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PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE NA ESFERA PENAL. RAZOABILIDADE NA ESFERA PENAL. Contribuições das Ciências Penais e dos Contribuições das Ciências Penais e dos modelos de Justiça Restaurativa e Justiça modelos de Justiça Restaurativa e Justiça Terapêutica para amenizar o dano social, Terapêutica para amenizar o dano social, reflexo da retributiva. reflexo da retributiva. Leandro da Rosa Ferreira Leandro da Rosa Ferreira Juiz de Direito Substituto Juiz de Direito Substituto ABSTRACT ABSTRACT The present article deals with Criminology Science. It approaches the The present article deals with Criminology Science. It approaches the contributions and achievements of such science and the Restorative Justice and contributions and achievements of such science and the Restorative Justice and Therapeutic Justice models. It takes on consideration the principles of the Therapeutic Justice models. It takes on consideration the principles of the proportionality and of the reasonability in both application of the law by the proportionality and of the reasonability in both application of the law by the judging and elaboration of the text by the legislator in a way that one can reach a judging and elaboration of the text by the legislator in a way that one can reach a solution closer to the social reality. solution closer to the social reality. RESUMO RESUMO O presente artigo aborda a Ciência Criminologia. Ele enfoca as O presente artigo aborda a Ciência Criminologia. Ele enfoca as contribuições e conquistas de tal ciência e os modelos Justiça Restaurativa e Justiça contribuições e conquistas de tal ciência e os modelos Justiça Restaurativa e Justiça Terapêutica. Ele leva em consideração os princípios da proporcionalidade e da Terapêutica. Ele leva em consideração os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade em ambas, aplicação da lei pelo julgador e elaboração do texto pelo razoabilidade em ambas, aplicação da lei pelo julgador e elaboração do texto pelo legislador de forma a poder-se alcançar uma solução mais próxima da realidade legislador de forma a poder-se alcançar uma solução mais próxima da realidade social. social. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO O problema da criminalidade é um mau que nos O problema da criminalidade é um mau que nos constrange de longa data, tirando nosso sossego, trazendo constrange de longa data, tirando nosso sossego, trazendo insegurança e muitos outros aspectos negativos causadores insegurança e muitos outros aspectos negativos causadores de desagrado e infelicidade a todos aqueles que com ela de desagrado e infelicidade a todos aqueles que com ela convivem. convivem.

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PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DAPRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE NA ESFERA PENAL.RAZOABILIDADE NA ESFERA PENAL.

Contribuições das Ciências Penais e dos modelosContribuições das Ciências Penais e dos modelos de Justiça Restaurativa e Justiça Terapêutica parade Justiça Restaurativa e Justiça Terapêutica para

amenizar o dano social, reflexo da retributiva. amenizar o dano social, reflexo da retributiva.

Leandro da RosaLeandro da Rosa Ferreira Ferreira

Juiz de DireitoJuiz de Direito SubstitutoSubstituto

ABSTRACTABSTRACT

The present article deals with Criminology Science. ItThe present article deals with Criminology Science. It approaches the contributions and achievements of such science and theapproaches the contributions and achievements of such science and the Restorative Justice and Therapeutic Justice models. It takes onRestorative Justice and Therapeutic Justice models. It takes on consideration the principles of the proportionality and of the reasonabilityconsideration the principles of the proportionality and of the reasonability in both application of the law by the judging and elaboration of the textin both application of the law by the judging and elaboration of the text by the legislator in a way that one can reach a solution closer to theby the legislator in a way that one can reach a solution closer to the social reality. social reality.

RESUMO RESUMO

O presente artigo aborda a Ciência Criminologia. Ele enfocaO presente artigo aborda a Ciência Criminologia. Ele enfoca as contribuições e conquistas de tal ciência e os modelos Justiçaas contribuições e conquistas de tal ciência e os modelos Justiça Restaurativa e Justiça Terapêutica. Ele leva em consideração os princípiosRestaurativa e Justiça Terapêutica. Ele leva em consideração os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade em ambas, aplicação da lei peloda proporcionalidade e da razoabilidade em ambas, aplicação da lei pelo julgador e elaboração do texto pelo legislador de forma a poder-sejulgador e elaboração do texto pelo legislador de forma a poder-se alcançar uma solução mais próxima da realidade social.alcançar uma solução mais próxima da realidade social.

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

O problema da criminalidade é um mau que nosO problema da criminalidade é um mau que nos constrange de longa data, tirando nosso sossego, trazendoconstrange de longa data, tirando nosso sossego, trazendo insegurança e muitos outros aspectos negativos causadores deinsegurança e muitos outros aspectos negativos causadores de desagrado e infelicidade a todos aqueles que com ela convivem. desagrado e infelicidade a todos aqueles que com ela convivem.

Todavia, não basta reconhecer o quadro vigente; éTodavia, não basta reconhecer o quadro vigente; é preciso busca soluções e diagnósticos para refreá-la ou extingui-lapreciso busca soluções e diagnósticos para refreá-la ou extingui-la de nosso lar. Nessa batalha em busca de soluções surge a ciênciade nosso lar. Nessa batalha em busca de soluções surge a ciência da criminologia, contribuindo com seus esforços e conclusões, bemda criminologia, contribuindo com seus esforços e conclusões, bem assim modelos de Justiça no intuito de adequar a prestaçãoassim modelos de Justiça no intuito de adequar a prestação jurisdicional à realidade social.jurisdicional à realidade social.

O homem, cerceado do exercício dos direitosO homem, cerceado do exercício dos direitos elementares e fundamentais, junta-se em grupos e coletividadeselementares e fundamentais, junta-se em grupos e coletividades

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que têm suas próprias regras de convivência e dominação,que têm suas próprias regras de convivência e dominação, paralelas às leis do Estado, estabelecendo violento conflito. Nossoparalelas às leis do Estado, estabelecendo violento conflito. Nosso País parece estar navegando à deriva, entre ondas de corrupção,País parece estar navegando à deriva, entre ondas de corrupção, violência e propina. violência e propina.

Nesta batalha cruel, algumas pessoas se afogam, cadaNesta batalha cruel, algumas pessoas se afogam, cada vez mais, no mar da fome, da doença e do desemprego; outras sevez mais, no mar da fome, da doença e do desemprego; outras se cobrem de um manto fictício de impunidade, incompetência ecobrem de um manto fictício de impunidade, incompetência e indiferença frente ao estado lamentável vivenciado. Para ilustrar,indiferença frente ao estado lamentável vivenciado. Para ilustrar, Thomas Hobbes enfatiza: o estado de natureza avançaria eThomas Hobbes enfatiza: o estado de natureza avançaria e aniquilaria o estado de direito, ocasionando uma guerraaniquilaria o estado de direito, ocasionando uma guerra generalizada em que todos iriam contra todos. generalizada em que todos iriam contra todos.

O comportamento do homem há de estar emO comportamento do homem há de estar em conformidade com as normas regedoras de seu grupo social. Talconformidade com as normas regedoras de seu grupo social. Tal adequação constitui a ação orientada para as normas especiais,adequação constitui a ação orientada para as normas especiais, compreendida dentro dos limites de comportamento por elacompreendida dentro dos limites de comportamento por ela permitidos ou delimitados. O próprio homem não precisa conhecerpermitidos ou delimitados. O próprio homem não precisa conhecer as normas, explicitamente, o que seria difícil, mas, sim, aceitá-las,as normas, explicitamente, o que seria difícil, mas, sim, aceitá-las, implicitamente, em seus aspectos gerais. implicitamente, em seus aspectos gerais.

O especialista do Direito, almejando bons resultados deO especialista do Direito, almejando bons resultados de suas pesquisas, necessita tomar conhecimento da ciênciasuas pesquisas, necessita tomar conhecimento da ciência Criminologia, que, embora pouco divulgada, muito tem a colaborarCriminologia, que, embora pouco divulgada, muito tem a colaborar e esclarecer atitudes, na grande maioria, contestadas e reprovadase esclarecer atitudes, na grande maioria, contestadas e reprovadas pela sociedade. pela sociedade.

Nessa oportunidade, parece-me propício abordar aNessa oportunidade, parece-me propício abordar a correlação existente entre a criminalidade atual e as pesquisascorrelação existente entre a criminalidade atual e as pesquisas efetuadas até nossos dias pelos estudiosos da Criminologia. Alémefetuadas até nossos dias pelos estudiosos da Criminologia. Além disso, tenho o intento de revelar como essa ciência foi bosquejada,disso, tenho o intento de revelar como essa ciência foi bosquejada, como surgiu, quais os seus precursores, seus fundamentos,como surgiu, quais os seus precursores, seus fundamentos, objetivos e contribuições. Entretanto, o cunho é de valorizá-la,objetivos e contribuições. Entretanto, o cunho é de valorizá-la, mostrando sua importância, não desprezando, por certo, osmostrando sua importância, não desprezando, por certo, os avanços obtidos na prática jurisdicional.avanços obtidos na prática jurisdicional.

