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Apontamentos sobre Direito Minervina França Rodrigues Natal(RN)

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Apontamentos sobre Direito

Minervina França Rodrigues

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 5

I – DIREITO CIVIL - COISAS .............................................................................................. 6

II – DIREITO CIVIL – FATOS JURÍDICOS, NEGÓCIOS E ATOS ILÍCITOS............... 7

III – DIREITO CIVIL - OBRIGAÇÕES ................................................................................ 8

IV - DIREITO CIVIL – CONTRATOS............................................................................. 9

V - DIREITO DO TRABALHO ............................................................................................ 13

VI – FGTS, SEGURO DESEMPREGO E PIS ..................................................................... 17

VII - SINDICATO E GREVE ................................................................................................ 19

VIII - DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL.................................................................. 20

REFERÊNCIA ......................................................................................................................... 22

ANEXOS............................................................................................................................. 23

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APRESENTAÇÃO

Estes “Apontamentos sobre Direito” trazem noções gerais de Direito Civil, Direito do

Trabalho e Direito da Seguridade Social.

O texto tem por objetivo facilitar o acompanhamento do nosso estudo sobre o Direito,

enquanto roteiro básico dos temas que se encontra desenvolvido nos livros textos, indicados na

bibliografia incluída no programa da disciplina.

Esta parte do direito está voltada principalmente para as relações entre pessoas naturais

(ou físicas) e pessoas jurídicas de direito privado a exemplo dos seres humanos e das

sociedades (civis, empresariais,...).

São relações de natureza civis, trabalhistas e da seguridade social.

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I – DIREITO CIVIL - COISAS

Direito das Coisas: parte do Direito Civil que trata das normas que atribuem a uma

pessoa determinadas prerrogativas ou poderes sobre um bem corpóreo ou incorpóreo. Estas

prerrogativas são chamadas de direitos reais, destacando-se dentre elas a posse e a

propriedade.

Posse: detenção de uma coisa em nome próprio. Considera-se possuidor todo aquele que

tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade (CC, art.

1.196).

Quem exercer, por 2 anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com

exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou

ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família,

adquirir-lhe-á o domínio integral. Esse direito cabe a quem não for proprietário de outro

imóvel urbano ou rural (CC. Art. 1.240-A, incluído pela Lei nº 12.424, de 2011).

São direitos do possuidor: ser mantido na posse em caso de turbação (perturbação por

determinadas pessoas), restituído na hipótese de esbulho (expulsão), e segurado de violência

iminente, se tiver justo receio de ser molestado (incomodado).

O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria

força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do

indispensável à manutenção, ou restituição da posse. (CC, art. 1.210, § 1.º).

Propriedade: é a subordinação do bem a pessoa. O proprietário tem a faculdade de usar,

gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a

possua ou detenha (CC, art. 1.228).

A propriedade privada não é absoluta. A própria Constituição Federal lhe impõe limites.

Pelo Código civil, o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas

finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o

estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o

patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas (CC, art.

1.228, § 1.º).

São proibidos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou

utilidade, e tenham por intenção de prejudicar os outros (CC, art. 1.228, § 2º). O proprietário

pode ser privado do bem, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública

ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente (CC,

art. 1.228, § 3.º).

O proprietário ainda pode ser privado do seu bem se o imóvel reivindicado for de

extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável

número de pessoas, e estas já terem realizado obras e serviços considerados pelo juiz de

interesse social e econômico relevante (CC, art. 1.228, § 4.º).

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II – DIREITO CIVIL – FATOS JURÍDICOS, NEGÓCIO E ATOS ILÍCITOS

Fatos e atos jurídicos são os elementos de ligação entre os sujeitos do direito (pessoas

físicas ou jurídicas) e o objeto do direito (os bens).

Os fatos naturais que não geram direito na ordem civil. Não são fatos jurídicos. Por

exemplo, a árvore ao cair na floresta naturalmente, sem causar danos a terceiros é um fato

natural não jurídico.

Já se a árvore cair sobre um automóvel, porque a prefeitura não tomou os devidos

cuidados com a sua conservação, este acontecimento será um fato jurídico, porque vai gerar o

direito a uma indenização para o dono do veículo, e o dever de pagar esta indenização por

parte do município. Deste modo:

Fato jurídico: é todo acontecimento natural ou humano que produz conseqüências jurídicas.

Os fatos resultantes da ação humana, como a construção de uma casa, a compra de um bem,

por exemplo, recebem a denominação de ato jurídico.

Atos jurídicos em sentido amplo: “são ações humanas que criam, modificam, transferem ou

extinguem direitos e dividem-se em lícitos e ilícitos” (GONÇALVES, 2002, p. 99). Lícitos

quando não contrariam a ordem jurídica (Ex. compra de uma casa, testamento, casamento) e

ilícitos quando contrariam esta ordem (ex. furto). Nesta seqüência conceitual tem-se os

negócios jurídicos.

Negócios jurídicos: “são declarações de vontade destinadas à produção de efeitos jurídicos

pelo agente” (PEREIRA, apud DOWER, 2003, p. 239) Enquanto manifestação de vontade,

deve ser caracterizado pela liberdade.

