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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PRISCILA BERLATTO LEMOS A ANÁLISE DA FORÇA DE VENDAS Um estudo de caso no Ateliê Rita Lemos São José 2013

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍsiaibib01.univali.br/pdf/Priscila Berlatto Lemos.pdf · 2016-04-06 · 2.4.1.5 Superar objeções ... serviços, qual a melhor maneira de fazer a cobrança

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PRISCILA BERLATTO LEMOS

A ANÁLISE DA FORÇA DE VENDAS Um estudo de caso no Ateliê Rita Lemos

São José 2013

PRISCILA BERLATTO LEMOS

A ANÁLISE DA FORÇA DE VENDAS Um estudo de caso no Ateliê Rita Lemos

Trabalho de Conclusão de Estágio (TCE) apresentado como

requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em

Administração da Universidade do Vale do Itajaí – Centro de

Ciências Sociais Aplicadas – Gestão.

Professor Orientador: Prof. Rogério Raul da Silva, MSc.

São José 2013

PRISCILA BERLATTO LEMOS

A ANÁLISE DA FORÇA DE VENDAS Um estudo de caso no Ateliê Rita Lemos

Este Trabalho de Conclusão de Estágio (TCE) foi julgado adequado para obtenção do título

de Bacharel em Administração e aprovado pelo Curso de Administração da Universidade do

Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão.

Área de concentração: Marketing.

São José, 28 de dezembro de 2013.

Prof(a) Esp. Josiane da Luz UNIVALI – CE São José Coordenador(a) do Curso

Banca Examinadora:

Prof. MSc. Rogério Raul da Silva UNIVALI – CE São José

Professor Orientador

Prof(a) Esp. Josiane da Luz UNIVALI – CE São José

Membro

Prof(a) MSc. Ana Lúcia Baggio Sonaglio

UNIVALI – CE São José Membro

AGRADECIMENTOS

À Deus por ter me dado forças e estar sempre comigo, me iluminando e protegendo.

Ao meu pai Celso, homem tão sábio pelo qual tenho maior orgulho de chamar de pai,

meu exemplo e referência de vida;

À minha mãe Ivete, por sua imensa dedicação, por ser essa grande amiga, por me

apoiar, ajudar e ser tão companheira em todos os momentos da minha vida;

Ao meu esposo Lucas, por ser tão maravilhoso e estar sempre ao meu lado;

À minha irmã Patricia, que mesmo longe sempre se faz tão presente, sempre me

apoiando em todos os momentos, por todos os conselhos e pela confiança em mim depositada,

meu imenso agradecimento;

Ao meus sogros, Rita e Paulo, por serem tão carinhosos e acolhedores, sem dúvida

esse trabalho tem sua grande participação.

Ao meu orientador, professor Rogério Silva, pelo grandes conhecimentos e

orientações a mim dedicados.

Somos o que fazemos repetidamente. A

excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito.

(Aristóteles)

RESUMO

O setor de serviços encontra-se em plena ascensão, tornando-se a cada dia mais competitivo. Frente a isso, destaca-se a importância de se fazer um planejamento estratégico com o intuito de planejar o futuro para obter bons resultados e preparar-se para encontrar seu lugar de destaque no mercado. O presente trabalho teve por objetivo principal analisar a área de vendas da empresa Ateliê Rita Lemos e identificar seus pontos fortes e fracos, propondo ações e estratégias para aperfeiçoar os seus processos e corrigir seus possíveis erros. Para realizar o estudo, primeiramente recorreu-se a uma pesquisa bibliográfica embasada na área de marketing, vendas e administração em geral. A seguir foi realizada na empresa a pesquisa documental, técnicas de observação e posteriormente aplicou-se entrevistas com os diretores, vendedores, clientes e pessoas que realizaram o orçamento mas não efetuaram a compra na empresa. Com a teoria e os dados devidamente coletados, foi possível analisar as informações e propor ações de melhoria para a empresa, com vista no aperfeiçoamento tanto de seus processos administrativos, quanto no seu desenvolvimento do potencial de vendas do Ateliê Rita Lemos. A partir da detecção dos aspectos negativos da organização, foram propostos planos de ações utilizando-se da ferramenta 5w2h para a elaboração do planejamento estratégico da empresa, do plano de vendas e acompanhamento de vendas. Como fator motivacional, sugeriu-se premiações não monetárias, buscando a satisfação e sintonia entre os processos da área de vendas e seus colaboradores.

Palavras-chave: administração de vendas; força de vendas; marketing de serviços.

ABSTRACT

The service sector has expanded lately, , becoming more competitive day by. Facing that, it is

importante to prepare a strategic planning to plan the future for getting good results and

compete in the market. In the presente work, the main objective was carefully analyze the

sales area of Ateliê Rita Lemos and identify strenghts and weakness, proposing actions and

strategies to optimize processes and correct possible errors. To prepare this study, firstly was

madden a bibliographic review based in the marketing area, sales and andministration in

general. Forwarding then, was madden a documentary research in the company ,and

subsequently observation techniques and interviews with diretores, vendors, customers and

people that had made a budget research but has not made the purchase in the company. Within

the collected data and the theory, it was posible to analyze the information and provide

actions for perfectioning processes and improve methods for developing sales potencial.

From the detection of positive and negative aspects, plans of action were proposed using the

5w2h tool to prepare the strategic planning, sales plan and sales tracking. As a motivational

fator is suggested non-moentary awards, seeking satisfaction and harmony between the

processes of sales area and its employees.

Key-words: sales administration, sales force, services marketing.

Lista de ilustrações

Figura 1 - Composto mercadológico. ....................................................................................... 20  

Figura 2 - Triângulo de marketing de serviços. ........................................................................ 25  

Figura 3 - Os 5 gap's da qualidade em serviços. ....................................................................... 27  

Figura 4 - Objetivos dos programas de treinamento. ................................................................ 38  

Figura 6 - Etapas para a construção de uma decisão de compra. ............................................. 46  

Foto 1 - Quarto decorado pelo Ateliê Rita Lemos .................................................................... 56

Foto 2 - Produtos do Ateliê Rita Lemos ................................................................................... 57  

Quadro 1 - Vantagens e desvantagens dos sistemas de remuneração. ..................................... 34  

Quadro 2 - Aspectos positivos e negativos constatados ........................................................... 65  

Quadro 3 - 5w2h Planejamento estratégico .............................................................................. 68  

Quadro 4 - 5w2h Plano de vendas ............................................................................................ 68  

Quadro 5 - Acompanhamento de vendas .................................................................................. 72  

Quadro 6 - Metas e pontuações ................................................................................................ 72  

Quadro 7 - Pontuações e prêmios ............................................................................................. 73  

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13

1.1 Problema de pesquisa ...................................................................................................... 14

1.2 Perguntas de pesquisa ...................................................................................................... 14

1.3 Objetivos ......................................................................................................................... 15

1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 15

1.3.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 15

1.4 Justificativa ...................................................................................................................... 15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 17

2.1 Marketing ........................................................................................................................ 17

2.1.1 Composto de marketing ................................................................................................ 18

2.2 Serviços ........................................................................................................................... 21

2.2.1 Características ............................................................................................................... 22

2.2.2 Marketing de serviços ................................................................................................... 23

2.2.3 Triângulo do marketing de serviços .............................................................................. 25

2.2.4 Qualidade em serviços .................................................................................................. 26

2.3 Vendas ............................................................................................................................. 28

2.3.1 Administração de vendas .............................................................................................. 29

2.3.1.1 Planejamento da força de vendas ............................................................................... 30

2.3.1.2 Objetivos e metas da força de vendas ........................................................................ 31

2.3.1.3 Estratégias da força de vendas ................................................................................... 32

2.3.1.4 Tamanho da força de vendas ...................................................................................... 32

2.3.1.5 Remuneração da força de vendas ............................................................................... 33

2.3.2 Gestão da força de vendas ............................................................................................. 35

2.3.2.1 Recrutamento e seleção .............................................................................................. 36

2.3.2.2 Treinamento ............................................................................................................... 37

2.3.2.3 Supervisão .................................................................................................................. 39

2.3.2.4 Motivação ................................................................................................................... 40

2.3.2.5 Controle e avaliação de desempenho ......................................................................... 41

2.4 Princípios da venda pessoal ............................................................................................. 43

2.4.1 Etapas da venda pessoal ................................................................................................ 43

2.4.1.1 Prospecção .................................................................................................................. 43

2.4.1.2 Planejamento de vendas ............................................................................................. 44

2.4.1.3 Abordagem ................................................................................................................. 44

2.4.1.4 Apresentação .............................................................................................................. 46

2.4.1.5 Superar objeções ........................................................................................................ 46

2.4.1.6 Fechamento ................................................................................................................ 47

2.4.1.7 Pós-vendas .................................................................................................................. 48

2.5 Planejamento estratégico ................................................................................................. 48

2.6 Plano de ação ................................................................................................................... 50

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ................................................................................. 51

3.1 Caracterização da pesquisa .............................................................................................. 51

3.2 Contexto e participantes .................................................................................................. 52

3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados .......................................................... 53

3.4 Tratamento e análise dos dados ....................................................................................... 54

4 APRESENTAÇÃO, DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .................................. 56

4.1 Caracterização da organização ........................................................................................ 56

4.2 Apresentação, interpretação e análise dos dados coletados e das informações no

levantamento de campo ............................................................................................................ 58

4.2.1 Planejamento da força de vendas .................................................................................. 58

4.2.2 Objetivos e metas da força de vendas ........................................................................... 59

4.2.3 Estratégia da força de vendas ........................................................................................ 59

4.2.4 Remuneração ................................................................................................................. 60

4.2.5 Recrutamento/seleção ................................................................................................... 60

4.2.6 Treinamento .................................................................................................................. 61

4.2.7 Supervisão ..................................................................................................................... 61

4.2.8 Motivação ...................................................................................................................... 62

4.2.9 Avaliação ...................................................................................................................... 62

4.2.10 Técnicas/etapas de vendas ............................................................................................ 62

4.2.11 Concorrência ................................................................................................................. 63

4.2.12 A visão dos clientes ...................................................................................................... 63

4.2.13 A visão dos pessoas que fizeram o projeto mas não compraram .................................. 64

4.3 Aspectos positivos e negativos constatados .................................................................... 65

4.4 Ações de melhoria para o ateliê rita lemos e plano de ação ............................................ 67

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 74

Referências .............................................................................................................................. 75

Apêndices ................................................................................................................................. 76

13

1 INTRODUÇÃO

A competitividade entre as empresas atingiu níveis elevados nos últimos tempos. A

constante expansão do mercado, o aumento da concorrência e as exigências dos clientes

tornam o processo de administrar uma empresa cada vez mais complexo e, desta forma, torna-

se necessário que de tempos em tempos os gestores repensem o seu modo de vender,

organizar e comandar sua equipe de vendas.

Com a globalização, a qualidade dos produtos tornou-se para muitos um fator básico

para a compra, pois, diante de tantas opções e produtos disponíveis no mercado, o consumidor

torna-se a cada dia mais exigente. Diante disso, as organizações precisam investir a cada dia

mais em conhecer os seus clientes e inovar para satisfazê-los e surpreendê-los

constantemente. Essa nova percepção sobre as exigências do consumo sinaliza a relevância da

adaptação e da busca pela diferenciação perante à concorrência, e essa busca tornou-se um

desafio para as empresas.

Para fidelizar é preciso construir uma relação sólida com os clientes e, para solidificar

essa relação, as empresas precisam demonstrar que tem interesse em seus clientes e que estão

em busca de oferecer-lhes diferenciais e assim estabelecer um bom relacionamento, baseado

no respeito, confiança e fidelidade.

Segundo Griffin (1998), para conquistar e manter clientes as empresas terão de ir além

de a simples preocupação habitual em satisfazê-los e deverão tomar medidas que garantam

maior fidelidade. Portanto, é importante direcionar a equipe de vendas para que esse desafio

torne-se possível.

É a equipe de vendas da empresa que a representa perante o consumidor, pois é ela

que realiza o contato com o cliente e é a partir desse contato que o cliente formará sua

primeira opinião sobre a organização. Portanto, se faz necessário que a equipe de vendas seja

organizada e estruturada a fim de transmitir a imagem que a empresa deseja.

Os resultados financeiros de uma organização empresarial também estão diretamente

relacionados com a força da equipe de vendas, pois, se o faturamento depende das vendas e as

vendas são realizadas pela equipe de vendas, por conseguinte essa equipe pode prejudicar

severamente uma organização, assim como pode ser responsável por elevar significativamente

a posição da empresa. Portanto, presume-se que quanto melhor e mais preparada for a equipe,

maior será o volume de faturamento da organização.

14

Surgem então questões pertinentes, como por exemplo, como medir a qualidade dos

serviços, qual a melhor maneira de fazer a cobrança dos colaboradores em relação às vendas e

ao mesmo tempo mantê-los motivados, ou ainda, como treinar uma equipe de vendas e

analisar o desempenho do trabalho.

Especificamente, nesta pesquisa, pretende-se analisar a força da equipe de vendas do

Ateliê Rita Lemos e elaborar estratégias e ações que auxiliem o aumento das vendas.

1.1 Problema de pesquisa

A empresa Ateliê Rita Lemos tem apresentado problemas de instabilidade de vendas.

Tal instabilidade conduz à falta de capital circulante nos diferentes meses do ano. Diante deste

contexto, é relevante empreender um estudo sobre as ferramentas de marketing relacionadas

às vendas e os meios de se obter resultados eficientes que garantam uma maior estabilidade e

rentabilidade.

Percebe-se que a empresa pesquisada não faz planejamento, orçamento e controle de

marketing. Sendo assim, a ausência de metas e direcionamentos estratégicos de vendas faz

com que a equipe não tenha o estímulo e o compromisso necessários para fazer um volume de

vendas satisfatório para a empresa.

Desta forma, pretende-se resolver o seguinte problema de pesquisa: Como está

atuando a equipe de vendas do Ateliê Rita Lemos?

1.2 Perguntas de Pesquisa

• Como funciona o processo de vendas do Ateliê Rita Lemos?

• Quais os pontos fortes e fracos da estrutura de força de vendas da referida

empresa?

• Como está a motivação e o desempenho da equipe de vendas do Ateliê Rita

Lemos?

• Que procedimentos podem ser propostos para a melhoria da força de vendas da

empresa em questão?

15

1.3 Objetivos

A seguir serão apresentados os objetivos geral e específicos para o desenvolvimento

deste trabalho.

1.3.1 Objetivo Geral

• Analisar a força de vendas da empresa Ateliê Rita Lemos.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Analisar o processo de vendas do Ateliê Rita Lemos.

• Detectar pontos positivos e negativos na administração e na estrutura de força

de vendas da referida empresa.

• Identificar a motivação e o desempenho da equipe de vendas do Ateliê Rita

Lemos.

• Propor ações para a administração da força de vendas para a empresa em

questão.

1.4 Justificativa

Uma proposta de novos procedimentos de gestão de vendas pode ser o fator

estratégico para suprir o período de instabilidade de vendas de uma organização. O presente

estudo é importante para a empresa Ateliê Rita Lemos, pois a mesma passa por um período de

instabilidade de vendas e faturamento. Nesse contexto, a empresa se beneficiará com a

pesquisa, pois poderá ter uma visão abrangente de sua equipe de vendas, além de poder

analisar as estratégias e ações elaboradas a partir desse trabalho, implementando-as em sua

gestão, se cabível.

Além dos benefícios proporcionados à empresa, este estudo é significativo para a

acadêmica, pois além do interesse por possuir uma ligação familiar com a referida empresa,

poderá colocar em prática os conhecimentos adquiridos na trajetória acadêmica e adquirir

novos conhecimentos na área de vendas.

O trabalho é relevante para a equipe de vendas da organização, pois a aplicação e os

resultados da pesquisa poderão contribuir para seu crescimento profissional, e, por se tratar de

colaboradores que recebem comissão sobre as vendas, os mesmos poderão aumentar sua

16

remuneração, uma vez que com o estudo em questão pretende-se aumentar as vendas da

empresa.

Para a Universidade, o presente trabalho pode servir de referência para os alunos que

pretendem pesquisar sobre o assunto, assim como para outras pessoas da comunidade que

tenham interesse em no tema abordado.

Destaca-se a originalidade desse estudo assim como a viabilidade de sua aplicação,

pois a pesquisadora possui acesso a todas as informações necessárias referentes à empresa,

colaboradores e clientes.

17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Constantemente as empresas passam por um dilema de como aumentar suas vendas e

de como atender as necessidades e desejos dos consumidores. Segundo Cobra e Tejon (2007,

p.09), “as vendas tornam-se mais desafiantes a cada dia, devido à complexidade do mundo

dos negócios. Seja qual for o negócio, há o pressuposto da venda, isto é, a venda é uma

necessidade imposta, pois todos estão ligados a ela”.

