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C NT LEIA ENTREVISTA COM SÉRGIO SALOMÃO, PRESIDENTE DA ABRATEC ANO XVIII NÚMERO 207 DEZEMBRO 2012 TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT Problemas continuam Pesquisa CNT de Rodovias 2012 aponta piora nos índices que medem o estado geral das vias em comparação ao ano passado Pesquisa CNT de Rodovias 2012 aponta piora nos índices que medem o estado geral das vias em comparação ao ano passado

Revista CNT Transporte Atual 207

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Problemas continuam. Pesquisa CNT de Rodovias 2012 aponta piora nos índices que medem o estado geral das vias em comparação ao ano passado.

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Page 1: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT

LEIA ENTREVISTA COM SÉRGIO SALOMÃO, PRESIDENTE DA ABRATEC

ANO XVIII NÚMERO 207DEZEMBRO 2012

T R A N S P O R T E A T U A L

EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

Problemascontinuam

Pesquisa CNT de Rodovias 2012 aponta piora nos índices que medem o estado geral

das vias em comparação ao ano passado

Pesquisa CNT de Rodovias 2012 aponta piora nos índices que medem o estado geral

das vias em comparação ao ano passado

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 20124

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XVIII | NÚMERO 207 | DEZEMBRO 2012

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA Pesquisa CNT de Rodovias 2012

Sérgio Salomãoaborda transportepor contêineres

PÁGINA 8

ENTREVISTA

CNT e Anpetpremiam trabalhoscientíficos

PÁGINA 34

RECONHECIMENTO

Porto francês ganhapelo 2º ano o títulode melhor europeu

PÁGINA 38

COMÉRCIO EXTERIOR

TECNOLOGIA

Salão do Automóvelmostra novidadesem São Paulo

PÁGINA 44

REGIME AUTOMOTIVO

O que propõe oInovar-Auto, lançadopelo governo

PÁGINA 50

OPORTUNIDADE • Em palestra na sede da CNT,Max Gehringer destaca a importância de estudarpara aproveitar as chances do mercado

PÁGINA 30

Pesquisa CNT de Rodovias indica piora no estado geral dasrodovias brasileiras; 62,7% da extensão avaliada apresentaalguma deficiência e houve aumento nos problemas desinalização, presentes em 66,2% dos trechos

Página 20

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Lucimar CoutinhoTereza PantojaVirgílio Coelho

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

[[email protected]]

EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 5

Simpósio alertapara cuidado coma manutenção

PÁGINA 60

TRANSPORTE AÉREO

Alexandre Garcia 6

Duke 7

Mais Transporte 12

Boletins 72

Debate 78

Opinião 81

Cartas 82

Seções

SONDAGEM

Empresários ficammais cautelosos nofinal de 2012

PÁGINA 64

SEST SENAT

Dia das Criançasé comemoradonas unidades

PÁGINA 68

FERROVIA • A polêmica Estrada de Ferro Madeira-Mamorécompleta cem anos de inauguração e busca o reconhecimentocom o título de Patrimônio da Humanidade

PÁGINA 54

Anualmente dez trabalhos sãohomenageados no Prêmio CNT deProdução Acadêmica, criado paraincentivar a pesquisa e estimular oestudo de tecnologias que contribuam com o progresso dotransporte. Confira, na Agência CNT,a lista dos trabalhos vencedores daedição 2012. Todos serão publicadosna próxima edição do livro“Transporte em Transformação”. http://www.cnt.org.br/Paginas/Agencia_Noticia.aspx?n=8624

Programa Despoluir• Conheça os projetos• Acompanhe as notícias sobre

meio ambiente

Canal de Notícias• Textos, álbuns de fotos, boletins

de rádio e matérias em vídeosobre o setor de transporte no Brasil e no mundo

Escola do Transporte• Conferências, palestras e

seminários• Cursos de Aperfeiçoamento• Estudos e pesquisas• Biblioteca do Transporte

Sest Senat• Educação, Saúde, Lazer

e Cultura• Notícias das unidades• Conheça o programa de

Enfrentamento à ExploraçãoSexual de Crianças e Adolescentes

PRÊMIO CNT DEPRODUÇÃO ACADÊMICA

MÍDIAS SOCIAIS

O portal disponibiliza todas as ediçõesda revista CNT Transporte Atual

E MAIS

www.cnt.org.br

Sabia que os modelos de cadeirinhapara transportar crianças variam deacordo com a idade e o peso? Na página da Agência CNT noFacebook você encontra esta e outras orientações para não infringir a lei e cuidar da segurança no trânsito. Curta e compartilhe as nossas campanhas. www.facebook.com/cntbrasil

REVISTA CNT NO IPAD

A Revista CNT Transporte Atualtraz uma novidade: a publicação ganhou uma versão para iPad. Ficou mais fácil ler uma das principais revistas sobre transporte do país. É só baixargratuitamente o aplicativo “Revista CNT” na App Store e fazer o download das edições novas a cada mês. Para quem não tem tablet, continuam valendo as versões impressa e eletrônica no Issu.

PARCERIA

CNT e Sest Senataderem a projeto deredução de acidentes

PÁGINA 66

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rasília (Alô) - A venda de automóveis na Eu-ropa caiu para os níveis de 20 anos atrás. Éum pouco a crise financeira, mas é princi-palmente o fato de que as cidades euro-peias têm um eficiente transporte de mas-sa – metrô e trem – transporte público que

funciona – ônibus e bondes – e muita bicicleta emsuas ciclovias. Há pouco estive em Berlim e vi queos funcionários da Embaixada do Brasil vão para otrabalho de bicicleta e suas famílias usam essetransporte para ir para a escola, o supermercado,as diversões. Como não precisam de carro, nemcompram. E há os que usam o veículo para a ativi-dade que é dita no seu nome: passeio.

Grandes montadoras europeias estão no Brasil.Agora até a BMW, de Munique. O Brasil é um merca-do promissor. Milhões de pessoas estão podendocomprar carro financiado em baixas prestações. Osimpostos são altíssimos – e o governo reconhece is-so dando abatimento no IPI para estimular a ativi-dade das montadoras. Os juros também são altos,mas parece que não há preocupação com o endivi-damento. Não se acredita que vá acontecer o queocorreu na Espanha. Por outro lado, a margem delucro das montadoras no Brasil está entre as maisaltas do planeta. Uma festa bem brasileira. Todomundo espera voltar feliz e bêbado para casa.

Jayme Lerner me disse semana passada quetem vontade de esmagar os automóveis como se

fossem insetos. Baratas. Que eles são a raiz dosgrandes problemas de mobilidade nos centros ur-banos. Mesmo cidades menores já não têm ondeestacionar. E os congestionamentos de carros –mesmo com alternância de placas pares com ímpa-res – prejudicam todos os demais meios de trans-porte. Ônibus com 50 passageiros não andam porcausa de 50 automóveis conduzindo o mesmo nú-mero de pessoas. Agora se divulga uma pesquisamostrando que o morador de nossas cidades maio-res perde 80 minutos por dia no trânsito. Oitentavezes 365 dias dá mais de 20 dias num ano. Aos 50anos de vida, jogamos fora dois anos inteiros. Issosem contar a redução de expectativa de vida pelosabalos que a saúde sofre a cada dia que se vê otempo se esvair na lentidão do tráfego.

E o que tem feito o país para resolver isso? Esta-ríamos esperando a chegada do Big One? O grandecongestionamento em que ninguém mais consegui-rá andar para frente, para trás ou para os lados? Asgrandes cidades estão dando avisos todos os dias,há décadas. Cidades planejadas, como Brasília, BeloHorizonte e Goiânia já viram sucumbir o planejamen-to, esmagado pela grande quantidade de carros, quesó existem nas ruas porque não há um transportecoletivo eficiente. Quem pretende continuar fabri-cando e vendendo carros precisa se juntar aos go-vernos para dar solução. Se quiserem sobreviver,têm que ajudar as cidades a sobreviverem.

B

“Pesquisa mostra que o morador de nossas cidades maiores perde 80 minutos por dia no trânsito. Dá mais de 20 dias num ano”

O congestionamentofinal

ALEXANDRE GARCIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 7

Duke

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ENTREVISTA SÉRGIO SALOMÃO - PRESIDENTE DA ABRATEC

Opresidente da Abra-tec (Associação Bra-sileira dos Terminaisde Contêineres de

Uso Público), Sérgio Salomão,destaca que tem havido umaumento do transporte porcontêineres nos portos brasi-leiros, inclusive para cargas,como minério, açúcar e soja.Segundo ele, 70% da cargageral negociada no comérciointernacional é transportadaem contêineres. Para que osetor portuário possa melho-

rar o seu desempenho, o pre-sidente da Abratec destaca anecessidade de haver fortesinvestimentos para eliminaras dificuldades nos acessosaos terminais. Esse proble-ma, segundo Salomão, signi-fica "os verdadeiros gargalosque estrangulam a movimen-tação e o escoamento dascargas". O presidente da as-sociação também defende amanutenção do marco regu-latório do setor e consideraque é necessário ainda redu-

zir a burocracia. A Abratecrepresenta as empresas ven-cedoras de licitações e ar-rendatárias de terminais es-pecializados na movimenta-ção e armazenagem de con-têineres. Conforme dados daentidade, essas empresasempregam 9.500 colabora-dores e operam 13 terminaisem todo o país. Em 2011, es-ses terminais responderampor 74% da movimentaçãode contêineres nos portosbrasileiros, de acordo com

informações da Abratec.Leia a seguir, trechos da en-trevista com o presidente daassociação.

O senhor defende a pre-servação do marco regula-tório do setor portuário?

A Abratec defende a ma-nutenção do marco regula-tório do setor porque en-tende que o serviço portuá-rio é público e tem que sertratado por meio de licita-ção pública.

"A movimentação de contêineres nos portos nacionais temHá uma utilização crescente para o acondicionamento seguro

Transporte por cPOR CYNTHIA CASTRO

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crescido 10% ao ano.da carga geral"

Quais pontos principaiscitaria que precisam serpreservados e por quê?

O marco regulatório atualé favorável à atividade por-tuária e à sua expansão. Aprova é que, por meio do sis-tema portuário brasileiro, acorrente de comércio exte-rior passou de US$ 100 bi-lhões, em 1996, para US$ 480bilhões, em 2011. Portanto, éinexplicável a tendência dealteração do marco regulató-rio, até porque o estudo "Por-

tos 2021", elaborado pelo Ins-tituto Ilos, mostra que existecapacidade atual e futura dosegmento portuário de con-têineres para atender às de-mandas do comércio exterior.

Qual foi a proposta des-se estudo?

O objetivo do estudo foisubsidiar o governo com da-dos isentos e rigorosamentetécnicos com relação à reali-dade portuária brasileira nosegmento de contêineres e

projeção desse setor até oano de 2021. A conclusão éque, além de não haver es-trangulamento na capacida-de dos terminais de contêi-neres do país, as previsõespara 2021 são positivas porconta de obras de expansãoe adequação já autorizadas e

possíveis de ser realizadaspelos terminais, por meio deinvestimentos que totaliza-rão R$ 10,6 bilhões.

O que o senhor esperado plano de investimentoem logística na área por-tuária que deve ser anun-

ABRATEC/DIVULGAÇÃO

ontêiner

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ciado em breve pelo gover-no federal? O que trazmaior preocupação?

Já que é investimento emlogística, será muito provi-dencial que trate da insufi-ciência e da deficiência dosacessos aos terminais. Essessão os verdadeiros gargalosque estrangulam a movimen-tação e o escoamento dascargas, gerando intervalosociosos profundamente lesi-vos à competitividade dosprodutos brasileiros. Nessecontexto, obviamente, inse-rem-se as cargas conteineri-zadas. As dificuldades deacesso para entrada e saídadas cargas nos portos impac-tam negativamente na opera-ção dos terminais.

O senhor considera quedeve haver estabilidade re-gulatória para que os in-vestidores se sintam segu-ros para fazer aportes fi-nanceiros no setor. Citariaum exemplo?

No segmento de contêine-res, os investimentos priva-dos já aprovados e possíveistotalizarão R$ 10,6 bilhõesaté 2021. Referidos investi-mentos só se justificarão sehouver estabilidade regulató-ria para que sejam efetiva-

dos. Retrocessos regulatórioscausarão arrependimentoaos investidores que acredi-taram no modelo atual, o quese comprova por meio do su-cesso obtido com a aberturade capital de empresas queoperam terminais de contêi-neres em portos públicos.

Em relação à redução decustos nos portos, o que énecessário?

Anteriormente à privatiza-ção dos serviços portuários, oexportador pagava em tornode US$ 600 para movimentaro seu contêiner nos portosbrasileiros. Atualmente, o va-lor gira em torno de US$ 250,

o que já se mostra muito pró-ximo dos parâmetros interna-cionais. Portanto, no que serefere à operação portuária,os custos atuais já foram sig-nificativamente reduzidos. Arazão é que a atividade por-tuária passou a ser executadapor gestão privada, com mo-dernas técnicas e práticasoperacionais, aliadas a inves-timentos expressivos.

É preciso mudar a ges-tão dos portos?

O Brasil necessita de ges-tão portuária moderna quebusque eficiência e reduçãode custos. Nesse sentido, asautoridades portuárias de-

TECON SANTOS Terminal administrado pela Santos Brasil trabalha com operação de

"No segmentode contêineres,os investimentos

privados jáaprovados e

possíveistotalizarão

R$ 10,6 bilhõesaté 2021"

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ma-se aumento de 10% namovimentação em 2012.

Tem havido um cresci-mento nos últimos anos?

A movimentação de con-têineres nos portos nacionaistem crescido na ordem de10% ao ano. A expansão damovimentação decorre dautilização cada vez maiscrescente do contêiner comoinstrumento para o acondi-cionamento seguro da cargageral. Não bastasse isso, veri-fica-se atualmente a utiliza-ção do contêiner no trans-porte de outras cargas espe-cíficas, a exemplo do minério,do açúcar e da soja, o que

confirma que a conteineriza-ção é um processo crescenteno Brasil e no mundo.

O que é necessário paraque aumente a participa-ção do transporte por con-têineres nos portos?

A conteinerização é umprocesso crescente no Brasile no mundo. A prova é que70% da carga geral negocia-da no comércio internacionalé transportada em contêine-res. Portanto, o Brasil estádevidamente inserido na rotado contêiner.

Qual a importância dacabotagem e o que é preci-

so fazer para incentivar es-se transporte?

Outra prova de que o mar-co regulatório atual produziuum sistema portuário ade-quado às necessidades dopaís é que já se verifica o res-surgimento da navegação decabotagem, no que se refereao transporte de cargas con-teinerizadas. O desenvolvi-mento que se verifica atual-mente na região Nordeste po-de ser considerado como fa-tor de grande impacto nocrescimento da cabotagemno país, pois tanto a deman-da por matéria-prima e aoferta de produtos acabadostendem a aumentar as tran-sações na região. Estimativasdão conta de que o cresci-mento médio da cabotagemserá entre 6% e 7% ao anoaté 2021.

O projeto Porto sem Pa-pel tem funcionado? Qual aavaliação do senhor sobrea burocracia na atividadeportuária?

A burocracia, quase sempre,gera períodos improdutivos.Portanto, medidas que propor-cionem desburocratizaçãotambém geram velocidadeoperacional e, portanto, sãonecessárias e bem-vindas. l

contêineres e logística; nos últimos dois anos, empresa investiu R$ 750 milhões

SANTOS BRASIL/DIVULGAÇÃO

vem estar imunes a interfe-rências outras que não sejamde caráter técnico. Certa-mente, o governo está atentoao assunto e saberá adotarprovidências que produzampráticas de boa gestão.

Atualmente, qual é opercentual de cargastransportadas por contêi-neres no Brasil, em termosde volumes e valores?

A movimentação nos por-tos brasileiros tem sido cres-cente. Em 2011, foram movi-mentados 8,2 milhões deTEUs, o que representou au-mento de 9% comparativa-mente ao ano de 2010. Esti-

"O Brasilnecessita de gestão portuária moderna

que busque eficiência eredução de

custos"

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201212

MAIS TRANSPORTE

Para comemorar seu cinquentenário, a fabricante brasileira Agrale anunciou umciclo de crescimento com novosprodutos e outras inovações. Aempresa prevê crescimento eespera superar R$ 1 bilhão defaturamento este ano. Hoje, afabricante conta com quatro parques industriais, três deleslocalizados em Caxias do Sul (RS)e um em Mercedes, província deBuenos Aires, na Argentina. A

aposta da companhia é sua nova linha de caminhões, que já recebeu prêmios nacionais e internacionais, além do desenvolvimento de veículos com combustíveis alternativos e de fontes renováveis, como oAgrale Marruá Elétrico e o ônibushíbrido diesel-elétrico Hybridus.Focando o crescimento, a montadora também credita suasfichas na tecnologia de tração4x4 para mini e micro-ônibus.

Agrale comemora 50 anos JÚLIO SANTOS / DIVULGAÇÃO

FORD/DIVULGAÇÃO

O modelo Ford Ka chegou àmarca de 850 mil unidades produzidas no Brasil.

História

INOVAÇÃO Agrale aposta em novos produtos

HistóriaO modelo Ford Ka chegou àmarca de 850 mil unidades produzidas no Brasil.

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 13

Grupo gaúcho realiza maior transporte do país

Ogrupo gaúcho DarcyPacheco, especializa-do no atendimento a

grandes obras e empreendi-mentos, realizou a maioroperação de transporte in-termunicipal do Rio Grandedo Sul e a maior do Brasil,em termos de profissionaisenvolvidos (aproximadamen-te 300 colaboradores) e pelaaltura total do transporte,que chegou a 9,20 metros.

Foram transportados equi-pamentos como tanques demais de 50 toneladas, partin-

do de Triunfo à Refap (Refina-ria Alberto Pasqualini), emCanoas.

Os equipamentos para aampliação da Refap foram im-portados da Itália e permane-ceram no Porto de Rio Grandeaté a liberação dos processosde importação. De lá, segui-ram para o Porto de Triunfo,em dois dias de viagem.

Durante o trajeto rodoviá-rio, todas as vias foram inter-ditadas, por causa das dimen-sões dos equipamentos queocuparam toda a pista. A ope-

ração contou com quatro via-turas de escoltas credencia-das e duas viaturas da PolíciaMilitar, durante os três dias detransporte, em um percursode 67 quilômetros, que contouainda com vias alternativas.

O gerente de logística doGrupo Darcy Pacheco, New-vani Cirolini Corrêa, afirmaque durante toda a operaçãofoi necessário o desligamen-to e algumas alterações nasredes de energia elétrica etelefônica. “Nas redes detransmissão de energia foi

preciso fazer o aterramentodos equipamentos para evi-tar descargas elétricas, ten-do em vista a proximidadecom a rede de transmissão.”

A empresa comunicou pre-viamente os municípios sobrea operação. Para Corrêa, aquantidade de pessoas e em-presas envolvidas foi o grandedesafio da ação. “O envolvi-mento de todos permitiu àempresa concluir o planeja-mento e ser responsável poresse recorde nacional emtransporte rodoviário.”

RECORDE

PARTICIPAÇÃO Operação de transporte contou com a presença de 300 colaboradores

NEWVANI CIROLINI CORREA/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201214

MAIS TRANSPORTE

Nos bastidores da FiatO livro conta a história da Fiat,detalhando desde os primeiros diasda empresa, em 1899, à turbulênciaque levou à sua fusão com aChrysler em meio à crise de 2008, e também como seu CEO, SergioMarchionne, conseguiu levantar asduas empresas e ainda como a Fiatrapidamente fez a Chrysler dar lucro. De: Jennifer Clark, Ed. Saraiva,350 págs., R$ 49

Transporte Marítimo dePetróleo e DerivadosOferece ao leitor a oportunidade deconhecer um panorama geral sobreos fundamentos do transportemarítimo e estudar o funcionamentodessa atividade na indústria depetróleo e derivados, além dosaspectos comercial, operacional etécnico desse segmento da navegaçãoe das diversas modalidades de fretamento.De: Pedro Paulo Saraceni, Ed.Interciência, 154 págs., R$ 44

A CAF, fabricante dos VLTs (veículos leves sobre trilhos) de Zaragoza (Espanha), ganhou o prêmio Light Rail Awards 2012, na categoria Melhor Projeto Mundial do Ano. Além de fornecer os VLTs,

foi responsável pela sinalização da linha. Os veículos têm capacidade para mais de 300 passageiros

VLT da CAF premiado na Espanha

JORGE ALMUNI RUIZ/DIVULGAÇÃO

Ferrovia transporta mais de 106 mi toneladas A EFVM (Estrada de Ferro Vitória a Minas) fechou o terceiro trimestredeste ano com 37,2 milhõesde toneladas transportadas,entre minério de ferro ecarga geral. Com o volumetransportado no período,

até o mês de setembro, a EFVM alcançou a marca de 106,6 milhões de toneladas transportadas. Do volume total movimentado no terceiro trimestre, 30,2milhões de toneladas

corresponderam ao transporte de minério de ferro. Já o volume decarga geral alcançou 7 milhões de toneladas. A ferrovia transportou nesse intervalo quase 243 mil passageiros.

