de Janeiro, então capital do país]. E lá fiz o curso de teologia e me pre-parei nessa área. Na ocasião, eu era seminarista na Igreja Batista de São Francisco Xa-vier, pastoreada pelo meu sogro, Francisco Manoel do Nascimento. Depois fui or-denado e fiquei como pastor auxiliar. Concomitantemente fui ser pastor também, não por muito tempo, da Igreja Batista de Alegria.

Mas eu estava interessado em fazer o curso de Direito. Então, fiz o curso na Facul-dade Nacional de Direito e ainda, meio teimoso, fiz Filosofia. Mas só dei aula na área de Filosofia por um tem-po bem curto porque fiquei mais interessado na área de Direito. Montei um escritório e fui orientado para fazer a prática forense, por um gran-de amigo meu que veio lá do Norte, Dr. Antonio Estrela. Aí organizei meu escritório e advoguei por muitos anos. O escritório era no centro da cidade do Rio de Janeiro.

Com essa formação, envol-vi-me em muitos setores de-nominacionais, mas primeiro eu queria dizer que na déca-da de 1950 fui ser pastor na Igreja Batista Barão da Taqua-ra, na Praça Seca (localizada na região de Jacarepaguá, também no Rio). Fiquei 42 anos como pastor ali. Mas en-quanto isso acontecia, eu me envolvi em outras atividades. O Dr. Antonio Estrela, que

se tornou um grande amigo meu, deu passos no sentido de eu ser nomeado jornalista na Imprensa Nacional. E eu era revisor, trabalhando à noite. É uma experiência que me deixa muito comovido, sobretudo, pelo apoio tão significativo do Dr. Estrela. Posteriormente, a Imprensa Nacional se transferiu para Brasília e me aposentei, por-que validei uns anos em que trabalhara no Colégio Batista.

Minha formação jurídica teve um sentido também muito interessante porque, em razão de ter essa forma-ção, passei a me aproximar e fazer parte de órgãos da de-nominação batista no Brasil. Eram comissões, conselhos, etc. Naquela época aceitei ser o assessor jurídico de uma organização muito im-portante da Convenção Ba-tista Brasileira. Chamava-se Associação Evangélica Deno-minada Batista do Brasil. Era uma organização constituída pelos missionários da Junta de Richmond no Brasil e em nome dela foram adquiridos inúmeros imóveis destinados às igrejas e as igrejas não ti-nham ainda personalidade ju-rídica e não podiam transferir o imóvel para o seu nome.

Então, nesses anos todos, acho que mais de 20 anos, prestei essa assessoria aju-dando a fazer a transferência dos imóveis das igrejas para os nomes das mesmas igrejas. Porém, eu me sensibilizava muito pelo aspecto social. Porque onde me criei e tive parte da minha formação de adolescente, numa cidade pequena lá do interior da Bahia e, desde então, quando vim para o Colégio Batista, eu já era sensibilizado pelos aspectos da justiça social.

Então, fui secretário du-rante nove anos da Junta de Ação Social da Convenção Batista Carioca. Nesta opor-tunidade, trabalhei muito no sentido de organizar o quan-to fosse possível o próprio trabalho da Junta de Ação So-cial. Inclusive no meu tempo houve a aquisição de proprie-dades no bairro de Campo Grande onde se encontram hoje vários serviços sociais dessa instituição.

O despertamento socialEu fui estudar muito tarde,

terminando o curso cole-gial com 20 anos de idade. Depois foram as leituras, o

contato com universitários, a polêmica que resultou nessa compreensão de uma teolo-gia aberta ao ser humano. Esse assunto que diz respeito à beneficência cristã, ação social e justiça social me tocou bastante. Naquela época - fim da década de 1940 e início de 1950 — se desenvolvia no Brasil o esquerdismo marxista. E, já na faculdade, eu fazia parte de um grupo que era de uma tendência socialista não comprometida com o marxismo, na Faculdade de Direito. Lutamos bastante no sentido de tomar posição sobre aspectos da vida social brasileira.

Naquela época havia um interesse muito grande do ponto de vista político e os grupos se formavam com bastante conteúdo e se opu-nham. Então, de um lado estavam os esquerdistas e, do outro, os conservadores. Não me lembro do ano (pro-vavelmente em 1966, data da primeira candidatura de Lysâneas Maciel à Câmara dos Deputados, pelo MDB), mas fui candidato, ou a de-putado estadual, ou a verea-dor. Formei um par com Ly-sâneas Maciel e nós fizemos a campanha. Obtive 5500 votos; ele teve 12 mil para a Câmara Federal. Minha votação não fui suficiente para me eleger vereador, ou deputado estadual, no Rio.

Esse lado social me falava profundamente, e nós lá na Faculdade tínhamos o nosso grupo. Mas cá fora tínhamos o grupo de líderes batistas e evangélicos que também estava bastante sensibiliza-do por essa causa. Nesse contexto, surge o Movimen-to Diretriz Evangélica. O Movimento Diretriz Evan-gélica foi um ideal, o sonho de alguns líderes batistas, e nós tínhamos uma abertura porque sempre fui bastante sensível e voltado para o problema da aproximação das denominações batista e evangélicas no Brasil. Então, nós – Lauro Bretones, Má-rio Barreto França, Hélcio Lessa, Himaim Lacerda, dentre outros – nos alia-mos de alguma forma à Confederação Evangélica do Brasil. Naquela época houve o famoso congresso no Recife que marcou his-toricamente os evangélicos no Brasil.

Cristo e o processo revolucionário brasileiro:

a Conferência do Nordeste – 1962

Eu estive presente e parti-cipei. Minha memória está bastante frágil, mas as im-pressões que trago são de que a Conferencia do Nor-deste teve um impacto muito grande. Inclusive havia uma inter-relação com outras co-munidades evangélicas fora do Brasil e teve uma reper-cussão muito interessante, muito positiva. Acho que rever isso e reler isso seria muito producente para os dias de hoje.

Uma ideia que julgo im-portante para o grupo que se interessar por esse assunto hoje é reproduzir, republicar certos textos, certos docu-mentos que acentuem essas posições daquele passado distante. Porque dos meus companheiros daquela épo-ca, que eu me lembre, há uns dois ou três que ainda vivem.

Essas ideias todas iam tra-balhando a gente e estáva-mos voltados a elas num ponto de vista de beneficên-cia, ação social, mas envol-via também o aspecto polí-tico. O Hélcio Lessa definiu esse conjunto de princípios muito bem no livro dele so-bre Ação Social Cristã (publi-cado no início dos anos 60).

Então, nós nos sensibilizá-vamos por esse tema de ação social. Não podíamos admi-tir uma sociedade tão injus-ta, com a riqueza acumulada e a miséria generalizada. Foi isso que nos moveu.