Diante deste contexto, para realizar a análise da força de vendas do Ateliê Rita Lemos,

se faz necessário explorar aspectos relacionados ao tema, e, a partir daí, formular-se-á um

embasamento teórico para poder analisar e propor uma solução para o problema de pesquisa.

2.1 Marketing

Grande parte das pessoas tem uma visão distorcida a respeito de marketing,

confundindo-o simplesmente com publicidade ou vendas. Porém, seus conceitos vão além

dessas limitações.

Segundo Kotler (1998, p. 27), “marketing é um processo social e gerencial pelo qual

os indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de

produtos de valor com outros”. Na mesma perspectiva, Kotler e Armstrong (1998)

conceituam marketing como sendo a entrega de satisfação para o cliente em forma de

benefício.

Para a sobrevivência da organização, é essencial identificar os desejos e necessidades

dos clientes, e o marketing é o responsável por identificar e buscar entender tais necessidades.

Ou seja, a intenção do marketing é compreender os desejos dos consumidores e ter

comprometimento para realizar tais desejos.

Cobra (1992) enfatiza que o marketing busca identificar as necessidades não

satisfeitas, disponibilizando no mercado produtos ou serviços que satisfaçam os

consumidores, gerem resultados e melhorem a qualidade das pessoas e da comunidade.

Entretanto, a American Marketing Association (1995) apud Churchill e Petter (2003)

conceitua marketing como sendo “(...) uma função organizacional e um conjunto de processos

para criar, comunicar e distribuir valor aos clientes e para administrar o relacionamento com

clientes de forma que beneficie a organização e os seus Stakeholders”.

18

Ampliando este conceito, Futrell (2003) define marketing como sendo a busca de se

atingir objetivos individuais e organizacionais através do planejamento, execução da

concepção, do preço, da promoção e da distribuição de bens, serviços e ideias. Ou seja, o

marketing envolve um conjunto diversificado de atividades visando atender os desejos dos

consumidores e usuários industriais.

Para Kotler (1998) atingir as metas organizacionais baseia-se em ser mais eficaz que

os concorrentes e entender as necessidades reais dos consumidores. O mesmo autor acrescenta

que marketing não é o mesmo que vender, pois marketing começa muito antes de a empresa

sequer ter o produto, enquanto que a venda ocorre somente depois que um produto está

pronto, já fabricado. Portanto, marketing deve estar envolvido em diversas áreas da empresa,

desde pesquisa e desenvolvimento, produção, área administrativa e é claro, vendas.

Dias et al (2003) afirma que marketing pode ser entendido como: “a função

empresarial que cria continuamente valor para o cliente e gera vantagem competitiva

duradoura para a empresa, por meio da gestão estratégica das variáveis controláveis de

marketing: produto, preço, comunicação e distribuição.

Diante do exposto, observa-se que existem diversos conceitos sobre marketing,

entretanto todos as idéias convergem para um mesmo objetivo, que é a orientação e a busca de

satisfação das necessidades, desejos e exigências dos consumidores. Esse objetivo

consequentemente beneficia ambos os lados, a organização empresarial por poder ofertar esse

produto ou serviço desejado pelo consumidor e ao próprio consumidor, que terá a

possibilidade de ter esse desejo ou necessidade satisfeita. A seguir, serão abordadas

ferramentas de marketing que auxiliam satisfazer tais necessidades.

2.1.1 Composto de Marketing

O composto de marketing é uma combinação de ferramentas estratégicas que servem

de instrumento para a empresa atingir a resposta esperada de seu mercado alvo. Cada item do

composto apresentado a seguir deve ser explorado pelos gestores das organizações,

analisando-os e projetando-os para que se transformem em benefícios para os consumidores.

Nessa ferramenta são utilizados quatro elementos básicos, também conhecidos como

“quatro Ps”, que são: produto, preço, praça e promoção (CHURCHILL; PETER, 2003).

Kotler (2000) ressalta que o composto de marketing representa a visão que a

organização tem das ferramentas de marketing disponíveis para influenciar os consumidores,

pois cada elemento é projetado para oferecer um benefício ao cliente.

19

Na mesma perspectiva, Cobra (1997) salienta que todos os elementos do composto

foram criados e estabelecidos com o objetivo de atender o mercado alvo.

Para que se tenha mais eficiência na abordagem do mix de marketing torna-se

necessário conhecer mais profundamente os seus elementos, destacados a seguir:

Produto refere-se a um bem material que pode ser comprado ou a um serviço

prestado, em troca de uma remuneração monetária ou valor atribuído ao mesmo. Nesse

sentido, Futrell (2003) salienta que o produto pode estar relacionado a um bem, que é um

objeto físico, ou a um serviço, que trata-se de uma atividade desenvolvida para terceiros,

ambos em troca de remuneração.

Nessa mesma linha de raciocínio, Kotler (2000) define produto como sendo qualquer

coisa que possa ser oferecida a alguém para satisfazer um desejo ou necessidade, podendo ser

um bem material ou um serviço.

Segundo Moreira (2001) o produto é algo que os profissionais de marketing oferecem

aos seus clientes, são os benefícios adquiridos na aquisição dos próprios produtos ou na

prestação dos serviços.

Sendo assim, produto é um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis, sendo ele o

responsável por despertar nos consumidores o interesse pela compra.

Preço está relacionado ao valor que será atribuído a esse produto ou serviço, ou seja, é

o valor monetário agregado aos mesmos. Segundo Churchill e Peter (2003, p. 20) é “a

quantidade ou dinheiro ou outros recursos que deve ser dada em troca de produtos e serviços”.

Em linha semelhante, Futrell (2003) aponta que preço refere-se ao valor do produto que possa

atrair o consumidor em razão de trocar dinheiro ou outros recursos pelo valor do produto.

Conforme Kotler (2000) o preço é o a soma dos valores pagos pelos consumidores em

troca do benefício de possuir um produto ou utilizar um serviço. Sendo assim, o preço gera

receita para a empresa, enquanto que os demais elementos do composto produzem custos.

Sendo assim, o preço deve ser atrativo para o público alvo e ao mesmo tempo

satisfazer as necessidades da organização, pois ao mesmo tempo que ele é o responsável por

gerar receita, ele serve de padrão de medida para os consumidores.

Praça refere-se ao acesso do cliente ao produto, ou seja, são os canais de distribuição.

Moreira et al (2001) destaca que a praça está intimamente ligada à logística, pois a ela atribui-

se o conjunto de atividades envolvidas com tempo e movimento de produtos e serviços,

fazendo com que estejam disponíveis aos consumidores para troca.

20

O sucesso das vendas dependem da disponibilidade dos produtos ou serviços no

mercado. Corroborando com essa afirmação, Cobra (1997) enfatiza que é preciso identificar

os canais de distribuição adequados para a empresa, a fim de que o produto ou serviço esteja

disponível para o consumidor certo, na quantidade certa e no momento certo.

Portanto, o elemento praça refere-se ao acesso do cliente ao produto.

Promoção trata-se de “meios pessoais e impessoais usados para informar, convencer e

lembrar os clientes sobre produtos ou serviços” (CHURCHILL; PETER, 2003, p 20). Kotler

e Armstrong (2007) afirmam que o composto promocional é um conjunto de ferramentas de

marketing táticas e controláveis que, combinadas pela empresa produzem a resposta que

desejam de seu público alvo.

Segundo Cobra (1997) promoção são atividades que buscam estimular o interesse do

consumidor, despertando sua atenção e levando-o a experimentar e comprar o produto ou

serviço. Na mesma linha de raciocínio, Moreira (2001) afirma que promoção é o ato de

informar, persuadir e influenciar pessoas na escolha de produtos, conceitos ou idéias.

Sendo assim, a promoção é a comunicação com o publico alvo, com o objetivo de

estimular seu interesse pelo produto ou serviço ofertado.

Figura 1 - Composto mercadológico.

Fonte: Adaptado de Churchill e Peter (2003, p.20).

Cada elemento desse composto possui sua responsabilidade e importância, cabendo

assim ao gerente de marketing da empresa definir a melhor utilização de cada um deles

(FUTRELL, 2003).

Mercado-­‐Alvo  

Promoção  

Produto   Preço  

Praça  

21

Dessa forma pode-se concluir que a integração dos elementos do composto de

marketing é uma importante ferramenta para a busca do sucesso das organizações, uma vez

que cada elemento desse composto é projetado para oferecer um benefício ao cliente.

2.2 Serviços

O setor de serviços tem crescido consideravelmente e ganha cada vez mais

importância no cenário global. Com origem no termo latim servitĭum, a palavra serviço define

a ação de servir (estar sujeito a/ser prestável alguém por qualquer motivo, fazendo aquilo que

essa pessoa quer ou pede).

Corroborando com essa definição, Las Casas (1991) enfatiza que serviço é a parte

vivenciada, é uma experiência, o desempenho, não estando portanto associado à transferência

de um bem, mas sim a esta transação realizada.

Nessa mesma perspectiva, Rowthorn e Ramaswamy (1999, p.3), salienta que o serviço

pode ser entendido como “as transações de negócios que acontecem entre um provedor

(prestador de serviço) e um receptor (cliente) a fim de produzir um resultado que satisfaça o

cliente.”

De acordo com Grŏnroos (1995, p.36):

O serviço é uma atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos intangível – que normalmente, mas não necessariamente, acontece durante as interações entre clientes e empregados de serviço e/ou sistemas do fornecedor de serviços – que é fornecida como solução ao(s) problema(s) do(s) cliente(s).

Nessa mesma linha de raciocínio, Lovelock e Whright (2002) apresentam duas

definições para serviços. A primeira afirma que serviço é um ato ou desempenho oferecido

por uma parte a outra e o desempenho desse ato é essencialmente intangível, embora possa

resultar em produto físico. A segunda definição descreve serviço como atividades econômicas

que criam tanto valores quanto benefícios para clientes em decorrência de uma mudança

desejada.

Conclui-se então que serviços não são bens materiais, e sim ações ou desempenhos

oferecidos de uma parte à outra. Os serviços também assumem outras características distintas

dos bens materiais, que serão abordadas a seguir.

22

2.2.1 Características

Há um grande consenso entre autores quando se refere às características específicas de

serviços, podendo-se destacar a intangibilidade, a heterogeneidade, a inseparabilidade e a

perecibilidade.

Os serviços são classificados como intangíveis pois derivam de atuações e ações mais

do que propriamente objetos, portanto, serviço não é algo que pode ser tocado, visto ou

sentido (ZEITHAML; BITNER, 2003).

Ainda segundo as autoras, o conceito da heterogeneidade dos serviços ocorre

resultante das interações humanas e das variações daí decorrentes, e, devido aos serviços

serem desempenhados por pessoas, dificilmente serão exatamente os mesmos, pois as pessoas

que os prestam e até mesmo os clientes nunca são ou agem da mesma forma, resultando então

essa heterogeneidade de serviços. Diante disso, Kotler (1998) recomenda três atitudes para as

empresas lidarem com essa variabilidade, que são: (1) investir em seleção e no treinamento de

pessoal na prestação de bons serviços; (2) padronizar o processo de prestação de serviços por

toda a organização e (3) monitorar a satisfação do consumidor através do sistema de

sugestões, reclamações e de comparação de compra, possibilitando dessa forma a detecção e

correção de erros no processo.

Seguindo esse raciocínio, Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000) afirmam que as

operações de serviços devem ser vistas como ações em sistemas abertos, uma vez que na

prestação de serviços geralmente ocorre o contato e a participação do cliente.

No que se refere à inseparabilidade, Schmenner (1999, p.21) destaca que “o consumo

de um serviço costuma ser quase simultâneo à sua produção. É praticamente impossível

estocar um serviço”. Zeithaml e Bitner (2003) ainda ressaltam que quando se refere à bens,

os mesmo são produzidos para depois serem vendidos e consumidos, enquanto que a grande

maioria dos serviços são primeiro vendidos e logo produzidos e consumidos ao mesmo

tempo.

Também devido à essa simultaneidade, Berry (1980) observa que um serviço não pode

ser devolvido, o que implica que tudo que ocorrer naquele momento irá definir a percepção do

cliente, ou seja, em serviços o desempenho humano acaba se tornando parte do produto.

23

Kotler (1998) afirma que serviços não podem ser estocados. A perecibilidade dos

serviços significa que os mesmos não podem ser armazenados ou estocados para venda ou uso

posterior.

A partir dos conceitos apresentados, pode-se concluir os serviços assumem

características diferenciadas dos bens, e, sendo assim, o marketing de serviços também pode

diferir em vários aspectos importantes, abordados a seguir.

2.2.2 Marketing de Serviços

Marketing de serviços são as atividades operacionais que buscam servir a demanda por

serviços de maneira mais acertada, buscando sempre atender aos desejos dos consumidores.

Na visão de Churchill e Peter (2000), o marketing de serviços é, em alguns aspectos,

semelhante ao marketing de produtos. Isso ocorre pois no ponto de vista do marketing, tanto

bens quanto serviços são destinados a dar valor aos clientes. Porém, Zetihaml e Bitner (2003,

p.35) enfatizam que “[...] o contato com o cliente é uma diferença fundamental entre o

marketing de bens manufaturados e o de serviços.

Ao se abordar estratégias organizacionais para comercializar produtos, os profissionais

de marketing abordam o composto de marketing (abordado no item 2.1), mais conhecido

como os 4 P`s. Porém, ao se tratar de serviços, onde se envolve pessoas, cliente na produção e

o fator tempo, é necessário incluir outros elementos estratégicos, que, na concepção de

Lovelock e Wright (2002) pode-se utilizar o modelo dos 8 P`s, destacados a seguir:

• Elementos do produto (product elements): deve-se selecionar todos os

componentes do serviço e os elementos que o envolvem.

• Lugar e tempo (place and time): refere-se ao lugar e o tempo de entrega de

serviço aos clientes.

• Processo: métodos e sequencias de ações que envolvem passos para a execução

do serviço.

• Produtividade e qualidade: relacionada aos insumos de serviço e à qualidade

do mesmo, valores que refletem o valor percebido dos clientes.

• Pessoas: profissionais envolvidos na execução dos serviços. Esse ítem é de

extrema importância pois muitas vezes os clientes julgam a qualidade do

serviço de acordo com a avaliação das pessoas que desempenham o serviço.

24

• Promoção e educação: todas as atividades e incentivos de comunicação

destinados a aumentar a preferência do cliente por determinado serviço.

• Evidência física (physical evidence): as aparências fornecem evidências

tangíveis de qualidade de serviço.

• Preço e outros custos do serviço: custos incorridos pela obtenção dos

benefícios do produto do serviço.

Para o desenvolvimento de estratégias organizacionais eficazes, as organizações

devem analisar e entender as implicações dos 8P´s, sendo que para o sucesso de uma empresa

de serviços competitiva, é essencial a integração e a sinergia entre cada um dos oito

componentes (LOVELOCK; WRIGHT, 2002).

Na concepção de Churchill e Peter (2000), o composto de marketing para serviços é

mais desafiador do que para produtos por ter algumas características mais especiais. Portanto,

os autores determinam os seguintes elementos para o composto:

• Desenvolvendo serviços: para proporcionar serviços de qualidade a

organização deve adequá-los aos desejos específicos de cada cliente. Essa

tarefa é muito complexa devido à multinacionalidade e multiculturas do

mercado, onde se encontram maneiras distintas de medir a qualidade do

serviço, e até mesmo porque os serviços nunca são padrozinados.

• Precificando os preços: o preço definido para serviços é destinado a cobrir

custos e gerar lucros. O preço, além de exercer função econômica, influencia o

modo como os consumidores percebem os serviços, pois quando não se pode

avaliar o serviço pela qualidade, o preço acaba se tornando um referencial.

• Distribuindo serviços: o acesso ao serviço e a estratégia de distribuição dos

mesmos deve ser hábil de modo a facilitar que os mesmos cheguem ao seu

mercado alvo.

• Promovendo serviços: garantir que o mercado alvo entenda e valorize o serviço

prestado é um grande desafio. Dessa forma, é essencial fazer uma promoção do

serviço explicando como é, pois sendo o serviço intangível, o cliente só o

experimentará depois de ser feito.

Portanto, da mesma forma como se deve oferecer produtos que atendam aos desejos e

necessidades dos clientes, devem-se oferecer serviços, atribuindo benefícios que leve o cliente

adquirí-los.

25

2.2.3 Triângulo do Marketing de Serviços

Para ilustrar a relação dos serviços entre empresa e cliente, Zeithaml e Bitner (2003)

utilizam o Triângulo do Marketing de Serviços. São identificados no triângulo três elementos

que são interconectados – a empresa, os prestadores de serviço e os clientes – componentes

estes que executam papel específico na cadeia produtiva do negócio.

Figura 2 - Triângulo de marketing de serviços.

Fonte: Zeithaml e Bitner (2003, p.38).