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 15

A Locar, empresa que atua no segmento de transportesespeciais e içamentos de cargas e pessoas, anunciou a compra de dez cavalosmecânicos superpesados daScania, com tracionamentode cargas acima de 300 toneladas. A companhia vaiadquirir também 40 linhas de eixo autopropelidas (equipamento de última geração, guiados pelo operador por meio do controle remoto). Os equipamentos devem passara incorporar a frota daempresa até o fim do ano.

Investimentona frota

A companhia aérea KLM lançou no Brasil e em outrosdez países a nova versão doaplicativo KLM Travel Predictions,que já era disponibilizado emoutras 12 nações, como EUA,Inglaterra, Índia, Singapura eItália. Ao fazer uma leituracompleta do perfil, bem comoas atividades do usuário noFacebook, o aplicativo une informações baseadas inteiramente nos interesses edados pessoais de cada um aeventos que estão acontecendoao redor do mundo, incluindotambém os amigos do usuário.

Sugestões deviagem on-line

Melhor Caminhoneiro do Brasil

Aquarta edição dacompetição MelhorMotorista de Cami-

nhão do Brasil, promovidapela Scania, teve o gaúchoVinícius de Moraes como ogrande campeão. Ele alcan-çou as maiores notas na úl-tima etapa, realizada noCentro de Exposições Imi-grantes, em São Paulo, der-rotando 23 finalistas.

O segundo lugar ficoucom o paranaense FabianoMedeiros da Silva, seguidopelo carioca Jorge Pereirade Araújo, que conquistou aterceira colocação.

Moraes levou para casa um

pacote de prêmios no valor deR$ 30 mil, distribuído em apa-relhos eletrônicos, móveis eeletrodomésticos; jogo depneus; além de R$ 6.000 emdinheiro e uma viagem comacompanhante para conhecera matriz da Scania, na Suécia.

Silva e Araújo receberamuma viagem com acompa-nhante para um resort, umjogo de pneus; um cursoMaster Driver ministradonas dependências da Sca-nia; um kit promocional;além da premiação em di-nheiro de R$ 3.500 e R$2.500, respectivamente.

A Scania e o Sest Senat

disponibilizaram aos 47 milinscritos (recorde de todas asedições da competição) umcurso on-line gratuito com otema “Atendimento Eficaz”.Em cada final regional, os seiscaminhoneiros mais bemclassificados ganharam umcurso de treinamento em umadas escolas de motoristaapoiadas pela Scania.

O Sest Senat também ofe-receu um curso de sua gradedo 4º ao 6º lugar nas roda-das da segunda fase. Já osclassificados do 4º ao 15º lu-gar receberam um curso dedireção econômica, ofereci-do pela Scania.

CAMPEÕES

NO PÓDIO Os primeiros colocados festejam a premiação

SCANIA/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201216

MAIS TRANSPORTE

JOÃO BOSCO/DIVULGAÇÃO

A Iveco assinou convênio paratestar um ônibus Eurorider movidoa GNV (Gás Natural Veicular) notransporte metropolitano daGrande Belo Horizonte. O acordofoi firmado entre a montadora, a

Gasmig (Companhia de Gás deMinas Gerais), a Setop (Secretariade Estado de Transportes eObras) e o Sintram (Sindicato dasEmpresas de Transportes dePassageiros Metropolitano). O

acordo faz parte de um projetopara avaliar o desenvolvimento ea adaptação do veículo nas condições reais, com duração inicialde seis meses. O combustível utilizado será fornecido pela

Gasmig, sem custos. Motoresmovidos a GNV emitem 95%menos óxido de nitrogênio, substância que causa chuva ácidae agride a camada de ozônio, e99% menos material particulado.

Testes com ônibus movido a GNV

CONFORTO Serviço permite o uso do celular

A Emirates lançou o serviço deaparelhos móveis para aeronavesA380 e alcançou mais um avanço na comunicação abordo. Graças à parceria com a OnAir, passageiros do A380podem manter contato pormeio de ligações ou do bancode dados do celular ao longo

de todo o voo. O serviço estáincluído no OnAir Wi-Fi, disponívelnas aeronaves A380 daEmirates. O sistema permiteque os passageiros utilizemseus celulares para fazer ligações e enviar mensagens abordo com facilidade compatívelao contato feito em terra.

Ligações a bordo

EMIRATES/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 17

Fetrancesc completa 25 anos de trabalho

Os 25 anos de atuação daFetrancesc (Federaçãodas Empresas de Trans-

portes de Cargas e Logística noEstado de Santa Catarina) foramcomemorados em cerimôniarealizada dia 23 de outubro, noLira Tênis Clube, em Florianópo-lis (SC). Representantes do se-tor de transporte de cargas doEstado de Santa Catarina sereuniram para celebrar asconquistas dos últimos anos etambém traçar novas metas edesafios para o futuro.

O presidente da entidade,Pedro Lopes, salientou a atua-ção de cada um dos empresá-rios ligados à federação e

destacou a importância dasrelações com os poderes Exe-cutivo e Legislativo e com asdiferentes entidades profis-sionais e da sociedade, todaselas alicerces do crescimentoe do respeito conquistadosnesses 25 anos. “O Jubileu dePrata é um começo para forta-lecer ainda mais o setor, coma representação não apenasdo setor de cargas, mas tam-bém de passageiros (rodoviá-rio e urbano), fretamento ecoletivo urbano. Precisamosunir forças para sermos maiscompetitivos, pois o mundoacelera”, lembrou Lopes.

Desde 1987, a Fetrancesc atua

na inovação de conceitos dotransporte de cargas, na inser-ção do setor nas principais deci-sões e debates tomados pelasesferas governamentais e enti-dades empresariais e da socie-dade civil e subsidia o transpor-tador com mecanismos que for-talecem a trajetória empresa-rial. A federação também atuana área educacional, seja naelevação do nível de escolari-dade de seus colaboradores,seja na formação de novos pro-fissionais para o mercado detrabalho ou ainda na qualifica-ção de quem já está atuandopor meio de parcerias com en-tidades, como o Sest Senat.

COMEMORAÇÃO

CELEBRAÇÃO Aniversário da Fetrancesc foi comemorado em outubro

FETRANCESC/DIVULGAÇÃO

A Marinha do Brasil, por meio daCapitania dos Portos de SantaCatarina, em conjunto com aDelegacia da Capitania dos Portosde São Francisco do Sul, emitiu aportaria nº 48/cpsc, elevando osparâmetros dos navios mercantesque atracam nos Portos de Itapoá eSão Francisco do Sul, no ComplexoPortuário da Babitonga. Em SãoFrancisco do Sul passam a operarnavios de até 310 m de comprimentoe 40 m de largura. Em Itapoá, naviosde até 334 m de comprimento e 46 mde largura. Embarcações com até 286 mde comprimento e 40 m de largurapoderão efetuar suas manobras nos períodos diurno e noturno.

Parâmetrosportuários

A Mitsubishi Motors lançou umaplicativo para celulares que permite ao cliente acessar todasas informações do manual doproprietário. O aplicativo está disponível para duas plataformas:IOS, no Iphone, por meio da AppStore; e Android, em celularescomo Samsung Galaxy, por meio da Google Play. Quem preferir pode acessar o aplicativo pelo site www.aplicativomitmanuais.com.brdo próprio aparelho celular.Nesse modo, o cliente será redirecionado à página de download do gadget.

Manual no celular

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201218

MAIS TRANSPORTEConhecimento por meio do tra

ARedenção Turismo ini-ciou este ano uma via-gem diferente a bordo

de um antigo ônibus da frotada empresa, levando cultura eentretenimento para estudan-tes de todas as idades. O veí-culo foi restaurado e transfor-mado em uma biblioteca mó-vel, com um grande salão depiso emborrachado colorido ebaús repletos de livros. Bati-zado de “Circulando Livro eMente”, o projeto nasceu pormeio da parceria entre a em-presa e a Editora Casa Cultu-ra, que já realizava trabalhospedagógicos nas escolas daregião de Taubaté, no interiorpaulista.

Segundo Alex Cunha, ge-rente de marketing da Reden-ção, a ideia de utilizar os veí-culos da frota em um projetosocial era antiga. “A empresatinha o ônibus, mas faltavaexperiência para decidir oconteúdo a ser trabalhado. Aeditora já possuía conheci-mento nesse tipo de iniciativae optamos em dar ‘mobilida-de’ ao trabalho que a CasaCultura já desenvolvia.”

Todas as questões que en-volvem o ônibus, como pre-servação, limpeza, custos demanutenção mecânica, com-bustível, e o motorista ficam acargo da Redenção. “O veículoé entregue revisado e aptopara que o trabalho seja feitode maneira segura e garanti-da”, destaca Cunha.

A Casa Cultura é a respon-sável por todo o conteúdo dosprogramas pedagógicos eações lúdicas. O projeto contacom consultoras profissionaise estudantes de Pedagogia,Letras, Psicologia, EducaçãoFísica e Teatro para conduziras atividades.

A faixa etária do públicoque participa do CirculandoLivro e Mente é variada.“Quando o projeto é aplicadoem escolas, o foco são crian-ças da Educação Infantil e doEnsino Fundamental com ida-de entre 2 e 14 anos. Quandoparticipamos de eventos empraças, comunidades caren-tes ou programações literá-rias, o objetivo é atrair pais efamiliares das crianças parapassarem um tempo em con-tato com a leitura”, diz AndréLuiz Cabral de Vasconcelos,gerente de projetos da CasaCultura.

De acordo com ele, a ideiaé fazer o estudante entrar noônibus, participar de uma ati-vidade interna (seja leitura oucontação de história) e convi-dá-lo para uma atividade ex-terna. “Já houve oportunida-des em que o veículo tornou-se uma sala de leitura inter-namente e uma oficina de es-crita do lado de fora.”

Vasconcelos diz que oacervo é fruto de arrecada-ções feitas pelas escolas daregião do Vale do Paraíba (SP)para a editora e para a ONG

ÔNIBUS LITERÁRIO

A Braspress, tradicional empresa de entregas, iniciou as atividades de seu braçologístico, a Braspress Logística.A sede fica em Barueri, RegiãoMetropolitana de São Paulo. No centro de distribuição serárealizada uma gestão integradadas operações de recebimento;conferência; armazenagem;processamento de pedidos;

controle de qualidade; adequação de produtos nasembalagens e etiquetagens;expedição; montagens de kits;sistema de inventário; gestãode transporte; controles sistêmicos e gráficos e consultoria logística e fiscal. As informações sobre as operações logísticas podem ser obtidas em tempo real.

Início das operações logísticas

NICHO Sede da empresa está localizada em Barueri (SP)

BRASPRESS/DIVULGAÇÃO

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nsporteInstituto Mundo a Fazer, quetambém apoia o projeto. “Partedesses livros é disponibilizadano ônibus, enquanto outrasações promovem doações a co-munidades carentes, além deprojetos de troca de livros e o‘Estantes Solidárias’, em que osvisitantes podem levar um livropara casa, à sua escolha, me-diante a produção de textos de-dicados ao projeto.”

Desde o lançamento, em ju-lho último, aproximadamente5.000 pessoas já participaram,considerando visitantes deeventos e ações abertas à co-munidade. Em escolas, com tra-balhos específicos para os estu-dantes, são mais de 3.000 crian-ças e jovens leitores atendidospelo Circulando Livro e Mente.“A meta é atingir 10 mil visitan-tes até o final deste ano”, afir-ma o gerente.

Segundo ele, os contatos pa-ra 2013 estão a todo vapor. “Jáexiste a consulta para levarmoso ônibus a localidades fora daregião em que atuamos. Tere-mos que analisar as possibilida-des para fecharmos.”

Cunha, da Redenção, conside-ra o projeto “um grande saltopara a empresa”. “Ele gerou umretorno muito positivo e hojeconsolida a companhia comouma das grandes colaboradorasda sociedade. Poder levar o co-nhecimento adiante, por meioda atividade do transporte, émais do que gratificante.”

(Por Leticia Simões)

ADAPTADO Ônibus usado pela Redenção Turismo para divulgar cultura

OBJETIVO Meta do projeto é atingir 10 mil visitantes até o fim do ano

FOTOS PROJETO LIVRO E MENTE/DIVULGAÇÃO

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avaliados neste ano, enquan-to em 2011 o percentual foi de56,9%. Faixas centrais des-gastadas ou inexistentesocorreram em 29,1% da ex-tensão total pesquisada. Pla-cas encobertas pelo mato,em 2,4%.

Na avaliação do presiden-te da CNT, senador Clésio An-drade, essa é uma questãoque precisa ser solucionada

16ª Pesquisa CNT aponta que 62,7% da extensão investigada apresenta problemas

POR CYNTHIA CASTRO

Piora o estadodas rodovias

REPORTAGEM DE CAPA

Oestado geral das ro-dovias do país pio-rou no último ano,com 62,7% (60.053

km) dos trechos avaliados naPesquisa CNT de Rodovias2012 apresentando algum ti-po de deficiência. Em 2011,esse índice foi de 57,4%. Hou-ve um aumento nos proble-mas de sinalização, presen-tes em 66,2% dos trechos

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 21

FOTOS PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2012

GO-060 Estudo constatou aumento nos problemas de sinalização, presentes em 66,2% dos trechos avaliados no país

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201222

BR-476 Motoristas precisam redobrar a atenção para driblar os riscos nas rodovias

com urgência. “A boa sinali-zação é fundamental paragarantir a maior segurançados motoristas e passagei-ros que trafegam pelas rodo-vias do Brasil. É muito im-portante investir fortementepara melhorar a sinalizaçãoe também para solucionaroutros problemas constata-dos no pavimento e na geo-metria viária”, afirma ClésioAndrade.

A pesquisa da CNT avaliaaspectos do pavimento, sina-lização e geometria da via de100% da malha federal pavi-mentada e das principais ro-dovias estaduais pavimenta-das. Também estão incluídasna pesquisa as rodovias con-cessionadas. Neste ano, fo-ram pesquisados 95.707 kmdurante 37 dias, entre 25 dejunho e 31 de julho. Os resul-tados são apresentados portipo de gestão (pública ouconcedida), por tipo de rodo-via (federais ou estaduais),por região e por Unidade daFederação.

O estudo mostra que oslocais onde existem trechosconcedidos para a iniciativaprivada apresentam umaqualidade bem superior à

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encontrada nas rodoviasmantidas pelos governos es-taduais ou federal. O Estadode São Paulo, por exemplo,tem praticamente 50% daextensão pesquisada classi-ficada como ótimo. As re-giões que ficaram melhorclassificadas em termos dequalidade rodoviária foramo Sudeste e o Sul, onde hámaior concentração de rodo-vias concedidas.

O presidente da CNT consi-

dera que é necessário daragilidade ao processo deconcessões de rodovias paraa iniciativa privada e tambémantecipar o cronograma deobras, exatamente para que opaís possa deixar de ter per-das econômicas e tambémsociais. “A participação dainiciativa privada permite oinvestimento contínuo namanutenção e na solução dosproblemas, proporcionandoassim rodovias muito mais

seguras para os motoristas epassageiros e maior eficiên-cia no transporte de cargas.”

No ranking de 109 ligaçõesrodoviárias feito pela pesqui-sa, as dez primeiras coloca-das têm extensão concessio-nada e estão localizadas noEstado de São Paulo. As liga-ções são trechos representa-dos por uma ou mais rodo-vias de grande importânciapara o transporte de cargas ede passageiros.

• A pesquisa faz o ranking de 109 ligações• São trechos regionais que interligam territórios de uma ou mais unidades da federação• As ligações têm importância socioeconômica e volume significativo de tráfego de cargas e de passageiros

MELHORESPosição Nome Rodovias Classificação Gestão concedida1° São Paulo (SP) - Limeira (SP) SP-310/BR-364, SP-348 ótimo sim2° São Paulo (SP) - Itaí (SP) - Espírito Santo do Turvo (SP) SP-255, SP-280/BR-374 ótimo sim3° Bauru (SP) - Itirapina (SP) SP-225/BR-369 ótimo sim4° Barretos (SP) - Bueno de Andrade (SP) SP-326/BR-364 ótimo sim5° RibeirãoPreto (SP) - Borborema (SP) SP-330/BR-050, SP-333 ótimo sim6° Limeira (SP) - São José do Rio Preto (SP) SP-310/BR-364, SP-310/BR-456, SP-330/BR-050 ótimo sim7° São Paulo (SP) - Uberaba (MG) BR-050, SP-330/BR-050 ótimo sim8° Rio Claro (SP) - Itapetininga (SP) SP-127, SP-127/BR-373 ótimo sim9° Catanduva (SP) - Taquaritinga (SP) - Ribeirão Preto (SP) SP-322, SP-322/BR-265, SP-323, SP-330/BR-050,SP-351 ótimo sim10° São Paulo (SP) - Taubaté (SP) SP-070 ótimo sim

PIORES

Posição Nome Rodovias Classificação Gestão concedida

100° Porto Velho (RO) - Rio Branco (AC) BR-364 ruim não

101° Jataí (GO) - Piranhas (GO) BR-158 ruim não

102° Marabá (PA) - Dom Eliseu (PA) BR-222 ruim não

103° Manaus (AM) - Boa Vista (RR) - Pacaraíma (RR) BR-174 ruim não

104° Barracão (PR) - Cascavel (PR) BR-163, PR-163/BR-163, PR-182/BR-163, PR-582/BR-163 ruim não

105° Alta Floresta (MT) - Cuiabá (MT) BR-163, BR-364, MT-320 ruim não

106° Brasília (DF) - Palmas (TO) BR-010, DF-345/BR-010, GO-118, GO-118/BR-010, TO-010,

TO-050, TO-050/ BR-010, TO-342 ruim não

107° Belém (PA) - Guaraí (TO) BR-222, PA-150, PA-151, PA-252, PA-287, PA-447,

PA-475, PA-483, TO-336 ruim não

108° Natividade (TO) - Barreiras (BA) BA-460, BA-460/BR-242, TO-040, TO-280 ruim não

109° Rio Verde (GO) - Iporá (GO) GO-174 péssimo não

RANKING DE LIGAÇÕES

“A boa sinalização éfundamentalpara garantir

a maior segurança”

SENADOR CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201224

Na análise geral dos resul-tados, o Estado que apresen-tou a pior condição foi oAcre. Um Estado de pequenaextensão territorial onde seconstatou que 0,9% dos tre-chos avaliados foram classi-ficados como bons e 38% co-mo péssimos. O estudo apon-ta que há um agrupamentode condições mais precáriasnas rodovias das regiõesNorte e Nordeste do país.

Custo operacional mais de 20% maior ao comparar duas rotas

ESTUDO DE CASO

A 16ª edição da PesquisaCNT de Rodovias traz umestudo de caso sobre comoa diferença na qualidade dopavimento impacta direta-mente no custo do trans-porte. Ao comparar duas ro-tas, com aproximadamenteas mesmas extensões, entreos municípios de São Pau-lo e Belém do Pará, é pos-sível perceber uma dife-rença de custo operacio-nal de mais de 20%, de-pendendo do caminho quese escolher seguir, nacomparação com um traje-to em condições ideais.

Na rota 1, a maior partedas rodovias tem um pavi-mento avaliado como ótimoou bom, sendo que apenaso trecho de 104 km utilizadona BR-262 é regular. O resul-tado disso é uma elevaçãode apenas 6% no custo do

transporte, quando compa-rado a uma rota formadaapenas por rodovias com opavimento ótimo.

Já a rota 2 é formadapor rodovias com o pavi-mento de pior qualidade.Em 589 km da rota, o pavi-mento é regular. Outros 448km foram classificados co-mo péssimo. Como conse-quência, o aumento no cus-to operacional do corredorfoi de 28%, em comparaçãoa uma rota que apresentas-se apenas trechos ótimos.