Experiência individual versus consciência

ideológicaVim de uma família pobre,

mas não digo que isso tenha sido fundamental para mi-nhas posições posteriores acerca da questão social. Meu pai era escrivão de paz de uma cidade chamada Mutuípe, na Bahia. Aos 45 anos, acho que foi de febre amarela, ele faleceu. Minha mãe ficou com cinco filhos. Ou por isso ou por aquilo, seja por uma questão da época, ou uma falta de visão maior, meu pai deixou um seguro, uma coisa pequena, que se gastou logo.

Minha mãe, Isabel Malta Nascimento, que faleceu com 102 anos, trabalhou numa máquina de costura

David Malta Nascimento: Pioneirismo na Defesa Intransigente da Justiça

9o jornal batista – domingo, 08/06/14notícias do brasil batista

Singer — acho que esta má-quina se encontra na casa da minha irmã — durante muito tempo pra nos sustentar. Quer dizer, ela costurava roupas masculinas e foi uma heroína, uma mulher extra-ordinária. Um episódio de que até acho graça: vendi arroz doce na feira. Minha mãe fazia arroz doce lá em Jaguaquara e eu vendia para a gente se manter e depois a gente foi melhorando. Fomos pra casa dos avós. Mas desta cidade pequena lá da Bahia eu me transferi para uma cidade maior que se chama Itabuna, no sul da Bahia, terra do cacau. E aí fui trabalhar como empre-gado no comércio. Trabalhei cinco anos numa família, cujo chefe se chamava Ba-tista, que me trouxe, e foi ali que desenvolvi minha adolescência e entrei na juventude.

Então, quanto ao desper-tamento pela justiça social, há uma experiência pessoal, mas ela não é o principal. Há também uma sensibili-dade do ponto de vista de análise, de debate político, porque a política estava mui-to à flor da pele em todos nós. Há também leituras, que me levaram a adotar essa posição mais sensível aos problemas sociais. De forma que há uma experi-ência pessoal, mas também uma visão analítica, porque a cultura da gente vai se de-senvolvendo.

A ação partidária era mui-to intensa, envolvia a todo mundo. Tinha o integralismo — eu jamais quis saber de in-tegralismo — mas é preciso dizer o seguinte: mais tarde aquilo que nós pensávamos da nossa experiência indi-vidual, familiar, foi sendo sustentado por convicções ideológicas.

A Bíbl ia , para mim, é exemplar quando você lê, por exemplo, a respeito dos profetas no Velho Testa-mento. Os profetas foram líderes contundentes nesses aspectos da justiça social para todos. Textos famo-sos. E quando você chega ao Novo Testamento, vejo Jesus Cristo próximo da po-breza. Jesus Cristo curou o doente, multiplicou o pão para os famintos, tudo fez e ensinou a respeito dos pobres. Como não se há de sensibilizar um ser humano

para com o seu próximo len-do a Bíblia? Eu não entendo como não possa.

Agora, o chamado capita-lismo manipulou e defendeu em nome do princípio da liberdade uma posição de concentração do poder e da riqueza.

Diretriz EvangélicaAí veio o Movimento Di-

retriz Evangélica, posterior-mente, e publicou um jornal chamado Diretriz Evangé-lica (primeiro número em 1949), que depois virou uma revista. Mantivemos também um programa na Rádio Copacabana. Eu todo sábado lia uma crônica e fa-zíamos um debate com en-trevistados e uma parte de divulgação de notícias. Esse programa tinha boa audiên-cia, mas quando a ditadura dominou — a censura era muito grande, atingia mui-tos meios de comunicação — fechamos o programa. Isso em 1964.

Nós divulgávamos notí-cias em geral. Havia uma parte do programa com essa dimensão e havia entrevis-tas. Nós entrevistávamos pessoas sempre com esse lado social. Os artigos que líamos eram sobre os temas da sociedade. Aliás, apro-veito para dizer que esse é um vazio terrível, tremendo de nossa literatura, especial-mente, jornais.

A iniciativa de comemorar os 60 anos foi algo extraor-dinário (no evento realizado pela Fraternidade Teológi-ca Latino Americana-Nú-cleo RJ, em 16 de junho de 2009). Eu mesmo, quando vi tudo o que aconteceu — foi publicada uma síntese da minha caminhada — disse à minha esposa que o que mais me tocou foi exata-mente aquela página.

Comunidade ausenteNós criamos uma filosofia,

um entendimento de sermos uma comunidade ausente. Nós somos uma comunida-de ausente e continuamos sendo. Nós devíamos ter uma presença. Não estou pedindo que a igreja entre na política, jamais. Mas os filiados da igreja deviam en-trar na política. Aqueles que são líderes e têm vocação deveriam entrar e encontrar apoio. Defendo a separação da Igreja e Estado como uma

fera. E hoje estou vendo que essa posição está se enfra-quecendo. Há projetos de lei que estão em curso que ferem o princípio da separa-ção da Igreja e Estado.

Nós não temos que confun-dir Igreja e Estado, mas temos que defender aquilo que o Estado pretende também, que é o bem de todos ou da coletividade. Mas nós somos ausentes. Dá-se uma crise, um descalabro tremendo no Congresso Nacional como se tem ouvido. E o que nós di-zemos? Nós não temos nada a dizer! As denominações evangélicas — sobretudo as tradicionais — deviam se unir e ter uma voz presente nessa realidade econômica e social que aí está. Mas somos ausen-tes. Absolutamente ausentes.

Precisamos levar aos pode-res públicos o que nós pensa-mos. Acho que brevemente a igreja evangélica vai ser con-testada em alguns aspectos a respeito dessa sua separação do Estado. O Estado vai que-rer invadir a igreja e eu não sei pra onde vamos. Tenho dito isso, que nós precisamos nos preparar e falo aos líderes batistas e evangélicos mais jovens porque daqui a pouco alguém vai querer obrigar a igreja a tomar decisões que ela não pode tomar. Nós vamos para uma crise muito séria brevemente.

A antiga Confederação Evangélica do Brasil tinha uma postura mais presente. Se bem que naquele tempo as ênfases eram mais de natu-reza social, mas também do ponto de vista do comporta-mento da Igreja em relação ao Estado havia posições bem mais positivas.

Poderes públicosA dificuldade maior que

existe é chegarmos aos po-deres públicos. Estive semana passada numa reunião da OAB. O Wadih [Damous] que era o presidente e que foi reeleito (Ordem dos Ad-vogados do Brasil, seção Rio de Janeiro) fez essa reunião e havia muitos advogados. E ele se dispôs a responder perguntas dos presentes. En-tão pedi a palavra, fui lá e perguntei: “Por que a ordem não desenvolve uma ação junto aos poderes públicos para tirar essas pessoas an-drajosas, miseráveis, famintas que estão nas ruas”?