Até os remotos tempos não existiu sociedade sem oAté os remotos tempos não existiu sociedade sem o fenômeno da criminalidade, sempre em constante mutação, comfenômeno da criminalidade, sempre em constante mutação, com formas variadas e tonalidades em locais e épocas distintas,formas variadas e tonalidades em locais e épocas distintas, porquanto o homem sempre, de alguma forma, violou e violará osporquanto o homem sempre, de alguma forma, violou e violará os dispositivos legais, incorrendo nas penalidades estabelecidas à luzdispositivos legais, incorrendo nas penalidades estabelecidas à luz do princípio da legalidade estrita norteador do Direito Penal. Odo princípio da legalidade estrita norteador do Direito Penal. O crescimento da criminalidade deve-se não só ao aumento docrescimento da criminalidade deve-se não só ao aumento do número de ações criminosas, mas também à violência e ànúmero de ações criminosas, mas também à violência e à brutalidade. Atinge tanto as classes inferiores menos abastadas dabrutalidade. Atinge tanto as classes inferiores menos abastadas da população, quanto as sócio-econômicas mais elevadas,população, quanto as sócio-econômicas mais elevadas, aumentando em proporções assustadoras, na medida em que oaumentando em proporções assustadoras, na medida em que o desequilíbrio e o vácuo entre essas camadas sociais se acentuam. desequilíbrio e o vácuo entre essas camadas sociais se acentuam.

Haja vista esse fenômeno, cientistas e estudiososHaja vista esse fenômeno, cientistas e estudiosos buscam explicações para a conduta criminosa, ora através debuscam explicações para a conduta criminosa, ora através de teorias hipotéticas ou meras constatações retiradas dos fatosteorias hipotéticas ou meras constatações retiradas dos fatos concretos. Tais estudiosos têm perseguido as causas daconcretos. Tais estudiosos têm perseguido as causas da

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criminalidade avassaladora no desacerto social preponderante, nocriminalidade avassaladora no desacerto social preponderante, no avanço tecnológico, como fator de substituição da mão-de-obraavanço tecnológico, como fator de substituição da mão-de-obra pelo maquinário, na expectativa contínua de guerras e catástrofes,pelo maquinário, na expectativa contínua de guerras e catástrofes, nas mudanças políticas e econômicas, ao invés de se aterem anas mudanças políticas e econômicas, ao invés de se aterem a fatores como a concentração da miséria em certos locais, ofatores como a concentração da miséria em certos locais, o analfabetismo, aspectos indicativos de exclusão social, e ausênciaanalfabetismo, aspectos indicativos de exclusão social, e ausência de estrutura na família, célula da sociedade.de estrutura na família, célula da sociedade.

O delinqüente, num passando não tão distante, eraO delinqüente, num passando não tão distante, era visto como pervertido, egoísta ou desonesto, necessitando servisto como pervertido, egoísta ou desonesto, necessitando ser punido ou eliminado. Já, no presente, como alguém desajustado,punido ou eliminado. Já, no presente, como alguém desajustado, precisando, urgentemente, de tratamento, educação eprecisando, urgentemente, de tratamento, educação e ressocialização, por estar na situação de vítima da própriaressocialização, por estar na situação de vítima da própria sociedade, donde a necessidade de assistência. A maneira comosociedade, donde a necessidade de assistência. A maneira como tem sido encarado pelos integrantes das variadas sociedades étem sido encarado pelos integrantes das variadas sociedades é comprovada pela história da pena, a evolução filosófica quanto acomprovada pela história da pena, a evolução filosófica quanto a sua natureza, finalidade e fundamento. sua natureza, finalidade e fundamento.

Provas não faltam de que a sociedade almejou deProvas não faltam de que a sociedade almejou de alguma forma reprimir os crimes. Porém nessas investidas tornoualguma forma reprimir os crimes. Porém nessas investidas tornou favorável a repercussão de novos delitos, ainda mais bárbaros.favorável a repercussão de novos delitos, ainda mais bárbaros.

Apesar da complexidade da sociedade, resultanteApesar da complexidade da sociedade, resultante também do desenvolvimento tecnológico, o homem continua natambém do desenvolvimento tecnológico, o homem continua na sua corrida em busca dos meios de regular o comportamento dossua corrida em busca dos meios de regular o comportamento dos seus semelhantes e reprimir a inobservância aos preceitos e àsseus semelhantes e reprimir a inobservância aos preceitos e às normas disciplinadoras de seu habitat. Dentre as iniciativas,normas disciplinadoras de seu habitat. Dentre as iniciativas, escabroso tem sido para ele distinguir o que é normal, aceito,escabroso tem sido para ele distinguir o que é normal, aceito, daquilo que deve ser reprimido, levando-se em conta a nãodaquilo que deve ser reprimido, levando-se em conta a não aceitação social. aceitação social.

Com efeito, a dificuldade reside em definir o que éCom efeito, a dificuldade reside em definir o que é crime, visto que é considerado uma anormalidade. Daí a evoluçãocrime, visto que é considerado uma anormalidade. Daí a evolução de correntes doutrinárias pregando um direito penal mínimo, emde correntes doutrinárias pregando um direito penal mínimo, em vez de abrangente, ou seja, máximo. Como preconiza Francisco devez de abrangente, ou seja, máximo. Como preconiza Francisco de Assis Toledo, Assis Toledo, “o Direito Penal, por sua natureza fragmentária, só“o Direito Penal, por sua natureza fragmentária, só vai até onde seja necessário para a proteção do bem jurídico. Nãovai até onde seja necessário para a proteção do bem jurídico. Não deve ocupar-se de bagatelas”. deve ocupar-se de bagatelas”.

A própria lei pode não refletir o pensamento da maioriaA própria lei pode não refletir o pensamento da maioria das pessoas, mas, sim, de um pequeno grupo dominante, malgradodas pessoas, mas, sim, de um pequeno grupo dominante, malgrado o viés de espelhar o interesse público. o viés de espelhar o interesse público.

Por mais que a sociedade esteja bem organizada, oPor mais que a sociedade esteja bem organizada, o crime sempre estará presente, independentemente de suascrime sempre estará presente, independentemente de suas proporções. A essa idéia alia-se Manzanera em sua mais recenteproporções. A essa idéia alia-se Manzanera em sua mais recente obra sobre criminologia, apontando que a delinqüência nãoobra sobre criminologia, apontando que a delinqüência não desaparece; transforma-se, evolui no mundo atual, produzindodesaparece; transforma-se, evolui no mundo atual, produzindo novas formas de condutas anti-sociais e criminosas, desconhecidasnovas formas de condutas anti-sociais e criminosas, desconhecidas no passado. Tal é a ligação do crime à sociedade hodierna que seno passado. Tal é a ligação do crime à sociedade hodierna que se pode falar em um brocardo: “pode falar em um brocardo: “ubi societas, ib crimenubi societas, ib crimen”. Como bem”. Como bem ressalta Durkheim, ressalta Durkheim, “a criminalidade é um fenômeno normal, no“a criminalidade é um fenômeno normal, no sentido de que existe em todos os tipos de sociedade, revelando-sesentido de que existe em todos os tipos de sociedade, revelando-se

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intimamente relacionada com as condições de toda a vida coletiva,intimamente relacionada com as condições de toda a vida coletiva, de tal sorte que a sociedade sem crime é ‘totalmente impossível’”. de tal sorte que a sociedade sem crime é ‘totalmente impossível’”.

Nessa senda, imprescindível abordagem atual, partindoNessa senda, imprescindível abordagem atual, partindo de conhecimentos científicos e de modelos modernos de prestaçãode conhecimentos científicos e de modelos modernos de prestação jurisdicional, cujos resultados tenham sido favoráveis no sentido dejurisdicional, cujos resultados tenham sido favoráveis no sentido de amenizar os reflexos de uma Justiça estritamente retributiva.amenizar os reflexos de uma Justiça estritamente retributiva.

CRIMINOLOGIA. JUSTIÇA RESTAURATIVA. JUSTIÇACRIMINOLOGIA. JUSTIÇA RESTAURATIVA. JUSTIÇA TERAPÊUTICA. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DATERAPÊUTICA. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE COMO VETORES DE EQÜIDADE NA ELABORAÇÃO ERAZOABILIDADE COMO VETORES DE EQÜIDADE NA ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DA NORMA PENAL.APLICAÇÃO DA NORMA PENAL.

De Criminologia foi chamada pela primeira vez porDe Criminologia foi chamada pela primeira vez por Topinard, antropólogo, em 1879. Já Eurico Ferri usou a expressãoTopinard, antropólogo, em 1879. Já Eurico Ferri usou a expressão “sociologia criminal” para denominar a ciência incumbida de“sociologia criminal” para denominar a ciência incumbida de analisar, principalmente, as causas sociais da criminalidade.analisar, principalmente, as causas sociais da criminalidade.