São requisitos de validade do negócio jurídico (art. 104 CC): agente capaz; objeto

lícito, possível, determinado ou determinável; e forma prescrita ou não defesa (proibida) em

lei. A ausência de um destes elementos torna o ato nulo.

Os defeitos do negócio jurídico que possibilitam a sua anulação (CC, art. 138 e

seguintes) são os seguintes: i) erro ou ignorância: falsa noção sobre algo, influenciando no

processo de formação do ato; ii); dolo: provocação intencional de um erro para obter uma

declaração de vontade; iii) coação: violência objetivando conduzir alguém à prática de um ato

jurídico; iv) estado de perigo: quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a

pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação

excessivamente onerosa.tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz

decidirá segundo as circunstâncias; v) lesão: quando uma pessoa, sob premente necessidade,

ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da

prestação oposta; vi) fraude contra credores: desfalque do patrimônio para prejudicar

credores.

Também é invalido o negócio jurídico realizado por meio de simulação que ocorre

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quando as partes envolvidas: “I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas

daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - contiverem declaração,

confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III - os instrumentos particulares forem

antedatados, ou pós-datados” (CC, art. 167).

São atos ilícitos (CC, art. 186 e 187) todos aqueles praticados quando, por ação ou

omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda

que exclusivamente moral. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-

lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé

ou pelos bons costumes. É, portanto, a ação humana que contraria o direito vigente (Ex. roubo,

sonegação fiscal, batida de automóvel com intenção ou negligência, imprudência...).

III – DIREITO CIVIL - OBRIGAÇÕES

Direito das obrigações é a parte do Direito Civil que regula as relações jurídicas entre

devedor e credor e obrigação “é o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o

direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação”

(GONÇALVES, 2002, p. 2). É fruto de uma relação jurídica que tem como elementos: i)

sujeito ativo: credor, beneficiário da obrigação; ii) sujeito passivo: devedor, prestador da

obrigação; iii) vinculo jurídico: normas que determinam a relação entre devedor e credor; iv)

objeto: prestação a ser cumprida pelo credor.

Principais modalidades das obrigações (CC, art. 233 e seguintes): i) obrigação de dar:

são as obrigações que se referem à entrega de alguma coisa (ex. entregar o carro que foi

vendido, pagar o empréstimo contraído); ii) obrigação de fazer: quando se refere à execução

de alguma atividade (ex. execução de uma pintura, apresentação teatral, realização de um

show musical, prestação de uma assessoria); iii) obrigação de não fazer: quando se refere à

abstenção de algum ato (ex. não revelar o segredo profissional).

São fontes das obrigações: i) o contrato, convenção estabelecida entre duas ou mais

pessoas para constituir, regular ou extinguir entre elas uma situação jurídica patrimonial (ex.

compra ou venda de um carro); ii) a declaração unilateral de vontade (ex. prêmio para quem

encontrar um objeto perdido); iii) o ato ilícito: é o ato contrário ao direito praticado com culpa

ou dolo, em prejuízo de alguém (ex. concorrência desleal com propaganda negativa dos

produtos do concorrente); iv) a própria lei, norma emanada do poder competente (ex. Lei que

institui o pagamento de impostos, como IPVA).

Cumprimento (adimplemento) das obrigações:

Pagamento: em dinheiro ou coisa.

Pagamento por consignação: depósito judicial para pagamento de uma dívida: i) quando o

credor se negar a recebê-la; ii) quando houver dúvida sobre o credor ou este é

desconhecido (Ação de consignação em pagamento - art. 334, CC e 840, § 1.º, CPC).

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Pagamento com sub-rogação: feito por um co-devedor, ou por quem assume débito em

face de aquisição de imóvel (art. 246, CC).

Imputação do pagamento: especificação sobre qual débito está pagando quando há mais de

um, com o mesmo credor (art. 352, CC).

Dação em pagamento: substituição de dinheiro por outra coisa para o pagamento.

Novação: substituição de uma obrigação por outra, com a alteração de um dos sujeitos ou

do objeto (art. 356, CC).

Compensação (art. 368, CC): acerto de contas entre credores e devedores recíprocos.

Confusão (art. 381, CC): o devedor e o credor passam a ser uma mesma pessoa (ex. o filho

deve ao pai e este falece, deixando seu patrimônio para o filho).

Remissão (art. 385, CC): dispensa sem ônus, com o consentimento de devedor.

Descumprimento (inadimplemento) das obrigações e outras determinações legais:

Mora: é o atraso no pagamento motivado pelo devedor, que se recusa a pagar ou por parte

de credor, que se recusa em receber. Incide juros de mora.

Local do pagamento: i) no domicílio do devedor (quérable) no domicílio do credor

(portable), conforme acordado.

Perdas e danos: prejuízo causado a alguém por descumprimento de contrato ou ato ilícito.

Pode ser dano emergente (ex. o concerto do veículo que sofreu uma colisão) ou lucro

cessante (ex. se o dono do veículo é taxista e ficar vários dias parados em razão do carro

está na oficina, deixando de trabalhar nesse período).