Fui à Copacabana há dois

meses. Fiquei estarrecido olhando lá numa rua seis pessoas jogadas no chão, abandonadas, miseráveis. Quer dizer, uma cidade como o Rio de Janeiro, que vai hospedar a Copa do Mun-do e depois as Olimpíadas, é uma cidade com famintos e miseráveis no meio da rua, jogados. Dá pode entender uma coisa dessas?

Observa-se que nos mor-ros - as chamadas favelas — só agora os governantes estão se despertando. Na minha concepção, ou esses morros seriam urbanizados corretamente, ou então va-mos usar as terras fora do Rio de Janeiro, e dar transporte às pessoas, às famílias. Daqui para a Região dos Lagos você tem quilômetros e mais quilômetros de terras baldias, terras que não estão sendo usadas para nada. Então, põe transporte e faz casa para os pobres.

Ação política da igrejaNão quero envolver a igreja

diretamente na política como algumas denominações estão fazendo, não acho correto isso. Porque o Estado é sepa-rado da Igreja. Mas o melhor é dar formação em cidadania aos membros da igreja para que eles atuem, por exemplo, nos seus locais de trabalho. Se você puser na cabeça de um jovem ideais de justiça, de humanização, etc., ele pode por essas ideias em prática no seu ambiente de trabalho. Não estou dizendo

que em todo culto vai se falar de justiça social, mas a gente pode fazer congresso, confe-rência. A juventude precisa ser despertada e, às vezes, nós passamos por cima, não consideramos isso.

Uma coisa que me preo-cupa muito, muito, muito: a igreja e sua periferia. O que ela faz com a popula-ção que está perto? Ela tem alguma promoção? Ela tem alguma forma de chegar e fazer algum evento e convi-dar os vizinhos e seja algo que interesse aos vizinhos? A igreja, por exemplo, sofre uma limitação porque há certas atividades na área de saúde que precisam obe-decer à legislação. A gente devia estudar esse assunto. A igreja que frequento agora foi obrigada a fechar seu ambu-latório onde havia médicos atendendo.

Ela teve que fechar esse ambulatório porque a lei não permite que funcione assim. Então, a gente devia estudar como é que a lei estabelece ou influenciar, quem sabe, a própria lei. Mas a igreja não chega às pessoas que estão perto dela. Ela não chega. Ela tem que criar uma forma de se relacionar com essas pessoas, com essas famílias.

Somente sei que não po-demos continuar como esta-mos. Mas como eu creio que a história é feita de reformas, eu estou esperando. Imagina--se que jamais uma coisa possa acontecer, e acontece!fonte: www.novosdialogos.com

David Malta Nascimento: Pioneirismo na Defesa Intransigente da Justiça

10 o jornal batista – domingo, 08/06/14 notícias do brasil batista

Flávio Schmidt,Assessoria de Comunicação da Igreja

A Primeira Igreja Ba-t is ta do Socorro (PIBS) - SP, come-morou seu 34º ani-

versário e celebrando sua nova casa. A celebração foi realizada no dia 26 de abril de 2014, às 18h30, com o culto de aniversário e inau-guração do novo templo. Essa data representa a histó-ria da PIBS no bairro e sua dedicação de evangelização, levando mensagens de amor, salvação e alegria para todas as famílias da região.

34 anos de história e evangelização

A história da PIBS sempre foi marcada por devoção e

Pr. Douglas Siaticosqui Garcia

Nos dias 4, 5 e 6 de abril de 2014 a Igreja Batista Esperança de Ica-

raíma (IBEI), comemorou o seu 49º aniversário, estando presente o pastor Jean Garcia Cézar, da Igreja Batista Sião de Curitiba, vice-presidente da OPBB/Grande Curitiba e da Associação dos Batistas da Grande Curitiba, prele-tor nestes dias de festa em gratidão a Deus. Também tivemos a presença de muitos visitantes, e nossos irmãos da Congregação Batista em Alto Paraíso, mantida por nossa Igreja.

Foram dias de muitas bên-çãos, ministração da Palavra, vidas se rendendo aos pés do Senhor, muita adoração, par-ticipações especiais, dentre elas a Orquestra da IBEI, a irmã Emanuele com a dança profética, e os irmãos Sidnei e Nicole louvando a Deus, além de muita comunhão entre os irmãos.

Os preparativos para esta festa tiveram início alguns meses antes, e nas últimas três semanas a Igreja se co-locou em oração e jejum, buscando a face do Senhor,

crescimento. Desde 1980, a Igreja vem demonstran-do tais marcas por meio de sua influência verdadeira e profunda no coração das pessoas. Agora, nesse mo-mento de comemoração de seu aniversário, a PIBS espera alcançar muito mais pessoas e tocar em seus corações para que sintam a alegria de nosso

pedindo quebrantamento e que muitas vidas pudessem ser ganhas para o seu Reino.

Pudemos presenciar o mo-ver do Espírito Santo já na primeira ministração da Pa-lavra no dia 4, dia de orga-nização da Igreja, quanto também tivemos uma palavra de felicitações do prefeito de Icaraíma, Sr. Paulo Queiroz e sua esposa, Sra. Alzeni, e do irmão Wilson Caetano, que falou em nome do pas-tor Geremias Corrêa Junior, presidente da AIBOP (Asso-ciação das Igrejas Batistas do Oeste do Paraná). Após o culto, tivemos um delicio-so momento de comunhão entre os irmãos, com muitos salgados, refrigerantes, e um grande bolo, ornamentado artisticamente, além de muito saboroso.

No dia 5, a Igreja home-nageou o pastor José Pereira de Almeida e sua esposa, irmã Dozolina Boscarato de Almeida, que estiveram 30 anos à frente do ministério em tempo integral, honran-do-o com o título de Pastor Emérito, segundo o que Deus colocou no coração do nosso atual pastor, Dowglas Siati-cosqui Garcia, demonstrando o reconhecimento dos seus esforços e da sua vida doada

Senhor Jesus Cristo. A PIBS deseja tornar a região cada vez mais abençoada!

“Fico cada dia mais im-pressionado com o que Deus vem fazendo no meio do seu povo aqui na PIBS. Toda semana sabemos que ele tem respondido as nossas orações”, afirma o pastor Ademir Caitano Alves.

ao trabalho e o cuidado com o rebanho do Senhor, sempre zeloso e prestativo.

Na ministração desta noite, o pastor Jean falou sobre “Sair-mos do Arraial” e irmos em direção àqueles que precisam conhecer a Jesus, sairmos do comodismo e do conforto de nossas igrejas e “Saquearmos o Inferno”. Contamos com a presença do coordenador da AIBOP, pastor Gentil dos Santos, que também teve a oportunidade de parabenizar a Igreja e participar da home-nagem ao pastor José Pereira, bem como a presença do pastor Orlandivan Vieira de Almeida.