O estudo trabalha comum corredor rodoviário uti-lizado, principalmente, notransporte de carga fracio-nada e no transporte depassageiros. A primeira ro-ta avaliada passa por seisEstados nas regiões Sudes-te, Centro-Oeste, Norte eNordeste. A extensão total

é de 2.941 km, sendo amaior parte do trajeto naBR-153, de Campo Florido(MG) até Wanderlândia (TO).

A rota alternativa, de3.002 km, tem trajeto simi-lar à rota 1 até Talismã (TO).A partir daí, enquanto a ro-ta 1 passa da BR-153 para aBR-226, o caminho alterna-tivo segue na mesma BRaté Guaraí (TO), quando en-tra na TO-336.

RegiõesDe forma geral, ao ava-

liar o aumento médio nocusto operacional dotransporte no país devidoàs condições do pavimen-to, o índice é de 23%. Naregião Norte, esse custoadicional é bem superior àmédia, chegando a 43,2%.Nordeste e Centro-Oesteapresentam esse aumento

bem próximo à média na-cional, com 22,1% e 23,8%,respectivamente. Já o Su-deste e o Sul, apresentammenor impacto, com índi-ces de 18,9% e 17,7%.

Esses problemas no pa-vimento deixam as movi-mentações cada vez maislentas e mais caras. Todavez que a infraestruturanão se encontra em boascondições de uso, os cami-nhões demoram mais tem-po para fazer uma mesmaviagem, consomem maiscombustível, emitem maispoluente, têm desgastemaior e precisam de maismanutenção.

Conforme foi demonstra-do na Pesquisa CNT de Rodo-vias, o custo do transportetem um incremento de 23%,em média, devido às condi-ções ruins do pavimento.

BR-101 Pesquisa analisageometria da via, pavimento e sinalização

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CORREDORES PARA O TRANSPORTE DE CARGA INDUSTRIAL

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201226

CLASSIFICAÇÕES DA PESQUISA

Em 2011,foram

188,9 milacidentes

nas rodoviasfederais

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 27

Os dados mostram que háum problema crônico das ro-dovias brasileiras quanto àquestão da geometria viária.Isso porque grande parte dasrodovias foi construída hámais de 30 anos, mas o cená-rio mudou muito. Basta veri-ficar que nos últimos anos,tem havido quebras sucessi-vas de recorde de vendas deveículos. Só de 2009 para cá,entraram em circulação maisde 12 milhões de novos veícu-los no país. E isso demanda

uma infraestrutura viária demaior capacidade.

Pelos índices da pesquisada CNT, 88,1% (84.351 km) daextensão pesquisada é depista simples de mão dupla e39,4% (37.964 km) não pos-suem acostamento. Os pes-quisadores constataram aocorrência de 221 pontos crí-ticos, como erosão na pista,queda de barreira, ponte caí-da ou buraco grande.

Em 2011, foram identifica-dos 219. A pesquisa mostrou

que houve um aumento de36% nas erosões da pista, emrelação aos dados de 2011. Es-ses pontos críticos represen-tam situações que configu-ram risco considerável oupotencial para os usuáriosdas rodovias, comprometen-do as condições de seguran-ça para o tráfego de veículos.

AcidentesAlém de contribuir para

um maior custo para o trans-porte de cargas, as más con-

BR-282 (SANTA CATARINA) Rodovias do Sul e do Sudeste apresentam melhores condições

O estudoidentificou

221pontos críticos

nos trechosavaliados

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dições das rodovias tambémrefletem em um problemagrave: a insegurança. Em2011, foram registrados 188,9mil acidentes nas rodoviasfederais policiadas. Cerca de6.000 acidentes a mais doque em 2010.

Mais de 28 mil pessoassofreram lesões graves emacidentes rodoviários em2011 e outras 8.500 morre-ram. O custo com acidentesem rodovias federais foi deR$ 15,7 bilhões em 2011. Alémdas perdas de vidas, essecusto anual é maior do queo volume investido em rodo-vias pelo governo no anopassado, que foi de quaseR$ 12 bilhões.

RecursosA CNT estima que a neces-

sidade de investimento paraa modernização da infraes-trutura rodoviária no Brasilseja de cerca de R$ 177 bi-lhões, a serem aplicados naconstrução de novas rodo-vias e em obras de duplica-ção, pavimentação, recupera-ção, entre outras interven-ções. Somente a recuperaçãodo pavimento necessita demais de R$ 15 bilhões.

De acordo com a CNT, al-gumas rodovias que preci-

doviária, a CNT considera queé preciso expandir as outrasmodalidades do transporte.

No mês de agosto, o go-verno federal anunciou oPrograma de Investimentosem Logística, que prevê R$133 bilhões a serem investi-dos via concessões de rodo-vias e ferrovias no país. Paraas rodovias, estão previstos

sam de investimentos são aBR-101, na Bahia; a BR-262, noEspírito Santo e em Minas Ge-rais; a complementação daduplicação da BR-040, entreBrasília e Rio de Janeiro,mais especificamente no tre-cho de Minas Gerais; e inves-timentos na BR-163, no MatoGrosso. Paralelamente a es-sas obras de construção ro-

R$ 42 bilhões que devem serutilizados em duplicação,construção e manutençãodos trechos selecionados.

Na avaliação da CNT, o iní-cio do programa é uma boasinalização do governo, umavez que a iniciativa privadatem condições de executarobras com mais agilidade ede gerir esses trechos de

“As concessõespermitem oinvestimentocontínuo na

manutenção ena solução dos

problemas”

SENADOR CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 29

forma mais eficiente. Entre-tanto, a CNT avalia que é pre-ciso dar celeridade à implan-tação dessas concessões, an-tecipando os cronogramasdos projetos.

Meio ambienteA falta de infraestrutura

rodoviária adequada tambémtraz problemas para o meio

ambiente. O comprometimen-to do pavimento, por exem-plo, contribui para aumentaro consumo de combustível epara elevar a emissão de po-luentes. Uma rodovia em bomestado de conservação poderesultar em até 5% de econo-mia no consumo em relaçãoa uma rodovia com estado deconservação inadequado.

Se o pavimento de todasas rodovias do país tivessesido classificado como óti-mo ou bom na pesquisa daCNT de 2012, seria possívelproporcionar uma economiade 616 milhões de litros deóleo diesel. Isso correspon-deria, em média, a R$ 1,29bilhão e uma redução daemissão de 1,6 megatonela-

da de CO2 – principal gás deefeito estufa.

A primeira Pesquisa CNT de Ro-dovias foi realizada em 1995. Nes-te ano de 2012, o estudo chegou à16ª edição. As informações auxi-liam no planejamento dos trans-portadores, na formulação de pla-nos de manutenção de rodovias ena elaboração de políticas públi-cas para o setor de transporte. l

Em 2012,foram

95.707 kmavaliados no país

pelapesquisa

BR-17 4 Estudo identificou 221 pontos críticos, como buracos, queda de barreiras e outros

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201230

ESCOLA DO TRANSPORTE

Estudar sempre, man-tendo-se preparadopara alguma novaoportunidade no mer-

cado de trabalho, é uma dasdicas do administrador deempresas, comentarista darádio CBN e da TV Globo, MaxGehringer. Ele esteve na sededa CNT, em Brasília, durante oIV Ciclo de Conferências pro-movido pela confederação,pela Escola do Transporte e

pelo Sest Senat, no final deoutubro.

Ao comentar sobre a pró-pria carreira, Gehringer lem-brou que nunca parou de estu-dar e destacou que vale a penafazer cursos, mesmo que nãohaja uma aplicação imediatapara o novo conhecimento. Is-so porque quando surge umaoportunidade, terão mais van-tagens os profissionais que játiverem se preparado. “A ma-

neira que vamos nos diferen-ciar é fazendo aquilo que osoutros não fizeram ou não fa-zem. As coisas que consigoagregar por meio do estudo éque irão me diferenciar.”

De forma bem-humorada,Max Gehringer abordou diver-sas situações do mercado detrabalho. Destacou a importân-cia de cursos oferecidos pelaEscola do Transporte, pelo SestSenat e por outras entidades. E

afirmou que há um grande es-paço no Brasil para os profissio-nais que atuam na área técnica.

O administrador destacouainda que é importante saberconciliar formação com expe-riência e afirmou que o maiormontante de desempregadosno Brasil compreende jovens deaté 25 anos de idade. “São jo-vens com curso superior com-pleto, mas que nunca trabalha-ram. Conseguir alguma coisarápido quando se tem 18 anos éimportante. Não adianta ficarempilhando diploma”, orientou.

Saber como lidar com aspessoas e também estar aten-to sobre como se portar den-tro de uma empresa foramoutras dicas passadas porGehringer. Segundo ele, é im-portante “entender de gente”para atuar com qualidade emqualquer área. O profissionalprecisa também ter discerni-mento para entender qual apostura é reconhecida dentroda empresa que se trabalha.“Descobri que gente é igualem qualquer lugar. Se eu en-tender de gente, não precisoentender o resto.”

Outra dica para os profissio-nais é que eles aproveitem a

“Nunca parede estudar”

O administrador Max Gehringer destacou, na sede da CNT em Brasília, a importância

de se fazer sempre novos cursosPOR CYNTHIA CASTRO

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 31

hora de trabalhar pesado, paraconseguirem mais tarde umarecompensa. “É possível teruma excelente qualidade de vi-da e uma carreira muito bem-sucedida. Mas não ao mesmotempo. Então, você tem que es-colher. É preciso aproveitar omomento de ralar para um diadecidir o que é qualidade de vi-da para você”, afirmou.

Sobre o fato de permanecermuitos anos na mesma empre-

sa, Gehringer considera quecada profissional deve avaliaro motivo. Se for porque a em-presa traz satisfação profis-sional e pessoal, não há pro-blema. Mas se a motivação pa-ra não procurar uma mudançafor o medo do novo, é hora dereavaliar essa postura.

“Eu acho maravilhoso (per-manecer na mesma empresapor muitos anos), a não ser queseja por medo da vida, medo de

se arriscar ou por desespero doque existe lá fora. Se não foresse o motivo, acho que umapessoa que trabalha 25 anos nomesmo lugar e está sorrindo demanhã quando chega e estásorrindo de tarde quando vaiembora fez o melhor negócioda vida”, considera.

Leia nas páginas a seguirtrechos da entrevista comMax Gehringer.

FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

CARREIRA Com bom humor, Max Gehringer atraiu a atenção da plateia, passando dicas para o sucesso profissional

“No mercado de trabalho,

bateu o rótulona testa, é difícil

conseguir se livrar”

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201232

É preciso estar preparado para as oportunidades no mercado, diz MaxENTREVISTA

Ao falar por mais de duashoras para uma plateia for-mada por profissionais queatuam no transporte e tam-bém em outras áreas, o ad-ministrador de empresas,comentarista da Rádio CBN eda TV Globo, Max Gehringer,deu várias dicas para se ob-ter sucesso na carreira. Umadelas é encontrar o equilí-brio para saber como seportar e não ter pressa de-mais para que as coisasaconteçam.

Qual dica você daria parao profissional do transporte– seja ele motorista, dono deempresa?

Esse é um setor que se pa-rar o Brasil para. Tem poucacoisa que pode parar o Brasil eo transporte é uma delas. Umadas vantagens da Escola doTransporte é proporcionar cur-sos que vão fazer a diferença.No caso do transporte de pas-sageiros, por exemplo, em re-lação à Copa no Brasil, o aten-dimento se torna ainda maisimportante. Tanto no transpor-te de cargas, no escolar, no tá-xi, esse é um setor que temgrande oferta de emprego. E aEscola do Transporte oferececursos que podem fazer comque a pessoa se destaque.

Os profissionais preci-sam estar atentos às opor-tunidades?

O que eu sinto no mercadode trabalho é que a preocupa-ção é muito imediatista. Nin-guém está pensando no queeu posso fazer agora que vaiser bom para a minha vida in-teira. As pessoas pensam noque podem fazer agora queserá bom para elas hoje à tar-de. Se eu fizer dez cursos,quantos vão ser úteis paramim? Três talvez. Mas um de-les vai ser fundamental. Vocênunca sabe qual é a oportuni-dade que vai pintar na suafrente. Então, os que estive-rem melhor preparados vãolevar vantagem.

É preciso um pouco deteimosia no contexto do em-preendedorismo ou mesmopara conseguir bons resulta-dos na carreira?

Para mim, a principal carac-terística do empreendedorbrasileiro é a teimosia. Quandovocê vê alguém que abre umnegócio, quebra e desiste éporque esse não é para serempreendedor mesmo. O bomempreendedor no Brasil éaquele que quebra e abre ou-tro negócio até acertar um. Éteimoso mesmo.

Essa mentalidade servepara o mercado de trabalho,mesmo que você não estejaabrindo um negócio?

Tudo na vida é uma questãode encontrar o equilíbrio. Euposso ser teimoso desde queeu entenda em que momento acorda arrebenta. E se ela arre-bentar, de que lado eu estou nacorda. Posso ir puxando, insis-tindo, pedindo, discutindo. Mastem momentos que eu precisosaber a hora de parar. Eu, porexemplo, não consigo escutaruma coisa sem fazer uma pia-da. Hoje isso funciona muito ameu favor. Mas quando eu eraauxiliar de produção, o super-visor não gostava. É precisosaber a hora.

Quando você avalia suaprópria carreira, consegueperceber alguns erros quedevem ser evitados?

Tentei há algum tempo re-capitular os erros que cometi efaltou tela no computador. Éuma quantidade. Cometi os er-ros que todos cometem. Pressademais para que as coisasaconteçam. Não entender queo chefe é a pessoa que vai de-cidir a minha vida. Não enten-der que não fui contratado pa-ra avaliar o meu chefe. Não sa-ber a hora de falar sério e de

brincar. São erros que todoscometem e que todos são per-doados por eles pela primeiravez. A repetição do erro come-ça a criar uma imagem que co-meça a ser perigosa. No mer-cado de trabalho, bateu o rótu-lo na testa, é difícil conseguirse livrar dele.

E qual é a parte boa naavaliação de sua carreira?

Não parar de estudar. Nun-ca parei de estudar. Estudavade tudo. É bem provável que70% das coisas que eu estu-dei ainda não me serviram.Mas no dia que eu precisar, eutenho o curso ou tenho a ex-periência. Outra coisa muitoimportante para o jovem. Omaior contigente de desem-pregados no Brasil é formadopor jovens até 25 anos, comcurso superior e que nuncatrabalharam. Conseguir algu-ma coisa rápido quando setem 18 anos é importante. Nãoadianta ficar empilhando di-ploma. Se o processo for emuma empresa privada, o que aempresa vai querer é o equilí-brio entre a experiência aca-dêmica e a experiência práti-ca. A melhor escola e a me-lhor faculdade podem até ga-rantir a entrada, mas não ga-rantem a permanência.

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Gehringer O modo de vestir influen-

cia no mercado de trabalho?Influencia no modo como

as pessoas te veem, até emtermos de promoção. Podereparar que as pessoas quesão promovidas se parecem,porque elas se parecem coma maneira como a organiza-ção se veste. Isso não signifi-ca que exista a descrição deum traje. Às vezes, a gente lêem uma revista: “se vista as-sim”. E isso não é verdade.Tem empresa em que se tra-balha de tênis, jeans e cami-seta. Há outras em que se tra-balha de terno, gravata. Asmulheres, quase de longo, ca-belo preso, sem tatuagemaparente, sem piercing. Emoutras, não tem problemausar piercing. Então, tem quese perguntar como é que aempresa se veste de modogeral? Como é que o diretorse veste, o presidente se ves-te, o gerente se veste? Quemfoi promovido ou conseguiualguma coisa especial nos úl-timos dois anos? Eles, poracaso, se parecem com o pes-soal de cima? Normalmente,sim. Então eu tenho duas op-ções. Eu posso me vestir dojeito que a organização querque eu me vista e ter maisoportunidades ou me vestir

do jeito que eu quero e termenos oportunidades.

Ficar muitos anos namesma empresa pode sersinônimo de uma carreirabem-sucedida ou não há es-sa relação?

Eu acho isso maravilhoso,a não ser que seja por medoda vida, medo de se arriscarou por desespero do que exis-te lá fora. Se não for esse omotivo, acho que uma pessoaque trabalha 25 anos no mes-mo lugar e está sorrindo demanhã quando chega e estásorrindo de tarde quando vai

embora fez o melhor negócioda vida. Por que ficar pulandode um lado para o outro, seela encontrou o lugar ondeela é feliz? É que nem casa-mento. Ah, estou casado há 15anos, então vou me separar.Mas, por quê? Ah, está todomundo se separando. Isso nãoé um bom motivo.

E o contrário, pular de-mais de um emprego para ooutro?

Existem pessoas que nãoconseguem resistir, e o merca-do está mais receptivo, isso éverdade. Antes era uma des-

graça, agora é acúmulo de ex-periência. Então, também de-pende do motivo pelo qual apessoa sai. Se ela foi demitidacinco vezes é um problema se-ríssimo. Se ela saiu cinco vezespara ganhar mais, é alguémque a gente presta atenção.Mas, para mim, é tudo umaquestão de como é que eu mesinto melhor. Eu estou fazendoisso por que todo mundo estáfazendo ou estou fazendo issopor que me sinto bem? l

Com Aerton Guimarães,Érica Abe, Kátia Maia e LiviaCerezoli

MAX GEHRINGER

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201234

Os vencedores da 17ª edi-ção do Prêmio CNT deProdução Acadêmicaforam homenageados

no dia 30 de outubro, em Joinvil-le (SC), durante a realização do26º Congresso Nacional de Pes-quisa e Ensino em Transporte.

Dos 450 trabalhos científicosinscritos, dez foram premiados.A proposta da premiação é in-centivar a pesquisa e estimularnovas descobertas de tecnolo-gias e formas de gestão que con-

tribuam para a melhoria da pro-dutividade e da competitividadedo setor. Os critérios de seleçãodos trabalhos levam em conta aoriginalidade, a atualidade, a re-levância para a atividade trans-portadora, o rigor científico e aclareza nas exposições do con-teúdo e da conclusão. A entregado prêmio foi feita pelo vice-pre-sidente da seção de transportede cargas da CNT e presidente daFetrancesc (Federação das Em-presas de Transportes de Cargas

e Logística no Estado de SantaCatarina), Pedro Lopes.

O prêmio, criado em 1996, éuma parceria entre a CNT e a An-pet (Associação Nacional de Pes-quisa e Ensino em Transporte) etem como objetivo principal in-centivar a pesquisa e estimular adescoberta de inovações quecontribuam para a melhoria daprodutividade e competitividadedo setor de transporte no país.

Com a premiação, a CNT reite-ra seus esforços para aproximar

o meio acadêmico dos empresá-rios do setor. Ao mesmo tempo, aconfederação promove o incenti-vo à produção acadêmica, ofere-cendo possibilidades de aplica-ções práticas para os projetospremiados e apresentando aostransportadores soluções, refle-xões e oportunidades de aperfei-çoamento da atividade, propor-cionando um transporte de maisqualidade à sociedade.

Para o presidente da Anpet,Orlando Fontes Lima Júnior, es-

CNT e Anpet premiam trabalhos universitários sobre soluçõespara o transporte durante congresso em Joinville (SC)

POR LIVIA CEREZOLI

Reconhecimentoacadêmico

PESQUISA CIENTÍFICA

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 35

sa iniciativa é um importante ca-nal de relacionamento entre ateoria e a prática. “É um incenti-vo para a comunidade de pes-quisadores em transportes con-tinuar buscando e desenvolven-do temas úteis para o setor. Pa-ra as empresas, permite conhe-cer os avanços de ponta em te-mas de seus interesses que nor-malmente não teriam acesso”,explica ele, que também é pro-fessor do Departamento de Geo-tecnia e Transportes da Faculda-

de de Engenharia Civil, Arquite-tura e Urbanismo da Unicamp(Universidade de Campinas).

De acordo com Pedro Lopes,presidente da Fetrancesc, é im-portante ressaltar os trabalhoscientíficos de alta qualidade pre-miados durante o evento. “O con-teúdo de todos eles tem uma re-lação direta com as situações vi-venciadas no setor de transporte.O material apresenta soluçõesfuturas para os problemas queenfrentamos hoje”, afirma.