A partir da década de 20, Lenz e Exner adotaram aA partir da década de 20, Lenz e Exner adotaram a referência de “biologia criminal” para ciência que abrangeria areferência de “biologia criminal” para ciência que abrangeria a Antropologia, a Psicologia e a Psicopatologia Criminal.Antropologia, a Psicologia e a Psicopatologia Criminal.

No entanto, prevaleceu a nomenclatura “Criminologia”,No entanto, prevaleceu a nomenclatura “Criminologia”, cujos principais precursores são Rey-Arrojo, Göppinger, Mergen,cujos principais precursores são Rey-Arrojo, Göppinger, Mergen, Pinatel, Ferracuti, Taylor, etc.Pinatel, Ferracuti, Taylor, etc.

No que tange à formação da palavra “Criminologia”,No que tange à formação da palavra “Criminologia”, constitui-se dos vocábulos: “constitui-se dos vocábulos: “KriminusKriminus”, significando “crime”, e”, significando “crime”, e ““LogosLogos”, “tratado”, perfazendo, em última análise, a ciência que”, “tratado”, perfazendo, em última análise, a ciência que estuda o crime. Possui método próprio e está vocacionada aoestuda o crime. Possui método próprio e está vocacionada ao estudo do fenômeno da criminalidade em sentido lato. Pode serestudo do fenômeno da criminalidade em sentido lato. Pode ser considerada uma ciência natural e humana em razão do objeto:considerada uma ciência natural e humana em razão do objeto: indivíduo criminoso.indivíduo criminoso.

Hoje possui sólido corpo doutrinário, aprimorado porHoje possui sólido corpo doutrinário, aprimorado por mais de um século de investigações. Diante disso, não podemosmais de um século de investigações. Diante disso, não podemos cair no erro de considerá-la uma ciência exata, pois é uma ciênciacair no erro de considerá-la uma ciência exata, pois é uma ciência empírica. Ensina Kaiser:empírica. Ensina Kaiser:

““Hay unimidade em afirmar que la criminologia es umaHay unimidade em afirmar que la criminologia es uma ciência empírica. También se la da opinion generalizada de que laciência empírica. También se la da opinion generalizada de que la criminologia se ocupa del crimen y del delincuente, así como delcriminologia se ocupa del crimen y del delincuente, así como del control del delito, em tanto em cuanto se trata de la ejecución decontrol del delito, em tanto em cuanto se trata de la ejecución de sanciones penales, de la prognosis y tratamiento del infractor”sanciones penales, de la prognosis y tratamiento del infractor” (Kaiser, p. 19).(Kaiser, p. 19).

De outra banda, apresenta-se, sensivelmente,De outra banda, apresenta-se, sensivelmente, interligada ao conteúdo normativo do Direito Penal, cujo objetivo éinterligada ao conteúdo normativo do Direito Penal, cujo objetivo é traçar as condutas psicossomáticas culpáveis que, portraçar as condutas psicossomáticas culpáveis que, por proporcionarem conseqüências anti-sociais, são proibidas e, deproporcionarem conseqüências anti-sociais, são proibidas e, de conseguinte, sancionadas. Logo, a coalizão é perceptível, masconseguinte, sancionadas. Logo, a coalizão é perceptível, mas

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conforme ensina Göppinger em sua lição, não há subordinação econforme ensina Göppinger em sua lição, não há subordinação e nem dependência da Criminologia com relação ao Direito Penal:nem dependência da Criminologia com relação ao Direito Penal:

“El concepto ‘delito’es extraordinariamente cambiante y“El concepto ‘delito’es extraordinariamente cambiante y complejo y puede ser definido de manera diferente, según lacomplejo y puede ser definido de manera diferente, según la posición que se mantenga...El que todo ello no pueda deducirseposición que se mantenga...El que todo ello no pueda deducirse um concepto unitario del delito al que pudiera orientarse de modoum concepto unitario del delito al que pudiera orientarse de modo exclusivo una Criminología científica basada em los hechos, es algoexclusivo una Criminología científica basada em los hechos, es algo obvio. Sin embargo, el crimen, em su significado originario comoobvio. Sin embargo, el crimen, em su significado originario como fenomeno jurídico (crf. Al respecto Hurwitz/Christiansen 68, 21 yfenomeno jurídico (crf. Al respecto Hurwitz/Christiansen 68, 21 y ss; Kaiser, 23 u ss; Leferenz, 67, 21; Mannheim 65, 22; Mezger 24,ss; Kaiser, 23 u ss; Leferenz, 67, 21; Mannheim 65, 22; Mezger 24, 3; Sauer 50, 1; Tappan, 64, 15 ys) (cuanto menos)debería ser el3; Sauer 50, 1; Tappan, 64, 15 ys) (cuanto menos)debería ser el punto de partida de la investigación criminológica. En el marco delpunto de partida de la investigación criminológica. En el marco del presente libro debe entenderse el concepto de delito de forma ‘nopresente libro debe entenderse el concepto de delito de forma ‘no técnica’ y no, según se deduce de la tripartición de los hechostécnica’ y no, según se deduce de la tripartición de los hechos penales en el Derecho alemán tradicional, como una acción penadapenales en el Derecho alemán tradicional, como una acción penada de forma particularmente severa. No existe um concepto dede forma particularmente severa. No existe um concepto de crimen con validez vigencia generales contenido identico. Ycrimen con validez vigencia generales contenido identico. Y tampoco puede existir, puesto que lo que se entiende comotampoco puede existir, puesto que lo que se entiende como ‘crimen’ permanece tan poço estable como el ‘criminal’dentro del‘crimen’ permanece tan poço estable como el ‘criminal’dentro del dessarollo social em lãs diversas comunidades. Ello bastaría yadessarollo social em lãs diversas comunidades. Ello bastaría ya para que una fijación de la Criminología sóllo en el delito no fuerapara que una fijación de la Criminología sóllo en el delito no fuera conveniente. Como el delito normativamente delitado, no es, sinconveniente. Como el delito normativamente delitado, no es, sin embargo, idéntico com el objeto de la Criminología, de ello no seembargo, idéntico com el objeto de la Criminología, de ello no se desprende ningún tipo de consecuencias.” (p.5)desprende ningún tipo de consecuencias.” (p.5)

Segundo Roque Brito, além de estudar fatos tipificadosSegundo Roque Brito, além de estudar fatos tipificados como crime, a Criminologia analisa fato ou condutas atípicas, nãocomo crime, a Criminologia analisa fato ou condutas atípicas, não puníveis, contudo anti-sociais, como o vício em drogas, opuníveis, contudo anti-sociais, como o vício em drogas, o alcoolismo, etc. Assim, abrange as condutas desviadasalcoolismo, etc. Assim, abrange as condutas desviadas culturalmente, anti-sociais, passíveis de serem consideradas comoculturalmente, anti-sociais, passíveis de serem consideradas como “estados criminógenos”. A propósito, arremata Würtenberger, ao“estados criminógenos”. A propósito, arremata Würtenberger, ao denominar delito não só a conduta contrária a lei ou assimdenominar delito não só a conduta contrária a lei ou assim considerada pela norma penal, embora vulnerando o princípio deconsiderada pela norma penal, embora vulnerando o princípio de legalidade estrita:legalidade estrita:

“Quindi, per la criminologia, il reatoo non é un qualsiasi fatto“Quindi, per la criminologia, il reatoo non é un qualsiasi fatto di tipo sociale o biopscicologico, commesso dal singolo, bensì undi tipo sociale o biopscicologico, commesso dal singolo, bensì un comportamento umano che la concezione ético-sociale di um certocomportamento umano che la concezione ético-sociale di um certo tempo ritiene conterene un elemento de disvalore e che vienetempo ritiene conterene un elemento de disvalore e che viene regolato normativamente come violazione del diritto nelleregolato normativamente come violazione del diritto nelle fattispecie contenute nel condice penale.”fattispecie contenute nel condice penale.”

O crime como um desvalor em razão de uma certa época eO crime como um desvalor em razão de uma certa época e de uma certa sociedade ou povo, objetivamente (não apenasde uma certa sociedade ou povo, objetivamente (não apenas normativamente) como um fato ou conduta contrária à concepçãonormativamente) como um fato ou conduta contrária à concepção ético-social de um povo em certa época, mais além da norma ouético-social de um povo em certa época, mais além da norma ou tipo penal, não sendo assim o delito somente aquilo que étipo penal, não sendo assim o delito somente aquilo que é contrário à lei ou que é considerado como tal pela norma penal. contrário à lei ou que é considerado como tal pela norma penal.