Na manhã do dia 6, a ho-menagem foi para o irmão Edson Rodrigues Ferreira, que esteve à frente da Igreja em 2013 como presidente, tempo este em que se doou nesta árdua tarefa, e no qual Deus o esteve capacitando. Em seguida, tivemos uma preleção do pastor Jean mui-to clara e didática. O pastor foi pregando e fazendo um purê de batatas em plena ministração, enfatizando que a Igreja deve trabalhar para manter a unidade. As batatas antes estavam todas juntas umas das outras, mas só se uniram quando foram cozi-

Por tudo isso, a PIBS con-tou com a presença de mui-tos amigos, vizinhos e mora-dores do bairro do Socorro, a fim de abençoá-los nessa celebração.

Inauguração da nova casa

A comemoração do ani-versário da PIBS contou

das, amassadas e misturadas umas às outras. Foi bastante impactante este momento, e todos saíram dali dispostos a manterem-se unidos.

Logo após tivemos um de-licioso almoço (churrasco), que além de termos pratica-mente toda Igreja reunida, contamos com a presença de muitos visitantes da cidade. Louvamos a Deus, porque todos que fizeram suas doa-ções para que este momento fosse possível, e todos que se doaram, trabalharam com muita alegria, fazendo-o para o Senhor nosso Deus.

No encerramento das con-ferências, fomos mais uma vez desafiados a “lançarmos botes salva-vidas”, e trazer-mos para o reino de Deus aquelas pessoas que estão “clamando por socorro, em meio ao mar de desilusões, de perdição, da falta de co-nhecimento das Sagradas Escrituras”. O resultado foi muitos irmãos(ãs) indo à fren-te, se comprometendo em orar por pessoas que conhe-cem, mas que ainda estão sem Jesus, testemunhando e convidando-as para estarem conosco. O melhor de tudo foram vidas que aceitaram Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador.

com um fato marcante e significativo. Depois de dois anos de muito trabalho e dedicação dos membros da Igreja, o novo templo chega à sua primeira fase de con-clusão e pode ser “simboli-camente” inaugurado. Esse momento é representado pela conclusão da fachada espelhada e de seu jardim frontal.

“A experiência de depen-der de Deus em todos os momentos é o nosso maior desafio. Chegamos até aqui porque aprendemos a di-fícil lição de depender de Cristo Jesus”, revela o pas-tor.

A Igreja fica localizada na Rua Olívia Guedes Penteado, 1155, Socorro - SP. Que o Senhor Jesus continue aben-çoando a todos!

A IBEI, juntamente com o pastor Dowglas, louva a Deus porque nestes cinco meses em que estamos jun-tos, a Igreja tem passado por um processo de mudança. Depois de um tempo sem pastor presidente, escolheu trabalhar em ministérios, já tem um corpo diaconal, cujos membros estão sendo treinados e pastoreados jun-tamente com os ministros, irmãos estão voltando à co-munhão, e em numero de membros já crescemos em torno de vinte por cento.

Deus tem honrado esta Igre-ja em meio a lutas e dificulda-des, “sabendo que o nosso tra-balho não é vão no Senhor”, mas a alegria que vem do Se-nhor nos inunda e nos enche de amor. Celebrar 49 anos de Igreja é recordar as bênçãos com que o Senhor nos tem agraciado, é ter o cuidado de continuar a luta que não acaba aqui, é viver uma vida diante de Deus honrando-o, obedecendo-o e proclamando o seu Reino aqui na Terra. Cremos que Deus tem um novo e grandioso tempo para esta Igreja, e para a cidade de Icaraíma e região.

“Grandes coisas fez o Se-nhor por nós e por isso esta-mos alegres” (Sl 126.3).

Primeira Igreja Batista do Socorro - SP comemora 34 anos celebrando a casa nova

49o Aniversário da Igreja Batista Esperança de Icaraíma - PR

11o jornal batista – domingo, 08/06/14missões mundiais

Eliana Moura – Redação de Missões Mundiais

Mais do que uma alegria, é uma realização es-pecial em Deus

poder, a cada semestre, co-nhecer e compartilhar a vida com cada vocacionado para Missões transculturais. E é com essa alegria que a famí-lia JMM se reúne com amigos e irmãos para agradecer, can-tar junto, orar e enviar.

Haiti, Portugal, Sul e Su-deste e Sul da Ásia são os destinos dos 15 missionários comissionados no culto de formatura que aconteceu no dia 25 de maio na Igreja Batista Itacuruçá, no Rio de Janeiro.

“Nós daremos o melhor”, foram as palavras do Pr. Jorge Max, após uma apresentação emocionante dos FMs, os filhos de missionários. Em nome da turma, Jorge falou sobre a importância de ter conhecido de perto a Junta de Missões Mundiais. Sobre

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

O t e r r e m o t o d e magnitude 8,2 na escala Richter que a t ing iu o

Chile em abril ainda tem suas consequências no dia a dia dos chilenos e dos mis-sionários de Missões Mun-diais que estão neste campo para anunciar a palavra de Deus. Os frequentes abalos, comuns na região, sempre trazem à mente daqueles que passaram por esse susto a possibilidade de um grande cataclismo. Segundo o mis-sionário Claudinei Godoi, o fenômeno destruiu parcial-mente algumas cidades do Deserto do Atacama, trazen-do temor e insegurança a todos da região.

Claudinei lembra ainda que na cidade de Valparaíso um incêndio de grandes pro-porções deixou mais de 10 mil pessoas desabrigadas e um triste saldo de 16 mortos.

“Este é um tempo de ins-tabilidade humana, todavia não para Deus. Em sua pro-vidência o Senhor tem os elementos para conduzir a história exatamente para o fim que ele mesmo determi-nou”, diz o Pr. Claudinei.

a estrutura da instituição, ele ressaltou que foi muito bom saber a forma como a JMM lida com a sua responsabi-lidade.

Depois de receberem seus certificados, momento que foi marcado por lágrimas acompanhadas de sorrisos,

Para o missionário, o Chile precisa da intercessão de to-dos, a fim de que momentos de instabilidade sejam trans-formados em oportunidades de Deus e momentos de gra-ça para esse país.

Os missionários avisam que estão bem, mas sempre preparados em caso de um novo terremoto ou mesmo um aviso de evacuação.

Na casa de outra família missionária, uma das crian-ças ainda vive o trauma desse terremoto. Luiz Felipe, o filho mais novo do casal Luiz César e Deise Queiroz, até hoje não consegue dormir sozinho devi-do às lembranças do terremoto.

numa espécie de percepção do próximo passo, os missio-nários ouviram o gerente de Missões, Pr. Alexandre Pei-xoto, falar sobre o trabalho da JMM como de assistência e relevância humanitária. Ele destacou que, nos próximos anos, Rosimere Francisco,

O missionário César Quei-roz conta que a região onde moram, na cidade de Iqui-que, no norte do Chile, onde ocorreu o epicentro do terre-moto, tem muitas dificulda-des de se reerguer.