ANPET/DIVULGAÇÃO

Os trabalhos inscritos devemser de fácil implementação eabordar questões, como solu-ções para os problemas reais en-frentados pelo transportador, de-senvolvimento de ferramentasde gestão empresarial ou estra-tégicas, soluções para a reduçãode custos operacionais, soluçõespara o aumento de qualidade edesempenho dos serviços, solu-ções tecnológicas, soluções lo-gísticas, gestão de recursos, pro-postas ou estudos de regulamen-

tação para o setor e responsabi-lidade social e ambiental. Os tra-balhos foram analisados pelo Co-mitê Científico da Anpet e poruma comissão julgadora espe-cialmente constituída por espe-cialistas em transportes da CNT.

As relações entre o estilo devida e a escolha modal, a segu-rança viária, a relação fluxo-ve-locidade em rodovias brasilei-ras, a mobilidade sustentável ea alocação de berços para múl-tiplas cargas estão entre os

INOVAÇÃO Cerimônia de entrega do 17º Prêmio CNT de Produção Acadêmica, que estimula descobertas tecnológicas

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201236

17º PRÊMIO CNT DE PRODUÇÃO ACADÊMICAVencedores em 2012

Trabalho: Relações fluxo-velocidade para rodovias de pista simples no BrasilAutores: José Elievam Bessa Júnior e José Reynaldo Setti

Trabalho: Estudo das relações entre o estilo de vida e a escolha modal: umaanálise de classes latentesAutores: Alexandre Henrique Silva, Ronny Marcelo Aliaga Medrano e PastorWilly Gonzales Taco

Trabalho: Modelo de desempenho de irregularidade longitudinal desenvolvidocom base em dados da rede de rodovias em tratamento superficial duplo doEstado da BahiaAutores: Sérgio Pacífico Soncim, José Leomar Fernandes Júnior e LuisEdmundo Prado de Campos

Trabalho: Procedimento para avaliação de projetos de rodovias rurais visando a segurança viáriaAutores: Márcia Lopes Rodrigues de Souza e Maria Alice Prudêncio Jacques

Trabalho: Capacidade e relação fluxo-velocidade em autoestradas e rodoviasde pista dupla paulistasAutores: Gustavo Riente de Andrade e José Reynaldo Setti

Trabalho: Desenho automático de mapas octalineares de rede de transportepúblico utilizando algoritmo genéticoAutores: Marcelo de Lima Galvão, Marcus Vinicius Lamar e Pastor WillyGonzales Taco

Trabalho: Proposta de um modelo matemático para o problema de alocação deberços para múltiplas cargas (PAB-MC) com restrições temporais e espaciaisAutores: Rodrigo de Alvarenga Rosa, Leandro Colombi Resendo e Felippe Tose Lopes

Trabalho: Uma avaliação retrospectiva de Belém do Pará sob a ótica da mobilidade sustentávelAutores: Mário Angelo Nunes de Azevedo Filho e Antônio Nélson Rodrigues da Silva

Trabalho: Método probabilístico para identificação de zonas de acumulaçãode acidentesAutores: António Fidalgo Couto e Sara Ferreira

Trabalho: Avaliação da ecoeficência nas operações portuárias com a utilização da análise relacional GreyAutores: Ilton Curty Leal Junior, Max Anderson da Silva Mendes, Vanessa de Almeida Guimarães e Aline Aparecida de Moraes Ribeiro

Livro reúne trabalhos

PUBLICAÇÃO

Anualmente, a publicação“Transporte em Transforma-ção” reúne os trabalhos pre-miados no Congresso Nacio-nal de Pesquisa e Ensino emTransporte. Em 2012, o livrochegou à sua 16ª edição.

A proposta da publica-ção é servir como ferra-menta de pesquisa no meioempresarial e também co-mo referência bibliográficapara novas pesquisas den-tro da academia. A cadaano, o livro traz os dez me-lhores trabalhos premia-dos no ano anterior.

De acordo com HelenaBeatriz Bettella Cybis, direto-ra científica da Anpet e coor-denadora do Lastran (Labo-ratório de Sistemas de Trans-portes) da UFRGS (Universi-dade Federal do Rio Grandedo Sul), a publicação do livropermite que a comunicaçãoentre o setor e o meio acadê-mico seja realizada de ma-

neira bastante eficiente. “Ge-ralmente, o setor não temacesso direto ao que estásendo produzido nas univer-sidades e a publicação do li-vro facilita isso”, explica.

Os exemplares são distri-buídos para as entidades re-presentativas do setor detransporte e para as universi-dades que oferecem cursosvoltados para a área. O down-load do livro também podeser realizado pelo endereçohttp://bit.ly/QrxEgk.

principais temas presentes nostrabalhos vencedores.

De acordo com Lima Júnior, oresultado do prêmio entregueem Joinville confirma o cresci-mento significativo da qualidadeda pesquisa em transportes noBrasil ao longo dos anos. “Em al-gumas áreas já somos criadorese difusores de tecnologia, como éo caso do desenvolvimento dos

BRTs (ônibus de trânsito rápido,da sigla em inglês) e na área depavimentação em solos tropicais,para citar apenas dois exemplos.”

Todos os dez artigos serãopublicados no livro “Transporteem Transformação XVII”, que se-rá lançado em 2013. Durante oCongresso foi lançado o livrocom os premiados em 2011 (vejamais no texto acima). l

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AQUAVIÁRIO

Modelo d

POR LETICIA SIMÕES

Oporto francês de Le Ha-vre alcança, pelo segun-do ano consecutivo, o tí-tulo de melhor porto eu-

ropeu. A escolha foi feita pela“Cargonews Asia”, principal publi-cação de comércio exterior nocontinente asiático. Le Havre fazparte do maior complexo portuá-rio da França, conhecido pela siglaHaropa (instituído este ano), queconcentra ainda os portos de Pa-ris e Rouen. A localização privile-giada, além da eficiência nas ope-rações, são apontadas como pri-mordiais para o êxito do porto,que já recebeu comitivas brasilei-ras para a troca de experiências.

O prêmio foi concedido ao por-to de Le Havre em Xangai. A ceri-mônia, realizada em junho, contoucom a presença dos principais em-barcadores e operadores logísticosda Ásia. A votação teve mais de 16mil eleitores entre importadores,exportadores e empresas ligadas àcadeia logística asiática.

O porto francês concorreucom outros grandes terminaiseuropeus, como Antuérpia(Bélgica), Hamburgo (Alema-nha) e Roterdã (Holanda).

Le Havre está situado ao norteda França, na embocadura do rioSena, no eixo entre o canal da Man-cha e o mar do Norte, na extensãode mar que pertence à cidade fran-cesa de mesmo nome.

Le Havre, na França, recebe o título deO acesso marítimo ao porto

não depende de canais e eclusas,pois ele é aberto em alto-mar. Es-sas características permitem aosarmadores instalarem centros dedistribuição no continente euro-peu e facilitam as operações detransbordo e cabotagem para ou-tros portos. Le Havre é a porta deentrada para os navios da Europae para os que partem da Américado Norte e do extremo oriente ru-mo à costa oeste europeia.

O engenheiro civil Jean-Pierre

Bernard, delegado do ComplexoHaropa no Brasil, Chile e Mercosul,afirma que Le Havre foi totalmentedestruído em 1945, com a SegundaGuerra Mundial. Foi a partir daí queo porto começou a reescrever suahistória de forma significativa. “Ha-via a possibilidade de reconstruí-lofora da cidade. Essa foi a escolhados responsáveis pela obra. Graçasa ela, entrada e saída são feitassem que haja necessidade de trafe-gar pelo município.”

Segundo Bernard, a opção em

construir o porto em alto-marpossibilita também sua expansão.“Le Havre é o único porto no nor-te da Europa que tem espaço pa-ra ampliação, sem interferir coma cidade. Portos normais, como ode Santos, não têm essa facilida-de. No Brasil, apenas os comple-xos de Pecém (CE) e Suape (PE)têm condições de crescer sem in-terferir no aspecto urbano.”

Em 2005, Le Havre inaugurou o“Port 2000”. Trata-se de um porta-contêiner operado por três empre-

QUALIDADE Porto francês de LeHavre, que fica no norte do país

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e eficiênciaDe acordo com ele, a autoridade

portuária francesa passou a cuidarexclusivamente da linha de cais eda segurança interna, desenvol-vendo o acesso ao porto coordena-do à multimodalidade e à qualida-de do meio ambiente de toda a re-gião de Le Havre. “Desde 2011, a au-toridade portuária não interfere naoperação comercial, que fica a car-go dos próprios operadores.”

Outro aspecto de destaque doporto é a tecnologia aplicada.Apenas 2% das operações em Le

melhor porto europeu pela segunda vez consecutiva

sas que se associaram aos trêsmaiores armadores de contêineresdo mundo. O cais linear possui 4,2quilômetros de extensão, sendo osegundo maior da Europa.

Segundo Bernard, a retroárea(área de pátio) do Port 2000 tem,pelo menos, 500 metros de larguratotalmente livres. “Com essa estru-tura moderna, Le Havre ampliousua capacidade, e os investimentosvão continuar para aumentar cadavez mais essa habilidade”, afirma orepresentante da Haropa.

O complexo portuário concen-tra a maior movimentação de con-têineres da França, com 2,8 mi-lhões de TEUs por ano. Somente LeHavre é responsável por 80% des-sa movimentação, com 2,3 milhõesde TEUs, anualmente. O desemba-raço aduaneiro no porto é executa-do em menos de seis minutos.

O porto passou por algumasmudanças em sua gestão. Deacordo com Bernard, em 1992, coma primeira reforma portuária daFrança, foram privatizadas algu-

mas operações por meio de con-cessões. Com isso, os estivadoresde Le Havre foram integrados co-mo funcionários nas empresasoperadoras. “A partir de então,não houve mais problemas de gre-ve no porto. Até 2008, a autorida-de portuária ainda era responsá-vel pela gestão de toda a opera-ção. Houve uma segunda mudan-ça, que definiu que ela seria a ges-tora do território. Sua responsabi-lidade passou a ser o acesso marí-timo”, explica o dirigente.

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201240

ções sobre segurança portuária,buscando o alinhamento dos por-tos e terminais catarinenses comos melhores do mundo. Le Havreé uma referência também nessequesito”, afirma Reinaldo GarciaDuarte, coordenador da Cespor-tos-SC e da comitiva catarinense.

De acordo com ele, a trocade conhecimento sobre as me-didas de segurança adotadasnos portos europeus traz refle-xos positivos para a segurançaportuária de Santa Catarina. “Ointercâmbio de informações so-bre os sistemas e procedimen-tos de segurança com outros

terminal desde 1974, transportandocargas variadas, como helicópte-ros, autopartes, materiais siderúr-gicos, metal, artigos médicos e deluxo. “O porto possui ótimas estru-turas e vias de acesso. Le Havre ésempre pró-ativo na busca de solu-ções conjuntas com seus parceirose colaboradores”, diz Furlan.

A Cesportos-SC (Comissão deSegurança Pública nos Portos,Terminais e Vias Navegáveis deSanta Catarina) também enviouuma comitiva ao porto, em maiodeste ano. “A Comissão vai im-plantar um programa de inter-câmbio internacional de informa-

Havre são feitos com contato físi-co. “Essa porcentagem equivale acargas com virtuais problemas,que passam pelo sistema de con-trole para analisá-las e separá-las, quando for o caso. Isso é pos-sível graças à parceria entre osoperadores portuários e a alfân-dega francesa”, diz Bernard.

A eficiência do porto chamoua atenção do modal aquaviáriobrasileiro. De acordo com Ber-nard, o porto de Le Havre mantémações de intercâmbio com o Bra-sil há pelo menos 14 anos. Dezes-sete portos brasileiros têm escalano terminal francês.

A Antaq (Agência Nacional deTransportes Aquaviários) enviou,em 2009, um grupo de técnicospara conhecer os portos france-ses, entre eles, Le Havre. De acor-do com a assessoria da agência,as peculiaridades operacionais egerencias dos terminais da Fran-ça motivaram a autarquia a en-viar seus especialistas para vi-venciar a rotina dos terminais.

Segundo a Antaq, a integraçãoda comunidade com o porto, a faci-lidade observada no relacionamen-to entre o terminal e a aduana, aaplicação de recursos que elimi-nam parte da burocracia (seme-lhante ao projeto Porto sem Papel,instituído pela Secretaria Especialde Portos), a eficiência na gestãodas áreas no porto, com base no

RECONHECI

plano de desenvolvimento e zonea-mento, e a integração entre a torrede operação com a autoridade ma-rítima foram aspectos que atraí-ram a comitiva.

A agência afirma que a expe-riência serviu para mostrar a ne-cessidade de maior integraçãoda comunidade portuária brasi-leira, como aduana, gestores deterras públicas e órgãos ambien-tais, para buscar, com maiorcomprometimento, o crescimen-to da atividade no país.

Para Meton Soares, presidenteda Fenavega (Federação Nacionaldas Empresas de Navegação Marí-tima, Fluvial, Lacustre e de TráfegoPortuário), Le Havre pode se orgu-lhar de sempre ter sido “muito bemorganizado e estruturado”.

Segundo o dirigente, o portofrancês acompanha a eficiência deoutros grandes portos europeus,como Antuérpia e Hamburgo, tor-nando-se também uma referênciado modal em todo o mundo. “A des-burocratização é primordial namaioria dos portos internacionais.No Brasil, o ‘Porto sem papel’ deveser incorporado por todos os ór-gãos ligados à operação para que opaís melhore nesse aspecto.”

A desburocratização de Le Ha-vre é apontada por Fábio Furlan, di-retor comercial da SDV Brazil, co-mo um dos principais pontos deeficácia do porto. A SDV opera no

RADIOGRAFIA DO PORTOLocalização: norte da França, na

embocadura do rio Sena

Movimentação de contêineres:

2,3 milhões de TEUs/ano

Principais cargas: vinhos e

destilados (maior porto exportador

do mundo), biocombustíveis,

cerais, café, malte, açúcar, cacau

Escalas diárias de navios

porta-contêineres: 10

Mão de obra: 40 mil empregos

diretos e 120 mil empregos

indiretos

Agentes de segurança: 130

O Complexo Portuário Haropa

possui 2,6 milhõesde metros quadrados

Fonte: Complexo Portuário Haropa

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portos contribui para que a co-missão e seus supervisorescontinuem adotando as maisacertadas medidas e procedi-mentos de segurança.”

Duarte diz que cada integran-te da comitiva elaborou um rela-tório com as respectivas impres-sões acerca dos procedimentos eequipamentos de segurança uti-lizados pelos portos, além dasestruturas portuárias como umtodo. “Rodovias, hidrovias e fer-rovias intermodais são, entre ou-tros, aspectos que estão muito àfrente das vias de acesso dosportos brasileiros.”

erros dessa tipificação. O primei-ro a conquistar a certificação foio porto de Houston, nos EUA.

Outro contato estabelecido en-tre Le Havre e o Brasil foi feito coma visita de um grupo de professo-res da UFPA (Universidade Federaldo Pará) ao porto. Segundo Rober-to Pacha, diretor da Faculdade deEngenharia Naval da UFPA, o gruposeguiu para a França, em 2011, como objetivo de que fossem concreti-zadas futuras cooperações científi-cas entre os engenheiros de Le Ha-vre e os docentes da universidade.

“Existem grandes chances deque se formalize um intercâmbioentre os técnicos de Le Havre e aFaculdade de Engenharia Naval daUFPA. O departamento tem interes-se em conhecer a tecnologia navalfrancesa e tentar absorvê-la noBrasil”, afirma Pacha. De acordocom ele, nada ainda foi oficializadoe não há data prevista para que acooperação seja firmada.

Jean-Pierre Bernard ratificaque a Haropa está aberta a recebernovas comitivas. “Meu papel comodelegado do Complexo é facilitaras relações e trocas de experiên-cias entre Brasil e França, o quefortalece o comércio internacionalentre os dois países.”

Ele destaca que a crise mundialabalou todo o comércio internacio-nal, e Le Havre, assim como os por-tos de Paris e Rouen, sentiu o efei-

to. “As importações provenientesda Ásia reduziram 10% com essecolapso econômico. Em contrapar-tida, o que foi exportado paraaquele continente e para o Brasilnão teve redução. Produtos comovinhos, por exemplo, contribuírampara manter os níveis de exporta-ção para os dois destinos.”

A ILS Cargo mantém parceriacom a Qualitair & Sea Carga paraoperar em Le Havre desde 2007.A empresa transporta, em mé-dia, 500 TEUs anuais para o por-to com serviços de valor agrega-do, como contagem de peças, re-pesagem, embalagem e emissãode documentos.

Célia Pinho, diretora-geral doILS Cargo Group, destaca que LeHavre é o maior porto exportadorde vinhos e destilados do mundo,com movimentação de 800 mi-lhões de garrafas por ano.

“O porto francês está em cons-tante processo de crescimento,destacando-se na Europa tantopor sua acessibilidade quanto pe-la confiabilidade de serviço, cres-cimento de linhas regulares paramais de 500 portos no mundo, ra-pidez nas operações de carga edescarga e acesso rodoviário comsistema de agendamento de horá-rio, que permite operações gatein/out (recepção, entrega e visto-ria) em menos de 40 minutos”,afirma a diretora. l

MENTO Comitiva da Cesportos-SC entrega placa a diretor do porto Le Havre

O coordenador afirma queos relatórios são confidenciais.“O conteúdo vai servir de subsí-dio para ações a serem implan-tadas no Brasil e, também, co-mo registro para que a segu-rança nos portos de Santa Cata-rina acompanhe a eficiênciados terminais internacionais.”

Bernard, da Haropa, afirmaque Le Havre é o primeiro portoda Europa e o segundo do mundoa ter a certificação ISO 28.000,norma específica para a gestãode riscos e para a segurança nacadeia logística, que reúne requi-sitos internacionais para mitigar

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201244

ções para motoristas aficiona-dos ou não por automóveis.

Hoje, já existem no merca-do mundial carros que abremas portas por meio de leiturabiométrica, que estacionamde maneira automática, queavisam sobre interdições napista ou proximidade de ou-tro veículo, que acionam osistema de ar-condicionado

Apotência do motor ea velocidade alcan-çada nas vias já nãosão mais os únicos

diferenciais no momento daescolha de um novo modelode veículo. Tecnologia embar-cada, itens que garantem maissegurança e conforto e maiorpossibilidade de interação es-tão entre as principais atra-

antes mesmo de o motoristachegar ou ainda que permi-tem a mudança de cores dapintura externa.

Muitas dessas tecnologias,mesmo que ainda não este-jam disponíveis nos veículoscomercializados no Brasil ouque nunca cheguem por aqui,foram apresentadas na 27ªedição do Salão Internacional

do Automóvel, realizado noParque Anhembi, em São Pau-lo. A maior feira de automó-veis do país reuniu 49 marcasque apresentaram 500 mode-los entre os dias 24 de outu-bro e 4 de novembro. Mais de700 mil pessoas visitaram osestandes dos 113 expositorespresentes no evento.

A Volvo apresentou o On

Com motores cada vez mais leves e potentes, os veículos primam pela segurança e pela interação com o motorista, mas

nem todas as novidades são acessíveis aos brasileirosPOR LIVIA CEREZOLI

Do que os carrossão capazes

TECNOLOGIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 45

casos de atropelamento”, dizSolti. O veículo, que só serálançado oficialmente no Brasilem 2013, também tem sistemaque auxilia o motorista a en-contrar uma vaga para esta-cionar. Um sensor detecta otamanho da vaga e realiza amanobra. Ao motorista cabeapenas acelerar e frear.

Priorizando a segurança

trar no veículo. “Nossa inten-ção, com esse sistema, é ga-rantir mais conforto e segu-rança aos nossos consumido-res”, diz o presidente.

A montadora tambémapresentou no salão o V40, oprimeiro carro a ter airbagpara pedestres. “Localizadono capô do veículo, o equipa-mento minimiza o impacto em

está com as portas abertas efechá-las a distância, verificaro nível de combustível, a qui-lometragem rodada, o consu-mo médio por litro, os alertasde manutenção, acionar a bu-zina e o pisca-alerta parapermitir a localização do veí-culo em estacionamentos,além de acionar o sistema dear antes de o motorista en-

Call App, um aplicativo quepermite aos motoristas moni-torar e controlar diversas fun-ções do veículo a distância,por meio de smartphones etablets. Segundo Paulo Solti,presidente da Volvo Cars parao Brasil e para a América Lati-na, com o aplicativo é possí-vel localizar o veículo em ca-so de roubo, checar se o carro

VOLVO/DIVULGAÇÃO

CONFORTO Sistema localiza a vaga e realiza sozinho a manobra paraestacionar os veículos Volvo

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201246

veículos ficarão cada vezmais interativos. “Alguns dosnossos modelos já possuem oAttencion Assist, um sistemaque desperta o motorista pormeio de vibrações no volantee som quando percebe queele está sonolento e já nãocontrola mais o carro correta-mente. Em dois anos, teremosesse equipamento disponívelem 100% dos nossos carros”,afirma Dias.

