Aula Intervencao Em UTI

Embed Size (px)

DESCRIPTION

UTI - Introduçõ

Citation preview

ASPECTOS ORGANIZACIONAIS EM UTI

ASPECTOS ORGANIZACIONAIS EM UTI

O projeto deve ser abordado por um grupo multidisciplinar composto por diretor mdico, enfermeiro chefe da UTI, arquiteto principal, administrador hospitalar e engenheiros.

O planejamento e o projeto devem ser baseados em padres de admisso de pacientes, fluxo de visitantes e funcionrios, necessidade de instalaes de apoio.

A organizao fsico-funcional de internao de paciente em regime de terapia intensiva deve:

Proporcionar condies de internar pacientes crticos em ambientes individuais e/ou coletivos conforme o grau de risco, faixa etria, patologia, riscos de privacidade;

Executar e registrar assistncia mdica e de enfermagem intensiva;

Prestar apoio diagnstico-laboratorial, de imagem e teraputico ininterruptamente durante 24 horas;

Manter condies de monitoramento e assistncia respiratria contnua;

Prestar assistncia nutricional e distribuir alimentos aos pacientes;

Manter pacientes com morte enceflica nas condies de permitir a retirada dos rgos para transplante, quando consentida.

*PLANTA FSICA: Localizao- deve ser quando possvel localizada numa rea geogrfica distinta dentro do hospital, com acesso controlado, sem trnsito para outros departamentos; Nmero de Leitos- os leitos necessrios para uma cobertura segura e adequada dependem do nmero de doentes, da quantidade de cirurgias, recursos financeiros da instituio, grau de compromisso com os cuidados intensivos. Um hospital geral deve destinar 10% da capacidade de leitos para UTI; Forma da unidade- a disposio dos leitos da UTI pode ser em rea comum, quartos fechados ou mista. A rea comum proporciona observao contnua do paciente. Unidades com quartos fechados possibilitam maior privacidade dos pacientes, reduo do nvel de rudo e isolamento dos infectados e imunossuprimidos. A unidade mista combina os dois tipos de disposio; reas de pacientes- os pacientes devem ficar localizados de modo que a visualizao, direta ou indireta, seja possvel durante todo o tempo, permitindo a monitorizao sob circunstncias de rotina e emergncia. O quarto fechado para adulto deve ter dimenso mnima de 12 m2 com distncia de 1m entre paredes e leito, exceto cabeceira. O uso de persianas, cortinas, biombos e portas controlam o contato com a rea ao redor; Posto de Enfermagem- deve ser centralizado, no mnimo 1 para cada 12 leitos, e situar-se numa rea de tamanho suficiente para acomodar todas as funes da equipe de trabalho, com dimenses mnimas de 8 m2 . Deve haver iluminao adequada, energia de emergncia, balco, lavabo, um sistema funcional de estocagem de medicamentos, materiais e solues e um relgio de parede; Sala de utenslios limpos e sujos- a sala de utenslios utilizada para armazenar materiais limpos e esterilizados, podendo tambm acondicionar roupas limpas. O expurgo um local para desinfeco e preparo dos materiais e deve estar localizado fora da rea de circulao da unidade;

Banheiro dos pacientes;

Copa dos pacientes;

Sala de servios gerais;

Armazenamento de equipamentos- rea para guardar os equipamentos que no esto em uso contnuo. Deve ter tomadas eltricas para permitir a recarga dos aparelhos operados a bateria; Laboratrio- quando o laboratrio central no puder atender s necessidades da UTI, um laboratrio satlite deve ser capaz de fornecer os testes bioqumicos e hematolgicos mnimos, incluindo gasometria;

Sala de reunies;

rea de descanso dos funcionrios- cada UTI deve conter um local privado, confortvel e com ambiente descontrado. Deve conter sanitrios masculinos e femininos, chuveiros, armrios, copa com instalaes adequadas;

Conforto mdico;

Sala de estudos- reservada para a educao continuada da equipe multidisciplinar, contendo recursos audiovisuais, equipamentos informatizados, bibliografias mdicas e de enfermagem;

Recepo da UTI- rea destinada a informaes e controle de acesso dos visitantes;

Sala de espera dos visitantes- rea localizada prxima da UTI, destinada aos familiares dos pacientes enquanto aguardam informaes ou so preparados para a visita na unidade;

Rota de transporte de pacientes- os corredores devem ter 2,4 m e as portas com abertura de no mnimo 0,9 m, permitindo fcil acesso. O material contaminado pode cruzar com material esterilizado ou com pacientes sem risco, desde que acondicionados em carros fechados;

Secretaria administrativa.