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No mais, constitui objeto da Criminologia o fenômenoNo mais, constitui objeto da Criminologia o fenômeno criminal. Assim, está inserido no mundo do real, do verificável, docriminal. Assim, está inserido no mundo do real, do verificável, do mensurável, mostrando-se imprescindível o juízo de valor. Omensurável, mostrando-se imprescindível o juízo de valor. O criminólogo pesquisa os dados e, por indução, chega a possíveiscriminólogo pesquisa os dados e, por indução, chega a possíveis conclusões. Porém, as hipóteses elaboradas são reforçadas pelaconclusões. Porém, as hipóteses elaboradas são reforçadas pela força dos fatos nos quais se baseia, atingindo assim persuasãoforça dos fatos nos quais se baseia, atingindo assim persuasão maior sobre argumentos de autoridade subjetivos. Logo, precisamaior sobre argumentos de autoridade subjetivos. Logo, precisa conhecer bem a realidade dos fatos para explicá-los.conhecer bem a realidade dos fatos para explicá-los.

No concernente aos objetivos, cabe questionar oNo concernente aos objetivos, cabe questionar o porquê da origem do crime, a etiologia criminal; “o quê”, “oporquê da origem do crime, a etiologia criminal; “o quê”, “o porquê” e o “como” da criminalidade; assinalar o modo deporquê” e o “como” da criminalidade; assinalar o modo de exteriorização do crime, formas de evitar a prática e reduzir aexteriorização do crime, formas de evitar a prática e reduzir a prática de delitos, donde a afirmação de ser uma ciência finalista.prática de delitos, donde a afirmação de ser uma ciência finalista. Ademais, é empírica, assumindo “caráter interdisciplinar”, no dizerAdemais, é empírica, assumindo “caráter interdisciplinar”, no dizer de Lopez Arrojo, Göppinger, Kaiser, Szabo e Roque de Brito Alves.de Lopez Arrojo, Göppinger, Kaiser, Szabo e Roque de Brito Alves. Isso porque se baseia na análise e na observação da realidade.Isso porque se baseia na análise e na observação da realidade. Tem como cunho estudar, experimentalmente, o crime; oTem como cunho estudar, experimentalmente, o crime; o criminoso, a conduta desviada e seu controle. Afora isso, ocriminoso, a conduta desviada e seu controle. Afora isso, o mencionado princípio interdisciplinar apresenta-se profundamentemencionado princípio interdisciplinar apresenta-se profundamente ligado ao estabelecimento da Criminologia como ciência autônoma,ligado ao estabelecimento da Criminologia como ciência autônoma, por abranger todas as causas, os aspectos da problemática geralpor abranger todas as causas, os aspectos da problemática geral da criminalidade, como vaticinam os doutrinadores Göppinger,da criminalidade, como vaticinam os doutrinadores Göppinger, Kaiser e Lopez Arrojo. Kaiser e Lopez Arrojo.

Em que pese a autonomia investigativa, Luiz FlávioEm que pese a autonomia investigativa, Luiz Flávio Gomes preconiza o abandono da postura isolacionista do DireitoGomes preconiza o abandono da postura isolacionista do Direito Penal, com conteúdo normativo e legal, ao argumento de não sePenal, com conteúdo normativo e legal, ao argumento de não se poder deixar de lado a Política Criminal, eminentementepoder deixar de lado a Política Criminal, eminentemente decisionista, impondo-se a interação delas com a Criminologia,decisionista, impondo-se a interação delas com a Criminologia, empírica e interdisciplinar.empírica e interdisciplinar.

Na tentativa de definir o que seria a ciência daNa tentativa de definir o que seria a ciência da Criminologia, Kaiser sustenta: Criminologia, Kaiser sustenta: “É a totalidade ordenada“É a totalidade ordenada (sistematizada) do saber empírico sobre o crime, o criminoso, a(sistematizada) do saber empírico sobre o crime, o criminoso, a conduta anti-social e o seu controle”conduta anti-social e o seu controle”..

Por sua vez, Pinatel faz menção nos seguintes termos:Por sua vez, Pinatel faz menção nos seguintes termos:

“In Sociéte Criminogéne, ed. 1971 – que a Criminologia,“In Sociéte Criminogéne, ed. 1971 – que a Criminologia, ‘como ciência do fenômeno criminal’, é uma ciência complexa que‘como ciência do fenômeno criminal’, é uma ciência complexa que se apoiaria sobre várias disciplinas (Sociologia, Psicologia, Ciênciase apoiaria sobre várias disciplinas (Sociologia, Psicologia, Ciência Jurídica, etc.) desenvolvendo-se três planos: a) o do crime; b) o doJurídica, etc.) desenvolvendo-se três planos: a) o do crime; b) o do criminoso; c) o da delinqüência. O primeiro estuda o ato criminoso,criminoso; c) o da delinqüência. O primeiro estuda o ato criminoso, isolando-se na vida do indivíduo, considerando-o como um episódioisolando-se na vida do indivíduo, considerando-o como um episódio que tem início, desenvolvimento e fim; no segundo, postula oque tem início, desenvolvimento e fim; no segundo, postula o estudo individual das características dos autores criminosos e dasestudo individual das características dos autores criminosos e das causas que influenciaram a formação e a evolução de suascausas que influenciaram a formação e a evolução de suas personalidade; no terceiro, encontra-se o conjunto de atospersonalidade; no terceiro, encontra-se o conjunto de atos delituosos que se produzem em um tempo e local certos.”delituosos que se produzem em um tempo e local certos.”

Com o viés de esclarecer o conteúdo dessa ciência,Com o viés de esclarecer o conteúdo dessa ciência, Göppinger marca sua participação definindo:Göppinger marca sua participação definindo:

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“É uma ciência empírica e interdisciplinar, ocupando-se das“É uma ciência empírica e interdisciplinar, ocupando-se das circunstâncias da esfera social e humana, relacionadas com ocircunstâncias da esfera social e humana, relacionadas com o nascimento, a prática e a prevenção do crime, assim como onascimento, a prática e a prevenção do crime, assim como o tratamento dos criminosos. Como ciência empírica do homem natratamento dos criminosos. Como ciência empírica do homem na ordem social, a Criminologia está relacionada como a Medicina –ordem social, a Criminologia está relacionada como a Medicina – particularmente com a Psiquiatria – com a Psicologia e Sociologia.”particularmente com a Psiquiatria – com a Psicologia e Sociologia.”

Todavia, não basta a definição elaborada porTodavia, não basta a definição elaborada por Göppinger. A Criminologia nutre-se dos conhecimentos e dos meiosGöppinger. A Criminologia nutre-se dos conhecimentos e dos meios de pesquisa de disciplinas como Estatística Criminal, Medicinade pesquisa de disciplinas como Estatística Criminal, Medicina Legal, Ética, Psicanálise, Biologia, Psiquiatria, Penitencialismo,Legal, Ética, Psicanálise, Biologia, Psiquiatria, Penitencialismo, Política Técnica e Científica e Antropologia, para melhorPolítica Técnica e Científica e Antropologia, para melhor fundamentar seus estudos e conclusões. E o progresso de cadafundamentar seus estudos e conclusões. E o progresso de cada uma dessas disciplinas obriga a Criminologia a adaptar-seuma dessas disciplinas obriga a Criminologia a adaptar-se constantemente aos novos conhecimentos e conquistas científicas.constantemente aos novos conhecimentos e conquistas científicas.

A esta corrente, que sustenta a dependência daA esta corrente, que sustenta a dependência da Criminologia em relação a outras disciplinas, Szabo alia-se,Criminologia em relação a outras disciplinas, Szabo alia-se, manifestando:manifestando:

“É uma ciência de síntese, no sentido de que outras“É uma ciência de síntese, no sentido de que outras disciplinas constituem seu objeto material e seu objeto formal édisciplinas constituem seu objeto material e seu objeto formal é constituído com a ajuda dos elementos essenciais de taisconstituído com a ajuda dos elementos essenciais de tais disciplinas auxiliares e, para atingir os seus objetivos verdadeirosdisciplinas auxiliares e, para atingir os seus objetivos verdadeiros ou próprios, a Criminologia apoiar-se-á em disciplinasou próprios, a Criminologia apoiar-se-á em disciplinas fundamentais – como Antropologia, Psiquiatria, Sociologia Criminal,fundamentais – como Antropologia, Psiquiatria, Sociologia Criminal, Estatística, etc. e em disciplinas aplicadas – como a Criminalística,Estatística, etc. e em disciplinas aplicadas – como a Criminalística, a Penologia (ou Ciência Penitenciária), o Direito Penal, a Medicinaa Penologia (ou Ciência Penitenciária), o Direito Penal, a Medicina Legal, a Psicologia Judiciária, etc.”Legal, a Psicologia Judiciária, etc.”

Já o estudioso João Farias não segue essa linha deJá o estudioso João Farias não segue essa linha de entendimento. Convola da idéia de que a Criminologia não tem umentendimento. Convola da idéia de que a Criminologia não tem um objeto definido, ponderando:objeto definido, ponderando:

“A Criminologia é uma ciência porque satisfaz os requisitos“A Criminologia é uma ciência porque satisfaz os requisitos da Epistemologia, uma vez que não tem objeto específico, que é oda Epistemologia, uma vez que não tem objeto específico, que é o homem criminoso e a criminalidade; usa método próprio, que é ohomem criminoso e a criminalidade; usa método próprio, que é o indutivo, partindo de impulsos exógenos, e se vale da História, daindutivo, partindo de impulsos exógenos, e se vale da História, da Estatística, da Sociologia, da Biologia e demais ciências humanas eEstatística, da Sociologia, da Biologia e demais ciências humanas e sociais para chegar às conclusões particulares sobre as razões desociais para chegar às conclusões particulares sobre as razões de ser da personalidade do criminoso e das circunstâncias do crime.”ser da personalidade do criminoso e das circunstâncias do crime.”

