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SUPLEMENTO GRATUITO DO SEMANÁRIO NACIONAL OPERÁRIO E SOCIALISTA CAUSA OPERÁRIA Leilões do Pré-Sal: O PETRÓLEO NAS MÃOS DOS TUBARÕES, PARA OS BRASILEIROS NADA R ecentemente aconteceu o leilão do mega-campo Li- bra, que marcou a mais escan- dalosa privatização promovida pelo governo do PT, no melhor estilo Fernando Henrique Car- doso. Para onde vai o dinheiro? O governo vai usar o di- nheiro obtido com o leilão do pré-sal para cobrir o superá- vit primário (os recursos do orçamento federal destinado ao pagamento dos juros da dívida pública), pois, devido ao aprofundamento da crise capitalista no País, não tinha condições de fazê-lo. O di- nheiro que entrará no Brasil com o leilão vai voltar dire- tamente para os bolsos dos banqueiros, especuladores e grandes capitalistas. Precisamos dos monopólios estrangeiros? Os monopólios não fa- rão praticamente nada, pois a operadora dos campos do Pré-Sal é a Petrobras. Em outras palavras, a função dos monopólios será simples- mente levar os lucros embora do Brasil. PELA ESTATIZAÇÃO DO NOSSO PETRÓLEO! Pela realização de um ple- biscito nacional pela estatiza- ção da Petrobras e de todos os monopólios petrolíferos, sem indenização, que contemple o cancelamento das ações emi- tidas na Bolsa de Nova Iorque e na Bovespa, assim como de todas as concessões. Pelo controle da Petrobras pelos trabalhadores. A Pe- trobras deve ser colocada a serviço da população e não da especulação financeira. A venda do nosso petróleo não deverá ser feita por meio das bolsas de energia. Pelo cancelamento dos marcos regulatórios de 1997 e do Pré-Sal e a elaboração de um novo marco regulató- rio sob o controle dos traba- lhadores. Pela formação de um fundo que seja aplicado em progra- mas sociais. Pelos investimentos que permitam a autossuficiência em combustíveis e matérias primas para as petroquímicas. Pela Estatização do setor petroquímico que ficará como uma divisão da Petrobras, com auditoria das principais privatizações que aconte- ceram setor, especialmente da Copene e da Quattor, do projeto do polo petroquímico Comperj, no Rio de Janeiro. Pelo investimento em no- vas tecnologias e a estatiza- ção da produção de álcool. Pela priorização do desen- volvimento de tecnologias próprias no Cenpes (Centro de Pesquisas) da Petrobras, com auditoria, sob o con- trole dos trabalhadores, do repasse tecnológico feito às multinacionais. Pela extinção e auditoria da ANP (Agência Nacional de Petróleo e Biocombustí- veis). ANO XI, Nº 90, 9 DE DEZEMBRO DE 2013 - DISTRIBUIÇÃO NACIONAL - INTERNET: WWW.PCO.ORG.BR - ENDEREÇO ELETRÔNICO: [email protected] QUANTO VALE O PRÉ-SAL? O Pré-Sal tem um po- tencial aproximado de 50 bilhões de barris o que re- presenta uma riqueza apro- ximada de 5 trilhões de dó- lares. Os lucros seriam 2,5 trilhões de dólares. No úl- timo leilão, o mega-campo Libra imposto sob as balas da Força Nacional no Rio de Janeiro, valendo 1,5 tri- lhões de dólares foi vendido por 15 bilhões de dólares, ou 1% do valor. Dos 15 bilhões recebidos, 6 bilhões de dóla- res foram pagos pela própria Petrobras, que também será a operadora. Em rede nacional de Rádio e TV às 20h no Rádio

Suplemento do jornal Causa Operária nº 90

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Page 1: Suplemento do jornal Causa Operária nº 90

SUPLEMENTO GRATUITO DO SEMANÁRIO NACIONAL OPERÁRIO E SOCIALISTA

CAUSA OPERÁRIALeilões do Pré-Sal:

O PETRÓLEO NAS MÃOS DOS TUBARÕES,

PARA OS BRASILEIROS NADA

Recentemente aconteceu o leilão do mega-campo Li-

bra, que marcou a mais escan-dalosa privatização promovida pelo governo do PT, no melhor estilo Fernando Henrique Car-doso.

Para onde vai o dinheiro?