*UTILIDADES:So recursos que propiciam segurana aos pacientes e funcionrios sob condies normais e de emergncia. Cada unidade precisa ser provida de eletricidade, gua, vcuo, oxignio e ar comprimido atendendo s normas mnimas. Estes servios podem ser fornecidos por meio de uma coluna no teto ou solo. Energia eltrica: o nmero de tomada de 11 por leito, sendo desejvel 16 com voltagem de 110 ou 220 voltz, a 0,9 m acima do piso para facilitar a conexo. necessrio acesso tomada para aparelhos de raios-X;

Abastecimento de gua: a instalao de pias e lavatrios prevista para a lavagem das mos nos locais de manuseio de insumos, medicamentos e alimentos, prximo a entrada dos mdulos dos pacientes ou entre cada dois leitos. Quando um banheiro includo no mdulo do paciente, deve ser equipado com dispositivo para limpeza de comadres e papagaios, instalao de gua quente e fria e duchas;

Sistema de gases e vcuo: so recomendadas duas sadas de oxignio por leito e no mnimo uma sada de ar comprimido. As sadas devem ser feitas com conexes apropriadas para evitar troca acidental. So preconizados dois pontos de vcuo por leito, que devem ter uma presso mnima de 290 mmHg;

Renovao do ar em reas crticas: o ar com uma qualidade segura deve ser mantido a todo o tempo. So exigidas seis trocas de ar por hora, sendo que duas com o ar externo. A temperatura deve ser ajustada entre 24 a 26C e a umidade relativa do ar de 40 a 60%.*RECURSOS MATERIAIS:

Uma grande variedade de equipamentos est disponvel para monitorar os doentes e auxiliar a equipe de trabalho. Alguns aspectos precisam ser levados em considerao na escolha do equipamento: Visita a outras instituies onde o equipamento de interesse j esteja em uso, avaliando-se seu desempenho em condies reais de funcionamento;

Teste de avaliao prvia pela equipe da prpria unidade;

Que seja eficiente e de fcil operao;

Que atinja os fins da unidade, oferecendo segurana na assistncia aos pacientes;

Que haja assistncia tcnica contnua e treinamento da equipe na instalao do equipamento.

Monitorizao beira do leitoO equipamento de monitorizao beira do leito ser colocado de modo a permitir fcil acesso e visualizao, tanto do paciente quanto dos sinais.

Eletrocardiograma: inclui anlise e indicao de um ou mais sinais eletrocardiogrficos contnuos, deteco de arritmia e alarme audiovisual para valores pr-ajustados mnimos e mximos de batimento cardaco. So desejveis funes de memria para que o operador verifique as arritmias; Presses hemodinmicas: o equipamento deve ter capacidade para mostrar simultaneamente duas ou mais presses (PVC, PAM, PAP, PCP e PIC), com os valores mximo, mnimo e mdio. Alm disso, precisar ter a opo para medir o dbito cardaco por termodiluio;

Presso arterial por mtodo no-invasivo (PNI): utilizada quando no for necessria a monitorizao da presso invasiva. Conter valores mximo, mdio e mnimo, conforme programao pr-ajustada;

Monitor de oxigenao: cada leito deve estar equipado para a mensurao contnua dos nveis de oxigenao arterial;

Parmetros fisiolgicos: os sistemas de monitorizao mais modernos tm capacidade para registrar e mostrar a temperatura, funo respiratria, anlise do segmento ST, saturao venosa/mista de oxignio.

Central de MonitorizaoDeve situar-se no posto de enfermagem em local de ampla visibilidade. Os monitores de cabeceira so ligados central, concentrando, assim, em rea nica, os parmetros de diversos pacientes, com possibilidade de identificarem e avaliarem os dados, individualmente, medida que ocorrem alteraes.Relao de equipamentos e acessrios-Monitores: ECG (para todos os pacientes), opcional para: temperatura, respirao, presso arterial contnua no invasiva e invasiva, PAP, PVC, PIC, DC, oximetria de pulso e capnografia. Incluem-se os acessrios: cabo para o paciente, sensor de dedo para oximetria, kit de monitorizao completo etc;

-Respiradores: um por leito, com no mnimo dois circuitos completos;

-Aparelho para ressuscitao de emergncia, incluindo desfibrilador, materiais e drogas;

-Bombas de infuso: no mnimo duas por leito;

-Equipamentos para hipo e hipertermia, incluindo as mantas;