Nesse contexto, os autores salientam que para se obter sucesso esses três elementos

devem se interconectar por meio das seguintes atividades de Marketing:

- Marketing externo: é através dele que uma empresa gera promessa a seus

clientes. É no marketing externo que se realizam a publicidade, vendas

promoções especiais e a precificação. Funcionários, projetos, decoração das

instalações e o próprio processo dos serviços são também fontes de

comunicação de marketing externo, uma vez que que os mesmos cooperam

para a determinação das expectativas dos clientes.

- Marketing interativo: o marketing interativo se encontra na base do triângulo,

e, segundo o autores, é o mais fundamental. O marketing interativo diz

respeito à manutenção das promessas. Aqui ocorre o momento da verdade,

onde o funcionário se comunica e coopera para a determinação da percepção

Empresa

Clientes Executores

Marketing externo (gerando promessas)

Marketing interno (tornando as promessas possíveis)

Marketing interativo (mantendo as promessas)

26

de qualidade pelos clientes. Nesse ponto, as promessas são mantidas ou

frustradas e a confiança nessa prestação de serviço é colocada em prova.

- Marketing interno: o marketing interno busca fazer com que as promessas se

tornem possíveis. Os funcionários devem ser orientados e instrumentalizados

para o sucesso do cumprimento das promessas. Para isso, os executores de

serviços devem ter as habilidades, competências, ferramentas e motivação

para executá-las, pois a satisfação do funcionário e do clientes estão

profundamente vinculadas.

Entendendo a relação de cada um dos componentes do triângulo, faz-se

imperioso notar a importância de cada elemento, uma vez que trabalham juntos para o

desenvolvimento e execução de serviço.

2.2.4 Qualidade em Serviços

A qualidade do serviço é avaliada pelos clientes tanto nos momentos de interação

quanto na entrega do serviço.

Segundo Lovelock e Wright (2002) acreditam que antes mesmo de o cliente comprar

um serviço ele já possui uma expectativa em relação ao mesmo, seja essa expectativa baseada

em propagandas, recomendações ou de experiências passadas. Logo, após a compra do

serviço os clientes fazem uma comparação entre a qualidade esperada com aquilo que

realmente receberam. Se a qualidade do serviço entregue superar as expectativas, serão vistos

como qualidade superior. Caso o serviço se enquadre dentro das expectativas será considerado

adequado e, caso esteja abaixo do esperado será visto como de má qualidade.

Outros critérios também são julgados ao se avaliar qualidade de serviços, como a

confiabilidade, julgamento de instalações físicas e equipamentos, sensibilidade, segurança e

empatia (LOVEOCK, WRIGHT, 2002).

Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985) desenvolveram um modelo conceitual da

qualidade em serviço. Este modelo compara o serviço percebido com o serviço esperado,

apontando as falhas que podem surgir em cada etapa do processo.

27

Figura 3 - Os 5 gap's da qualidade em serviços.

Fonte: Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985, p.44).

Compreende-se o modelo da seguinte forma:

• Falha 1: a gerência não percebe as reais expectativas do consumidor. Essa falha resulta

na percepção inadequada por parte da gerência, podendo ser devido a falta de

informações, interpretações inequívocas, perda de informações ou imprecisão nas

análises de demanda e/ou pesquisa de mercado.

• Falha 2: diferença entre a percepção gerencial das expectativas dos usuários e as

especificações da qualidade do serviço. Trata-se da falta de inclusão de elementos

capazes de atender as expectativas dos clientes.

Propaganda  boca  a  boca

Necessidades  pessoais

Experiências  anteriores

Serviço  esperado

Serviço  percebido

Cliente

Prestação  do  serviço   (pré  e  pós-­‐contatos)

Tradução  das  percepções  em  especificações  de                  

qualidade  do  serviço  

Percepções  pela  gerência  das  expectativas  do  cliente

Comunicações  externas  com  clientes

Empresa

Falha  

1

Falha  2

Falha  3 Falha  4

Falha  5

28

• Falha 3: diferença entre a as especificações do serviço e o desempenho real. As

especificações do serviço não são atendidas.

• Falha 4: diferença entre o serviço prometido(comunicações) e o serviço entregue pela

empresa.

• Falha 5: diferença entre o serviço esperado e a percepção do serviço recebido. É o

resultado das falhas anteriores, sendo que essa falha ocorre quando uma ou mais falhas

anteriores acontecerem.

Parasuraman et al (1985) define a partir do modelo que a qualidade de um serviço é

uma função da diferença entre a expectativa do cliente e o desempenho do serviço. Quanto

menor for essa diferença, maior será a qualidade percebida.

Grönroos (2004) agrega outros critérios que afetam na percepção do cliente sobre a

qualidade durante um processo de entrega de serviços:

• Profissionalismo e capacidade de resolver os problemas de um modo profissional;

• Atitudes e comportamento;

• Acessibilidade e flexibilidade: ajustar-se aos desejos dos clientes;

• Confiabilidade e integridade: cumprir as promessas feitas ao cliente;

• Recuperação do serviço: descobrir soluções e manter a situação sob controle;

• Panorama de serviço: preparar o ambiente para que haja uma experiência positiva;

• Reputação e credibilidade: fazer com que os clientes confiem na empresa.

A partir dos conceitos apresentados conclui-se que a qualidade está diretamente

relacionada com a geração de valor para o cliente, ou seja, quanto mais qualidade, maior valor

ao serviço prestado.

2.3 Vendas

Frente à globalização, à acirrada concorrência, à oferta crescente de produtos e

serviços e às transformações tecnológicos, é essencial estar atento às vendas para que as

organizações empresariais alcancem os resultados almejados.

Para Futrell (2003, p.4), “vendas refere-se à comunicação pessoal de informações para

persuadir um prospect (cliente potencial) a comprar algo – um bem, um serviço, uma ideia ou

outra coisa – que atenda suas necessidades individuais”.

Segundo Kotler (1998), se os consumidores são deixados sozinhos eles não comprarão

o suficiente dos produtos da organização. Assim, a organização deve empregar um esforço

29

agressivo de venda e de promoção. Ou seja, a venda deve ser feita também daqueles bens não

procurados, que os compradores não pensariam em comprar. A venda focaliza-se nas necessidades do vendedor; marketing nas necessidades do comprador. A venda está preocupada com a necessidade do vendedor transformar seu produto em dinheiro; marketing com a idéia de satisfazer às necessidades do consumidor por meio do produto e de um conjunto de valores associados com a criação, entrega e, finalmente seu consumo (LEVITT 1986, APUD KOTLER, 1998, p. 37).

De acordo com Cobra (1994), o vendedor moderno deve ir além de apenas apresentar

informações acerca de seus produtos e serviços, deve também estar apto a responder às

necessidades do seu cliente antes, durante e após as vendas.

Ainda na perspectiva do mesmo autor, a área que efetivamente traz receitas para a

empresa é a área de vendas, mais especificamente, o vendedor. O vendedor assume um papel

de desencadeador de negócios, e é ele que se incumbe de gerar receita para garantir o sucesso

mercadológico de uma organização.

Diante disso, conclui-se que para se obter êxito nas vendas é indispensável que as

organizações saibam administrar e planejar suas vendas, definindo metas e propósitos para a

realização de uma boa venda.

2.3.1 Administração de vendas

A busca das organizações por penetração no mercado, lucratividade e sucesso

organizacional faz com que a administração da força de vendas torne-se indispensável, uma

vez que dela depende o desempenho de sua equipe e consequentemente seus resultados

financeiros e mercadológicos.

“Os esforços de venda precisam ser administrados. Eles são governados por um plano

de vendas, isto é, a declaração formal das metas e estratégias de vendas” (CHURCHILL;

PETER, 2003, p.518).

Para Churchill Jr. e Peter (2007, p. 518), a administração de vendas é “o planejamento,

direcionamento e controle das atividades de vendas pessoais da organização”. Tais atividades

são fundamentais para processo de administrar vendas.

Administrar vendas é um processo gerencial das funções organizacionais da venda

pessoal que incluem atividades como: descrição das funções de venda pessoal; definição do

papel estratégico da função de vendas; configuração da organização de vendas;

desenvolvimento e direcionamento da força de vendas e determinação do modelo de avaliação

e desempenho da mesma (COBRA, 1994).

30

Como nos dias de hoje a diferenciação entre produtos e serviços está cada vez menor,

as empresas devem preparar-se para atender os seus clientes de forma extraordinária,

preparando, capacitando e desenvolvendo seus vendedores para a excelência. Para isso, é

importante que exista um bom planejamento, direcionamento e controle das atividades de

vendas.

2.3.1.1 Planejamento da força de vendas

O planejamento da força de vendas serve como um direcionamento a ser percorrido

para que os objetivos da organização sejam alcançados, através dele também é possível se

preparar para eventualidades futuras.

Planejamento é o processo de analisar e compreender um sistema com a finalidade de

conseguir atingir metas e objetivos pré-estabelecidos, avaliando suas potencialidades e

projetando cursos de ação alternativos. A execução e a avaliação da eficácia dos planos

estabelecidos também é papel do planejamento (KALLMAN & SHAPIRO APUD PEARCE

ET AL, 1987).

Maximiano (2000) afirma que planejamento é a atividade de se projetar um futuro e de

se estabelecer como este futuro será alcançado. Dessa forma, o planejamento pode ser

entendido como uma avaliação das alternativas e tomada de decisões.

Kotler (1998, p. 621) afirma que “o planejamento da força de vendas exige decisões

em relação a seus objetivos, estratégia, estrutura, tamanho e remuneração”.

Corroborando com essa afirmação, Cobra (1994) enfatiza que o planejamento

mercadológico é um desenvolvimento sistemático de ações a fim de se atingir os objetivos da

empresa, baseado em um processo de análise, avaliação e seleção das melhores

oportunidades.

“Através do planejamento é possível precaver-se contra eventualidades futuras,

adequando a empresa ao nível de atividades necessárias” (LAS CASAS, 1999, p.61).

Para Futrell (2003, p. 387), planejamento é a “definição de linhas amplas para metas,

políticas e procedimentos que levarão ao cumprimento dos objetivos da empresa”.

Segundo Moreira et al (2001), as etapas básicas para o processo de planejamento de

vendas são:

• avaliação das oportunidades de mercado;

• estimativa de potencial de mercado;

• previsão de vendas;

31

• segmentação de mercado;

• distribuição e logística.

Porém, segundo o autor, nem sempre as organizações conseguem efetivamente

planejar suas vendas, muitas vezes devido à sua cultura organizacional, à sua falta de

profissionalismo na administração ou até mesmo devido a um acelerado e desorganizado

ritmo de crescimento.

Assim, analisa-se que o planejamento da força de vendas é fundamental para o alcance

dos objetivos das vendas, sendo que seu detalhamento deve envolver não somente a sua

estrutura em si, mas também os processos, estratégias, atividades, remuneração, metas e

objetivos, a fim de que a equipe entenda sua funcionalidade, garantindo assim que os

objetivos da organização sejam alcançados.

2.3.1.2 Objetivos e metas da força de vendas

Ter um objetivo claro é essencial para se saber onde chegar. Assim, pode-se dizer que

objetivos são finalidades, intenções, propósitos, direcionamentos, ou ainda, algo que se quer

seguir ou alcançar.

Objetivos são dados que projetam a organização para alcançar a expectativa de obter

uma maior fatia do mercado (LAS CASAS, 1999).

A equipe de vendas precisa ter seus objetivos claros para que assim possam cumprí-los

com eficiência. É papel das organizações definirem os objetivos específicos que as mesmas

esperam que sua equipe de vendas alcance, e tais objetivos devem ser transmitidos de forma

clara aos seus vendedores (KOTLER, 2000).

“A consecução dos objetivos e metas de vendas exige além de estímulo e incentivo

uma supervisão atenta.” (COBRA, 1994, p.23).

Afirma Cobra (1994) que a determinação de quotas deve estar baseada em previsões

de vendas consistentes e estimulantes, e ainda, serem realizáveis, pois quotas de vendas

irrealizáveis prejudicam o trabalho da equipe de vendas.

Dias et al (2003) afirma que quotas de vendas é um determinado conjunto de objetivos

e metas mínimas que o vendedor deve alcançar para que a empresa alcance seus objetivos

estratégicos.

32

A estipulação de cotas deve ser definida em quantidades que estimem desafios à sua

realização, porém, não podem ser demasiado altas a ponto de se tornarem incapazes de serem

realizadas.

“As cotas servem, também, para avaliar o desempenho dos vendedores, e são

instrumentos motivadores por recompensar desempenhos superiores com prêmios específicos,

quando atingidas ou excedidas.” (DIAS ET AL, 2003, p.324).

Tão importante quanto os objetivos e metas da força de vendas é definir as estratégias

da organização para alcançar tais objetivos.

2.3.1.3 Estratégias da força de vendas

Após definir os objetivos, é importante definir como se chegar lá. As estratégias são os

meios para se atingir o melhor desempenho da empresa, ou seja, estratégias são o conjunto de

ações que a empresa pretende implementar para obter êxito em seus objetivos.

Segundo Dias et al (2006), a estratégia é uma forma de orientar a força de vendas,

indicando os fatores que merecem maior atenção, direcionando assim os esforços e

gerenciamento das ações táticas da empresa.

As estratégias podem estar focadas em crescimento organizacional, penetração no

mercado, desenvolvimento de mercado ou produtos ou ainda na diversificação pelo

atendimento a novos clientes (CHURCHILL; PETER, 2003). Desta forma, é necessário

analisar qual o real objetivo da organização para adotar a estratégia ideal e compatível com as

necessidades da empresa.

2.3.1.4 Tamanho da força de vendas

Definir quantos vendedores são necessários para atender a demanda de clientes é

fundamental. McCarthy e Perreault (1997) salientam que antes de mais nada deve-se estimar

quanto trabalho pode ser executado por uma pessoa em um certo período de tempo e logo

calcular quantas pessoas serão necessárias.

Para Cobra (1994), existem alguns fatores-chave que afetam o volume de vendas e o

lucro, que são:

• Os custos de venda dependem, muitas vezes, do tipo e do tamanho da força de

vendas.

33

• Tanto as vendas quanto a penetração no mercado de uma organização

dependem da qualidade da força de vendas, do potencial e da sua força

competitiva.

• Os custos de fabricação que variam com o volume de vendas dependem do tipo

e do tamanho da força de vendas.

De acordo com Cobra (1994), geralmente o processo de definição do tamanho da força

de vendas nas organizações de pequeno porte se dá por intuição e experiência anterior, porém,

como os vendedores são os ativos mais produtivos e dispendiosos da empresa, as

organizações devem procurar chegar a uma estrutura de vendas que maximize sua margem

operacional.

Analisa-se que a definição do tamanho da força de vendas é um processo que exige

cautela, uma vez que esse resultado influencia a qualidade de atendimento aos clientes, os

custos e a lucratividade da organização.

2.3.1.5 Remuneração da força de vendas

Elaborar um plano de remuneração que seja eficaz para a organização e ao mesmo

tempo atrativo para os vendedores não é uma tarefa fácil. A seguir serão abordados conceitos

e métodos de remuneração.

“Remunerar é o ato de pagar salários e honorários ou ainda o ato de dar prêmio,

compensação e/ou gratificação.” (FERREIRA, 1967, p. 624).

De acordo com a visão de Chiavenato (2004), remuneração é o pagamento ou

recompensa dada ao colaborador em troca de suas atividades, incluindo-se retornos

financeiros, benefícios e serviços tangíveis. O plano de remuneração de vendas pode ser utilizado como instrumento de administração, contudo, ninguém pode esperar que a força de vendas funcione como componente mercadológico, a não ser que o sistema empregado para a remuneração seja elaborado e aplicado de maneira a motivar vendedores e habilitar a empresa a atingir os seus objetivos mercadológicos (AMES APUD COBRA, 1994, p.356).

Na visão de Cobra (1994), às vezes os níveis de remuneração da força de vendas são

baixas demais para atrair e manter uma boa equipe e criar o tipo de força de vendas que leve a

empresa ao sucesso mercadológico.

Segundo Cobra (1994) é importante que a remuneração do vendedor esteja de acordo

com os objetivos empresariais da empresa. As formas tradicionais de remuneração de um

vendedor são salário fixo, comissão ou sistemas mistos/ combinados.

34

Salário fixo é a forma de pagamento que pagará ao vendedor um valor previamente

fixado, e esse valor independe das vendas que efetuar. A comissão é um sistema que

estabelece uma proporção entre o trabalho efetuado e a remuneração que será paga ao

vendedor. O sistema misto normalmente engloba uma parte fixa e uma variável, como por

exemplo um salário fixo mais comissão. Existem também os chamados “acessórios de

remuneração”, que podem ser ajuda de custos, prêmios, quotas, sistema de pontos, entre

outros (COBRA, 1994).