“Muita gente ainda mora em barracas, e o medo de um novo terremoto é visível. Eles esperam mais atenção dos órgãos públicos”, diz César.

César lembra que assim que ocorreu o terremoto, uma igreja brasileira enviou ajuda. Para ele, esta ação abriu um grande precedente para eles compartilharem as boas no-vas do evangelho. Após essa ação, igrejas locais passaram

que já foi Radical África e professora do Espaço FM, implantará um programa de educação para crianças de 3 a 7 anos no Haiti, através de sua experiência como pedagoga especialista em Neuropedagogia. O projeto é que, daqui a 18 anos apro-

a também apoiar a população com ações humanitárias.

No Atacama, várias famílias estão desabrigadas e agora vi-vem pelo favor de parentes e amigos. O Pr. Claudinei conta que por lá, em momentos de insegurança geral, a família Santibañez, membros de uma pequena igreja batista local, tem sido um grande lenitivo não somente para eles, mas para todos aqueles que bus-cam abrigo e apoio em sua residência. A casa é transfor-mada num grande “albergue” para familiares, estrangeiros, pessoas carentes e idosas.

“Situações como esta me ajudam a entender que a

ximadamente, o Haiti conte com uma universidade nas-cida deste sonho.

Em uma bem-humorada e marcante palavra, o Pr. Israel Belo de Azevedo, líder da igreja que recebeu o evento, lembrou que “é preciso ter paixão”. Fatos da vida aconte-cem e nem sempre o trabalho se desenvolverá da maneira como exatamente planeja-mos. Mas, nesses momentos, nossos missionários e, aliás, todos nós, precisam se lem-brar do que os levou ali: a paixão que o Deus da Criação colocou em seus corações.

No coração de cada um dos nossos missionários que partem para os seus próxi-mos dias, vai a certeza de que, como disse o Pr. Israel, Deus os chamou. Se Deus os chamou, a Junta de Mis-sões Mundiais está aqui para servir a todos no cuidado missionário, pois, como gri-fou o Pr. Alexandre, “Estes missionários não são da Junta de Missões Mundiais. São da igreja batista brasileira”.

tristeza e sofrimento é uma companheira inoportuna, contudo útil, pois nos leva a compartilhar espontanea-mente o sofrimento de um estranho. Isso é realmente ex-traordinário. Em uma socie-dade que está mais inclinada a nos ajudar a esconder e esquecer a dor que a crescer por meio dela, ser útil e servo é algo divino”, diz Claudinei.

Você pode orar e ofertar para que nossos missionários possam ser voz de Deus no Chile. Saiba como ajudar, ligue para: (21) 2122-1901 / 2730-6800 (cidades com DDD 21) ou 0800-709-1900 (demais localidades).

Missões Mundiais forma nova turma de missionários

Missionários são comissionados por todos os pastores presentes

População ainda precisa de ajuda Desabrigados pelo terremoto não têm para onde ir

Chilenos clamam por ajuda após terremoto

12 o jornal batista – domingo, 08/06/14 notícias do brasil batista

Herbert Soares,Historiador e membro da PIB de Muniz Freire - ES

Em 1921 foi realizado o primeiro culto da história dos batistas no município, ocor-

rido na residência do casal Purcina Maria Figueiredo Soares e Joaquim Ribeiro Soares, na zona rural do município. Tempos depois, Purcina decidiu-se pelo ba-tismo, tornando-se a primei-ra a ser batizada em Muniz Freire quando foi imersa nas águas pelo pastor Car-los Leimann, entre 1922 e 1923.

Ainda que o trabalho ba-tista tenha se iniciado al-guns anos antes, o marco oficial é o dia 23 de maio de 1924, data em que foi fun-dada a Congregação Batista de Muniz Freire.

Duas notícias encontra-das em “O Jornal Batista” descrevem os primeiros pas-sos dos batistas em Muniz Freire. A primeira, publi-cada no dia 5 de junho de 1924, refere-se à fundação da Congregação Batista de Muniz Freire e foi enviada pelo pastor Fernando Viana Drummond, que muito con-tribuiu para que a congrega-ção muniz-freirense fosse instituída: “O começo da causa em Muniz Freire foi

com a mudança do irmão José Ramalho para esta ci-dade. Em casa dele, que era no centro da cidade, eu pre-guei diversas vezes, quando o pastor Carlos Leimann tomou o pastorado da Igreja de Castelo, e ele continuou a evangelização ali; e mais tarde o pastor Leimann ba-tizou na Igreja de Castelo um moço de Muniz Freire, que residia em Castelo, e então a família deste moço começou a interessar-se no Evangelho, sendo batizada em Muniz Freire a mãe do dito moço. Com a saída do

pastor Leimann, a cidade foi visitada duas vezes pelo pastor Sebastião Farias, quando pastor de Castelo.Eu, no trabalho geral do nosso campo, sempre tenho passado por ali, e pregado em casa dos irmãos Joaquim Ribeiro Soares e Cornélio Ribeiro Soares, cujas resi-dencias ficam no subúrbio da cidade, onde temos tido sempre diversas pessoas da cidade como assistentes aos cultos”.

Segundo Stael de Assis Soares, no livro “Sal e Luz”, a congregação foi fundada

no dia 23 de maio de 1924 por oito membros: Joaquim Ribeiro Soares, Purcina Maria Figueiredo Soares, Cornélio Ribeiro Soares, Astrogilda de Araujo So-ares, Alyrio Ribeiro Soa-res, Pedro Ribeiro Soares e Demerval Ribeiro Soares, além de Abelardo Rosa, que, segundo o referido livro, foi “arrolado como membro fundador, porque aqui residia e trabalhava”.

O “moço” citado na pri-meira notícia é Manoel Ri-beiro Soares, residente em Muniz Freire e que foi traba-

lhar como estafeta entre esta cidade e Castelo. Após ser batizado em Castelo, leva o pastor Carlos Leimann a Muniz Freire e assim o tra-balho batista chega às terras muniz-freirenses.

A intolerância religiosa se fez presente em muitos momentos na história do Brasil, inclusive em Muniz Freire. A segunda notícia, publicada em 11 de dezem-bro de 1924 e enviada pelo secretário da congregação, descreve o sofrimento com as perseguições comuns da época: “[...] Se não fora a proteção do bondoso Pai do céu, não sei o que seria de nós aqui no meio de tanta incredulidade e mal-dade. Temos sido vilmente caluniados, mas Deus tem estado sempre conosco”.