-Gerador de marcapasso temporrio;

-Eletrocardigrafo;-Aparelho mvel de raios X e aventais de chumbo;

-Balo intra-artico;-Balana antropomtrica;-Glicosmetro; -Urodensmetro;-Ventilmetro: dois por unidade;-Mensurador de presso do CUFF; -Aparelho de aspirao a vcuo (contnuo e intermitente) para drenos;

-Negatoscpio;

-Oftalmoscpio;

-Otoscpio;

-Martelo de reflexos;

-Cama com ajuste de posio para cabeceira, ps e altura, de preferncia com controle eletrnico e opcional para peso;-Poltrona para paciente: uma por leito;

-Mesa de refeio: uma por leito;

-Mesas auxiliares inoxidveis;

-Carro de banho, com balde e bacia;

-Maca transporte, incluindo cilindro de O2, oxmetro, respirador e monitor porttil;

-Foco porttil;

-Geladeira: uma para exames e uma para medicamentos;

-Kit de beira de leito: esfingnomanmetro, estetoscpio, termmetro e ambu com mscara: um por leito;

-Nebulizador com traquia e mscara: um por leito;

-Umidificador: um por leito;-Fluxmetro: dois por leito;

-Vlvula manmetro de O2 e ar comprimido: um por leito;

-Vlvula manmetro de vcuo, incluindo frasco redutor e coletor: um por leito;

-Cadeira de rodas;

-Cadeira de banho;

-Suporte de soro: dois por leito;

-Clices graduados;

-Carro para transporte de materiais: dois por unidade.

Relao de materiais do Carro de Emergncia-Ambu com mscara e bolsa reservatrio de O2;

-Laringoscpio com lminas reta e curva: dois jogos por carro;

-Fio guia;

-Tubo endotraqueal- de 7 a 10 mm (duas unidades por numerao);

-Cnula de traqueostomia;

-Cnula de Guedel;

-Fixador de tubo;

-Cateter para acesso vascular;

-Fios de sutura;

-Seringas, agulhas, equipos e fitas adesivas;

-Sondas de aspirao;

-Torneirinhas de trs vias;Material para Procedimentos:

-Acesso venoso profundo;

-Implante de marcapasso temporrio;

-Flebotomia;

-Traqueostomia;

-Presso intracraniana;

-Drenagem torcica;

-Puno liqurica;

-Dilise peritoneal;

-Curativos;

-Sondagem vesical.Cateteres e sondas-Cateter duplo e triplo lmen;

-Cateter balo de fluxo dirigido;

-Cateter balo intra-artico;

-Cateter de PIC;

-Eletrodo de marcapasso;

-Kit de introdutor para cateter balo, marcapasso e balo intra-artico;

-Kit para drenagem de trax, incluindo dreno, extenso e frasco;

-Sonda Nasoenteral.

Medicaes de urgncia ou de estoque mnimoAdrenalina, gua destilada, Aminofilina, Amiodarona, Atropina, Bicarbonato de sdio 8,4%, Cloreto de clcio 10%, Dexametasona, Diazepam, Diclofenaco sdico, Digoxina, Dipirona, Dobutamina, Dopamina, Fenitona, Fenobarbital sdico, Furosemida, Glicose 50%, Gluconato de clcio 10%, Heparina, Insulina NPH e Regular, Lanatosdeo C, Lidocana 2% com e sem vasoconstritor, Manitol 10%, Midazolan, Noradrenalina, Nitroprussiato de sdio, Ranitidina, Soluo de dilise peritoneal, Soro fisiolgico 0,9%, Soro glicosado 10%, Sulfato de magnsio, Sulfato de protamina, Vitamina C, Verapamil, Metoclopramida, Cloreto de potssio, Cloreto de sdio.

Servios de Suporte, Apoio diagnstico e teraputico-Farmcia;-Nutrio;

-Limpeza;

-Engenharia Biomdica e Manuteno;

-Radiologia;

-Acesso a Laboratrio de Anlises clnicas e Unidade de ---Transfuso;

-Condies para realizar dilise peritoneal e hemodilise;

-Endoscopia digestiva e Ultra-sonografia.

*RECURSOS HUMANOSA qualidade da assistncia prestada ao paciente e sua famlia envolve a cooperao de uma equipe multidisciplinar, embora se atribua a mdicos e enfermeiros a maior parcela de responsabilidade. Neste sentido indispensvel a participao de outros profissionais, que podero atuar de forma eventual ou sistemtica: fisioterapeuta, nutricionista, assistente social, psiclogo, farmacutico, engenheiro clnico e pessoal administrativo.A atuao da equipe melhor quando todos trabalham para um objetivo comum, e este deve ser claro, com o papel de cada integrante bem delineado.