O governo vai usar o di-nheiro obtido com o leilão do pré-sal para cobrir o superá-vit primário (os recursos do orçamento federal destinado ao pagamento dos juros da dívida pública), pois, devido ao aprofundamento da crise capitalista no País, não tinha

condições de fazê-lo. O di-nheiro que entrará no Brasil com o leilão vai voltar dire-tamente para os bolsos dos banqueiros, especuladores e grandes capitalistas.

Precisamos

dos monopólios

estrangeiros?

Os monopólios não fa-rão praticamente nada, pois a operadora dos campos do Pré-Sal é a Petrobras. Em outras palavras, a função dos monopólios será simples-mente levar os lucros embora do Brasil.

PELA ESTATIZAÇÃO DO NOSSO PETRÓLEO!

• Pela realização de um ple-biscito nacional pela estatiza-ção da Petrobras e de todos os monopólios petrolíferos, sem indenização, que contemple o cancelamento das ações emi-tidas na Bolsa de Nova Iorque e na Bovespa, assim como de todas as concessões.• Pelo controle da Petrobras pelos trabalhadores. A Pe-trobras deve ser colocada a serviço da população e não da especulação fi nanceira. A venda do nosso petróleo não deverá ser feita por meio das bolsas de energia.• Pelo cancelamento dos marcos regulatórios de 1997 e do Pré-Sal e a elaboração de um novo marco regulató-rio sob o controle dos traba-lhadores.• Pela formação de um fundo que seja aplicado em progra-mas sociais.• Pelos investimentos que

permitam a autossufi ciência em combustíveis e matérias primas para as petroquímicas.• Pela Estatização do setor petroquímico que fi cará como uma divisão da Petrobras, com auditoria das principais privatizações que aconte-ceram setor, especialmente da Copene e da Quattor, do projeto do polo petroquímico Comperj, no Rio de Janeiro.• Pelo investimento em no-vas tecnologias e a estatiza-ção da produção de álcool.• Pela priorização do desen-volvimento de tecnologias próprias no Cenpes (Centro de Pesquisas) da Petrobras, com auditoria, sob o con-trole dos trabalhadores, do repasse tecnológico feito às multinacionais.• Pela extinção e auditoria da ANP (Agência Nacional de Petróleo e Biocombustí-veis).

ANO XI, Nº 90, 9 DE DEZEMBRO DE 2013 - DISTRIBUIÇÃO NACIONAL - INTERNET: WWW.PCO.ORG.BR - ENDEREÇO ELETRÔNICO: [email protected]

QUANTO VALE O PRÉ-SAL?O Pré-Sal tem um po-

tencial aproximado de 50 bilhões de barris o que re-presenta uma riqueza apro-ximada de 5 trilhões de dó-lares. Os lucros seriam 2,5

trilhões de dólares. No úl-timo leilão, o mega-campo Libra imposto sob as balas da Força Nacional no Rio de Janeiro, valendo 1,5 tri-lhões de dólares foi vendido

por 15 bilhões de dólares, ou 1% do valor. Dos 15 bilhões recebidos, 6 bilhões de dóla-res foram pagos pela própria Petrobras, que também será a operadora.

Em rede

nacional de

Rádio e TV

às 20h no Rádio

Page 2: Suplemento do jornal Causa Operária nº 90

Participe do curso sobre

a monumental obra de

Karl Marx, “O Capital”, na

Universidade de Férias do PCODuas vezes por ano o Par-

tido da Causa Operária e a

Aliança da Juventude Revo-

lucionária organizam a Uni-

versidade de Férias do PCO

e o Acampamento de Férias

da AJR. Nela é ministrado

um curso aprofundado de

formação marxista destacan-

do sempre algum tema rele-

vante da atualidade ou para

a formação política e teórica

dos militantes e simpatizan-

tes do partido e da juventude.

A próxima atividade, que

será realizada em janeiro de

2014, o tema não poderia ser

mais pertinente para a situa-

ção atual de crise capitalista:

uma análise extensa da obra

-prima de Karl Marx, O Ca-

pital.

O curso apresentado pelo

companheiro Rui Costa Pi-

menta, presidente nacional

do PCO e vários o utros diri-

gentes e militantes do partido

terá como eixo fundamental

a exposição das análises e

conclusões presentes em O

Capital. O curso, com dura-

ção de 18 dias será formado

de duas partes. De um lado,

uma introdução de todos os

aspectos essenciais do livro

de Marx, que tem como ob-

jetivo introduzir, mesmo os

que nada conhecem da obra

às suas ideias fundamentais.

A segunda, explorará em

profundidade alguns temas

de maior relevância ou com-

plexidade.