Porém, algumas tecnolo-gias que a Mercedes-Benz ofe-rece em seus modelos na Eu-ropa, talvez nunca cheguem

Com um pacote de tecnolo-gia já incluído em praticamen-te todos os seus modelos, aalemã Mercedes-Benz traba-lha para desenvolver um con-junto de medidas que tornemos carros cada vez mais levese eficientes.

Segundo Dirlei Dias, geren-te sênior de vendas e marke-ting da marca no Brasil, osveículos da Mercedes já estão18% mais econômicos no con-sumo de combustível. Agora,o que deve sofrer alteraçõesem um futuro próximo é a re-lação condutor-automóvel. Os

dentro dos veículos, a TRW,empresa fornecedora deequipamentos para o setorautomotivo, desenvolveu umanova tecnologia que facilita autilização do cinto de segu-rança.

O facilitador é um pequenobraço acoplado ao reguladorde altura da coluna do veículoonde está instalado o cinto eque se estende automatica-mente a até 30 cm, toda vezque alguém se senta em umdos bancos dianteiros.

O sistema, apresentado ini-cialmente nos Estados Unidos,tem previsão de ser desenvol-vido para fins comerciais a par-tir de 2016. O novo equipamen-to evita, ainda, que as tiras docinto se torçam no momentoda utilização e assim reduzama eficiência do equipamento.

A TRW mantém plantas emLimeira (SP), Engenheiro Coe-lho (SP) e Lavras (MG) e forne-ce sistemas de freio, direção esuspensão, cintos de seguran-ça, volantes de direção, air-bags, componentes eletrôni-cos, sistemas de fixação, mó-dulos de suspensão dianteirae traseira para a indústria au-tomotiva nacional.

CONFORTO Land Rover trocou a manopla do câmbio automático

“Nossaintenção, com

esses sistemas,é oferecer mais

conforto e segurança aos nossos

consumidores”PAULO SOLTI, VOLVO

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que os motoristas têm dificul-dade em ver o que está acon-tecendo na estrada à suafrente, a tecnologia C2X podeajudar a evitar colisões tra-seiras e engavetamentos,transmitindo informações so-bre uma freada de emergên-cia, por exemplo. O sistemaainda pode controlar os se-máforos de acordo com a de-manda, otimizando o fluxodos automóveis.

A mesma ressalva é feitapelo gerente nacional de ven-das da Audi no Brasil, ThiagoLemes, que destaca o atrasona implantação obrigatóriados rastreadores nos veícu-los. “Esse sistema permite tera telemetria dos automóveise, se os semáforos das cida-des forem inteligentes, issopode facilitar, por exemplo, apunição para quem ultrapas-sar o sinal vermelho. Pode atéajudar na cobrança dos esta-cionamentos rotativos nosgrandes centros e dos pedá-gios nas rodovias.”

A obrigatoriedade da im-plantação dos rastreadoresconsta no Siniav (Sistema Na-cional de Identificação Auto-mática de Veículos) criado

cisamos ter interação com asinalização das ruas e das ro-dovias, mas isso ainda nãoexiste por aqui”, destaca.

Outro sistema que já estásendo testado na Europa, mastambém depende de infraes-trutura para ser implantadopor aqui, é o C2X, uma espéciede rede social de automóveis.Os carros são ligados entre sie à infraestrutura de controledo tráfego por meio de umarede. Cada veículo irá manteros outros atualizados sobre asituação do trânsito a cadamomento. Em situações em

ao Brasil por falta de infraes-trutura adequada, destaca ogerente. É o caso do ActiveBlind Spot Assist, um sistemaque alerta o motorista quan-do ele for mudar de faixa eexistir um risco de colisãocom outro veículo que não po-de ser visualizado por estarno ponto cego do retrovisor.Se mesmo assim o condutorinsistir em realizar a mudançade faixa, o automóvel reduzpor conta própria a velocida-de, minimizando assim o im-pacto. “Para o funcionamentodesse tipo de tecnologia, pre-

por um seletor giratório de velocidades AUXÍLIO Sistema da TRW facilita a utilização do cinto de segurança

LAND ROVER/DIVULGAÇÃO

TRW/DIVULGAÇÃO

Este ano,mais de

700 milpessoas

visitaram oSalão do

Automóvel

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va brasileira. Com a aprovaçãodo novo regime automotivo –que entrou em vigor em 3 deoutubro deste ano –, a expec-tativa é que o mercado nacio-nal não fique assim tão defa-sado em relação ao restantedo mundo e que novas tecno-logias sejam desenvolvidaspor aqui. O novo regime temcomo objetivo o aumento doconteúdo regional medido pe-lo volume de aquisições depeças e insumos das empre-sas instaladas no país, investi-mento em engenharia e inova-ção e aumento da eficiência

pela lei complementar nº121/2006. Segundo o Denatran(Departamento Nacional deTrânsito), o sistema é com-posto por placas de identifi-cação veicular eletrônica ins-taladas nos veículos, antenasleitoras, equipamentos deconfiguração, sistemas infor-matizados e bases de dadosnacional e locais. Mesmo quea lei seja de 2006, o início dofuncionamento está previstoapenas para janeiro de 2013.A conclusão com emplaca-mento de toda a frota é parajulho de 2014.

Além da falta de infraestru-tura, para o gerente de marke-ting do produto da Volkswa-gen, Henrique Sampaio, o cus-to elevado de importaçãotambém impede que algumastecnologias cheguem aos con-sumidores brasileiros, como éo caso da transmissão auto-mática de marchas. O câmbioautomático, existente nos Es-tados Unidos desde a décadade 1950, só agora começa aser popularizado por aqui.“Não existe ainda produçãonacional de transmissão auto-mática no Brasil, o que enca-rece o veículo com essa tec-nologia”, afirma.

Na linha Jaguar-Land Ro-ver, o câmbio automático é

ainda mais tecnológico. A ma-nopla foi substituída por umseletor giratório que possibi-lita ao condutor ter mais es-paço dentro do veículo. O sis-tema existe em toda a linhadiesel com câmbio de oito ve-locidades da Land Rover e emtodos os modelos da linha Ja-guar, inclusive os comerciali-zados no Brasil. A alavanca dofreio de estacionamento tam-bém foi substituída por umpequeno botão, que pode seracionado por meio do seletor.

No entanto, existe um alen-to para a tecnologia automoti-

SEGURANÇA Tecnologia Mercedes-Benz auxilia motoristas a identificar

“Para essa tecnologia funcionar,

precisamos terinteração com a

sinalização eisso ainda nãoexiste aqui”

DIRLEI DIAS, MERCEDES-BENZ

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 49

Prius. Lançado mundialmenteem 1997, o híbrido tem valorde mercado de aproximada-mente US$ 20 mil (R$ 40 mil),mas vai ser comercializado noBrasil, a partir de janeiro de2013, pela montadora japone-sa, por R$ 120 mil, podendosofrer alterações por causade questões macroeconômi-cas, segundo Luiz Carlos An-drade Júnior, vice-presidentecomercial da Toyota Mercosul.

O sistema de motorizaçãoelétrica também é o grandediferencial dos modelos daPeugeot vendidos fora do

energética. Todos esses fato-res serão levados em conside-ração para a obtenção de be-nefícios tributários (leia maissobre o regime na página 50).

Segundo Sampaio, a difi-culdade da entrada de tecno-logias no país também ocorrecom os carros híbridos ou100% elétricos. “Fora do Bra-sil, existe incentivo para o usodessas tecnologias. A Volks-wagen tem os modelos, masnão consegue vender aqui de-vido ao custo.”

Prova dessa realidade é achegada ao Brasil do Toyota

país. “Não privamos os consu-midores brasileiros de ter atecnologia disponível em ou-tros países, mas existem al-guns impeditivos, como os hí-bridos”, diz Sérgio Davico, di-retor de produtos da Peu-geot. Ele explica que os car-ros de passeio movidos a tra-ção elétrica e a combustãona Europa usam o diesel co-mo combustível principal, oque não ocorre no Brasil e,por isso, a tecnologia híbridapor aqui deve ser diferencia-da e adequada ao uso da ga-solina e do etanol. l

a presença de outros veículos na via EXPOSIÇÃO Grande parte das tecnologias foi apresentada durante o Salão Internacional do Automóvel

MERCEDES-BENZ/DIVULGAÇÃO

SALÃO DO AUTOMÓVEL/DIVULGAÇÃO

“Não existeainda produçãode transmissãoautomática noBrasil, o queencarece oveículo com

essa tecnologia”

HENRIQUE SAMPAIO, VOLKSWAGEN

Page 50: Revista CNT Transporte Atual 207

REGIME AUTOMOTIVO

Olançamento do Ino-var-Auto (Programade Incentivo à Ino-vação Tecnológica e

Adensamento da Cadeia Pro-dutiva de Veículos Automoto-res) mexeu com os planos dasmontadoras já instaladas noBrasil e com as que planejamse instalarem por aqui.

Durante o 27º Salão Inter-nacional do Automóvel deSão Paulo (SP), várias em-presas afirmaram que aindaestão em fase de avaliaçãodas novas exigências previs-tas no programa para definiros investimentos dos próxi-mos anos.

Instituído pelo decreto nº7.819, de 3 de outubro desteano, o programa tem comoobjetivo apoiar o desenvol-vimento tecnológico, a ino-vação, a segurança, a prote-ção ao meio ambiente, a efi-ciência energética e a quali-dade dos veículos e das au-topeças, conforme constano texto publicado no “Diá-rio Oficial da União”.

Pelo novo regime, as mon-

tadoras com fábricas instala-das no Brasil serão beneficia-das com a redução do IPI (Im-posto sobre Produto Indus-trializado), desde que invis-tam em pesquisa, desenvolvi-mento, engenharia nacional eproduzam carros menos po-luentes e mais econômicos.

O programa abrange tam-

bém as multinacionais comprojetos de instalarem unida-des fabris no país. O progra-ma vale de 1º de janeiro de2013 a 31 de dezembro de 2017.Os veículos com 70% ou maisde nacionalização – existemetapas fabris a serem cumpri-das no Brasil ao longo doscinco anos de validade do

programa -, importados doMercosul ou dentro da cota deimportação do México, nãoserão tributados com os 30pontos percentuais extras doIPI que já vigora no país des-de o ano passado.

De acordo com o diretor derelações institucionais e go-vernamentais do Grupo Re-

Em fase de Montadoras ainda estudam novos investimentos depois do

POR LIVIA CEREZOLI

Page 51: Revista CNT Transporte Atual 207

estão negociando ajustes emalguns itens que constam nonovo acordo para só depoisconfirmarem os novos investi-mentos em solo nacional.

As montadoras deverãocumprir pelos menos três dasquatro exigências constantesno novo acordo para terem di-reito aos incentivos fiscais

oferecidos pelo regime auto-motivo. A primeira delas écumprir um índice mínimo deetapas de fabricação de veí-culos dentro do Brasil. Para osleves, até 2017, o número deetapas deve chegar a oito e,para os pesados, a dez.

Os gastos com pesquisa edesenvolvimento também de-

vem passar de 0,15% da recei-ta bruta operacional, em 2013,para 0,5% ao final do progra-ma. Além disso, os investimen-tos em engenharia e tecnolo-gia industrial básica e capaci-tação de fornecedores tam-bém deverão passar de 0,5%,em 2013, para 1% em 2017.

Por último, o decreto prevêque as montadoras devamaderir ao Programa de Etique-tagem Veicular definido peloMinistério do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio Exte-rior e estabelecido pelo Inme-tro (Instituto Nacional de Me-trologia, Qualidade e Tecnolo-gia), com percentuais míni-mos que vão de 36% dos no-vos produtos comercializadosno próximo ano até 100% dafrota em 2017.

“O prazo é bastante aper-tado, mas as fábricas estãoem fase de estudos em rela -ção aos novos rumos da pro-dução automobilística nacio-nal. De qualquer maneira, es-tamos trabalhando para ofe-recer um carro mais econômi-co e eficiente aos consumido-res”, afirma Ricardo Dilser, as-sessor técnico da Fiat.

nault-Nissan, que já mantémplantas de produção no Brasil,Antonio Prataviera Calcagnot-to, o regime deve permitir aentrada de novas tecnologiasno país. “O potencial do Brasilnessa área ainda é pequeno eprecisa ser desenvolvido”, diz.De qualquer forma, o executivogarante que as empresas ainda

adaptaçãolançamento do programa Inovar-Auto pelo governo federal

FIAT

/DIV

ULGA

ÇÃO

NACIONALIZAÇÃO Programa federalprevê redução de IPI para veículos com 70% de produção brasileira

NACIONALIZAÇÃO Programa federalprevê redução de IPI para veículos com 70% de produção brasileira

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201252

ro tem potencial para comer-cializar mais de 5 milhões denovos veículos por ano até2020. Neste ano, o volume devendas, incluindo caminhõese ônibus, deve chegar a 3,8milhões de unidades, 200 mila mais do que em 2011. “Nos-sas fábricas têm previsão deinvestimentos de mais de R$60 bilhões nos próximos anospara atingir esse patamar”,afirmou ele também durantea cerimônia de abertura doSalão Internacional do Auto-móvel de São Paulo.

Para as montadoras que

Na cerimônia de aberturado salão, a presidente DilmaRousseff defendeu o progra-ma, afirmando que o Brasilprecisa cuidar da sua indús-tria nacional. “O Inovar-Autoé um apoio a produção auto-mobilística brasileira. Preci-samos gerar tecnologia den-tro do nosso país. Precisamosagregar valor à nossa produ-ção industrial.”

De acordo com CledorvinoBelini, presidente da Anfavea(Associação Nacional dos Fa-bricantes de Veículos Auto-motores), o mercado brasilei-

INVESTIMENTO A Chery é uma das montadoras que já iniciaram

Montadoras anunciam fábricas

INVESTIMENTOS

Para se adequar ao novoregime automotivo brasilei-ro, algumas montadoras jáanunciaram investimentosem fábricas no país. Duranteo Salão Internacional do Au-tomóvel 2012, realizado emSão Paulo, pelo menos seismontadoras confirmaram oinício da produção de seusmodelos no Brasil nos próxi-mos anos.

A BMW deve investir R$300 milhões na construçãode sua planta em Santa Cata-rina. A montadora ainda nãodetalhou o projeto que foientregue ao governo federalno início de outubro e aguar-da aprovação. Mas, de acor-do com presidente da BMWdo Brasil, Jörg HenningDornbusch, a fábrica come-çará a ser erguida em abrildo próximo ano e terá capa-cidade de produção de 30mil unidades ao ano.

A chinesa Changan estáinvestindo US$ 280 milhõesna construção de uma fábri-ca em Anápolis (GO) para aprodução de veículos depassageiros. A montadoratambém anunciou investi-mentos de US$ 200 milhõesem uma segunda unidadefabril, em Linhares (ES). Anova fábrica será construí-da em parceria com a tam-bém chinesa Haima e a sul-coreana Ssangyong.

De acordo com AbdulIbraimo, presidente da Dis-tricar, importadora que re-presenta as três marcas,ainda não existe definiçãosobre quais os modelos se-rão produzidos na fábricacapixaba. “Nossa expecta-tiva é ter capacidade deprodução entre 50 mil a 70mil unidades nos próximoscinco anos”, afirma ele.

A também chinesa Che-ry apresentou no salão oCeler, o primeiro carro damarca que será produzidono Brasil. A unidade fabril,que já está em construçãoem Jacareí (SP), recebeuinvestimento de US$ 400milhões e deve produzircerca de 150 mil unidadesao ano a partir do final de2013. O anúncio da vindadas asiáticas para o Brasilteve início com a Jac Mo-tors, que está construindosua planta em Camaçari(BA) com investimento deR$ 900 milhões e capacida-de para 100 mil veículospor ano.

Outras montadoras tam-bém se mostraram dispostase construírem fábricas noBrasil para se enquadraremno novo regime automotivo,como é o caso da Audi e daJaguar. Porém, nenhuma de-las detalhou os projetos e osinvestimentos.

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 53

vendem veículos de paísessem acordo comercial bilate-ral com o Brasil, o Inovar-Autoprevê que a cota de importa-ção não pode ultrapassar4.800 unidades por ano parareceber o benefício. Acimadisso, os veículos passam aser tributados com os 30 pon-tos percentuais extras do IPI.

As novas regras devem re-duzir drasticamente a vendade veículos importados nopaís, segundo Flávio Padovan,presidente da Abeiva (Asso-ciação Brasileira das Empre-sas Importadoras de Veículos

Automotores) e diretor-presi-dente da Jaguar-Land Roverno Brasil. De acordo com osdados da associação, que re-presenta 29 marcas, de janei-ro a agosto deste ano, a mé-dia de venda de veículos im-portados no Brasil foi de 12mil por mês, mas o númerocaiu para 5.000 carros em se-tembro, justamente pelo im-pacto da cobrança do IPI. Aexpectativa da Abeiva é fe-char o ano de 2012 com 120mil unidades vendidas.

“Nosso setor representou,em 2011, apenas 6,01% do to-

tal de veículos vendidos nopaís. Por isso, acredito queatribuir a cota máxima de im-portação de 4.800 unidadespor ano não atende aos an-seios de parte significativa denossas associadas. O trata-mento não isonômico é injus-to e prejudica principalmenteo consumidor brasileiro queperde a capacidade de livreescolha com a limitação deoferta de produtos a preçosjustos”, diz Padovan.

A mesma opinião tem opresidente da Kia Motors noBrasil, José Luiz Gandini. Para

ele, o justo seria ter uma baseproporcional ao histórico decada montadora. “Ao instituira cota para os importadossem os 30 pontos adicionaisdo IPI, o governo utilizou amaneira mais lógica, mas ni-velou por baixo, como se fôs-semos uma importadora deuma loja só”, diz. A Kia, no úl-timo ano, comercializou 77.194veículos no Brasil. De acordocom Gandini, já existe a nego-ciação da implantação de umafábrica da marca no Brasil,mas não há definições sobrelocal ou prazos. l

a construção de unidade fabril no país

O NOVO REGIME AUTOMOTIVOVeja quais são as exigências do Inovar-Auto

VALIDADEDe 1 /1/13 a 31/12/17

QUEM PODE PARTICIPAR• Empresas já instaladas no Brasil• Aquelas que têm projetos de instalação no país• Empresas que apenas comercializam veículos, mas não produzem no Brasil, desde que respeitem a cota de importação

definida (4.800 unidades/ano)

REGRASAs empresas deverão cumprir pelo menos três das quatro exigências impostas pelo novo regime para ter acesso aos benefícios fiscais

REQUISITOS PARA EMPRESASExigências 2013 2014 2015 2016 2017Etapas fabris no Brasil (leves) 6 7 7 8 8 Etapas fabris no Brasil (pesados) 8 9 9 10 10 Investimento em pesquisa e desenvolvimento* 0,15% 0,30% 0,5% 0,5% 0,5%Investimento em engenharia e tecnologia* 0,5% 0,75% 1% 1% 1%Programa de etiquetagem** 36% 49% 64% 81% 100%

* Em relação ao total da receita bruta** Em relação ao total da frota

Fonte: “Diário Oficial da União”

CHERY/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201254

Nunca se soube exata-mente o valor gastonem o número de vi-das perdidas durante

a construção de uma das ferro-vias mais famosas do mundo,mas é inegável a contribuiçãoda Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para o desenvolvimen-to de uma das regiões maisinóspitas do Brasil.

A ferrovia, que rasgou 366km na selva amazônica entrePorto Velho e Guajará-Mirim, emRondônia, completou cem anosde inauguração no dia 1º deagosto deste ano. O nome da es-trada de ferro se deve aos riosexistentes no seu traçado, o Ma-deira e o Mamoré. Durante todoesse século, a história da ferro-via foi marcada por atos de co-

ragem, empreendedorismo, difi-culdades, ousadia e descasocom a memória de uma dasmaiores obras de engenharia járealizadas no Brasil.