Funes da equipe de enfermagem

Diretor: compete ao diretor planejar e analisar as atividades do servio de enfermagem nos seus aspectos tcnico, administrativos e educativos;

Supervisor: orienta e supervisiona a equipe de enfermagem na assistncia direta aos pacientes;

Educador: treina, recicla e d apoio tcnico equipe de enfermagem;

Enfermeiro: compete ao enfermeiro a liderana da equipe de trabalho e a responsabilidade pelos cuidados de enfermagem sistematizados, visando preveno da doena e manuteno e recuperao da sade;

Tcnico/Auxiliar de Enfermagem: presta cuidados aos pacientes, de acordo com a sistematizao da assistncia planejada pelo enfermeiro, seguindo as normas e rotinas estabelecidas na instituio.

QUESTES PARA REFLEXO ACERCA DA HUMANIZAO DO CUIDADO EM UTI

..........Eu acho que as pessoas tm muito medo, unidade fechada. Que a gente usa muito o nome CTI cardaco, ento CTI tem aquela fama de ser setor de paciente grave, de paciente que est quase morrendo. Ento, eu acho que os clientes vm para c com muito medo. Quando um cliente lcido, orientado, que est perto de um cliente que est precisando de maior aparato, intubado, com respirador, com puno profunda, com tudo aquilo, eles ficam com mais medo ainda de que aquilo pode acontecer com ele. Tanto que a gente vivencia muito isso. O cliente que est perto de um paciente que est intubado, que est grave: -O que que ele teve, qual o problema dele? Eu acho que ele fica tentando comparar com o que ele tem, para ver se ele vai chegar no mesmo local que aquele paciente est. Ento, o grande sentimento o medo, medo do desconhecido, medo de -Como que eu vou ficar, meu Deus CTI, ser que eu vou morrer? Medo da morte eminente que o CTI gera..........ENFD10

..........Os clientes geralmente ficam muito assustados, porque esses equipamentos todos, se a prpria equipe de outros setores que no tem essas coisas, quando entram em um setor fechado sentem assim meio que fora do ambiente natural, como se tivesse um peixe fora dgua, se assusta com a tecnologia, justamente se eles no esto acostumados a lidar, ficam meio receosos, para um paciente, uma pessoa leiga ento muito mais, entrar num setor com milhares de luzes piscando o tempo todo, sons diferentes, alarmes o tempo inteiro, fios para todos os lados, para um paciente muito mais assustador (...) principalmente para uma pessoa que nunca entrou num hospital, quando entra numa unidade assim cheia de equipamentos, deve ser uma coisa assim aterrorizante, tanta coisa que eles no conhecem, no sabem..........EVFD4

..........muitas vezes, que eu percebo at em mim mesmo, ou ento nas outras pessoas, que s vezes, a gente passa a prestar ateno mais na mquina do que no paciente, voc est to acostumada em ver os parmetros que a mquina te d, est to acostumado a ver o que ela vai te mostrar daquele paciente, que muitas vezes voc deixa de olhar para o prprio paciente, para ver a clnica dele, os sintomas que ele est apresentando, voc vai se prender naquilo que a mquina est te dando..........ENFD1

..........o equipamento veio para te ajudar e no para te atrapalhar, s que muitas vezes voc confia muito no equipamento, espera o monitor apitar para voc ir l atender o paciente, voc esquece muitas vezes de olhar o paciente, voc tem um olhar crtico sobre a patologia do paciente e voc olha s os parmetros do respirador, voc s olha os parmetros do monitor e no v o paciente como um todo, s vezes o paciente est l saturando, sei l 85, e l na marcao no est uma boa curva, voc no interpretou bem a curva e est 99, o paciente est l na sua frente e voc no olha o paciente, voc olha os equipamentos..........EVFD7