Cláusula penal: multa pactuada pelas partes a ser paga por aquele que descumprir o

contrato ou parte dele. No caso de empréstimos em dinheiro, não pode ser superior a 10%

do valor da dívida. Deve ser proporcional, considerando o que já foi pago (CC, art. 413).

IV - DIREITO CIVIL - CONTRATOS

Contrato é um acordo de vontades de duas ou mais partes, que visa constituir uma

relação jurídica e tem como elementos de validades os mesmos do negócio jurídico. "Em

sentido amplo, contrato é o acordo de vontades de duas ou mais partes, que visa constituir uma

relação jurídica" (Roberto de Oliveira Murta). "É o ato jurídico, em virtude do qual duas ou

mais pessoas se obrigam, por consentimento recíproco, a dar, fazer ou não fazer alguma

coisa"(Geraldo Bezerra de Moura).

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A validade do contrato requer: i) agente capaz: de acordo com a lei civil. ii) objeto lícito:

cuja comercialização não é proibida em lei. ii) objeto possível: é um bem econômico. iv)

forma prescrita ou não defesa (proibida) em lei. A regra geral, no Direito Civil, é a forma

livre, embora alguns contratos, para sua garantia, a lei exige forma (escritura pública para a

compra e vende de bem imóvel).

Princípios gerais do contrato:

Autonomia da vontade: liberdade das partes na estipulação do que lhes convier.

Supremacia da ordem pública e social: relatividade da autonomia da vontade, sujeita que

está à lei e aos princípios sociais, da moral e da ordem pública.

Obrigatoriedade de cumprimento do contrato pelas partes contratantes: é o respeito ao

princípio, o contrato faz lei entre as partes (pacta sunt servanda).

Boa-fé: intenção de cumprir fielmente, sem vício, o que é proposto e assumido.

Vícios do contrato:

Erro: falsa noção sobre algo, influenciando no processo de formação do ato.

Dolo: provocação intencional de um erro para obter uma declaração de vontade.

Estado de perigo: quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua

família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente

onerosa. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá

segundo as circunstâncias.

Lesão: quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a

prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

Coação: violência objetivando conduzir alguém à prática de um ato jurídico.

Simulação: declaração enganosa para produzir efeito diverso do que é indicado.

Fraude contra credores: desfalque do patrimônio para prejudicar credores.

Classificação dos contratos (exemplificativa):

Bilaterais ou unilaterais: bilateral (sinalagmáticos) - há obrigações para ambas as partes. A

obrigação de uma corresponde ao direito da outra. Nos unilaterais, apenas uma das partes

assume obrigações, como na doação pura. Nos contratos bilaterais à vista, não pode uma

das partes exigir o cumprimento da obrigação da outra, antes do adimplemento

(cumprimento) da sua (exceptio nom adimpleti contractus), vez que a interdependência das

obrigações é a essência dos contratos sinalagmáticos.

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Onerosos ou gratuitos: O contrato oneroso é o negócio jurídico em que ambas as partes

contratantes obtêm proveito. Nos gratuitos, apenas umas das partes se compromete

economicamente (doação pura ou simples).

Comutativos ou aleatórios: os comutativos são aqueles em que há equivalência das

prestações a que se obrigam as partes (compra e venda), já no ato da celebração. Nos

aleatórios, as partes se arriscam a uma contraprestação incerta, sujeita a acontecimentos

futuros (jogo e aposta).

Formais e não-formais: formais são aqueles que têm forma prescrita em lei, como fiança e

seguro, que só valem por escrito. Não formais são os de forma livre, como na compra e

venda de bens móveis em geral.

Principais ou acessórios: os primeiros são os que subsistem de forma independente, como

a locação. Os acessórios são os que só existem em função do contrato principal, como a

fiança.

Paritários ou de adesão: paritários são os contratos em que as partes estão em posição de

igualdade, escolhendo e debatendo livremente as cláusulas. De adesão são contratos nos

quais uma das partes impõe, unilateralmente, as cláusulas, em bloco, cabendo à outra

apenas aderir ou rejeitar o estipulado (fornecimento de energia elétrica, transporte).

Caracteriza-se, também, pela oferta permanente do serviço à coletividade, de modo

voluntário ou obrigatório.

Necessários ou obrigatórios: são aqueles em que existe obrigação de contratar (seguro de

acidente de trabalho).

De meio ou de fim (melhor dizer-se obrigação): o contrato de meio caracteriza-se pela

incerteza do resultado, obrigando-se o devedor a empregar toda sua capacidade para

atingir o objetivo contratual (Contrato de defesa em juízo). O de fim ou de resultado

consiste no compromisso de alcançar um objetivo pré-determinado (contrato de

transporte).

Extinção do contrato:

Pela resolução: cumprimento, descumprimento, termo final e condição.

Por acordo: distrato, resilição.

Rescisão: termo genérico (resolução e resilição).

Cláusula resolutiva: rescinde o pacto em caso de descumprimento de uma parte.

Vício redibitório: é vício oculto, não possível de ser identificado por ocasião da

celebração do contrato (Ex. alguém cobra uma casa e em pouco tempo surgem defeitos na

encenação.