Para facilitar a análise, a seguir será apresentado um quadro com vantagens e

desvantagens de alguns sistemas de remuneração:

Quadro 1 - Vantagens e desvantagens dos sistemas de remuneração.

Análises

Salário fixo Comissão Salário fixo+comissão

Salário fixo+ comissão+ prêmios

Vantagens para o vendedor

Estabilidade, segurança.

Ganhos ilimitados.

Estabilidade, Estímulos permanentes, segurança, motivação, menor ansiedade.

Melhores possibilidades de ganhos, segurança pelo fixo, desafiador, comissão premia o esforço.

Desvantagens para o vendedor

Independe do esforço de vendas, gera acomodação, salários iguais mesmo que pesem esforços diferentes.

Na desaceleração do mercado os ganhos se reduzem, não se pode fazer cálculo antecipado do ganho, instabilidade emocional.

Quando a proporção do fixo é pequena, o ganho total depende das condições de negócios .

Com o fixo em valor baixo, na época de recessão de vendas o nível do ganho baixa.

Vantagens para a empresa

Vincula o vendedor à empresa, facilidade de administrar salários, custo fixo em relação ao volume de vendas, elimina atrito entre vendedores, o vendedor aceita fazer serviços técnicos e burocráticos.

Custo variável e proporcional às vendas, estimula o vendedor a vender, menor necessidade de supervisão e controle, diminui os riscos de retração do mercado e produz um trabalho de vendas mais agressivo.

Facilidade de controles, menor necessidade de supervisão, facilidade para admitir vendedores pois não haverá problemas com a remuneração inicial, e estimula o vendedor a prestar serviços sem interesses imediatistas de venda.

Direcionamento de venda, equipe motivada e homogênea, baixa rotatividade, fácil de dirigir esforços de venda, melhor avaliação de desempenho, custos de vendas proporcionais aos resultados, desenvolve motivação por prêmios.

Desvantagens Desestimula o Gera ganhos Possibilita Controles mais

35

Fonte: Cobra (1994, p. 368, 369)

Observa-se portanto que o quadro de remunerações apresenta vantagens e

desvantagens de cada sistema, e, dessa forma, cabe ao gestor analisar e implementar o sistema

de remuneração que melhor se adapte à sua organização.

O sistema de remuneração deve ser elaborado a fim de assegurar um serviço

equilibrado de vendas e distinguir e valorizar as remunerações para vendedores medianos e

excelentes, proporcionando remunerações atraentes que sejam proporcionais à performance

de cada tipo de vendedor (COBRA, 1994).

2.3.2 Gestão da força de vendas

Após fazer o planejamento, definir objetivos, estratégias e a remuneração da força de

vendas, a organização deve definir parâmetros para recrutar, selecionar, treinar, avaliar e

motivar seus colaboradores, buscando métodos consistentes para tomar essas decisões.

para a empresa aumento de vendas, não estimula nenhum objetivo, estimula a acomodação, precisa de muita supervisão, vendedores não se preocupam com resultados e exige estruturação de carreira.

ilimitados e provoca conflitos salariais, os clientes mais difíceis não são atendidos, pouco vinculo do vendedor à empresa, alta rotatividade, limita as vendas à ambição do vendedor, oscilação de ganhos cria insegurança, dificulta a obtenção de informações do mercado.

estouros de ganhos, gera acomodação sobre o salário fixo, dificuldade no desenvolvimento dos objetivos de marketing e eleva o custo de venda em épocas de retração do mercado.

complexos e onerosos, risco de a produtividade do vendedor não cobrir seu custo fixo. Se o fixo representar uma porcentagem maior no ganho total, não direcionará os esforços de mkt. Se o variável não estiver dentro dos limites, poderá gerar conflitos por ganhos ilimitados.

Balanceamento/ Diagnostico

Recomendável para situação de demanda reprimida e de venda fácil.

Recomendável para pequena e média empresas de baixo volume de vendas, ou para a abertura de territórios, e para vendedores sem vínculo empregatício.

Recomendável para empresas que possuem desafio de vendas e necessidade de ter vendedores estáveis. Não é interessante para empresas com desafios de marketing.

Recomendável para empresas com desafios múltiplos: vendas, promoção, cobrança, etc.

36

2.3.2.1 Recrutamento e seleção

Recrutamento é o processo que busca encontrar e entrevistar pessoas para o cargo

pretendido.

Para realizar um recrutamento primeiramente deve-se solicitar a abertura de uma vaga

para a função desejada e é importante que sejam estabelecidos os objetivos da contratação, a

urgência, as características básicas do profissional, o perfil e o local de trabalho (MOREIRA

ET AL., 2001).

Gil (2006, p.93) define que recrutamento “consiste num processo que visa atrair

candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos [...]”.

As fontes de recrutamento podem ser internas, externas ou mistas. As fontes internas

referem-se a recursos humanos disponíveis dentro da própria empresa. As fontes externas são

as disponíveis no mercado de trabalho, enquanto que as mistas é a interna seguida da externa,

ou vice-versa, ou, os dois juntos (MOREIRA, 2001).

“Recrutamento é uma atividade de atração, divulgação e comunicação – portanto, uma

atividade tipicamente positiva e convidativa; a seleção é, ao contrário, uma atividade de

escolha, de classificação e de decisão e, portanto, restritiva e obstativa (CHIAVENATO,

2004, p. 199).

Após fazer o recrutamento faz-se a seleção dos candidatos, que é uma espécie de

filtro. Chiavenato (2004) define seleção como o método pelo qual uma empresa escolhe a

pessoa que melhor obter os critérios de seleção para a posição disponível.

O processo de contratação é bastante variável, mas, conforme Las Casas (1993), os

procedimentos e etapas mais comuns utilizados entre empresas de médio ou grande porte são

os seguintes:

1. Determinação do tipo de trabalho e equipe de vendas: considera-se a natureza do

trabalho a partir do segmento e sobre a estrutura da força de vendas.

2. Estabelecimento de diretrizes para a contratação: determina-se o trabalho a ser feito,

elabora-se uma descrição do carto e especificações do perfil do vendedor procurado.

3. Obtenção de número suficiente de candidatos para, posteriormente, selecionar os que

mais se enquadram nas características determinadas: utilizam-se fontes de

recrutamento e o processo de seleção dos candidatos.

Kotler (1998) afirma que o recrutamento e seleção ao invés de atribuir altos custos,

diminui a probabilidade de custos dobrados, pois evita a contratação de vendedores errados.

37

Num cenário onde o capital humano desponta como uma das forças motrizes da

economia de serviços, é essencial buscar profissionais competentes e que realmente se

adaptem ao perfil da vaga, pois profissionais com competências pouco definidas podem se

transformar em problemas para as empresas.

2.3.2.2 Treinamento

Após o recrutamento, seleção e contratação, os vendedores precisam ser treinados e

supervisionados. O treinamento é importante tanto para novos vendedores quanto para os

vendedores mais experientes, pois ao mesmo tempo que pode dar ritmo aos novatos pode

qualificar os antigos vendedores (CHURCHILL; PETER, 2003).

Na visão de Futrell (2003, p. 397) treinamento é: [...] a atividade empreendida pelo empregador para dar ao profissional de vendas a oportunidade de adquirir atitudes, conceitos, regras e capacidades relacionadas à função, que irão resultar em melhor desempenho no ambiente de vendas.

Para Cobra (1994), as chances de sucessão dos vendedores são maiores se ele entender

as necessidades das pessoas com as quais está lidando e conseguir-lhes mostrar que pode

auxiliar no cumprimento de suas necessidades.

Segundo Cobra (1994), durante o treinamento é importante o vendedor ter

conhecimento de determinados aspectos:

• Empresa: o vendedor deve conhecer a sua empresa e identificar-se com ela.

Para isso, é importante apresentar ao vendedor a história da empresa, os

objetivos, a organização, a estrutura, os dados de volume de vendas, a cultura.

Enfim, fazê-lo ter uma visão abrangente sobre a organização em que trabalha.

• Produtos: deve ser apresentado ao vendedor todas as utilidades, benefícios e o

funcionamento dos produtos ou serviços. O vendedor deve conhecer

perfeitamente o produto/serviço que irá vender.

• Clientes e concorrência: o vendedor deve conhecer as necessidades, motivos,

hábitos de compra e perfil de seus clientes. Deve aprender também a política

de crédito, distribuição, etc., tanto da empresa em que trabalho quanto da

concorrência.

• Apresentações de vendas: o vendedor deve aprender a fazer vendas eficientes,

dispondo de argumentos convincentes para seus produtos. Parte do treinamento

38

dos vendedores deve ser utilizado para desenvolver sua personalidade e sugerir

pontos de autodesenvolvimento.

• Procedimentos de campo e responsabilidades gerais: o vendedor deve ter

conhecimento de como administrar seu tempo entre clientes ativos e

potenciais. Assim como deve saber como preparar relatórios de vendas,

formulários e fichas de clientes.

• Território, administração do tempo e habilidades: é importante que o vendedor

conheça os limites de seu território. O vendedor deve saber administrar seu

tempo e deve ser treinado para desenvolver habilidade de vendas, ter boa

comunicação, ter capacidade de ouvir, de se apresentar, ter noções de crédito,

cobrança, pesquisa de mercado, etc.

Percebe-se que o treinamento da força de vendas é essencial para otimizar o

rendimento dos colaboradores, e, segundo Las Casas (1993), o treinamento para os

vendedores é um fator motivacional importante para se conseguir bons resultados, tanto no

desempenho quanto no rendimento do trabalho.

Já segundo Stanton e Spiro (1999) os programas de treinamento podem ter também

outros objetivos, demonstrados na figura a seguir:

Figura 4 - Objetivos dos programas de treinamento.

Fonte: Adaptado de Stanton e Spiro (1999, p.185).

ObjeIvos  dos  programas  de  treinamento  

Aumento  da  produIvidade  das  

vendas  

Diminuição  da  rotaIvidade  

Melhoria  do  moral  

Melhoria  das  comunicações  

Melhoria  das  relações  com  os  

clientes  

Melhoria  do  autogerenciamento  

39

Segundo os autores, bons treinamentos resultam em diminuição da rotatividade, uma

vez que colaboradores bem treinados tem menor probabilidade de fracasso. Relacionado à

essa rotatividade, pode-se citar a melhoria do moral, que trata-se da moral do vendedor, que,

quando não treinado adequadamente podem sofrer de moral baixo. O treinamento auxilia nas

comunicações e transmissão de informações entre a empresa, cliente e mercado, além de

ajudar os colaboradores a entenderem a importância de estabelecer e manter boas relações

com os clientes. O autogerenciamento está relacionado com a melhor utilização de tempo

disponível para o trabalho, os vendedores devem estar treinados para melhor organizar-se e

distribuir seu tempo de maneira eficaz.

Diante do exposto, pode-se afirmar que o treinamento deve ser um processo contínuo

nas organizações empresariais, a fim de se que se desenvolvam competências individuais e

coletivas a fim de atender as novas exigências do mercado.

2.3.2.3 Supervisão

Monitorar as atividades dos colaboradores é verificar se o seu desempenho está de

acordo com o esperado pela organização.

Segundo Cobra (1994), o desempenho da força de vendas deve ser monitorado

continuamente, e para isso é necessário ter definições claras do que se espera do trabalho da

equipe de vendas e fazer revisões periódicas para analisar tais parâmetros indicativos.

De acordo com Dias et al (2003), a supervisão gerencial deve seguir as determinações

estratégicas da organização, que podem ser orientadas por:

• Resultados: nesse tipo de orientação o gerente permite que o vendedor

determine seus métodos de venda para alcançar os resultados previamente

definidos em volume de vendas e participação de mercado, enfatizando o

trabalho conjunto com o vendedor.

• Atividade: na orientação para atividade o gerente supervisiona as atividades

rotineiras desenvolvidas pelo vendedor, atendo-se ao modo como desenvolve

tais atividades, como por exemplo: como realiza contatos com o cliente, como

demonstra o produto, entre outras.

• Capacidades ou competências: na orientação para capacidades ou

competências o gerente se foca no desenvolvimento das habilidades e

capacidades do vendedor. Esse tipo de supervisão exige que o gerente seja

40

específico a certas necessidades, devendo assim monitorar simulações de

visitas e saídas de campo.

“A tarefa de supervisão implica capacitar os vendedores a realizar seus trabalhos e

verificar se o trabalho é realizado de acordo com os padrões.” (CHURCHILL; PETER, 2003,

p. 523). Ainda, segundo o autor, a supervisão também está relacionada a motivação,

remuneração, avaliação e controle.

Cabe evidenciar que “a supervisão representa o interesse natural e contínuo da

empresa pelas atividades de seus funcionários” (KOTLER, 1998, p. 606).

Dessa forma, conclui-se que a supervisão da força de vendas é importante para que as

tarefas sejam cumpridas conforme o planejado e que o desempenho esperado seja alcançado e

mantido ao longo do tempo.

2.3.2.4 Motivação

Sabe-se que a motivação humana para o trabalho é um dos desafios dentro da

realidade das organizações. A motivação sem dúvida é um fator transformador em qualquer

ambiente de trabalho, pois isso garante um maior comprometimento das pessoas no

desenvolvimento de suas atividades, contribuindo assim para o sucesso da organização.

Para Las Casas (1993) “a motivação é um impulso que leva os vendedores a trabalhar

com entusiasmo, vontade e garra”. Churchill Jr. e Peter (2007, p. 523) destacam que

“motivação é o conjunto de necessidades, metas, desejos e forças positivas ou negativas que

impedem ou afastam um indivíduo em relação a certas ações, atividades, objetos ou

condições”.

Os vendedores experimentam uma ótima sensação ao efetivar uma venda. Mas, com

muita frequência enfrentam também a frustração e a rejeição quando não conseguem efetivá-

la e, devido a isso, a motivação é normalmente mais necessária nessa área do que nas demais

áreas da empresa (STANTON; SPIRO, 1999).

Na perspectiva de Futrell (2003), os gerentes devem preocupar-se com a motivação

individual e coletiva. Em ambos os níveis, os gerentes devem determinar quanta motivação é

necessária, quais os métodos de motivação mais adequados e ainda, que este programa de

motivação esteja coordenado com outras atividades de gerenciamento de vendas.

As teorias de motivação, de técnicas de liderança e de marketing de incentivo devem

ser acionadas para direcionar o esforço de vendedores (COBRA, 1994, p.23).

41

Segundo Futrell (2003), os ingredientes do composto motivador é composto de:

• Plano básico de remuneração: salários, comissões e benefícios adicionais.

• Incentivos financeiros especiais: concursos, bônus, viagens.

• Compensações não-financeiras: prêmios por desempenho, tarefas desafiadoras,

compensações psicológicas (elogio, reconhecimento).

• Técnicas de liderança: estilo, métodos de contato pessoal (feedback).

• Procedimentos de controle gerencial: avaliação de desempenho, cotas,

relatórios.

“Do prisma empresarial, a redução de custos de produção depende, em larga escala, de

volume de fabricação, e resulta também do grau de motivação do vendedor em estimular as

vendas” (COBRA, 1994, p.325).

É importante destacar que muitos são os prejuízos quando as pessoas estão

desmotivadas, pois ao estar nesse estado, além de desenvolverem o mínimo necessário, ainda

geram altos custos para as empresas, que acabam enfrentando uma alta rotatividade e baixo

desempenho dos colaboradores.

2.3.2.5 Controle e avaliação de desempenho

O controle e a avaliação de desempenho permite aos gestores analisar se os

vendedores correspondem aos objetivos e expectativas neles depositados.

Futrell (2003, p. 421) afirma que “a avaliação de desempenho diz respeito a um

sistema formal e estruturado para medir as atividades e o desempenho de um vendedor”. Ou

seja, supervisionar significa garantir que as tarefas sejam desempenhadas conforme o

combinado, avaliando assim se as atividades estão sendo efetuadas corretamente e se o

desempenho do colaborador está de acordo com as expectativas.

De acordo com Cobra (1994, p.330), “ o objetivo básico de uma avaliação da força de

vendas consiste em identificar os elementos fortes e fracos da equipe, visando reorientar os

esforços, bem como promover sua reestruturação”. Na visão do autor, uma maneira de evitar a

acomodação da equipe de vendas é mesclar novos vendedores entre a equipe, ou então, em

outras ocasiões, basta dar treinamento para suprir as necessidades dos vendedores, reciclando-

os. Caso o vendedor esteja desajustado na equipe, algumas vezes os esforços realizados para

recuperá-lo são inóculos.

42

Cobra (1994) afirma que é importante a empresa conhecer a atuação e o

desenvolvimento de seus vendedores, assim, o sistema de avaliação de desempenho ajuda a

alcançar os seguintes objetivos:

• Conhecer o potencial humano da força de vendas da empresa.

• Conscientizar gerentes e supervisores do seu papel no desenvolvimento e

adaptação de sua equipe.