..........Eu tive poca da minha vida que eu tinha tara por monitor, eu achava aquilo lindo, tinha fissura por CTI, sempre trabalhei em CTI esses anos todos. -Ah, escolher? CTI! Estou em casa. Sempre gostei muito, hoje j vejo a coisa de outra forma. Sa daquela mquina maravilhosa, mecanicista, para ver alm do que o paciente tem. H alguns anos atrs se me perguntassem: -Ah o monitor? O monitor d tudo para voc, tudo e mais alguma coisa. D at troco. Hoje eu j penso diferente, porque o paciente no s formado de corpo, ele tem uma mente. Mesmo ele totalmente monitorizado, voc perde ele de uma hora para outra (...) H um tempo atrs, ser enfermeira em um setor de alta tecnologia seria para mim um supra-sumo. Chefiar um setor de alta tecnologia realmente era, como j foi, que no foi somente um, eu montei CTI, fiz obras em CTI, chefiei duas casas de sade, ento eu vou dizer para voc que lgico, um setor de tecnologia aquele que mais olhado, aquele que todos os recursos vo para l, por isso acaba tendo todo o material de ponta (...) ento em certo ponto voc trabalhar em uma unidade um status. Sempre foi um status. H um tempo atrs eu valorizava isso muito mais. Hoje no, eu trabalho em uma unidade como eu trabalharia em uma clnica mdica (...) No mais, ou deixou de ser para mim um status. uma unidade como uma outra qualquer, onde o paciente depende de mim e ele est em risco de vida. Ento hoje a tecnologia faz parte, mas uma coisa que eu valorizo porque preciso dela para uma certa monitorizao, mas no uma coisa que eu valorizo ao ponto de, -Ah o meu setor tem no sei quantos monitores (...) Hoje em dia simplesmente como a minha caneta, o esteto, o aparelho de presso. um aparelho que eu utilizo para trabalhar..........EVFN17

..........voc precisa saber lidar com esses equipamentos, saber por que o respirador est alarmando, por que o monitor est alarmando, como que funciona cada uma dessas coisas, quando apresenta alguma alterao ou algum defeito, por que aquilo ali est apresentando aquilo, tentar sanar aquele problema antes de ter que chamar outra pessoa para consertar, ou seja o que for. Ento, a pessoa ao mesmo tempo tem que saber lidar com a tecnologia, mas no pode esquecer do que se tem falado muito que a humanizao, de lidar com o ser humano, no esquecer do ser humano jamais (...) Ento as pessoas esto ficando voltadas para os equipamentos, para a tecnologia e esquecendo a pessoa que est deitada ali, que precisa mais de ateno, que precisa mais de cuidado muito mais do que os equipamentos que esto em volta..........EVFD4

..........quando voc vai trabalhar em setor de tecnologia, de alta tecnologia, voc antes tem que ter uma preparao de como mexer, como manusear os equipamentos, no colocar voc como aconteceu comigo. Logo no incio da minha carreira, fui trabalhar em CTI peditrico, eu fiquei desesperada, porque, na realidade, fiz um concurso pblico, no sabia como trabalhar numa terapia intensiva e ainda mais com pediatria, eu, vinda de uma clnica mdica (...) voc est de frente a um aparelho novo, um aparelho que voc no sabe manusear e, de repente, voc tem que manusear, porque seno pode...(pausa) a vida daquele paciente que pode ir embora..........EVFD7

..........Eu no incio, eu at me impedia de chegar beira do leito, porque eu tinha medo de tocar no cliente e desconectar alguma coisa e eu no saber o qu desconectou, o que fazer, como fazer. Fui para o banheiro vrias vezes chorar, (risos) e enfrentei. Eu ia para o banheiro, eu chorava, eu tinha um livrinho de bolso de como instalar sonda vesical, de como passar, mas nada disso serviu porque a teoria a gente traz da universidade, de livros, mas a prtica mesmo no dia a dia (...) eu vejo nesses enfermeiros recm formados, a clientela que eu recebo, esse medo. De chegar perto do leito, de fazer, de fazer uma higiene corporal, de estar fazendo um curativo..........EVFN12

..........Eu vejo assim, que quando se fala em cirurgia cardaca as pessoas ficam apavoradas, quando se fala em balo intra-artico as pessoas ficam apavoradas, quando tem procedimento invasivo, os enfermeiros fogem muito da beira do leito (...) Nossa Senhora (...) Muitos colegas tem dificuldades!..........EVFN16

...........Acho que medo sim, principalmente quando a gente no sabe usar, a gente no sabe para que serve (...) ou ento, quando dessa tecnologia depende a vida do cliente, ento eu acho que pior ainda, assim para a gente que lida com esse cliente, qualquer erro no manejo de um determinado equipamento pode trazer conseqncias drsticas (...) eu tinha muito medo de qualquer coisa que eu fizesse poderia at atrapalhar o tratamento, tinha medo disso, e at de lidar com os profissionais tambm que atuam nessa rea.......... EVFD6