No entanto, há outros pensadores que insistem naNo entanto, há outros pensadores que insistem na premissa de o crime não constituir objeto da Criminologia, mas,premissa de o crime não constituir objeto da Criminologia, mas, sim, o homem criminoso. Esse agente deve ser estudado na suasim, o homem criminoso. Esse agente deve ser estudado na sua personalidade e motivos pelos quais age como delinqüente,personalidade e motivos pelos quais age como delinqüente, visando a descobrir soluções para conter a perpetuação dos delitos.visando a descobrir soluções para conter a perpetuação dos delitos.

A par disso, são funções da Criminologia: a) informar àA par disso, são funções da Criminologia: a) informar à sociedade e aos poderes públicos sobre o delito, o delinqüente, asociedade e aos poderes públicos sobre o delito, o delinqüente, a vítima e o controle social, reunindo um núcleo de conhecimentosvítima e o controle social, reunindo um núcleo de conhecimentos

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que permita compreender, cientificamente, o problema criminal,que permita compreender, cientificamente, o problema criminal, prevenindo e intervindo de modo positivo e eficaz no homemprevenindo e intervindo de modo positivo e eficaz no homem delinqüente; b) servir como central de informações sobre o crimedelinqüente; b) servir como central de informações sobre o crime ((ClearingClearing), fonte dinâmica de informações; c) buscar critérios e), fonte dinâmica de informações; c) buscar critérios e soluções para os problemas sociais relacionados com asoluções para os problemas sociais relacionados com a criminalidade; d) formular impecáveis modelos explicativos sobre ocriminalidade; d) formular impecáveis modelos explicativos sobre o comportamento criminal; e e) prevenir, de forma eficaz, os delitos.comportamento criminal; e e) prevenir, de forma eficaz, os delitos.

Dentre as funções discriminadas, sobreleva a última. ADentre as funções discriminadas, sobreleva a última. A prevenção não se dá somente contramotivando o infrator potencialprevenção não se dá somente contramotivando o infrator potencial com a ameaça do castigo, contraestimulando-o psicologicamente,com a ameaça do castigo, contraestimulando-o psicologicamente, senão de outras maneiras, apoiando-se em programas que atuamsenão de outras maneiras, apoiando-se em programas que atuam em vários componentes do seletivo fenômeno criminal comoem vários componentes do seletivo fenômeno criminal como espaço físico, o clima social, as condições ambientais, osespaço físico, o clima social, as condições ambientais, os agrupamentos de pessoas que podem ser alvos de delitos, aagrupamentos de pessoas que podem ser alvos de delitos, a própria população punida, etc. Por esse caminho, a Criminologiaprópria população punida, etc. Por esse caminho, a Criminologia pode contribuir com informações de grande utilidade e, sempode contribuir com informações de grande utilidade e, sem dúvida, necessárias para que o homem sofra intervenção.dúvida, necessárias para que o homem sofra intervenção.

Além das ciências enumeradas por João Farias Júnior,Além das ciências enumeradas por João Farias Júnior, Szabo e Göppinger, há outra que tem íntima ligação com aSzabo e Göppinger, há outra que tem íntima ligação com a Criminologia: a Vitimologia, incumbida de estudar a relação vítima-Criminologia: a Vitimologia, incumbida de estudar a relação vítima-criminoso no fenômeno da criminalidade hodierna. Seus adeptoscriminoso no fenômeno da criminalidade hodierna. Seus adeptos alegam que a Criminologia preocupa-se exclusivamente com oalegam que a Criminologia preocupa-se exclusivamente com o delinqüente, desconsiderando a participação do sujeito passivo nodelinqüente, desconsiderando a participação do sujeito passivo no fato delituoso – a vítima. Diante disso, houve a necessidade de sefato delituoso – a vítima. Diante disso, houve a necessidade de se criar uma ciência encarregada de enfatizar a vítima, comocriar uma ciência encarregada de enfatizar a vítima, como causadora e eventual provocadora da conduta exteriorizada pelocausadora e eventual provocadora da conduta exteriorizada pelo criminoso.criminoso.

Assim como na Criminologia devia-se analisar aAssim como na Criminologia devia-se analisar a personalidade do delinqüente, vê-se a necessidade de descobrirpersonalidade do delinqüente, vê-se a necessidade de descobrir algo sobre a personalidade da vítima, na sua profundeza ealgo sobre a personalidade da vítima, na sua profundeza e completude, levando-se em questão os caracteres biológicos,completude, levando-se em questão os caracteres biológicos, psicológicos e sociológicos, individualmente, tendo em vista,psicológicos e sociológicos, individualmente, tendo em vista, evidentemente, a relação que a ela tem com o mundo. Porém tantoevidentemente, a relação que a ela tem com o mundo. Porém tanto o delinqüente quanto a vítima devem ser analisados, visto que sãoo delinqüente quanto a vítima devem ser analisados, visto que são sujeitos de um fato reprovável pela sociedade.sujeitos de um fato reprovável pela sociedade.

Aliás, a moderna Criminologia possui, dentre suasAliás, a moderna Criminologia possui, dentre suas destacadas características, o fato de seu objeto sofrer progressivadestacadas características, o fato de seu objeto sofrer progressiva ampliação e mostrar-se bastante problemático. A razão disso estáampliação e mostrar-se bastante problemático. A razão disso está no fato de as investigações criminológicas tradicionaisno fato de as investigações criminológicas tradicionais concentrarem atenção no delinqüente e no delito, considerando,concentrarem atenção no delinqüente e no delito, considerando, ainda, os chamados estados criminógenos. Porém, já num estágioainda, os chamados estados criminógenos. Porém, já num estágio mais avançado do estudo, descobriu-se o papel da vítima, tambémmais avançado do estudo, descobriu-se o papel da vítima, também ligada ao delito. Assim, o interesse está, por exemplo, emligada ao delito. Assim, o interesse está, por exemplo, em desvendar as funções desempenhadas no ilícito penal comodesvendar as funções desempenhadas no ilícito penal como indicador da efetividade do controle social, sua volumosidade,indicador da efetividade do controle social, sua volumosidade, estrutura e movimento, como se tem mostrado distribuída aestrutura e movimento, como se tem mostrado distribuída a criminalidade entre os diferentes estratos sociais, etc. criminalidade entre os diferentes estratos sociais, etc.

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E com o escopo de mais restaurar o trauma emocionalE com o escopo de mais restaurar o trauma emocional – os sentimentos e relacionamentos positivos, reduzindo o impacto– os sentimentos e relacionamentos positivos, reduzindo o impacto dos crimes sobre os cidadãos que diminuir a criminalidade, surgiu ados crimes sobre os cidadãos que diminuir a criminalidade, surgiu a denominada Justiça Restaurativa, desenvolvida a partir de práticasdenominada Justiça Restaurativa, desenvolvida a partir de práticas restaurativas, na Nova Zelândia, em 1995, modelo inspirado emrestaurativas, na Nova Zelândia, em 1995, modelo inspirado em costumes aborígenes Maoris e adotado no sistema de Justiça dacostumes aborígenes Maoris e adotado no sistema de Justiça da Infância e da Juventude. Tem o viés de restaurar osInfância e da Juventude. Tem o viés de restaurar os relacionamentos, em vez de simplesmente punir o delinqüenterelacionamentos, em vez de simplesmente punir o delinqüente ante a definição de sua culpabilidade. No controle da criminalidadeante a definição de sua culpabilidade. No controle da criminalidade passa a comunidade a ter papel relevante de facilitadora dopassa a comunidade a ter papel relevante de facilitadora do processo restaurativo, considerando a ruptura do tecido social pelaprocesso restaurativo, considerando a ruptura do tecido social pela violação da normal penal. violação da normal penal.

No contraponto à Justiça Retributiva, preconiza EduardoNo contraponto à Justiça Retributiva, preconiza Eduardo Rezende Melo, pretende desbarbarizar a resposta coercitiva eRezende Melo, pretende desbarbarizar a resposta coercitiva e punitiva, voltando-se ao estabelecimento de compromissos sobrepunitiva, voltando-se ao estabelecimento de compromissos sobre aquilo que se pode viver e como se pode viver, ou seja, a umaquilo que se pode viver e como se pode viver, ou seja, a um acertamento entre as pessoas que se sentem violadas eacertamento entre as pessoas que se sentem violadas e violentadas, ressentidas, tanto pela violência concreta como porviolentadas, ressentidas, tanto pela violência concreta como por outra, simbólica, mas igualmente potente. A vítima, então, deixa deoutra, simbólica, mas igualmente potente. A vítima, então, deixa de ser simples meio de prova, atuando indiretamente na busca daser simples meio de prova, atuando indiretamente na busca da verdade real, para assumir papel de protagonista do processo deverdade real, para assumir papel de protagonista do processo de mudança do comportamento, mormente solução dos problemasmudança do comportamento, mormente solução dos problemas ensejados pelo crime. ensejados pelo crime.