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Evicção: Sentença judicial atribuindo o bem adquirido a um terceiro (Ex. uma compra

um imóvel, sem os devidos cuidados, e ano depois recebe a informação que uma sentença

judicial em um processo antigo, atribui a propriedade do imóvel a uma terceira pessoa.

Relação de contratos previstos no Código Civil:

Compra e venda: transferência da propriedade de uma coisa mediante pagamento em

dinheiro.

Troca ou permuta: entre bens diferentes sem envolver dinheiro.

Contrato estimatório ou em consignação: entrega de mercadoria para receber o dinheiro

da que foi vendida e a devolução do restante.

Doação: i) pura: sem ônus para o beneficiário; ii) remuneratória: como recompensa; iii)

com encargo: cumprimento de algum encargo; iv) condicional, após o cumprimento de

uma obrigação (Ex. doação de um carro, após formatura).

Locação de coisas. Locação de imóveis urbanos: i) residencial e ii) não residencial.

Empréstimo: comodato (bens não fungíveis) e mútuo (bens fungíveis).

Prestação de serviço (ex. fornecimento de água).

Empreitada (tarefa ou obra).

Depósito (armazéns que recebem mercadorias para guarda-las por um período).

Mandato (seu instrumento é a procuração).

Comissão (o comissário vende em seu próprio nome).

Agência ou representação (não tem o bem) e distribuição (revende ou tem o produto à

sua disposição).

Corretagem (venda sem ter vinculação com o cliente).

Transporte (conduzir bens de um lugar para outro).

Seguro (risco).

Constituição de renda.

Jogo e aposta (aleatório).

Fiança (acessório).

Transação. Compromisso (arbitragem).

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Contratos previstos em leis especiais:

Contrato de leasing ou arrendamento mercantil: é o contrato que “tem por objeto o

arrendamento de máquinas ou equipamentos, por tempo determinado, mediante renda

estabelecida de modo fixo entre arrendador (leaser) e arrendatário (leased ou leaseholder)

ou como percentagem sobre os lucros auferidos por este” (Roberto de Oliveira Murta).

Contrato de factoring: um comerciante cede a outro, no todo ou em parte, os créditos de

suas vendas a terceiros, recebendo, o primeiro, o montante desses créditos mediante o

pagamento de uma remuneração.

Contrato de franchising (franquia): concessão de marcas de produtos, ou serviços já

registrados e de conhecimento público, aceito por sua qualidade, preço, etc. (com

assistência técnica - know-how).

Know-how (saber como fazer alguma coisa, arte de fabricação): instrumento mediante o

qual uma pessoa física ou jurídica transfere a outrem a prerrogativa de partilhar dos

direitos que ela possui sobre certas fórmulas, técnicas ou processos próprios, exclusivos e

secretos, reservando-se o direito de explorá-los durante certo lapso de tempo e mediante

remuneração (royalte) a ser paga pela cessão.

Contrato de serviço: tecnologia, know how e cultura. Muitos são celebrados com o Poder

Público, onde o particular é geralmente selecionado através de processo licitatório.

Contrato de seguro: contrato através do qual uma das partes se obriga para com a outra,

mediante a paga de um prêmio, a indenizá-la de um prejuízo resultante de um risco futuro,

previsto no contrato. Só vale por escrito (apólice que deve conter: os riscos, o valor do

objeto segurado, o prêmio devido ou pago pelo segurado, começo e fim dos riscos por

mês, dias horas e anos). Partes: i) segurado - paga um prêmio e ii) segurador (uma S/A,

sociedade de mútuo ou uma cooperativa, necessita de autorização governamental) - cobre

o risco do fato aleatório ou sinistro (indenização). No seguro de vida e no seguro por morte

existe o beneficiário. Franquia: é uma dedução no momento da indenização.

V - DIREITO DO TRABALHO

Direito do Trabalho pode ser conceituado como conjunto de normas que regula as

relações de trabalho subordinado e garantias das condições sociais básicas ao trabalhador. “É o

ramo do direito que disciplina as relações de emprego, individuais e coletivas”

(NASCIMENTO, 2004, p. 169).

A lei básica que disciplina as relações trabalhistas é a Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT), Decreto-Lei n.º 5.452, de 01.05.1943. São características das relações

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trabalhistas, a continuidade do trabalho, a subordinação e o assalariamento. O contrato de

trabalho tem como sujeitos um empregado e um empregador que firmam um acordo

empregatício.

É considerado empregado o ser humano, pessoa física que prestar serviços de natureza

não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário (Consolidação das

Leis do Trabalho - CLT, art. 3º).

Empregador é a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade

econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço (CLT, art. 2º ). Também

se equiparam ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os

profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras

instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados (CLT, art. 2º,

§ 1.º).

Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação

de emprego. Poderá ser tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo

determinado ou indeterminado.

O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando de: i) serviço cuja

natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; ii) atividades empresariais

de caráter transitório; iii) contrato de experiência. Este contrato não poderá ser estipulado por

mais de 2 anos. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 dias.(CLT, art. 442 e

seguintes).

A jornada de trabalho pode ser: i) semanal: 44 horas ou diária: 8 horas. Entre 2

jornadas diárias de trabalho haverá um período mínimo de 11 horas consecutivas para

descanso. Já o repouso semanal é de 24 horas consecutivas, aos domingos, preferencialmente.

Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio de acordo

ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil

acesso ou não servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo empregado,

bem como a forma e a natureza da remuneração (CLT, art. 58, § 3.º).

Horas extras são as que se encontram fora do horário regular previsto no contrato. Seu

valor é 50 % maior que a hora normal. O trabalho noturno recebe remuneração 20 % superior

ao diurno.

O salário não é só a importância fixa estipulada, mais também as comissões,

percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador.

Não se incluem as ajudas de custo e as diárias para viagem que não excedam de 50% do

salário percebido pelo empregado (CLT, art 457).

A remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, é, além do solário, as

gorjetas que são importâncias espontaneamente dadas pelo cliente ao empregado, como

também aquela cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título,

e destinada a distribuição aos empregados (CLT, art 457 e parágrafos).

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Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos

legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por

força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum o

pagamento será permitido com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas (CLT, art 458).

A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins

a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% e 20% do salário-

contratual.

Não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo

empregador: i) vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e

utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; ii) educação, em estabelecimento

de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula,

mensalidade, anuidade, livros e material didático; iii) transporte destinado ao deslocamento

para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; iv) assistência

médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde; v) seguros

de vida e de acidentes pessoais; vi)previdência privada (CLT, art 458, § 2.º).

O décimo terceiro salário corresponde 1/12 do salário de dezembro, vezes os meses

trabalhados no ano.

Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo

da remuneração (CLT, art. 129). Ou seja, após cada período de 12 meses de vigência do

contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: i) 30 dias

corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 vezes; ii) 24 dias corridos, quando

houver tido de 6 a 14 faltas; iii) 18 dias corridos, quando houver tido de 15 a 23 faltas; iv) 12

dias corridos, quando houver tido de 24 a 32 faltas. Sendo vedado descontar, do período de

férias, as faltas do empregado ao serviço (CLT, art. 130 e incisos).

A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência

de, no mínimo, 30 dias. Dessa participação o interessado dará recibo. A época da concessão

será a que melhor consulte os interesses do empregador.

Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa,

terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar

prejuízo para o serviço. O empregado estudante, menor de 18 anos, terá direito a fazer

coincidir suas férias com as férias escolares (CLT, art. 136, parágrafos). Sempre que as férias

forem concedidas após o prazo concessivo, o empregador pagará em dobro a respectiva

remuneração. A remuneração das férias é 1/3 a mais do que a normal.

Sobre o trabalho feminino, a Constituição se manifesta estabelecendo “a proteção do

mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei”.1 Também

veda a dispensa imotivada da “empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco

meses após o parto”.2 A Lei n.º 9.029, de 13/04/95, trata da criminalização da exigência de

1 Constituição Federal, art. 7.º, XX. 2 Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, art. 10, II, b.

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atestados de gravidez e de esterilização da mulher para a sua admissão ou permanência no

emprego.

Quanto à criança e ao adolescente, a Constituição determina que são proibidos de

trabalhar as pessoas com menos de 16 anos, salvo, na condição de aprendiz, a partir de 14

anos. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais à sua formação, ao

seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social, e, em horários e locais que não permitam

a freqüência à escola (CLT, art. 403, parágrafo único).

Conforme prevê a CLT (art. 427 e seguintes) o empregador, cuja empresa ou

estabelecimento ocupar menores, é obrigado a conceder-lhes o tempo que for necessário para a

freqüência às aulas. E se esses estabelecimentos forem situados em lugar onde a escola estiver

a uma distância maior de dois quilômetros, e ocuparem, permanentemente, mais de trinta

menores entre 14 a 18 anos analfabetos, essas empresas serão obrigados a manter local

apropriado para que seja ministrada a instrução primária.

O contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e

por prazo determinado. Nele, o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 e

menor de 24 anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional

metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a

executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação (CLT, art. 428.).

A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e

Previdência Social, matrícula e freqüência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o

ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de

entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica. A formação técnico-

profissional caracteriza-se por atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em

tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho.

Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escolaridade de aprendiz

portador de deficiência mental deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências

relacionadas com a profissionalização.

Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio, a contratação do aprendiz

poderá ocorrer sem a freqüência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino

fundamental.

Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo

hora. Este contrato não poderá ser estipulado por mais de dois anos, exceto quando se tratar de

aprendiz portador de deficiência.

Para as pessoas portadoras de deficiência, a Constituição prevê a reserva de mercado

ao estabelecer que “a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas

portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão”.3 A lei n.º 8.213, de

24/06/1991 determina que as empresas, com 100 ou mais empregados, estão obrigadas a

3 Constituição Federal, art. 37, VIII.

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preencher de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de

deficiência habilitadas na seguinte proporção: até 200 empregados, 2%; de 201 a 500, 3%; de

501 a 1.000, 4%; e de 1.001 em diante, 5%.

O contrato de trabalho termina pela dispensa feita pelo empregador ou pedido de

demissão por parte do emprega (com ou sem justa causa). O aviso prévio é devido por quem

decidir unilateralmente, romper o contrato de trabalho. A proteção contra a despedida

arbitrária é feita apenas pela estipulação de multa de 40% sobre o saldo do FGTS (Fundo de

Garantia por Tempo de Serviço). O percentual de correção do FGTS é de 40%.