• Relatar aos subordinados as dificuldades a serem vencidas, através de um

diálogo sistemático.

• Levantar casos de transferências, promoções e desligamentos.

• Comprovar resultados de desempenho na situação real de trabalho.

• Indicar necessidades de treinamento a serem supridas.

• Classificar supervisores e vendedores em categorias de acordo com seu

desempenho.

• Fornecer subsídios para alterações salariais, relativas à parte fixa, de acordo

com a categoria alcançada pelo funcionário.

• Dar uma visão aos chefes de quais as principais dificuldades que prejudicam

uma boa supervisão.

• Propiciar um aumento de produtividade à medida que os problemas forem

solucionados.

• Estabelecer um plano de carreira, baseado em avaliação de desempenho.

Ainda segundo o autor, “o desempenho dos vendedores dependerá de três fatores

básicos: seu caráter inato, seu treinamento e sua motivação” (COBRA, 1994, p.188).

De acordo com Churchill Jr. e Peter (2005, p. 528) os atributos mais frequentemente

avaliados utilizando formas de pontuação por mérito são:

• Resultados de vendas: volume total, novas contas, e vendas de linhas

completas de produtos.

• Reconhecimento do trabalho: conhecimentos de políticas, produtos e preços da

companhia.

• Administração do território de vendas: planejamento e cumprimento de

atividades e visitas, controle de despesas, relatórios, registros.

• Relacionamento entre cliente e companhia: relação e reputação de vendedores

com clientes e entre funcionários.

43

• Características pessoas: iniciativa, aparência pessoal, personalidade e

desenvoltura.

Stanton e Spiro (1999) afirmam que a avaliação de desempenho deve estar vinculada

ao sistema de recompensas, deixando claramente exposto aos vendedores que um melhor

desempenho produz mais recompensas.

Sendo assim, conclui-se que existem diversas formas de avaliar o controlar o

desempenho dos colaboradores, e faz-se imperioso dizer que cada organização deve buscar o

método que melhor se encaixe às suas necessidades. Vale ressaltar que esse processo de

avaliação e controle deve ser contínuo e sistemático, pois oferece um feedback importante

tanto para gestores quanto para os profissionais de venda.

2.4 Princípios da Venda Pessoal

A venda pessoal é um processo de comunicação interativo entre a empresa e o cliente,

onde o vendedor procura descobrir quais são as necessidade e desejos do seu cliente e a partir

disso desenvolve um processo de vendas adequado a ele.

Segundo Futrell (2003) essa série sequencial lógica de ações, se seguidas, podem

aumentar muito a probabilidade do fechamento de uma venda.

2.4.1 Etapas da Venda Pessoal

Para realizar uma venda o profissional de vendas realiza uma série de ações

sequenciais que partem desde a identificação e informação dos clientes, abordagem,

apresentação do produto, estimulação à compra, fechamento e até mesmo o pós-vendas desse

produto.

A venda pessoal consiste na interação entre a empresa e o cliente, pois ora o vendedor

atua representando a empresa para o cliente, ora coletando informações dos desejos e

necessidades dos clientes para a organização.

2.4.1.1 Prospecção

A prospecção é a primeira etapa do processo de vendas. De acordo com Moreira et al

(2005) prospectar clientes significa escolher com quais clientes a empresa deve dirigir mais

esforços e concentrar seus recursos de vendas. Nesse momento é importante que a

44

organização empresarial saiba detalhes sobre seus clientes, preparando-se para melhor atendê-

los.

Segundo Stanton e Spiro (1999) a prospecção de clientes é composta por duas fases. A

primeira é identificar possíveis compradores e a segunda é qualificar esses compradores de

acordo com os que têm maior probabilidade de comprar.

Para Futrell (2003) prospecção é a seleção de um indivíduo com potencial de comprar

seu produto ou serviço, é a identificação dos clientes potenciais. Para o autor não há um modo

único e ideal de prospecção que se adapte a todas as situações, portanto, a prospecção é uma

habilidade que pode constantemente ser aperfeiçoada pelo profissional de vendas, onde ele

avalia constantemente seus métodos de prospecção e busca estratégias para aperfeiçoá-los.

Conclui-se portanto que nessa fase o vendedor identifica quem realmente deseja

comprar o produto, focalizando-se em clientes que demonstrem interesse para melhor dedicar

seu tempo e seus recursos aos mesmos. Após identificar os possíveis compradores, o

vendedor deve planejar sua apresentação de vendas, selecionando o método mais adequado

para cada cliente.

2.4.1.2 Planejamento de Vendas

Em seguida à prospecção o vendedor deve tentar descobrir em que produto ou serviço

o cliente tem interesse, para logo fazer uma apresentação dos produtos que atendam às

necessidades dos seus clientes. Nessa fase o profissional de vendas deverá se preocupar em

conhecer a fundo os potenciais clientes, obtendo o maior número de informações possíveis a

respeito dos mesmos.

Kotler (1995) salienta que nessa fase o vendedor deve estudar cuidadosamente seu

possível cliente, entendo quais são as suas necessidades, suas características e estilos de

compra.

Conclui-se portanto que o planejamento é uma fase importante no processo de vendas,

uma vez que nessa fase se investiga o que o cliente busca para então elaborar uma estratégia

de venda.

2.4.1.3 Abordagem

A abordagem é a aproximação real entre vendedor e cliente. Nessa fase o vendedor

deve transmitir uma imagem e uma impressão favorável ao seu cliente. Segundo Stanton e

45

Spiro (1999) a abordagem pode tanto ajudar como atrapalhar toda a apresentação, pois caso a

abordagem falhe pode ser que o vendedor não tenha uma segunda chance de fazer uma

apresentação.

Para Futrell (2003) a impressão inicial é despertada baseada nas aparências, se essa

primeira impressão for favorável é mais provável que o cliente o escute e, em contrapartida,

se não for favorável o cliente pode criar difíceis barreiras de comunicação. Como sugestões o

autor salienta que para causar uma boa impressão deve-se usar roupas adequadas, manter uma

aparência limpa, não fumar ou mascar chicletes, ter postura, ser entusiasmado e positivo e

sorrir.

Ainda segundo o autor, o vendedor pode usar três técnicas de abordagem em situações

apropriadas:

• Abertura com afirmações – são eficientes de adequadamente planejadas,

principalmente se o vendedor tiver descoberto as necessidades do cliente.

Quatro abordagens com afirmações são usadas frequentemente: abordagem

introdutória (onde o vendedor faz uma apresentação do seu nome e do nome da

empresa), a abordagem com elogios (deve ser sincero e adequado à situação),

abordagem por indicação ou referencia (eficiente se o cliente gosta e respeita

essa pessoa) e a abordagem com brinde (amostras grátis).

• Abertura com demonstração – divide-se em dois métodos, o de abordagem

com o produto (o vendedor coloca o produto sobre uma superfície e espera o

cliente iniciar a conversa, funciona se for novidade, exclusivo ou colorido) e a

abordagem showman (faz-se algo incomum para chamar a atenção do cliente).

• Abertura com perguntas – nessa abordagem o profissional de vendas determina

melhor quais são as necessidades do seu cliente forçando-o a participar da

entrevista de vendas.

Nota-se que existem muitas formas de abordagem ao cliente, portanto, cabe ao

vendedor selecionar o método mais adequado ao cliente e à situação, lembrando-se sempre

que causar uma boa impressão é fundamental.

46

2.4.1.4 Apresentação

Após identificar, planejar e abordar o cliente, inicia-se a fase de apresentação. Nessa

fase, o vendedor apresenta seu produto ou serviço, e as vantagens e benefícios de obter o

mesmo.

“A meta da apresentação é fazer com que o vendedor convença os clientes de que seus

produtos e serviços atenderão suas necessidades de maneira melhor que os dos concorrentes”

(STANTON; SPIRO, 1999, p.54).

Kotler (1995) salienta que a apresentação de vendas pode ser melhorada com itens que

auxiliem essa demonstração, como folhetos, slides, livros, filmes, fitas de áudio e vídeo ou até

mesmo amostras do produto, pois, se os compradores puderem ver e tocar o produto eles

poderão memorizar melhor seus aspectos e benefícios.

Na perspectiva de Futrell (2003) na fase de apresentação deve-se conduzir o cliente

potencial pelas cinco etapas que os vendedores acreditam construir uma decisão de compra,

que são: obter toda a atenção do cliente; estimular o interesse dele por seu produto; criar o

desejo de atender a uma necessidade e; convencer o cliente a adquirir o produto.

Figura 4 - Etapas para a construção de uma decisão de compra.

Fonte: Futrell (2003, p. 209)

Conclui-se dessa forma que uma decisão de comprar passa por algumas etapas, e

portanto o vendedor deve estar atento para que esse processo de construção de uma decisão de

compra seja percorrido e conduzido para que o objetivo final seja alcançado.

2.4.1.5 Superar Objeções

Objeções são ações ou resultados de opor-se a alguma coisa, a argumentar, contestar.

Em vendas, uma objeção pode revelar um interesse por parte do cliente.

De acordo com Futrell (2003) muitas vezes os clientes que apresentam objeções

acabam sendo os que compram com mais facilidade o produto. Diante disso, o autor afirma

Atenção   Interesse   Desejo   Convicção   Compra  

47

que as oposições ou objeções à venda devem ser muito bem-vindas, uma vez que revelam que

o cliente se mostrou interessado o suficiente para objetar.

Segundo Las Casas (1999), diante das objeções é conveniente que o vendedor:

• Frente a uma objeção, o vendedor deve ouví-la atentamente e identificá-la

como verdadeira ou falsa.

• Concordar e contra-atacar:

Após a apresentação do produto ou serviço, o profissional de vendas deve pedir a

opinião do cliente, identificar e responder satisfatoriamente às objeções. Logo, o profissional

deve partir para um fechamento tentativo para ver se as objeções foram superadas e

determinar se o cliente está pronto para comprar (FUTRELL, 2003).

É importante responder às objeções de forma tranquila, com um sorriso e de maneira

que se possa manter uma relação amistosa com o cliente, passando confiança e segurança aos

potenciais clientes. Para isso, o profissional de vendas deve preparar-se e prever possíveis

objeções, para que no momento em que ela ocorra o vendedor esteja preparado para lidar com

a situação.

2.4.1.6 Fechamento

Assim que o profissional de vendas identificar que o seu cliente está pronto para

comprar, pode-se passar para a etapa fechamento da venda.

Segundo Futrell (2003) quando os clientes encontram-se na fase de convicção, eles

costumam dar sinais de que estão prontos para comprar, estas são algumas maneiras pelas

quais um comprador potencial dá sinais de que está pronto:

• Faz perguntas – surgem perguntas referentes ao preço, prazos, condições de

pagamento, entrega, tamanhos e estoque.

• Pergunta a opinião de outra pessoa – o comprador solicita a opinião de outra

pessoa a respeito do produto.

• Relaxa e se torna mais amistoso – o comprador assume uma postura mais

tranquila.

• Pega um formulário de pedidos de compra – se o cliente pegar o formulário é

hora de passar para o fechamento.

48

• Examina atentamente a mercadoria – quando o cliente examina o produto com

atenção ele pode estar considerando a compra.

Os vendedores devem estar atentos a qualquer sinal do comprador, pois, seja esse sinal

verbal ou não-verbal é o momento certo para um possível fechamento.

2.4.1.7 Pós-vendas

Uma venda não termina quando o pedido é fechado. É importante fazer um serviço de

pós vendas para se obter a lealdade de clientes.

Nos dias de hoje os consumidores buscam muito mais do que um simples produto, os

clientes querem ser surpreendidos com produtos e serviços que superem sua expectativas e

anseios (MOREIRA ET AL, 2005).

Para Moreira et al (2005) o pós venda tem por objetivo gerar satisfação ao cliente e

fidelizá-lo. Essa pós venda pode ser uma oportunidade importante para que o cliente sinta que

existe um acompanhamento por parte da empresa que efetuou a venda. Com o uso dessa

ferramenta, pode-se cativar o cliente e gerar um ambiente de parceria e fidelização.

De acordo com Churchill (2003) a construção de um relacionamento duradouro com o

cliente pode envolver ligações para perguntar se os produtos foram entregues no tempo certo,

se existem danos, se estão de acordo com as expectativas, ou, simplesmente, para certificar-se

de que os clientes estão satisfeitos com a compra.

Dessa forma, pode-se concluir que um serviço de pós vendas pode ser uma boa

estratégia de conquista e fidelização de clientes, onde a empresa demonstra estar preocupada e

envolvida com os seus clientes.

2.5 Planejamento estratégico

O planejamento estratégico é uma ferramenta que conduz as diretrizes e

posicionamento das organizações.

“Planejamento estratégico é a determinação dos objetivos a serem atingidos e dos

meios pelos quais esses objetivos devem ser alcançados” (MOSIMANN; FISCHMANN,

1999, p.42).

49

Segundo Rasmussen (1990) trata-se de planejar o futuro considerando as limitações

psicológicas e físicas da organização, assim como seus pontos fortes e fracos. Para o autor, o

planejamento estratégico é um processo contínuo e deve-se levar também em consideração o

comportamento do macro ambiente, ou seja, fatores políticos, econômicos, tecnológicos,

sociais, ecológicos, legais, geográficos, demográficos e, principalmente, competitivos.

Na visão de Fischmann e Almeida (1991, p.25):

Planejamento estratégico é uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização, cria consciência das suas oportunidades e ameaças, dos seus pontos fortes e fracos, para o cumprimento da sua missão e, através desta consciência, estabelece o propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar riscos.

Oliveira (2006) apresenta quatro fases básicas para a elaboração e implementação do

planejamento estratégico, apresentadas a seguir por ordem:

• Diagnóstico estratégico: nessa primeira fase, o objetivo é analisar a empresa

interna e externamente, diagnosticando seus pontos fortes, fracos,

oportunidades e ameaças.

• Missão da empresa: nesta fase deve-se determinar qual é o negócio da

empresa, qual a sua razão de existência.

• Instrumentos prescritivos e quantitativos: é criada uma análise para que a

empresa tenha possibilidade de alcançar os objetivos esperados.

• Controle e avaliação: esta fase caracteriza-se por avaliar e controlar a execução

do planejamento estratégico, portanto, visa garantir a realização dos objetivos

traçados.

De acordo com Las Casas (2006, p.13) “planejamento estratégico é o processo

gerencial de desenvolver e manter uma direção estratégica que alinhe as metas e os recursos

da organização com suas mutantes oportunidades de mercado”.

Com base nos autores, pode-se constatar que o planejamento estratégico é uma

ferramenta administrativa que de certa forma pode facilitar a administração dos negócios,

auxiliando a organização a projetar o seu futuro, transmitindo maior segurança e capacidade

de enfrentar situações futuras.

50

2.6 Plano de Ação

O plano de ação é a ferramenta que suscede o planejamento estratégico, ou seja,

coloca em prática tudo que foi definido no planejamento estratégico. Para elaborar o plano de

ação existem diversas ferramentas, porém, para o presente trabalho será apresentada a

ferramenta 5w2h.

Segundo Periard (2009) o 5w2h é basicamente uma lista de atividades que precisam

ser desenvolvidas com o máximo de clareza possível por parte dos colaboradores da empresa.

Essa lista funciona como um roteiro, um mapeamento destas atividades, onde ficará

estabelecido o que será feito, por quem será feito, quando, em qual área da empresa e todos os

motivos pelos quais esta atividade deve ser desenvolvida. Esse documento também deverá

apresentar como será feita esta atividade e quanto custará para a empresa. Esta ferramenta é

extremamente útil, uma vez que elimina por completo qualquer dúvida que possa surgir sobre

um processo ou uma atividade.

De acordo com Oliveira (1996) a ferramenta 5w2h serve de estrutura para o plano de

ação e permitem a rápida identificação dos elementos necessários à implementação do

projeto, que deve conter os seguintes elementos básicos:

Why – Por que deve ser executada a tarefa ou o projeto;

What – O que será feito (etapas);

How – Como deverá ser realizada cada tarefa (método);

Where – Onde cada tarefa será executada (local);

When – Quando cada uma das tarefas deverá ser executada (tempo);

Who – Quem realizará as tarefas (responsabilidade);

How much – Quanto custará cada etapa do projeto (custo).

Observa-se que uma das grandes vantagens da ferramenta apresentada é a

simplicidade de sua elaboração, pois, respondendo a essas questões anteriormente

apresentadas, é possível utilizá-la sem maiores dificuldades.

51

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

O presente capítulo apresenta os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa

para analisar a força de vendas do Ateliê Rita Lemos. É importante ressaltar que ao longo da

pesquisa o processo sofreu modificações e adaptações.

“Pesquisa é o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo

proporcionar respostas aos problemas que são propostos” (GIL, 1999).

3.1 Caracterização da pesquisa

Para o levantamento das informações que contribuirão para o diagnóstico, utilizou-se a

abordagem qualitativa.