A partir do novo modelo, conforme ensina MarianaA partir do novo modelo, conforme ensina Mariana Maraccolo, mestre em Direitos Humanos pela Universidade deMaraccolo, mestre em Direitos Humanos pela Universidade de Nottingam (Inglaterra), em tese desenvolvida sobre a JustiçaNottingam (Inglaterra), em tese desenvolvida sobre a Justiça Restaurativa, o infrator não deixa de ser responsabilizado peloRestaurativa, o infrator não deixa de ser responsabilizado pelo dano, porém isso é feito sem estigmatizá-lo, preservando suadano, porém isso é feito sem estigmatizá-lo, preservando sua dignidade. Logo, prestigia-se o diálogo e a negociação, afastandodignidade. Logo, prestigia-se o diálogo e a negociação, afastando laços de hostilidade entre a vítima e o infrator renitentes mesmolaços de hostilidade entre a vítima e o infrator renitentes mesmo após a punição pelo Estado. após a punição pelo Estado.

Baseia-se, de conseguinte, num procedimento deBaseia-se, de conseguinte, num procedimento de consenso, estritamente voluntário, segundo Renato Sócratesconsenso, estritamente voluntário, segundo Renato Sócrates Gomes Pinto, possível no Brasil, haja vista a introdução de normasGomes Pinto, possível no Brasil, haja vista a introdução de normas no ordenamento jurídico recomendando modelo restaurativo comono ordenamento jurídico recomendando modelo restaurativo como a Lei na Lei noo 9.099/95, a Lei n 9.099/95, a Lei noo 8.069/90 (Estatuto da Criança e do 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e a Lei nAdolescente) e a Lei noo 10.741/2003 (Estatuto do Idoso). No País, 10.741/2003 (Estatuto do Idoso). No País, notadamente no Estado do Rio Grande do Sul, especialista nonotadamente no Estado do Rio Grande do Sul, especialista no assunto é o Juiz de Direito Titular da 3ª Vara da Infância e daassunto é o Juiz de Direito Titular da 3ª Vara da Infância e da Juventude de Porto Alegre, Dr. Leoberto Narciso Brancher,Juventude de Porto Alegre, Dr. Leoberto Narciso Brancher, adotando na jurisdição dito modelo complementar de políticaadotando na jurisdição dito modelo complementar de política criminal. criminal.

Ademais, dito modelo vem recebendo adesão tambémAdemais, dito modelo vem recebendo adesão também na Superior Instância, como se infere do voto da lavra do eminentena Superior Instância, como se infere do voto da lavra do eminente Desembargador Desembargador Marco Antônio Bandeira Scapini, integrante da 6ªMarco Antônio Bandeira Scapini, integrante da 6ª Câmara Criminal do TJRS, quando do julgamento do Câmara Criminal do TJRS, quando do julgamento do Hábeas CorpusHábeas Corpus nno o 70008308967, cuja ordem foi concedida: 70008308967, cuja ordem foi concedida: “Habeas Corpus.“Habeas Corpus.

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Execução Penal. Paciente afetado pelo efeito associado de drogasExecução Penal. Paciente afetado pelo efeito associado de drogas (álcool, maconha, cocaína e crack), desde antes da condenação(álcool, maconha, cocaína e crack), desde antes da condenação criminal. Situação agravada no albergue. Pedido de internação emcriminal. Situação agravada no albergue. Pedido de internação em instituição de recuperação de dependentes químicos.instituição de recuperação de dependentes químicos. Indeferimento e expedição de mandado de prisão. Coação ilegalIndeferimento e expedição de mandado de prisão. Coação ilegal configurada. Aplicação dos arts. 115, I, e 117, II, da LEP. Opçãoconfigurada. Aplicação dos arts. 115, I, e 117, II, da LEP. Opção pela Justiça Restaurativa. ‘Quando um crime é cometido, nóspela Justiça Restaurativa. ‘Quando um crime é cometido, nós assumimos que a coisa mais importante que pode acontecer éassumimos que a coisa mais importante que pode acontecer é estabelecer a culpa. Este é o ponto focal de todo o processoestabelecer a culpa. Este é o ponto focal de todo o processo criminal: estabelecer quem praticou o crime. Sua preocupação,criminal: estabelecer quem praticou o crime. Sua preocupação, então, é com o passado, não com o futuro. Outra afirmação queentão, é com o passado, não com o futuro. Outra afirmação que incorporamos é que as pessoas devem ter aquilo que merecem;incorporamos é que as pessoas devem ter aquilo que merecem; todos devem receber as conseqüências dos seus atos... e o quetodos devem receber as conseqüências dos seus atos... e o que merecem é a dor. A lei penal poderia ser mais honestamentemerecem é a dor. A lei penal poderia ser mais honestamente chamada de ‘lei da dor” porque, em essência, esse é um sistemachamada de ‘lei da dor” porque, em essência, esse é um sistema que impõe medidas de dor.’ que impõe medidas de dor.’ zzehr, h. (2003), “ehr, h. (2003), “retributive justice,retributive justice, restorative justicerestorative justice” ” in gerry johstone (ed.) ‘a restorative justicein gerry johstone (ed.) ‘a restorative justice reader’, cullompton, willan publishing, p.71. Ordem concedidareader’, cullompton, willan publishing, p.71. Ordem concedida”.”.

Na esteira vem a Justiça Terapêutica, evoluindo-se deNa esteira vem a Justiça Terapêutica, evoluindo-se de um processo punitivo para processos terapêutico e pedagógico noum processo punitivo para processos terapêutico e pedagógico no intuito de intuito de reduzir os danos físicos e sociais, individuais e coletivosreduzir os danos físicos e sociais, individuais e coletivos causados pelo uso de drogas.causados pelo uso de drogas.

Não seria a descriminalização, mas, sim, penaNão seria a descriminalização, mas, sim, pena consistente no tratamento do usuário, visando a sua recuperação.consistente no tratamento do usuário, visando a sua recuperação. Afigura-se desarrazoado seu recolhimento aos presídios e àsAfigura-se desarrazoado seu recolhimento aos presídios e às penitenciárias, notoriamente superlotadas, viabilizando o efeitopenitenciárias, notoriamente superlotadas, viabilizando o efeito prisionização - consistente na incorporação de maus hábitos eprisionização - consistente na incorporação de maus hábitos e valores, em essência, já arraigados por infratores com longovalores, em essência, já arraigados por infratores com longo histórico criminal - quando, embora infringindo a lei, o usuário dehistórico criminal - quando, embora infringindo a lei, o usuário de drogas não agrediu a sociedade de forma tão violenta a justificar adrogas não agrediu a sociedade de forma tão violenta a justificar a pena privativa de liberdade. pena privativa de liberdade.

De outra banda, a aplicação desse modelo à área daDe outra banda, a aplicação desse modelo à área da infância e da juventude tem-se mostrado eficaz, reduzindoinfância e da juventude tem-se mostrado eficaz, reduzindo sobremaneira a reincidência e dano social decorrente dosobremaneira a reincidência e dano social decorrente do encarceramento, conforme Marlat, medidas já introduzidas emencarceramento, conforme Marlat, medidas já introduzidas em países como Estados Unidos da América do Norte, Canadá,países como Estados Unidos da América do Norte, Canadá, Austrália, Inglaterra, Irlanda, Holanda e Espanha.Austrália, Inglaterra, Irlanda, Holanda e Espanha.

No entender de Ricardo de Oliveira Silva, Procurador deNo entender de Ricardo de Oliveira Silva, Procurador de Justiça do MP/RS e Presidente da ANJT, o modelo diz com propostaJustiça do MP/RS e Presidente da ANJT, o modelo diz com proposta na qual a legislação há de ser cumprida harmonicamente comna qual a legislação há de ser cumprida harmonicamente com medidas sociais e tratamento às pessoas que praticam crimes cujomedidas sociais e tratamento às pessoas que praticam crimes cujo componente drogas, no sentido lato, esteja presente. componente drogas, no sentido lato, esteja presente.