Ações referentes a créditos trabalhistas têm prescrição em 5 anos, 2 após o fim do

contrato. Não é obrigatória a intermediação de advogado.

VI – FGTS, SEGURO DESEMPREGO E PIS

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foi criado em 1967, pelo Governo

Federal, para proteger o trabalhador demitido sem justa causa, através de uma conta vinculada

ao seu contrato de trabalho. Com os recursos do FGTS o Governo financia, prioritariamente,

construção de moradia popular, tratamento de água e esgoto, asfaltamento, limpeza de rios etc.

Tem direito ao FGTS Todo trabalhador brasileiro com contrato de trabalho formal,

regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e, também, trabalhadores rurais,

temporários, avulsos, safreiros (operários rurais, que trabalham apenas no período de colheita)

e atletas profissionais têm direito ao FGTS. O diretor não empregado e o empregado

doméstico podem ser incluídos no sistema, a critério do empregador.

O pagamento do FGTS é igual a 8% do salário pago ao trabalhador. No caso de

contrato de trabalho firmado nos termos da Lei n.º 11.180/05 (Contrato de Aprendizagem), o

percentual é reduzido para 2%. O FGTS não é descontado do salário.

O FGTS4 pode ser sacado nas seguintes hipóteses, dentre outras: demissão sem justa

causa; término do contrato por prazo determinado; rescisão do contrato por extinção total ou

parcial da empresa; rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior; aposentadoria;

caso de necessidade pessoal, urgente e grave, decorrente de desastre natural causado por

chuvas ou inundações que tenham atingido a área de residência do trabalhador, quando a

situação de emergência ou o estado de calamidade pública for assim reconhecido, por meio de

portaria do Governo Federal; suspensão do Trabalho Avulso; falecimento do trabalhador;

quando o titular da conta vinculada tiver idade igual ou superior a 70 anos.

Seguro-desemprego: Ao ficar desempregado, dependendo das circunstâncias, o

trabalhador tem direito ao seguro-desemprego, benefício que tem como objetivo prestar

assistência financeira temporária ao trabalhador demitido sem justa causa.

4 http://www.caixa.gov.br/Cidadao/Produtos/FGTS/index.asp (em 11/04/2010).

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A assistência financeira temporária (seguro-desemprego) será prestada: i) ao

trabalhador formal e doméstico em virtude da dispensa sem justa causa, inclusive a dispensa

indireta (aquela na qual o empregado solicita judicialmente a rescisão motivada por ato faltoso

do empregador); ii) trabalhador formal com contrato de trabalho suspenso em virtude de

participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador;

iii) pescador profissional durante o período do defeso (procriação das espécies); iv)

trabalhador resgatado da condição análoga à de escravo em decorrência de ação de

fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.

O trabalhador não pode possuir renda própria para o seu sustento e de sua família; nem

estar recebendo benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto pensão por

morte ou auxílio-acidente.

O trabalhador tem um prazo de 7 a 120 dias após a demissão para solicitação. Deve ser

requerido nas DRT (Delegacia Regional do Trabalho), no SINE (Sistema Nacional de

Emprego) ou nas agências credenciadas da Caixa Econômica Federal, no caso de trabalhador

formal.

O Programa de Integração Social (PIS)5 é um fundo formado por contribuições

mensais feitas pelas empresas, calculadas sobre os seus faturamentos e é destinado ao

desenvolvimento social e à melhoria da vida do trabalhador. São pagas ao trabalhador em

forma de rendimentos ou abonos salariais. Para tanto, o trabalhador deve ser cadastrado pelo

empregador na sua primeira admissão, e uma única vez.

Por meio do cadastramento no Programa, o trabalhador recebe o número de inscrição

no PIS, que possibilitar á consulta e saques dos benefícios sociais administrados pela Caixa

Econômica Federal, que efetua o cadastramento dos trabalhadores vinculados a empregadores

do setor privado, e o pagamento de quotas de participação, dos rendimentos e do abono

salarial.

Tem direito ao abono salarial quem ganhou até 2 salários mínimos mensais, em média,

no ano-base, que é igual a 1 salário mínimo. Para isso, tem de estar cadastrado no PIS há pelo

menos 5 anos ou no Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS (desde outubro de

1988), ter trabalhado com carteira assinada no ano-base por, pelo menos, 30 dias e ter sido

informado pelo empregador na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais). Quem ganha

mais de 2 salários mínimos mensais recebe o rendimento anual das parcelas depositadas pelo

empregador. Têm direito aos rendimentos os trabalhadores cadastrados até 04/10/88. A partir

desta data, os recursos do PIS passaram a ser destinados ao Fundo de Amparo ao Trabalhador

(FAT), que é responsável pelo programa de Seguro-Desemprego.

5 http://www.caixa.gov.br/Voce/Social/Beneficios/Pis/saque_cotas.asp (em 21/10/2009).

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VII - SINDICATO E GREVE

Questão também relevante sobre o trabalho é a que se refere ao sindicato, direito

assegurado na Constituição Federal (art. 8.º). Pela CLT, é lícita a associação para fins de

estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que,

como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais

liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões

similares ou conexas (CLT, art. 511).