Pesquisa qualitativa é aquela que responde questões particulares com um nível de

realidade que não pode ser quantificado, envolvendo significados, aspirações, crenças, valores

e atitudes, ou seja, com a pesquisa qualitativa busca-se atingir um espaço mais profundo das

relações, processos e fenômenos que não podem ser reduzidos às medidas quantitativas

(MINAYO 2002 apud LAKATOS; MARCONI, 2011).

Para González (2005, p.81), (...) a pesquisa qualitativa também envolve a imersão do pesquisador no campo de pesquisa, considerando este como o cenário social em que tem lugar o fenômeno estudado em todo o conjundo de elementos que o constitui, e que, por sua vez, está constituído por ele.

Nesse estudo foi desenvolvida uma pesquisa de caráter descritivo. Para Andrade

(1999), a pesquisa descritiva é aquela em que os fatos são observados, registrados, analisados,

classificados e interpretados, sem que aja a interferência e manipulação do pesquisador. A

pesquisa em questão realizou ao longo do estudo a descrição detalhada da força de vendas do

Ateliê Rita Lemos.

Utilizou-se como meios de pesquisa a pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo,

estudo de caso e pesquisa documental, ressaltando-se que os meios escolhidos não são

excludentes.

A pesquisa bibliográfica trata-se daquela que utiliza informações de trabalhos já

elaborados, constituindo-se principalmente de livros e artigos científicos. Com a pesquisa

bibliográfica o pesquisador tem acesso a uma série de informações de maior amplitude ao

52

pesquisar a idéia de um autor e suas definições (GIL, 1999). Deste modo, foram buscados

livros clássicos e atuais da área administrativa, e através dessa pesquisa bibliográfica o estudo

foi fundamentado.

Segundo Andrade (1999), a pesquisa de campo baseia-se na observação dos fatos tal

como ocorrem na realidade. Ou seja, a coleta de dados foi realizada diretamente no local onde

ocorrem os fenômenos. Marconi e Lakatos (2006, p.188) corroboram com esse conceito ao

definir: “Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou a relação entre eles.”

“Estudo de caso é uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa

profundamente” (TRIVIÑOS apud LAKATOS; MARCONI, 2011). A pesquisa é um estudo

de caso, pois contempla uma única empresa e tem como foco a força de vendas da mesma.

A pesquisa constitui-se de análise documental pois utilizará documentos, planilhas,

carteira de clientes, históricos de atendimentos e relatórios da organização para consultar e

analisar tais informações. Segundo Gil (1999, p. 160): “[...] não são apenas pessoas vivas que constituem fontes de dados. Muitos dados importantes na pesquisa social provêm de fontes de “papel”; arquivos históricos; registros estatísticos; diários; biografias; jornais; revistas entre outros [...].”

Os métodos que caracterizaram a pesquisa foram escolhidos a fim de se obter o

objetivo geral e específicos da pesquisa, sendo que cada método teve sua importância e

essencial contribuição para sustentar o estudo.

3.2 Contexto e participantes

Para realizar as entrevistas, foi realizada a escolha da amostra. Segundo Gil (1999)

amostra é uma pequena parte dos elementos que compõe o universo. Para a pesquisa na

organização em questão será feita uma amostra não probabilística por julgamento. De acordo

com Malhotra (2001, p.305) a amostragem não probabilística é “uma técnica de amostragem

que não utiliza seleção aleatória dos componentes da amostra. Ao contrario, confia no

julgamento pessoal do pesquisador”.

Amostragem por julgamento trata-se de uma forma de amostragem por conveniência,

onde o pesquisador seleciona os elementos com base em julgamento (MALHOTRA, 2001).

Portanto, para realizar a pesquisa sobre a força de vendas da empresa Ateliê Rita Lemos, a

53

pesquisadora selecionou por julgamento os clientes a serem entrevistados, buscando clientes

que realmente efetuaram a compra, como também pessoas que visitaram a loja e fizeram

orçamento, porém não concluíram a sua compra. Dessa forma, é possível investigar tanto a

opinião de quem obteve os produtos e serviços, como também procurar saber os motivos de

quem esteve na loja e optou por não comprar.

Foram selecionados 40 (quarenta) clientes que compraram e 40 (quarenta) que não

compraram na empresas no último ano, a fim de se obter uma visão atual do funcionamento

da empresa. A pesquisadora contatou-os por telefone e obteve respostas de 27 (vinte e sete)

clientes que compraram e 22 (vinte e dois) que não compraram. Os demais não participaram

por indisponibilidade de tempo ou por não atenderem às ligações.

Foram também realizadas entrevistas com a vendedora e com os três proprietários da

referida empresa a fim de identificar suas idéias, conhecimentos e avaliar suas atividades

dentro da referida empresa.

3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

Para a obtenção dos dados foram utilizados dados primários e secundários. Os dados

primários foram obtidos através de observação direta intensiva e entrevistas, enquanto que os

dados secundários foram obtidos através de fontes internas da empresa, como planilhas,

relatórios e documentos.

A observação direta visa explorar ambientes e subculturas; descrever comunidades,

ambientes, atividades e significados; compreender processos e as relações entre pessoas,

situações, eventos e padrões; identificar problemas; generalizar hipóteses para futuros estudos

(LAKATOS; MARCONI, 2011). Ainda, segundo as autoras, a observação ajuda o

pesquisador a identificar e obter provas a respeito dos fatos que orientam o comportamento

dos indivíduos, mesmo que os mesmos não tenham consciência disso. Portanto, nesse estudo

usou-se desse método para se obter tais aspectos do ambiente pesquisado.

A entrevista é uma técnica utilizada para a obtenção dos dados que interessam a

investigação, na qual o investigador se apresenta frente ao entrevistado e lhe formula

perguntas. (GIL, 2008). Desse modo, na seguinte pesquisa foram utilizadas entrevistas a fim

de obter informações dos vendedores, gestores e clientes a respeito da organização

pesquisada.

As perguntas das entrevistas foram elaboradas a partir das informações obtidas na

fundamentação teórica, sendo o seu nível de estruturação considerado como entrevista por

54

pautas. A estrutura de entrevista por pautas trata-se de uma entrevista com certo grau de

estruturação, guiada por aspectos de interesse, que o entrevistador vai abordando ao longo do

seu curso. Dessa forma, se o entrevistado desviar do assunto em foco ao longo da entrevista,

sutilmente o entrevistador irá intervir, trazendo à entrevista novamente o assunto a ser

explorado (GIL, 1999).

Utilizou-se portanto o método de entrevista com roteiro estruturado (Apêndices A, B e

C), que foi aplicado com os três proprietários, com a vendedora, com clientes e pessoas que

não compraram no Ateliê Rita Lemos. O roteiro abordou aspectos citados na fundamentação

teórica deste trabalho com o intuito de analisar a área de vendas da organização.

Com os proprietários da empresa utilizou-se roteiro de entrevista (Apêndice D), onde

foram abordados os seguintes aspectos: planejamento da força de vendas, estratégias da força

de vendas, remuneração, recrutamento e seleção, treinamento, supervisão, motivação,

avaliação e técnicas de vendas.

Com a vendedora utilizou-se o roteiro de entrevista (Apêndice C), onde abordou-se

assuntos referentes ao contato com os clientes, apresentação do vendedor, vendas,

remuneração, recrutamento e seleção, treinamento, supervisão, motivação, avaliação e

concorrência.

Com os clientes que efetivaram a compra no Ateliê Rita Lemos utilizou-se o roteiro de

entrevista pré-estabelecido (Apêndice A). A entrevista foi realizada por telefone.

Já com as pessoas que realizaram o orçamento na empresa mas que de fato não

realizaram a compra utilizou-se o roteiro de entrevista ilustrado no apêndice B, onde foi feita

uma rápida entrevista por telefone onde procurou-se obter informações a respeito de sua

decisão de não comprar na empresa.

Para constatação, houve um certo grau de dificuldade para realizar entrevistas com

clientes, uma vez que as mesmas haviam ganhado bebê recentemente e muitas vezes não

tinham disponibilidade para responder à entrevista.

3.4 Tratamento e análise dos dados

A análise e interpretação dos dados é uma ferramenta que busca estabelecer uma

ligação entre os resultados obtidos com resultados derivados de teorias (GIL, 1991). Os dados

foram analisados qualitativamente.

A entrevista foi feita por telefone e a pesquisadora transcreveu e armazenou as

informações, para posteriormente analisá-las.

55

Após os dados serem coletados os mesmos foram organizados e analisados

descritivamente pela pesquisadora, preservando assim a finalidade desta pesquisa.

56

4 APRESENTAÇÃO, DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A seguir será apresentado uma breve caracterização da empresa e, em seguida, serão

apresentadas as análises e informações obtidas a partir das entrevistas aplicadas com os

proprietários, gestores, colaboradores e com pessoas que estiveram na loja, solicitaram o

orçamento mas não realizaram a compra no Ateliê Rita Lemos.

4.1 Caracterização da organização

O Ateliê Rita Lemos é uma empresa de decoração personalizada para quartos de bebê.

Situa-se na Rua Luiz Fagundes, 29, no bairro Praia Comprida, na cidade de São José – SC. A

empresa possui uma filial na Madre Benvenuta, 1476, Santa Mônica, Florianópolis. A

pesquisa realizou-se somente na sede, na unidade de São José, onde localiza-se a estrutura

administrativa e produtiva da empresa.

Foto 1 - Quarto decorado pelo Ateliê Rita Lemos

Fonte: Ateliê Rita Lemos (2013).

57

A empresa foi fundada em 5 de março de 2003 pelo casal Paulo e Rita Lemos. A

empresa surgiu a partir de um hobby de Rita, que frequentava aulas de pintura e, suas obras

chamavam a atenção de suas colegas e também professores por sua enorme capacidade e dom

para a arte. Desde então, foram surgindo encomendas e a futura decoradora passou a

comercializar suas obras.

Logo, ela e seu esposo perceberam a oportunidade de fazer daquilo um negócio, e ao

notar a falta de produtos para quartos de bebê na região, decidiram direcionar e explorar esse

ramo de atividade.

Foto 2 - Produtos do Ateliê Rita Lemos

Fonte: Ateliê Rita Lemos (2013).

58

Com o passar do tempo a empresa foi ampliando e incrementando sua linha de

produtos e serviços e hoje conta com uma grande variedade de móveis, acessórios, enxovais e

artigos decorativos para quartos de bebê, procurando oferecer aos seus clientes os melhores

produtos e serviços do mercado.

A área de vendas da empresa Ateliê Rita Lemos conta atualmente com uma

vendedora, um diretor financeiro, um diretor comercial e uma diretora de produção e criação.

Lucas Lemos é o diretor financeiro é responsável pelas finanças da empresa,

envolvendo-se pouco com as demais áreas da organização. Paulo, o diretor comercial, além de

ser o responsável pelo setor da empresa também é o gerente de recursos humanos.

Rita Lemos, a diretora de produção e criação é responsável por toda a criação e

desenvolvimento de produtos. Além disso, a mesma também presta atendimentos a clientes

com hora marcada, onde se cobra um preço adicional pelo atendimento.

4.2 Apresentação, interpretação e análise dos dados coletados e das informações no

levantamento de campo

Apresenta-se a seguir a análise dos dados coletados juntamente com os proprietários,

gestores, colaboradores, clientes e pessoas que estiveram na loja mas não realizaram a compra

no Ateliê Rita Lemos. Serão apresentadas análises individuais para cada variável da pesquisa.

4.2.1 Planejamento da força de vendas

Através de pesquisa documental nos históricos de vendas, comissões dos vendedores e

entrevistas com os gestores da organização, constatou-se que a empresa não possui um

planejamento formal e claramente definido. Ou seja, não existe nenhum documento formal

que apresente estimativas de potencial, previsão de vendas, segmentação do mercado,

estratégias e objetivos. Também nas entrevistas obteve-se respostas unânimes, pode-se

concluir portanto que essa prática não existe e nunca existiu até o presente momento.

A falta de tempo dos gestores foi um dos principais motivos encontrados por não

haver um planejamento definido, pois os mesmos ressaltam que muitas vezes concentram

grande parte do seu tempo em atividades e questões mais urgentes relacionadas à produção e

vendas, adiando consequentemente as questões relacionadas ao planejamento e estratégias,

que poderiam gerar resultados e benefícios supreendentes.

59

Entretanto, na atual situação do mercado e com tamanha competitividade entre as

empresas, as organizações empresariais que não tiverem um planejamento que conduza-as

para uma situação futura desejada, provavelmente passarão por maiores dificuldades em sua

trajetória.

4.2.2 Objetivos e metas da força de vendas

Em relação aos objetivos e metas da força de vendas, a vendedora afirma que não

possui metas definidas e acompanhamento de vendas, e, consequentemente, não há pressão

para alcançá-las. Ainda assim, a mesma afirma que como vendedora ela tem consciência

quando as coisas não vão bem e o movimento não está satisfatório, logo, esforça-se para que

de alguma forma as vendas aumentem. Ao ser questionada sobre saber o que a empresa espera

dela, a mesma afirma que tem consciência que a empresa espera que ela tenha muita

responsabilidade, comprometimento e dedicação.

O diretor comercial afirma que na matriz não são estabelecidas metas, mas que na

filial, localizada no bairro Santa Mônica, são definidas metas mensais para as vendedoras,

baseadas no histórico de faturamento. Ao questioná-lo sobre os motivos de tal prática não

existir na matriz, o mesmo expõe que ainda não teve tempo de definir metas para essa loja.

4.2.3 Estratégia da força de vendas

Atualmente a estratégia de vendas da empresa resume-se a venda interna, ou seja,

atender aos clientes que entram na loja.

O principal objetivo do Ateliê Rita Lemos é atender aos seus clientes com excelência.

Conforme entrevista com a diretora de criação e produção, observou-se a existência de um

minucioso cuidado no atendimento. Como seus clientes são futuros pais, a mesma relata que

todos são orientados a tratá-los com muito carinho, pois, por se tratar de um momento muito

especial em suas vidas, deve-se ter o cuidado de passar uma venda muito segura, dando todas

as informações de segurança e explicando a importância de cada item do quarto do bebê,

desde a altura ideal dos móveis a todas as demais funcionalidades de um quarto projetado.

Para ela, toda essa preocupação de uma venda segura e funcional é um grande

diferencial perante a concorrência, pois são dicas e orientações que muitos de seus clientes

não recebem em outros lugares, e, como muitos são pais pela primeira vez, desconhecem a

realidade de se ter um bebê.

60

Percebe-se dessa forma que o pensamento estratégico se desenrola através de uma

filosofia de atendimento diferenciado. Recentemente, começou-se a buscar parceria com

fábricas com negociações para que se possa realizar promoções mensais. Essa promoção vem

ocorrido principalmente na linha de móveis.

Durante algum tempo adotou-se a estratégia de distribuir folders em clínicas médicas

para gestantes. Os diretores relatam que essa ação trazia bons resultados para a empresa, e que

em breve voltarão a adotar essa estratégia.

4.2.4 Remuneração

O método de remuneração da força de vendas consiste em um salário fixo mais a

comissão de 2,5% sobre as vendas.

Durante a entrevista constatou-se que a vendedora considera o método de remuneração

eficaz e apropriado, uma vez que existe a proporção entre trabalho efetuado e remuneração

paga.

Nota-se o interesse por parte da diretora de produção e criação em elaborar algum

método de remuneração não monetário, como por exemplo premiações por atingimento de

metas. Já o diretor comercial afirma que essa remuneração deveria ser monetária. Na visão de

ambos, essa ação poderia refletir no aumento das vendas e também na motivação dos seus

colaboradores.

4.2.5 Recrutamento/Seleção

O recrutamento é feito por anúncios deixados em frente à loja e também pelo site

infojobs. Os currículos são analisados e passam por uma pré-seleção. Os diretores relatam que

preferem vendedores do sexo feminino, com experiência em vendas, e, de preferência, acima

de 25 anos e que conheça um pouco sobre as implicações de ser mãe. As candidatas

selecionadas passam por uma entrevista com o diretor comercial e caso haja aprovação, a

candidata é encaminhada para uma entrevista com a diretora de criação e operação. Ao final

das entrevistas, os diretores reúnem-se para discutir a contratação ou não da candidata.

A vendedora entrevistada relata que está na empresa há quatro anos, e que sua

contratação foi feita através análise de currículo e entrevista. A mesma relata que já tinha

experiência como vendedora em outra loja de decoração, fator esse que a mesma acredita ter

colaborado para sua contratação na empresa.

61

4.2.6 Treinamento

É dado um treinamento aos vendedores assim que ingressam na empresa. Durante os

primeiros quinze dias esse vendedor passa pelos diversos setores da empresa, a fim de

conhecer todos os processos, os produtos, os serviços, a estrutura e a cultura da empresa. Rita,

a diretora de criação e produção, é a encarregada por dar esse treinamento inicial.