Hoje, restam apenas 8 km detrilhos que estão sendo recupe-rados pelo Consórcio Constru-tor Santo Antônio, responsávelpela instalação da Usina Hidre-létrica Santo Antônio, no rio Ma-

deira. “Para liberar a licença daconstrução da usina foram im-postas compensações ambien-tais e culturais, como a revitali-zação de parte da ferrovia”, ex-plica Beto Bertagna, superinten-dente do Iphan (Instituto do Pa-trimônio Histórico e ArtísticoNacional) em Rondônia. O tre-cho deve receber, até 2014, umtrem turístico.

Ousadiasecular

POR LIVIA CEREZOLI

MEMÓRIA

Ao completar cem anos, a polêmica ferroviaMadeira-Mamoré busca reconhecimento

como Patrimônio da Humanidade

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 55

ção das Nações Unidas para aEducação, a Ciência e a Cultura).Desde o início deste ano, estãosendo colhidas assinaturas quereconhecem a importância daferrovia. Segundo Ricardo Leite,coordenador do Comitê Pró-Candidatura da Estrada de FerroMadeira-Mamoré a PatrimônioCultural da Humanidade, o pro-jeto também conta com o envol-

Além disso, o consórciotambém está investindo R$8,8 milhões na recuperaçãoda grande oficina da ferrovia,que funcionará como museu ecomo centro de manutençãodos trens que voltarão a cir-cular no trecho. “Essa é umaforma de preservar a memó-ria de uma ferrovia tão impor-tante para o país. Mesmo que

ela não tenha tido o desempe-nho econômico previsto, con-tribuiu para o desenvolvimen-to social e para a proteçãodas fronteiras nacionais”,afirma Bertagna.

O trecho a ser revitalizado étombado pelo Iphan desde 2005e agora busca o reconhecimen-to como Patrimônio da Humani-dade com a Unesco (Organiza-

FOTOS ACERVO/IPHAN

MADEIRA-MAMORÉ Nome de ferrovia na selva amazônica, entre Porto Velho e Guajará-Mirim, é em homenagem aos rios existentes ao longo do seu traçado

Atualmente,

8 kmde trilhos

estão sendorecuperados

Page 56: Revista CNT Transporte Atual 207

OS 100 ANOS DA FERROVIAPrincipais fatos da história da Madeira-Mamoré

1872 – Primeira tentativa

de construção de uma ferrovia

na região amazônica

1878 – Segunda tentativade início de construção. Foraminstalados 7 km de trilhos

1903 – Brasil e Bolívia

assinam o Tratado de

Petrópolis. Em troca das

terras do Acre, o Brasil

assume o compromisso

de construir a Estrada

de Ferro Madeira-Mamoré

1907 – Percival Farquhar

funda a Madeira-Mamoré Railway

Co. e compra a concessão de

construção da estrada de ferro

1912 – Em 1º de agosto, a

Madeira-Mamoré é inaugurada

1931 – Alegando que a

ferrovia era deficitária, a

Madeira-Mamoré Railway

Company interrompe o tráfego.

O governo brasileiro nomeia um

interventor e a administração da

ferrovia passa a ser brasileira

De livro a minissérie

PRODUÇÃO

A construção da Madei-ra-Mamoré representa umcapítulo tão importante dahistória do Brasil que inspi-rou várias publicações eaté foi transformada emsérie de televisão. Com tí-tulos como “Trem-Fantas-ma” e “A Ferrovia do Dia-bo”, os livros relatam o co-tidiano dramático dos ho-mens que trabalharam du-ro para finalizar a ferrovia.

Uma das histórias maisconhecidas talvez seja a quefoi transformada em minis-série. “Mad Maria”, exibidapela TV Globo em 2005, foiinspirada no livro homônimode Márcio Souza, publicadoem 1980. O título do livro eda minissérie é uma junçãoda palavra inglesa mad – quesignifica louca, representan-do o sonho ufanista de cons-truir a ferrovia – e Maria, no-me das antigas locomotivasmovidas a carvão que roda-vam pelos trilhos.

Segundo o portal Me-mória Globo, a abertura de“Mad Maria” foi produzida

a partir de fotos do ameri-cano Dana Merrill, fotógra-fo que acompanhou todasas etapas da construçãoda ferrovia, de 1907 a 1912.As fotos selecionadas fo-ram intercaladas com ima-gens gravadas pela equipede produção da minissérieem Rondônia. “Um fio ver-melho percorria o cami-nho dos trilhos da estradade ferro, simbolizando osangue derramado naconstrução do empreendi-mento”, afirma texto pu-blicado no portal.

vimento dos governos federal,estadual e municipal de PortoVelho, além de entidades públi-cas e privadas. “A estrada deferro é uma das páginas maisfantásticas da história do Brasil.Ela foi um marco civilizatório naAmazônia, além de ser umexemplo de cooperação interna-cional”, afirma Leite, que tam-bém é procurador federal.

Entre os pouco mais de 900itens que constam na lista daUnesco de Patrimônios da Hu-manidade, 19 são brasileiros, co-mo a cidade histórica de OuroPreto (MG), o Plano Piloto deBrasília (DF), a cidade do Rio deJaneiro (RJ) e o complexo deáreas protegidas do Pantanal(MS e MT). A única estrada deferro que faz parte da lista é ade Semmering, na Áustria.

A ideia da construção da fer-rovia surgiu na Bolívia, em 1846,com o engenheiro José Augus-tin Palácios. Ele convenceu asautoridades locais de que a me-lhor saída para os produtos bo-livianos era pelo Oceano Atlân-tico, atravessando a Bacia Ama-zônica. “Além das dificuldadesfísicas para transpor a cordi-lheira dos Andes, a Bolívia esta-va impedida pelo Peru e peloChile de escoar a produção deborracha pelas terras dessespaíses devido a questões políti-cas. A solução era mesmo o Bra-

Page 57: Revista CNT Transporte Atual 207

sil”, explica Bertagna, do Iphande Rondônia.

Pelo menos duas tentativasfracassadas de implantar a fer-rovia foram iniciadas entre 1872e 1878. Porém, foi com a assina-tura do Tratado de Petrópolisque a estrada de ferro ganhouforma e saiu do papel. O docu-mento assinado em 17 de no-vembro de 1903 previa a incor-poração do Acre, que antes per-tencia à Bolívia, ao territóriobrasileiro em troca de paga-mento de indenização de 2 mi-lhões de libras e da construçãoda ferrovia.

O responsável pela constru-ção da Madeira-Mamoré foi onorte-americano Percival Far-quhar. Depois de instalada aMadeira-Mamoré Railway Com-pany, mais de 20 mil trabalha-dores de 25 diferentes naciona-lidades desembarcaram no Bra-sil para assentar os trilhos. “Fo-ram cinco anos (1907 a 1912) demuito trabalho e de perdas hu-manas pelos mais variados mo-tivos”, conta o pesquisador Aní-sio Gorayeb. Pelo menos 1.593pessoas morreram no hospitalda Candelária, infraestruturamontada na selva amazônicaem 1908 para atender as víti-mas das doenças tropicais, co-mo malária, pneumonia, saram-po, beribéri, entre outras. “Esti-ma-se que no total mais deCONSTRUÇÃO Mais de 20 mil trabalhadores de diferentes países vieram para o Brasil

1972 – Em 10 de julho, aferrovia é desativada

1981 – Volta a operar numtrecho de 7 km para fins turísticos

2006 – Em 28 de

dezembro, o Ministério

da Cultura homologou,

por meio da portaria nº 108,

o tombamento como

Patrimônio Cultural

Brasileiro

2012 – A histórica ferrovia completa 100 anos de inauguração

2011 – O Iphan autorizou oinício das obras de restauraçãoda grande oficina da Estradade Ferro Madeira-Mamoré

2000 – Trecho é desativado

por completo

2005 – Em 2 de novembro,uma composição transporta convidados para a missa de Finadosno Cemitério da Candelária, emmemória às centenas de operáriosque faleceram durante a construçãoda ferrovia. Em 10 de novembro, aferrovia é tombada pelo Iphan

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201258

6.200 pessoas morreram duran-te o período de construção daferrovia por conta das doençase também dos conflitos com osíndios”, lembra Gorayeb.

Segundo o pesquisador, de-pois de construída, a Madeira-Mamoré amargou prejuízos. AMalásia passou a produzir bor-racha a preços mais competiti-vos, e o produto boliviano ebrasileiro sofreu uma quedabrusca nas exportações. “A fer-rovia nunca deu o lucro espera-do. Farquhar pensava que a re-gião se desenvolveria mais do

Alguns livros publicados sobre o tema

PARA SABER MAIS

“Trem-fantasma – FerroviaMadeira-Mamoré”

Autor: Francisco Foot HardmanEditora: Companhia das Letras

“A Ferrovia do Diabo”

Autor: Manoel Rodrigues FerreiraEditora: Melhoramentos

“Madeira-Mamoré – Imagem e Memória”

Autor: Autor: Marcos SantilliEditora: Memória Discos e Edições

“Em Trilhos na Selva: o Dia a Diados Trabalhadores da FerroviaMadeira-Mamoré”

Autor: Rose e Gary NeelemanEditora: Bei Editora

“Caminhos da Ilusão – Madeira-Mamoré martírios”

Autor: Renato Ignácio da SilvaEditora: Renig

“Madeira-Mamoré – do GênioHumano ao Abandono”

Autor: Antônio OcampoEditora: editado pelo próprio autor

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 59

que realmente aconteceu”,afirma Gorayeb.

Em 1931, alegando que a fer-rovia era deficitária, a Madeira-Mamoré Railway Company inter-rompeu o tráfego. O governobrasileiro nomeou um interven-tor, e a administração da ferro-via passou a ser brasileira. Ostrens rodaram até 1966, quandoum decreto do governo federaldeterminava a erradicação totalda ferrovia. “Nessa época, o go-verno militar brasileiro passoua privilegiar a construção de ro-dovias. Foi assim que surgiram

as BR-364 e BR-425, que acom-panham, em grande parte, o tra-çado da ferrovia”, relata o pro-curador Ricardo Leite.

A Madeira-Mamoré ainda fun-cionou até 1972 realizando otransporte de materiais e pes-soas para a construção das ro-dovias. Depois disso, ela acabouabandonada. Em 1981, houve umatentativa de reativação para finsturísticos nos 7 km iniciais. Po-rém, em 2000, ela estava parali-sada novamente. “Em 2005, aferrovia estava em situação deextrema calamidade”, destaca

Beto Bertagna, do Iphan. Foi apartir daí que começou o proces-so de tombamento.

Atualmente, pesquisadoresda história da estrada de ferrosão unânimes em afirmar queo projeto foi ousado demais eque hoje não existira nenhumachance de reativação dos tri-lhos, porém, a Madeira-Mamo-ré trouxe contribuições signi-ficativas para o país. “Não te-ríamos o Acre em nosso terri-tório e a cidade de Porto Velhoe o Estado de Rondônia dificil-mente existiriam”, diz RicardoLeite, do Comitê Pró-Candida-tura. A cidade de Porto Velhotem 428.527 habitantes, se-gundo o Censo 2010 do IBGE(Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística), e abrigaas duas maiores obras do PAC(Programa de Aceleração doCrescimento): as usinas hidre-létricas de Santo Antônio e Ji-rau, no rio Madeira.

Para o pesquisador AnísioGorayeb, a Madeira-Mamorénunca teve papel fundamen-tal para o transporte de pro-dutos na região Norte do paíse, hoje, a reestruturação da li-nha é inviável. “De qualquerforma, ela faz parte da histó-ria do Brasil e precisa ser pre-servada. Temos visitantes domundo inteiro que chegamaqui atrás da história da Ma-deira-Mamoré”, diz. l

HISTÓRIA Pesquisadores defendem preservação de ferrovia, mas reconhecem que reestruturação da linha é inviável

“A estrada de ferro é umadas páginas

mais fantásticasda história do Brasil”

RICARDO LEITE, DO COMITÊ PRÓ-CANDIDATURA

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201260

Alunos do Sest Senatparticiparam do 2ºSimpósio de Seguran-ça de Voo na Manu-

tenção, promovido na unidadede Samambaia, no Distrito Fe-deral. Durante todo o dia de sá-bado, em 27 de outubro, elesreceberam informações e tive-ram acesso a dados passadospelo Seripa 6 (Serviço Regionalde Investigação e Prevençãode Acidentes Aeronáuticos) e

pelo Cenipa (Centro de Investi-gação e Prevenção de Aciden-tes Aeronáuticos).

Desde maio deste ano, o SestSenat de Samambaia oferece ocurso de mecânico de manuten-ção aeronáutica. O treinamentotambém é oferecido na unidadede Belo Horizonte (MG). Com arealização do simpósio, os alunospuderam se conscientizar aindamais sobre a importância de levara sério o trabalho nessa área.

“Adoro aviação e acho que a par-ticipação nesse seminário é mui-to importante para todos nós, alu-nos, ficarmos cada vez mais cons-cientes de que aviação não ébrincadeira. Tem que trabalharcom muito cuidado e segurança”,disse Edcarlos Rodrigues Araújo,que é auxiliar administrativo.

Para o colega dele, Gladsto-ne Mesquita, o curso que estáfazendo no Sest Senat repre-senta uma oportunidade para

ampliar as chances de trabalho.“Meu interesse veio principal-mente da curiosidade de desco-brir essa nova área e tentar en-trar nesse mercado, que deveoferecer muitas oportunida-des”, disse Mesquita.

O aluno Marivaldo PereiraSantos está fazendo o cursopor apostar que a aviação éuma área que promete conti-nuar oferecendo vagas no pró-ximo ano. Ele cita que a cidade

Segurança namanutenção

POR CYNTHIA CASTRO

TRANSPORTE AÉREO

Simpósio promovido no Sest Senat do DF alerta alunos sobre a responsabilidade da profissão

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 61

de São Paulo tem uma frotaenorme de helicópteros e que aregião de Macaé, no Rio de Ja-neiro, também tem espaço paraquem trabalha com manuten-ção. “Essa área é muito boa, e éótimo o suporte que o Sest Se-nat tem dado para quem queratuar com mecânica de aerona-ve. O laboratório é excelente, eestou gostando muito de tudo.”

O curso tem três especiali-dades: célula de aeronaves,

grupo motopropulsor e aviôni-cos. Há um módulo básico co-mum com 300 horas/aula, e ca-da especialidade tem 710 ho-ras/aula. Concluir uma delasdura em torno de nove meses.

A especialidade chamada decélula de aeronaves aborda aparte de estrutura do avião. Ocurso do grupo motopropulsortrata dos motores convencio-nais, turbo-hélice e jatos. E a es-pecialidade aviônicos aborda as

partes elétrica e eletrônica, na-vegação e transmissão de da-dos. O coordenador de desenvol-vimento profissional na unidadede Samambaia, Haroldo Willu-weit, afirmou que a procura temsido significativa e que o SestSenat tem trabalhado para for-mar mão de obra de qualidadenessa área.

AlertaDurante o Simpósio de Se-

gurança de Voo na Manuten-ção, os representantes do Seri-pa e do Cenipa passaram diver-sos dados abordando questõesde segurança e também deacidentes. Em uma avaliaçãodos acidentes da aviação geralnos últimos dez anos, em29,8% das ocorrências esta-vam presente o problema defalha de motor. E ao consideraressa motivação para o aciden-te, ficaram constatadas tam-

FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

QUALIFICAÇÃO Alunos do curso de mecânico de manutenção aeronáutica do Sest Senat de Samambaia

Page 62: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201262

ainda o perigo aviário, entre ou-tras situações que podem levara algum acidente.

No dia do simpósio no Dis-trito Federal, o tenente-coro-nel Santos passou algumas di-cas para os alunos do curso doSest Senat que pretendematuar na área de manutençãode aeronaves. “A primeira de-las é ter muita força de vonta-de. O profissional dessa áreaprecisa gostar de engenhariamecânica. Tem que ter interes-se por esse assunto.”

qual o fator que contribuiu ouprovocou a ocorrência, geral-mente, o primeiro elemento queaparece sob suspeita é exata-mente alguma falha na manuten-ção, conforme destacou o tenen-te-coronel Jocelyn Santos, inte-grante da Divisão de Formação eAperfeiçoamento do Cenipa.

O fator meteorológico tam-bém pode levar a algum erro naoperação do piloto, de acordocom Santos, bem como a falhaou má interpretação das infor-mações de tráfego aéreo. Há

bém falhas recorrentes nosserviços de manutenção e su-pervisão das aeronaves.

“É muito importante ficaratento e tomar todos os cui-dados necessários. O bomprofissional da área de manu-tenção conhece bem a sua im-portância para garantir a se-gurança de voo”, disse o te-nente-coronel Valter BarretoSilva, chefe do Seripa 6, queabrange os Estados do MatoGrosso, Tocantins e Goiás e oDistrito Federal.

Os representantes do Cenipae do Seripa mostraram algunsexemplos de acidentes que po-deriam ter sido evitados, comoum ocorrido no início de 2009,no qual a aeronave teve uma pa-rada súbita de motor após a de-colagem porque os cabos decontrole lateral estavam inverti-dos e foi também constatada ra-chadura no bloco do motor.

O tenente-coronel Barretodestacou que a prevenção é fun-damental quando se fala em se-gurança de voo. “Há um merca-do amplo para esse profissional,mas é muito importante quenesse momento do curso os alu-nos já estejam conscientes so-bre medidas de prevenção e so-bre outros cuidados que o traba-lho requer.”

Quando ocorre um acidenteaéreo e não se sabe de imediato

DIVERSIDADE Entre os temas abordados no curso do Sest Senat, estão as estruturas das aeronaves, siste

“É importanteestar

conscientesobre as

medidas deprevenção”

TENENTE-CORONEL BARRETO, DO SERIPA 6

Page 63: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 63

Ter um bom conhecimentode inglês também é fundamen-tal para que o trabalho seja dequalidade. “Muitas aeronavessão compradas no exterior, eos documentos são em inglês.Precisa saber pelo menos o in-glês técnico aeronáutico. Sa-ber, por exemplo, como diz fu-selagem em inglês, parafuso.Tem que ter um conhecimentoda língua”, disse Santos.Outra dica importante pas-

sada por ele é que o profissio-nal da área de manutenção

precisa ser uma pessoa comelevado grau de concentra-ção, que esteja sempre atentaa detalhes e que não faça otrabalho com pressa. “Temque ter aquela busca pelaperfeição. Não adianta serprático demais e não ser cui-dadoso no que faz.”O integrante da Divisão de

Formação e Aperfeiçoamentodo Cenipa comentou que nosacidentes provocados por fa-lhas na manutenção é comuma constatação de problemas,

como negligência em relaçãoa procedimentos padrões,desrespeito ao tempo de trocade materiais, falta de consultaaos manuais e uso de materialnão certificado. “Ocorre tam-bém a presença de improviso.Em aviação, buscar o caminhomais curto não é o melhor.Sempre digo que aerovia nãotem acostamento. Então, nãoadianta a pressa demais. Temque fazer tudo com muito cui-dado, buscando ser o maisperfeito possível.” l

mas elétricos e hidráulicos e aerodinâmica

Curso oferecido no

Sest Senat tem

3especializações

Módulo básico• Matemática• Desenho técnico de aeronaves• Física• Inglês técnico• Aerodinâmica ��������������������������������• Materiais de aviação e processos• Tubulações e conexões• Combustíveis e sistemas de combustível• Eletricidade• Peso e balanceamento• Geradores e motores elétricos de aviação• Ferramentas manuais e de medição• Princípios da inspeção e regulamentação da manutenção• Regulamentação da aviação civil• Regulamentação da profissão de mecânico• Primeiros socorros• Segurança de voo

Especialização célula de aeronaves• Estruturas de aeronaves e sistemas de controle de voo• Entelagem e pintura• Reparos estruturais• Soldagem• Sistemas de proteção contra os efeitos da chuva e do gelo e contra o fogo

• Sistemas hidráulicos e de trens de pouso• Sistemas pneumáticos, de pressurização, de ar-condicionadoe de oxigênio

• Sistemas elétricos• Sistemas de comunicação e de navegação

• Instrumentos• Inspeção de aeronaves• Procedimentos de pista

Especialização Grupo Motopropulsor• Teoria e construção de motores de aeronaves• Sistemas de admissão e de escapamento• Sistema de combustível do motor• Sistemas de ignição e elétrico do motor• Sistema de partida do motor• Sistemas de lubrificação e de refrigeração do motor• Sistema de proteção contra o fogo no motor• Hélices• Remoção e instalação de motores• Operação e manutenção do motor• Inspeção de motores• Procedimentos de pista

Especialização aviônicos• Instrumentos• Sistemas elétricos de aeronaves• Sistemas elétricos de partida e de ignição de motores• Sistemas elétricos de proteção contra os efeitos da chuva edo gelo e contra o fogo

• Eletrônica I – Semicondutores• Eletrônica II – Técnicas digitais• Sistemas de comunicação e de navegação• Inspeção de aeronaves• Procedimentos de pista

Fonte: Manuais de cursos da Anac

CURSO MECÂNICO DE MANUTENÇÃO AERONÁUTICA Conheça os temas das disciplinas

Page 64: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201264

MERCADO

Ocenário econômico de2012, avaliado pela se-gunda sondagem “Ex-pectativas Econômi-

cas do Transportador Rodoviá-rio” realizada pela CNT (Confe-deração Nacional do Transpor-te), revela que os transportado-res de cargas estão mais caute-losos com o nível de investi-mentos na atividade.