A propósito, o Estatuto da Criança e do AdolescenteA propósito, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevêprevê no artigo 112, inciso VII, a possibilidade de aplicação como no artigo 112, inciso VII, a possibilidade de aplicação como medidas sócio-educativas das medidas protetivas discriminadas nomedidas sócio-educativas das medidas protetivas discriminadas no artigo 101, cujos incisos V e VII, dispõem acerca do tratamento deartigo 101, cujos incisos V e VII, dispõem acerca do tratamento de alcoólatras e de toxicômanos, surgindo daí o substrato legal paraalcoólatras e de toxicômanos, surgindo daí o substrato legal para

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uma aplicação genérica de tratamento igualmente aos adultos.uma aplicação genérica de tratamento igualmente aos adultos. Aliás, o Tribunal de Justiça do RS já se manifestou no sentido daAliás, o Tribunal de Justiça do RS já se manifestou no sentido da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitossubstituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos de prestação de serviços em associações, preferencialmente, em sede prestação de serviços em associações, preferencialmente, em se tratando de condenado dependente de cocaína, haja vista a nãotratando de condenado dependente de cocaína, haja vista a não implementação, à época do julgamento, do modelo de Justiçaimplementação, à época do julgamento, do modelo de Justiça Terapêutica no Estado do Rio Grande do Sul (Apelação Crime nTerapêutica no Estado do Rio Grande do Sul (Apelação Crime noo

70003798576, Desembargadora Elba Aparecida Nicolli Bastos, jul.70003798576, Desembargadora Elba Aparecida Nicolli Bastos, jul. 24/04/2002). 24/04/2002).

Contudo, em decisão mais recente, reconheceu o direitoContudo, em decisão mais recente, reconheceu o direito do infrator, usuário de drogas, a acompanhamento especializado,do infrator, usuário de drogas, a acompanhamento especializado, durante o cumprimento da pena, visando à desintoxicação -durante o cumprimento da pena, visando à desintoxicação - segundo o modelo de Justiça Terapêutica implantado no Rio Grandesegundo o modelo de Justiça Terapêutica implantado no Rio Grande do Sul por iniciativa do Ministério Público - embora a dependênciado Sul por iniciativa do Ministério Público - embora a dependência não guardasse causalidade com a prática do delito (Apelação Crimenão guardasse causalidade com a prática do delito (Apelação Crime nº 70002654143, Dr. Umberto Guaspari Sudbrack, jul. 09/10/2002).nº 70002654143, Dr. Umberto Guaspari Sudbrack, jul. 09/10/2002).

Conquanto, em certos casos, o tratamento penal devaConquanto, em certos casos, o tratamento penal deva ser mais curativo que repressor, em outros, impõe-se medidasser mais curativo que repressor, em outros, impõe-se medidas enérgicas, com planejamento, controle e prevenção para refrear aenérgicas, com planejamento, controle e prevenção para refrear a criminalidade. É o caso do crime organizado, fenômeno sentidocriminalidade. É o caso do crime organizado, fenômeno sentido desde a massificação da imigração européia, notadamente dedesde a massificação da imigração européia, notadamente de italianos e irlandeses, ao continente americano, perceptível a partiritalianos e irlandeses, ao continente americano, perceptível a partir da ação de gângsteres nos Estados Unidos, importando modelosda ação de gângsteres nos Estados Unidos, importando modelos criminosos para o novo continente. criminosos para o novo continente.

Com efeito, no Brasil, foi promulgada a Lei nCom efeito, no Brasil, foi promulgada a Lei noo 9.034, de 9.034, de 03 de maio de 1995, conhecida por Lei de Combate ao Crime03 de maio de 1995, conhecida por Lei de Combate ao Crime Organizado, prevendo normas de adjetivas e subjetivas paraOrganizado, prevendo normas de adjetivas e subjetivas para viabilizar a desarticulação das organizações criminosas medianteviabilizar a desarticulação das organizações criminosas mediante procedimento investigatório específico e criterioso. Não bastasse, noprocedimento investigatório específico e criterioso. Não bastasse, no art. 10, previu o regime inicial fechado, autorizando a progressão,art. 10, previu o regime inicial fechado, autorizando a progressão, donde, para alguns julgadores, teria revogado o art. 2donde, para alguns julgadores, teria revogado o art. 2oo, , §1º, da Lei§1º, da Lei dos Crimes Hediondos (Apelação Crime nº 70007200330, Oitavados Crimes Hediondos (Apelação Crime nº 70007200330, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: TupinambáCâmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Tupinambá Pinto de Azevedo, jul. 18/02/2004), enquanto, para outros, estariaPinto de Azevedo, jul. 18/02/2004), enquanto, para outros, estaria vedada a progressão, persistindo o regime integral fechado para osvedada a progressão, persistindo o regime integral fechado para os crimes hediondos (Apelação Crime nº 70012957809, 3ª Câmaracrimes hediondos (Apelação Crime nº 70012957809, 3ª Câmara Criminal, TJRS, Relator: Danúbio Edon Franco, jul. 15/12/2005). OCriminal, TJRS, Relator: Danúbio Edon Franco, jul. 15/12/2005). O impasse apenas restou solvido com a edição da Súmula 698 pelaimpasse apenas restou solvido com a edição da Súmula 698 pela Suprema Corte não estendendo aos demais crimes hediondos aSuprema Corte não estendendo aos demais crimes hediondos a admissibilidade de progressão no regime de execução da penaadmissibilidade de progressão no regime de execução da pena aplicada ao delito de tortura.aplicada ao delito de tortura.

Nesse passo, a concepção repressora deve-se aoNesse passo, a concepção repressora deve-se ao caráter transnacional do crime organizado, porquanto não respeitacaráter transnacional do crime organizado, porquanto não respeita fronteiras, apresentando características similares em váriasfronteiras, apresentando características similares em várias nações. Por concentrar poder, com base em estratégia global,nações. Por concentrar poder, com base em estratégia global, nutre-se de fraquezas estruturais do sistema penal. Donde, a todanutre-se de fraquezas estruturais do sistema penal. Donde, a toda

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a evidência, o dano social assume vulto, dada à grande facilidadea evidência, o dano social assume vulto, dada à grande facilidade de expansão, atingindo vítimas determinadas e difusas. de expansão, atingindo vítimas determinadas e difusas.

No caso, verifica-se divisão exaustiva de tarefas comNo caso, verifica-se divisão exaustiva de tarefas com profissionalismo. Além disso, não raras vezes, a organizaçãoprofissionalismo. Além disso, não raras vezes, a organização criminosa, como o próprio nome sugere, dispõe de meioscriminosa, como o próprio nome sugere, dispõe de meios instrumentais de moderna tecnologia e vale-se de esquema deinstrumentais de moderna tecnologia e vale-se de esquema de conexões com outros grupos delinqüenciais e de uma rede deconexões com outros grupos delinqüenciais e de uma rede de ligações com os quadros oficiais da vida social, econômica eligações com os quadros oficiais da vida social, econômica e política da comunidade. Malgrado não se olvide da divergênciapolítica da comunidade. Malgrado não se olvide da divergência sobre o conceito de crime organizado, possível é que quadrilhas ousobre o conceito de crime organizado, possível é que quadrilhas ou bandos possam evoluir a tanto, quando estáveis e permanentes.bandos possam evoluir a tanto, quando estáveis e permanentes. Daí por que o tratamento diferenciado para evitar a ramificação.Daí por que o tratamento diferenciado para evitar a ramificação.

A propósito, distingue Juary C. Silva, afirmando existirA propósito, distingue Juary C. Silva, afirmando existir uma criminalidade tradicional, microcriminalidade, consistente nauma criminalidade tradicional, microcriminalidade, consistente na ação isolada de um agente e de um grupo em concurso, semação isolada de um agente e de um grupo em concurso, sem habitualidade e estabilidade, e outra mais avançada,habitualidade e estabilidade, e outra mais avançada, macrocriminalidade, revestida de características como empresarial,macrocriminalidade, revestida de características como empresarial, hierárquica e gerencial, abrangendo, assim, o crime organizado,hierárquica e gerencial, abrangendo, assim, o crime organizado, Esse não se resume às formas notórias como extorsão medianteEsse não se resume às formas notórias como extorsão mediante seqüestro, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, mas apresentaseqüestro, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, mas apresenta forma mais recente, fruto também do avanço tecnológico, como aforma mais recente, fruto também do avanço tecnológico, como a pirataria. A repressão há de ser mediante rápida e eficientepirataria. A repressão há de ser mediante rápida e eficiente aplicação da lei penal, porquanto, segundo Beccaria, aplicação da lei penal, porquanto, segundo Beccaria, “não é o rigor“não é o rigor do suplício que previne os crimes com mais segurança, mas ado suplício que previne os crimes com mais segurança, mas a certeza do castigo. (...) A perspectiva de um castigo moderado,certeza do castigo. (...) A perspectiva de um castigo moderado, mas inevitável, causará sempre uma forte impressão mais forte domas inevitável, causará sempre uma forte impressão mais forte do que o vago temor de um suplício terrível, em relação ao qual seque o vago temor de um suplício terrível, em relação ao qual se apresenta alguma esperança de impunidade”. apresenta alguma esperança de impunidade”. Diverso, aliás, não éDiverso, aliás, não é o entendimento de Luiz Flávio Gomes.o entendimento de Luiz Flávio Gomes.