Ao abordar esse assunto a pesquisadora observou certo confronto de opiniões, pois a

vendedora atual relata que não recebeu treinamento ao entrar na empresa, e que ao entrar já

havia uma vendedora que estava trabalhando na loja há 30 dias e essa vendedora foi

repassando os conhecimentos obtidos.

Não existem outros treinamentos adicionais na empresa, mas no dia-a-dia trocam-se

idéias e experiências com a diretora de produção e criação, o que acaba tornando-se um

treinamento contínuo. Em entrevista com a diretora, observou-se que a mesma gostaria de

realizar treinamentos periódicos com as vendedoras, pois, como constantemente surgem

muitas novidades em decoração, seria adequado atualizar os conhecimentos de sua equipe.

Na entrevista observou-se que a vendedora se sente segura para atender aos clientes e

que tem pleno conhecimento dos produtos e serviços oferecidos pela organização, sendo que

qualquer dificuldade que encontra recorre à diretora de produção e criação, que

imediatamente responde aos seus questionamentos.

Como sugestão, a vendedora citou que seria bom que se fizesse uma reunião de três

em três meses com todas os colaboradores da área comercial a fim de dividir experiências e

conhecimentos adquiridos. Atualmente essa prática não faz parte do cotidiano da empresa.

4.2.7 Supervisão

A empresa não possui um sistema de supervisão específico. Essa supervisão é feita

informalmente pelo diretor comercial e pela diretora de criação e produção, que observam e

avaliam o atendimento, a conduta e as habilidades dos vendedores. Logo, quando notado

algum ponto negativo existente é comunicado ao vendedor para que o erro seja corrigido.

Essa supervisão também é feita através da análise dos projetos quando chegam até a diretora

de criação e produção.

62

A vendedora relata que de alguma forma todos os gestores a supervisionam. A mesma

sugeriu que deveria ser dado um feedback do trabalho, e que quando acontece algo errado,

deveria-se reunir os envolvidos e explicar os procedimentos corretos.

Os diretores relatam que gostariam de ter mais tempo para dedicar-se a essa atividade,

mas que infelizmente não lhes sobra tempo para estar mais atentos à supervisão.

4.2.8 Motivação

A empresa não possui um sistema de motivação da força de vendas, sendo o

comissionamento a única motivação existente.

Observou-se em entrevista com a vendedora que a mesma sente-se feliz e gosta muito

do seu trabalho. Porém, relata que a organização não possui um sistema de motivação, e que

tal motivação parte da dedicação e comprometimento de cada um.

A entrevistada relata que gostaria de ser mais ouvida, e gostaria que fossem realizadas

reuniões para estímulo.

4.2.9 Avaliação

O Ateliê Rita Lemos não possui um sistema de avaliação da equipe de vendas, existe

um acompanhamento das vendas realizadas e uma observação em relação ao trabalho

desempenhado pela equipe. Quando nota-se alguma atitude incorreta isso é comunicado para

que seja corrigido o quanto antes.

A diretora da organização afirma que gostaria que essa avaliação fosse realizada

semanalmente, e seria essencial dar um feedback em uma reunião de fechamento de mês.

4.2.10 Técnicas/Etapas de vendas

Conforme descreveu a vendedora, o primeiro contato com o cliente é feito de forma

pessoal, assim que o cliente entra na loja. O vendedor relata que aborda o cliente

apresentando-se e sondando quais seriam seus interesses. Logo, faz uma apresentação dos

produtos e serviços do Ateliê Rita Lemos e busca entender quais são as necessidades e desejos

desse possível cliente.

Caso o cliente demonstre interesse por produtos personalizados é feito um projeto e o

orçamento é enviado por e-mail em até 5 dias. Vale ressaltar que não existe um

63

acompanhamento depois que o orçamento é enviado. Observou-se que essa prática só é

adotada quando as vendas estão fracas.

Ao questionar a vendedora sobre as estratégias de venda da organização, a mesma

relata que a estratégia é identificar o que o cliente está buscando, sendo que o objetivo

principal é vender quartos completos, portanto, quanto mais completo o quarto, melhor.

Conforme entrevista, observou-se que as etapas de venda utilizadas são: abordagem,

sondagem, apresentação e fechamento.

Atualmente a empresa não possui um acompanhamento pós-vendas, foi constatado

que já existiu esse procedimento na empresa, onde era enviado um e-mail a todos os clientes

que realizavam a compra, questionando sua satisfação. O procedimento foi suspenso por

poucos clientes responderem a esse acompanhamento. É válido observar aqui que a diretora

de produção e criação não tinha consciência de que essa prática já não estava sendo utilizada,

pois durante a entrevista a mesma citou a existência desse acompanhamento pós-vendas.

4.2.11 Concorrência

De acordo com as informações obtidas com os gestores e com a vendedora, constatou-

se que o principal concorrente da empresa é a loja BabyArtKids, que oferece produtos e

serviços semelhantes aos oferecidos no Ateliê Rita Lemos. Os demais concorrentes são lojas

de móveis e decoração em geral.

Como ponto forte do Ateliê Rita Lemos, a vendedora citou o atendimento, localização,

a marca Ateliê Rita Lemos e a personalização dos produtos. Para destacar os pontos fortes, a

vendedora relata que sempre atende a seus clientes com muita dedicação, demonstrando como

é o serviço prestado pelo Ateliê Rita Lemos, ressaltando a excelente qualidade dos produtos, a

segurança e o conforto de se ter um quarto planejado, entre outros.

Como ponto fraco a vendedora citou o preço dos produtos, pois acaba perdendo

vendas para a concorrência que oferece produtos mais baratos.

4.2.12 A Visão dos Clientes

Para ter uma visão abrangente do atendimentos da equipe de vendas, realizou-se uma

entrevista com os clientes da empresa, a fim de buscar informações sobre a percepção do

cliente final.

64

A entrevista ocorreu de forma informal, onde a pesquisadora entrou em contato com as

clientes explicando que estava desenvolvendo um trabalho e que gostaria de ouvir como foi

sua experiência na empresa.

A entrevista envolveu questionamentos sobre fatores determinantes da escolha pela

loja, satisfação, eficiência de entrega e montagem, cumprimento de prazos, profissionalismo,

cautela do vendedor, qualidade de produtos e a experiência vivenciada na organização.

Com relação ao questionamento de qual seria o principal motivo que determinou a

compra no Ateliê Rita Lemos, a resposta mais citada foi o atendimento, seguido de

exclusividade de produtos e qualidade. Nota-se portanto, que o atendimento realmente é um

diferencial da empresa.

Ao abordar o assunto atendimento do vendedor, houve uniformidade nas respostas:

100% dos entrevistados responderam que o vendedor procurou identificar seus desejos e

necessidades, sendo muito profissional, cauteloso e simpático no atendimento, ouvindo-os

atenciosamente e procurando identificar quais eram as suas necessidades. Para constatação,

cabe citar que durante essa pergunta ouviram-se muitos elogios, notando-se assim a plena

satisfação no atendimento.

Quanto à eficiência na entrega, montagem e prazos também observou-se uma

uniformidade nas respostas, onde todos os clientes demonstraram-se satisfeitos.

Ao pedir que a cliente relatasse como foi sua experiência de um modo geral, notou-se

a satisfação e felicidade com a escolha pelo Ateliê Rita Lemos, houveram relatos de que essas

clientes indicam a loja por sentirem-se felizes com as compras. Houve uma única exceção de

uma cliente que relatou uma má experiência, pois no dia em que foi à loja a vendedora pediu

que ela voltasse outro dia para fazer o orçamento do kit berço, pois a loja estava muito

movimentada e o projeto não poderia ser feito naquele momento e, devido a isso, a cliente

realizou a compra do kit berço em outro estabelecimento, pois não tinha tempo para retornar

um outro dia.

4.2.13 A Visão dos pessoas que fizeram o projeto mas não compraram

Buscou-se informações com pessoas que visitaram a loja, receberam os orçamentos do

projeto mas que optaram por não fechar a compra. Para obter-se tais informações, a

pesquisadora entrou em contato por telefone para realizar uma breve entrevista, buscando

65

entender os principais motivos que determinaram a escolha por não comprar no

estabelecimento.

Observou-se que o preço foi o principal motivo que influenciou a decisão de não

comprar, pois os entrevistados relataram que encontraram opções mais baratas no mercado.

Dos entrevistados, duas pessoas não efetuaram a compra por motivos pessoais, uma

delas porque ganhou o quarto de um parente e a outra relatou que teve o bebê prematuro,

então teve de comprar tudo às pressas.

Questionou-se o que poderia ser feito para que essas pessoas comprassem no Ateliê

Rita Lemos, e, como o principal motivo de não comprar foi o preço, a resposta foi de que se o

preço fosse mais acessível adorariam comprar no estabelecimento, pois gostaram muito dos

produtos e do atendimento prestado pelos vendedores. Houve um caso específico em que a

cliente não gostou do atendimento, pois ela recebeu o orçamento via e-mail, enviou uma

resposta com dúvidas e esse e-mail não foi respondido, e por isso ela decidiu comprar no

concorrente.

Conclui-se portanto que o principal motivo de não se fechar uma venda está

relacionado ao preço.

4.3 Aspectos positivos e negativos constatados

Quadro 2 - Aspectos positivos e negativos constatados

Aspectos positivos Aspectos negativos

Ótimo atendimento Falta de definição de planos, metas, resultados e

expectativas

Exclusividade de produtos

Qualidade

Conhecimento dos produtos e serviços

Conhecimento dos vendedores

Ausência de supervisão e monitoramento

Falha no acompanhamento de vendas

Estratégias momentâneas

Falta de habilidade na gestão de tempo

Fonte: Elaborado pela autora (2013).

Aspecto positivo: atendimento e simpatia da vendedora. Constatou-se nas entrevistas

com os clientes a uniformidade das resposta referentes ao atendimento dos vendedores. Todos

66

elogiaram a postura e atendimento dos vendedores, ressaltando a simpatia, profissionalismo e

atenção prestada.

Como observado nas entrevistas, grande parte dos clientes procura os serviços do

Ateliê Rita Lemos pela exclusividade dos produtos, sendo esse portanto um ponto forte da

empresa.

No que se refere à qualidade pode-se afirmar que os clientes percebem e valorizam a

qualidade dos produtos, pois todos relataram um ótimo padrão de qualidade.

Os clientes afirmaram que o vendedor tinha pleno conhecimento de todos os produtos

e serviços oferecidos pela empresa, sugerindo opções, relacionando benefícios e expondo

possíveis necessidades aos seus clientes. Portanto, foi percebido que o vendedor conseguiu

transmitir muita segurança e confiabilidade aos seus clientes.

Observa-se que a maioria das pessoas que fizeram o orçamento na empresa e que não

realizaram a compra foi por motivos financeiros, alegando que encontraram produtos mais

baratos no mercado. A personalização de produtos de fato aumentam os custos, sendo que

toda a produção é elaborada a partir do pedido do cliente, com o tamanho, cor, textura,

desenho, bordado e qualquer outra característica desejada pelo cliente. Dessa forma, a

empresa não pode concorrer em preço com produtos prontos oferecidos no mercado, que são

produzidos em escala, obtendo-se assim uma redução nos custos de produção.

A falta de planejamento estratégico figura como o principal aspecto negativo. Porém,

esse fator representa um grave problema que afeta as demais áreas da organização, levando

muitas vezes os gestores a agirem passivamente em relação aos acontecimentos.

A ausência de metas para vendas figura como uma falta de direcionamento para os

vendedores. O esforço e comprometimento se dá quando se sabe onde se quer chegar, o

quanto se precisa vender e o que se espera desse vendedor. Porém, como não existem metas,

não se pode esperar que o vendedor se comprometa e atinja resultados além do que os

normalmente alcançados.

É importante expor para esse vendedor quais são as expectativas em relação ao seu

trabalho, apresentar um histórico de vendas e, a partir disso, fazer um planejamento de

vendas.

Foi observada uma falha no acompanhamento das vendas. Após o orçamento ser

enviado aos clientes por e-mail, não é feito um acompanhamento. Ou seja, não existe uma

67

orientação para que a vendedora entre em contato com cada cliente para perguntar se ele

recebeu o orçamento e se tem interesse em executar o projeto.

Informalidade, gestão centralizada, estrutura simples e dificuldades de separar o que é

emocional do que é racional são características facilmente encontradas em empresas

familiares, e, por esses e outros motivos acaba não sendo possível (ou considerado

desnecessário) fazer um planejamento formal.

A empresa possui uma estrutura administrativa enxuta, pois, os donos assumiram os

papéis estratégicos da empresa, assumindo então variadas funções. Devido a isso, essa falta de

uma equipe gerencial profissional prejudica a comunicação na empresa, pois os funcionários

não tem uma visão clara de onde a empresa deseja chegar.

Observa-se também que a empresa adota estratégias momentâneas, ou seja, estratégias

elaboradas de mês a mês sem um planejamento detalhado a médio ou longo prazo. Como

observa Leone (1999), nas pequenas empresas a estratégia é intuitiva e pouco formalizada, o

empresário está suficientemente próximo de seus empregados para explicar-lhes, no momento

adequado, toda mudança de direção.

Os diretores da empresa estão sobrecarregados com as tarefas do dia-a-dia,

trabalhando e resolvendo problemas que exigem ações imediatas, faltando-lhes tempo para

fazer o planejamento a médio e longo prazo. Ressalta-se aqui a importância do uso dessa

ferramenta para mapear cenários futuros e gerenciar informações para a efetividade da

empresa.

4.4 Ações de melhoria para o Ateliê Rita Lemos e Plano de Ação

As ações propostas a seguir destinam-se à melhoria dos processos da empresa

estudada. Como ação imediata, sugere-se que a empresa faça uso da ferramenta 5w2h para

elaborar seu planejamento estratégico. Essa ferramenta auxiliará os gestores da empresa a

nortearem o seu rumo, direcionar todos os envolvidos a esse objetivo comum e ainda,

estruturar a tomada de decisão dos gestores.

O planejamento das atividades representa um ponto chave, pois as falhas influenciarão

decisivamente no desempenho da empresa. O planejamento estratégico deve conter o

estabelecimento da missão, visão, valores, análise interna e externa. Também é importante

analisar quais são as estratégias atuais e que estratégias futuras serão implementadas. Para

68

isso, recomenda-se que façam-se reuniões com os gestores, discutindo detalhadamente cada

aspecto do planejamento estratégico.

Quadro 3 - 5w2h Planejamento Estratégico

5w2h Planejamento Estratégico

O que? Elaborar um planejamento estratégico para o Ateliê Rita Lemos, contendo:

missão, visão e valores; definição dos objetivos, metas e estratégias da

organização.

Por que? Para ter maior controle e direcionamento da empresa, rumando suas ações para

um objetivo fim.

Quando? Tempo para elaboração: aproximadamente um mês. Tempo para reavaliação do

planejamento: de ano a ano.

Onde? Na sede da empresa.

Quem? Diretores da empresa.

Como? Através de análises internas, externas e reuniões.

Quanto custa? A orçar.

Fonte: Elaborado pela autora (2013).

Traçar objetivos é essencial para o percurso da empresa, pois o objetivo serve como

um senso básico de direção de todas as pessoas envolvidas com a organização. A elaboração

do planejamento estratégico deve ser feita com extrema atenção, pois as decisões aqui

encontradas servirão de direcionamento para a empresa, ou seja, todas as demais atividades

deverão estar alinhadas aos objetivos aqui traçados. Sugere-se então que a empresa defina

onde quer chegar, o quanto pretende crescer e o que será preciso fazer para chegar lá. Essa

definição pode auxiliar a manter a equipe motivada e focada em atingir os objetivos traçados.

Com os objetivos definidos, deve-se formular as estratégias para que esses objetivos

sejam alcançados, ou seja, deve-se analisar as oportunidades, avaliar e tomar decisões que

rumem a empresa a esses objetivos.

A pesquisadora citou que o tempo para essa ação será de aproximadamente um mês.

Porém, o tempo para a elaboração do planejamento estratégico vai depender dos gestores da

organização, podendo ser realizado em uma semana ou até mesmo durar meses, uma vez que

69

todo esse planejamento depende de avaliações internas e externas da empresa, cabendo aos

gestores dispor de tempo para fazer essa análise e então elaborar o planejamento.

Sugere-se ainda que esse planejamento seja reavaliado ano a ano, analisando se a

empresa está rumando aos objetivos traçados ou, caso não esteja, deve-se reavaliar as

estratégias do planejamento para que sejam alcançado os objetivos desejados.

Não foi possível definir quanto custará esse projeto. O custo do projeto está

relacionado somente ao tempo que os diretores terão que dispor para analisar os ambientes e

elaborar as estratégias, portanto, cabe aos mesmos avaliarem quanto custará suas horas

dedicadas a essa atividade.