Os pioneiros do trabalho batista devem ser sempre lembrados, pois o início, com apenas oito membros, é que possibilitou a orga-nização da Primeira Igreja Batista de Muniz Freire, em 26 de agosto de 1946. O ano de 2014 marca os 90 anos de fundação da Con-gregação Batista de Muniz Freire. Um monumento ou uma placa é o mínimo me-recido por aqueles que com muita luta escreveram as primeiras páginas de uma longa história.

90 anos do Trabalho Batista em Muniz Freire

Fundadores: Manoel, Purcina, Joaquim, Demerval, Pedro, Cornélio, Astrogilda e Alyrio.

OBITUÁRIO

O irmão Cantídio Rodrigues de Oliveira“Descansou no Senhor”

(12-04-1920 - 15-03-2014)

13o jornal batista – domingo, 08/06/14notícias do brasil batista

Marcos P Oliveira, filho

Depois de lu ta r contra a (DPOC) doença pulmonar oclusiva crônica,

durante anos, com várias internações hospitalares, fa-leceu no dia 15 de março de 2014, vítima de insuficiência respiratória, ao 93 anos de idade. (1920-2014)

Sua vida cristã teve início na Igreja Presbiteriana de Campo Formoso - BA, onde nasceu aos doze dias do mês de Abril de 1920.

Serviu o Exército Brasileiro em Salvador-BA, de onde foi convocado para a 2ª Guerra Mundial, que começou em primeiro de Setembro de 1939, às 9 horas da manhã com a invasão da Polônia.

A agressão sofrida pelos submarinos alemães e ita-lianos nas costas do Brasil, torpedeando 31 navios Mer-cantil com a perca de 971 vítimas e mais 3 navios de guerra, um navio auxiliar, uma corveta e o Cruzador Bahia com 468 vítimas.

A Força Expedicionária Bra-

sileira perdeu 451 soldados, com um total de 1890 vítimas.

A Força Expedicionária Bra-sileira, da qual o irmão Cantí-dio foi participante, nasceu do encontro entre o Presidente Getúlio Vargas e o Presidente Franklin Delone Roosevelt no Rio Grande do Norte.

Ele participou da tomada do Monte Castelo em 21 de Fevereiro de 1945 e a toma-da de Montese (Itália) no dia 14 de Abril de 1945, orgulho para o Esquadrão do qual ele fazia parte.

No Vale do Pó, houve ren-dição individual de 22 mil prisioneiros de guerra. Obs:. A Divisão Brasileira (com Cantídio) combateu com efe-tivo de 22 mil homens.

Teve como seu capelão de guerra, o pastor João Filson Soren, primeiro capelão mi-litar evangélico que serviu na 2ª Guerra Mundial, o qual foi pastor na Primeira Igreja Ba-tista no Rio de Janeiro por 50 anos, onde serviu com muito amor e dedicação.

Ao término da guerra, os vencedores ganharam passeios turísticos por toda a Europa.

De volta ao Brasil, o irmão Cantídio deu baixa do Exér-cito Brasileiro e foi residir na cidade de Santos, onde con-gregou na Igreja Batista do Calvário, na Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 165 - San-tos - SP. Organizou e dirigiu uma congregação batista no Jardim Casqueiro - Cubatão--SP, a qual foi organizada em Igreja mais tarde.

Foi diretor do departamen-to de Evangelismo e da So-ciedade Masculina da Igreja do Calvário enquanto mo-rou em Santos. Vindo para São Paulo, congregou como membro ativo na Igreja Batis-ta da Fé, onde além dos tra-balhos evangelísticos, atuou como diretor de construção

do Templo atual, com a apro-vação da Igreja.

Foi presidente em sua Igre-ja da Junta Diaconal durante alguns anos, da Sociedade Masculina, da ABANC, como também foi sócio da Socieda-de Bíblica até os últimos dias de sua vida.

Participou por cerca de 90% das Assembleias da Conven-ção Batista Brasileira, onde desfilava com certo orgulho com os demais Ex-Comba-tentes da 2ª Guerra Mundial.

Foi assinante do “O Jornal Batista” até o fim de sua vida.

Como ele veio residir em São Paulo, ingressou nova-mente no Exército Brasilei-ro e conseguiu sua reforma (aposentadoria) com gradu-

ação de segundo-tenente, posto este no qual faleceu.

Foi casado com Marina Pereira de Oliveira, com a qual teve um filho, Marcos Pereira de Oliveira, os quais estão vivendo momentos de muita saudade.

Foi um dos fundadores do grupo de convivência do Hospital do Exército “Pio-neiros da Colina”, onde fez várias palestras sobre a 2ª Guerra Mundial.

Ultimamente congregava na Igreja Batista de Água Fria-SP onde serviu como diácono também.

“O SENHOR O DEU, O SENHOR O LEVOU: BEN-DITO SEJA O NOME DO SENHOR.” Jó 1.21

14 o jornal batista – domingo, 08/06/14 ponto de vista

Inicio esta reflexão lem-brando o que Paulo en-sinou ao jovem pastor Timóteo (ITm 3.2a-4-5)

“É necessário que o bispo(...) governe bem a sua própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o res-peito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da Igreja de Deus)”? A vida do pastor começa em casa. É no lar que ele tem ou não tem au-toridade espiritual. Este é o Calcanhar de Aquiles de mui-tos obreiros. Focam a igreja e a comunidade em volta, bem como as amizades, mas se esquecem de duas coisas essenciais: a vida devocional e a vida familiar.

Aqui estão os dois pilares da vida pastoral. O insucesso de muitos obreiros está liga-do à falta de compromisso na intimidade com Deus e na família. Isto é muito sério. Deve haver sempre coerên-cia entre a vida de dentro e de fora do lar. As pessoas estão de olho na vida do pastor. O pastor é referência, formador de opinião.

R. Kent Hughes faz algumas considerações muito pertinen-tes, a propósito. O ministério é desgastante. Consome mui-to tempo. A vida do pastor é bastante sobrecarregada. O ministério tem enorme poten-cial para a dissonância, dis-sensão e a hipocrisia, e para transformá-lo num fanfarrão eclesiástico, se o ministtro não se apropria das verdades que prega. E isso dá margem para a destruição do casamento do pastor.

O ministério pastoral pode ser uma ocupação solitária. A congregação nem sempre compreende a nossa vida. Ficamos vulneráveis. Paulo retrata muito bem a luta dos que levam o ministério na perspectiva bíblica: “Pois, quando chegamos à Mace-dônia, não tivemos nenhum descanso, mas fomos atribu-lados de toda forma: conflitos externos, temores internos” (II Co 7.5).

Ultimamente, muitas mu-lheres de pastor veem o mi-

nistério do marido como algo separado da vida em família: “Esse trabalho é dele. Eu te-nho os meus próprios interes-ses e objetivos”. Outras não percebem o ministério como chamado, mas meramente como uma profissão comum. “Ele tem a profissão dele e eu a minha”.