Participe da Universi-

dade de Férias do PCO e

do Acampamento da AJR,

entre em contato com os

militantes do PCO ou da

AJR em sua universidade

ou setor de trabalho. Você

também pode se inscre-

ver na atividade entrando

em contato na página do

Partido no Facebook, pelo

e-mail pco@pco. org.br

ou ainda pelo telefone (11)

5584-9322. Maiores infor-

mações na pagina da ativi-

dade em www.pco.org.br/

blog/acampamentodeferias

A ditadura em ação:

Em SP, 116 manifestantes serão indiciados

A Polícia Civil de São

Paulo indiciou 31% das pes-

soas presas nas manifesta-

ções deste ano. Pelo menos

116 das 374 pessoas presas

nos protestos responderão a

processos criminais.

As acusações são todas de

crimes comuns, como furto,

dano ao patrimônio e “asso-

ciação criminosa”, uma for-

ma abrandada da acusação

de formação de quadrilha.

Além dessas, outras duas

pessoas já foram denuncia-

das pelo Ministério Público,

acusadas de lesão corporal,

desacato e dano ao patrimô-

nio.

Os advogados dos detidos

concordam e afirmam que as prisões foram arbitrárias

e os indiciamentos condu-

zidos de forma aleatória. A

ação do Estado, no entanto,

mostra o contrário: a Secre-

taria de Segurança Pública

afirma que já liberou os de-

tidos contra os quais “não

há indício de prática de cri-

mes”.

A transformação dos in-

quéritos em processos judi-

ciais e, consequentemente,

dos indiciados em réus, de-

pende ainda do parecer do

Ministério Público Estadual.

O que está ocorrendo é

particularmente alarmante

em função da ação repres-

siva desatada pelo Estado

contra os protestos de rua.

Leis contra as máscaras es-

tão sendo aprovadas no Rio

e em São Paulo. Um preso,

indefeso, o caso do morador

de rua Rafael Vieira, já foi

condenado a cinco anos de

prisão em regime fechado.

As coisas não acontecem

por acaso. A ação policial

procura dar a entender que

um terço das pessoas que

saíram às ruas para protestar

em junho e nos meses se-

guintes o fizeram, na verda-

de, para cometer crimes. E

assim, a ditadura da direita

burguesa contra o povo se

aprofunda.

Rafael Vieira, 23 anos,

5 anos de cadeia por portar

uma garrafa de Pinho SolRafael Braga Vieira,

morador de rua do Rio de

Janeiro de 23 anos, parti-

cipou de uma manifesta-

ção no dia 20 de junho e

foi detido pela polícia, que

o acusou de portar coque-

téis molotovs. Segundo a

defesa de Rafael Vieira, ele

portava apenas duas garra-

fas que continham desinfe-

tante e água sanitária.

Não há crime algum em

portar nada. Menos ainda

água sanitária e desinfetan-

te. No entanto, mesmo sem

qualquer prova, o rapaz foi

condenado e isso em um

prazo recorde.

O juiz Guilherme

Schilling Pollo Duarte, da

32ª Vara Criminal, aplicou

uma pena e agora Rafael

Vieira deverá cumprir cin-

co anos e dez meses em re-

gime fechado.

A condenação de Rafael

está sendo apontada como

a primeira ocorrida em ra-

zão das manifestações que

se iniciaram em junho.

Tal ato representa mais

um passo no recrudesci-

mento da repressão. De ju-

nho até agora, a legislação

e as ações policiais foram

mais rígidas contra os cida-

dãos que de alguma forma

manifestaram seu descon-

tentamento e suas reivin-

dicações. O primeiro preso

foi justamente um morador

de rua, que contou apenas

com a defensoria pública

para se defender.

Exigimos a anulação

da sentença e imediata li-

beração de Rafael Vieira!

Suplemento do Semanário Nacional Operário e Socialista CAUSA OPERARIA •Ano XI - nº 90 • 9 de dezembro de 2013 • Distribuição nacional gratuita • Editor - Rui

Costa Pimenta - Tiragem - 100 mil exemplares • Sede Nacional - Distrito Federal - SCS Quadra 2, Edifício São Paulo, sala 310, CEP 70314-900, Fone (61) 3036-6158

• Correspondência e assinaturas - Todas as cartas, pedidos de assinaturas ou de informações sobre as publicações Causa Operária devem ser enviadas para a redação

ou para o endereço eletrônico - [email protected], página na internet - www.pco.org.br/causaoperaria. Impresso por: Digiartegraphics Gráfica LTDA. -ME