Como segunda ação sugere-se a elaboração formal de um plano de vendas,

demonstrado no quadro que segue:

Quadro 4 - 5w2h Plano de Vendas

5w2h Plano de vendas

O que? Elaborar um plano de vendas formal, contendo metas, quotas de vendas,

descrevendo os sistemas de avaliação e supervisão.

Por que? Para que a empresa obtenha êxito em seus objetivos, direcionando os esforços

da equipe de vendas e gerenciando suas ações.

Quando? Tempo para elaboração: aproximadamente um mês. Tempo para reavaliação do

plano: semestralmente ou conforme necessidades.

Onde? Na sede da empresa.

Quem? Diretores da empresa.

Como? Através de análises do histórico de vendas e de perspectivas futuras.

Quanto custa? A orçar.

Fonte: Elaborado pela autora (2013).

A elaboração do plano de vendas deverá conter planos e metas claras para a área de

vendas. Atualmente a organização não possui quotas de vendas para seus vendedores, porém,

é importante estabelecer metas para que se possa analisar, direcionar e mostrar ao vendedor o

que a empresa espera dele, o quanto espera que ele venda, servindo então como uma forma de

avaliação do profissional de vendas.

70

Avaliando-se os resultados de vendas mensalmente, pode-se dar um feedback aos

colaboradores, demonstrando os resultados e estimulando-os a buscar cumprir suas quotas do

mês seguinte. Essas quotas devem ser estabelecidas de acordo com o histórico e as

perspectivas do futuro da empresa. Porém, cabe ressaltar que tais metas devem ser possíveis

de se alcançar, para que a equipe de vendas não se desmotive por uma meta irrealizável.

Tais quotas devem ser revistas de tempo em tempo, adaptando-as de acordo com as

necessidades e expectativas da empresa. Porém, de mês a mês podem ser alteradas se

necessário. Por exemplo, uma grande divulgação de promoção de móveis que afetará o

volume de vendas deve ser antecipadamente previsto para que a meta do mês esteja de acordo

com o volume de vendas projetado.

Utilizando novamente a ferramenta 5w2h, propõe-se a seguir uma revisão dos

processos de acompanhamento de venda:

Quadro 4 - 5w2h Acompanhamento de Vendas

5w2h Acompanhamento de venda

O que? Formar um relatório de clientes atendidos e organizar uma agenda programada

para entrar em contato com os clientes após o envio do orçamento.

Por que? Para acompanhar a venda, tirar dúvidas dos clientes, oferecer alterações do

projeto se necessário, observar o interesse do cliente pela compra.

Quando? Um dia.

Onde? Na própria loja.

Quem? Elaborado pelos gestores, executado pela equipe de vendas.

Como? Através de ligações e relatórios.

Quanto custa? Custo de ligações.

Fonte: Elaborado pela autora (2013).

Propõe-se que a área de vendas faça um acompanhamento de venda após o cliente

realizar um orçamento. Hoje, esse acompanhamento só é feito nos meses em que as vendas

estão muito fracas. Portanto, sugere-se a formalização de um processo de acompanhamento de

vendas, onde o vendedor entrará em contato com o cliente por telefone perguntando se o

mesmo recebeu o seu orçamento, se apresenta alguma dúvida, se está de acordo com o projeto

71

ou se há necessidade de qualquer alteração. Com isso, o vendedor deve buscar saber as

intenções de compra de seu cliente, transcrevendo tais informações para um documento.

Esse documento pode ser desenvolvido pelos gestores rapidamente, e da mesma forma

seria simples repassar essa nova regra à equipe de vendas, uma vez que essa prática já é

adotada nos períodos de faturamento baixo. Os gestores devem estar atentos e supervisionar a

alimentação desses relatórios, cobrando a equipe para que essa prática se torne rotineira.

Como os clientes recebem seus orçamentos em até cinco dias após a visita, sugiro que

esse contato seja feito aproximadamente dois dias após o envio do orçamento, pois assim o

cliente terá tempo de analisar o projeto e posicionar-se em relação à compra. Apenas como

sugestão, segue um modelo de relatório abaixo, com exemplos fictícios:

Quadro 5 – Acompanhamento de vendas

Data do

atendime

nto

Cliente Telefone Data

orçament

o

Data do

acompanh

amento

Observações

22/10/13 Maria Lúcia

da Silveira

(48)9102-0002 26/10/13 28/10/13 Venda aprovada.

23/10/13 Patricia Castro (48)9987-9897 26/10/13 28/10/13 Retornar em dois dias.

23/10/13 Luísa Campos (48)9922-3322 27/10/13 29/10/13 Não tem interesse. Motivo:

encontrou opção mais barata.

Fonte: Elaborado pela autora (2013).

Observa-se que os campos da tabela facilitarão o acompanhamento das vendas,

tornando simples também a supervisão desse acompanhamento por parte dos gestores.

No quesito motivação, sugere-se que a empresa adote algumas atitudes motivacionais

para a equipe de vendas. Como sugestões, seguem:

• Premiações não monetária para metas alcançadas. Segue a seguir um modelo

de premiações por pontuação como sugestão. No modelo apresentado a equipe

de vendas recebe uma pontuação de acordo com suas metas. Os vendedores

iniciam com zero pontos. Os pontos são acumulativos e conversíveis em

prêmios, sendo que o vendedor tem direito a trocar os seus pontos quando

desejar.

72

Quadro 6 - Metas e pontuações

Fonte: Elaborado pela autora (2013).

Conforme o quadro apresentado, o modelo funciona da seguinte forma:

• Não atingiu: caso o vendedor não atinja sua meta mensal ele perderá um ponto.

• Atingiu: atingindo sua meta, ele ganhará um ponto.

• Ultrapassou 20%, 40%, 60%, 80% ou 100%: caso o vendedor ultrapasse sua

meta, recebe sua pontuação de acordo com a porcentagem ultrapassada. Por

exemplo, o vendedor teve como meta vender R$10.000,00 e vendeu

R$14.000,00, então ele receberá 3 pontos.

Como até o presente momento a empresa não pratica quotas de vendas para seus

colaboradores, a inserção dessa prática pode causar impactos na cultura da empresa, Portanto,

a recompensa não monetária além de motivar os vendedores, terá como segundo objetivo

minimizar os impactos causados por essa mudança cultural.

Os pontos são acumulados e cabe ao vendedor decidir quando resgatar o seu prêmio.

Os prêmios devem ser avaliados pelos gestores de acordo com as possibilidades da

organização. Apenas como sugestões de prêmios, seguem:

Meta Pontuação

Não atingiu -1 ponto

Atingiu 1 ponto

Ultrapassou 20% 2 pontos

Ultrapassou 40% 3 pontos

Ultrapassou 60% 4 pontos

Ultrapassou 80% 5 pontos

Ultrapassou 100% 6 pontos

73

Quadro 7 - Pontuações e prêmios

Fonte: Elaborado pela autora (2013).

A premiação não monetária por metas pode ser um importante fator motivacional na

empresa, que demonstra reconhecer os esforços da equipe de vendas, recompensando-os não

somente com dinheiro através das comissões, como também com prêmios, incentivando-os e

motivando-os a exercer ainda mais o seu papel de vendedor.

Sugere-se, por fim, que a empresa apresente o seu plano para toda a organização, de

forma clara e de fácil entendimento, para que todos entendam e comprometam-se a buscar os

objetivos aqui traçados.

Pontuação Prêmios

2 pontos Dia livre na semana

5 pontos Mp3 player

10 pontos Viagem 2 dias para X lugar

15 pontos Televisão 29”

74

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para compreender o desempenho de qualquer organização é necessário analisá-la sob

varios pontos de vista. O principal objetivo do presente trabalho foi analisar a força de vendas

do Ateliê Rita Lemos, buscando analisar e avaliar seus procesos segundo a visão e experiencia

dos gestores, colaboradores, clientes e pessoas que visitaram a loja e não realizaram a compra.

Através da revisão bibliográfica, foi possível compreender o tema e buscar

fundamentos para realizar a pesquisa. Logo, levantou-se dados através de pesquisas

documentais e entrevistas para compreender e diagnosticar a situação da organização.

O objetivo principal e os objetivos específicos da pesquisa foram atingidos com a

execução do presente estudo de caso. A pesquisa demonstrou-se relevante por explorar,

analisar e aplicar os conceitos apresentados no decorrer do curso de Administração,

relacionando dessa forma a a teoria com a prática, chegando-se a resultados significativos.

Contudo, conforme as informações foram sendo obtidas surge a mais importante

constatação deste trabalho, a ausência e importancia do planejamento estratégico. Tal

constatação foi além dos objetivos inicialmente propostos para a realização deste estudo, mas

sinto-me segura para afirmar que pude observar a importância de um dos princípios da

administração tão destacados no decorrer do curso, que é o planejamento.

Essa ausência do planejamento na empresa influencia tanto o desempenho quanto o

resultado fincanceiro da mesma. Espera-se portanto que a organização opte por fazer uso

dessa ferramenta aqui proposta e direcione assim seus esforços em busca de seus objetivos. A

partir disso, será possível nortear suas ações e sua equipe, planejando e preparando-se melhor

para o futuro.

A realização deste trabalho constitui um excelente meio de aplicar os valiosos

conhecimentos adquiridos no decorrer do curso de graduação em Administração, pois através

dessa pesquisa pode-se diagnosticar e avaliar processos administrativos de uma organização,

identificando acertos, falhas e propondo reajustes adequados para melhorar as práticas

administrativas dentro da empresa.

Para pesquisas futuras, sugere-se o desenvolvimento de um planejamento estratégico,

visando uma melhor estrtuturação e preparação da empresa para o mercado que apresenta-se

cada vez mais competitivo.

75

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78

APÊNDICES

79

APÊNDICE A – Roteiro de entrevista para aplicação com os clientes do Ateliê Rita Lemos.

Prezado (a) cliente,

A entrevista a seguir tem como objetivo identificar as oportunidades de melhorias nos

serviços do Ateliê Rita Lemos. Solicitamos sua colaboração e salientamos que não haverá

qualquer identificação do cliente. Desde já agradecemos a sua atenção e contamos com sua

sincera colaboração para que possamos melhor atendê-lo.

1) Quais fatores determinaram sua escolha pelo Ateliê Rita Lemos?

2) O que você procurou em nossa empresa?

3) O vendedor procurou identificar suas necesidades, desejos e preferencias como cliente?

4) O vendedor mostrou conhecer os produtos e serviços a fim de identificar quais eram suas

necessidades?

5) No primeiro contato o vendedor foi cauteloso e simpático, conquistando sua confiança?

6) O vendedor apresentou-se de forma profissional ao iniciar a venda?

7) O vendedor permitiu que você expusesse suas necessidades, buscando atendê-las?

8) O vendedor e a gerente de vendas atuaram de forma a cumprir as promessas feitas no ato

da venda?

9) Como você classifica o atendimento efetuado pelo vendedor em questão?

10) Qual vendedor lhe atendeu?

11) Como foi a eficiência na entrega e montagem?

12) Houve pontualidade na entrega?

13) O que você acha sobre a qualidade de nossos produtos?

14) De um modo geral, com relação à sua experiencia com o Ateliê Rita Lemos, como você se

sente?

15) Espaço aberto para sugestões ou críticas:

80

APÊNDICE B – Entrevista para aplicação com pessoas que fizeram cotação mas não

compraram no Ateliê Rita Lemos.

Prezado (a) cliente,

Gostaríamos de saber um pouquinho sobre sua experiência em nossa loja, observamos

que você fez orçamento conosco e que não efetivou a compra, você poderia nos contar um

pouquinho sobre sua experiencia no Ateliê Rita Lemos?

1) O que você procuro em nossa empresa?

2) Houve algum motivo especial que fez com que não comprasse em nossa empresa?

3) Você optou por comprar em algum concorrente?

4) Como foi o atendimento prestado por nossos vendedores?

5) Descreva o que poderia ser feito para que você comprasse em a nossa empresa.

81

APÊNDICE C – Entrevista com os colaboradores da empresa Ateliê Rita Lemos.

O presente roteiro tem por objetivo analisar a percepção dos colaboradores da equipe

de vendas do Ateliê Rita Lemos em relação ao processo de vendas.

Assunto 1: Contato com o cliente

• Como é feito o contato com o cliente?

• Como é sua apresentação pessoal?

• Existe um acompanhamento após as vendas?

• Como você julga a qualidade do atendimento prestado do Ateliê Rita Lemos?

Assunto 2: Vendas

• A empresa possui estratégia de vendas?

• Como é feito o planejamento de vendas da empresa?

• Você possui metas? Como é elaborada? Como deveria ser?

• Se você mesma pudesse ditar sua meta, de quanto seria?

• Você sabe exatamente o que a empresa espera de você?

• Existe um manual de normas e procedimentos que contenha o passo-a-passo das

vendas?

• Como é o nível de pressão? Há alguma pressão para metas e rendimento?

Assunto 3: Remuneração

• Qual é o seu método para remuneração?

• Você recebe algum benefício?

• Você considera esse método o mais adequado?

• Você acha sua remuneração justa e de acordo com a remuneração do mercado?

Assunto 4: Recrutamento/Seleção

• Há quanto tempo você está na empresa?

• Como foi a sua contratação?

Assunto 5: Treinamento

• Você se sente preparado e seguro para atender aos clientes?

• Você tem um bom conhecimento de todos os produtos e serviços da empresa?

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• Você recebeu treinamento? Como foi esse treinamento?

• Você recebe treinamentos com que frequência?

• Que treinamentos poderiam se adequar à empresa?

• Com que frequência poderia ser efetuado treinamentos?

Assunto 6: Supervisão

• Há sistema de supervisão na empresa?

• Os supervisores atendem as necessidades da instituição?

• Como você gostaria que a equipe de supervisores atuasse?

Assunto 7: Motivação

• O que você pensa do seu trabalho?

• Você gosta da sua profissão? Se sente satisfeito?

• A empresa possui sistema de motivação para a força de vendas?

• Como funciona o proceso de motivação dos funcionários da área de vendas?

Atualmente atende as necessidades da organização?

• De 0 a 10, qual é seu nível de satisfação e felicidade na empresa?

Assunto 8: Avaliação

• Há avaliação da equipe de vendas?

• Como é feita essa avaliação?

• É dado um feedback para os colaboradores?

• Existe a necessidade de alterá-la? E com que frequência?

Assunto 9: Técnicas/Etapas de venda

(elabore)

Assunto 10: Concorrência

• Quem são os concorrentes do Ateliê Rita Lemos?

• Quais são os pontos fortes e fracos da empresa em relação aos seus concorrentes?

• Como a equipe de vendas faz para minimizar os pontos fracos da empresa e ressaltar

os pontos fortes?

Em que pontos acha que a empresa pode melhorar? Você tem alguma crítica ou sugerencia?

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APÊNDICE D – Entrevista com os proprietários da empresa Ateliê Rita Lemos.

O presente roteiro tem por objetivo analisar na percepção dos proprietários a real

situação da área de vendas da empresa Ateliê Rita Lemos.

Assunto 1: Objetivos e planejamento da força de vendas

• A força de vendas possui seus objetivos definidos?

• Quais são os objetivos da força de vendas?

• O objetivo da força de vendas está encadeado com os objetivos da empresa?

• Os objetivos são reconhecidos por todos os funcionários da empresa?

• A força de vendas possui metas definidas?

Assunto 2: Estratégia da força de vendas

• A empresa possui estratégia de vendas?

• Como é elaborada? Como deveria ser?

• E por que os procedimentos utilizados para a elaboração são esses?

Assunto 3: Remuneração

• Qual é o método utilizado para remuneração da força de vendas?

• Como deveria ser o método mais adequado?

Assunto 4: Recrutamento/Seleção

• De que maneira é feito o Recrutamento e Seleção dos vendedores a serem

contratados?

• Concorda com os métodos utilizados?

• Que método acharia mais eficaz a ser utilizado?

Assunto 5: Treinamento

• A empresa possui sistema de treinamento para os funcionários?

• Como é feito esse treinamento?

• Que treinamentos poderiam se adequar à empresa?

• Com que frequência poderia ser efetuado treinamentos?

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Assunto 6: Supervisão

• Há sistema de supervisão na empresa?

• Os supervisores atendem as necessidades da instituição?

• Como a empresa gostaria que a equipe de supervisores atuasse?

Assunto 7: Motivação

• A empresa possui sistema de motivação para a força de vendas?

• Como funciona o proceso de motivação dos funcionários da área de vendas?

Atualmente atende as necessidades da organização?

Assunto 8: Avaliação

• Há avaliação da equipe de vendas?

• Como é feita essa avaliação?

• É dado um feedback para os colaboradores?

• Existe a necessidade de alterá-la? E com que frequência?

Assunto 9: Técnicas/Etapas de vendas

(elabore)

Assunto 10: Concorrência