Há igrejas que devoram seus ministros, agindo como verdadeiras “orcas eclesiás-ticas”. Se o pastor é inexpe-riente ou ingênuo pode ser comido vivo e, ao mesmo tempo, assistir à deglutição de seu relacionamento mais precioso. De acordo com uma pesquisa realizada por um seminário nos Estados Unidos há alguns anos atrás, um em cada cinco pastores era divorciado, o que cor-responde aproximadamente a 24% da população geral. O índice de divórcio nas igrejas liberais não era muito mais alto do que nas conser-vadoras.

No espectro do casamen-to, devemos ter cada um, o coração carinhoso, que valorize publicamente um ao outro cada vez mais com o passar dos anos, como fez Winston Churchill com sua Clementine. Numa ocasião memorável, Churchill foi a um banquete formal em Londres, ocasião em que foi proposta uma questão aos dignitários: “Se você não fosse quem é, quem gostaria de ser? Naturalmente, todos estavam curiosos para saber o que Churchill, sentado ao lado de sua amada Clemmie, diria.

Afinal, não se esperaria que ele respondesse Julio César ou Napoleão. Quando final-mente chegou a vez do ex--primeiro-ministro britânico, o homem idoso, o último a responder à pergunta, levan-tou-se e disse: ‘Se pudesse ser quem não sou, gostaria de” – e aqui ele fez uma pausa para segurar a mão da esposa – o segundo marido da Sra Churchill”.

O casamento saudável de um ministro exige que ele e a esposa tenham coração intercessor um pelo outro. O

ministério é profissão de ser-vir. Servimos a Deus e a seu povo. Mas também é chama-do para cuidar um do outro com nobre coração servil. Esse cuidado, esse sacrifício e essa dedicação devem estar no centro do casamento de um ministro do evangelho, para que nossa vida não seja apenas apoio reciproco, mas também seja testemunho da realidade de Cristo para a igreja e o mundo. Algumas dicas para melhorar o casa-mento: a) Tirem um dia de folga; b) O dia de descanso tem de ser inviolável; c) Na-morem. d) Tirem férias; e) Vão para a cama juntos.

Tedd Tripp ensina: “O lar é um microcosmo da igreja. As qualidades da vida espiri-tual que dão credibilidade ao pastor em casa fornecerão a mesma medida de confiança às pessoas a quem ele serve na igreja. A vida familiar é a fornalha na qual as caracterís-ticas do pastor serão forjadas. As qualidades da vida espiri-tual que dão credibilidade ao pastor em casa fornecerão a mesma medida de confiança às pessoas que ele serve na igreja”.1 A nossa vida no lar é a medida da nossa autori-dade. Como pastor, devo ser um líder espiritual em casa e na igreja, um marido e pai, bem como um protetor. 2 A nossa espiritualidade definirá que tipo de líderes somos em casa e na igreja. Deus nos chamou à coerência de Cris-to, o nosso Supremo Pastor.

O pastor que tem sua fa-mília bem estruturada é um homem que dá um excelente testemunho do evangelho de Cristo. Na contramão desta verdade, Eli, sacerdote em Israel, cuidava do sacerdócio, mas não foi enérgico com os seus filhos. “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o Senhor. Era, pois, mui gran-de o pecado destes moços perante o Senhor, porquanto eles desprezavam a oferta do Senhor” (I Sm 2.12,17).

A nossa casa é o primeiro templo onde devemos cultu-ar ao Senhor com todos da fa-

mília. Se falharmos em casa, falharemos na igreja. Se não temos autoridade em casa, não a teremos na igreja. A qualidade do nosso ministé-rio dependerá da nossa quali-dade em casa. Se não somos enérgicos em casa, como o seremos na igreja? Se não levamos a sério a disciplina no lar, como será na igreja? Se não pastoreamos o nosso pequeno rebanho, como o faremos com o grande? Não é a lei de causa e efeito? O lar deve ser sempre o fator que causa as mudanças relevantes na igreja. Há uma retroali-mentação aqui.

O Dr Maybue cita um best--seller sobre o ministério pas-toral que contém um capitulo intitulado Alerta: o ministério pode ser uma ameaça para sua família. Por mais cho-cante que seja, o titulo reflete com precisão a realidade do ministério pastoral hoje. Uma pesquisa pastoral realizada alguns anos atrás, publicada em um jornal importante, descobriu as seguintes difi-culdades significativas que produzem problemas conju-gais nas famílias de pastores: 81% pelo tempo insuficiente em conjunto; 71% no uso do dinheiro; 70% por causa do nível de renda; 64% em di-ficuldades de comunicação; 63% por expectativas da con-gregação; 57% em diferenças quanto ao lazer; 53% por dificuldades na criação dos filhos; 46% em função de problemas sexuais; 41% pelo rancor do pastor com relação à esposa; 35% na diferença quanto à carreira ministerial e 25% por diferenças quanto à carreira da esposa”. 3

Estas pesquisas apontam para uma realidade pior nos dias de hoje. Aumentam sen-sivelmente as separações em nossas igrejas, inclusi-ve de líderes. A OPBB está preocupada. Uma série de fatores corrobora esta triste realidade. Como líderes, não temos sido cuidadosos, pru-dentes na relação familiar. Não temos sabido conci-liar os compromissos do lar com os demais. Sentimo-nos

pressionados, muitas vezes, pela opinião publica, pelo desempenho, pela cultura pragmática, que privilegia o mérito humano, a política de resultados, o desempenho, a produtividade e o sucesso pessoal.

Deus, família e igreja são o trinômio fundamental na vida do homem de Deus. Richard L. Maybue nos alerta, dizen-do o seguinte: “A única ma-neira de reverter o declínio geral da qualidade das famí-lias dos pastores é voltar aos princípios espirituais (fazer-mos uma releitura da Bíblia sobre este assunto) para o ca-samento e a família. Entendo que, quaisquer que sejam as pressões hoje vigentes, elas já tiveram equivalentes no passado e terão paralelos no futuro(...) Portanto, a família do pastor deve ser uma prio-ridade em sua vida”. 4

O A. R. Crabtree adverte: “De todas as influências que ajudam ou que prejudicam a vida ministerial do pastor, talvez a do seu lar seja a mais poderosa. Certamente a influ-ência da família seja insepa-rável do seu serviço pastoral. Se fracassar como marido ou como pai é impossível que seja eficiente como pastor, embora tenha os dons natu-rais e o melhor treinamento para a sua profissão”.

Cuidar de nós mesmos (cercar-nos de mentores), cui-darmos da família e cuidar-mos da igreja são desafios tremendos para nós, pastores. Precisamos ser os guardas das fontes. Como nos ensina ma-gistralmente o apóstolo Paulo, cuidarmos de nós mesmos e do nosso ensino (I Tm 4.16).