São prerrogativas dos sindicatos : i) representar, perante as autoridades administrativas

e judiciárias os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses

individuais dos associados relativos á atividade ou profissão exercida; ii) celebrar contratos

coletivos de trabalho; iii) eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou

profissão liberal; iv) colaborar com o Estado, como órgãos técnicos e consultivos, no estudo e

solução dos problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal; v)

impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou

profissionais ou das profissões liberais representadas (CLT, art. 513).

A contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma

determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do

sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na

conformidade do disposto no (CLT, art. 579).

Essa contribuição será recolhida de uma só vez, anualmente, e consistirá: i) na

remuneração de um dia de trabalho, para os empregados, qualquer que seja a forma da referida

remuneração; ii) para os empregadores, numa importância proporcional ao capital social da

firma ou empresa, registrado nas respectivas Juntas Comerciais ou órgãos equivalentes (CLT,

art. 580). Inexistindo sindicato, esse percentual será creditado à federação correspondente à

mesma categoria econômica ou profissional (CLT, art. 591).

Também é importante o direito de greve, garantido pela Constituição (art. 9.º),

competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses

que devam defender (Lei n.º 7.783/1989, art. do 1.º).

A entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamente interessados serão

notificados, com antecedência mínima de 48 horas, da paralisação. Se as atividades forem

essenciais, empregadores e usuários deverão ser notificados com antecedência mínima de 72

horas da paralisação.

Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a

entidade patronal ou diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de

empregados para assegurar os serviços cuja paralisação resulte em prejuízo irreparável bem

como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da

cessação do movimento (Lei n.º 7.783/1989, art. 9.º).

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Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os

trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos

serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (Lei n.º

7.783/1989, art. 11).

São considerados serviços ou atividades essenciais: i) tratamento e abastecimento de

água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; ii) assistência médica e

hospitalar; iii) distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; iv funerários; v)

transporte coletivo; vi)captação e tratamento de esgoto e lixo; vii) telecomunicações; viii)

guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; ix)

processamento de dados ligados a serviços essenciais; x) controle de tráfego aéreo; xi)

compensação bancária (Lei n.º 7.783/1989, art. 10).

VIII - DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL

A Constituição Federal estabelece que a seguridade social é um conjunto integrado de ações

de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinado a assegurar os direitos relativos à

saúde, à previdência e à assistência social (art. 194).

Cabe ao Poder Público organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: i)

universalidade da cobertura e atendimento; ii) uniformidade e equivalência dos benefícios às

populações urbanas e rurais; iii) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios; iv)

irredutibilidade do valor dos benefícios; v) eqüidade na participação no custeio; vi)

diversidade da base de financiamento; vii) caráter democrático.

A seguridade social será financiada pela sociedade através dos orçamentos da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições sociais do empregador, da

empresa e de entidade a ela equiparada; dos segurados; da receita de concursos de

prognósticos; do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar

(CF, art. 195).

São segurados da previdência social:

Empregados: trabalhadores com carteira assinada, temporários, diretores-empregados,

ocupante de mandato eletivo, prestador de serviço a órgãos públicos (ex. ministros e

secretários...), trabalhador de empresas nacionais instaladas no exterior, multinacionais que

funcionam no Brasil, organismos internacionais e missões diplomáticas instaladas no país.

Empregados domésticos: prestadores de serviços em casa de família em atividade que não

tenha fim lucrativo para o empregador (ex. governanta, jardineiro, motorista, caseiro,

doméstica...).

Trabalhadores avulsos: prestadores de serviços a várias empresas, contratado por

sindicatos e órgãos gestores de mão-de-obra (ex. estivador, carregador, vigia...).

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Contribuintes individuais: quem trabalha por conta própria (autônomos), empresários,

trabalhadores que prestam serviços de natureza eventual sem vínculo empregatício,

sacerdotes, sócio gerente, síndicos remunerados, motoristas de táxi, vendedores

ambulantes, diaristas, pintores, eletricistas, associados de cooperativas de trabalho...

Segurados especiais: trabalhadores rurais que produzem em regime de economia familiar

(sem utilização de mão de obra assalariada permanente, e que a área do imóvel rural é de

até 04 módulos fiscais), seus cônjuges, companheiros, filhos maiores de 16 anos que

trabalham com a família na atividade rural, pescador artesanal e índio e seus familiares (se

exercerem atividade rural).

Segurados facultativos: pessoas com mais de 16 anos com renda própria, que decidem

contribuir para a Previdência (donas-de-casa, estudantes, síndicos de condomínio não-

remunerados, desempregados, presidiários não-remunerados e estudantes bolsistas).

Benefícios da Previdência Social:

Aposentadoria por idade: concedida aos trabalhadores urbanos do sexo masculino aos 65

anos e do sexo feminino aos 60 anos. Os trabalhadores rurais se aposentam aos 60 anos,

homens e aos 55 anos, mulheres.