Nesse quadro, sobrelevam os princípios daNesse quadro, sobrelevam os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade também na esfera criminal.proporcionalidade e da razoabilidade também na esfera criminal. Como bem ensina Humberto Ávila, o primeiro diz com o dever deComo bem ensina Humberto Ávila, o primeiro diz com o dever de congruência, exigindo-se uma correlação entre o critério distintivocongruência, exigindo-se uma correlação entre o critério distintivo utilizado pela norma e a medida por ela adotada, enquanto outilizado pela norma e a medida por ela adotada, enquanto o segundo pressupõe relação entre meio e fim, ou seja, desegundo pressupõe relação entre meio e fim, ou seja, de causalidade entre o efeito da ação (meio) e a promoção de umcausalidade entre o efeito da ação (meio) e a promoção de um estado de coisa (fim). E tais princípios devem nortear tanto oestado de coisa (fim). E tais princípios devem nortear tanto o legislador quando da elaboração e aprovação das leis, quanto olegislador quando da elaboração e aprovação das leis, quanto o julgador no momento de aplicá-las ao caso concreto, adequando-julgador no momento de aplicá-las ao caso concreto, adequando-as, mediante processo interpretativo, à realidade social. Oas, mediante processo interpretativo, à realidade social. O abalizado jurista E. Betti já ponderava que os princípios são abalizado jurista E. Betti já ponderava que os princípios são “os“os valores dos critérios diretivos para interpretação e dos critériosvalores dos critérios diretivos para interpretação e dos critérios programáticos para o processo da legislação”programáticos para o processo da legislação”. Destarte, segundo. Destarte, segundo leciona Joseph Esser, atuam normativamente, constituindo parteleciona Joseph Esser, atuam normativamente, constituindo parte jurídica e dogmática do sistema de normas, ponto de partida para ojurídica e dogmática do sistema de normas, ponto de partida para o desdobramento de um problema. Donde a cogência, impondo-se adesdobramento de um problema. Donde a cogência, impondo-se a

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observância para a melhor solução do conflito verificado no casoobservância para a melhor solução do conflito verificado no caso concreto.concreto.

CONCLUSÃOCONCLUSÃO

Nesse quadro, o crime como fenômeno social, dada àNesse quadro, o crime como fenômeno social, dada à multiplicidade de causas, sem olvidar da espécie, há de sermultiplicidade de causas, sem olvidar da espécie, há de ser combatido, não só por meio de atitudes preventivas,combatido, não só por meio de atitudes preventivas, oportunizando-se saúde, emprego e educação, mas tambémoportunizando-se saúde, emprego e educação, mas também repressoras, porém com equilíbrio, moderação e razoabilidade, nãorepressoras, porém com equilíbrio, moderação e razoabilidade, não se esquecendo, a toda a evidência, de medidas comose esquecendo, a toda a evidência, de medidas como planejamento, controle e prevenção para delitos mais graves,planejamento, controle e prevenção para delitos mais graves, notadamente praticados por organizações criminosas. notadamente praticados por organizações criminosas.

Não é com o rigor das penas, como se sabe e aNão é com o rigor das penas, como se sabe e a experiência tem mostrado há séculos, que se irá conter o avançoexperiência tem mostrado há séculos, que se irá conter o avanço da criminalidade. Impõe-se, isto sim, por um lado, passar aoda criminalidade. Impõe-se, isto sim, por um lado, passar ao delinqüente a consciência do castigodelinqüente a consciência do castigo inevitável para reprimir einevitável para reprimir e prevenir os delitos mais graves, elidindo sua expectativa deprevenir os delitos mais graves, elidindo sua expectativa de impunidade, e, de outro, a adoção dos novosimpunidade, e, de outro, a adoção dos novos modelos de Justiçamodelos de Justiça Restaurativa e Terapêutica, em vez da simples retributiva, visando,Restaurativa e Terapêutica, em vez da simples retributiva, visando, respectivamente, a restaurar o trauma emocional – os sentimentosrespectivamente, a restaurar o trauma emocional – os sentimentos e relacionamentos positivos, reduzindo o impacto dos crimes sobree relacionamentos positivos, reduzindo o impacto dos crimes sobre os cidadãos, e a mediante processos terapêutico e pedagógicoos cidadãos, e a mediante processos terapêutico e pedagógico reduzir os danos físicos e sociais, individuais e coletivos causadosreduzir os danos físicos e sociais, individuais e coletivos causados pelo uso de drogas em toda sociedade. pelo uso de drogas em toda sociedade.

Isso não significa descriminalização, mas, sim, penaIsso não significa descriminalização, mas, sim, pena consistente no tratamento do usuário, objetivando suaconsistente no tratamento do usuário, objetivando sua recuperação, em vez se recolhê-lo aos presídios e às penitenciárias,recuperação, em vez se recolhê-lo aos presídios e às penitenciárias, submetendo-o ao nefasto efeito prisionização. submetendo-o ao nefasto efeito prisionização.

Daí a relevância dos princípios da proporcionalidade eDaí a relevância dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade também na esfera criminal. Impõe-se, ante oda razoabilidade também na esfera criminal. Impõe-se, ante o statusstatus normativo, no primeiro caso, a correlação entre o critério normativo, no primeiro caso, a correlação entre o critério distintivo utilizado pela norma e a medida por ela adotada,distintivo utilizado pela norma e a medida por ela adotada, enquanto, no segundo, a relação entre e meio e fim, ou seja, deenquanto, no segundo, a relação entre e meio e fim, ou seja, de causalidade entre o efeito da ação (meio) e a promoção de umcausalidade entre o efeito da ação (meio) e a promoção de um estado de coisa (fim). A seleção das condutas passíveis deestado de coisa (fim). A seleção das condutas passíveis de reprimenda pelo Direito Penal há de ser criteriosa, porquanto, nãoreprimenda pelo Direito Penal há de ser criteriosa, porquanto, não raras vezes, a ofensa é mínima e possível mostra-se mera puniçãoraras vezes, a ofensa é mínima e possível mostra-se mera punição na esfera administrativa.na esfera administrativa.

Tais vetores devem balizar o legislador na elaboração eTais vetores devem balizar o legislador na elaboração e aprovação das leis, assim como o julgador no momento daaprovação das leis, assim como o julgador no momento da aplicação delas ao caso concreto, adequando-as, medianteaplicação delas ao caso concreto, adequando-as, mediante processo interpretativo, à realidade social. Na sentença, porprocesso interpretativo, à realidade social. Na sentença, por constituir, em tese, fonte de direito, o julgador há de buscar aconstituir, em tese, fonte de direito, o julgador há de buscar a solução mais próxima do contexto da vida e das relações humanas,solução mais próxima do contexto da vida e das relações humanas, para melhor deslindar a controvérsia, desfazendo, assim, o conflito.para melhor deslindar a controvérsia, desfazendo, assim, o conflito.

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Nesse diapasão, há embasamento farto doutrinário eNesse diapasão, há embasamento farto doutrinário e jurisprudencial. Prova disso é o caráter não ilimitado dos direitosjurisprudencial. Prova disso é o caráter não ilimitado dos direitos fundamentais, limitados por outros direitos previstos no Textofundamentais, limitados por outros direitos previstos no Texto Constitucional, notadamente o da dignidade da pessoa humana,Constitucional, notadamente o da dignidade da pessoa humana, consoante ensina Alexandre de Moraes, ao fazer alusão ao princípioconsoante ensina Alexandre de Moraes, ao fazer alusão ao princípio da relatividade ou convivência das liberdades públicas. Deve-seda relatividade ou convivência das liberdades públicas. Deve-se buscar o verdadeiro significado da norma, considerando o conteúdobuscar o verdadeiro significado da norma, considerando o conteúdo harmônico do texto constitucional, para desvendar-se suaharmônico do texto constitucional, para desvendar-se sua finalidade precípua. Mais que isso, aplicar-se a medida maisfinalidade precípua. Mais que isso, aplicar-se a medida mais adequada ao caso, tendo em vista a conduta delituosa a seradequada ao caso, tendo em vista a conduta delituosa a ser coibida, coibida, amenizado o dano social, reflexo da justiça meramenteamenizado o dano social, reflexo da justiça meramente retributiva.retributiva.

Aliado a isso, deve também o legislador se valer dasAliado a isso, deve também o legislador se valer das descobertas e conquistas da Criminologia, assim como de ciênciasdescobertas e conquistas da Criminologia, assim como de ciências correlatas. O fenômeno da criminalidade há ser compreendido ecorrelatas. O fenômeno da criminalidade há ser compreendido e merecer correto tratamento dentro da conjuntura para que açõesmerecer correto tratamento dentro da conjuntura para que ações supostamente repressoras e preventivas, em vez de amenizá-lo,supostamente repressoras e preventivas, em vez de amenizá-lo, acabem por agravá-lo, provocando maior danosidade social.acabem por agravá-lo, provocando maior danosidade social.

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