Desenvolvermos uma agenda que contemple a nossa intimidade com o Pai e o nosso relacionamento saudável com a família e a igreja. Estudarmos a Palavra sob a orientação do Espírito, crescermos na compreensão do próximo e trabalharmos de forma criativa, exercendo o sacerdócio com entusias-mo, com profunda alegria no Senhor. E, acima de tudo, glorificarmos o seu nome.

NOTAS:1 TRIPP, T. – Ame sua família – artigo da Revista “Fé para Hoje” – no. 28/2006, Ed. Fiel – SP.2 Ibid.3 MAYBUE, R.L. – A Família do Pastor – Redescobrindo o ministério pastoral. – John MacArthur, Jr./Corpo Docente do Master Seminary – CPAD – 1998, RJ.4 Ibid.

15o jornal batista – domingo, 08/06/14ponto de vista

Dentro de ma i s alguns dias esta-rei completan-do 37 anos de

ministério pastoral batista. Lembro-me com saudades dos primeiros tempos, ainda jovem, ao ver colegas pasto-res envolvidos com alegria e muita esperança no minis-tério. Não é este o cenário que hoje tenho assistido. Tanto eu como minha espo-sa, como psicóloga, temos acompanhado e buscado apoiar pastores e esposas quando somos procurados e, a cada dia, estamos ficando mais preocupados com a redução da alegria, da auto realização e esperança que temos notado na vida de muitos pastores e esposas.

Levantamentos de dados que fiz entre pastores batistas em nível nacional em 2000 e depois em 2011, já publica-dos aqui em O Jornal Batista, demonstram (com destaque para 2011) que:•13% indicaram que o exer-

cício do pastorado empo-breceu a sua vida familiar;•65% indicaram se sentirem

incapazes para o exercício do ministério;•30% sentem mais inferio-

rizados hoje do que no passado e que se pudes-sem voltar atrás mudariam muita coisa na vida e mi-nistério;•28% não tem desenvolvido

uma perspectiva de vida para daqui a cinco anos;•70% não estão contentes

com o tempo que investe na vida devocional;

•74% (62% em 2000) não têm culto doméstico regu-larmente em seu lar;•75% não estão satisfeitos

com a autodisciplina no uso do tempo.Um retrato com este ce-

nário nos oferece algumas indicações:•O senso de empobreci-

mento numa atividade de trabalho pode indicar a perda de sentido em obje-tivos da vida de modo que o empenho e criatividade fiquem prejudicados e isso cria um círculo vicioso com graves consequên-cias futuras. Tanto que o sentido de inferiorização ministerial e o desejo de mudar muita coisa na vida e ministério apontam 30% e a redução de perspectiva de vida em cinco anos 28% e, ainda mais, o sen-tido de incapacidade para o exercício do ministério chegou a 65%;•O investimento na vida de-

vocional e a autodisciplina na natureza de trabalho pastoral são fundamen-tais. Para falar de Deus é necessário falar com Deus em primeiro lugar. Como desenvolver o ministério da pregação, do ensino, do aconselhamento – na-turais na atividade pastoral – sem, contudo ter dedi-cada vida devocional? A indicação de 70% neste item é preocupante, pois reflete diretamente nas ati-vidades nobres do pasto-reio. Sem púlpito, atuação no aconselhamento e en-

sino enriquecidos, como alimentar o povo? O que estariam fazendo estes co-legas no ministério se não dedicam tempo para falar com Deus? Estariam tão ocupados com os afazeres pragmáticos da igreja? Isso sem falar na autodiscipli-na que indica carência na gestão do tempo. Tudo isso que produz frustração e tédio. Terminado o dia a pessoa se sente frustrada e inútil, com elevado senso de culpa.•O aumento do índice da

ausência regular do culto doméstico no lar pastoral de 62% (2000) para 75% (2011) pode indicar que a ocupação ministerial é de tal envergadura que o pastor não esteja cuidan-do adequadamente de sua família, seu primeiro re-banho. Aliás, Paulo a Tito e Timóteo adverte que quem não cuida de sua casa não deve cuidar do rebanho de Deus. A triste-za na vida de filhos e es-posas de pastores já tem sido notada por diversos líderes mais experientes. Minha esposa, que é psi-cóloga, tem trabalhado com esposas de pastores e notado a decepção que muitas delas possuem com o ministério, com a igreja e até com o próprio esposo pastor. Isso ainda sem contar com os de-sastres matrimoniais que a cada dia aumentam na vida de muitos pastores, com envolvimentos fora

do casamento ou mesmo com matrimônios frus-trados.O que posso dizer dian-

te de um cenário tão preo-cupante como este? Sinto que nossos queridos colegas têm feito o máximo, den-tro de cada limitação, para atender as demandas do ministério pastoral. As ati-vidades eclesiásticas a cada dia aumentam e nem sempre os pastores conseguem dar conta, até mesmo por causa das novas demandas, das novas exigências culturais e de gestão de uma igreja. Não há tempo e nem sempre recursos para recapacitação e atualização ministerial, bíblica, teológica.

O que podemos fazer para ajudar os pastores que vivem estes dilemas? •A Ordem de Pastores e suas

seccionais necessitam com extrema urgência rever suas prioridades e agendas de estudos e atendimento, considerando estes cená-rios. No momento estou profundamente decepcio-nado, em especial aqui no Estado de São Paulo, com colegas açoitando literal-mente a Seccional por con-ta de discussões sobre or-denação feminina, enquan-to que nenhuma mulher aqui está interessada em ingressar como pastora na Ordem. Até pastores que falam na sacralidade matri-monial ficam estimulando este tema. Enquanto isso, o sofrimento e os desastres ministeriais continuam.

•Os seminários e faculdades teológicas necessitam criar oportunidades de capaci-tação, atualização e reca-pacitação continuada para pastores em temas não ape-nas teológicos e bíblicos, mas também no trato dos dilemas pastorais, pessoais matrimoniais e familiares. Aqui na Teológica de São Paulo temos tido boas ex-periências especialmente com cursos ministrados pelo Dr. Irland Pereira de Azevedo nesta área;•Pastores necessitam ser pas-

toreados. Então, a Ordem de Pastores, Seminários/Faculdades, Convenções poderiam promover com urgência atendimento a pastores na área de aconse-lhamento pessoal, matrimo-nial, familiar e psicológico. A pesquisa mencionada revelou também o reduzi-do número de amigos de verdade que normalmente pastores possuem. Como sobreviver a tanta pressão sem poder conversar com alguém, sem pedir conselho a alguém mais experiente?Tenho trabalhado em edu-

cação teológica e ministe-rial há quase 40 anos por-que acredito que é possível sempre formar novas gera-ções com novas esperanças. Quase que semanalmente digo aos meus alunos que tenho esperança neles e que poderão investir no ministério, investir no pas-toreio de vidas e valorizar isto. Espero que consigamos sobreviver!!!