A aposentadoria por invalidez: concedida aos trabalhadores que, por doença ou acidente,

forem considerados pela perícia médica da Previdência incapacitados para suas atividades

ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. Para ter direito à aposentadoria

integral, o homem deve comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a mulher, 30

anos.

O professor se aposenta pós 25 anos de efetivo exercício prestado exclusivamente em

funções de magistério na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio independente de

idade (art. 201, § 8.º).

O auxílio-doença é concedido ao segurado impedido de trabalho por doença ou acidente

por mais de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os

primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, e a Previdência Social paga a partir do 16º

dia de afastamento do trabalho. No caso do contribuinte individual, a Previdência paga

todo o período da doença ou do acidente.

Auxílio-acidente é o benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com

seqüelas que reduzem sua capacidade de trabalho. É concedido para segurados que

recebiam auxílio-doença. Têm direito ao auxílio-acidente o trabalhador empregado, o

trabalhador avulso e o segurador especial. O empregado doméstico, o contribuinte

individual e o facultativo não recebem o benefício.

Pensão por morte: benefício pago à família do trabalhador quando ele morre. Para

concessão de pensão por morte, não há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário

que o óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha qualidade de segurado.

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Salário-maternidade: têm direito ao salário-maternidade nos 120 dias em que ficam

afastadas do emprego por causa do parto. O benefício foi estendido também para as mães

adotivas.

Salário-família: pago aos trabalhadores que recebem salário mensal de até R$ 862,60 para

auxiliar no sustento dos filhos de até 14 anos incompletos ou inválidos. São equiparados

aos filhos, os enteados e os tutelados que não possuem bens suficientes para o próprio

sustento.

Auxílio-reclusão: devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, em regime

fechado ou semi-aberto. Só será pago se o trabalhador não estiver recebendo salário de

empresa, auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço.

Carência para ter direito aos benefícios

É o tempo mínimo de contribuição que se precisa comprovar para ter direito a um benefício

previdenciário, variando de acordo com o benefício solicitado da seguinte forma: i) Salário-

maternidade: sem carência para empregadas, empregadas domésticas e trabalhadoras avulsas;

ii) 10 contribuições mensais para contribuintes individuais e facultativos; iii) 10 meses de

efetivo exercício de atividade rural (mesmo descontínua), para a segurada especial; iv) auxílio-

doença e aposentadoria por invalidez: 12 contribuições mensais; v) aposentadoria por idade,

aposentadoria especial e aposentadoria por tempo de contribuição: 180 contribuições; vi)

Auxílio-acidente, salário-família, pensão por morte e auxílio-reclusão: não é exigida carência.

Dependentes dos segurados a Previdência Social

São dependentes dos segurados da Previdência Social, distribuídos em três classes, as

seguintes as pessoas: cônjuge, companheira ou companheiro e filhos não emancipados de

qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido, primeira classe; pais, segunda classe; e

irmãos não emancipados, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido, terceira classe.

Os dependentes de uma mesma classe concorrem entre si em igualdade de condições. Os

dependentes de uma classe, excluem os da classe seguinte que perdem o direito ao benefício.

Equiparam-se aos filhos, mediante declaração escrita do segurado e, desde que comprovada a

dependência econômica, o enteado e o menor que esteja sob tutela e não possua bens

suficientes para o próprio sustento e educação. A dependência econômica de cônjuges,

companheiros e filhos é presumida. Nos demais casos deve ser comprovada por documentos (

Imposto de Renda e outros). Para ser considerado companheiro(a) é preciso comprovar união

estável com o(a) segurado(a).

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Código Civil: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/2002/L10406.htm>.

Acesso em: 11.04.2010.

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23

BRASIL. Constituição Federal da República Federativa do Brasil: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/principal.htm>. Acesso em: 11.04.2010.

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del5452.htm>. Acesso em: 11.04.2010.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (M.T.E). Disponível em: <http://www.mte.gov.br/>. Acesso em: 11/04/2010.

BRASIL. Caixa Econômica Federal (CEF): Disponível em: <http://www.caixa.gov.br/acaixa/index.asp>. Acesso em: 11/04/2010.

COTRIM, Gilberto Vieira, Direito e Legislação - Introdução ao Direito. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

DOWER, Nélson Godoy Bassil. Instituições de Direito Público e Privado. 11. ed. São Paulo: Nelpa,

2003.

FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Manual de Direito Público e Privado. 14. ed. São Paulo:

Revista dos Tribunais, 2003.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil: parte geral. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

MARTINS, Fran. Curso de Direito Comercial. 24 ed. Rio de Janeiro. Forense, 1999, p. 12.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

ANEXO: CONSTITUIÇÃO FEDERAL – DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,

na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010)

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua

condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei

complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades

vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo

vedada sua vinculação para qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

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XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,

participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da

lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,

facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva

de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo

negociação coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do

normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário

normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte

dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da

lei;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da

lei;

XXIV - aposentadoria;

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade

em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a

que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de

cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato

de trabalho;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por

motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais

respectivos;

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XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer

trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos

incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de

categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores

ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,

inclusive em questões judiciais ou administrativas;

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,

independentemente da contribuição prevista em lei;

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de

direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de

colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade

de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das

necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos

públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante

destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.