De acordo com o levanta-mento, publicado no segundosemestre deste ano, 65% dostransportadores não adquiri-ram veículos pesados em 2012,e mais da metade (55,6%), pro-

vavelmente, deve encerrar oano sem novas aquisições.

A segunda fase da pesquisada CNT revela as expectativaseconômicas dos transportado-res rodoviários no segundo se-mestre deste ano. Durante omês de agosto, dirigentes deempresas de transporte de car-gas e transporte de passageirosurbanos ou rodoviários respon-deram a um questionário queidentifica as percepções em re-lação à economia do país. A ín-tegra do relatório está disponí-vel na página da Confederaçãona Internet (www.cnt.org.br).

Os números da sondagem játiveram reflexo direto no merca-do de vendas de caminhões eônibus. Levantamento da Anfa-vea (Associação Nacional de Veí-culos Automotores) aponta que,no acumulado de janeiro a outu-bro deste ano, 113.937 caminhõesnovos foram licenciados. Nomesmo período de 2011, foram143.781 unidades comercializa-das - variação negativa de20,8%. Somente no mês de ou-tubro, a queda foi de 9,1%, pas-sando de 13.880 novos veículosde carga licenciados, em 2011,contra 12.620, neste ano.

No caso dos ônibus, o acumu-lado de janeiro a outubro regis-trou queda de 15,3% - 28.138 uni-dades licenciadas, em 2011, contra23.833, em 2012. A redução é aindamais acentuada se apenas o mêsde outubro for analisado: o licen-ciamento total de ônibus caiu de2.934, no ano passado, para 1.997no mesmo período deste ano. Re-tração de 31,9%.

No início de 2012, com um ce-nário mais otimista de cresci-mento da economia, a primeiraetapa da sondagem da CNT apu-rou que quase 67% dos empresá-rios pretendiam renovar a frota.Segundo a última pesquisa, a re-dução das vendas ocorreu por-que os transportadores “espera-vam um maior impacto da criseinternacional no país, o que re-presenta uma expectativa pessi-mista em relação ao crescimentodo PIB (Produto Interno Bruto) eum impacto negativo na receitabruta esperada.”

Dados do relatório Focus doBanco Central, divulgados no fi-nal de outubro, indicam que aestimativa de expansão da eco-nomia este ano é de 1,57%. A ta-xa é menor que o aumento de2,7% registrado em 2011, segun-do o IBGE (Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística).

A entrada em vigor da fase P7do Proconve (Programa de Con-

Cautela nosinvestimentos

Empresários do setor de transporte não devem ampliar frotas no final de 2012, revela sondagem da CNT

POR ROSALVO STREIT

Page 65: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 65

trole de Poluição do Ar por Veícu-los Automotores) para veículospesados é outro fator que podeexplicar a queda nas vendas deveículos pesados neste ano. Mui-tos transportadores anteciparamas compras no final do ano passa-do porque a nova tecnologia, ape-sar de ser menos poluente, repre-sentou aumento do custo do veí-culo (entre 15% e 20%) e do com-bustível (estimado em 20%).

Sobre as principais ativida-des ligadas ao setor, a sonda-gem da CNT revela que a maioriados transportadores acredita naredução da receita bruta (41,1%),

do número de viagens (44,4%) edo volume de carga e quantida-de de passageiros transporta-dos (38,9%).

No primeiro semestre, quandofoi realizada a primeira sondagem,57,8% dos entrevistados aposta-vam no aumento da receita brutaem 2012, número que baixou para24,4% após seis meses. Sobre acontratação formal de empregos,aumentou para 31,1% a parcelados que acreditam na redução daoferta de novas vagas de trabalho– em março, a taxa era de 16,6%.

Também aumentou o númerode transportadores que acredita

em uma elevação no custo dos in-sumos. Para 84,4%, o preço doóleo diesel deve aumentar, 85,6%esperam elevação em lubrifican-tes e 77,8% apostam em preçosmais altos para pneus. Em março,a sondagem da CNT revelou queas taxas eram de 60,2%, 68,5% e73,4%, respectivamente.

FinanciamentosDe acordo com a pesquisa da

CNT, 48,3% dos empresários en-trevistados devem utilizar as li-nhas de financiamento do Proca-minhoneiro e 10,3% do PSI (Pro-grama de Sustentação do Investi-

mento) para uma possível amplia-ção da frota ainda neste ano.

Com juros mais acessíveis – ataxa cobrada pelos dois progra-mas baixou de 5,5% ao ano para2,5% –, a CNT avalia que as con-dições são vantajosas e devemser aproveitadas. O benefício éválido até 31 de dezembro e oprazo máximo de parcelamento éde 120 meses. O Procaminhoneiropode ser utilizado para a aquisi-ção de caminhões e implementosrodoviários (novos e usados), en-quanto os recursos do PSI desti-nam-se somente à compra de ca-minhões novos. l

REPRODUÇÃO/CNT

CNT oferece simulador

FACILIDADE

Para auxiliar os transpor-tadores autônomos e as em-presas na busca de um novoveículo ou na renovação dafrota, a CNT criou, em setem-bro deste ano, o Simuladorde Financiamento de Veícu-los. A ferramenta apresentaas diversas opções de finan-ciamento disponíveis nomercado com base nas re-gras vigentes.

O sistema, simples e de fá-cil acesso, está disponível nosite da CNT (www.cnt.org.br). Ousuário deve informar, inicial-mente, se é transportador au-tônomo ou empresa, preen-cher os dados com a rendabruta ou o faturamento e,em seguida, fornecer infor-mações sobre o valor apro-ximado do veículo que seráadquirido e se já possui ou-tros financiamentos. Os da-

dos pessoais do transporta-dor ou os da empresa nãosão solicitados.

O simulador calcula o va-lor da prestação mensal dofinanciamento e permiteque o transportador compa-re, ao mesmo tempo, atéquatro linhas de crédito di-ferentes. São apresentadasas opções de valores de en-trada, prazos para paga-mento, taxa de juros e ca-rência de cada um dos fi-nanciamentos.

O programa tambémavalia o percentual de com-prometimento da renda oudo faturamento nas dife-rentes opções de financia-mento. O objetivo da CNT,com essa nova ferramenta,é permitir uma economia fi-nanceira e de tempo paraos transportadores.

Page 66: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201266

Promover o respeito àsregras de trânsito eincentivar a mudançapara um comporta-

mento mais seguro, ético esolidário, visando a reduçãode mortes ou da gravidade delesões às vítimas de acidenteem rodovias e vias urbanas.Esse é o principal objetivo daCNT e do Sest Senat ao aderirao Parada: Pacto Nacional pe-la Redução de Acidentes.

O programa foi lançado pe-lo Ministério das Cidades co-mo resposta ao desafio pro-

posto pela ONU (Organizaçãodas Nações Unidas) de reduzirem até 50% o número de aci-dentes fatais no mundo du-rante a Década para Seguran-ça Viária, entre 2011 e 2020.

A cerimônia de adesão aoprograma foi realizada no dia7 de novembro, na sede daCNT em Brasília, e contou coma presença do ministro das Ci-dades, Aguinaldo Ribeiro, dadiretora-geral do Sest Senat,Maria Tereza Pantoja, do pre-sidente da NTU (AssociaçãoNacional das Empresas de

Transportes Urbanos), OtávioVieira da Cunha Filho, além deoutros representantes do se-tor de transporte urbano depassageiros.

Com a adesão, a CNT e oSest Senat passam a fazerparte do grupo de entidades eempresas que, por meio deações de conscientização eeducativas, ajudam a reduzir aviolência no trânsito do Brasil.

A proposta do Sest Senat émobilizar 1 milhão de pessoascom a realização de campa-nhas educativas, seminários e

palestras, produção de vídeoe outras ações de conscienti-zação. O Sest Senat acreditaque essa campanha contribui-rá para as questões da segu-rança viária, quer seja nas ro-dovias ou vias urbanas, e comisso espera que a sociedadepasse a zelar mais por suasvidas e pela vida do próximo.

Os números mais recentesde acidentes no trânsito sãodo Ministério da Saúde e mos-tram que, em 2010, 42.844pessoas morreram nas estra-das e ruas do país. Segundo

CNT e Sest Senat aderem oficialmente ao projeto do governo federal para reduziro número de acidentes de trânsito no país

POR LIVIA CEREZOLI

PARCERIA

Mobilizaçãopela vida

Page 67: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 67

dados da OMS (OrganizaçãoMundial de Saúde), o Brasilocupa a quinta colocação en-tre os países com o maior nú-mero de mortes no trânsito.

“Essa parceria com a CNT eo Sest Senat é extremamenteimportante porque possibilitaque mais pessoas conheçam oPacto. A capilaridade da redeinstalada do Sest Senat, pre-sente em todo o país, é funda-mental para o desenvolvimen-to e a ampliação do progra-ma”, afirmou o ministro Agui-naldo Ribeiro.

A NTU também assinou oPacto. Além de atividades deconscientização dos motoris-tas, a associação comprome-teu-se a disponibilizar espa-ços publicitários em parte dosônibus urbanos para difusãoda campanha. “Esse é um pro-grama ousado e importantís-simo para a preservação dasvidas. Infelizmente, as pes-soas têm se acostumado comas perdas no trânsito e issonão é normal”, disse OtávioVieira da Cunha, presidenteda NTU.

JÚLIO FERNANDES/CNT

CONSCIENTIZAÇÃO A CNT e o Sest Senat passam agora a fazer parte do grupo de entidades e empresas que ajudam o país a reduzir a violência no trânsito

Segundo dados do Dena-tran (Departamento Nacionalde Trânsito), o Brasil tem umafrota de 74.689.706 veículosem circulação. Desse total,2.354.052 são caminhões,508.175 ônibus e 313.667 mi-cro-ônibus. Estimativas da Po-lícia Rodoviária Federal mos-tram que 35% das mortesocorridas no trânsito são de-correntes de acidentes comautomóveis, 29% com motoci-cletas, 16% com caminhões,11% com bicicletas e 2,7% comônibus e micro-ônibus. l

“A parceria éextremamente

importanteporque

possibilita quemais pessoasconheçam o

Pacto”AGUINALDO RIBEIRO, MINISTRO DAS CIDADES

Page 68: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201268

Um mês inteiro de ati-vidades voltadas pa-ra o público infantil.Durante o mês de ou-

tubro, as unidades do Sest Se-nat de todo o país realizaramações em comemoração aoDia das Crianças 2012.

Milhares de crianças partici-param das programações nasunidades que contaram com pa-lestras educativas, atividadesculturais, esportivas, de lazer. Oevento esteve voltado para osfilhos dos trabalhadores emtransporte, alunos de escolaspúblicas e crianças da comuni-dade em geral.

Nas palestras, os principaistemas trabalhados foram saú-de bucal, alimentação saudá-vel, jovem aprendiz e preser-vação ambiental. Entre as ati-vidades lúdicas de recreaçãoforam realizados jogos edu-cativos, competições esporti-vas (natação, futebol ou jogosde tabuleiro), pintura facial,mini-horta comunitária, pi-quenique, oficinas de música

e brinquedos, apresentaçõesteatrais e sorteios de brindes.

De acordo com o presidenteda CNT e do Sest Senat, senadorClésio Andrade, oferecer umaprogramação voltada para ascrianças é mais uma forma degarantir qualidade de vida para

a família do trabalhador emtransporte. “Um dos objetivosdo trabalho desenvolvido peloSest Senat é valorizar o trans-portador e sua família, e por is-so mesmo é tão importante rea-lizar eventos desse tipo. A so-ciedade tem o dever de cuidar

para que todas as crianças te-nham seus direitos garantidos ecresçam saudáveis e felizes”,afirma ele.

Em Cariacica, no EspíritoSanto, mais de 800 crianças,acompanhadas dos pais, partici-param das atividades realizadas

Hora daalegria

Unidades de todo o país realizaram diversas atividades para

comemorar o Dia das Crianças

SEST SENAT

POR LIVIA CEREZOLI

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 69

no Sest Senat. O evento contoucom atividades culturais, de es-porte e de lazer e teve como ob-jetivo principal oferecer maisqualidade de vida às famíliasdos trabalhadores do setor detransporte e à comunidade emgeral. Além de diversas ativida-

des de recreação, as crianças ti-veram a oportunidade de parti-cipar de uma oficina de culiná-ria para aprender a produzirmacarrão e cupcakes.

Para Eliomar Rossati, diretorda unidade, o evento cumpriu amissão a qual se propôs: ofere-

cer momentos de alegria, inte-gração e convívio social para ascrianças. “Tivemos uma partici-pação bem grande da comuni-dade que vive na região onde aunidade está localizada, por is-so tenho certeza que a decisãode realizar esse evento foi cor-

reta. O Sest Senat tem tambémcomo objetivo cuidar da comu-nidade onde ele está inserido epromover o desenvolvimento damesma”, destaca ele. Acompa-nhe a seguir as atividades reali-zadas em outras unidades doSest Senat.

FOTOS SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

CARIACICA (ES) Crianças participaram de oficinas de culinária durante comemoração na unidade

Page 70: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201270

Resgatar antigas brin-cadeiras, como cor-rida de saco, pula

corda, queimada, futebole mímica foi o foco centraldas atividades realizadaspelo Sest Senat Manaus.Em parceria com a EscolaMunicipal Poeta MárioQuintana, a unidade reu-niu mais de 220 criançasem sua área de lazer, nodia 11 de outubro, parauma manhã de recreação.A proposta da atividadefoi promover a interaçãoentre os pequenos, pro-porcionando a realizaçãode atividades físicas, aomesmo tempo em queaprendiam e se divertiam.

PIRACICABA (SP)

MANAUS (AM)

Uma parceria do SestSenat de Videira eda Alfa Transportes

reuniu mais de 10 mil pes-soas no Parque Central deCaçador, em Santa Catari-na, no dia 12 de outubro. OsDoutores da Alegria fize-ram a festa da criançada.Foram sorteadas bolas, bo-necas, carrinhos, bicicletase outros brinquedos. Quem

passou pelo parque tam-bém pôde participar de di-versas atividades de re-creação, como exibição defilmes, contação de histó-rias, além de brincadeirasdiversas. No evento aindaforam realizadas palestrassobre higiene bucal, edu-cação no trânsito, preven-ção de incêndios e alimen-tação infantil.

VIDEIRA (SC)

Page 71: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 71

Mais de 500 criançasespeciais partici-param das ativida-

des promovidas pelo SestSenat de Brasília (DF) paracelebrar o Dia das Crian-ças. Os alunos dos centrosde Ensino Especial do Dis-trito Federal foram recebi-dos na unidade com umaprogramação extensa quecontou com competiçõesesportivas em diversasmodalidades, recreação etambém brincadeiras naspiscinas. Instrutores doSest Senat e monitoresdos centros de ensino au-xiliavam as crianças naparticipação de todas asatividades.

Acomemoração doDia das Crianças foirealizada de forma

conjunta pelas unidadesde Presidente Prudente eRegente Feijó, em SãoPaulo, durante o evento“Transporte e Cidadania”.Mais de 1.200 pessoas par-ticiparam das atividadesnas áreas de educação, desaúde, de lazer, de culturae de esporte. Um dos des-taques do dia foi a oficinade meio ambiente. Ascrianças receberam infor-mações sobre a importân-cia da preservação am-biental e do plantio de ár-vores e cada uma delasganhou uma muda paraser plantada. l

Acomemoração do Dia dasCrianças foi dividida emdois eventos. No dia 6 de

outubro, a programação contoucom show de mágicas, palhaços,apresentações culturais, escultu-ras com bexigas, distribuição gra-tuita de pipoca e algodão-doce emuitas brincadeiras. Durante afesta foram sorteadas bicicletas,uma viagem e outros prêmios for-necidos pelas empresas parceiras(Trevo, Rodomeu, Supricel, Voal,Piracema, Agência Monte AlegreTurismo e Caixa Econômica Fede-ral). No dia 27, palestras aborda-ram temas relacionados ao com-portamento das crianças, como ahiperatividade, e as oficinas artís-ticas de pintura e dança movi-mentaram o Dia das Crianças.

REGENTE FEIJÓ E PRESIDENTE PRUDENTE (SP)

BRASÍLIA (DF)

Page 72: Revista CNT Transporte Atual 207

Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental

Page 73: Revista CNT Transporte Atual 207

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 64.165 12.817 76.982Estadual Coincidente 17.255 5.173 22.428Estadual 110.842 111.334 222.176Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Total 219.089 1.364.242 1.583.331

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 15.365Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.354.052Cavalo mecânico 481.307Reboque 936.917Semi-reboque 708.231Ônibus interestaduais 16.640Ônibus intermunicipais 40.000Ônibus fretamento 22.870Ônibus urbanos 105.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 156

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Rede fluvial nacional 44.000Vias navegáveis 29.000Navegação comercial 13.000Embarcações próprias 1.549

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 30.051Total Concedida 28.614Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.738FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 7.136Total 28.614

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 100.924Locomotivas 3.045Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AERÓDROMOS - UNIDADESAeroportos Internacionais 32Aeroportos Domésticos 34Outros aeródromos - públicos e privados 2.638

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 505 Transporte não regular: táxi aéreo 918Privado 5.749Outros 6.711Total 13.883

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

Page 74: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201274

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da União (dados atualizados outubro/2012)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Total PagoValor Pago do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

NECESSIDADE DE INVESTIMENTO DO SETOR DE TRANSPORTE BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES(PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)

121086R

$ bi

lhõe

s

420

20181614

2,96

17,78

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

0,047(1%)

Observações:

1 - Expectativa de crescimento do PIB para 2012

2 - Taxa Selic conforme Copom 10/10/2012

3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até outubro/2012

4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até outubro/2012 (US$ bilhões)

5 - Posição dezembro/2011 e outubro/2012 em US$ bilhões

6 - Câmbio de fim de período 31/10/2012, média entre compra e venda

Fontes: Receita Federal (setembro/2012), COFF - Câmara dos Deputados (outubro/2012), IBGE e

Focus - (Relatório de Mercado 26/10/2012), Banco Central do Brasil.

Investimentos em Transporte da União por Modal (total pago acumulado - até outubro/2012)

(R$ 8,10 bilhões)0,825(10%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - OUTUBRO/2012

2011 acumuladoem 2012

últimos12 meses

expectativapara 2012

PIB (% cresc a.a.)1 2,7 0,62 1,18 1,54

Selic (% a.a.)2 11,00 7,25 7,25

IPCA (%)3 6,50 3,77 5,28 5,45

Balança Comercial4 29,79 15,72 22,46 18,45Reservas Internacionais5 352,01 377,75 -

Câmbio (R$/US$)6 1,87 2,02 2,01

0,308(4%)5,14

8,10

Restos a Pagar Pagos

Arrecadação Acumulada CIDE

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. A partir do Decretonº 7.764 de 22.06.2012, as alíquotas da CIDE ficam reduzidas a zero. O antigo decreto nº 7.591 (outubrode 2011) estabeleceu as alíquotas de R$0,091/litro (para a gasolina) e de R$0,047/litro (para o diesel). Os recursos da CIDE são destinados ao subsídio e transporte de combustíveis, projetos ambientais naindústria de combustíveis e investimentos em infraestrutura de transporte. Obs: Alteração da alíquota CIDE conforme decretos vigentes.

Investimento Federal Pago Acumulado

54

36

R$

bilh

ões

18

02002

20032004

20052006

20072008

20092010 2011 2012

90

72

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

Obs: são considerados todos os recursos não investidos em infraestrutura de transporte.

* O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.1 - inclui investimentos realizados com recursos da CIDE arrecadados no exercício corrente e em anos anteriores.2 - Inclui investimentos realizados com recursos da CIDE arrecadados apenas no exercício corrente.

CIDE - 2012 (R$ Milhões)Arrecadação no mês setembro/2012 1,0

Arrecadação no ano (2012) 2.735

Investimentos em transportes total pago* em 2012 (com recursos de 2012 e de anos anteriores)1 2.584

Investimentos em transportes total pago* em 2012(apenas com recursos de 2012)2 1.894

CIDE não utilizada em transportes (2012) 841

Total Acumulado CIDE (desde 2002) 76.000

O Decreto nº 7.764 (junho de 2012) zerou a alíquota da CIDE. Não haverá arrecadação a partir dessa data.

6,928(85%)

76,0

35,8

Page 75: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 75

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR,com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais

de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.

NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

590.470ATÉ SETEMBRO OUTUBRO

20122007 A 2011 TOTAL

Aprovação no período

168.813 12.741 772.024

87,50% 90,02% 92,12% 88,13%

Federações participantes 20

Unidades de atendimento 68

Empresas atendidas 9.178

Caminhoneiros autônomos atendidos 10.664

Em Janeiro de 2012, entrou em vigor afase P7 do Programa de Controle de Po-luição do Ar por Veículos Automotores(Proconve) para veículos pesados. AConfederação Nacional do Transporte(CNT) considera que este fato tem im-pactos significativos no setor, uma vezque novos elementos fazem parte dodia a dia do transportador rodoviário.Nesse contexto, a CNT elaborou a pre-sente publicação, com o objetivo dedisseminar informações importantes arespeito do tema. O trabalho apresentaao setor as novas tecnologias e as im-plicações da fase P7 em relação aosveículos, combustíveis e aos ganhospara o meio ambiente.

O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional deProdução e Uso de Biodiesel e da apro-vação da Lei n. 11.097. Atualmente, todoo óleo diesel veicular comercializadoao consumidor final possui biodiesel.Essa mistura é denominada óleo dieselB e apresenta uma série de benefíciosambientais, estratégicos e qualitativos.O objetivo desta publicação é auxiliarna rotina operacional dos transporta-dores, apresentando subsídios para aefetiva adoção de procedimentos quegarantam a qualidade do óleo diesel B,trazendo benefícios ao transportadore, sobretudo, ao meio ambiente.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Carga

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETCESP

FETRANCESC

FETRANSPAR

FETRANSUL

FETRACAN

FETCEMG

FENATAC

FETRANSCARGA

FETRAMAZ

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETRANSPOR

FETRONOR

FETRAM

FEPASC

CEPIMAR

FETRAMAR

FETRANORTE

FETRASUL

FETERGS

ES

BA e SE

SP

SC

PR

RS

AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA

MG

DF, TO, MS, MT e GO

RJ

AC, AM, RR, RO, AP e PA

ES

BA e SE

RJ

RN, PB, PE e AL

MG

SC e PR

CE, MA e PI

MS, MT e RO

AM, AC, PA, RR e AP

DF, GO, SP e TO

RS

27.2125-7643

71.3341-6238

11.2632-1010

48.3248-1104

41.3333-2900

51.3374-8080

81.3441-3614

31.3490-0330

61.3361-5295

21.3869-8073

92.2125-1009

27.2125-7643

71.3341-6238

21.3221-6300

84.3234-2493

31.3274-2727

41.3244-6844

85.3261-7066

65.3027-2978

92.3584-6504

62.3598-2677

51.3228-0622

Passageiros

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

BOLETIM DO DESPOLUIR

Page 76: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201276

18,6%

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

*Inclui processos industriais e uso de energia

BOLETIM AMBIEN TAL

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - SETEMBRO 2012

Corante 1,2%

80%70%60%50%40%30%20%

Aspecto 35,8%

Pt. Fulgor 20,4%

Enxofre 17,9%

Teor de Biodiesel 22,8%Outros 1,9%

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de s )*

Japão 10EUA 15Europa 10 a 50

Brasil 50**

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu,Paulista, Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, SãoJosé dos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba,Taboão da Serra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.

10%0%

Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados

Caminhõesmédios

Comerciais Leves(Diesel)

ÔnibusRodoviários

CaminhõesLeves

ÔnibusUrbanos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

NOxNMHcCOCH4

CO2

NOxCONMHcMP

CO2

AL AM

% N

C

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

1,9 0,0

9,0

2,3 1,75,7 0,0 1,6 1,7 0,0 1,5

2,3

AC2,9 18,4 2,0 1,4 0,9 4,2 2,0 9,0 2,2 1,9 0,0 7,8 2,2 2,7 2,3 1,7 1,5 2,0 5,7 0,0 29,5 1,6 1,7 0,0 1,5 9,5 2,30,03,8 18,4 1,9 0,6 1,6 4,3 2,0 9,0 1,3 2,5 0,0 6,2 4,0 2,9 2,6 2,1 1,5 2,2 5,3 0,0 29,5 1,0 1,9 0,7 1,2 9.5 2,40,0

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

4,22,2 2,2

1,42,02,9

0,00

10

20

30

25

15

5 2,0

9,5

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

0,9 2,0

29,5

7,8

1,5

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - SETEMBRO 2012

18,4

Diesel 44,76 44,29 49,23 52,26 36,38

Gasolina 25,17 25,40 29,84 35,49 25,77

Etanol 13,29 16,47 15,07 10,89 6,20

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc)** Dados atualizados em 05 de outubro de 2012.

Rodoviário 38,49 97% 34,46 97% 36,38 97%

Ferroviário 0,83 2% 1,08 3% 1,18 3%

Hidroviário 0,49 1% 0,14 0% 0,14 0%

Total 39,81 100% 35,68 100% 37,7 100%

2009VOLUMEMODAL % VOLUME % VOLUME %

2010 2011

17,9%

* Em partes por milhão de S – ppm de S** Municípios com venda exclusiva de S-50*** Consultar a seção Legislação no Site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br

Demais estados e cidades 500 ou 1800***

TIPO 2008 2009 2010 2011 2012**

* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV** Dados fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA, 2011.

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009** EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009**

(até agosto)

22,8%

1,9% 1,2%

20,4%

35,8%

2,7

Page 77: Revista CNT Transporte Atual 207

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS

SAÚDE HUMANA1 MEIO AMBIENTE

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.

Dióxido deCarbono

(CO2)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano(CH4)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.

Compostosorgânicosvoláteis(COVs)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e processos industriais4.

Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.

Óxidos denitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida5.

Ozônio(O3)

Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua naturezacorrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e processos industriais4.

Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.

Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida5, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.

Materialparticulado

(MP)

Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.

1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel comosubstância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro.

2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico

resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.

Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.

Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.

Monóxido decarbono

(CO)

Page 78: Revista CNT Transporte Atual 207

cima do minério de ferro, havendoa estimativa de crescer cerca de300 milhões de toneladas, consi-derados os projetos da Vale, EBX eoutras mineradoras. O crescimen-to da ferrovia não será no curtoprazo e se dará pela transferênciadas cargas rodoviárias para a fer-rovia, cabotagem e hidrovia e pe-la multimodalidade.

3 - A maioria das ferrovias bra-sileiras foram construídas há maisde cem anos para atender a de-manda da época, que era café,boi, madeira, charque, alimentos epassageiros. Hoje, com poucas ex-ceções, a malha serve muito pou-co, não apenas pela deterioriza-ção, mas também pela tecnologiae traçado atual inadequados eporque as cargas pelas quais fo-ram construídas já não mais exis-tem ao longo do traçado atual,exigindo um alto custo rodoviáriopara atingi-las, o que na maioriadas vezes inviabiliza seu uso.

4 - Isso nos leva a necessidadede projetar novas ferrovias, nãopor trechos, mas por Eixos deTransporte, analisando sua viabili-dade dentro de todas as alternati-vas possíveis, e sua complemen-tação com outros modais, termi-nais e portos que, infelizmente,estão saturados. Para tanto, há

que se elaborar um planejamentoestratégico da infraestrutura detransporte dentro do conceito“Door to door integrated Logis-tics”, integrando as diversas re-giões brasileiras e os modais detransporte mais competitivos emenos poluentes. Querer atrelar aimplantação de ferrovias a agen-da política é um suicídio institu-cional. Felizmente, a presidenteDilma criou a EPL para exercer es-se papel e escolheu para presidi-la Bernardo Figueiredo que, alémde ser um dos expoentes da logís-tica de transporte no Brasil e noexterior, tem ainda uma atuaçãopolítica altamente competente.

5 - Outro fator preocupante é obaixo investimento em infraestru-tura de transporte, que tem sidode 0,5% do PIB, enquanto Rússia,China e Índia investem 4%. Napesquisa elaborada pelo “FórumEconômico Mundial” entre 142 paí-ses, o Brasil está em 114° lugar emqualidade da infraestrutura, sen-do rodovia 118°, ferrovia 98°, por-tos 130° e aerovia 122°.

A ferrovia sozinha poderá con-tribuir muito pouco em médioprazo para mudar a logística noBrasil, mas como parte integrantede Eixos de Transporte multimo-dais contribuirá bastante.

DEBATE Como o aumento da malha ferroviária pode mudar a logística

RENATO PAVANSócio da Macrologística Consultoria,possui mais de 30 anos de experiência em projetos de infraestrutura de transporte

“O crescimento da ferrovia se dará pela transferência das cargasrodoviárias para ferrovia, cabotagem, hidrovia e pela multimodalidade”

A ferrovia sozinha contribui muito pouco

Antes de avaliar a presen-te questão devemos co-locar alguns pontos pa-ra entender o problema.

Em primeiro lugar gostaria delembrar que o Brasil transporta 1,8bilhão de toneladas de carga/ano,sendo que 450 milhões pela ferro-via, ou seja, 25%, dos quais 350milhões de minério de ferro. Dos100 milhões restantes, 20 milhõessão de soja, sobrando 80 milhõesde toneladas para outras cargas.Posto isso devemos considerar:

1 - As distâncias competitivasdos modais de transporte são:500 km para a rodovia, 1.000 kmpara a ferrovia e 2.000 km para ahidrovia. Se considerarmos que70% da população brasileira e dasatividades econômicas estão a300 km da costa, a competiçãocom a rodovia é bastante árdua.

2 - Os Estados Unidos pos-suem 360 mil km de ferrovia, en-quanto o Brasil apenas 10 mil kmsúteis. A matriz de transporte ame-ricana é 34% ferrovia, 25% hidro-via e 26% rodovia, enquanto noBrasil é 25% ferrovia, 14% hidro-via e 60% rodovia. Sem o minériode ferro, a matriz brasileira é 7%ferro, 71% rodo e 18% hidro. Aperspectiva de crescimento daferrovia em curto prazo está em

RENATO PAVAN

Page 79: Revista CNT Transporte Atual 207

no Brasil?

Recente e felizmente te-mos recebido uma sériede boas notícias e infor-mações sobre uma tar-

dia, mas nem por isso menos rele-vante, atenção diferenciada dogoverno brasileiro com relaçãoaos desafios de competitividadede nosso país e o especial papelde sua infraestrutura e logísticanesse cenário. Com satisfação, vi-mos anúncios de planos de atua-ção e visão de planejamento inte-grado e em longo prazo para nos-so sistema logístico. A economia eseus sistemas globalizados tra-zem para as disputas de comérciointernacional e arena competitivaa urgência e a relevância do temainfraestrutura. Não seria exagerodizer que a combinação de inves-timentos em educação e infraes-trutura representa o segredo desucesso da maioria dos paísesmais competitivos do mundo.

Desde os anos 70/80 que nos-so país não investe significativa-mente nos seus sistemas detransporte e infraestrutura. Na-quele período, investíamos algoda ordem de 2% do PIB em trans-portes por ano. Depois caiu para acasa de 0,1% a 0,2%. Com méritos,nos últimos anos, o governo temlançado iniciativas que subiram

ra o atual sistema. Diferente dopacote rodoviário que foi focadoem conservação, melhorias e du-plicações de estradas atuais, oplano ferroviário visa construirnovas capacidades de transporteferroviário majoritariamente emtrechos ainda não servidos. Atémesmo por isso, seus desafios deplanejamento e execução sãomaiores, visto que partem de umamudança evolutiva no modelo deconcessão e marco regulatório dosetor e estão direcionados paratrechos ainda não existentes, oque aumenta em muito a comple-xidade dos projetos conceituais,estimativas de demanda e proje-ções econômico-financeiras paraos trechos.

A ferrovia é sempre muitocompetitiva para distâncias supe-riores a 400-500 km e cargas aci-ma de 15 toneladas. São as seguin-tes as características clássicas deuma carga ferroviária: grandesvolumes, concentração de origeme destino, alta densidade de peso,baixa densidade de valor, em geralmatérias primas e insumos bási-cos. Estamos falando do perfil ca-racterístico de nossas commodi-ties e, portanto, grande parte denossa carteira de produtos de de-sempenho mundial.

JOÃO GUILHERME ARAUJODiretor de Desenvolvimento deNegócios do Ilos - Instituto deLogística e Supply Chain

O desafio de uma matriz detransporte mais competitiva

“A combinação de investimentos em educação e infraestruturarepresenta o segredo de sucesso da maioria dos países”

esse número para a casa de 0,3%a 0,4%. Se considerarmos os re-cém-anunciados planos de inves-timento para o setor rodoviário eferroviário, podemos, com sorte emelhor capacidade de execução,chegar em 0,5% a 0,7%.

A matriz de modais de trans-porte no Brasil é extremamenteconcentrada no modal rodoviário.Vivemos em um país de dimen-sões continentais, com uma con-centração populacional e econô-mica costeira e que vive o desafiode integrar seu interior de extre-ma riqueza extrativa, mineral eagropecuária com seu consumodoméstico e os pontos de saídapara o resto do mundo (portos e,em menor escala, aeroportos).Nesse sentido, afirmamos que oespaço ocupado pela malha ferro-viária brasileira atualmente é bas-tante menor que o seu adequadopotencial de utilização.

O Brasil apresenta uma malhaferroviária de baixíssima densida-de com um conjunto total de 29mil km de linhas férreas atual-mente, dos quais, por volta de 18mil km realmente operacionais. Oanúncio dos investimentos previs-tos pelo governo é uma ótima no-vidade, dado que iremos agregarum total de 10 mil km de linha pa-

JOÃO GUILHERME ARAUJO

Page 80: Revista CNT Transporte Atual 207
Page 81: Revista CNT Transporte Atual 207

CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 2012 81

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

leições costumam marcar tempos de esperanças e deexpectativas. É nesse clima de conclusão de campa-nhas eleitorais e maturação dos resultados das urnasque mudo o enfoque com que venho, há anos, suge-rindo e cobrando soluções para a logística nacional.O objetivo de sempre é a defesa da competitividade

da produção nacional no mercado global, com reduçãode custos e do desperdício de tempo, ao lado do aumen-to da segurança de nossas vias de transporte, onde seperdem 8,5 mil vidas por ano. Perdas em boa parte evi-táveis com intervenções em nossas vias de tráfego.

É de conhecimento comum que investimentos emlogística, ou seja, na construção, duplicação e melho-ria de estradas e ferrovias, portos e aeroportos, eobras correlacionadas são um dos principais instru-mentos de impulsão do crescimento.

Os investimentos em infraestrutura elevam a deman-da agregada, a capacidade produtiva da economia e acompetitividade de todos os atores. Apesar disso, nosúltimos 20 anos, a média anual dos investimentos públi-cos no segmento tem girado entre 1,82% a 2,07% do PIB.Este último percentual, referente ao ano passado, equi-vale a R$ 85,7 bilhões. Desse total, a União financiou R$39,5 bilhões (0,95% do PIB); os Estados, R$ 28,7 bilhões(0,69% do PIB); e os municípios, R$ 17,5 bilhões (0,42%).Números da Secretaria do Tesouro Nacional.

São valores muito abaixo da necessidade e que po-deriam ser mais expressivos se o país contasse comum estoque de projetos prontos, deficiência que pode-rá ser minimizada em futuro próximo, a partir da efe-tiva implantação da Empresa de Planejamento e Logís-tica S.A. (EPL), em boa hora criada pela presidente Dil-ma, pela Medida Provisória nº 576, já aprovada por Co-missão Mista do Congresso por mim presidida.

O maior exemplo recente do acerto da receita decrescimento citada é a China, com os resultados que alevaram rapidamente ao posto de segunda economiamundial. Nos primeiros oito anos deste século, a Chinacresceu nada menos do que 261%. Evolução baseada eminvestimentos em infraestrutura, principalmente logísti-ca, em um país que consegue investir praticamente me-tade de seu PIB, ou seja, 50% de tudo que produz.

Invertendo a proposição de investir para crescer, va-le a pergunta sobre como enfrentar a retomada docrescimento programada para 2013 sem a respectivaampliação e melhoria de nossa infraestrutura logística.O governo brasileiro anuncia a retomada do ritmo depelo menos 4% de crescimento, frente aos pífios 2,7%do ano passado e cerca de 1,5% neste ano. Como en-frentar esse crescimento se nossas estradas, portos eaeroportos estão saturados; a mão de obra está escas-sa para as necessidades; a poupança nacional é mínimae o governo não tem recursos para investir?

As dores do crescimento entre crianças e adoles-centes preocupam os pais, mas sinalizam o futuro, oamadurecimento, a independência e a realizaçãoadulta. As preocupações com o crescimento de umpaís e com o desenvolvimento de uma nação angus-tiam seus dirigentes e seus cidadãos, mas tambémpodem estimular a busca de soluções.

Por isso, a pertinência e a oportunidade da perguntasobre o que fazer, ou como fazer, para que as deficiênciasem infraestrutura de transporte não asfixiem a retomadado crescimento brasileiro programada para os próximosanos. Apesar das ondas de otimismo que geram, preocu-pações com o crescimento são sempre boas por natureza.

Publicado originalmente no jornal “Estado de Minas”

E

Preocupações como crescimento

“Os investimentos em infraestrutura elevam a demanda agregada, a capacidade produtiva da economia e a competitividade”

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CNT TRANSPORTE ATUAL DEZEMBRO 201282

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

EXEMPLO DE VIDA

Emocionante a entrevista comRicky Ribeiro do portal Mobilize-Mobilidade Urbana Sustentável. É sempre bom perceber que, mesmo diante das dificuldades, ainda existem pessoas que se preocupam como coletivo. Pensar na valorizaçãodos espaços públicos das cidades é essencial para oferecerqualidade de vida à população. A revista CNT Transporte Atualestá de parabéns ao abrir espaçopara a discussão do tema.

Priscila MascarenhasRio de Janeiro/RJ

TRANSAMAZÔNICA

O projeto de construção da BR-230, que corta o Nordeste e oNorte brasileiros, foi mesmo ousado e polêmico, mas a estrada,no trecho onde já foi aberta,precisa de asfalto. A populaçãoque vive por lá não pode ficarisolada. Entendo a necessidadede preservação da floresta e obaixo fluxo de veículos decargas que passam pelo trecho,mas é preciso garantir o direitode ir e vir das pessoas.

Gilberto Teles SobrinhoSantarém/PA

INVESTIMENTOS FEDERAIS

Espero que as expectativas dosempresários do setor de

transporte com o Programa deInvestimentos em Logística dogoverno federal possam mesmoser concretizadas. O Brasil precisava desse alento em suainfraestrutura de transporte. Dequalquer forma, R$ 133 bilhõesnão parecem suficientes paraatender toda a demanda do país.Aguardamos ansiosos peloanúncio do novo plano que vaicontemplar portos e aeroportos.

Adriano AguiarFeira de Santana/BA

ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS

O projeto do designer MarceloTomaz, de Ribeirão Preto (SP),apresentado na edição denovembro da revista CNT Transporte Atual mereceser incentivado e apoiado.Conhecer e preservar a históriado país é o ponto inicial para desenvolver projetos futuros.Além da bela iniciativa, asfotografias feitas por Marcelo sãolindas e merecem ser mostradas.Visitei o site que ele mantém egostei muito do resultado. Umaaula de história ferroviária.

Paulo Henrique CostaBauru/SP

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

Júlio Fontana Neto

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

Eduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

José Severiano Chaves

Eudo Laranjeiras Costa

Antônio Carlos Melgaço Knitell

Eurico Galhardi

Francisco Saldanha Bezerra

Jerson Antonio Picoli

João Rezende Filho

Mário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Paulo Sérgio Ribeiro da Silva

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Luiz Maldonado Marthos

Sandoval Geraldino dos Santos

Éder Dal’ Lago

André Luiz Costa

Diumar Deléo Cunha Bueno

Claudinei Natal Pelegrini

Getúlio Vargas de Moura Bratz

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva

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